QUAL É O SEGREDO DO SUCESSO? A NOSSA MISSÃO O MELHOR REMÉDIO CONTRA O MEDO, É A OUSADIA
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esde a fundação da Oficina Escola Rosalino Felipe, em 1993, já passaram pela cidade, quatro governos, cada um com a sua característica própria de decidir os destinos da cidade. Nascemos com o propósito de diminuir o sofrimento de pessoas desalojadas da sociedade, tanto adolescentes, quanto funcionários desajustados com o serviço público, por alcoolismo, indisciplina e outras mazelas nas suas vidas. Nestes dezenove anos, confirmamos que a nossa vocação para o trabalho com jovens e adolescentes poderia trazer economia para o município, o que está confirmado até hoje, com um projeto que sempre
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foi mantido, apesar das várias correntes de pensamento sobre a sua utilidade e praticidade. Cometemos, ao longo desta jornada, alguns erros que não pretendemos esconder e tivemos muitos acertos. Queremos crer que as próximas administrações que passarem pela Prefeitura de Betim procurarão formas de manter o funcionamento, corrigir erros para que o projeto se torne referência e que o gerenciamento seja feito com probidade administrativa, para que não seja manchada a história de uma escola que procurou ser diferente, valorizando as características pessoais e a história familiar de cada usuário que por aqui passou ou passará.
Um pouco da nossa história A direção da Oficina Escola aplicava uma prática da filosofia, das crenças e dos princípios de governo de 1993
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uando iniciamos este trabalho, já no inicio do Governo de Maria do Carmo, em 1993, não tínhamos bem claro o que queríamos.
O co nt ext o em que el a nas ceu A cidade recebia, anualmente, cerca de 20.000 (vinte mil) imigrantes. Em 1980, poucos anos depois da chegada da FIAT Automóveis, a sua população era de aproximadamente 84 mil habitantes e no ano de 1999, já ultrapassava os 300 mil.
A NOSSA MISSÃO Ao fazer perguntas aos aprendizes com quem estamos interagindo, estas devem abranger as dimensões pessoal, social e de política institucional, tentando reconhecer todos os fatores que podem influenciar nestas vulnerabilidades.
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Nossa visão tem a ver com este conceito e propósito Somos um espaço de convívio social, em que pode ser exercitada a vontade de aprender os ofícios por nós oferecidos, ou não.
EIXOS DO GOVERNO DA FRENTE BETIM POPULAR
ONDE SOMOS FORTES E OS NOSSOS PONTOS FRACOS
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PLANEJAMENTO
PARÂMETROS ESTRATÉGICOS
2009 - O ANO DO RECOMEÇO
Não rotularemos as pessoas. Não permitiremos intolerância para com os outros. Não seremos paterna-
Conforme a nossa filosofia de pensar o ensino e as relações interpessoais, muita coisa precisou ser reenquadrada dentro dos princípios para os quais a Oficina Escola fora criada.
Queremos ser um lugar que os adolescentes gostem e se orgulhem dele cada vez mais.
listas.
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PLANOS DE METAS PARA 2011—2012
A cada biênio, ano e mês, nos reunimos e traçamos nossas metas e, semanalmente, avaliamos o seu cumprimento. A avaliação contínua da nossa prática, a elaboração de regras compartilhadas e a administração participativa constituem a base da nossa organização. As ações discutidas e desenvolvidas na Oficina Escola têm a clara intenção de incrementar um programa de melhoria contínua a fim de que a sua missão seja cumprida com êxito.
OS OBJETIVOS
PARA CHEGAR ONDE QUEREMOS
O Programa de Melhorias Contínuas da Oficina Escola implica na organização, execução e avaliação de uma matriz de tarefas, composta de estratégias e ações a serem executadas pela equipe de administração e monitores. Há coisas de que precisamos a todo momento e estão onde é difícil alcançá-las. Então qual é a melhor solução?
EXPEDIENTE Prefeita Municipal de Betim: Maria do Carmo Lara Vice-Prefeito: Alex Amaral Secretária Municipal de Educação: Sandra Angélica Castro Gomes Secretária Adjunta de Educação: Shirley Siqueira Braga Diretor Oficina Escola: Isnar Marcil Carneiro Vice-Diretora: Lucília A. dos Reis Coordenador de Dados e Finanças: Thiago Rener Comunicação/Relações Pública: Carlos Nicomedes Metas, Estoque e Distribuição: Vanusa Gonçalves
APRENDENDO A SER E CONVIVER
Trecho do livro ―Aprendendo a Ser e a Conviver‖ de Margarida Serrão e Maria Clarice Baleeiro.
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Coordenadores dos Setores de Produção: – Acabamento final: Geraldo Luiz da Ressurreição – Construção e reforma: Jean Antônio de Souza – Estofamento: Jorge Rodrigues dos Santos – Marcenaria: Erick da Silva Pinto – Serralheria: Ubiratan Pereira de Moraes – Pintura (interna) e reforma (seleção e armazenamento dos móveis): Marco Elias Soares da Silva
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uando iniciamos este trabalho, já no inicio do Governo de Maria do Carmo, em 1993, não tínhamos bem claro o que queríamos. Faltavam carteiras nas escolas do Município e, eu, Isnar, fui escolhido para o cargo de chefe de Seção de Assistência ao Educando. Então, conheci o José Evangélico, uma pessoa discriminada pelo governo anterior. Ele me disse que parte da escola Cetap estava cheia de carteiras quebradas. Fomos até lá e não conseguimos entrar nas salas. Já do portão, deparamos com um depósito e incinerador de lixo e percebemos uma completa degradação do ambiente. Logo, apareceu na minha cabeça a idéia de consertar aquela montanha de carteiras. Não tínhamos nem pessoas, nem ferramentas e tampouco conhecimentos de carpintaria e serralheria. A força de vontade e o desejo de atender às necessidades do educando, todavia, não faltaram. Sou muito de fazer sem pensar demais. Pedimos um serrote, um martelo e uma furadeira emprestados da escola Afonso Pena. Enquanto isto, José Evangélico foi atrás de funcionários da Prefeitura que possuíssem alguma habilidade em carpintaria o solda. Descobrimos o Marquinho, o Geraldo, o Tiazinho. Logo depois, chegaram o Ademir, Baiano, Bira, Wilson e Zinho.
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O MELHOR REMÉDIO CONTRA O MEDO, É A AÇÃO CONTRÁRIA . Já em abril, dois meses depois, a Rosemeire Tupinambá )funcionária da Secretaria Municipal de Educação) exclamou meio chateada: - ―Isnar, você não vê esses meninos ali naquela tal de Casa Menino Legal, nas nossas barbas, sendo presos pela polícia! Por que você não pega eles e leva para consertar carteiras? Tire esse pessoal da rua! Acabei de ouvir e fui direto para a Casa Menino Legal. Lá eles comiam, bebiam e saiam para a rua para bagunçar. Não sei se a preocupação do povo era com os meninos ou com a bagunça que eles faziam. Ninguém reclamava da situação das meninas pobres. Todos estão preocupados com os problemas que eles geram. Não acredito ser este o caso da Rosemeire, pois ela apontava a solução. Sentei lá na casa e fiquei observando. Não tinha idéia do que era ―menino de rua‖ – tinha um rótulo – fiquei com medo, mas acreditava que o único remédio contra o medo era a ação contrária. Assim o fiz.
DISPOSIÇÃO PARA MUDAR MUITAS VIDAS Os meninos chegaram: Jurandi, Vanderley, Marcos Elias, Eduardo, Claudiano...fiquei amigo deles, retiramos o medo e eles se sentiram em casa. Não os pressionamos e tudo caminhava diferente do que se esperava ou imaginava. Nenhum advogado, promotor ou juiz apontava sequer um meio para legalizar a vinda dos meninos. Fizemos assim mesmo. Arrumamos escolas para eles e pagamos meio salário mínimo men-sal pelas quatro horas diárias. A Caixa Escolar pagava o salário e a Secretaria de Educação, cada vez mais, valorizava o trabalho da Oficina. Conseguimos a transferência do Marcos Antonio Felipe, um ótimo soldador e técnico inigualável, que trabalhava como vigia na prefeitura e havia sido excluído anteriormente.
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O espírito do UBUNTU em que a simplicidade e o compartilhamento são as bases do comportamento
José Evangélico dos Anjos, uma figura ―suigeneris‖, totalmente desligada de qualquer convenção da sociedade atual. Em 1993, ele já era funcionário efetivo da prefeitura e perambulava, de setor em setor, já que não era aceito em nenhum deles. Ele questionava e dava ―nó cego‖ mesmo. Ganhou até o apelido de ―nó cego‖.Tinha seus motivos: não era bem tratado pelas chefias. os seus problemas, a sua origem, a sua história e cultura não encontravam eco em lugar nenhum. Na realidade, o tratamento dispensado aos negros e pobres, é uma vergonha. Esse tratamento piora, ainda mais, se a pessoa for rotulada, é o caso do José. Quando chegamos à Secretaria de Educação em 1993, lá, ele estava. Dei atenção a ele e escutava suas reclamações. Descobri que era muito inteligente. Tinha um poder de elaboração da fala, excelente. Quando falei da falta de carteiras nas escolas, ele, rapidamente, informou que havia milhares delas no CETAP e que a gente deveria ir lá ver para consertá-las. Assim o fizemos e iniciamos a Oficina Escola. Ele, do seu jeito, deu uma grande contribuição para que ela fosse bem sucedida. Vale aqui, a meu ver, um questionamento para que possamos refletir: Será que não deveríamos entender melhor essas pessoas? Será que o espírito dele não é aquele de UBUNTU onde a simplicidade e o compartilhamento são as bases do comportamento?
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Percebia-se facilmente o que ele dizia e o seu querer fazer
José Evangélico
A gente o chamava, carinhosamente, de ―Seu Rosa‖. Pai do Marcus Felipe, um dos primeiros funcionários da Oficina. Veio fazer 3500 placas de identificação para o novo Cemitério da Cachoeira. Um dia, enquanto soldava hastes em uma delas, o Isnar perguntou: ―Qual será a sua, ―Seu Rosa‖? ‖ Ele, em sua conhecida bondade, apenas sorriu. Três meses depois, veio a falecer. Todos sentimos a sua falta e colocamos o nome ―Oficina Escola Rosalino Felipe‖ em sua homenagem. Este trabalhador, honesto e bondoso, acabou fazendo a sua plaquinha na Oficina que continuaria com seu nome e nunca esquecerá o seu exemplo.
