Inovações tecnologicas e educação

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Inovações Tecnológicas e Educação

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Tecnologia e Mídias SUMÁRIO

Apresentação

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CAPITULOI – O surgimento da tecnologia na sociedade

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CAPÍTULO II – Informática Educativa. 2.0-

Uma breve historia;

2.1-

O uso de recursos computacionais na educação;

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CAPITULO III –Mídias televisivas na educação

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CAPITULO IV- A pratica docente e as mídias educacionais: convergências e 55 divergências

Referência

Apresentação

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Tecnologia e Mídias Sejam bem-vindos(as)! As tecnologias, a cada dia, estão mais presentes no nosso cotidiano, provocando impacto de diferentes naturezas em diversas áreas, sobretudo na educação. Com o advento de tais recursos, surgiram novas possibilidades no processo de ensino e aprendizagem, proporcionando aos profesores explorar novas formas de ensinar e aos alunos, novas formas de aprender. Diant6e disso, surge a necessidade de romper com velhos paradigmas educacionais, muitas vezes centrados em currículos fragmentados, de memorização e transmissão de informações. Na sociedade em que vivemos o uso das tecnologias no processo educativo não pode ser

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ignorado caso contrario, podemos incorrer no erro de construir uma escola anacrônica, fora de seu tempo. E como afirma Krishnamurti A transformação não estar no futuro, não pode estar no futuro. Ela só pode realizar-se agora, momento por momento Nesse sentido convidamos o leitor a uma reflexão acerca do surgimento, evolução e desenvolvimento das tecnologias no processo educacional, buscando ainda, discutir encaminhamentos sobre a utilização de tais ferramentas no processo de ensino e aprendizagem,

Esperamos que estes textos colaborem para sua melhor compreensão Bom trabalho!!!

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contribuindo para a formação de educadores na sociedade atual.


Tecnologia e Mídias CAPITULO I- O surgimento da tecnologia na sociedade A evolução da tecnologia confunde-se com a própria historia do homem. Mediante a percepção da sua ação ou da interação com a natureza, o homem criou e desenvolveu gradativamente diversas estratégias, utensílios, ferramentas e outros itens que visavam a auxiliá-lo no seu cotidiano, a fim de garantir a sua sobrevivência tanto no aspecto alimentar como na segurança. Inicialmente, utilizando-se de elementos preexistentes na 4

natureza, tais como galho, osso, pedra e outros, em beneficio próprio, o homem semeou os fundamentos para o processo de desenvolvimento da humanidade, o que resultou nas modernas tecnologias. Atualmente vivemos em uma era histórica em que os desenvolvimentos científicos, técnicos e sociológicos estão cada vez mais relacionados. Este artigo teve

sociedade, CTS e o surgimento de CTS na educação e no Brasil. A ciência é considerada como um conhecimento necessário e verdadeiro. A tecnologia por sua vez é o conjunto dos conhecimentos próprios da arte industrial, e a sociedade é formada por um grupo de indivíduosque vivem em um determinado sistema estando ligados às mudanças dos novos conhecimentos e tecnologias. O surgimento da CTS veio para delinear o processo cientifico – tecnológico, iniciado primeiramente na Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália, iniciando-se no Brasil só na década de 70, tendo uma grande importância na educação para proporcionar a formação de amplos seguimentos sociais com as novas imagens da ciência e tecnologia no contexto social. Vivemos uma era histórica em que os desenvolvimentos científicos, técnicos e sociológicos estão cada vez mais em inter-retroações estreitas e múltiplas. Há três séculos, o conhecimento científico, não faz mais do que provar suas virtudes de verificação e de descoberta

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como objetivo relatar uma breve revisão das definições de ciência, tecnologia,


Tecnologia e Mídias em relação a todos os outros modos de conhecimento. É o conhecimento vivo que conduz a grande aventura da descoberta do universo, da vida, do homem (MORIN, 2005). A sociedade moderna fez com que houvesse um repensar dos que dirigem e administram as instituições, quer públicas, quer privadas, no sentido de orientar seus servidores e funcionários para reciclagem de seus conhecimentos, com vistas à maior 5

produtividade e melhor qualidade (SÉRATES, 1998). De acordo com Santos e Mortimer (2002), alfabetizar, portanto, os cidadãos em ciência e tecnologia é hoje uma necessidade do mundo contemporâneo. Não se trata de mostrar as maravilhas da ciência, como a mídia já o faz, mas de disponibilizar as

em jogo no discurso dos especialistas. Essa tem sido a principal proposição dos currículos com ênfase em Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). Os estudos CTS têm atribuído um papel importantepara os aspectos históricos e epistemológicos da ciência e a interdisciplinaridade na alfabetização em ciência e tecnologia. Eles indicam a necessidade de explorar os conhecimentos sob um caráter mais amplo, tendo uma reflexão crítica, embora vejam a dificuldade dissoacontecer na prática. É preciso contrastar as visões oficiais presentes nos sistemas de ensino e constituir uma fonte de visões alternativas para o ensino (ANGOTTI e AUTH, 2001). Na literatura, compreensões de professores sobreinterações entre CTS têm sido apontadas como um dos pontos de estrangulamento, emperrando, muitas vezes, a contemplação do enfoque CTS no processo educacional (AULER e DELIZOICOV, 2006b).

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representações que permitam ao cidadão agir, tomar decisão e compreender o que está


Tecnologia e Mídias Atualmente com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, estão havendo diversas transformações na sociedade contemporânea, onde reflete em mudanças nos níveis econômicos, político, social e também na evolução do homem. Então cada cidadão tem pontos de vista e posturas sobre as questões científico tecnológicas que, muitas vezes, vão de encontro aos objetivos que elas apresentam. Assim precisamos de uma imagem de ciência e de tecnologia que possa trazer à tona a 6

dimensão social do desenvolvimento científico-tecnológico, entendido como um produto resultante de fatores culturais, políticos e econômicos (PINHEIRO, 2005). Este artigo tem como objetivo relatar uma breve revisão das definições de ciência, tecnologia, sociedade, CTS e o surgimento de CTS na educação e no Brasil. A tecnologia pode ser compreendida como o conhecimento que nos permite

conhecimento científico, de forma que hoje tecnologia e ciência são termos indissociáveis. Isso tem levado a uma confusão comum que é reduzir a tecnologia à dimensão de ciência aplicada. A tecnologia consiste em um conjunto de atividades humanas, associadas a sistemas de símbolos, instrumentos e máquinas, visando à construção de obras e à fabricação de produtos por meio de conhecimento sistematizado (VARGAS, 1994). Segundo Reis (2004), a tecnologia é o conjunto de conhecimentos científicos ou empíricos diretamente aplicáveis à produção ou melhoria de bens ou serviços, está associada a impactos socioeconômicos sobre uma comunidade (MANÃS, 2001, REIS, 2004). Os autores Covre (1986) apud Manãs (2001), colocam a tecnologia sob o ponto de vista histórico, detalhando a sua função a partir de perspectivas metodológicas que tratam das indagações das ciências humanas.

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controlar e modificar o mundo. Atualmente a tecnologia está associada diretamente ao


Tecnologia e Mídias Conforme Thompson (1967) e Perrow (1972) apud Manãs (2001), a tecnologia tem sido definida de diferentes maneiras por grandes números de autores. Se a identificação se fizesse necessária para este trabalho, poderíamos detalharpelo menos duas correntes. Uma define tecnologia de forma abrangente, compreendendo todo o processo operacional, seja de produção ou de serviço, isto é, todo modo de fazer coisas implica uma tecnologia especifica. 7

A segunda Woodward (1977) e Coelho (1978) apud Manãs (2001),definem tecnologia de forma mais restrita, entendendo como tecnologia o processo de produção de bens, inerente aos equipamentos utilizados nesta produção. Hall (1984) apud Manãs (2001) definem o conceitogeral de tecnologia em três componentes:

fluxo de trabalho da organização; - Tecnologia de materiais, que considera os materiais usados no fluxo de trabalho e estabelece ainda, que é possível que uma técnica altamente sofisticada seja aplicada a materiais relativamente simples; - Tecnologia de conhecimento, em que as complexidades variáveis do sistema de conhecimentos usados no fluxo de trabalho são os principais pontos. Segundo Reis (2004), a tecnologia pode ser definida como um acervo de conhecimentos de uma sociedade, entretanto, relaciona esse acervo de conhecimentos com artes industriais. Fundamenta-se nos métodos e conhecimentos científicos, compreendendo o domínio dos materiais e processos, úteis para a solução de problemas técnicos e para a fabricação de produtos (NETO, 1992).

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- Tecnologia de operações, que compreende as técnicas usadas nas atividades do


Tecnologia e Mídias Manãs (2001), relata que a pressão de novas tecnologias sobre o indivíduo no seu local de trabalho não é, de maneira alguma, um fato novo. Ahistória conta que os avanços técnicos sempre têm forçado mudanças no funcionamento das organizações e da sociedade, mas foi desde a Revolução Industrial, com organização de trabalho nas fábricas, que as organizações constituiram-se no foco destas mudanças sociais. Éno contexto institucional que as novas tecnologias se impingem sobre a natureza das 8

tarefas, trazendo um descompasso entre trabalho e habilidades, mudando as condições de salário e emprego. A tecnologia social começa pela construção de seus próprios instrumentos, suas próprias ferramentas de trabalho, em função do diálogo com a sociedade civil organizada, numa busca conjunta de práticas de intervenção social que possam

De acordo com Gilad (2004), a vigilância tecnológica é o setor no qual serão coletados dados, informações sobre pesquisa básica e aplicada; desenvolvimento de novos produtos/serviços/novos materiais. Por exemplo, dados ou informações sobre proteção e patentes, novos produtos, novos avanços em transferência de tecnologia dos laboratórios para o mercado. A tecnologia e a técnica são domínios cognitivosmais próximos da ação, ambas tem relação como o saber fazer. Entretanto, pode-se definir a técnica como saber fazer tácito e a tecnologia como saber fazer explícito (REIS, 2004). Segundo Santos e Mortimer (2002) a tecnologia é reduzida apenas ao seu aspecto técnico. A identificação dos aspectos organizacionais e culturais da tecnologia permite compreender como ela é dependente dos sistemas sócio-políticos e dos valores e das ideologias da cultura em que se insere. É com esse entendimento que o cidadão passa a perceber as interferências que a tecnologia tem em sua vida e como ele pode interferir nessa atividade.

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contribuir para a melhoria das condições de vida da população (HORTA, 2007).


Tecnologia e Mídias Segundo Acevedo (1996), a alfabetização tecnológica no contexto de CTS inclui a compreensão de todos esses aspectos da prática tecnológica. Na perspectiva de formar um cidadão que possa compreender como a tecnologia tem influenciado o comportamento humano e desenvolver atitudes em prol de um desenvolvimento tecnológico sustentável, é essencial que haja uma discussão dos valores envolvidos nas decisões (LAYTON, 1988). A partir da identificação dos valores que se compreendem 9

melhor as necessidades da sociedade e os aspectos éticos que devem ser considerados no uso mais responsável da tecnologia. Será também pelo desenvolvimento de valores que se consolidará o sentimento de solidariedade cósmica, dentro de um novo paradigma em emergência, o da comunidade planetária (BOFF, 1996 apud SANTOS e MORTIMER, 2002).

corresponde ao estudo das inter-relações entre a ciência, a tecnologia e a sociedade, constituindo um campo de trabalho que se volta tanto para a investigação acadêmica como para as políticas públicas. Baseiase em novas correntes de investigação em filosofiae sociologia da ciência, podendo aparecer como forma de reivindicação da população para participação mais democrática nas decisões que envolvem o contexto científico-tecnológico ao qual pertence. Para tanto, o enfoque CTS busca entender os aspectos sociais do desenvolvimento técnico-científico, tanto nos benefícios que esse desenvolvimento possa estar trazendo, como também às conseqüências sociais e ambientais que poderá causar. Segundo Bazzo et al. (2003), os estudos e programas CTS vêm se desenvolvendo desde o seu início em três grandes direções: no campo da pesquisa, como uma alternativa à reflexão acadêmica sobre ciência e tecnologia; no campo da política pública, promovendo à criação de diversos mecanismos democráticos que

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De acordo com Pinheiro (2005), Ciência, Tecnologia e Sociedade – CTS -


Tecnologia e Mídias facilitem à abertura e processos de tomada de decisão em questões concernentes a política científico-tecnológica; e no campo da educação. A sociedade, em geral, tende a acreditar que quanto maior for à produção científica, maior a produção tecnológica, o que aumenta a geração de riquezas para o país e, em conseqüência, o bem-estar social. Esse tipo de concepção gera o que Cerezo et al. (2003) apud Pinheiro (2005) chamam de “modelo linear” de 10

desenvolvimento: + ciência = + tecnologia = + riqueza = + bem-estar social. Bazzo (1998) comenta que os anos de 1960 e 1970 foram períodos em que o desenvolvimento científico-tecnológico conseguiu passar de um extremo ao outro, indo do milagre à destruição. Cerezo et al. (2003) confirmam essa posição, ao ressaltar que apesar do otimismo tão prometido no modelo linear, a ciência e a tecnologia começam a

os quais estão os resíduos contaminantes, os acidentes nucleares e a bomba atômica. Na busca de entender a ciência e tecnologia na era histórico, social e cultural, começam a aparecerem alternativas, na Europa e nos Estados Unidos, para o desenvolvimento científicotecnológico, por meio dos primeiros indícios do movimento CTS, conforme nos afirma Pinheiro (2005). A tradição européia originou-se, por volta de 1979, na Universidade de Edimburg, no chamado “Programa Forte”, cujos autores foram Barry Barnes, David Bloor e Steven Shapin. Caracteriza-se como uma tradição de investigação acadêmica, mais que educativa ou de divulgação, tendo como principais conhecimentos formadores de sua base as ciências sociais, dentre elas a sociologia, a antropologia e a psicologia. Coloca ênfase na dimensão social antecedente ao desenvolvimento científico-tecnológico, centrando-se na explicação da origem das teorias científicas e, portanto, da ciência como processo (PINHEIRO, 2005).

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entrar em decadência devido aos sucessivos desastres que vinham acontecendo, entre


Tecnologia e Mídias Conforme Bazzo et al. (2003), o desenvolvimento tecnológico, não é um processo linear de acumulação de melhorias, e sim um processo multidirecional e quase-evolutivo de variação e seleção. Com o objetivo analisar a variabilidade da interpretação nos dados no caso da ciência, ou a variabilidade na interpretação dos projetos tecnológicos no caso da tecnologia. De acordo com Bazzo et al. (2003), a origem norte-americana, recorre à reflexão 11

ética, à análise política e, em geral, a um referencial compreensivo de caráter humanístico. A onde as preocupações centram-se mais nas conseqüências sociais e ambientais que o desenvolvimento científico-tecnológico pode causar (PINHEIRO, 2005). Podendo ter a participação cidadã nas políticas públicas sobre a ciência e tecnologia (BAZZO et al., 2003).

necessidade do cidadão de conhecer os direitos e obrigações de cada um, de pensar por si próprio e ter uma visão crítica da sociedade onde vivem, especialmente a disposição de transformar a realidade para melhor. Apesar de esse movimento não ter sua origem no contexto educacional, as reflexões nessa área vêm aumentado significativamente, por entender que a escola é um espaço propício para que as mudanças comecem a acontecer (PINHEIRO, 2005). O agravamento dos problemas ambientais pós-guerra, a tomada de consciência de muitos intelectuais com relação às questões éticas, a qualidade de vida da sociedade industrializada, a necessidade da participação popular nas decisões públicas, estas cada vez mais sob o controle de uma elite que detém o conhecimento científico e, sobretudo, o medo e a frustração decorrentes dos excessos tecnológicos propiciaram as condições para o surgimento de propostas de ensino CTS. Estudos na área da epistemologia da ciência, que incorporaram questões relativas aos aspectos econômicos e políticos da

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O movimento CTS surgiu por volta de 1970 e trouxe como um de seus lemas a


Tecnologia e Mídias ciência, tambémcontribuíram para o aparecimento dessa ênfase (SANTOS e MORTIMER, 2002). Os trabalhos curriculares em CTS surgiram, assim, como decorrência da necessidade de formar o cidadão em ciência e tecnologia, o que não vinha sendo alcançado adequadamente pelo ensino convencional de ciências. O cenário em que tais currículos foram desenvolvidos corresponde, no entanto, ao dos países industrializados, 12

na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália, em que havia necessidades prementes quanto à educação científica e tecnológica (LAYTON, 1994 apud SANTOS e MORTIMER, 2002). Desde a década de 60 do século passado, em países do hemisfério norte, no campo educacional, o denominado movimento CTS tem buscado contemplar a

Na América Latina, no campo educacional, tal encaminhamento está apenas iniciando, havendo poucas ações institucionalizadas (AULER e DELIZOICOV, 2006a). Quanto ao surgimento do movimento CTS, no Hemisfério Norte, por exemplo, destacam que, a partir de meados do século XX, nos países capitalistas centrais, foi crescendo um sentimento de que o desenvolvimento científico, tecnológico e econômico não estava conduzindo, linear e automaticamente, ao desenvolvimento do bem-estar social. Nestes contextos, Ciência e Tecnologia passaram a ser objeto de debate político. Houve um movimento reivindicando um redirecionamento tecnológico, contrapondo-se à idéia de que mais Ciência e Tecnologia irão, necessariamente, resolver problemas ambientais, sociais e econômicos. Passouse a postular algum controle da sociedade sobre a atividade científico-tecnológica (AULER e DELIZOICOV, 2006a). Referindo-se especificamente ao campo educacional,Auler e Delizoicov (2006a) situam como uma nova orientação, para a educação em Ciências, o que denomina de “Ensino de Ciências na Pós-Mudança Conceitual”. Esta, segundo ele, não se limita à construção de

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participação do estudante em discussões de temas que envolvem Ciência e Tecnologia.


