Pensamento Ocidental

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Curso: Educação e Comunicação Multimédia Pós-Laboral Ano: 1º Ano – 2º Semestre; Turma: 1ECMPL Disciplina: Antropologia da Imagem Docente: João Maia Carmo Discente: Discente: Carmen Almeida – nº 110236002 Data: Data: 22 de Março de 2012 Ano Lectivo: 2011/20121

Trabalho Teórico – Antropologia da Imagem – “O Pensamento Ocidental” Ocidental”


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Índice

Página(s) Índice

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Introdução

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Capítulo I Contextualização Histórica

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Capítulo II Paradigmas

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2.1 – Paradigma Greco-romano

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2.2 – Paradigma Judaico-cristão

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2.3 – Paradigma de Modernidade

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Conclusão

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Bibliografia

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Introdução Se voltarmos no tempo até às origens do homem verificamos que existiu sempre uma busca fugaz de soluções para os problemas referentes à natureza, à sua origem, ao modo como se comporta e às transformações que nela decorrem. Esta procura desenfreada de respostas levou, numa primeira instância, à criação dos mitos para explicarem os fenómenos não compreendidos. Ao longo da evolução da espécie humana, é significativa a presença de pessoas que se dedicaram a reflectir sobre as questões relativas ao ser humano e à sua relação consigo próprio, com os outros e com o mundo. Desde os primórdios da Humanidade e em diferentes culturas que se verifica um interesse fulcral em situar a mente (ou a alma). Talvez esta tentativa de mostrar exactamente o que significa e como é “possuir uma mente” esteja no centro de toda a tradição filosófica ocidental. Estas reflexões contribuíram em grande escala para o aparecimento de correntes de pensamento que demonstraram ser contribuições importantes, algumas delas com permanente influência no pensamento da humanidade como um todo. O Pensamento Ocidental teve a sua origem no pensamento antigo grego. Desde o surgimento da filosofia na Grécia e até mesmo antes, os homens não cessaram de se questionar relativamente à singularidade e à origem do pensamento humano. Os filósofos gregos esforçaram-se por construir um conhecimento sem recorrer à religião ou ao mito. Desta forma, como seres históricos, as concepções e as acções que orientam a nossa vida, são influenciadas pelo pensamento filosófico desde a Antiga Grécia até aos dias que correm. Por conseguinte o Pensamento Ocidental foi originado pela junção de vários modelos ou exemplos (Paradigma) criados por várias civilizações. Mais especificamente e em particular, por três paradigmas: o Greco-romano, o Judaico-cristão e o da Modernidade. Serão estes paradigmas que irei aprofundar neste trabalho.

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Capítulo I Contextualização Histórica O Pensamento Ocidental é caracterizado por substituir o Mito pela Razão. No entanto e ao contrário do que se possa pensar, não existiu uma ruptura traumática entre estas duas premissas. Existiu sim uma “revisão” das explicações míticas, o que originou uma nova forma de pensar o mundo, ou seja, a Razão – por volta de 600 a.C.. Fig. 1 – VI a.C.: Início da Filosofia Ocidental com Tales de Mileto

Este avanço só foi possível graças a Tales e a

outros filósofos de Mileto que, ao criticarem as semelhanças entre os deuses e os homens, colocaram em causa os mitos, afirmando que poderiam ser pura imaginação dos homens. Estas críticas em associação com a nova estruturação política da Grécia (Cidades-Estado), propiciaram o desenvolvimento de uma forma de explicar os fenómenos, agora já não através do Mito, mas sim através da Razão, sem recorrer directamente às forças divinas para a explicação do inexplicável. No entanto a filosofia não exerce uma ruptura radical com a mitologia pois a partir de diversos pensamentos dos primeiros filósofos podem ser traçados inúmeros paralelismos com os Mitos característicos da sua época. Em suma, o Pensamento Ocidental ao longo dos tempos evoluiu e foi conduzido por, algumas normas e regras estabelecidas pelas mudanças civilizacionais que foram ocorrendo e derivou da junção de alguns modelos ou exemplos (Paradigma) criados por várias civilizações.