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Não tinha idéia do que era ―menino de rua‖ – tinha um rótulo – fiquei com medo, mas acreditava que o único remédio contra o medo era a ação contrária
Jurandi, Vanderley e Marco Elias, “ os primeiros meninos acolhidos pela Oficina. Agora, dezesseis anos depois, quando os vemos pelos pátios e corredores, como funcionários, temos a sensação alegre de uma família criada, com filhos já casados, carregando alguns defeitos como que petrificados e tantos outros já corrigidos pela convivência e pelo tempo. Vanderley, aban-
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donado, desde criança, epiléptico e pobre, aprendeu a viver sozinho e vence como um herói. Jurandi retornou para cá e para a prisão. Voltou em 2009, junto com a gente. Casou, teve filhos, era nosso funcionário para toda obra.Em 2011, o Juiz de Direito ordenou que ele voltasse para a prisão por roubo feito, há anos, quando adolescente. Confirma, assim, os co-
mentários de que cadeia é para ladrão de galinha. O Marco Elias é o mais tranqüilo. Casou, é um lutador, e , como os seus colegas, faz da Oficina a sua casa. É isto que queremos que a Oficina seja a casa, o lar, dos meninos e meninas, onde eles são sempre bem acolhidos.
Não tinha idéia do que era ―menino de rua‖ – tinha um rótulo – fiquei com medo, mas acreditava que o único remédio contra o medo era a ação contrária
―Cheguei aqui muito pequeno. Eu vivia na rua, não tinha lugar onde morar. Doente, passava mal e ficava caído na rua. As pessoas viam e chamava o SAMU. Fui, então, morar no abrigo antes de chegar à Oficina. Aqui, ajudei na limpeza, aprendi a usar o telefone e fazia, algumas vezes, serviço de Office-boy. Nunca mexi com álcool e nem com drogas, e dava apoio para que os meninos deixassem de usar. Na Oficina melhorei a minha saúde, não estou passando tanto mal mais. Agora, tomo os remédios e faço tratamento. Trabalhar na Oficina me agrada muito, porque fico com força e energia. Hoje, ajudo na recepção e atendo o telefone. Tenho um carinho grande pelo Isnar. A Oficina Escola é muito importante para mim.‖ Vanderlei
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Quando cheguei eu tinha 14 anos, ficava vendendo picolé nas ruas, sem perspectiva nenhuma para a minha vida. Foi então, que conheci a Oficina, onde aprendi uma profissão e onde tiro o sustento para a minha família. Aprendi muitas coisas na Oficina Escola. E hoje eu passo para outros aprendizes, o que aprendi. A Oficina foi boa para toda a minha família, porque consegui melhorar a minha casa. Melhorei não só a minha vida, mas da minha família também, porque cuido dela. Se não fosse a Oficina talvez não teria conseguido as coisas que tenho hoje.‖ Marco Elias
“Foi triste, não foi uma chegada boa. Porque eu vivia na rua, roubava e usava drogas. Agora estou bem, graças a Deus, trabalhando muito e sem nenhum vício. Casei, sou evangélico e serei pai em breve. Quero ser um bom exemplo não só para o meu filho, mas para todos os que me conheciam. Hoje, tenho o meu dinheiro suado, que é o importante. Quando cheguei na Oficina eu tinha 12 anos de idade. Vivi a minha infância quase toda praticamente na rua. Depois, o governo anterior não deu oportunidade para a gente, a gente não era bem recebido e não tive chance de continuar trabalhando. Fiquei desempregado por um tempão. Só agora surgiu oportunidade de trabalho, com o novo governo. A Oficina é tudo na minha vida. Ela é o futuro para outros jovens como eu. A Oficina é boa, ela me ensinou a trabalhar e esta ensinando, também a outros jovens.‖ Jurandi Marcelino Dias
Tr echos de entrevi st a com I snar M ar cil C ar neiro, concedi da à Revi st a Rede, especi ali zada em educação, em m ar ço de 1996, tr ês anos depois da i nst al ação da Ofici na Escol a Rosal ino Feli pe.
Um antigo galpão, usado como depósito de carteiras quebradas, se transformou, em 1993, em uma esperança de futuro para alunos carentes das escolas públicas de Betim. Os móveis sucateados que formavam montanhas de desperdício deram lugar à organização e ao profissionalismo de 35 aprendizes que entraram no mercado de trabalho com o pé direito. A experiência da Oficina Escola Rosalino Felipe foi um sucesso que atraiu para Betim os olhos do mundo inteiro. O programa virou notícia na imprensa nacional e internacional e recebeu visitas freqüentes de delegações de vários estados e países. Ainda hoje, além da formação profissional, na Oficina Escola, os adolescentes são lapidados para a vida assistindo e realizando palestras, participando de oficinas e desenvolvendo atividades artísticas.
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Qual o segredo do sucesso obtido pela Oficina Escola? Não existe segredo! A direção da Oficina Escola aplicava uma prática da filosofia, das crenças e dos princípios de governo de 1993. Nos galpões do CETAP estava estampada a imagem do desperdício: salas enormes, ocupadas, do chão ao teto, com carteiras quebradas que sepultavam ferramentas e máquinas, proporcionando um tríplice desperdício e revelando a indisciplina nas escolas e o desperdício da coisa pública. O único espaço existente não media mais que 6 m² na entrada do salão entulhado. Um serrote e um martelo e uma furadeira emprestada pelo marceneiro José Maria, que também vivia insatisfeito, como vigia, deram início ao trabalho de desentulhamento para reposição de mobiliário nas escolas. Como foi formada a turma e definida a metodologia de trabalho? Acolhemos os adultos e adolescentes excluídos e desperdiçados pela sociedade e pelo sistema. O segredo, então, é a simplicidade no tra-
balho. O adolescente chegava e encontrava um ambiente sem medo, onde ele se sentia seguro e ouvia: ―Você pode, você tem uma missão neste mundo, ninguém aqui vigia você. Crie seu ambiente, junte-se a nós, crie seu código, as suas regras básicas‖. Passamos a prevenir conflitos e não viver em conflito e todos passamos a gostar do ambiente que se tornou um local de aprendizagem interativa, que vinha de dentro. Nunca era preciso gritar com um menino ou menina e eles consertavam e fabricaram mais de 20 mil móveis, de todos os tipos, em três anos. Cantaram, jogaram bola, plantaram horta, colheram ovos e fizeram palestras para diretores, professores e alunos sobre como conservar as carteiras e o meio ambiente da escola.Todo mundo fala que a educação no Brasil vai mal, que as crianças não gostam da escola, mas que a solução dos nossos problemas passa pela educação. Qual a saída para este quadro trágico? Várias sugestões têm saído de todos os lados: escola plural, escolas separadas para pobres, decisões compartilhadas, mais tempo na escola, privatizações, melhorias salariais, mais capacitação... Essas recomendações atingem os sintomas do problema, mas não atacam as causas na raiz. É a idéia de se colocar rapidamente um band-aid em um sistema educacional que está sangrando. Brinca-se com um processo que tem que ser sistematicamente mudado. Qual o caminho a ser percorrido para transformar o sistema? Esses problemas não foram desenvolvidos de uma hora para outra e não podem ser resolvidos, também de uma noite para outra. Precisamos de um processo desenhado para identificar as causas do fracasso da escola e removê-las. Tradicionalmente nós culpamos alunos por nossos problemas. Os pais culpam as escolas. As escolas culpam os pais. Todos culpam as forças externas: televisão, violência em casa e na mídia, a quebra do núcleo familiar, drogas e falta de dinheiro. É como o pedreiro culpando a ferramenta pelo defeito do prédio que está construindo. Não adianta procurar culpados, devemos, sim,
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consertar o processo que dirige o sistema e perceber que todos temos ―um interesse‖, ―um risco‖ no futuro das crianças do nosso país. O senhor acha possível manter a esperança deste quadro ser revertido? Os nossos grandes pregadores têm apontado o quadro, que de fato está mal. Não apontaram, todavia, o como fazer. Tivemos, por três vezes, governos populares e a felicidade de fazer Prefeitos e Secretários de Edu-
cação que não foram doutrinadores, embora não faltasse pressão de dentro para fora para que isso acontecesse. Na Secretaria de Educação, as ações foram planejadas, avaliadas e sofreram outras ações corretivas. Os planos de trabalho sempre foram elaborados pelo coletivo da Secretaria, com base nos resultados dos anos anteriores e em uma ampla pesquisa realizada na comunidade escolar. Foram determinados ataques às causas da evasão e da repetência escolar, já que se detectava a existência de resultados doentios no sistema. A visão, desde o início, era mudar esta cultura através da universalização de vagas, da melhoria do
ambiente físico nas escolas e da democratização com ampla participação de todos os envolvidos no processo educacional, da capacitação contínua e do uso de instrumentos que permitissem a detecção das causas dos problemas e uma conseqüente atuação. Foi enfraquecido o sistema autoritário, gerido de cima para baixo, doutrinador e, em contra-partida, fortaleceu-se o sistema participativo. Qual é a proposta pra se manter a auto-estima de crianças carentes? Enfraquecemos a cultura da competição, onde, antes, havia vencidos e vencedores, fortalecendo a cultura dos campeões sem perdedores. O professor que ―dá bomba‖ é visto como o médico que deixa seu paciente morrer, ou como o padeiro que diz que vai envenenar os pães se os fregueses não os comprarem em grandes quantidades. O professor eficiente é aquele que ensina com qualidade e que sabe que o saber vem de dentro e é um processo dinâmico, interativo e contínuo. Por mais que o aluno aprenda na escola, vai precisar continuar aprendendo ao longo da vida. O principal, então, é saber aprender, é ter a expectativa que gera ação, que gera resultados, que gera motivação, que gera mais expectativa, iniciando o ciclo de desenvolvimento. O primeiro passo para a construção de um sistema educacional novo? É preciso vencer o medo do risco de mudar, mas o risco de ficar é bem pior. Já se fala bastante que é insanidade continuar fazendo a mesma coisa e esperar resultados diferentes. É preciso mudar a maneira de gerir a escola e essa mudança passa por uma contínua capacitação dos seus dirigentes. Temos, então, o conhecimento de que devemos fazer (o quê e por quê), temos a capacidade de fazer (como), falta-nos a vontade pra que criemos o hábito, fincado nos princípios sólidos, de crescer como seres humanos que se interrelacionam.