Tecnologia e Mídias conceitos. O ponto de partida para a aprendizagem devem ser “situações-problemas”, de preferência relativas a contextos reais. O surgimento desta orientação aponta para uma

educação

em

Ciências

valorizando

orientações

do

tipo

Ciência/Tecnologia/Sociedade/Ambiente (CTSA). Os pressupostos educacionais de Paulo Freire, enraizados em países da América Latina e do continente africano, apontam para além do simples treinamento de 13

competências e habilidades. A dimensão ética, o projeto utópico implícito em seu fazer educacional, a crença na vocação ontológica do ser humano em “ser mais” (ser sujeito histórico e não objeto), eixos balizadores de sua obra, conferem, ao seu projeto políticopedagógico, uma perspectiva de “reinvenção” da sociedade, processo consubstanciado pela participação daqueles que,

ao invés de sujeitos históricos. No entender de Freire e de seguidores que adaptaram a sua proposta para a educação em Ciências na escola, como, por exemplo,a alfabetização não pode configurar-se como um jogo mecânico de juntar letras. Alfabetizar, muito mais do que ler palavras, deve propiciar a “leitura do mundo”. Leitura da palavra e “leitura do mundo”devem ser consideradas numa perspectiva dialética (AULER e DELIZOICOV, 2006a, 2006b). A partir de meados do século XX, nos países capitalistas centrais, foi crescendo o sentimento de que o desenvolvimento científico, tecnológico e econômico não estava conduzindo, linear e automaticamente, ao desenvolvimento do bem-estar social. Após uma euforia inicial com os resultados do avanço científico e tecnológico, nas décadas de 1960 e 1970, a degradação ambiental, bem como a vinculação do desenvolvimento científico e tecnológico à guerra (as bombas atômicas, a guerra do Vietnã com seu napalm desfolhante) fez com que a ciência e a tecnologia se tornassem alvo de um olhar mais crítico (AULER e BAZZO, 2001).

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hoje, encontram-se imersos na "cultura do silêncio", submetidos à condição de objetos


Tecnologia e Mídias Além disso, a publicação das obrasA estrutura das revoluções científicas, pelo físico e historiador da ciência Thomas Kuhn, e Silentspring, pela bióloga naturalista Rachel Carsons, ambas em 1962, potencializaram as discussões sobre as interações entre CTS (AULER e BAZZO, 2001). Dessa forma, a Ciência e a Tecnologia passaram a ser objeto de debate político. Nesse contexto, emerge o denominado movimento CTS, LujánLópes et al. (1996) apud 14

Auler e Bazzo (2001),

também

destacam

os

dois

aspectos

anteriormente

apontados

como

desencadeadores de uma politização sobre ciência e tecnologia. Assinalam a emergência de um questionamento sobre a gestão tecnocrática de assuntos sociais, políticos e econômicos, denunciando as conseqüências negativas da Ciência e

tecnológico, contrapondo-se à idéia de que mais Ciência e Tecnologia vão, necessariamente, resolver problemas ambientais, sociais e econômicos. No final da década de 70, esses dois aspectos contribuíram para uma mudança de mentalidade, uma transformação na visão sobre Ciência e Tecnologia. Houve um fenômeno de mudança, em determinadas sociedades, na compreensão do papel da Ciência e da Tecnologia na vida das pessoas. Essa nova mentalidade/compreensão da Ciência e da Tecnologia contribui, na análise dos autores, para a “quebra do belo contrato social para a Ciência e Tecnologia”, qual seja, o modelo linear/tradicional de progresso/desenvolvimento (AULER e BAZZO, 2001). Em vários países (EUA, Inglaterra, Países Baixos, entre outros) a mudança cultural em curso, a “politização” da Ciência e Tecnologia, produziu desdobramentos curriculares nos ensino superior e secundário. Em outro trabalho, constituído a partir de uma revisão bibliográfica sobre o movimento CTS, Auler (1998) enfocou o seu surgimento histórico, a tradução dos seus objetivos em novas configurações

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Tecnologia sobre a sociedade. Esse movimento reivindica um redirecionamento


Tecnologia e Mídias curriculares, os problemas e as perspectivas encontradas, bem como os desafios que se colocam para o ensino de Ciências (formação de professores) no contexto educacional brasileiro. Entre esses problemas e desafios, situados como possíveis questões de investigação, destacou-se: formação disciplinar dos professores incompatível com a perspectiva interdisciplinar presente no movimento CTS; compreensão dos professores sobre as interações entre ciência, tecnologia e sociedade; não contemplação do enfoque 15

CTS nos exames de seleção; formas e modalidades de implementação; produção de material didático-pedagógico; e redefinição de conteúdos programáticos. Ao discutir a evolução da inovação educacional doscurrículos de ciências no Brasil no período de 1950 a 1985, assinala-se que, na década de setenta, os mesmos começaram a incorporar uma visão de ciência como produto do contexto econômico,

se orientar pelo objetivo de analisar as implicações sociais do desenvolvimentocientífico e tecnológico (SANTOS e MORTIMER, 2002). Vários materiais didáticos e projetos curricularesbrasileiros foram elaborados, incorporando elementos dessa perspectiva. Dentre os materiais didáticos, podemos citar: o projeto Unidades Modulares de Química, as propostas pedagógicas de LUTFI, a coleção de livros do Grupo de Pesquisa em Ensino de Química da USP – GEPEQ, a coleção de livros de física do GREF, o livro Química na Sociedade e o livro Química, Energia e Ambiente. Dentre as recomendações curriculares, podem ser destacadas a Proposta Curricular de Ensino de Química da CENP/SE do Estado de São Paulo, as recomendações para o currículo do magistério de CISCATO e BELTRAN, e a Proposta Curricular de Química para o Ensino Médio do Estado de Minas (SANTOS e MORTIMER, 2002).

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político e social. Já na década de oitenta, a renovação do ensino de ciências passou a


Tecnologia e Mídias Ainda sobre trabalhos de CTS no Brasil, pode-se citar a realização, em 1990, da “Conferência Internacional Ensino de Ciências para o Século XXI: ACT – Alfabetização em Ciência e Tecnologia”, cuja temática central foi à educação científica dos cidadãos. Pode-se considerar, também, que a atual reforma curricular do ensino médio incorpora, em seus objetivos e fundamentos, elementos dos currículos com ênfase em CTS (SANTOS e MORTIMER, 2002). Motoyama (1985) discute vários aspectos decorrentes 16

do nosso passado colonial. Para ele, os países do “terceiro mundo”, quase todos depassado colonial, não presenciaram um crescimento científico e tecnológico próprio. Assim, Ciência e Tecnologia não estão integradas harmoniosamente nas suas estruturas sócio-econômicas. Referindo-se a esse passado colonial, destaca que, aparentemente, nos três

Tecnologia. Enquanto os países do centro avançavam de modo marcante, encontrando os seus espaços durante a ascensão do capitalismo, em nosso território, CT marcavam passo “sob o implacável jugo da metrópole portuguesa” (AULER e BAZZO, 2001). Motoyama destaca ainda que a eficiência dessa política colonial, traduzida em medidas como a proibição da instalação de oficinas tipográficas ou a apreensão do livro de Antonil sobre as técnicas industriais e de engenho, mereceria um estudo mais aprofundado. Para o autor, essa política deve ter sido muito eficiente, pois passou praticamente despercebida aqui a revolução científica dos séculos XVI e XVII, responsável pela disseminação do espírito científico na Europa, uma das características mais marcantes da chamada modernidade. Para Sant‟Anna (1978) apud Auler e Bazzo (2001), aexploração colonial no Brasil teve sempre um caráter predatório, sem voltar maiores atenções aos aspectos técnicos, mesmo rudimentares, da atividade econômica. Motoyama (1985) reforça que, com a exploração colonial, marcada pela exacerbação da escravidão, por um lado formou-se

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séculos após o descobrimento do Brasil, praticamente não houve evolução em Ciência e


Tecnologia e Mídias uma tradição prático-imediatista; por outro a divisão entre atividades manuais e intelectuais contribuiu para conformar uma cultura retórico literária. Já o século XIX é caracterizado pela institucionalização da ciência e pela profissionalização do cientista em outros contextos. Os países líderes do capitalismo começam a investir decisivamente em Ciência e Tecnologia. Contudo, apesar de algumas iniciativas isoladas, como, por exemplo, o programa de saneamento sob a 17

direção de Oswaldo Cruz, a monarquia brasileira estava satisfeita com a sua condição de país primário exportador. Dos investimentos em Ciência e Tecnologia que ocorriam muitos não conseguiram escapar aos longos tentáculos do imediatismo ou da cultura retórico-literária, configurada, muitas vezes, no positivismo (AULER e BAZZO, 2001). Para Angotti (1991), enquanto na Europa não-ibérica vivia-se um século de “luz”

colônias, viviase ainda no século na “escuridão”. A ciência entra muito tardiamente no Brasil. Os reflexos da formação de homens “cultos”, bacharéis e liberais até hoje impregnam nossa sociedade. Para o autor, nos dias conturbados da década de 1960, ocorreram alguns eventos de grande importância para o desenvolvimento de CT no país: a fundação da Universidade de Brasília (1961), a concretização da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o início do primeiro curso da Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) e a criação do Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico (Funtec) em 1964, no seio do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDE). Motoyama salienta que a Funtec nasceu como conseqüência das preocupações dos técnicos do BNDE que – analisando os resultados do Programa de Metas do governo de Juscelino Kubitschek, no qual tiveram papel de destaque – teriam percebido a importância de absorver as inovações tecnológicas para o futuro crescimento da economia nacional. Para minorar a dependência, perceberam

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após a reforma e a revolução científica, nas metrópoles ibéricas, mas principalmente nas


Tecnologia e Mídias que seria necessária uma participação mais ativa da empresa nacional no processo de geração e de absorção de tecnologias “forâneas”. Na segunda metade da década de 60 medidas contraditórias no que se refere à Ciência e Tecnologia refletiam as lutas entre as forças realmente interessadas no desenvolvimento científico e tecnológico e as suas oponentes. Assim, a partir de 1967, por intermédio do Ministério das Relações Exteriores, colocou-se em prática a “operação 18

retorno”, visando trazer de volta os cientistas brasileiros que estavam trabalhando no estrangeiro. Por isso, foram tomadas várias medidas para melhorar suas condições de trabalho e remuneração (AULER e BAZZO, 2001). Carvalho e Martins (1998) apud Auler e Bazzo (2001) assinalam que, no Brasil, o relacionamento entre o governo e a comunidade científica tem sido freqüentemente

Considerando o episódio dos acordos nucleares, escrevem:“Se a comunidade científica não foi ouvida pelos governos em questões para as quais a opinião dela era essencial, não se poderia esperar que ela o fosse quando se manifestasse sobre questões sociais e políticas”. A inclusão social é um dos grandes desafios de nosso país que, por razões históricas, acumulou enorme conjunto de desigualdades sociais no tocante à distribuição da riqueza, da terra, do acesso aos bens materiais e culturais e da apropriação dos conhecimentos científicos e tecnológicos. A inclusão social pode ser entendida como a ação de proporcionar para populações que são social e economicamente excluídas – no sentido de terem acesso muito reduzido aos bens (materiais, educacionais, culturais etc.) e terem recursos econômicos muito abaixo da média dos outros cidadãos – oportunidades e condições de serem incorporadas à parcela da sociedade que pode usufruir esses bens. Em um sentido mais amplo, a inclusão social envolve também o estabelecimento de condições para que todos os habitantes do país possam viver com

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difícil.


Tecnologia e Mídias adequada qualidade de vida e como cidadãos plenos, dotados de conhecimentos, meios e mecanismos de participação política que os capacitem a agir de forma fundamentada e consciente. Um dos aspectos da inclusão social é possibilitar que cada brasileiro tenha a oportunidade de adquirir conhecimento básico sobre a ciência e seu funcionamento que lhe dê condições de entender o seu entorno, de ampliar suas oportunidades no mercado de trabalho e de atuar politicamente com conhecimento de causa. 19

Para a educação de qualquer cidadão no mundo contemporâneo, é fundamental que ele tanto possua noção, no que concerne à ciência e tecnologia (CT), de seus principais resultados, de seus métodos e usos, quanto de seus riscos e limitações e também dos interesses e determinações (econômicas, políticas, militares, culturais etc.) que presidem

humana, socialmente condicionada e possuidora de uma história e de tradições, fica muitas vezes camuflado nas representações escolares e em muitas atividades de divulgação, particularmente na mídia. Falar de inclusão social no domínio da difusão ampla dos conhecimentos científicos e tecnológicos e de suas aplicações compreende, portanto, atingir não só as populações pobres, as dezenas de milhões de brasileiros em tal situação, mas também outras parcelas da população que se encontram excluídas no que se refere a um conhecimento científico e tecnológico básico. A razão principal para o presente quadro reside na ausência de uma educação científica abrangente e de qualidade no ensino fundamental e médio do país. Em contrapartida, são condicionantes para o desenvolvimento científico e tecnológico do país a formação de profissionais qualificados em número suficiente e seu aproveitamento adequado, além do aumento do conhecimento científico e do interesse pela ciência e tecnologia entre a população em geral e, em particular, entre os jovens. Consideradas as características do mundo moderno, a educação informal, aí incluída a

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seus processos e aplicações. O significado social e cultural da ciência como atividade


Tecnologia e Mídias divulgação científica (termo utilizado aqui também no sentido da popularização da CT) tem adquirido importância crescente. Ela se processa por meio de instrumentos variados como os meios de comunicação, os centros e museus de ciência, os programas de extensão universitários, os eventos de divulgação, a educação a distância e outros. Contudo, o Brasil não dispõe ainda de uma política pública ampla destinada à popularização da CT. Ao longo dos anos, surgiram alguns programas ou iniciativas 20

tópicas como editais para centros e museus de ciência ou o Prêmio José Reis do CNPq, mas há a necessidade urgente de se estabelecerem políticas gerais e de se formular e executar um programa nacionalmente articulado nesta direção. Um passo dado pelo atual governo foi a criação de um departamento voltado para a popularização da Ciência e Tecnologia, dentro da Secretaria de CT para Inclusão

principal, o objetivo de contribuir para a melhoria da divulgação científica e da educação científica. Como a inclusão social é uma das prioridades políticas do governo, a popularização da CT passa a ser também uma linha de ação importante. A difusão da ciência para o público é tão antiga quanto ela própria. A divulgação científica, a partir do estabelecimento da ciência moderna nos séculos XVI-XVII, apresentou fases distintas, com finalidades e características que refletiam o contexto, as motivações e os interesses da época. Razões diversificadas para essa ação podem ser identificadas desde o século XVII: Galileu, por exemplo, exerceu um trabalho intenso de divulgação, não só da física e da astronomia, mas também dos novos métodos de pensar e experimentar. No século XVIII, as maravilhas da ciência foram exibidas ora como provas da existência de Deus, ora como meio para difundir os conhecimentos necessários ao progresso e à afirmação da razão; a ciência se tornou primeiro uma fonte de interesse e de diversão para a aristocracia e posteriormente, com o Iluminismo, foi elevada à categoria de importante instrumento político. No século XIX, com a Revolução

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Social (Secis) no Ministério da Ciência e Tecnologia, que tem, como sua vertente


Tecnologia e Mídias Industrial, a ciência adquiriu um caráter econômico e político mais explícito ao se tornar símbolo e instrumento para o progresso e para a liberação social. Em contrapartida, as expedições dos naturalistas europeus a várias partes do mundo tiveram um papel importante na incorporação de conhecimentos produzidos em outras culturas. No século XX, o vínculo entre CT e o tecido econômico-militar se estreitou e emergiram novas relações entre o contexto sociocultural e a ciência; surgiu também o marketing 21

institucional, a profissionalização de divulgadores da ciência e uma inserção grande nos meios de comunicação de massa. As motivações de hoje para a popularização da CT ocupam todo um espectro: elas vão da prosperidade nacional ao reconhecimento do conhecimento científico como parte integrante da cultura humana, passando pelo seu significado para o exercício da cidadania (na avaliação de riscos e nas escolhas

(como aquelas referentes à saúde individual). Um outro papel, de caráter mais interno, surgiu no horizonte da divulgação científica neste século, em virtude da extrema especialização nos campos científicos: é necessário divulgar a ciência entre os próprios cientistas e técnicos. Mais recentemente, novas perspectivas começaram a ser delineadas a partir de experiências e reflexões na interface entre ciência e sociedade. Ao “analfabetismo científico” – aliás, uma expressão pouco adequada – do público pode ser contraposta, em muitos casos, uma ignorância da instituição científica em relação aos aspectos sociais da relação com o público e aos condicionantes da ciência. O aprimoramento da cultura científica não implica que ocorra uma linha de mão única na transmissão do conhecimento: do virtuoso científico ao leigo iniciado. Algumas novas iniciativas têm insistido na importância de se proceder a uma ação de comunicação que leve em conta a real complexidade do processo. A divulgação científica no Brasil, em que pese sua real fragilidade ao longo do tempo, tem pelo menos dois séculos de história. As primeiras iniciativas um pouco mais

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políticas), por razões de desempenho econômico e pelas questões de decisão pessoal


Tecnologia e Mídias organizadas de difusão da chamada ciência moderna no Brasil passaram a ocorrer após a transferência da Corte portuguesa, em 1808, que produziu importantes transformações na vida política, cultural e econômica do país e levou à criação das primeiras instituições ligadas à ciência, à publicação dos primeiros livros e ao surgimento da imprensa. Na segunda metade do século XIX, as atividades de divulgação se intensificaram em todo o mundo, na seqüência da segunda revolução industrial na Europa, acompanhando as 22

esperanças sociais crescentes acerca do papel da ciência e da técnica. Uma onda de otimismo em relação aos benefícios do progresso técnico percorreu o mundo e atingiu, ainda que em escala bem menor, o Brasil. Naquele momento, o que poderia ser chamado de pesquisa científica no país era ainda limitado a poucas pessoas isoladas e em algumas áreas como astronomia, ciências naturais e doenças tropicais.

das iniciativas de divulgação científica. Um dos objetivos da pequena elite acadêmica que a promovia era sensibilizar o poder público, o que propiciaria a criação e a manutenção de instituições ligadas à ciência, além de possibilitar maior valorização social da atividade de pesquisa. No entanto, o caráter da divulgação científica era ainda fragmentado e lacunar, reflexo direto da situação muito frágil do meio científico de então. Após a II Guerra Mundial, com a política nacional-desenvolvimentista e as tentativas de desenvolvimento na área nuclear, diversas instituições científicas foram criadas em seqüência. Afinada com o contexto da época, a ciência surgiu aí com uma perspectiva redentora e como um instrumento para a superação do subdesenvolvimento nacional. Em 1948, foi criada em São Paulo a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Suas reuniões anuais, que circulam pelas principais cidades, logo se tornariam um espaço importante para a discussão dos grandes problemas da ciência no país e para a orga-nização dos cientistas. Nos anos 1960, sob o influxo de transformações ocorridas, nos EUA, na educação em ciências, iniciou-se no Brasil um

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As décadas de 1920/30 do século passado ficaram marcadas pela intensificação


Tecnologia e Mídias movimento educacional renovador, escorado na importância da experimentação para o ensino de ciências. Tal movimento, entre outras conseqüências, levou ao surgimento de centros de ciência no país, ligados mais diretamente ao ensino formal, que contribuíram para as atividades de popularização da ciência. Tem sido observada nas duas últimas décadas uma expansão significativa de ações relacionadas à divulgação científica no Brasil: criação de centros e museus de 23

ciência; surgimento de revistas e websi-tes; maior cobertura de jornais sobre temas de ciência, em especial aqueles ligados à genética moderna e seus impactos; publicação crescente de livros; organização de conferências populares e outros eventos que despertam interesse em audiências diversificadas por todo o país. Mas o quadro se mostra ainda frágil e limitado com amplas parcelas da população brasileira sem acesso

desigualdade na distribuição da riqueza, dos recursos em CT e dos bens educacionais, os museus de ciência estão fortemente concentrados em poucas reas do país. Apesar do crescimento expressivo dos últimos anos, um número muito pequeno de brasileiros, cerca de 1% da população, visita algum centro ou museu de ciências a cada ano. Para fins comparativos, a visitação a museus em alguns países europeus chega a atingir 25% da população. Do ponto de vista da formação de profissionais na área de comunicação em ciência, as iniciativas são ainda inci-pientes, embora haja um interesse crescente por cursos deste tipo. Faltam também estudos e análises mais aprofundadas sobre as estratégias, práticas e o impacto das atividades de divulgação e sobre as características, atitudes e expectativas da audiência. A valorização acadêmica das atividades de extensão, em particular na divulgação científica, é ainda pequena. Pontos positivos a serem destacados foram a criação recente, pelo CNPq, do Comitê Temático de Divulgação Científica e o surgimento de vários editais para divulgação científica e extensão universitária.

