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Obras literárias e relatos
from Revista Ler - nº 17
by Vera Cruz
GARCIA, Marilene Santana dos Santos; CZESZAK, Wanderlucy. Curadoria educacional: práticas pedagógicas para tratar (o excesso de) informação e fake news em sala de aula. São Paulo: SENAC, 2019. 142 p. Publicação destinada a profissionais comprometidos em melhorar a alfabetização midiática e o espírito crítico dos alunos, para evitar que o excesso de informação se transforme em desinformação. Apresenta reflexões e conclusões de estudos recentes sobre o fazer educacional impactado pelas mídias digitais e o uso da curadoria em seu conceito mais atual, além de quadros explicativos, exemplos e modelos para as aulas.
DUNKER, Christian et al. Ética e pós-verdade. Porto Alegre: Dublinense, 2017. 144 p. (Litercultura). Em 2016, a Universidade de Oxford elegeu "pós-verdade" como palavra do ano. Segundo o dicionário da instituição, o termo "descreve circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais". No Brasil, as definições e os impactos da pós-verdade ganham cada vez mais importância. Com este objetivo, o livro reúne artigos de cinco dos pensadores do país: o psicanalista Christian Dunker, o crítico literário Julián Fuks, o escritor Cristovão Tezza e os filósofos Marcia Tiburi e Vladimir Safatle. A ideia da coletânea é simples: propor análises sobre a pós-verdade no Brasil a partir de diferentes pontos de vista: psicanalítico, político, filosófico e literário.
STEPHENS-DAVIDOWITZ, Seth. Todo mundo mente: o que a internet e os dados dizem sobre quem realmente somos. Traduzido por Wendy Campos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018. 338 p., il. Nesta obra, Seth Stephens-Davidowitz, economista formado por Harvard, defende que muito do que pensávamos sobre as pessoas estava completamente errado. O motivo? Todo mundo mente, para amigos, parceiros, médicos, pesquisas e para si mesmo. Entretanto, não precisamos mais confiar no que as pessoas nos dizem. Novos dados da internet finalmente revelam a verdade. Ao analisar essa mina de ouro digital, podemos agora descobrir o que as pessoas realmente pensam, querem e fazem. A capacidade de aprendizado sobre a natureza humana a partir de Big Data é praticamente ilimitada basta fazer as perguntas certas.
Obras literárias e relatos
MELLO, Patrícia Campos. A máquina do ódio: notas de uma repórter sobre fake news e violência digital. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. 296 p. Patrícia Campos Mello discute de que forma as redes sociais vêm sendo manipuladas por líderes populistas e como as campanhas de difamação funcionam qual uma censura, agora terceirizada para exércitos de trolls patrióticos repercutidos por robôs no Twitter, Facebook, Instagram e WhatsApp – investidas que têm nas jornalistas mulheres suas vítimas preferenciais. Os bastidores de reportagens da jornalista e os ataques de que foi vítima servem de moldura para um quadro mais amplo sobre a liberdade de imprensa no Brasil e no mundo. A autora acompanhou a utilização crescente das redes sociais nas eleições internacionais que cobriu: nos Estados Unidos, em 2008, 2012 e 2016; na Índia, em 2014 e 2019. À experiência de observadora do avanço dos tecnopopulistas e seu "manual para acabar com a mídia crítica", somou-se a de protagonista involuntária no front de uma guerra contra a verdade. É também um manifesto em defesa da informação.