O contexto em que ela nasceu
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Betim é uma cidade típica de 3º mundo com indústrias de ponta, perfeitamente enquadradas no modelo globalizado. No seu contorno se aglomerou um cinturão de miséria nas vilas e favelas que possuem um grande número de excluídos sociais. A sua taxa de crescimento populacional anual foi de 7,88% em 1996. A cidade recebia, anualmente, cerca de 20.000 (vinte mil) imigrantes. Em 1980, poucos anos depois da chegada da FIAT Automóveis, a sua população era de aproximadamente 84 mil habitantes e no ano de 1999, já ultrapassava os 300 mil. Agora, em 2012, estamos aproximando do meio milhão de pessoas. O modelo econômico implantado, nos últimos 40 anos, fez da cidade uma selva de pedras. Um pólo de atração que recebe milhares de pessoas oriundas das áreas rurais. Todos
Aglomerado do Teresópolis (à esquerda Centro de Betim na década de 70 (acima e abaixo) Instalação da Regap (acima)
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trazem na bagagem a ilusão de conseguir um bom emprego e ficar rico, embora o nível de qualificação profissional seja muito baixo. Com a implementação das políticas públicas do Governo Lula, todavia, o desemprego e o subemprego vêm diminuindo nos últimos anos. A desestruturação da família e a quebra do vínculo familiar de crianças e adolescentes; a solidão no meio da multidão e o conseqüente desencanto com a cidade e com as pessoas,ainda são uma ferida facilmente percebida e sentida em nosso meio. A conseqüência dessa ferida, desse inchaço desordenado, é o sofrimento dos jovens sem perspectivas de vida. Muitos se tornam revoltados, perambulam pelas ruas, tornam-se alvos de pessoas inescrupulosas que os conduzem aos perigosos caminhos da criminalidade. A criança e o jo-
vem, nessa realidade, estão em situação de risco. A sua integridade está ameaçada. Em 1993, a frente Betim Popular, liderada pela professora Maria do Carmo Lara, venceu as eleições municipais. A visão a partir daí era democratizar os serviços públicos e levar os seus benefícios, com qualidade, às camadas mais pobres. Saúde e educação tomaram novas dimensões. As crianças, os jovens e os idosos receberam atenção especial. Foi neste contexto que nasceu a Oficina Escola, um programa da Secretaria Municipal de Educação. Em 1997 a Frente Betim Popular venceu, outra vez, as eleições, sendo eleito o vice-prefeito Jésus Lima. Jésus recebeu o prêmio Prefeito Criança da Fundação Abrinq.
NOSSA VISÃO
Nossa Identidade Somos uma escola não formal, não temos intenção de ajudar aprendizes a fazer seus deveres de casa, de melhorar as suas notas em matemática ou geografia. Somos um espaço de convívio social, em que pode ser exercitada a vontade de aprender os ofícios por nós oferecidos, ou não. Cada aprendiz é livre para trilhar seu próprio caminho, com responsabilidade. O que visualizamos, ainda agora, e lá na frente, é este jovem, hoje acuado e quase esmagado, sem rumo, sem vivência e convivência, fugindo de si mesmo e perambulando entre as drogas e a violência, sofrendo por não experimentar a compreensão, o carinho ou o afeto dos seus semelhantes. Visualizamos este jovem saindo para uma vida mais leve, na qual ele vai abrindo o seu caminho e aprendendo com os acertos e desvios. Somos como um piloto que deseja levantar vôo de um lugar e chegar ao outro. Sabemos que, para chegar lá, não basta apenas o desejo. É preciso ter um bom plano de vôo e disciplina em segui-lo. Um desvio de rota o deixará distante de seu objetivo. É assim na vida quando desejamos realizar os nossos sonhos.
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Nossa realidade Já estivemos inseridos num contexto em que precisávamos investir em ―meninos de rua‖, quando a cidade estava em desenvolvimento desorganizado. Hoje (2012) procuramos atender alunos de qualquer escola, com idade entre 15 e 29 anos e pessoas da comunidade interessadas em aprender algum dos nossos ofícios. Continuamos produzindo mobiliário escolar para manutenção da rede pública em Betim e atendemos com oficinas de serralheria, marcenaria, informática, manutenção de computadores, artesanato, pintura, elétrica predial e grafite. Nossos sonhos O Brasil precisa de uma sociedade justa, fraterna, consciente das suas responsabilidades e de olho no futuro. Para isso, é preciso incentivar as pessoas no seu crescimento moral, espiritual e cidadão. O nosso sonho é que um dia as pessoas que por aqui passaram se lembrem do seu passado enquanto aprendizes e que procurem contribuir, mesmo que não seja na Oficina Escola, com outras pessoas que precisem do mesmo tipo de oportunidades que tiveram.
tem a ver com este
Onde estamos em relação ao que queremos Sabemos das dificuldades em mudar uma sociedade herdeira de princípios quase puramente capitalistas, de um mercado oportunista, voltado mais para a grande fortuna do que para a formação humana do seu povo. Dentro desta realidade, os projetos de resgate são poucos, mas nós nos incluímos nesta minoria. A nossa realidade é que faltam recursos financeiros e treinamento adequado para lidar com a situação de risco sofrida pela nossa sociedade. Fizemos pouco até agora, mas o suficiente para entender que estamos no caminho certo. A sociedade precisa de emprego, de saúde, de educação. Dentro do que nos é possível, estamos dando a nossa contribuição desde 1993, sem forçar a barra sobre a cultura que cada um trás dentro de si e dos seus costumes familiares e sociais.
O que queremos: Na nossa concepção, a escola ideal é aquela em se misturam os saberes programáticos da escola formal , em que o aluno tenha as possibilidades de melhorar seus conhecimentos como preparação para o vestibular, para concursos públicos e discussões acadêmicas e , de outro lado, o inusitado, uma oportunidade para descobrir as suas capacidades enquanto cidadão e pessoa, que o ensine a se relacionar respeitando as suas próprias limitações e nunca se interferindo no espaço do outro. 17
Eixos de Governo da Frente Betim Popular
Em 1993, quando o partido dos trabalhadores assumiu, pela primeira vez, o governo de uma cidade que começava a sua vocação para o progresso, suas vantagens e todos os problemas inerentes ao seu crescimento, houve a necessidade de se planejar formas de inter-relação entre o poder e o povo, de tal forma a garantir condições de cidadania que os governos anteriores não se preocuparam em desenvolver. Com isso, foram planejados quatro eixos de governo para nortear as ações corretivas de que a cidade precisava nessa sua nova fase de desenvolvimento; Ampliação da participação popular, integração da cidade, física e culturalmente, consolidação do programa de geração de emprego e renda e melhoria na qualidade dos serviços. Os mandatos Betim Popular de Maria do Carmo (19931996) e de Jesus Lima (19961999), possibilitaram que as ações da Oficina Escola Rosalino Felipe se ligassem aos seus eixos de governo, funcionando em consonância com a proposta de melhoria na qualidade de serviços, quando resolvemos corrigir as deficiências em mobiliário escolar
em um primeiro momento. Ao trazer funcionários desprezados pelo serviço público e os chamados ―meninos de rua‖, estávamos, definitivamente, nos incorporando às demais propostas de governo, o que, inclusive conferiu ao Prefeito Jésus Lima o direito de receber da Fundação Abrinq, o prêmio ―Prefeito Criança‖. Ao mesmo tempo, a Secretaria de Educação já traçava as suas linhas de conduta, como forma de democratização da Educação com os seguintes eixos: Universalização do ensino fundamental, Melhoria na qualidade do ensino, garantia de permanência e da continuidade dos alunos nas escolas, valorização dos profissionais de educação, acesso igualitário às informações, fortalecimento das interfaces da Secretaria de Educação com os outros setores. A Oficina Escola, junto com o Centro de Apoio, o Programa Bolsa Escola, o Prosa, a Divisão de Merenda Escolar, as equipes de inclusão, democratização e Educação básica da Divisão Pedagógica, constituíram frentes de trabalho em direção ao cumprimento das estratégias estabelecidas em favor dos excluídos.
Fomos interrompidos em 2001 e retornamos em 2009, com firme propósito de fazer valer o slogan: EM BETIM, QUEM MANDA É O POVO 18
O contexto social de 2009 quando da
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O município de Betim apresentou em 2008, a maior taxa de homicídios por cada grupo de 100 mil habitantes, de acordo com estudo da Fundação João Pinheiro. De acordo com a Polícia Civil, em 2008 261 pessoas morreram vítimas da violência na cidade. Se comparado ao ano de 2007, são 47 pessoas a mais que perderam a vida, o que representa um aumento de 22% no número de homicídios ocorridos na cidade naquele ano. De acordo com um relatório da Coordenadoria da Juventude de Betim, baseado em dados da Polícia Militar, os jovens da cidade são o grande alvo da criminalidade em conseqüência do envolvimento com o tráfico de drogas. Do total de homicídios registrados em 2008, 81% envolviam vítimas com idades entre 18 e 30 anos. O Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) de Betim também apresenta dados alarmantes. Dos cerca de 1.000 detentos da unidade, aproximadamente 700 são jovens de 18 a 29 anos. Destes, cerca de 400 não têm o ensino fundamental completo. Em toda a unidade, 20% dos detentos são analfabetos. Ainda, de acordo com a Coordenadoria da Juventude, 24 mil jovens do município, entre 18 e 29 anos, não concluíram o ensino médio. Segundo o órgão, a falta de escolaridade é um dos fatores que leva o jovem à criminalidade, exigindo medidas de prevenção por parte do poder público.
Onde somos
fortes E os nossos
pontos frágeis
O que devemos fazer para chegar ao que queremos A primeira parte do plano já está concluída desde 1993, quando tivemos a coragem e a iluminação para convencer o poder público da necessidade e da importância do projeto. Mesmo descontinuado na sua essência por oito anos de mandato de outro partido, pelo menos o esboço continuou, nos dando oportunidade e confiança para continuar o trabalho depois de 2009. Isso prova que a proposta foi lucrativa para os cofres públicos e que o cunho social teve a sua devida importância. Resta-nos, agora, em vésperas de outro pleito eleitoral, fazer todos os esforços para que esta etapa seja finalizada com êxito. Só assim teremos a garantia de que, nas mãos deste ou daquele novo governo, o projeto de amparo aos jovens e adolescentes e a fabricação e reposição de móveis escolares não sejam deixados ao relento. A nossa missão continua
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até não haja mais um betinense sequer que precise que alguém o ajude a olhar para o futuro. Nesta caminhada demos muitos passos prá frente e outros tantos por trilhas erradas, mas temos a confiança de que acertamos a maioria deles. Trabalhar em conjunto é naturalmente mais difícil, pois é preciso exercer o poder de convencimento com fatos e números reais., o que fizemos sempre. Os pontos fracos da Oficina Escola Na época da instalação da Oficina Escola, a prefeitura de Betim se encontrava em dificuldades devido à troca de governo, às contas pendentes e a natural falta de experiência em governar. Por isso, no próprio galpão onde se encontrava um monte de lixo e sucata, instalamos a nossa primeira oficina de recuperação de móveis e de pessoas. Até hoje as instalações se encontram no mesmo local, em terreno de topografia irregular e espaços apertados que mal dão conta da demanda de produção e algumas salas de
aulas. O maquinário de serralheria e algumas oficinas encontram-se defasados, mas nem tudo são perdas: temos o melhor auditório de toda a rede escolar de Betim, inclusive servindo ao atendimento comunitário, temos caminhão próprio para a entrega dos móveis e demais serviços de manutenção e localização privilegiada, fora dos atropelos de trânsito e barulhos da cidade. Ainda temos um sério problema de comunicação interna, em que o ciúme talvez seja o maior entrave para que as oficinas se interliguem e ajam como um só corpo. A diversidade de pensamentos e concepções são características que podem prejudicar uma tarefa, um projeto desde que as formas de pensar, o comprometimento e as vontades não sejam os mesmos. Um dos entraves na Oficina Escola é que alguns instrutores e funcionários ainda não conhecem perfeitamente o projeto e, por isso, não se comprometem com o sistema.