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à educação científica e à informação qualificada sobre CT. Como um reflexo da


Tecnologia e Mídias Do lado da mídia, a cobertura sobre CT nos meios de comunicação é no geral deficiente e freqüentemente de qualidade inferior. Na mídia impressa e televisiva, a ciência é apresentada usualmente como um empreendimento espetacular, no qual as descobertas científicas são episódicas e realizadas por indivíduos particularmente dotados. As aplicações reais ou imaginadas da ciência recebem grande ênfase, mas o processo de sua produção, seu contexto, suas limitações e incertezas são usualmente 24

ignorados e predominam modelos conceituais simplificados sobre a relação ciência e público, como o „modelo de déficit‟. Quanto à educação científica formal, o quadro se apresenta sombrio, com o desempenho em geral muito baixo dos estudantes brasileiros nos assuntos que envolvem ciências e matemáticas. O ensino de ciências é, em geral, pobre de recursos,

não são valorizadas. Ao lado da carência enorme de professores de ciências, em especial professores com boa formação, predominam condições de trabalho precárias e pouco estímulo ao aperfeiçoamento. As deficiências graves em laboratórios, bibliotecas, material didático, inclusão digital e outras só fazem tornar mais difícil o quadro. Se nosso ensino médio sofreu expansão acelerada nos últimos anos, ainda assim uma parcela muito pequena de brasileiros conclui esta etapa. A média de escolaridade dos brasileiros (menos de oito anos) é muito baixa quando comparada com países desenvolvidos e mesmo com outros países latino-americanos. No ensino universitário, é ainda muito reduzida a proporção de estudantes (11% em relação à população), quase 80% deles em faculdades particulares. E apenas 1% dos jovens brasileiros se volta para carreiras em áreas de CT. Em função desta análise, algumas linhas prioritárias de ação no domínio da divulgação científica e tecnológica foram estabelecidas pela Secis/MCT para o período 2004/2006:

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desestimulante e desatualizado. Curiosidade, experimentação e criatividade geralmente


Tecnologia e Mídias 1. apoio a centros e museus de ciência (criação e fortalecimento de centros e museus de ciência, itinerância de exposições, Programa Ciência Móvel); 2. estímulo a uma presença maior e mais qualificada da CT na mídia; 3. colaboração na melhoria do ensino de ciências nas escolas (em parceria com o MEC), com apoio a olimpíadas, feiras de ciências, concursos e outros eventos e à melhoria da qualificação e das condições de trabalho dos professores; 25

4. criação e consolidação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. A realização da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em 2004 e 2005 teve êxito grande; 5. apoio a eventos importantes de divulgação científica, como encontros da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e entidades similares, as comemorações do Ano Mundial da Física (2005), ou do centenário do vôo do 14-Bis (2006);

municipais, universidades e instituições de pesquisa, Terceiro Setor e outras; 7. apoio à formação e qualificação de comunicadores em ciência e busca de valorização acadêmica da área; 8. programas dos centros vocacionais tecnológicos e de inclusão digital com forte componente voltada para a popularização da CT; 9. estabelecimento de cooperações com governos e organismos internacionais [IberoAmérica (Cyted), Mercosul (Recyt), Unesco, RedPop e outros] na área da popularização da CT. Como vimos, a divulgação científica e tecnológica tem um papel importante na formação permanente de cada pessoa e no aumento da qualificação geral científicotecnológica da sociedade. Em função disto, muitos países têm estabelecido, nas últimas décadas, políticas e programas nacionais voltados para a popularização da CT, como ocorreu na Inglaterra, EUA, Chile, França e China. Na formulação e execução de um programa deste gênero devem ser mobilizados setores sociais como universidades,

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6. promoção de ações regionais de divulgação em parceria com governos estaduais e


Tecnologia e Mídias instituições de pesquisa, centros e museus de ciência, entidades científicas, profissionais e sindicais, órgãos governamentais, mídia impressa e televisiva, empresas e outras entidades, com a finalidade de promover um conjunto de atividades de divulgação científica de forma articulada e permanente. O programa deve ser estabelecido a partir de ampla discussão com os setores interessados e atuantes na produção e na transmissão de conhecimentos. Uma proposta inicial para uma política 26

pública de popularização da CT foi apresentada e discutida recentemente na III Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, e alguns de seus principais pontos estão sintetizados abaixo.

O termo "Informática na Educação" tem assumido diversos significados dependendo da visão educacional e da condição pedagógica em que o computador é utilizado. Vive-se um período em que se faz necessário ter ao menos um domínio mínimo das informações. Os benefícios trazidos pelas novas tecnologias são incontáveis, e é indiscutível a proporção de seus reflexos sociais e comportamentais. O símbolo maior dessas inovações da tecnologia é o computador que hoje é acessível à boa parte da população e com isso vem ganhando seu devido valor.Com tantas mudanças, a educação vem se sentindo pressionada a incorporar o computador nos processos pedagógicos, facilitando tanto o ensino como a aprendizagem. A essa interferência tecnológica no ensino dá-se o nome de informática educativa. As vantagens do uso da internet são inúmeras. Uma delas é a criação de salas de aula virtuais, passando de um caráter passivo para um caráter dinâmico, sendo estimulados a desenvolver suas qualidades intelectuais. A internet funciona como uma

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CAPITULO II- Informática Educativa


Tecnologia e Mídias imensa biblioteca onde as informações estão disponíveis para o pesquisador que será encorajado a desenvolver suas habilidades. Outra vantagem é a possibilidade de interagir com outras pessoas, através de e-mails, chats, videoconferências. Essa aprendizagem cooperativa permite que o aluno aumente sua capacidade de desenvolvimento.É óbvio que para poder usufruir desses benefícios é necessário ao menos uma noção de como usar a internet. 27

Porém, apesar de vários benefícios que a internet pode promover para a educação, ainda existem vários empecilhos para sua implantação. Um deles é a recusa, principalmente dos pais, na adoção da informática educativa. Isso acontece porque eles ainda não tiveram contato com a tecnologia e não conseguem enxergar a internet como uma benfeitora.Outro obstáculo é o fato da maioria das páginas é softwares serem em

primeiro caso, a inabilidade com o inglês não é bem um problema, através do contato com essas situações é possível aprender por dedução ou até mesmo se sentir estimulado a estudar inglês pela necessidade de se comunicar. Quanto ao segundo caso, é preciso a elaboração de projetos pedagógicos e roteiros de trabalho que incluam tempo para os estudantes saciarem sua curiosidade para depois se concentrarem nas demais atividades. Em linhas gerais, a Informática na Educação significa a inserção do computador no processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos curriculares de todos os níveis e modalidades da educação. Os assuntos de uma determinada disciplina da grade curricular são desenvolvidos por intermédio do computador. Por tudo isso, podemos considerar a informática educativa um caminho acessível para a inclusão digital.

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inglês e também o fato de alguns alunos usarem a internet para fins banais. Quanto ao


Tecnologia e Mídias 2.0- Uma breve historia

A utilização de computadores na educação é tão remota quanto o advento comercial dos mesmos. Esse tipo de aplicação sempre foi um desafio para os pesquisadores preocupados com a disseminação dos computadores na nossa sociedade. Já em meados da década de 50, quando começaram a ser comercializados 28

os primeiros computadores com capacidade de programação e armazenamento de informação, apareceram as primeiras experiências do seu uso na educação. Por exemplo, na resolução de problemas nos cursos de pós-graduação em 1955 e, como máquina de ensinar, foi usado em 1958, no Centro de Pesquisa Watson da IBM e na Universidade de Illinois - Coordinated Science Laboratory (Ralston&Meek, 1976, p. 272).

transmitindo a informação para o aluno e, portanto, para reforçar o processo instrucionista, quanto para criar condições do aluno construir seu conhecimento. Quando o computador transmite informação para o aluno, o computador assume o papel de máquina de ensinar e a abordagem pedagógica é a instrução auxiliada por ele. Essa abordagem tem suas raízes nos métodos tradicionais de ensino, porém ao invés da folha de instrução ou do livro de instrução, é usado o computador. Os software que implementam essa abordagem são os tutoriais e os de exercício-e-prática. A Informática na Educação, no Brasil, nasceu a partir do interesse de educadores de algumas universidades brasileiras motivados pelo que já vinha acontecendo em outros países como Estados Unidos da América e França. Em 1971 a Primeira Conferência Nacional de Tecnologia em Educação Aplicada ao Ensino Superior (I CONTECE), realizada na Universidade Federal de São Carlos, E. Huggins, especialista da Universidade de Dartmouth, E.U.A., minstrou um seminário intensivo sobre o uso de computadores no ensino de Física (Souza, 1983). Em 1982, no I Seminário Nacional de

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No entanto, a atividade de uso do computador pode ser feita tanto para continuar


Tecnologia e Mídias Informática na Educação, realizado em Brasília, Mme. Françoise Faure, encarregada da Área Internacional da Direção Geral das Indústrias Eletônicas e de Informática da França, ministrou uma das duas palestras técnicas do evento - a outra foi ministrada por Felix Kierbel, Diretor do Centro Nacional de Ensino de Informática do Ministério da Cultura e Educação da Argentina (Seminário Nacional de Informática na Educação 1 e 2, 1982). 29

No Brasil, como em outros países, o uso do computador na educação teve início com algumas experiências em universidades, no princípio da década de 70. Em 1971, foi realizado na Universidade Federal de São Carlos um seminário intensivo sobre o uso de computadores no ensino de Física, ministrado por E. Huggins, especialista da Universidade de Dartmouth, E.U.A. (Souza, 1983). Nesse mesmo ano, o Conselho de

Conferência Nacional de Tecnologia em Educação Aplicada ao Ensino Superior (I CONTECE). Durante essa Conferência, um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), acoplou, via modem, um terminal no Rio de Janeiro a um computador localizado no campus da USP (Souza, 1983).

2.1- O uso de recursos computacionais na educação

O educador pode fazer uso dos recursos das novas tecnologias como ferramentas educacionais. Uma destas ferramentas são os programas computacionais, tanto aqueles que estão no mercado como ferramentas para otimização do trabalho em empresas, como os chamados educacionais, dos quais a proposta é dar suporte ao processo de aprendizagem.

Assim, como todo recurso utilizado em sala de aula,

ossoftwares educacionais também devem passar por análise prévia do professor. Há

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Reitores das Universidades Brasileiras promoveu, no Rio de Janeiro, a Primeira


Tecnologia e Mídias que se avaliar as características visuais e também sua aplicabilidade dentro do projeto político-pedagógico da escola e do planejamento do professor. Existem diferentes maneiras de categorizar os programas computacionais que podem ser utilizados na Educação. Uma das maneiras, por exemplo, consistiria em classificar de acordo com a natureza do software esuas propriedades. Uma outra forma seria classificar pela finalidade para a qual o programa computacional é utilizado no 30

processo educacional, assim como, pesquisa, reforço, entre outros. Uma outra maneira ainda de classificar programas computacionais, seria a utilizada por Maddux et al. (1996), relacionada com o envolvimento do usuário no processo de utilização do software. Madduxet

al.

(1996),

no

livro

EducationalComputing:

Learning

formas de se utilizarem computadores na Educação. Assim sendo, define algumas características sobre aplicações computacionais, classificando-as em Tipo I e Tipo II. As aplicações computacionais do Tipo I são projetadas para ensinar da mesma maneira que já se ensina na escola tradicional, porém, de uma forma mais rápida, mais fácil, ou mais eficiente. As aplicações computacionais do Tipo II propiciam inovação e melhorias nas diversas maneiras de ensinar (Madduxet al., 1996, p.18). O referido autor explicita que dá grande ênfase às aplicações computacionais do Tipo II, mas que as aplicações computacionais do Tipo I não devem ser completamente evitadas. Conforme suas palavras.

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withTomorrow‟sTecnologies, discorrem, entre outros aspectos, sobre as diferentes


Tecnologia e Mídias “ … Não há nada de errado em fazer o ensino tradicional mais fácil, mais rápido e mais eficiente. De fato, boas aplicações computacionais do Tipo I, são úteis e convenientes, podem e devem desempenhar um importante papel. (Elas são usadas para livrar o professor de uma variedade de muitas e repetitivas tarefas, e, assim sendo, mais esforços podem ser devotados a um mais importante e mais criativo ensino.) Entretanto, aplicações 31

computacionais do Tipo I, por si mesmas, não importam o quanto bem aplicadas elas forem, não podem justificar computação educacional para críticos, para outros educadores, para membros de conselhos de escolas, para legisladores ou para o público, em geral. O uso das aplicações computacionais do Tipo I é insuficiente, pois, computação educacional é

custo em dólar estar diminuindo, hardware e software computacionais ainda exigem um substancial investimento financeiro.” (Maddux et al., 1996, p.18). O aspecto mais importante que Madduxet al. enfatizam consiste no fato de que, embora se deva utilizar, na sala de aula, esses programas, eles não são por si mesmos, importantes o suficiente para justificar o tempo, o esforço e o dinheiro requerido para introduzir e implementar computadores em escolas. É importante que as crianças aprendam fatos matemáticos, através desses programas, porém, outros meios e recursos didáticos menos dispendiosos podem ser utilizados com os mesmos propósitos (Madduxet al., 1996, p.21). Com o objetivo de esclarecer ao leitor as diferenças existentes entre as aplicações computacionais do Tipo I e II, descrevem-se abaixo, algumas das características dessas aplicações. Assim sendo, conforme o autor citado, as aplicações computacionais do Tipo I, geralmente, simulam umenvolvimento intelectual relativamente passivo, por parte do

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muito dispendiosa para devotar inteiramente a problemas triviais. Apesar do


Tecnologia e Mídias usuário e, assim sendo, não requerem deste um alto grau de envolvimento intelectual ativo. Embora

essas

aplicações

possibilitem

aos

usuários,a

todo

momento,

expressarem suas respostas, elas não exigem pensamentos complexos e, tampouco criativos. Como exemplo desse tipo de aplicação computacional, há os programas de DrillandPractice (Repetição e Prática), freqüentemente chamados de CAI (Computer32

AssistedInstruction). Quanto às aplicações computacionais do Tipo II, oautor acima citado refere-se a “electronicspreadsheets” (planilhas eletrônicas) como exemplo desses programas, e esclarece que “electronicspreadsheets” possibilitam ao usuário organizar dados numéricos e cálculos automáticos e comparações entre as várias particularidades dos

Nessa mesma perspectiva, quando se discute sobre as várias maneiras de se utilizar aplicativos computacionais na Educação, pensa-se sempre em como esses recursos tecnológicos poderiam ser utilizados da melhor maneira possível para enriquecer o processo ensino/aprendizagem, e, além disso, desenvolver a criatividade, o raciocínio e diversas habilidades nos estudantes. Em outras palavras, osprofessoreseducadores devem sempre refletir sobre as possibilidades desses aplicativos no desenvolvimento de processos de pensamentos. Observando-se aspectos e abordagens distintas, naliteratura sobre a utilização de computadores na Educação, escolhe-se para a presente descrição, uma fundamentação

teóricametodológica

baseada

em

alguns

autores,

que

serão

devidamente citados no desenvolvimento das idéias e concepções a respeito dessa temática.

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dados que foram coletados, no desenvolvimento de um projeto, por exemplo.


Tecnologia e Mídias Enfatiza-se ainda que o objetivo de descrever as diversas maneiras de se utilizarem programas computacionais nas escolas, entre outrosaspectos, constitui-se no fato de possibilitar ao leitor uma descrição de alguns ambientes computacionais e suas características, que podem ser utilizados pelos professores no desenvolvimento de temas, em diversas áreas do conhecimento. Além disso, objetiva-se, com essa descrição, contextualizar a Linguagem Computacional Logo e suas implicações teórico33

metodológicas neste cenário. Assim sendo, citam as seguintes categorias de softwares utilizados em Educação: DrillandPractice (Repetição e Prática), Tutorial Systems (Sistemas Tutoriais), Computer Simulations (Simulação), Problem-Solving software (softwares de Resolução de Problemas),Tool software (software de Ferramenta), Programming (Programação),

Existem várias maneiras de se utilizara tecnologia, mais especificamente, o computador na sala de aula. Algumas questões que emergem nas mentes de educadores preocupados em adequar os métodos de trabalho e teorias de ensino aos avanços tecnológicos expressam-se por: Como escolher um ambiente computacional, uma categoria de software para se utilizar na sala de aula? Quais os fatores que devem ser levados em conta?

Tomando como fundamentação teórica asabordagens de

diversos pesquisadores citados e, refletindo sobre esses questionamentos tão complexos e importantes, esclarece-se que a escolha de um software ou de um ambiente computacional merece reflexões e estudos a esse respeito. Tal escolha deve estar vinculada a uma filosofia educacional em que se acredita e se postula, a uma metodologia educacional e ainda aos objetivos que se quer alcançar no desenvolvimento de assuntos relacionados a diferentes áreas do conhecimento. Nesse sentido, um dos aspectos que deve ser considerado relaciona-se às diversas abordagens distintas sobre a utilização de computadores na sala de aula.

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Integrated Learning Systems (Sistemas Integrados de Ensino) e Computer-maneged.


Tecnologia e Mídias Nesse contexto, recorre-se a uma delas, qual seja: o computador e as novas tecnologias serão usados para promover o conhecimento, ou para melhorar e agilizar o processo ensino/aprendizagem? Nessa

perspectiva,

Simonsonet

al.

(1997)

esclarecem

que,

embora

drillandpractice e programas tutoriais forneçam algumas capacidades únicas para educadores, os dois tipos são freqüentemente classificados como aplicações que usam 34

o computador para fazer o que já tem sido feito sem ele. Ainda sobre esse aspecto, os referidos autores recorrem a Madduxet al. (1996), quando esses sugerem que, muito do trabalho computacional nas escolas pode ser caracterizado com uso da tecnologia Tipo I, ou seja, “Usar a tecnologia para fazer de maneira diferente e fraca o que já tem sido feito na sala de aula” (Simonson et al., 1997).

no ensino, infere-se que os ambientes de simulaçãosão bem aceitos e utilizados pelos professores no desenvolvimento de suas aulas. Uma reflexão sobre esse tipo de ambiente computacional consiste no fato de se pensar em como seria o desempenho dos estudantes diante de simulações. Nessa perspectiva, Madduxet al. (1996), explicitam que: “…como os outros métodos construtivistas, simulações colocam os estudantes em um papel ativo em um ambiente que possui um conjunto de regras. O ambiente pode ser real oufictício.” (p.219). Ambientes de simulação são ativos e, estudantes, nesses ambientes, envolvemse em simular fenômenos reais e imaginários. Eles podem processar entradas, variáveis, planejar ações, analisar problemas, tomar decisões, monitorar os progressos e coordenar seus esforços para alcançarem os objetivos delineados. Madduxet al. (1996) postulam que os “elementos participatórios”, no processo de resolução e interação dos estudantes nos ambientes de simulação, têm sido liderados por proponentes de diferentes perspectivas teóricas, tais como, John Dewey, Jean Piaget, Jerome Bruner, e

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Analisando aos aspectos relacionados aos ambientes computacionais mais utilizados


Tecnologia e Mídias Lev Vygotsky. Segundo as palavras de Madduxet al., esses teóricos, em suas teorias, concordam que “envolvimento no processo de aprendizagem é crucial para o sucesso” (p. 220). Quanto ao aspecto envolvimento do usuário, como um dos componentes fundamentais no processo da construção do conhecimento, faz-se necessário ressaltar que, quando se utiliza a linguagem computacional Logo, o usuário insere-se em um 35

ambiente de aprendizagem, no qual seu envolvimento e interação são traduzidos no processo de resolução de problemas, no micromundo da tartaruga. Nesse ambiente, o usuário não obtém respostas certas ou erradas, pois nada é rígido e pré-determinado, mas programao computador, cria suas próprias estratégias, avalia e redefine suas estratégias sempre que necessário, reflete sobre os seus objetivos e metas, e ainda,

particularidades do contexto Logo.

CAPITULO III- Mídias televisivas na educação

Freire (1979) propõe conhecer a realidade do aluno no sentido de compreender as diferenças culturais e as distâncias lingüísticas existentes na escola e no contexto do aluno, para que o professor possa planejar e executar o curso,selecionar os objetivos educacionais, os métodos de ensino e a própria avaliação do processo ensinoaprendizagem. A realidade que o aluno conhece e vive não é somente aquela empiricamente apreendida; é também, a realidade sonhada, a das idéias, das crenças, das emoções, das aspirações, das fantasias, dos desejos. O professor, quando tenta conhecer a realidade do aluno, costuma dar mais importância aos aspectos empíricos que constituem uma parte desta realidade, e impõe a ela um significado diferente do que

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reformula seu problema, adequando e reestruturando seus conhecimentos às


Tecnologia e Mídias o aluno lhe atribui. Desconhece as dimensões simbólicas da realidade, sem o quê é impossível ter acesso ao mundo do aluno e à sua visão sobre o mundo. A educação para a mídia implica em uma reformulação da atitude dos educadores que precisam aceitar que não são mais os únicos detentores do saber e que não existe mais uma única forma de ensinar e aprender. O professor compreendido como facilitador de aprendizagens é um intermediário de saberes, praticando uma pedagogia 36

ativa centrada no aluno e que tem um papel decisivo na construção do cidadão crítico e ativo. Para integrar a televisão no processo educativo é preciso atualizar os docentes no desempenho da sua profissão, oferecendo uma formação para o desenvolvimento das competências de percepção, leitura e expressão, nas dimensões técnica, simbólica, cultural e condições para reflexão crítica das mensagens que circulam na mídia.

práticas de executar a tarefa de educação para as mídias, pois é responsável pela elaboração das aprendizagens e pela coerência da informação, a escola detém a legitimidade cultural e as condições práticas de ensinar a lucidez e a criticidade às novas gerações. A integração da mídia à escola pode se realizar em dois níveis: como instrumento pedagógico, fornecendo suporte para a melhoria da qualidade de ensino e como objeto de estudo, fornecendo meios para o domínio desta nova linguagem e a forma de expressão que eles introduzem no universo infantil, principalmente em relação à televisão. Cabe à escola capacitar seus alunos a fazerem da TV que eles vêem todos os dias um uso crítico e ativo. Segundo Fischer (2003) tornar a TV objeto de estudo significa adentrar esse mundo da produção de significações, através do estudo de uma linguagem específica, da análise de um meio de comunicação que se tornou para todos os brasileiros, de certa forma, indispensável, em termos de lazer e informação. O importante é

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De acordo com Belloni (2001, p.46) é a escola que tem condições teóricas e


Tecnologia e Mídias “imaginar possibilidades concretas de análise que dêem conta da TV simultaneamente como linguagem e como fato social” (FISCHER, 2003, p.17). “Apropriar-se desse meio, estudar suas estratégias de endereçamento, de criação de imagens e sons, compreender a complexa trama de significações que aí estão em jogo” (FISCHER, 2003, p. 51) é responsabilidade de todos aqueles que estão envolvidos com o processo educativo. O trabalho pedagógico com a televisão e seus produtos “é de 37

transformá-los em documentos para fruição, investigação e pensamento, retirando-os por instantes daquele conjunto de objetos que olhamos „quase sem olhar‟” (FISCHER, 2003, p.57). Cada novo meio de comunicação incorpora a linguagem do anterior, melhorando e abrindo novos espaços. Assim, a televisão adotou a linguagem do jornal, do rádio e do

de novas tecnologias. A TV se tornou mundial e instantânea, devido às transmissões por satélite, podendo atingir qualquer parte do mundo. A linguagem audiovisual predominante na mídia, sobretudo na televisão, é conseqüência da aceleração no trânsito de informações, proporcionada pelo avanço tecnológico e se fundamenta na imagem, que é a forma mais poderosa de comunicação. A linguagem da televisão torna-se eficiente porque utiliza a imagem, o som e o movimento para envolver totalmente o telespectador. Estamos vivendo uma cultura da imagem, que não emprega as mesmas regras da cultura do texto escrito. A televisão foi considerada por alguns autores como a maior invenção do século XX e também a mais polêmica e poderosa de todas. Ela surgiu através de pesquisas de vários cientistas. Desde o início do século XIX havia uma preocupação por parte de muitos cientistas com a transmissão de imagens à distância. Também foi um século marcado por grandes invenções, onde o ritmo de desenvolvimento foi acelerado.

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cinema, utilizando-as de maneira mais ampla e eficaz, principalmente com a introdução


Tecnologia e Mídias Surgiram novos recursos para a comunicação que eram rapidamente incorporados às descobertas. Ocorreu uma espécie de corrida científica e tecnológica. A palavra em inglês television tem como origem a junção do prefixo grego tele, que significa distante, e do termo vision e foi traduzido, literalmente, para o português como televisão. Seu suporte técnico é basicamente a transmissão de imagens vídeo gráficas através das quais a informação é passada. Não há como diminuir o poder ou 38

negar a importância da mídia na vida das pessoas. Todos os dias somos bombardeados por informações. A força da televisão resulta mais do código e da linguagem que utiliza que do seu conteúdo. Ao mesmo tempo em que se questiona o conteúdo transmitido pelo meio, nos deixamos envolver pela sua forma. De acordo com Moran (2000) a TV desenvolve formas sofisticadas, multidimensional de comunicação sensorial, emocional

Ela mexe com os sentimentos das pessoas, utiliza a linguagem conceitual, falada e escrita, mais formalizada e racional integrando a imagem, a palavra e a música dentro de um contexto de comunicação afetiva, com forte impacto emocional, o que facilita a recepção das mensagens. A televisão desde seu surgimento, causou grande impacto social, tornando-se objeto de estudo de vários pesquisadores. Mas foi a partir dos anos 50 que surgiu o interesse teórico em relação ao fenômeno da televisão como meio e linguagem. Nessa época, surge uma tendência acadêmica, principalmente no campo da comunicação e da semiótica, que passa a estudar a TV em vários aspectos. Para Mcluhan (1996, p.21) os meios são extensões do homem e seus efeitos estão relacionados à maneira como estes atuam sobre a percepção humana, a partir de suas especificidades técnicas, é nesse sentido que o autor divulga o slogan “o meio é a mensagem”. De acordo com o pensamento de Mcluhan o meio era o elemento constituinte da mensagem, sendo impossível separar os dois. Para o teórico, a

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e racional, incluindo mensagens e linguagens que facilitam a interação com o público.


Tecnologia e Mídias mensagem seria, portanto, uma mudança de escala, cadência ou padrão que o meio provoca nos hábitos perceptivos, ampliando e acelerando processos já existentes. Para ele “o „conteúdo‟ de qualquer meio ou veículo é sempre um outro meio ou veículo. A indústria cultural para Adorno e Horkheimer (1985) caracteriza dois fatos: a ação dos veículos de comunicação de massa e o resultado da ação deles sobre o público. A expressão foi criada para diferenciar as manifestações espontâneas da 39

cultura popular ou cultura de massa das manifestações intencionalmente criadas, manipuladas e conduzidas pelos detentores da ordem econômica e social – a indústria cultural. Essa indústria se caracteriza por um conjunto de procedimentos que buscam eliminar ou reduzir as diferenças individuais do público-alvo para conseguir uniformidade ou padronização da massa – massificação. Esta padronização visaria transformar todos

Para Adorno (1985) a televisão, a comunicação e a cultura popular, como um todo, se afirmou como fatores de desestímulo do aprendizado da palavra escrita, do pensamento abstrato e do aprendizado escolar, conseqüência da crise da cultura humanista herdada dos séculos XVIII e XIX da separação entre as ciências humanas e naturais que deixou um grande fosso no pensamento. Edgar Morin (1999, p. 51) propõe a religação entre essas culturas: “Acrescento que a religação constitui de agora em diante uma tarefa vital, porque se funda na possibilidade de regenerar a cultura pela religação de duas culturas separadas, a da ciência e a das humanidades” (grifos do autor). A cultura humanística, ainda segundo Morin, compreende a história, a literatura, a filosofia, a poesia e as artes. Martín-Barbero (2003) cujo pensamento é marcado pela transdisciplinaridade a comunicação lida e incorpora várias áreas de conhecimento como a política, a sociologia, a lingüística, a cultura, a economia, semiótica, a psicologia, etc. Esta visão também é compartilhada por Mattelart (2003, p 9) “os processos de comunicação

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em consumidores passivos (e massivos) das mercadorias.


Tecnologia e Mídias suscitaram o interesse de ciências tão diversas quanto a filosofia, a história, a geografia, a psicologia, a sociologia, a etnologia, a economia, as ciências políticas, a biologia, a cibernética ou as ciências cognitivas”. Umberto Eco (2000, p.337) levanta a questão “a quem se dirige a TV e o que o telespectador frui, realmente, quando se encontra diante de um vídeo”. Para responder a pergunta o autor enfatiza a importância dos estudos psicológicos, para analisar as 40

situações do espectador diante do vídeo, dos estudos sociológicos para verificar as modificações introduzidas pelo exercício contínuo dessa situação nos grupos humanos, bem como tipo de exigências que os grupos dirigem ao meio de comunicação; que recai nos problemas da psicologia social, para avaliar as novas atitudes coletivas e as reações motivadas por um novo tipo de relação psicológica exercida em particular situação

pedagogia e, naturalmente, da política. O autor italiano reuniu algumas posições críticas sobre o assunto e propôs alguns limites para analisar o fenômeno da televisão, fazendo um cruzamento entre a visão sociológica com a visão da semiótica. Para ele importa analisar o que o público recebe em relação à TV, como fato comunicacional e destaca três elementos: intenções do remetente (da mensagem); as estruturas comunicacionais (o meio e o código da mensagem); as reações do receptor (a situação sócio-histórica do público receptor e seus repertórios culturais para a decodificação da mensagem consumida) (ECO, 2000, p.366). Para De Certeau (1994, p.93) “analisadas as imagens distribuídas pela TV e o tempo que se passa assistindo aos programas televisivos, resta ainda perguntar o que é que o consumidor „fabrica‟ com essas imagens e durante essas horas”. Sendo assim, a televisão é um meio que faz parte do contexto social, pertence a uma determinada área não muito conhecida das ciências sociais, que dão mais importância para organizações e problemas mais dominantes e que são mais comuns da sociedade. De Certeau tentou

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sociológica; com todas as conseqüências daí advindas da antropologia cultural, da


Tecnologia e Mídias elaborar um esquema para analisar os processos do ponto mais complicado de ser entendido, ou seja, o indivíduo que recebe a mensagem da televisão poderia não estar tão influenciado pelo conteúdo da mensagem, ao contrário do que pensavam alguns teóricos a respeito. O consumo de produtos “os bens culturais” deve ser pensado de acordo com o repertório de operações dos consumidores, que formariam uma espécie de “rede de produção”, na medida em que se “apropriam” ativamente dos produtos. 41

A recepção é um conceito fundamental na obra de Martín-Barbero (2003). Com ele inaugura-se uma linha teórica que vai constituir a mais original contribuição latino-americana para o estudo da comunicação. O receptor não é um sujeito passivo que recebe as informações de maneira estática, mas é um sujeito dinâmico, questionador e criativo, cuja iniciativa está marcada pela complexidade da

meios. Enquanto as teorias críticas destacam o caráter despolitizado e sem significação da vida cotidiana, por não estar inscrito diretamente na estrutura de produção, MartínBarbero enfatiza a importância da vida cotidiana como possibilidade de uma nova leitura dos meios. O estudo da recepção busca construir uma análise integral do consumo entendido como o conjunto dos processos sociais de apropriação dos produtos, inclusive os simbólicos. Durante muito tempo, a escola exerceu de forma prioritária a função de transmitir informações e conhecimentos, mas pouco a pouco, esse papel também vem sendo desempenhado, com relativa eficiência, pelos vários meios eletrônicos (rádio, televisão e Internet). Eco (2000, p. 350) afirmou a respeito da televisão: “a TV parece, portanto, ter desviado os leitores superficiais de uma série de leituras superficiais”, não podendo ser culpada pela crise da palavra escrita. A crise da palavra escrita em um país em desenvolvimento, como o Brasil, não pode ser comparada com a de países europeus,

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vida cotidiana, que vai proporcionar-lhe a produção de sentidos na relação com os


Tecnologia e Mídias por exemplo. É preciso estabelecer uma relação entre a palavra escrita, a televisão, e a posição que esta ocupa dentro de determinada sociedade. A inclusão da televisão à sala de aula e com sua integração ao modelo de comunicação ativa será aproveitado o que cada um oferece de melhor, deixando de lado suas limitações. Ferrés (1996) destaca que uma das vantagens de incluir a televisão na escola é o fato de tornar o ensino significativo, pois o ato de assistir à televisão é uma 42

atividade que os alunos dedicam a maior parte do tempo e sendo a televisão um elemento decisivo na formação do imaginário coletivo das novas gerações de alunos, então aprender a partir da televisão facilitará e reforçará a aprendizagem porque auxilia o aluno a vincular os novos conteúdos a conteúdos fortemente enraizados em sua mente. Uma outra vantagem é a de prolongar o processo de ensino-aprendizagem para

televisão dentro de um contexto de comunicação ativa, ou seja, de análise crítica, a reflexão surgirá espontaneamente quando assistirem a imagens semelhantes fora da sala de aula. No

que

se

refere

às

informações

recebidas

através

da

televisão

é

responsabilidade da escola tentar ajudar o aluno a interpretá-las, mostrando o caminho para descobrir a verdade. O professor pode, a partir da informação recebida pelo aluno, seja através da novela, do jornal e de programas infantis, levantar questões quanto ao conteúdo veiculado. A televisão é e será aquilo que nós fizermos dela. Nem ela, nem qualquer outro meio, estão predestinados a ser qualquer coisa fixa. Ao decidir o que vamos ver ou fazer na televisão, ao eleger as experiências que vão merecer a nossa atenção e o nosso esforço de interpretação; ao discutir, apoiar ou rejeitar determinadas políticas de comunicação, estamos, na verdade, contribuindo para a construção de um conceito e uma prática de televisão. O que esse meio é ou deixa de ser não é, portanto, uma

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além dos muros escolares, pois ao adquirir na escola o hábito de situar as imagens da


Tecnologia e Mídias questão indiferente às nossas atitudes com relação a ele. Nesse sentido, muitos discursos sobre a televisão às vezes me parecem um tanto estacionários ou conformistas, pois negligenciam o potencial transformador que está implicado nas posturas que nós assumimos com relação a ela; e „nós‟, aqui, abrange todos os envolvidos

no

processo:

produtores,

consumidores,

críticos,

formadores,

etc.