As oportunidades geradas pela Oficina Escola A Oficina Escola representa uma nova oportunidade para os jovens que a freqüentam. De ser cidadão, de aprender um ofício, de matar a curiosidade sobre determinada profissão, de participar de passeios temáticos e atividades esportivas e artísticas. Embora com problemas de verbas de manutenção, somos reconhecidos pela sociedade pelo serviço que prestamos |à coletividade e ao poder público. O trabalho de repor móveis estragados e fabricar novos equipamentos nos levou a designar jovens aprendizes para palestrar nas escolas sobre a conservação do patrimônio público, o que nos possibilitou um contato maior com a rede escolar da cidade. Mesmo sendo a única instituição a abastecer toda a rede municipal, ao longo de 19 anos de existência, nenhuma escola de Betim ficou sem o nosso produto. Esta é uma grande satisfação, pois já construímos mais de 120 mil carteiras e mesas escolares e economizamos vários milhares de reais para os cofres públicos, mas o nosso maior orgulho é ter participado na construção de muitas vidas e ter levantado o debate sobre os paradigmas de uma escola formal desligada das diversas culturas e saberes populares e familiares dos seus alunos. As ameaças Mesmo representando uma inovação no modelo escolar desde 1993, nunca fugimos das ameaças contra a instituição. Uma delas é a possibilidade de corrosão das lideranças e o crescimento do medo, do ciúme e da delação. A resistência à quebra dos paradigmas de vida, de trabalho e de métodos educacionais também foram e serão um eterno problema para o crescimento de qualquer projeto e a construção de relações de respeito entre comando e comandados. A ameaça mais grave pode ser a possibilidade de troca de comando político no município. Nenhum governo tem responsabilidade em continuar os projetos do seu antecessor. Existem várias visões sobre projeto políticos, uns priorizando o povo, os investimentos em infra estrutura , e outros com visão mais centrada na exploração capitalista. Não que sejam tão ruins para a cidade, mas tem uma forma de relacionamento diferente com as camadas populares, priorizando os grandes investimentos, as obras faraônicas e o embelezamento superficial, em detrimento do desenvolvimento popular.
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Não é possível continuar pensando na prevenção a partir da idéia de universalidade dos seres humanos, sem reconhecer a sua diversidade, sua pluralidade, sua unicidade e suas vulnerabilidades. Portanto, não podemos falar de adolescência, mas de " adolescências", a partir do que está ao seu redor, ao redor da sua realidade. Ao fazer perguntas aos aprendizes com quem estamos interagindo, estas devem abranger as dimensões pessoal, social e de política institucional, tentando reconhecer todos os fatores que podem influenciar nestas vulnerabilidades. Na adolescência, como um momento especial de definições na área da sexualidade, da profissionalização, da família, podem convergir alguns desafios, aos quais nem todos os jovens podem responder positivamente, ocasionando sofrimento social e conflitos internos. Esse é o mundo que precisamos transformar. Fazer com que a vida dessa clientela seja mais branda, produtiva socialmente e interessante.
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Abastecer o estoque de mobiliário do sistema educacional de Betim. Em 2009 fabricamos 8050 móveis para escolas municipais, 219 para creches, 195 para escolas estaduais e outros 2593 para diversos setores da Prefeitura ao custo total de 465.084,45 reais Em 2010 foram fabricados 7250 moveis para as
escolas municipais, 664 para creches, 729 para escolas estaduais e 1344 para outros setores, representando um custo total de R$573.809,37.
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É necessário alterar a forma como a sociedade encara, ou não, o crescente número de casos de idosos que não têm uma vida com dignidade e por vezes, devido à sua solidão, morrem esquecidos. Outrora os pais que cuidavam dos filhos eram retribuídos por estes na sua velhice, mas a sociedade evoluiu e com ela vieram boas e más práticas, hoje é quase o inverso, são os pais e os avós que continuam a cuidar dos filhos e netos, mesmo ficando sós. Na falta dos valores familiares que se verificam atualmente só há dois caminhos a seguir: retomar, dentro do possível, esses princípios ou encontrar novas formas para amparar aqueles que já exerceram o seu papel na sociedade e agora precisam dos outros. A Oficina Escola tem como um dos seus eixos de atuação um programa de visitas aos asilos oficiais de Betim, levando música, artesanato e bate-papo entre os aprendizes e a população interna. Por falta de infra estrutura, o programa está descontinuado e deve voltar a funcionar a partir de 2013.
Nossa Produção RESISTÊNCIA
Carteiras, mesas e armários preparados para o rastarasta do dia–a-dia em salas de aula. Solda mig em todas as ligações, tampos de MDF15 mm rebitados e pintura industrial SEGURANÇA
Móveis testados ao longo de 19 anos de fabricação, com material de primeira qualidade. PRATICIDADE
RESISTÊNCIA SEGURANÇA PRATICIDADE
Todos os projetos passam por testes de ergonomia em escolas públicas antes de entrar na linha de produção.
OFICINA ESCOLA ROSALINO FELIPE—Rua Rita Maria de Jesus, 31—Bairro Angola CEP 32630-410– BETIM– MG- fone 31-3594.2008 oficinaescolabetim@gmaIL.com 23
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As quest천es que geram o nosso
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OS NOSSOS SONHOS (que se misturam com desejos, propósitos e visão de futuro) Ser um lugar que os adolescentes gostem e se orgulhem dele cada vez mais. Ser, cada vez mais, referência de qualidade, atendimento e economia Ser, cada vez mais, um lugar onde os princípios do amor e da honestidade e da paz, fiquem no centro de suas ações.
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Estrutura física Ainda há muito espaço para crescimento da comunicação interna. Ser uma instituição única para abastecer um universo muito grande e complexo. QUAIS SÃO OS PONTOS FRACOS DA
Alguns instrutores ainda não conhecedores e comprometidos com o sistema. Funcionamento como fábrica e gerenciamento das compras de material como escola.
Discrepância salarial entre os instrutores.
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Dar uma nova opção (oportunidade, ocupação) para os jovens.
Ser reconhecida, valorizada pela cidade.
QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS
Ter uma maior oportunidade de relacionamento com as escolas.
OPORTUNIDADES PARA A Ser uma instituição única para abastecer um universo muito grande e complexo.
Ter a possibilidade de provocar mudanças de paradigmas da educação.
A possibilidade de corrosão da liderança e conseqüente crescimento do medo, do ciúme e da delação.
QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS AMEAÇAS PARA A OFICINA ESCOLA?
Críticas e resistência externa sem conhecimento do trabalho
Resistência a quebra de paradigma.
Troca de comando político no município
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Planejado Metas 2009/2010
Executado
Acolher 350 aprendizes
Matriculados 356 em 2009 e 245 em 2010. Permaneceram
Criar 30 oficinas de ocupaçãoaprendizagem
Criadas 24 oficinas de ocupação-aprendizagem
Reformar 10.000 peças de móveis escolares
Não executado. (As peças de móveis foram reutilizadas para fabricação)
Fabricar 20.000 peças de móveis escolares ao custo estimado de R$3.000.000,00
Fabricados em 2009: 11.057 móveis (R$465.084,45). 8050 móveis para escolas municipais (R$320.769,30). 219 móveis para creches (R$11.433,73) 195 móveis para escolas estaduais (R$11.040,11). 2593 para outros setores (R$ 121.841,31) Fabricados em 2010: 9987 móveis (R$573.809,37) 7250 móveis para escolas municipais (R$423.697,65) 664 móveis para creches (R$30.724,91) 729 móveis para escolas estaduais (R$28.088,98) 1344 móveis para outros setores (R$91.297,83)
Construir 03 galpões ao custo estimado de R$ 150.000,00 no mercado Construir uma praça na entrada 29da Oficina Escola ao custo estimado de R$50.000,00
FABRICADOS 2009/2010 21044 MÓVEIS AO CUSTO DE R$1.038.893,82 Construído 1 galpão com 408m². Construído 1 galpão com 210 m² Construída a Praça na entrada da Oficina Escola
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PROPORCIONAR UM AMBIENTE DE TRABALHO DE QUALIDADE AOS APRENDIZES E SERVIDORES
Implementar o programa SOL -SA
Capacitar
Selecionar e descartar
Organizar (ordenar)
Realizar encontros de treinamento
Separar o que precisa do que não precisa
Definir lugar certo para cada coisa que a gente precisa
Mandar para outro
Adquirir auto - disciplina Limpar
Cuidar da saúde
Melhorar a estrutura física da Oficina e adjacências
Manter jardins e árvores
Eliminar, acabar com toda a sujeira
Eliminar, acabar com toda a sujeira Realizar cursos para
Construir regras básicas compartilhadas para consolidar o Programa SOL - SA
Implementar programa de alimentação
Fazer acompanhamento médico-odontológico
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Incrementar educação holística
PROPORCIONAR UM AMBIENTE DE TRABALHO DE QUALIDADE AOS APRENDIZES E SERVIDORES
2 PROPORCIONAR UM AMBIENTE DE TRABALHO DE QUALIDADE AOS APRENDIZES E SERVIDORES
Manter acompanhamento do programa de "Adoção de Afilhados"
Realizar o plano de capacitação
Elaborar a Matriz de capacitação
Estabelecer parceria com a SEMED
Adquirir equipamentos de fotografia, filmagem e diagramação
Divulgar a Oficina Escola
Estabelecer parceria com a Secretaria de Comunicação
Preparar material publicitário (Jornalzinho, blog, site, exposições e galeria)
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Não rotularemos as pessoas Não permitiremos intolerância para com os outros Não seremos paternalistas Não seremos autoritários Não admitiremos que tradições restrinjam inovações Não permitiremos que a vida fique ainda mais pesada
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NÃO ROTULAREMOS AS PESSOAS Por mais que nos achemos independentes, que busquemos ao longo dos anos assumir as rédeas de nossas vidas, somos prova do quanto dependemos de outros. Ainda bebê, dependemos de nossa mãe, nosso pai, de alimento e da segurança que possam nos proporcionar. E ao crescermos essa dependência não nos abandona. Dependemos de permissão, de afeto, de aprovação. E assim é em todos os grupos que passamos a integrar. O ser humano busca aprovação em tudo. Procuramos nos defender e garantir nossa sobrevivência, e isso é instinto. É por instinto que rotulamos as pessoas. Julgamos, esse ou aquele, á medida que ameacem ou não nossa existência. Se fulano não me dá atenção, é metido; se beltrano rouba as atenções, é extravagante. E assim carimbamos as pessoas, fazendo-lhes descrições que podem ou não condizer com a realidade, só porque em determinadas situações nos sentimos ameaçados. Agimos instintivamente a toda hora e ainda nos achamos no direito de recriminar quem assim o faz. Cada um se defende com as armas que tem. E antes de sermos racionais, somos animais. E como animais, nada mais natural que nos comportemos sob a influencia dos apelos instintivos. Podemos passar a vida inteira sendo rotulados a partir de características que possuímos ou que as pessoas acreditem que temos. Mas isso só vai interferir na minha, na sua vida se permitirmos. As coisas só acontecem a nós porque desejamos ou porque consentimos.