(MACHADO, 2000, p.12). 43

Os programas de TV considerados de baixo nível, e que são de grande audiência, devem ser problematizados. Eles precisam ser analisados, dentro da própria escola, de modo interativo e multidisciplinar. A partir daí, tentar construir no aluno a capacidade de análise ao encontrar os momentos em que a cidadania foi violada; em que a exploração do indivíduo foi posta em destaque ou a falta de ética e a exaltação do grotesco foi

ela pode ser interpretada de modos diferentes. Com isso os alunos, que fazem parte do público, poderão controlar a mensagem e suas variadas interpretações. O caráter autoritário do verbal da televisão constitui uma preocupação da escola. Levar a TV para a sala de aula, e fazer uma análise de como as coisas são faladas e feitas, estudar as notícias e os conteúdos transmitidos, para questionar sua verdade impõe-se como um imperativo à escola atual até porque a TV é um poderoso instrumento de divulgação e integração de informações e conhecimentos. É necessário alfabetizar as crianças e aprofundar a competência dos jovens para a leitura e análise, em vários níveis, do texto televisual, da mesma forma que se espera que o texto escrito seja lido, analisado, compreendido e criticado, tendo em vista a própria experiência de vida do aluno. A linguagem audiovisual usada na televisão trabalha com os mitos, com as marcas do imaginário social, que contribuem para a sua própria instituição e modificação do real. Estes meios, através de pesquisas de opinião, procuram atingir o seu público-

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evidenciada. Ao analisar a mensagem recebida pelos alunos, a escola tenta mostrar que


Tecnologia e Mídias alvo combinando informações sobre as necessidades de natureza material e simbólica, desejos, sonhos, crenças e fantasias das massas. O discurso da televisão se materializa a partir de seus roteiros de novela, sua propaganda, seleção de filmes e a organização das notícias, que mexem com o nosso campo simbólico, nossas idéias, nossos sagrados, nossas utopias. A TV combina de modo coerente, através da imagem e do uso da linguagem, crenças, mitos, fantasias para seduzir e criar novos desejos e formas 44

de satisfazer necessidades elementares, ou seja, cria um supra-real que aparece como um real ideal, quebrando as nossas resistências racionais. Sem motivação a aprendizagem não ocorre e a escola não costuma destacar-se pela sua capacidade motivadora. Uma das diferenças entre a televisão e a escola está no fato de que a televisão possui uma enorme capacidade de sedução, mas com risco

personalização, mas quase nenhuma capacidade de fascínio. Com a incorporação da televisão à sala de aula e com sua integração ao modelo de comunicação ativa será aproveitado o que cada um oferece de melhor, deixando de lado as suas limitações. A escola deveria ser a responsável por fazer com que tanto as crianças, quanto os jovens e adultos, pudessem passar da cultura primeira à cultura elaborada. A chamada cultura primeira é aquela adquirida fora da escola de maneira informal no processo de formação global do indivíduo. As crianças aprendem muitas coisas diante da televisão, e sentem-se também, por meio dela, parte do mundo. Portanto, ela se torna indispensável na formação geral hoje, mas também possui várias limitações em termos de educação. Ao esquematizar coisas e simplificar fenômenos, ela pode cair na mistificação, e na banalização da cultura, por isso deve ser acompanhada, na escola, por uma análise crítica da mensagem transmitida. É função da escola a educação para a mídia. A televisão se for usada com inteligência, espírito crítico e orientação pode

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de despersonalização, enquanto que a escola possui uma vontade manifesta de


Tecnologia e Mídias contribuir para a aprendizagem, pois desenvolve habilidades mentais diferentes das desenvolvidas pela leitura e escrita. Em nossa sociedade, a televisão se apresenta como um meio onde o domínio dos códigos escritos não é suficiente para a recepção básica das mensagens transmitidas. Com isso, muitos segmentos da sociedade, semi-analfabetos e até analfabetos, puderam ter acesso a conteúdos diversos que antes só seria possível por meio da 45

palavra escrita. Cabe à escola pensar como a televisão realiza a socialização de conteúdos variados (estéticos, informativos, científicos, de entretenimento, etc.) sem passar pela codificação da palavra escrita. Uma das maiores críticas feitas à escola é seu distanciamento em relação ao contexto das crianças. A escola permanece fechada nas quatro paredes da sala de aula.

para qualquer proposta pedagógica. As crianças que chegam à sala de aula estão impregnadas de mensagens da mídia, sobretudo da televisão, mas o fato é ignorado pela escola tradicional, para a qual existe apenas uma cultura e um saber, aquele promovido pela educação formal. A televisão pode ajudar a escola a facilitar o processo de aprendizagem, ampliando e melhorando, através de seus recursos, as próprias dimensões da escola e da educação formal. A TV como grande aliada da educação, pode facilitar a aprendizagem, em todos os seus níveis, e em todas as disciplinas e graus de escolaridade. O problema não é mais se a mídia deve ou não estar presente na escola, mas sim como utilizá-la. Integrar à escola os estudos de educação para a mídia, sobretudo da televisão, como instrumento pedagógico e como objeto de estudo, para gerar ao mesmo tempo o espírito crítico do cidadão e a capacidade de análise do educando. A inclusão, nos currículos escolares, de programas de leitura e interpretação da televisão equivale a ajudar a criança a ler e interpretar o mundo em que vive.

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Ela precisa considerar toda realidade existencial dos educandos como ponto de partida


Tecnologia e Mídias A participação da mídia televisiva na vida de todos, nas criançasem fase de educação infantil e adolescentes é enorme. Ela forma opiniões, cria conceitos, direciona o consumo e influência o comportamento. As crianças durante a educação infantil , em especial, imitam o que vêem na tela ou incorporam padrões de comportamento por ela propostos. Estes valores nem sempre constituem preocupação dos responsáveis, estando sempre ameaçados por vultosos interesses econômicos. 46

Infelizmente grande parte da programação atual oferecida pelos canais de televisão envolve violência . Centenas de estudos sobre os efeitos da exposição a esta violência nas crianças e adolescentes têm sido realizados nos Estados Unidos e

·

Tornar-se imune ao horror da violência e a jogos violentos.

·

Gradualmente aceitar a violência como forma de resolver conflitos.

·

Reproduzir a violência observada nos filmes e jogos.

·

Identificar-se com características inconvenientes de vítimas e/ou agressores. Além destes efeitos citados a permanência prolongada nesta atividade está

associada a: ·

Atividades solitárias e sedentárias com hábitos alimentares inadequados (excesso

de consumo calórico e de sódio: ingestão de batata frita, pipoca, fastfood, bolachas ...), que podem levar a obesidade e elevações da pressão. ·

Reprodução de insultos e agressões expostos nos jogos de computador;

·

Distúrbios do sono (Insônia) desde a educação infantil

·

Diminuição da comunicação inter-familiar e isolamento;

·

Dificuldades escolares; (começando na educação infantil)

·

Exposição maciça a propaganda focada no consumo de tabaco, de álcool, de

roupas de grife e brinquedos e jogos da moda etc;.

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permitem pressupor que esta clientela possa:


Tecnologia e Mídias · ·

Hiperestimulação sexual e antecipação do início da vida sexual; Distúrbios de atenção aos 7 - 8 anos de idade têm sido descritos em crianças

expostas a televisão antes dos 2 anos (fase da educação infantil). Para se avaliar a influência da mídia no comportamento basta observar o modo como as crianças de hoje dançam ese vestem, bem como seus jogos e passa tempos . Programas de televisão freqüentemente apresentam temas vulgares, com forte apelo 47

sexual (dança da garrafa, da “bundinha”, da vassoura, bailes funk). Novelas exibidas a tarde e no início da noite exibem um mundo absurdo, denegrindo valores, a família, a religião, banalizando o sexo e a violência.

·

Reduzir o tempo para ver televisão a uma ou duas horas por dia.

·

Ajudar seus filhos a encontrar outras atividades que substituam a televisão, como

esportes, hobbies e atividades familiares em grupo. ·

Conhecer os programas que seus filhos vêem. Quando eles mostram cenas de

sexo, abuso de drogas ou violência, ajude-os a compreender o que estão vendo, mostrando toda a extensão do problema. ·

Impedir a instalação de aparelhos de TV nos quartos das crianças.

·

Manter livros, revistas e jogos de tabuleiro na saleta de TV.

·

Não usar a televisão como babá eletrônica de seus filhos.

·

Não permitir que crianças com idade inferior a 2 anos sejam expostas a mídia

televisiva. ·

Não permitir refeições ao mesmo tempo em que assistem à televisão.

·

Ser um exemplo vivo do que deseja ensinar. A mídia televisa desempenha um papel importante na socialização do ser

humano, influenciando o modo de vestir, falar, pensar, além de comportamentos e

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O que os pais podem fazer a respeito?


Tecnologia e Mídias valores. Atua como referencial para jovens, crianças e adultos quanto à forma de ser e agir. A integração da mídia na escola pode ser realizada como recurso de ensino e como objeto de estudo. Como recurso de ensino, o professor pode envolver trechos de propagandas, filmes, telenovelas, desenhos animados, telejornais ou qualquer outro programa 48

televisivo como auxílio para discussão de assuntos com temas atuais e polêmicos, como sexualidade, violência, drogas, meio ambiente, ética, etc. Como objeto de estudo, utilizar os assuntos da mídia nas aulas, destacando sua influência, o incentivo à violência, o papel na formação do ser humano, entre outros temas. A partir daquilo que a mídia apresenta, o professor planeja e desenvolve sua

O vídeo também traz grandes contribuições ao ensino; ele está ligado umbilicalmente à televisão, portanto seu uso sem esta é praticamente impossível. Existe grande variedade de programas de vídeo que podem ser aproveitados na escola: desenhos animados, comerciais, programas educativos, informativos e outros, mas alguns cuidados devem ser tomados ao utilizar o vídeo. A sua escolha começa no planejamento do professor. Um dos cuidados que precisam ser considerados na utilização do vídeo em sala de aula são as formas inadequadas que podem causare descaracterizar seu uso, comprometendo todo o trabalho do professor. Antes de mostrar um vídeo aos alunos é importante o professor fazer secagem técnica desse material (duração, cor, imagem, som ) e pedagógica (aspectos mais importantes, cenas, adequação a faixa etária, linguagem, conteúdo, etc)

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aula, integrando o conteúdo à vida do aluno.


Tecnologia e Mídias O vídeo nunca deve ser utilizado como Vídeo-tapa-buraco, vídeo enrolação, vídeo-deslumbramento,etc. Proposta correta de sua utilização: sensibilização, ilustração, simulação, conteúdo de ensino e dinâmicas de análise do vídeo em sala de aula – leitura em conjunto, leitura globalizante, leitura concentrada e leitura funcional. Esse veículo de comunicação desempenha diversos papéis no seio das famílias brasileiras como lazer, informação, cultura, educação etc. 49

Num mundo capitalista, globalizado e cada vez mais consumista, a televisão deixou de exercer, talvez, seu papel mais nobre e admirável: o de coadjuvante da educação para fins de cidadania. Passou a atender outros interesses, menos ilustres e mais lucrativos, desvirtuando-se do sonho possível de ser uma ferramenta cultural educativa.

vencida pela última, embora tenham sido feitas tentativas no sentido de integrar ambas. Os apelos da mídia televisiva são muito mais atraentes, como afirma Belloni (2001): Neste cenário, os meios de comunicação constituíam uma escola paralela, através da qual as crianças, assim como os adultos, estariam aprendendo conteúdos mais interessantes e atraentes do que os da escola convencional (BELLONI, 2001, p.17). Este autor, entre tantos estudiosos preocupados com a análise dos diferentes efeitos do impacto da tecnologia na sociedade e na educação, apontam para o essencial da questão, as tecnologias são mais do que meras ferramentas a serviço do ser humano. Ao interferir nos modos de perceber o mundo, de se expressar sobre ele e de transformá-lo, estas técnicas modificam o próprio ser humano em direções desconhecidas e talvez perigosas para a humanidade.

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A difícil e desproporcional luta entre a educação formal e televisão tem sido


Tecnologia e Mídias Na procura desesperada pela audiência imediata, fiel e universal, os meios de comunicação hiper ?exploram nossas emoções, fantasias, desejos, medos e aperfeiçoam, continuamente, estratégias e fórmulas de sedução e dependência. Passam com incrível facilidade do real para o imaginário, aproximando ?os em fórmulas integradoras, como nos reality - shows. A má qualidade da televisão brasileira, sua formatação, conteúdos e mensagens, 50

não correspondem a objetivos educativos e pedagógicos comprometidos com o desenvolvimento cognitivo e intelectual de crianças e adolescentes, nem com a transformação que nossa sociedade necessita. Para Morassutti (2001), desde que a televisão começou a fazer parte de nossos lares, passou a ser objeto de curiosidade, reflexão e estudo. Ora se aponta seu possível

Contudo, sua potencialidade como instrumento de formação de opinião não são ignoradas: alguns estudiosos chegam a defender a sua incorporação nas escolas, não apenas como uma ferramenta do professor, mas como próprio objeto de estudo para os educandos. Atualmente, o mundo está cada vez mais voltado para o mundo está voltado para as novas tecnologias: dentre eles os computadores, netbooks e celulares de altíssima geração e com infinitos recursos que aguçam os interesses do ser humano. E, nós educadores devemos incentivar, orientar e acompanhar nossos alunos, levando-os a interagir, participar desse mundo tecnológico. Mundo esse, que devemos selecionar o que tanto tem de bom para a troca de experiências entre os colegas. A internet é um grande campo de informações e de muita utilidade na nossa vida, e precisamos orientar nossos alunos a filtrar as grandes utilidades desse meio de comunicação e tecnologia nos focando a favor da aprendizagem.

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efeito prejudicial sobre a sociedade como um todo, sobre a família, sobre a criança.


Tecnologia e Mídias Na escola, os computadores, principalmente com os laboratórios de informática, são ferramentas relevantes na motivação dos alunos, tendo em vista os desafios dos docentes, no sentido de dinamizar as aulas e contribuir para a construção de aprendizagens significativas. Jamais seremos as mesmas pessoas, se utilizarmos a tecnologia votada para as nossas atividades dos nossos alunos. Tecnologia essa que não se prende apenas o uso 51

do computador e sim as mídias em geral. Com o laboratório de informática implantado nas unidades, podemos ir além do quadro, giz e papel. E já podemos vivenciar o estímulo e dedicação dos alunos ao desenvolver uma atividade no computador. E, se hoje, vivenciamos o mundo das TICs, cabe nós educadores incentivar e

novas estratégias que estimulem e potencialize. Pessoas se perguntam se a informática tem ou terá um impacto na aprendizagem e essa não é realmente a questão. Em primeiro lugar porque a definição de aprendizagem é muito ampla, em segundo estas pessoas muitas vezes não entendem que a palavra tecnologia tem muitas definições e, em terceiro, temos o fato de que a grande maioria dos professores não estão preparados para fazer uso destas tecnologias. É claro que a informática terá um impacto na aprendizagem e tentarei esclarecer alguns temas relacionados a tecnologia aplicada à aprendizagem, mas mantendo em perspectiva que este impacto vai depender diretamente da área de informática que estamos aplicando e também de como definimos “aprendizagem”. Em muitos estudos acadêmicos, a tecnologia não faz diferença nas avaliações dos alunos por diversas razões como, por exemplo, uma das mais óbvias é porque a

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orientar nossos alunos o uso do computador e da internet em prol da educação criando


Tecnologia e Mídias maioria dos professores consideram e-mail, Word, Power-Point, Excel e até mesmo o uso de um lap-top como tecnologias de baixo nível técnico. Em outra ponta da tecnologia temos os jogos, realizados por conta do uso de tecnologia de informática em uma de suas formas mais avançadas, que têm um impacto em avaliações e no aprendizado de matemática. Em uma de minhas aulas, ajudo alunos a aprenderem conceitos de design com o 52

uso de jogos de computador e, é claro, eles pontuaram mais em suas avaliações usando jogos como pratica de aprendizagem. Acredito que o desafio seja mais complicado do que parece e minha posição é de que os estudos relacionados a computadores no aprendizado deveriam ser reavaliados a fim de podemos medir seus os efeitos para a realização de diferentes objetivos e

O ponto principal desta reavaliação seria, é claro, a reciclagem dos professores que hoje têm uma jornada de várias aulas, quase sem pausa e com uma mínima preparação na área de informática. Isso nos trás um (d) efeito imediato, já que estes professores estão no máximo de sua capacidade horária e sem preparo pedagógico e técnico para o uso da tecnologia em suas aulas. Porque? Porque sem treinamento do corpo docente não adianta ter a tecnologia disponível e é isso que hoje, infelizmente, está acontecendo nos Estados Unidos na área de educação: há professores sendo orientados a usar tecnologia na sala de aula que eles não entendem. Temos que capacitar o professor, treiná-lo e reciclá-lo sempre para que, a partir deste ponto, consigamos medir e aprovar o uso da tecnologia para a aprendizagem. Portanto o único caminho de se implementar tecnologia oficialmente e verificar a sua

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níveis de aprendizagem.


Tecnologia e Mídias eficácia é envolvendo professores no processo de seleção, dar a eles poder de decisão nas escolhas destas tecnologias e treinamento. Muito treinamento. Por outro lado, no "mundo real" os questionamentos são contínuos, são importantes e o orçamento é sempre apertado e mais uma vez a conclusão que chego é que sim, vale a pena investigar se tecnologia faz diferença e se os professores sabem realmente usar essas ferramentas. 53

Este é um assunto é demasiadamente complicado para omitir os desafios que precisamos superar, afinal não há como se medir o impacto dos computadores em sala de aula sem levar em consideração o tempo ou nível de conhecimento dos professores. Qualquer resposta que não considere essas variáveis seria leviano e a única maneira de investigar essas variáveis, sob as circunstâncias atuais, é lembrar sempre

país. A tecnologia e a educação devem andar juntas. Essa frase faz cada vez mais sentindo no universo acadêmico brasileiro. De acordo com Oge Marques, especialista em novas tecnologias educacionais e professor da Universidade Atlântica da Flórida, o uso de tecnologias como smartphones, tablets e de mídias sociais deve ser incentivado dentro das salas de aula. O especialista, que esteve no Brasil para ministrar uma palestra sobre o tema, afirmou que é possível transformar tais ferramentas, tidas como inimigas dos estudos, em uma forma divertida de entender melhor os conteúdos educacionais. Para Marques, essas tecnologias estão quebrando paradigmas e podem ser incorporadas nas escolas. Segundo Oge Marques, por meio do Twitter é possível aprofundar questões sobre temas que surgem dentro das salas de aula. E as demais redes de relacionamento podem ser usadas para os estudantes trocarem conhecimentos com professores e outros colegas de classe. A melhor maneira de obter um bom desempenho dos alunos

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que o ensino é para as crianças, com impacto quase que imediato no futuro de qualquer


Tecnologia e Mídias por meio das mídias sociais é permitir o acesso a esses sites, dentro do ambiente escolar. No entanto, é imprescindível que o professor faça o papel de mediador, mostrando que informações devem ou não ser aproveitadas. Cabe destacar que sem a orientação adequada, os sites deixam de ser ferramentas pedagógicas. O professor afirma também que, hoje, o Brasil não consegue 54

usar as redes sociais como ferramentas pedagógicas de forma sistemática por não ter professores preparados para isso. É fundamental que os educadores estejam preparados para trabalhar com as mídias sociais em aula. A falta de preparo dos professores é um dos grandes obstáculos. O grande desafio do século XXI no campo educacional, tem sido o de conciliar a

da tecnologia no interior da sala de aula o governo tem tomado iniciativas, como por exemplo, o Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo), lançado em 1997, apresentando como objetivo a promoção da utilização pedagógica da informática na rede pública de educação básica. Segundo Fagundes (2011) o referido programa não atingiu suas metas iniciais, as quais correspondiam à instalação de 300 mil computadores nas escolas públicas, detectando-se mais tarde que somente 4% das escolas das capitais receberam os equipamentos, sem contar que estes já estão inapropriados para o uso, e pior, muitos professores não possuem formação compatível para o uso de recursos tecnológicos. Uma pesquisa realizada em 2009, pela Fundação Victor Civita e Ibope Inteligência e a LSI-TEC, revelou que falta de equipamentos não é mais um empecilho, na realidade o desafio principal é capacitar os docentes para que saibam aplicar determinados recursos tecnológicos em suas aulas, visando uma aprendizagem satisfatória dos alunos.

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tecnologia com o processo de ensino-aprendizagem. Para alavancar o desenvolvimento


Tecnologia e Mídias Atualmente, a aquisição de equipamentos está mais barata, e as políticas públicas tem focado no sentido de modernizar os currículos escolares, inserindo conteúdos e atividades interdisciplinares que apliquem ferramentas tecnológicas, propiciando mais realidade às aulas do dia-a-dia. Todavia, o sucesso da política educacional e a eficácia do processo de ensino e aprendizagem não dependem unicamente de novos aparelhos, a figura do professor é importante, do ponto de vista 55

que suas concepções e experiências contribuem para o aperfeiçoamento e aprendizagem do educando. O não investimento na capacitação docente é um dos fatores pelo qual a aprendizagem tem sido ineficaz na sala de aula. Não adianta investir em equipamentos de última geração e não levar em consideração o capital humano. Somente unindo a

portas para a aquisição de novos conhecimentos pelo aluno.

CAPITULO IV- A pratica docente e as mídias educacionais: convergências e divergências

A educação está se abrindo progressivamente para autilização das tecnologias da informação e comunicação em seu contexto pedagógico. E, por conseqüência, o desafio imposto exige uma prática pedagógica do professor que venha atender as exigências da sociedade na produção do conhecimento. Ou seja, o professor tem sido desafiado a ultrapassar seu papel autoritário e de dono da verdade para se tornar um articulador, pesquisador crítico e reflexivo e principalmente que se aproprie dos recursos tecnológicos disponíveis em ambientes virtuais. Behrenset al. (2007, p. 2) afirma que: Longe de ser uma mudança tranqüila de procedimentos didáticos e de opção crítica pela utilização da tecnologia, trata-se de um movimento de mudança

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tecnologia e o docente em prol do uso pedagógico desta ferramenta é que se abrirá


Tecnologia e Mídias paradigmática que são permeadas por questões que exigem um processo de investigação e reflexão aprofundado. Assim, os docentes necessitam agir demaneira reflexiva para não adotarem recursos de forma acrítica, descontextualizada dos meios e da repercussão social, econômica, política e cultural no qual estão inseridos. Entende-se por paradigma: “as realizações científicas universalmente conhecidas, que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluçõesmodelares para uma 56

comunidade praticante de uma ciência.” (KUHN, 1962, p. 13)

Esta

nova

sociedade

do

conhecimento

exige

também

novos

modelos

educacionais, capazes de atender às necessidades de formação profissional da atualidade. Achou abrigo nesta necessidade a Educação a Distância que se apresenta

uma extensão territorial grande e com uma população submetida a uma péssima distribuição de renda e que têm acesso a um ensino de qualidade, seja qual for o nível No entanto, este quadro atual da educação tem provocado diferentes posturas dentro da sociedade acadêmica. Alguns educadores estão assustados, pois se percebem incapazes para um uso efetivo desta tecnologia, enquanto queoutros avançam de forma arrojada na utilização deste instrumento na busca dos saberes necessários para uma utilização competente. Em função deste novo paradigma educacional que se apresenta, influenciado pela revolução tecnológica, esta pesquisa objetiva refletir sobre as transformações do novo paradigma educacional virtual, discutir as relações de ensino aprendizagem em ambientes virtuais como novos espaços para a aprendizagem nos processos de educação a distância, e por fim analisar a prática docente na mediação do conhecimento virtual especialmente ao que se refere aos aspectos didático-metodológicos, mediada pelo trabalho dos tutores tanto nos momentos presenciais como a distância.

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como uma prática pedagógica de importância singular em um país como o Brasil, com


Tecnologia e Mídias A “revolução digital” da qual fazemos parte, de uma maneira ou de outra é portadora de um discurso interpretativo e explicativo, além de enunciar um futuro diferente de tudo que existe e se conhece. Segundo Lévy (1995, p.119): O acesso à educação de qualidade nos países em desenvolvimento ainda deixa a desejar e o nível de conscientização e interesse pelas questões públicas ainda precisam 57

melhorar. No entanto, Lévy vislumbra no horizonte da “sociedade em rede” o potencial para uma mudança importante que repercutirá por todo mundo e pergunta se não seria o início desta tão proclamada “conexão global”, o pano de fundo para a emergência de uma “inteligência coletiva”? Num sentido ainda mais abstrato, Lévy diz que poderíamos estar assistindo, já em nossa época, a ascensão da Humanidade a um patamar

Diante disso, passa-se a exigir um repensar sobre as práticas pedagógicas utilizadas, ou seja, a docência assentada nos paradigmas conservadores que levam à reprodução do conhecimento. Esse movimento de transição paradigmática exige um processo de mudança conceitual trazendo uma nova forma de pensar a educação e seus modelos vigentes. Assim, se realmente ocorre a busca por estratégias para a integração da educação aos meios tecnológicos disponíveis - e que se encontram incessantemente surgindo - deve se ter a capacidade de, primeiramente, criar novas diretrizes e práticas capazes de promover re-significações - profundas e relevantes

- em nossos atuais

processos e modelos de transmissão do conhecimento, bem como compreender e conferir

flexibilidade

às

transformações originadas.

novas

relações

interpessoais

que

derivarão

destas

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evolucionário mais nobre.


Tecnologia e Mídias Esse conjunto de novas abordagens estratégicas compõem um universo - de práticas, valores, conceitos, entre outros - sempre pronto para ser desbravado. Não existem mais fórmulas mágicas ou receitas para lidar com fatos e elementos práticos ou teóricos. As novas propostas que regem os processos de aquisição e proliferação dos saberes humanos estão permanentemente sendo constituídas e reconstruídas, de maneira mais democrática, interativa e dialética. Esse processo e determinado pelos 58

paradigmas. A educação vem passando por mudanças durante o decorrer dos anos, refletindo diretamente no papel do professor em sua prática diária. Os relatos históricos comprovam que desde os meados do século XX, os docentes têm sido desafiados a uma mudança de postura, passando de meros transmissores de conhecimentos para

conservadoras utilizadas para a reprodução de conhecimentos sofreram alterações e foram impulsionadas a adoção de práticas inovadoras que favoreçam a produção do conhecimento. A educação a distância tem se mostrado uma alternativa para atender ao propósito de atuar na qualificação do professor em serviço, especialmente atingir os docentes distantes dos grandes centros. Por outro lado, em cursos a distância que procuram romper com a abordagem pedagógica comportamentalista e que utilizam as novas tecnologias da informação e da comunicação, necessitam de professores que possam manejar os recursos tecnológicos e orientar consistentemente com a visão de ensino-aprendizagem. Por envolver uma série de elementos novos, na EAD tornam-se necessárias à formação e o acompanhamento desse professor que atuará como tutor, o que se constitui ao mesmo tempo em um investimento na sua formação continuada.

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mediadores do conhecimento. Assim sendo, as metodologias e práticas pedagógicas


Tecnologia e Mídias A formação do professor é o ponto crucial para a modernização do ensino. A profissionalização do professor envolve uma série de questões educativas e requer decisões políticas e econômicas. Porém, não se pode negligenciar que um caminho para a concretização desta idéia é a formação continuada dos professores entendida tanto na busca do saber como na tomada de consciência da sua prática e do próprio fazer pedagógico. 59

O papel do professor vem sofrendo mudanças e ao mesmo tempo estão sendo agregadas novas exigências à sua função. Segundo Ramal (2001) espera-se um novo perfil de educador e destaca três características: a) profissionais atualizados, contextualizados no debate sobre o pós-modernismo e suas implicações para a educação;

de aprendizagem; e

c) atentos aos desafios político-sociais que estão envolvidos no contexto pedagógico de hoje. Para a maioria dos professores esta mudança de papel nem sempre é fácil, pois acostumado a ministrar conteúdos por ele dominados, poderá demonstrar certa insegurança diante das novas tecnologias, de uma língua estrangeira ou de uma nova informação na rede. O que ele deve entender que diante das novas tecnologias, o professor também é aluno, sendo necessário que ele aprenda a utilizá-la para que possa fazer um bom uso com seus alunos. Para Moran: A internet será ótima para professores inquietos, atentos a novidades, que desejam atualizar-se, comunicar-se mais. Mas ela será um tormento para o professor

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b) usuários críticos da tecnologia, capazes de associar o computador as proposta ativas


Tecnologia e Mídias que se acostumou a dar aula sempre da mesma forma, que fala o tempo todo na aula, que impõe um único tipo de avaliação. (MORAN, 2006) O novo paradigma a ser instituído deve indicar caminhos inovadores que levem à construção do conhecimento, que passem a ver o individuo como um ser único e inacabado, pois as perspectivas de evolução são inúmeras por meio das tecnologias. Como corrobora Behrens (2000, p. 72) “A tecnologia precisa ser contemplada na prática 60

pedagógica do professor, de modo a instrumentalizá-lo a agir e interagir no mundo com critério, com ética e com visão transformadora.” Sancho (1998, p. 184) assinala que: Nos sistemas de formação a distância não se prescinde do professor, ao contrário, este passa a ser um elemento imprescindível, o elemento-chave para o

do professor e que, portanto, é necessária uma formação específica nesse sentido, sendo este ainda um ponto fraco atualmente. As organizações encarregadas da formação de professores ainda não passaram de tímidas iniciativas para a formação de especialistas em sistemas de formação à distância. Isso significa que a bagagem dos responsáveis pelas experiências que funcionam atualmente provém mais das suas vivências pessoais do que de uma formação planejada e estruturada. Segundo Behrens (2000, p. 73), o desafio imposto aos docentes é mudar o eixo do ensinar para o aprender, é para contribuir neste processo Lévy (1995, p. 78-82) traz três diferentes formas de apresentar o conhecimento: a oral, a escrita e a digital. E para que ocorram processos de aprendizagens significativas, Behrenset al. (2007 p.3) recomenda que a “prática docente precisa inclua a utilização de múltiplos recursos, em particular, as ferramentas que acompanharam a era digital.”

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sucesso da aprendizagem. Ela afirma que a EAD traz uma mudança importante no papel


Tecnologia e Mídias O grande desafio que se coloca diante dos docentes que atuam no ensino a distância consiste em aliar os novos recursos tecnológicos disponíveis a uma ação docente, pautada numa concepção pedagógica interativa, colaborativae reflexiva, considerando as especificidades da modalidade. (SOUZA, 1996) O reconhecimento da era digital como uma nova forma de categorizar o conhecimento traz novos rumos para a prática docente, que rompeas barreiras da sala 61

de aula e passa a interagir e construir conhecimentos junto com seus discentes tendo todo o acesso com o mundo globalizado e à rede de informações disponível em todo o universo. Considerando os novos horizontes que se encontram,aos poucos, se delineando e tomando forma, torna-se necessário a realização de

um esforço conjunto -

como realizar concomitantemente uma revisão profunda nos atuais processos de aquisição do conhecimento A

expressão

"ambiente

virtual

de

aprendizagem"

está

relacionada

ao

desenvolvimento de condições, estratégias e intervenções de aprendizagem num espaço virtual na Web, organizado de tal forma que propicie a construção de conceitos, por meio da interação entre alunos, professores e objeto de conhecimento. Destaca-se que um “ambiente virtual de aprendizagem” não precisa ser um espaço restrito àeducação à distância. Embora freqüentemente associado à educação à distância, na prática, o ambiente virtual é também amplamente utilizado como suporte na aprendizagem presencial. (VALENTINI e SOARES, 2006) Nessa vertente, o computador torna-se um recurso imprescindível enquanto meio de acesso aWEB. Para o uso adequado deste equipamento, face às primeiras tentativas frustrantes do uso do computador, é primordial um projeto pedagógico adequado para cada situação.

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permanente e sincrônico - a fim de conferir novos sentidos às práticas educativas, bem


Tecnologia e Mídias Com o avanço tecnológico além dos computadores e da WEB surgem novas formas de interação, entre elas uso em tempo real de equipamentos, mediante satélites e cabos de fibra ótica. Como corrobora, Azevedo in Torres (2003, p. 165-166) o acelerado desenvolvimento tecnológico de novas mídias a partir da década de 1990 videoconferência e Internet, possibilitaram maior interatividade e ampliaram o ambiente de sala de aula. 62

Esta ampliação permite que a informação seja transmitida de maneira mais veloz. Segundo Scriven (1991, p. 82) a informação não é educação, mas o conhecimento se firma na informação. A finalidade é utilizar o computador como ferramenta para aprender por meio dele e não aprender sobre ele, isto é específico para quem desenvolve a máquina e não para

Há muitos críticos da utilização de tecnologia comunicativa na educação. Grande parte das observações contrárias à utilização de modernas tecnologias na educação é feita não por causa da tecnologia em si, mas principalmente pelouso que dela se faz. Por um lado, de maneira geral não se prepara os profissionais da educação para tirarem o máximo proveito da tecnologia e, por outro, esta, em várias ocasiões,tem servido simplesmente como meio de fixação de uma mensagem única e acrítica. Da mesma forma, a internet é outro recurso capaz de possibilitar o acesso rápido as informações e capaz de gerar desta maneira amplas possibilidades para seu uso. Assim, McCormack e Jones apud Torres (2003, p. 22-39) colocam como vantagens da Internet, em relação a outras mídias:

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aqueles que apenas querem utilizá-lo como um meio de aprendizado.


Tecnologia e Mídias [...] o uso da Internet como meio distribuidor de informações em substituição de outros meios como CD-ROMs e material impresso, proporciona a vantagem da independência geográfica e temporal, possui velocidade para a transmissão de dados, é especialmente poderosa na propagação de informações e repassa essas informações até os pontos geograficamente mais distantes do globo de forma segura. Além disso, a Internet é um excelente meio para comunicações, podendo ser 63

classificada tanto como uma tecnologia assíncrona como síncrona. Com esses recursos a sua disposição cabe ao professor procurar formas ótimas de aproveitar esses recursos à sua prática pedagógica, incorporando-as de tal forma que se constituam, enfim, parte da sua ação docente. O ambiente virtual de aprendizagem ajuda também na auto-organização do trabalho. Ao mesmo tempo, por

optar por fazer ou adiar determinada atividade para um outro momento, faz-se necessário ao professor organizar-se, no sentido de não perder-se no processo. A educação online permite, ainda, que o aluno seja realmente ativo, responsável pela sua aprendizagem e, principalmente, aprenda a aprender. No entanto, como o aluno também tem uma cultura de espera por comando e orientação cabe ao professor reverter esse quadro, mostrando aos alunos a necessidade de busca pela informação. Em outras palavras, é preciso enfatizar a ação por propensão e disposição própria e não somente por obediência a um comando. Além disso, a educação a distância e, especificamente os cursos online, respeita o processo de ensino-aprendizagem de cada aluno, pois o estudante tem condições de dirigir a maior parte do processo, de acordo com sua disponibilidade pessoal. Diante das mais vastas possibilidades e características disponíveis num ambiente virtual de aprendizagem ficam nítidas as necessidades de uma atuação efetiva do corpo

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ser um ambiente conveniente, flexível e sem horários pré-definidos, onde aluno pode


Tecnologia e Mídias docente e de um planejamento que contemple a disponibilização da infra-estrutura administrativa, tecnológica e financeira adequada ao modelo educacional proposto. Os desafios enfrentados pela área educacional nas últimas décadas, com a inserção das tecnologias da informação e comunicação é muito grande. Existe um descompasso de crescimento entre tecnologia e a educação. Conforme Peters (2003): Há uma diferença grande de ritmo entre a evolução tecnológica e a 64

movimentação teórica, científica e institucional da área da educação. As universidades precisam habilitar-se continuamente a complementar-se umas às outras e a se associar ao mundo do trabalho, para responder às escolhas dos seus alunos, aceitando que os mesmos sejam livres para combinar componentes do ensino presencial, do ensino a distância e do estudo digital, num clima revolucionário referido como o da “virada

Educar para aprender é o novo desafio posto para os educadores, exigindo muito segundo Morin (2002) “mais flexibilidade espaço-temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixos e propostas mais abertas de pesquisa e comunicação”. Alarcão (2005, p.5) afirma “estarmos passando da “sociedade da informação” para a sociedade da aprendizagem”, pois, segundo ela, se não há uma organização da informação não há conhecimento. Kenski (1998) afirma “ser necessário estar em permanente estado de aprendizagem e adaptação ao novo.” No entanto quando nos referimos a educação, a retórica permanece, pois sempre existe aquele que ensina e aquele a quem se ensina. No caso da EAD, essas relações acontecem em um contexto social muito mais amplo. Esta relação educativa acontece através de uma prática comunicacional, onde os docentes assumem o papel de mediadores do conhecimento, criando assim novas formas de aprender a aprender.