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ÃO PERMITIREMOS A INTOLERÂNCIA COM OS OUTROS Se observarmos o ser humano, veremos um universo em funcionamento – um microcosmo. Cada órgão de seu corpo funciona de forma autônoma, mas interdependente dos demais. Se, por qualquer motivo, um órgão sofre algum mal, afetará também os outros órgãos, comprometendo o funcionamento do todo. Mesmo que agentes imunológicos tentem resolver o problema, se não forem fortes o suficiente, pouco a pouco todo o sistema orgânico do indivíduo sucumbirá. Podemos perceber o mesmo processo dentro do universo no qual o homem está inserido - a sociedade humana - numa escala de tempo e conseqüências proporcionais, com suas atitudes sendo agentes ativos da qualidade da própria vida e das dos outros, e, conseqüentemente, de suas relações. Uma pessoa do tipo tolerância zero gera em seu meio certo mal estar e por esta razão, as pessoas à sua volta também se sentirão mais indispostas a atendê-la e se relacionar amistosamente com ela, e, como que contaminados por um vírus – pouco a pouco – todos se colocarão indispostos uns com os outros, estabelecendo a dinâmica específica nas suas relações do tipo tolerância zero. Essas pessoas sairão de seus ambientes familiares, irão para outros ambientes levando consigo essa indisposição. Teremos, assim, uma rede de relacionamentos intolerantes que apenas tende a crescer e onde a intolerância tudo contamina e acaba se instalando.
NÃO SEREMOS PATERNALISTAS Não usaremos ou permitiremos comportamento de ―bonzinhos‖ para exercer vontade própria sobre aprendizes ou colegas de trabalho de forma autoritária disfarçada, garantindo o direito individual à tomada de decisões ou defesa de princípios e uma relação colegiada para resolução de problemas internos. NÃO SEREMOS AUTORITÁRIOS A individualidade é uma característica própria do humano. Há quem goste do vermelho e outro. Somos o único ser vivo que preserva as suas vontades e é capaz de brigar por elas.
NÃO ROTULAREMOS AS PESSOAS Por mais que nos achemos independentes, que busquemos ao longo dos anos assumir as rédeas de nossas vidas, somos prova do quanto dependemos de outros. Ainda bebê, dependemos de nossa mãe, nosso pai, de alimento e da segurança que possam nos proporcionar. E ao crescermos essa dependência não nos abandona. Dependemos de permissão, de afeto, de aprovação. E assim é em todos os grupos que passamos a integrar. O ser humano busca aprovação em tudo. É por instinto que rotulamos as pessoas. Julgamos, esse ou aquele, á medida que ameacem ou não nossa existência. Se fulano não me dá atenção, é metido; se beltrano rouba as atenções, é extravagante. E assim carimbamos as pessoas, fazendo-lhes descrições que podem ou não condizer com a realidade, só porque em determinadas situações nos sentimos ameaçados. Agimos instintivamente a toda hora e ainda nos achamos no direito de recriminar quem assim o faz. Podemos passar a vida inteira sendo rotulados a partir de características que possuímos ou que as pessoas acreditem que temos. Mas isso só vai interferir na minha, na sua vida se permitirmos. As coisas só acontecem a nós porque desejamos ou porque consentimos. NÃO PERMITIREMOS A INTOLERÂNCIA COM OS OUTROS Se observarmos o ser humano, veremos um universo em funcionamento – um microcosmo. Cada órgão de seu corpo funciona de forma autônoma, mas interdependente dos demais. Se, por qualquer motivo, um órgão sofre algum mal, afetará também os outros órgãos, comprometendo o funcionamento do todo. Mesmo que agentes imunológicos tentem resolver o problema, se não forem fortes o suficiente,
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pouco a pouco todo o sistema orgânico do indivíduo sucumbirá. Podemos perceber o mesmo processo dentro do universo no qual o homem está inserido - a sociedade humana - numa escala de tempo e conseqüências proporcionais, com suas atitudes sendo agentes ativos da qualidade da própria vida e das dos outros, e, conseqüentemente, de suas relações. Uma pessoa do tipo tolerância zero gera em seu meio certo mal estar e por esta razão, as pessoas à sua volta também se sentirão mais indispostas a atendê-la e se relacionar amistosamente com ela, e, como que contaminados por um vírus – pouco a pouco – todos se colocarão indispostos uns com os outros, estabelecendo a dinâmica específica nas suas relações do tipo tolerância zero. Essas pessoas sairão de seus ambientes familiares, irão para outros ambientes levando consigo essa indisposição. Teremos, assim, uma rede de relacionamentos intolerantes que apenas tende a crescer e onde a intolerância tudo contamina e acaba se instalando. NÃO SEREMOS PATERNALISTAS Não usaremos ou permitiremos comportamento de ―bonzinhos‖ para exercer vontade própria sobre aprendizes ou colegas de trabalho de forma autoritária disfarçada, garantindo o direito individual à tomada de decisões ou defesa de princípios e uma relação colegiada para resolução de problemas internos. NÃO SEREMOS AUTORITÁRIOS: A individualidade é uma característica própria do humano. Há quem goste do vermelho e outro. Somos o único ser vivo que preserva as suas vontades e é capaz de brigar por elas.
CITAÇÃO: Embora as informações sobre o universo das crianças indígenas não são constantes na bibliografia antropológica brasileira, sabe-se que os indiozinhos eram educados conforme o seguinte procedimento: o filho estava sempre presente no acompanhamento do labor diário de seus pais e avós, aprendendo a ser independente, a apreciar o trabalho e respeitar uma relação coletiva com a terra (Cohn 2002). Meninas socavam pilão, descascavam mandioca, cuidavam dos bebês e auxiliavam as mães. E piás assessoravam os pais, que depois ensinavam artesanato e caça. Não havia espaço para violência, vez que “o extraordinário respeito à personalidade e à vontade individual, desde a mais tenra infância, torna praticamente impossível o processo educativo no sentido da repressão” (Schaden 1974). Os pais indígenas apostavam (inconsciente-mente) no exemplo, não castigavam. A tradição educacional cristãoeuropéia, alçada para o Brasil, tinha outro matiz. Conforme a historiadora Mary Del Priore, no livro História das Crianças no Brasil, a imposição de sofrimento físico era considerada uma ―forma de amor. A demonstração de afeto era havida como uma ação equivocada dos pais e educadores, porque supostamente prejudicava a educação dos filhos, que deviam temer seus instrutores. A relação entre os pais e filhos, segundo tal modo de ver, tinha de espelhar o amor entre o Senhor Deus e o homem caído em pecado, seguindo-se a máxima: amar é castigar (o pecador). O erro da criança era visto não como um momento necessário do aprendizado (é errando que se aprende), mas um pecado que reclamava por um castigo físico. (Texto retirado do site http://guiasaoluiz.net/ )
NÃO ADMITIREMOS QUE TRADIÇÕES RESTRINJAM INOVAÇÕES Pesquisas desenvolvidas com a teoria de aprendizagem mostram que os estudantes compreendem melhor e retêm o que aprenderam quando são expostos a: 1.um exemplo real, vívido e familiar para ancorar os conceitos; 2. um segundo exemplo, menos familiar, que demonstra a ampla aplicabilidade dos conceitos; 3. uma forma de descobrir o principio geral; 4. realizar trabalhos práticos utilizando os conceitos. Manter a convivência entre religiões, formas do pensar, opções de vida e filosofias é uma “cola” para a garantia 37
de que o produto final da nossa missão seja coroada de êxito ou não. Por isso, instalamos, dentro da nossa estrutura administrativa, uma comissão de resolução de conflitos que, felizmente, não tem tido muito trabalho nessa área. NÃO PERMITIREMOS QUE A VIDA FIQUE AINDA MAIS PESADA As expectativas de sucesso não implicam em que as experiências da vida sejam levadas tão a sério. Não queremos, principalmente que elas magoem nossos colegas de trabalho e de convivência. Se precisarmos suportar circunstân-
cias ruins e que seja necessário suportá-las, queremos que elas não sejam experiências traumáticas. Desempenharemos o nosso papel no palco da vida, mas nunca esquecendo de que se trata apenas de um papel. Muito do que perdemos no mundo não será uma perda para a alma. Queremos destruir o medo, que paralisa todos os esforços para o sucesso e atrai exatamente aquilo que nós mais receamos
No ano de 2009, retomamos os trabalhos na Oficina Escola, depois de vencer as eleições municipais. Conforme a nossa filosofia de pensar o ensino e as relações interpessoais, muita coisa precisou ser reenquadrada dentro dos princípios para os quais a Oficina Escola fora criada. Na troca de governo, entre 2000 e 2008, foi instalado o método tradicional de trabalho com estudantes, forma que moldou a entidade a servir de apoio ao rendimento escolar, com aulas de reforço das matérias curriculares e um inchaço da máquina administrativa com a chegada de vários professores PI e PII. Houve, no período, um acréscimo exagerado na folha de pagamento, a desagregação entre escola e fábrica, pois os antigos mestres voltaram às suas funções como profissionais de área, deixando em segundo plano o seu contato pessoal com os aprendizes. O visual arquitetônico precisava de manutenção, pois fora quase completamente desvirtuado da sua função de lugar agradável e leve, para uma estrutura com a ―cara‖ de escola formal misturada com uma fábrica, onde se encontravam mato, sujeira e material sucateado em decomposição. O quadro desanimador encontrado deu lugar ao entusiasmo de reencontrar o projeto, algumas pessoas antigas e remoldá-los, voltando às origens.
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Planejado Metas 2009/2010 Acolher 350 aprendizes Criar 30 oficinas de ocupação-aprendizagem Reformar 10.000 peças de móveis escolares
Executado Matriculados 356 em 2009 e 245 permaneceram em 2010. Criadas 24 oficinas de ocupação-aprendizagem Não executado. (As peças de móveis foram reutilizadas para fabricação)
Fabricar 20.000 peças de móveis escolares ao custo estimado de R$3.000.000,00
Fabricados em 2009: 11.057 móveis (R$465.084,45). 8050 móveis para escolas municipais (R$320.769,30). 219 móveis para creches (R$11.433,73) 195 móveis para escolas estaduais (R$11.040,11). 2593 para outros setores (R$ 121.841,31) Fabricados em 2010: 9987 móveis (R$573.809,37) 7250 móveis para escolas municipais (R$423.697,65) 664 móveis para creches (R$30.724,91) 729 móveis para escolas estaduais (R$28.088,98) 1344 móveis para outros setores (R$91.297,83) FABRICADOS 2009/2010 21044 MÓVEIS AO CUSTO DE R$1.038.893,82 Construir 03 galpões ao custo Construído 1 galpão com 408m². estimado de R$ 150.000,00 Construído 1 galpão com 210 m² no mercado
Construir uma praça na entra- Construída a Praça na entrada da Oficina Escola da da Oficina Escola ao custo estimado de R$50.000,00
A cada biênio, ano e mês, nos reunimos e traçamos nossas metas e, semanalmente, avaliamos o seu cumprimento. A avaliação contínua da nossa prática, a elaboração de regras compartilhadas e a administração participativa constituem a base da nossa organização.