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copernicana para a didática da possibilitação. (PETERS, 2003, p.15)


Tecnologia e Mídias Para Martins (2002, p. 28) existe uma mudança de atitude em relação à participação e ao compromisso do aluno e do professor, que são encarados como parceiros idôneos do processo de aprendizagem, propiciando, por isso, trocas individuais e a construção de grupos que interagem, pesquisam e criam produtos, ao mesmo tempo em que ampliam seus conhecimentos. Tratando-se das relações de ensino/aprendizagem na educação a distância, 65

vamos nos evidenciar, especificamente, nesse novo perfil profissional que surge: tutor online, onde várias são as suas funções, assumindo o papel principal de mediador do conhecimento na educação a distância. A ação da tutoria online é fundamental em qualquer programa em EAD, pois ela faz a mediação entre todos os participantes do processo e propicia a comunicação no momento em que acompanha, além de acolher, avaliar,

orientar,

motivar,

mediar

e

facilitar

o

processo

de

ensino/aprendizagem de seus alunos. A função educativa do tutor online vai além das orientações didático-pedagógicas e de seu envolvimento com os conteúdos disciplinares. Épreciso, também, que desenvolva

sua

capacidade

de

liderança,

envolvendo-se,

com

atividades de

aconselhamento, pautadas numa conduta ética de flexibilidade, de atenção e comprometimento. Mason (1991, p.48), corrobora que, o docente de ensino a distância, o tutor, tem, principalmente, o papel de facilitador intelectual, o qual implica em um trabalho de focalização das discussões dos educandos, encorajamento de sua participação e comentários, críticas. Os aspectos pedagógicos, tecnológicos e técnicos de educação à distância, têm o objetivo de mostrar que a tecnologia constitui uma ferramenta de comunicação,

em

potencial,

para

ser

utilizada

na

educação,

especialmente

comoinstrumento para promover a possível interação entre professores e alunos.

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acompanhar,


Tecnologia e Mídias Schlosser e Anderson (1993, p.38) identificam as novas habilidades que os professores devem aprender para assumir o papel de educadores a distância: a) compreender a natureza e a filosofia da educação a distância; b) adaptar as estratégias de ensino para transmitir instruções a distância; c) organizar recursos instrucionais de uma forma a satisfazer o aprendizado adistância; d) dominar o uso de sistemas de telecomunicações; 66

e) envolver-se na organização, planejamento colaborativo e decisões; f) avaliar as realizações, atitudes, e percepções dos alunos a distância. Os saberes necessários para a atuação do professor enquanto tutor envolve a criação de condições de aprendizado ao aluno e, ao mesmo tempo, acompanhamento de sua evolução.

necessário, ainda, a mudança no processo de mediação pedagógica entre o docente e o aluno. Este docente, em programas na modalidade a distância intitulado de tutor, deve de acordo com Munhoz (2004, p. 3) considerar os seguintes aspectos: -a aprendizagem individual auto dirigida; -a forma como o estudante aprende, de acordo com as teorias das inteligências múltiplas; -as formas de incentivo à participação do aluno no ambiente de aprendizagem colaborativa; -a manutenção do interesse do aluno utilizando os conceitos da inteligência emocional; -a forma de desenvolver as atividades de modo que a

aprendizagem se torne

significativa para as atividades pessoais e profissionais dos alunos;

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Nesse processo, apenas o conhecimento técnico não é o bastante, faz-se


Tecnologia e Mídias -a orientação constante para que o aluno desenvolva seus estudos aprendendo a aprender; -a orientação constante ao aluno no desenvolvimento da aprendizagem pela pesquisa, desenvolvendo a criticidade na escolha dos conteúdos e criatividade que permita transformar as informações em conhecimento. As funções dos tutores também são sintetizadas por Munhoz (2004, p. 6), no qual 67

se refere a sua atuação que está vinculada aos materiais disponibilizados aos alunos, sejam eles impressos ou não: -Motivar e despertar o interesse dos alunos no desenvolvimento das práticas propostas; -Orientar o aluno nas dificuldades que eles encontrem mantendo contato estreito com os professores especialistas;

da internet. Desta forma, os alunos podem completar o material que necessitam para concluir com sucesso as tarefas propostas; -Avaliar de forma contínua o progresso dos estudantes sob sua responsabilidade; -Atuar junto a outros tutores e junto aos professores especialistas ampliando a visão da avaliação individual dos estudantes e identificando as falhas presentes nos materiais e nos trabalhos propostos. Desta maneira, destaca-se a importância do papel dos professores nos sistemas educativos, especialmente na EAD. É inegável no cenário atual que as transformações econômicas, sociais, políticas e culturais apontampara a valorização da produção do conhecimento. Contudo, exige uma nova proposta na sua atuação docente, capaz depossibilitar a troca de saberes entre os alunos, assim, buscar a formação de discentes mais humanos e conscientes de seu papel como cidadão.

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-Ampliar o conjunto de informações sobre novos materiais, artigos, textos e endereços


Tecnologia e Mídias A formação do tutor é um elemento essencial para o sucesso da educação online e de acordo com Pimentel (2007, p.8-9), as dez qualidades que um tutor online precisa buscar ter ou desenvolver para seu trabalho ser de qualidade: 1) Coerente com a proposta: ser coerente com a proposta do curso, não exigindo aquilo que o curso não se propõe; 2) Motivado e motivador: ser uma pessoa capaz de motivar pela própria presença (real 68

ou virtual - palavras, intervenções, comentários); 3) Presente: estar presente no AVA de forma equilibrada, acompanhando o desenvolvimento da turma e de cada aluno em particular; 4) Sensível (observador): deverá desenvolver a habilidade da observação sensível, que o capacita a analisar as entrelinhas daquilo que cada um escreve. É a capacidade de

5) Pedagogicamente capacitado: precisa compreender o processo pedagógicos, as teorias que fundamentam a EAD e a proposta do curso em questão. Com base nesta qualidade é que ele poderá acompanhar os avanços educacionais de cada aluno; 6) Criticidade: sabe instigar seus alunos, provocando-os com argumentos críticos à participação de cada um e de toda a turma; 7) Disponibilidade: saiba organizar seu tempo de tal forma que possa oferecer acompanhamento aos alunos que acompanha; 8) Diplomacia: saiba conciliar as possíveis divergências entre os alunos, quando solicitadas atividades em grupo ou duplas. Normalmente cada aluno tem seu próprio ritmo, e isso poderá ser algo positivo ou negativo, caso o grupo não saiba como administrar a participação de cada um. O tutor fará suas intervenções na busca de conciliar, apaziguar e organizar o grupo;

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observar e analisar o que está subjetivo nas respostas dos alunos;


Tecnologia e Mídias 9) Organizado: precisa de organização para não se atrapalhar no acompanhamento e desenvolvimento de suas observações junto aos alunos; 10)Discreto: nas intervenções busca a discrição necessária para corrigir de tal forma que não exponha o aluno deixando-o sem motivação ou disposição para continuar. 11)Para que estas qualidades possam existir não se pode apenas contar com as experiências do senso comum, exige-se que uma formação sólida e contínua seja 69

efetivada. Sobre o aspecto da formação dos tutores, Vasconcelos Mercado (2007, p. 208) apontam que “pensar a formação de tutores significa pensá-la como um processo contínuo de formação inicial e um processo coletivo de troca de experiências e práticas”. Essa visão nos leva ao entendimento de formação como um processo abrangente

No que tange a questão da formação do tutor, Nunes (1996, p. 30) afirma que: É necessário, portanto, dada as especificidades dessa metodologia, que os profissionais sejam capacitados, por um processo sistemático, a fim de dominar a metodologia da Educação a Distância e que, conscientes da especificidade desse ensino, sejam apoiadas em um bom material didáticoinstrucional que é substancialmente diferenciado daquele que é apropriado para o ensino formal e presencial. Uma formação específica é necessária para que este“novo” profissional possa oferecer à educação online aquilo que dele se espera. E como o tutor online irá desenvolver suas atividades em meios não convencionais (se assim pensamos em relação ao ensino formal e presencial), mas para atuar nos AVA, é também com e para este meio que o tutor online precisa ser formado e orientado. No século XXI, aliada às linguagens encontra-se o desafio para aprender de maneira diferenciada, pois desde o final do século XX, no ano de 1997, a Unesco realiza um encontro em Paris que envolveu educadores expressivos de todo no mundo. Deste

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e contínuo, até mesmo porque não há um modelo único de tutoria.


Tecnologia e Mídias encontro, originou-se o Relatório da Proposta para Educação no século XXI, que destaca a necessidade de focalizar a aprendizagem em quatro grandes pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser (Delors [3]). Para que ocorram esses processos de aprendizagens significativas, recomenda-se que a prática pedagógica do professor contemple um paradigma novo que venha atender as exigências da sociedade com a produção do conhecimento, em especial, com a oferta 70

dos recursos disponíveis presentes na era oral, escrita e digital. Portanto, faz necessário uma reflexão acerca da inevitável presença da mídia como ferramenta didática. Ou seja, a prática do professor deve utilizar recursos que vão além do livro didático, e onde mais encontramos a realidade? Onde podemos identificar temas geradores de discussões, de tomada de consciência por parte dos alunos e

Comunicação, como também para a Educação, pois reflete e reproduz questões do cotidiano. É possível afirmar com veemência que as mídias não são nocivas ao indivíduo. Seu poder manipulador, revelado pela célebre escola de Frankfurt, mais conhecida pela sua Teoria Crítica, apregoava que as massas eram manipuladas pelos aparatos técnicos, que tinham como lógica interna a relação clássica marxista: produção – circulação – consumo. A globalização afeta diretamente a sociedade, logo que permiti o contato rápido entre as pessoas, o excesso e o acúmulo de informações, em relação ao tipo de experiência correspondente, de modo particular para crianças e jovens; a velocidade do acesso a fatos, imagens e dados, em relação a um tipo diferenciado de experiência com o tempo, a memória e a própria concepção aprendida de história; novos modos de viver a intimidade e a vida privada, em relação com a experiência política e as práticas sociais, nos diferentes espaços públicos; outros modos de compreender o que seriam as

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professores? A mídia tem se mostrado como um objeto de estudo não só na


Tecnologia e Mídias diferenças, de que tanto se fala, em relação às práticas do mercado, ávidas por novidades sempre “outras”; a centralidade do corpo e da sexualidade na cultura, em relação direta com a superexposição midiática de corpos infantis e juvenis; finalmente, a crescente miscigenação de linguagens de diferentes meios (cinema, televisão, fotografia, artes plásticas, pintura, computador, Internet), em relação às narrativas de agora – ficcionais, publicitárias, didáticas ou jornalísticas. 71

Porem, somente uma parte da humanidade foi muito beneficiada. Neste processo, Lévy, alerta que a linguagem digital se trata de um novo processo de alfabetização e que a grande maioria da população ainda não tem acesso privilegiado a esta nova Era da Informação. Neste contexto, enfatiza-se o papel dos educadores para que criem projetos inovadores na escola, em todos os níveis de ensino, para que a população em geral

Os alunos precisam superar a passividade que caracterizou grande parte de sua formação para se tornarem participativos, ativos e investigadores na busca do conhecimento. Para tanto, professor e alunos precisam ser parceiros na produção do conhecimento. As perspectivas de um paradigma inovador na sociedade do conhecimento levam a repensar a prática pedagógica. Frente à nova realidade, o professor tem sido desafiado a ultrapassar seu papel autoritário e de dono da verdade, para se tornar um articulador e pesquisador crítico e reflexivo. A escola precisa se adequar à tecnologia utilizando recursos midiáticos, Essa nova visão desafia o professor a mudar o foco do ensinar para aprender, qualificar o professor para sua utilização é de suma importância e sua exploração por parte do educador aproximará mais do aprendente contribuindo para o processo ensinoaprendizagem.

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tenha acesso a recursos midiáticos.


Tecnologia e Mídias Vale salientar que os educandos no dia-a-dia convive com diversas formas de mídias, portanto, se faz necessário desmistificar esses recursos e torna-los recursos preciosos na sala de aula. Muito mais do que saber lidar com as tecnologias é necessário saber lidar com o seu contexto. A alienação à exposição da televisão é discurso que não ressoa mais como uníssono, pois este meio técnico é um importante facilitador dos professores. 72

Nesse sentido, Ferrés (1996) destaca que o que era causa de alienação será oportunidade para formação. O que era convite à hipnose passará a uma provocação para reflexão crítica, com a televisão transformando-se em um meio que enriquece. Se assim considerar, os professores terão que tematizar a mídia. Logicamente, fala-se do seu conteúdo que poderá ser trabalhado no contexto escolar. Os temas

geradores devem partir da realidade do aluno, relacionando com os conteúdos propostos pelo professor. Segundo Píer CesareRivoltella “(...)da mediação entre a cultura dos meios, dos estudantes, da cultura escolar e da tradição cultural(...)”, função desempenhada pelo “mídia-educador”. Portanto, a utilização dos recursos midiáticos aproximará o professor da cultura do aluno, que poderá utilizar: o volume de informações disponíveis, o impacto de imagens e sons, a facilidade de interações, o aprendizado cooperativo em redes... para obter uma educação com qualidade. Diante desse contexto, a opção de utilizar as mídias depende de reflexão crítica do professor para ter uma compreensão de como os meios de comunicação se estruturam e como agem sobre a aprendizagem das pessoas. Segundo Preti [9], as mídias são importantes tanto pelo que mostram e revelam, tanto pelo que omitem e ignoram. Tratase de um processo de ressignificação contínua que precisa ser estudado por todos aqueles que se proponham a trabalhar com mídias educacionais. Esse processo de

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geradores de Paulo Freire são a materialização dessa proposição. Porém, os temas


Tecnologia e Mídias opção crítica é extremamente importante para que possamos efetivamente construir uma sociedade formada por cidadãos conscientes e responsáveis por suas ações. Em função da mudança paradigmática da sociedade e da revolução tecnológica, toda atividade de docência deveria propor aos alunos a produção do conhecimento. Com esse desafio posto, os docentes deveriam incorporar na prática pedagógica a utilização de recursos de aprendizagem, em especial, a inclusão de uma ou mais mídias 73

educacionais. Rejeitar as mídias é rejeitar a técnica enquanto benefício do ser humano. As novas tecnologias, como a Internet, são aliadas na disseminação de informação, enquanto elementares na construção do conhecimento, mas é a televisão que ainda é uma das ferramentas essenciais para manter os indivíduos conscientes do que acontece

O professor, que muitos profetizaram que desapareceria com o advento da Internet e dos telecursos, tem papel central nessa relação dialógica entre a oferta midiática e o contexto escolar. A semântica é elemento central no processo de ensino-aprendizagem. Dentro dessa perspectiva, o professor ainda tem um papel central no contexto escolar. Ele não é significado nem significante, ele é um interpretante e resignificante dos conteúdos veiculados na mídia. Ele seria um grande mediador das relações interpessoais, bem como midiáticas. Não se trata de dar linearidade ao conhecimento, mas, sim, tematizar os conteúdos, propor temas geradores que venham a dar conta da produção do conhecimento para e pela mídia.

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ao seu redor.


Tecnologia e Mídias O professor auxiliaria seus alunos a educarem o olhar, a interpretação, a percepção das manifestações culturais do mundo, a partir dos valores sociais contextualizados com a cultura do aluno. Nesse particular, Porto (1998) defende que é importante que a escola defina, não de antemão, o que é significado ou não para o aluno, em função de sua cultura de origem, mas considere os diferentes segmentos culturais presentes na escola. Com isso, os significados para os alunos surgem e são 74

construídos a partir das experiências deste, respeitando as iniciativas do professor. A comunicação avançou e, contemporaneamente, compreende-se que o indivíduo pode constituir-se em todas essas etapas. Assim, a educação que se baseia apenas na relação clássica professor-aluno e está centrada apenas nos livros como meio, deixa lacunas na compreensão do mundo e dos sujeitos que serão preenchidas em outro lugar

comungados como coletivos. A partir do final do século XX, a escola deixa de ser um lugar de aprender a ser, mas começa, ou, deveria começar a ser, um lugar de se aprender a viver no mundo e não pelo mundo. E diante desta realidade o desafio da Informática na escola no aprender se faz presente e requer que estas mudanças aconteçam no contexto escolar. E ficamos diante do aprender a aprender e isso requer uma formação que faça com que os professores sejam capazes de produzir e estimular a produção dos alunos nas diferentes mídias, de forma articulada à proposta pedagógica e a uma concepção interacionista de aprendizagem no uso integrado das linguagens de comunicação: sonoras, visuais, impressas, audiovisuais, informática, telemáticas destacando as mais adequadas aos processos de ensino e aprendizagem. O desafio esta em explorar o potencial das mídias existentes no projeto político pedagógico da escola.