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Toda a fabricação de mobiliário segue um padrão programado de acordo com as necessidades de implantação de novas escolas ou a manutenção daquelas já existentes no município.
As pessoais mais antigas tem grande sabedoria de dizer ―no meu tempo não era assim‖. A frase vem carregada de sentido ao lembrarmos que os pais do começo do século XX apostavam na grande quantidade de filhos como uma forma de tê-los como seus guardiães na terceira idade. As crianças eram ―treinadas‖ desde muito jovens a seguir conselhos e hábitos dos mais velhos. As mudanças sociais inverteram esse papel e hoje já é comum se encontrar jovens que são cuidados pelos seus avós ou pais idosos. Quando a família se sente sem forças para cuidar dos seus ―velhos‖, a solução é enviá-lo para instituições apropriadas, como uma forma de se aliviar-se do fardo dos cuidados, dos horários de medicação e da dedicação total. Essa atitude acaba formando um costume em que lugar de velho é no asilo. Para eles só restam a solidão, a falta da família e a relação com pessoas que nunca fizeram parte do círculo de amizade. As experiências de visitas a essas entidades praticadas pela Oficina Escola, com seus jovens aprendizes renderam frutos, simples, mas de um grande significado. Os jovens que já participaram dessa atividade, conheceram, de perto, a realidade que pode estar reservada para os seus avós, pais e até para eles próprios quando começarem a representar um fardo doloroso para as suas famílias.
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O ESPAÇO QUE EU OCUPO NUNCA DEVE INTERFERIR NO DIREITO DE ESPAÇO DO OUTRO
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Transformar a missão em ação, produzindo resultados, é o fim dos objetivos. Um número limitado de objetivos concentra sua atenção em itens importantes que podem ser medidos. Escolhemos os seguintes:
DENTR O DE DOIS A N OS (DE JANE IR O DE 2011 A DEZ EMBR O DE 2012) NOSSA MISSÃO EST AR Á MAIS PR ÓXIMA DO C UMPR IMENTO SE NÓS TIVER MOS: Oferecido aos adolescentes em s ituação de r is co: Atividades ocupacionais de mar cenaria, carpintar ia, s er ralher ia, inf or mática, trabalhos manuais (br inquedos pedagógicos , apagador es , por ta- caneta, etc.) apr oveitando r es to de mater ial; A tividades educacionais em f or ma de of icinas , pales tras, f ilmes , excursões , hor ticultura e outr os ; A tividades de lazer e cultura (esporte, ar tes vis uais, mús ica, dança, teatro) vis ando melhor ia da auto es tima, s ocialização e r eintegr ação à s ociedade enquanto evidenciado em medidas s ubjetivas e objetivas; Ins erção no mer cado de trabalho; A companhado os aprendizes , junto às es colas que fr eqüentam obtendo dados s obr e o s eu pr ogresso e pr opor cionando a devida inter venção; Propor cionado aos s er vidor es , ambiente energizante a par tir do sentimento de apr opr iação do tr abalho, s olucionando problemas e conf litos de for ma coletiva; Capacitado 100% do quadr o de s er vidor es no que diz res peito ao cres cimento do s er humano e us o da tecnologia moder na; Fabr icado e recuperado móveis e materiais es colar es , com s egurança, rapidez, perf eição e economia atendendo às necess idades educacionais ; Of er ecido móveis e mater iais de qualidade aos es tabelecimentos de ens ino municipais e conveniados ; Facilitado o aces s o dos apr endizes e f uncionár ios aos s er viços de saúde, da infor mação, do conhecimento e da economia; Levado as of icinas a setor es necess itados .
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As ações discutidas e desenvolvidas na Oficina Escola têm a clara intenção de incrementar um programa de melhoria contínua a fim de que a sua missão seja cumprida com êxito.
Evasão Escolar - A efetivação da educação tem várias etapas a ser cumpridas; proporcionar atividades extra-classe, reduzir a repetência escolar, contribuir com os programas de educação inclusiva, contribuir com o projeto político pedagógico das escolas municipais e, no nosso caso, garantir o pleno funcionamento das diversas oficinas de marcenaria, solda, informática, manutenção de computadores, artes, artesanato, grafite, música e outras esporádicas, cada uma de forma independente, mas que, ao final, acabam se interligando para se transformar na grande ação de transformação de vida. Daí a necessidade de se apostar no programa de apadrinhamento, em que o interessado tem a função de acompanhar o seu afilhado nos estudos, na vida em família, na sua convivência social e, se for da sua própria vontade, com infra estrutura para o aprendizado, com aquisição de livros, cadernos e outros materiais. Procuramos parcerias públicoprivadas com Oficinas, ONGs, setores públicos, universidades e institutos de pesquisas cientificas, para aquisição de infra-estrutura, mão-
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de-obra especializada em ensino e know - how para o pleno funcionamento das oficinas. A redução da evasão escolar é um velho entrave na educação desde tempo remotos em que a ação de aprender era ligada ao castigo e a aquisição de saber deveria ser penosa e dolorida. Se pensarmos no aprendiz como construtor do seu próprio conhecimento, a atividade extra-classe se constitui em estratégia para ampliar o processo de formação do indivíduo para além do seu ambiente escolar, fomentando nele experiências variadas. Como o nosso papel passa por caminhos diferentes da educação formal, torna-se necessário montar uma grade de atividades diferenciadas para garantir que eles sintam que o ambiente e todas as atividades que os cercam, quando estão conosco, sejam agradáveis, proporcionando novas descobertas. Realizar palestras e momentos de reflexão, exibir filmes, fazer excursões, praticar e apresentar teatro, fazer artesanato, realizar cantorias, praticar esportes e várias
outras atividades são ações que nos incentivaram a construir um auditório para 120 pessoas, fechar convênio de cooperação com a Funarbe para a cessão de instrutores de teatro e musicalização, e encarregamos a vice diretoria da Oficina Escola pela responsabilidade das atividades fora do nosso ambiente. REPETÊNCIA ESCOLAR Porque? De quem é a culpa? Grande parte da comunidade de educadores procura colocar a culpa nos alunos, nas suas deficiências e desinteresse pelo aprendizado. Pouco se discute sobre os métodos de ensino e sobre a eficiência e eficácia das diversas matérias na vida particular e profissional do aluno, além da ignorância quase completa sobre sua vida fora da escola. Acompanhar a vida escolar não implica em apenas chamar os pais para conversar, transcrever notas ou créditos em boletins escolares ou instalar um sistema de disciplina militar na escola. O acompanhamento escolar passa por visitar o ambiente social do aluno (no nosso caso, visitar também a escola onde ele estuda).
O Programa de Melhorias Contínuas da Oficina Escola implica na organização, execução e avaliação de uma matriz de tarefas, composta de estratégias e ações a serem executadas pela equipe de administração
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e monitores. Algumas tarefas foram executadas em 2010/2011 com sucesso e outras foram paralisadas ou prejudicadas devido ao desligamento de atores ou o seu desvio para outras tarefas na própria Ofi-
cina Escola ou em outros órgãos de estrutura da Secretaria de Educação. Para efetivar a educação dos aprendizes à equipe número 1, de coordenação geral, ficou com a
tarefa de aprimorar o projeto político-pedagógico da Oficina Escola, realizado com sucesso e entregue à equipe de organização do plano de trabalho em 28 de fevereiro de 2011. Ficou a cargo dessa equipe, a elaboração do sistema de compartilhamento de normas de convivência, . O prazo de conclusão foi definido para 30 de novembro de 2011 e a proposta não foi executada, devendo voltar às discussões no segundo semestre de 2012. A equipe número dois, responsável pelo Setor de Ensino e Aprendizagem juntou esforços com a equipe de Coordenação Geral para elaborar o calendário constando as ações voltadas à redução da evasão escolar com atividades de recreação e cultura, tais como palestras, filmes, excursões, teatro, momentos de reflexão, cantorias e esportes. O Plano foi entregue em 30 de janeiro de 2011 e está suscetível a constantes mudanças de acordo com as necessidades e mudanças culturais ou dificuldades e facilidades da própria Oficina Escola. Também coube à Equipe número 2 a tarefa de elaborar o cronograma de visitas escolares e ao meio em que vivem os aprendizes. A mesma equipe tinha a função de Elaborar o plano de funcionamento das oficinas de dança, teatro, artesanato, mini marcenaria, 3M (madeira, metal e mecânica), serralheria, pintura em tecido, grafite, musicalização (violino, canto, flauta, violão, guitarra, saxofone, bateria) informática (básico, formatação de sites, programas de produção), manutenção de computadores. A tarefa foi executada com sucesso, porém a sua implantação ficou deficitária e deve retornar para uma discussão a ser refeita de acordo com as necessidades e deficiências da Oficina Escola. Elaborar o projeto de uma banda sinfônica ficou a cargo da equipe
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número 22, de musicalização. O programa de Produção e manutenção, a cargo da Equipe de Produção, ficou com a incumbência de elaborar plano de produção e reforma, organizar o método de compras, formalizar parceria com demais equipes para dar suporte à produção, apresentar planilha de convênios para obtenção de recursos , manter manutenção de máquinas, ferramentas e placas e dispositivos de sinalização de espaço de trabalho, elaborar plano de organização de almoxarifado, sistema de requisições, patrimônio e prestação de contas, elaborar plano de demandas e necessidades do sistema de transporte e entregas O Programa SOL (Saúde, Organização e Limpeza) é uma das ferramentas de educação e organização de trabalho e ambiente. O assunto é tão importante que o seu planejamento e colocação em uso ficou a cargo de todas as equipes de planejamento, cada uma cuidando de um ou mais pontos específicos. A sua implantação na Oficina Escola tem vários objetivos, que se desdobram em ações e tarefas complementares. CAPACITAR com a realização de encontros de treinamento, assistir palestras de especialistas e ministrar palestras internas utilizando a própria equipe de aprendizes e servidores. SELECIONAR E DESCARTAR os itens necessários ao desenvolvimento dos trabalhos daqueles que podem ser descartados. A segunda etapa da tarefa é destinar a outro lugar aquilo de que não se precisa. Esta destinação pode ser para lugares externos ou para outros departamentos dentro da própria Oficina Escola. ORGANIZAR E ORDENAR, definindo lugar certo para as coisas, ferramentas e material de consumo que necessitamos no setor de trabalho. LIMPAR para melhorar a estrutura física da Oficina e suas adjacências.
Esta tarefa se aplica a Oficinas específicas como serralheria, marcenaria, pintura, artesanato, etc. e ao conjunto arquitetônico da própria Oficina Escola e as ruas, prédios e sociedade no seu entorno. (ruas, lixeiras, capina de rua, limpeza e organização de passeios, deposição de entulhos, correção de pichações em muros, combate às epidemias e endemias, etc.). CUIDAR DA SAÚDE, mantendo jardins. Árvores, canteiros e áreas de circulação limpos e desobstruídos, acabar com a sujeira, realizar cursos para se acabar com o ―stress‖, implementar um programa de alimentação e nutrição, fazer e incentivar o acompanhamento médico-odontológico. ADQUIRIR AUTO DISCIPLINA E AUTO-ESTIMA com a implementação da educação holística, que se baseia na propriedade em que cada pessoa encontra identidade, significado e propósito de vida através de conexões com a comunidade, com o mundo natural, e valores espirituais tais como a paz e compaixão, com o objetivo de inspirar a reverência pela vida e pela paixão de aprender dentro da nossa proposta de educação para a vida e convivência social e a construção de um mundo melhor. Construir regras básicas compartilhadas para consolidar o Programa SOLSA.
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Vamos abrir as portas e deixar o SOL brilhar. Vamos nos sentir mais leves, mais alegres e mais sadios. O nosso local de trabalho, acolhedor e produtivo. O tempo vai passando e a gente vai mantendo a limpeza simplesmente não sujando. Fazendo assim, a gente começa a respeitar o ―outro‖ na medida em que reconhecemos a verdade de que o ambiente é de todos nós e a nossa alegria está muito ligada à qualidade do ambiente em que vivemos. Na Oficina, a cozinha é nossa, a secretaria também. Usamos todas as salas, tomamos sol nos pátios, admiramos as plantas e as aves e gostamos de banheiros bons e limpos. As nossas ferramentas ficam em seus lugares e apenas usamos o que precisamos. Não gostamos de desperdício, principalmente das coisas públicas. É por isso que pegamos um parafuso no chão, não quebramos a broca e não jogamos pedaços de madeira fora. O mais importante é que formemos hábitos baseados nos princípios do respeito e da confiança e assim vamos for-
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mando o nosso caráter. Aos poucos vamos nos auto-disciplinando e cuidando do nosso corpo e da nossa alimentação e fortalecendo também o nosso espírito. Afinal queremos ser felizes e os dias escuros só nos fazem esperar mais pelo sol. Dentro do local de trabalho deve ser destinada uma área exclusiva para descarte. Importante é definir, também, quem faz o Há coisas de que precisamos a todo momento e estão onde é difícil alcançá-las. Então qual é a melhor solução? É preciso saber o que se vai fazer para ficar claro quais as coisas úteis e as inúteis que devem ficar ao nosso lado ou no ambiente de trabalho. É sempre bom lembrar que a utilidade das coisas depende do tipo de atividade a ser desenvolvida. Melhorar a qualidade de vida; Melhorar o relacionamento entre as pessoas.
que, o seu lugar e equipamento correto de trabalho e a rotina de como realizar a tarefa. Todos os itens, maquinários, pessoas, material de consumo, área de circulação, ligações elétricas e hidráulicas devem ser alvos constantes de observação. Um simples vazamento de água pode se tornar um grande problema, transformando áreas de circulação em ambiente escorregadio ou gerar a possibilidade de descargas elétricas, além de pesar na conta financeira no final do mês. Existem alguns questionamentos que devem ser feitos, sempre, com o intuito de organizar o ambiente: Isso deve ser jogado fora? Isso pode ser reciclado? O que deve ser guardado no almoxarifado ou depósito? Isso pode ser útil para outro setor? Essa máquina ou produto pode ser consertado? Esse material está em condições de ir para a área de descarte?
SEIRI — Senso da Utilização — Saber identificar materiais, equipamentos, ferramentas, utensílios, informações e dados necessários e desnecessários, descartando ou dando a devida destinação àquilo considerado desnecessário ao exercício das atividades é o exercício do senso da utilização. Em outro sentido, ter Senso de Utilização é preservar consigo apenas os sentimentos valiosos como amor, amizade, sinceridade, companheirismo, compreensão, descartando aqueles sentimentos negativos e criando atitudes positivas para fortalecer e ampliar a convivência , apenas com sentimentos valiosos
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SEITON - Senso de Organização São os locais adequados e formas corretas para guardar materiais necessários, tornando rápido e fácil sua localização. Vantagens: Rapidez, facilidade e controle na busca de documentos e ferramentas, estabelecendo o que cada um deve usar, fazendo com que haja uma redução na perda de tempo, estimulando a criatividade e reduzindo o risco de acidentes. Como fazer: Padronizar a nomenclatura, adotando nomes, cores e procedimentos padrões em toda a Oficina Escola. Padronizar a maneira de guardar ferramentas. Utilizar a comunicação visual usando gravuras e cores. Seisoh - Senso de Limpeza - O termo Seisoh é utilizado quando se quer referir à limpeza do ambiente
de trabalho, máquinas e ferramentas. Sugere que limpeza seja sinônimo de inspeção. Este senso abrange os 5 sentidos. Olfato, paladar, visão, audição e tato. O lance é manter o local de trabalho sempre limpo. Pois é muito mais fácil manter a limpeza, do que sujar e limpar toda hora. Vantagens: Higiene no local de trabalho, eliminação de desperdícios, redução de riscos de acidentes autoconhecimento de ferramentas e equipamentos, além de maior satisfação no trabalho. Como chegar lá: Zelar pela limpeza e conservação das condições físicas e saúde no local de trabalho. Condições físicas são as máquinas e ferramentas. E saúde são os sons, visualização, linguagem na comunicação e cuidado de si mesmo.
que possível, com o trabalho do colega; cumprir horários; entregar documentos ou materiais requisitados no tempo hábil; não fumar em locais impróprios etc.
Seiketsu - Senso de Asseio - Toda a equipe deve ter cuidado com a higiene em todos os locais, deixando saudável tanto o corpo, quanto a mente. O pessoal deve ter consciência da importância desta fase, tomando um conjunto de medidas, como: Ter os 3S's previamente implantados; Capacitar o pessoal para que avaliem se os conceitos estão sendo aplicados realmente e corretamente; eliminar as condições inseguras de trabalho, evitando acidentes ou manuseios perigosos; humanizar o local de trabalho numa convivência harmônica; difundir material educativo sobre a saúde e higiene; respeitar os colegas como pessoas e como profissionais; colaborar, sempre
aShitsuke - Senso de Auto – Discipli-
Ter a Oficina Escola limpa e asseada requer gastos com sistema e material de limpeza. Requer manutenção da ordem, da limpeza e principalmente disciplina. Cada membro da equipe deve ter consciência da importância de se trabalhar num local limpo e organizado. As vantagens são: melhor segurança e desempenho do pessoal; prevenção de danos à saúde dos que convivem no ambiente; melhor imagem da Oficina Escola internamente e externamente; elevação do nível de satisfação e motivação do pessoal para com o trabalho. na - Trata-se de cumprir os outros quatro sensos. Seguir as orientações e colaborar com os colegas de equipe. Participar das soluções e respeitar a opinião do pessoal. Como chegar lá: Utilizar de maneira racional a comunicação visual / procedimentos com linguagens simples. Promover reuniões semanais com as equipes e mensais com os funcionários, tratando sobre o sistema 5s. Descobrir as causas de comportamento inadequado a fim de eliminá-las. Incentivar a dedicação e adesão, para obter o comprometimento de todos os funcionários da Oficina Escola.
A gente espera Manter a nossa saúde física e mental.
Eliminar as fontes de acidentes.
Evitar vários abusos físicos e mentais.
Estar de bem com a vida.
Manter ambiente, corpo e mente saudáveis.
Melhorar o
Evitar vários, abusos físicos e mentais.
Criar bons hábitos.
Gostar das coisas limpas e arrumadas
Praticar o bem e desejar o que é bom para todos.
relacionamento com as outras pessoas.
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Fazer auto-avaliação e tomar atitudes para melhorar, quando necessário.
- E ai? u? o r t n e L - O SO ele , e p u c o e r se p o 達 N ? o 達 e! t n -N e m a v 達 no h n a m a nasce
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O outro foco da Oficina Escola Rosalino Felipe é o seu setor de produção, responsável pela reposição de móveis danificados na rede pública de ensino de Betim e a construção de outros tantos de acordo com a demanda de instalação de novas escolas ou municipalização de outras. A média de produção gira em torno de 1500 unidades por mês para aqueles seriados e aproximadamente 200 fora de padrão para atendimento de outros órgãos da Administração pública. O Planejamento para organização de produção foi elaborado em 2011, com algumas diretrizes para tornar o sistema de fabricação eficiente, com baixo custo e níveis aceitáveis de refugo e sobras e adequação ergonômica de todos os itens. As prioridades levantadas apontam para a necessidade de se elaborar um plano de produção e reforma predial, que inclui, inclusive, a longo prazo, a mudança de endereço, em lugar mais plano, com acesso mais facilitado e instalações mais adequadas para estocagem e fabrica-
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ção; buscar métodos para estabelecer o custo de produção com aquisição de material, renovação de maquinário e equipamentos, convênios e contratação de Oficina Escolas para prestação de serviços, remanejamento de pessoal, construção de um catálogo dos produtos e material de marketing, registro histórico e organização do arquivo de documentos. A estrutura de suporte da entidade ainda é deficitária e precisa urgentemente da instalação de um programa de organização de dados de compras, estoque e requisições. Por outro lado, os esforços são contínuos para a fabricação própria dos gabaritos de produção, apenas com uma deficiência: falta de um setor de ajustagem mecânica com equipamentos de usinagem e metrologia que garantam a uniformidade e ajustes perfeitos. POUCOS RECURSOS - Financeiramente, enquanto não se muda o estatuto da Caixa Escolar, um mecanismo de destinação de verba para escolas públicas, ligada à Secretaria de Educação, muito dos projetos executados têm o seu suporte finan-
ceiro ligado a convênios de cooperação com outros órgãos municipais. O problema da falta de verbas só poderá ser resolvido, a curto prazo, com a instalação de uma Organização Não Governamental ou outra entidade afim que venha assumir as responsabilidades de gerenciamento da Oficina Escola. Outra tarefa importante para buscar parcerias seria a procura de um profissional com profissionalização em busca de parcerias público privadas para obtenção de recursos financeiros. SEGURANÇA NO TRABALHO Grande parte dos funcionários são contratado com a Oficina Escola Terraplenar Construções Ltda. Para estas pessoas existe um tratamento da questão que já vem pronto da Oficina Escola onde são registrados. Para os demais, com cargos de carreira e comissionados, ainda não foi implantado um programa oficial de Segurança no Trabalho. É urgente que se procurem soluções para implantação de uma CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).