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que não na escola, sendo que não necessariamente a partir dos valores sociais


Tecnologia e Mídias Elaborar propostas concretas para a utilização dos acervos tecnológicos disponibilizados à escola no desenvolvimento de atividades curriculares nas diferentes áreas do conhecimento é o desafio deste curso de especialização em mídias na educação. E a informática estudada no curso de mídias na educação básico e avançada nos proporcionou criar projetos e material didático a serem desenvolvidos na escola, dando 75

ênfase aos aspectos teóricos e práticos. Para efetivar a aplicação das tecnologias de informação e comunicação na escola, após a constatação da necessidade de se criar projetos que possibilitem sua integração à educação evitando o deslumbramento ou o uso da informática por si e em si, através de um planejamento prévio com objetivos propostos.

objetivos da prática docente, mas também para definir a competência do professor na sua trajetória profissional, com base nos aspectos didáticos de sua disciplina. A organização e o desenvolvimento planejados das atividades didático-pedagógicas criam as condições necessárias para uma atuação docente mais eficiente e eficaz no processo ensino-aprendizagem. Os planos constituem o cenário sobre o qual vão ser delineadas as competências e as habilidades a serem asseguradas aos alunos, no âmbito das diferentes disciplinas. (MANATA, 2004, p. 07). Portanto é imprescindível enfatizar o cunho pedagógico em detrimento das virtualidades técnicas, fugindo do discurso ideológico precedente da indústria cultural. Entretanto, a perspectiva que se abre no campo educacional, indo do livro e do quadro de giz à sala de aula informatizada ou on-line, leva o professor a uma perplexidade, despertando insegurança frente aos desafios que representa a incorporação dos TIC ao cotidiano escolar. Talvez sejamos ainda os mesmos educadores, mas certamente

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[...] um pressuposto essencial para assegurar não somente o alcance dos


Tecnologia e Mídias nossos alunos já não são os mesmos, "estão em outra" (BABIN, 1989). Os alunos estão muito mais atualizados que os professores em relação as novas tecnologias. Neste cenário de constante e acelerado processo tecnológico, presencia-se questões sobre a informatização e o acesso a Internet permeando ainda as discussões dos que acreditam numa sociedade mais justa e igualitária. Entretanto, o desafio que se coloca é a necessidade de romper com a visão de 76

conhecimento disciplinar fragmentada e dicotomizada da realidade, buscando situar o conhecimento dentro de uma visão de complexidade capaz de aprender problemas globais e fundamentais para nele inserir os conhecimentos parciais e globais (Morin, 2000, p.14). Este conhecimento ocorre à medida que o sujeito interage e aprende no seu meio, percebendo-o, atuando sobre ele, transformando-o, transformando-se e sendo

interdependente, inter-relacionado e interdisciplinar, englobando a multidimensional idade do ser humano nas suas dimensões afetiva, cognitiva, social, histórica. "Os avanços tecnológicos estão sendo utilizados praticamente por todos os ramos do conhecimento. As descobertas são extremamente rápidas e estão a nossa disposição com uma velocidade nunca antes imaginada. A Internet, os canais de televisão a cabo e aberta, os recursos de multimídia estão presentes e disponíveis na sociedade. Estamos sempre a um passo de qualquer novidade. Em contrapartida, a realidade mundial faz com que nossos alunos estejam cada vez mais informados, atualizados, e participantes deste mundo globalizado." (Kalinke 1999, p.15). A dificuldade escolar está hoje entre os problemas mais estudados e discutidos do sistema educacional. Porém, às vezes, a busca pelo culpado do fracasso se torna mais relevante do que a causa do mesmo. Sob a ótica da psicopedagogia o ser humano é cognitivo, afetivo e social. E sua autonomia é estabelecida à medida que se compromete com o seu social em redes relacionais. Segundo Bossa (1994), a

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transformado por ele, e trata-se de um conhecimento provisório, transitório,


Tecnologia e Mídias Psicopedagogia, inicialmente teve como pressuposto, que as pessoas que não aprendiam tinham um distúrbio qualquer, Hoje, o que se propõe é investigar, entender e a tecnologia e a informática poderá criar e recriar maneiras para que se possam incluir estes alunos com dificuldades de aprendizagem, basta os professores saírem do "mundo" da folhas mimeografadas e começarem a utilizar mais a informática. Refletir sobre a igualdade de condições no século XXI tendo-se em vista o 77

desenvolvimento dinâmico da tecnologia e o computador como instrumento de aprendizagem, de busca de informação e de trabalho, leva à suposição de ser esse meio de viabilizar o paradigma. Portanto, pensar sobre a relação informática e "Educação para todos" é uma forma de indagar a igualdade de oportunidades no sistema educacional brasileiro.

didáticos, os alunos do curso de mídias na educação, passaram a ser "autor" por meio de processos de elaboração e produção as mídias existentes: Rádio, TV e Vídeo, Impressa e Informática. Assim, o uso da TIC na educação caminha no sentido da produção compartilhada de conhecimento, favorecida pela resolução de problemas ou desenvolvimento de projetos, nos quais a escrita, por meio da TIC, induz à liberdade de expressar e comunicar sentimentos, registrar percepções, idéias, crenças e conceitos, refletir sobre o pensamento representado e reelaborá-lo. Alicia Fernándes define como "autoria", o processo e o ato de produção de sentidos e de reconhecimento de si mesmo como protagonista ou participante de tal produção. O caráter informativo da educação também se apresenta na utilização do livro didático, quando o aluno é levado a memorizar conteúdos e não a pensá-los. Assim afirma Fernándes: "É preciso distinguir aquilo que é próprio da criança, em termos de dificuldades, daquilo que ela reflete em termos do sistema em que se insere" (FERNANDES, 2001, p.91).

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Na perspectiva de identificar os aspectos teóricos e práticos sobre os textos


Tecnologia e Mídias Como o desenvolvimento profissional pressupõe evolução e continuidade, promovendo um profissional autônomo e criativo, entendemos ser este o caminho, pois ao tratar-se das TICS, que se renova constantemente, esta seria praticamente uma exigência. Surge então, um novo papel do professor, um profissional ator e autor de sua prática pedagógica, deixando de ser mero transmissor de conhecimento, constituindo-se 78

em um profissional que ajuda o aluno a desenvolver o seu potencial, que ensina a pensar, a descobrir caminhos para transformar-se e conseqüentemente transformar a sociedade em que vive. (D Ambrósio, Apud: PEREZ, p.264,1999). Na sociedade atual, em virtude da rapidez com que temos que enfrentar situações diferentes a cada momento, cada vez utilizamos mais o processamento multimídico. Por

várias linguagens superpostas, que nos acostuma, desde pequenos, a valorizar essa forma de lidar com a informação, atraente, rápida, sintética, o que traz conseqüências para a capacidade de compreender temas mais abstratos de longa duração e de menos envolvimento sensorial. Segundo o autor: A construção do conhecimento, a partir do processamento multimídico, é mais "livre", menos rígida, com conexões mais abertas, que passam pelo sensorial, pelo emocional e pela organização do racional; uma organização provisória, que se modifica com facilidade, que cria convergências e divergências instantâneas, que precisa de processamento múltiplo instantâneo e de resposta imediata (Moran 1998, pp. 148-152). No curso de Mídias, percebemos com o interagir, com a troca de experiência, com as leituras que podemos extrair alguma informação ou experiência com o outro e isso ajuda a ampliar o nosso conhecimento, para confirmar o que já sabemos, para rejeitar determinadas visões de mundo, para incorporar novos pontos de vista.

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sua vez, os meios de comunicação, principalmente a televisão, utilizam a narrativa com


Tecnologia e Mídias Um dos grandes desafios para o educador é ajudar a tornar a informação significativa, a escolher as informações verdadeiramente importantes entre tantas possibilidades, a compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e profunda e a torná-las parte do nosso referencial. E podemos dizer então que: Aprendemos

melhor

quando

vivenciamos,

experimentamos,

sentimos.

Aprendemos quando relacionamos, estabelecemos vínculos, laços, entre o que estava 79

solto caótico, disperso, integrando-o em um novo contexto, dando-lhe significado, encontrando um novo sentido. Esta forma de aprender obteve se no curso de Mídias básico e estamos aprendendo no curso de mídias avançado. E com isso podemos dizer que: aprendemos mais quando estabelecemos pontes entre a reflexão e a ação, entre a experiência e a conceituação, entre a teoria e a

Aprendemos quando equilibramos e integramos o sensorial, o racional, o emocional, o ético, o pessoal e o social. Aprendemos pelo pensamento divergente, por meio da tensão, da busca, e pela convergência - pela organização, pela integração. Aprendemos pela concentração em temas ou objetivos definidos ou pela atenção difusa, quando estamos de antenas ligadas, atentos ao que acontece ao nosso lado. Aprendemos quando perguntamos, questionamos. Aprendemos quando interagimos com os outros e o mundo e depois, quando interiorizamos, quando nos voltamos para dentro, fazendo nossa própria síntese, nosso reencontro do mundo exterior com a nossa reelaboração pessoal. Aprendemos pelo interesse, pela necessidade. Aprendemos mais facilmente quando percebemos o objetivo, a utilidade de algo, quando nos traz vantagens perceptíveis. Se precisamos nos comunicar em inglês pela Internet ou viajar para fora do país, o desejo de aprender inglês aumenta e facilita a aprendizagem dessa língua.

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prática; quando ambas se alimentam mutuamente.


Tecnologia e Mídias Aprendemos pela criação de hábitos, pela automatização de processos, pela repetição. Ensinar torna-se mais duradouro, quando conseguimos que os outros repitam processos desejados. Aprendemos também pelo estímulo, pela motivação de alguém que nos mostra que vale a pena investir num determinado curso. Um professor que transmite credibilidade facilita a comunicação com os alunos e a disposição para aprender. 80

Aprendemos pelo prazer, porque gostamos de um assunto, de uma mídia, de uma pessoa. O jogo, o ambiente agradável, o estímulo positivo podem facilitar a aprendizagem. Aprendemos mais, quando conseguimos juntar todos os fatores; temos interesse, motivação clara; desenvolvemos hábitos que facilitam o processo de aprendizagem; e

proporciona. Aprendemos realmente quando conseguimos transformar nossa vida em um processo permanente, paciente, confiante e afetuoso de aprendizagem. Processo permanente, porque nunca acaba. Paciente, porque os resultados nem sempre aparecem imediatamente e sempre se modificam. Confiante, porque aprendemos mais se temos uma atitude confiante, positiva, diante da vida, do mundo e de nós mesmos. Processo afetuoso, impregnado de carinho, de ternura, de compreensão, porque nos faz avançar muito mais. Hoje, com a Internet e a fantástica evolução tecnológica, podemos aprender de muitas formas, em lugares diferentes, de formas diferentes. A sociedade como um todo é um espaço privilegiado de aprendizagem. Mas ainda é a escola a organizadora e certificadora principal do processo de ensino-aprendizagem. Ensinar e aprender estão sendo desafiados como nunca antes. Há informações demais, múltiplas fontes, visões diferentes de mundo. Educar hoje é mais complexo porque a sociedade também é mais complexa e também são as competências

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sentimos prazer no que estudamos e na forma de fazê-lo. Isso o curso de Mídias nos


Tecnologia e Mídias necessárias. As tecnologias começam há estar um pouco mais ao alcance do estudante e do professor. Precisamos repensar todo o processo, reaprender a ensinar, a estar com os alunos, a orientar atividades, a definir o que vale a pena fazer para aprender, junto ou separado. "Nessa perspectiva, a incorporação das TIC está se dando com o sentido de abrir possibilidades para fazer, pensar e conviver que não poderiam ser pensadas sem a 81

presença dessas tecnologias". Como elas introduzem um novo sistema simbólico para ser processado. (re) organizam a visão de mundo de seus usuários, modificam hábitos cotidianos, valores e crenças, se constituído em elementos estruturantes das relações sociais, os processos evidenciam um movimento interrupto de construção de cultura e conhecimento. (BONILLA; PRETTO, 2005)

utilização da internet e o educador pode perceber aos poucos, que a Internet está passando de uma palavra moda a realidade em alguns colégios e nas suas famílias. Considerando a importância de aprender a construir, o curso de Mídias nos proporcionou trabalhar projetos e construção de materiais educacionais, bem como a fundamentação teórica que nos sérvio de suporte para nosso aprendizado no o uso de diferentes linguagens de mídia. E isso pode ser o caminho para promover mudanças de atitudes e de metodologia de trabalho atribuindo sentido ao fazer pedagógico. E esta mudança começa a acontecer, com o uso da Internet, e projetos dentro da escola onde se possa trabalhar de forma Interdisciplinar. O projeto e o material Didático elaborado no curso de mídias tiveram como objetivo identificar tanto as condições concretas da inserção e da utilização do computador, quanto às representações dos docentes em formação relativas a esta questão. Este material foi levado para a escola para ser apresentado ao corpo docente e

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De acordo com o professor Moran (2006) os alunos estão prontos para a


Tecnologia e Mídias ao Diretor da escola, como uma proposta para qualificação dos professores em multimídias e para ser acrescentado ao Projeto Político Pedagógico da escola. Cada vez mais poderoso em recursos e na velocidade de programas e comunicação, o computador nos permite pesquisar, simular situações, testar conhecimentos específicos, descobrir novos conceitos, lugares, idéias. Produzir novos textos, avaliações, experiências. As possibilidades vão desde seguir algo pronto ao criar 82

algo diferente. Com a Internet podemos modificar mais facilmente a forma de ensinar e aprender. E isso exige que nos tornemos professores autores e que reflitamos de modo atento, cuidadoso e critico sobre nossas próprias convicções, teorias explicativas e parâmetros de ação docente visando à aprendizagem, os modos de interatividade que

Considerando a caminhada já trilhada até este momento, algumas considerações, embora inconclusas, já podem ser traçadas. Muitos desafios e dimensões devem ser considerados na construção de projetos e o uso materiais didáticos com as tecnologias existentes em nossas escolas, para ser implantado por nós professores em sala de aula através de projetos interdisciplinares. Consideramos que os primeiros desafios, de construir no curso de Mídias na educação, já foram superados pelo grupo que participou das construções. A continuidade, que se torna fundamental, pressupõe a execução deste potencial nas escolas, num processo coletivo e colaborativo que requer constante atualização e que se tornará eficaz mediante a interação com a comunidade escolar, ou seja, envolver professores, coordenação pedagógica, direção alunos e pais. Esse entendimento, a formação continuada dos professores almejada neste projeto tem o propósito de desenvolver profissionais competentes para o uso das tecnologias, no âmbito do trabalho docente, de forma reflexiva e exploratória, na

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orientem nosso relacionamento em nossa prática pedagógica.


Tecnologia e Mídias perspectiva da constante atualização e incorporação das experiências com este trabalho, em sua cultura profissional, buscando o desenvolvimento profissional. Para acontecer efetivamente esta incorporação, não basta apenas usar esporadicamente o computador em algumas aulas, faz-se necessário incorporar o uso de tecnologias na proposta de ensino e colocar no PPP das escolas. O professor deve planejar suas aulas já tendo incorporado em sua prática, este recurso teórico83

metodológico no processo de ensino/aprendizagem. E para que isso aconteça é fundamental procurar estabelecer, desde o início, uma relação empática com os alunos, procurando conhecê-los, fazendo um mapeamento dos seus interesses, formação e perspectivas futuras. A preocupação com os alunos a forma de nos relacionarmos com eles é imprescindível para osucesso pedagógico. Os alunos captam se o professor

aprender. Vale a pena descobrir as competências dos alunos que temos em cadaclasse, que contribuições podem dar. Não vamos impor um projeto, mas um programa com as grandes diretrizes delineadas por onde vamos construir caminhos de aprendizagem em cada etapa, estando atentos - professor e alunos - para avançar da forma mais rica possível em cada momento, ao planejar nossas atividades com as mídias existentes na escola através de projetos que engajem o corpo docente a trabalhar de forma interdisciplinar. É importante mostrar aos nossos alunos o que vamos ganhar, por que vale a pena estar juntos. Procurar motivá-los para aprender, para avançar, para a importância da sua participação, para o processo de aula-pesquisa e para as tecnologias que iremos utilizar entre elas a Internet. O professor pode criar e recriar através do construir urna página pessoal na Internet, como espaço virtual onde poderá colocar os trabalhos proposto em sua

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gostaensinar e principalmente se gosta deles e isso facilita a sua prontidão para


Tecnologia e Mídias disciplina como forma de divulgar e um lugar de referência para cada matéria e para cada aluno. O aluno pode ajudar a construir essa página deixando a mais dinâmica com suas colaborações. As mudanças na educação dependem também de termos administradores, diretores e coordenadores mais abertos, que entendam todas as dimensões que estão envolvidas no processo pedagógico, que apóiem os professores dando suporte ao uso 84

das mídias, para que os alunos tenham aulas mais prazerosas, com metodologias apropriadas, contribuindo para que haja um ambiente de maior inovação, intercâmbio e comunicação no uso das tecnologias. E que os professores possam avançar na elaboração de seus próprios textos didáticos, permitindo aos seus alunos o contato com todos os tipos e gêneros enriquecendo suas aulas.

avançado se torne viável em nossas escolas o primeiro passo é procurar de todas as formas o acesso freqüente e personalizado de professores e alunos às novas tecnologias, notadamente à Internet. São imprescindíveis que haja salas de aula conectadas, salas adequadas para pesquisa, laboratórios bem equipados. Professores e alunos necessitam ter facilitada à aquisição de seus próprios computadores. Pode parecer utopia falar isso no Brasil atualmente, mas hoje o ensino de qualidade passa necessariamente pelo acesso rápido, contínuo e abrangente a todas as tecnologias.

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Concluindo: para que o aprendemos até o momento no curso de mídias básico e


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Tecnologia e Mídias FERRETTI, Celso João (org). Novas tecnologias, trabalhos e educação. Petrópolis: FREIRE, P. (1975). Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra. J, Vozes, 1994. J.M.; Masetto, M.T. &Behrens, M. A. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. Campinas, SP: Papirus. MORAN, J. M., MASETTO M. T. e BEHRENS M. A. Novas Tecnologias e mediação Pedagógica. São Paulo: Papirus, 2000.

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MORIN, E. (2000). Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO. PAPERT, S. (1994). A Máquina das Crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas. SCHÕN, D. A. (1992). Formar professores como profissionais reflexivos. In:

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Nóvoa, A. (org.). Os professores e sua formação. Lisboa, Portugal: Dom Quixote.


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IESB – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO BRASIL NÚCLEO DE ENSINO À DISTÂNCIA GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA DISCIPLINA: Avaliação ORIENTADOR (a): _____________________________________________________________ DISCENTE (s):_____________________________________________________________________________

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

1ª Etapa: Participação e Frequencia nas aulas 2ª Etapa: Responder as questões propostas a seguir. 3ª Etapa:Desenvolva um trabalho conforme as prescrições do (a) Professor (a) / Orientador (a).

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QUESTÕES

_________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 2. Quais são os desafios quando nos referimos a mídiaseducacionais?

_________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

4. O que são mídias educacionais? _________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

5. Qual o papel da TV na construção do saber ? _________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 6-Como trabalhar o modismos da TV ?

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1. Qual a importância de se inserir nas metodologias as mídias educacionais como ferramenta na construção do saber?


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7-Qual papel tem a escola na construção dos valores, considerando que as midias trabalham conceitos e valores , qual deve ser a postura do docente perante essa realidade _________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________


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