Trecho do livro “Aprendendo a Ser e a Conviver” de Margarida Serrão e Maria Clarice Baleeiro. Fundação Odebrecht e Serviço Social do Mosteiro de São Bento - Editora FTD
Ao tentarmos traçar um perfil do adolescente das comunidades populares em trabalhamos, fizemos a mesma pergunta: Quem é este adolescente? Quais as suas características? É esse adolescente diferente dos demais? Fomos, então, nos apercebendo das semelhanças entre todos aqueles que se encontram nesse período de transformações e emoções intensas a que denominamos ―adolescência‖. Para toso eles, adolescentes, esta é uma passagem caracterizada por uma crise de identidade na qual se debatem sobre questionamentos relativos ao seu corpo, aos valores existentes, às escolhas que devem fazer, ao que exigimos deles, ao seu lugar na sociedade. O adolescente se afasta da identidade infantil e vai construindo pouco a pouco uma nova definição de si mesmo. É um período de reorganização pessoal e social que se inicia, na maioria das vezes, com contestações, rebeldias, rupturas, inquietações, podendo passar por transgressões, para desembocar numa reflexão sobre
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os valores que o cercam, sobre o mundo e seus fatos e sobre o seu próprio existir neste mundo. Trata-se, na verdade, da passagem do mundo infantil para o mundo adulto. O amor, a amizade, o trabalho, a escola, a família e o projeto de vida constituem-se em grandes questões cujo ponto central é a identidade: Quem sou eu? Qual e meu valor? Quem me valoriza? O que quero? O que quero ser? Neste quadro comum, fomos observando, particularmente nos adolescentes das comunidades populares com as quais trabalhamos que os distinguiram enquanto grupo. Essas particularidades se referem mais a diferentes formas de ver o mundo, de reagir e de expressar sentimentos do que uma essência ou natureza pessoal diversa em relação aos adolescentes de outra classe social. Esse ―modo particular‖ de estar no mundo relaciona-se ao contexto social em que estão inseridos. Nesse contexto, a escola e a família muitas vezes não têm con-
seguido responder aos seus reais anseios e necessidades. A dificuldade de alcançar escolaridade e formação profissional satisfatórias leva muitas vezes o jovem do meio popular a ingressar prematuramente no mundo do trabalho, sem o preparo e o acompanhamento adequados. As observações que se seguem não se apresentaram necessariamente nos três grupos que serviram de base para a elaboração deste manual. Listamos aquelas que consideramos importantes para a reflexão dos educadores que atuam com populações semelhantes. Essas observações foram feitas de forma assistemática durante o trabalho com os grupos de referência, não seguindo nenhum critério de ordenação. Elas não devem ser tomadas como definitivas e invariáveis. AUTO-ESTIMA FRAGILIZADA A maioria dos adolescentes observados nos grupos de referência espantava-se ao receber elogios ou qualquer palavra de reconheci
mento dirigida à sua pessoa, demonstrando uma auto-estima enfraquecida. O conceito de autoestima diz respeito ao valor que o sujeito atribui a si mesmo. Percebemos que o fortalecimento dessa auto-estima passava por um reposicionamento na família, na comunidade, na escola e na sociedade e acontecia pelo vínculo estabelecido com o educador e o grupo e como resultado do trabalho realizado. Recolocar-se nesses ambientes modificava o olhar sobre si próprio e possibilitava readquirir dignidade que ficou perdida no processo histórico. AUTO-IMAGEM CONTAMINADA POR PRECONCEITOS Preconceitos relativos à classe social, etnia, nível cultural, profissão e local de moradia constituíam referências de identidade social. Ser negro, ser pobre ou ser da periferia parecia vincular-se a obstáculos ―intransponíveis‖ e determinantes de uma condição da
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qual não podiam escapar. Muitos adolescentes percebiam o fato de ser negro e/ou pobre como um elemento de desvalorização dentro da sociedade. Observamos que esse adolescente, quando em ambientes estranhos, freqüentemente omitia ou mentia sobre a sua origem. Esse dado tanto pode indicar que sua auto-imagem estava comprometida, quanto revelar um manejo eficaz para lidar com os preconceitos sociais. MEDO DE EXPRESSAR-SE A dificuldade de se expor, presente alguns jovens, relacionava-se com o medo do ridículo e da exclusão. A desconfiança dentro do grupo era muito intensa. Como a sociedade, de modo geral, não lhes oferecia opor tunidades , des envol viam defesas que foram sendo quebradas à medida que estabeleciam vínculos de confiança com o educador e com o grupo .
DIFICULDADE EM RECONHECER EM SI MESMO ATITUDES DE RACISMO - Para reagir à discriminação sofrida, muitos tomavam atitudes que vinham reforçar seu próprio preconceito. Por exemplo: colocando-se como vítimas do branco ou assumindo comportamento racista em relação ao mesmo. Esse tipo de atitude também aparecia dirigido a si próprio e semelhantes. . Eles não se davam conta de que perpetuavam este preconceito que repetiam entre si brincadeiras e palavras preconceituosas e pejorativas em relação ao negro. PRESENÇA DA SENSUALIDADE - A relação com o próprio corpo era, em geral, colorida por uma sensualidade natural, evidenciada na movimentação, no gesto, no andar, no modo de vestir, nas cores escolhidas. Essa sensualidade natural não era sinônimo apenas de sexualidade, referia-se mais a uma facilidade de expressar-se com o próprio corpo e um jeito sedutor de ser.5 MÚSICA E DANÇA COMO FORMA DE EXPRESSÃO - Havia uma musicalidade permeando olhar, voz e corpo, que estava presente em todas as manifestações dos grupos. As músicas, geralmente, tinham letras cheias de significado, cantando o corpo, a negritude, os protestos, a liberdade. O ritmo era primitivo, repetindo as batidas do coração e trazendo de volta as raízes africanas.
Em 1993, a Oficina Escola era uma novidade nunca experimentada, pelo menos com repercussão jornalística, no Brasil. A característica de ser uma entidade que buscava trabalhar com a vocação para agrupar meninos com graves problemas sociais em torno de uma equipe formada por servidores públicos desacreditados por causa de vícios do alcoolismo e da falta de vontade de se enquadrar dentro dos parâmetros que o governo entendia ser o melhor para o município, era um empreendimento considerado ―suicida‖ pela sociedade e por visionários de poder ligados aos velhos conceitos de ―governar para as elites‖. Naquela época, o Partido dos Trabalhadores, depois de várias tentativas, começava a ocupar o espaço político que lhe era de direito na democracia brasileira e, com a sua formação basicamente voltada para o atendimento às necessidades das classes operárias ou de oprimidos pelo poder, logicamente trazia alguns conceitos considerados estranhos a um povo que acabara de sair de um processo anti-democrático de governar - a Ditadura Militar. Muitas ações dos governos ligados à linha popular eram fiscalizados pela imprensa e aqueles que tinham bons resultados, eram objeto de curiosidade e de reportagens por se tratar de coisa ainda desconhecida. A Oficina Escola passou por esta experiência e teve seu nome veiculado em periódicos nacionais e estrangeiros e seu idealizador, Isnar Marcil Carneiro foi agraciado com Título de Cidadão Honorário de Betim, a entidade recebeu premiações da Fundação Abrinq, da Fundação Ford e da Fundação Getúlio Vargas. O prefeito da época. Jésus de Almeida Lima, inclusive foi agraciado com o prêmio de Prefeito Criança pela sua compreensão da dimensão da assistência social às crianças e pelo seu investimento neste setor de trabalho.
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O OFICINEIRO é o meio de comunicação da Oficina Escola Rosalino Felipe com seus aprendizes, com a sociedade e com o poder público da cidade. É um informativo eclético, que aborda vários assuntos de interesse comunitário da entidade, informações internas e externas, prestação de contas sobre o setor de produção e cultura, mas a sua função principal é sempre resgatar a história da Oficina Escola, dos seus colaboradores e dos meninos e meninas que passaram pela instituição.
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O OFICINEIRO tem uma proposta simples como um veículo de comunicação, é despretensioso e é produzido com a intenção de proporcionar uma leitura fácil, gostosa e rápida. Este informativo é peça da campanha de promoção da Oficina Escola, juntamente com o ´ Dia do Orgulho, celebrado no mês de junho/julho, com festividades, resgate histórico e brincadeiras, muitas brincadeiras. A sua edição não tem, pelo menos até agora, um caráter continuado, obrigatório todos os meses. Ele surge de fatos novos ou da necessida-
de de mobilização para determinado ato ou assunto. Abaixo estão as duas fases do seu cabeçalho e os lay- outs completos de todas as publicações feitas até agora são exibidos nas páginas seguintes.
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Temos orgulho de ter sido reconhecidos não só pelo Sociólogo Herbert de Souza, o Betinho e pela Imprensa, como também pelas Fundações Ford, Getúlio Vargas e Abrinq. O Betinho considerou este Programa como um dos cinco melhores do Brasil no combate à fome e a miséria. A Fundação Ford e Getulio Vargas, após minuciosa e longa averiguação, nos colocou entre os 20 melhores, dentre 930 concorrentes. Nos governos do Partido dos Trabalhadores e sob a coordenação do Prof. Isnar Marcil Carneiro, a Oficina-Escola produziu mais de 150 mil móveis para as escolas e os diversos setores do Município.
O prêmio “Prefeito Criança” é um privilégio concedido apenas às administrações que atuam em programas infantis com qualidade. 81
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Em 2008, a Profesora Maria do Carmo Lara ganhou as eleições municipais, o Prof. Carlos Roberto de Souza retornou como Secretario Municipal de Educação e o Prof. Isnar Marcil Carneiro, como diretor da Oficina Escola. As m udanças ocorridas, nos poucos meses, foram obser vadas e comentadas por m uitos. Alguns dos comentários: “Até os jardins voltaram!” “Agora todos estão juntos, não tem separação.” “Preocupam até com água filtrada para a gente, antes bebíamos água das caixas de
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amianto que nunca foram lavadas.” “Chegaram 30 máquinas novas de uma vez.”“Fazemos reunião administrativa toda semana e tomamos as decisões.” “Agora temos metas e objetivos.” “Como tudo é organizado!” “Temos até jornalzinho mensal (A Voz da Oficina Escola)” “Temos até um auditório.” “Ficamos aí 8 anos com um banheiro, só para homens e mulheres. Agora temos banheiros na recepção (masculino e feminino), na marcenaria e na serralheria e outro para os aprendizes.” “A comida, agora, parece até que é de restaurante granfino.”
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Cada um, com as suas pr贸prias peculiaridades, ajudou e ajuda a construir uma hist贸ria de sucesso na Oficina Escola Rosalino Felipe. Obrigado a todos 114
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