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Capítulo II Paradigmas O conceito de Paradigma advém do grego Paradeigma, que significa exemplo ou modelo. Inicialmente, era aplicado na gramática e na retórica mas, a partir da década de 60, começou a ser utilizado para definir um modelo ou um padrão em qualquer disciplina científica ou contexto epistemológico. O Paradigma encontra-se relacionado com o conceito de Weltanschauung (visão do mundo). Este termo é utilizado para descrever o conjunto de experiências, crenças e valores que incidem sobre a forma segundo a qual um indivíduo percepciona a realidade e na sua forma de resposta. Sendo assim, um Paradigma é igualmente a forma segundo a qual o mundo é assimilado. Quando um Paradigma já não satisfaz as necessidades de uma determinada ciência é sucedido por outro. Analísando o Pensamento Ocidental, pode afirmar-se que o mesmo é intrinssecamente influênciado por três paradigmas: pelo Paradigma Greco-Romano, pelo Paradigma Judaicocristão e pelo Paradigma da Modernidade.

2.1 – Paradigma Greco-romano O Paradigma Greco-romano assenta na experiência vivencial e teve o seu início com os Gregos-romanos. O povo grego apresentou uma grande evolução na cultura da guerra e redefiniu a estrutura social, política (Cidades-Estado) e arquitectónica das civilizações por onde passou. O conhecimento do povo grego era adquirido através de achados e, não havendo escrita, o conhecimento era transmitido entre o ser comum. Com o desenvolvimento da civilização grega aparecem, então, alguns avanços/alterações na metalúrgica (moldagem do ferro) e aparecem os rituais de morte (com a incineração).

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A reflexão moral e as especulações políticas, que vão definir a sabedoria humana, nascem de uma grande desordem social criada por um choque entre o reino palaciano e as forças da sociedade (militares, religiosos e civis). Com todas estas mudanças e avanços significativos deparamo-nos com uma nova estrutura social. Na economia, o artesanato tem o papel mais importante pois é a base do comércio e da estabilidade monetária. O pensamento humano começa a sofrer algumas alterações e começa a basear-se no relacionamento entre as pessoas, o que nos leva a uma universalização. Todas estas inovações e avanços se vão fazer sentir no mundo ocidental. Nesta época a Grécia continua a criar e a inventar objectos/coisas de muito interesse e relevância para a sociedade, como por exemplo o calendário. Foram os gregos que criaram a base sustentada para o esforço intelectual a fim de se poderem dedicar à reflexão sobre o pensamento. Tudo isto só foi possível porque, naquela época, todo o trabalho árduo e braçal era efectuado por escravos, o que permitia aos pensadores gregos despender de tempo para a reflexão. Por conseguinte a palavra torna-se o meio de debate das discussões e reflexões, que permite a divulgação integral do conhecimento. A política torna-se a arte do domínio da linguagem e a escrita ganha acesso público. Desta forma, as ideias são discutidas/debatidas em debates políticos e ficam sujeitas à aceitação do povo Com a criação da Cidades-Estado e o desaparecimento dos sacerdotes, surge um regime mais democrata que enaltece as respostas obtidas pela razão. Toda esta nova organização social e política propícia a conciliação entre o Mito e a Razão. Surgem os confrontos de raciocínio e o interesse pelo lógico e racional, o que leva o homem a observar o que se passa ao seu redor e a criar teorias. Em suma, a Razão torna-se o elemento mais importante do conhecimento humano. O pensamento filosófico vai, então, fundamentar-se na Razão e na Reflexão. A filosofia vai impulsionar e permitir o início do Pensamento Ocidental, tornando-se na base de todo o desenvolvimento cientifico e tecnológico.

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2.2 – Judaico-cristão O Paradigma Judaico-cristão assenta na religião e na sabedoria, pressupondo uma solução precisa do problema filosófico, o teísmo e o cristianismo. Considerando que o cristianismo se baseia em dogmas e que isso implica a aplicação da racionalidade no próprio conteúdo sobrenatural, depararmo-nos com a teologia dogmática católica. Ou seja, o cristianismo é o pensamento do novo testamento. Devido à queda do império romano, à desorganização da vida política, económica e social, às guerras, à fome, à diminuição da actividade cultural, às grandes epidemias e à propagação do cristianismo pelos diversos povos, o homem sofreu uma enorme transformação que o converteu num ser dominado pelas crenças e superstições. Todas as pessoas que se dedicavam à reflexão (pensadores) e que ultrapassaram tudo isto estavam em mosteiros religiosos. Foi pois, nesta altura, que se criaram as primeiras universidades, claro está, sob influência religiosa. Todas as especulações se centravam em questões filosóficas, tentando conciliar a Fé e a Razão. Desta forma a igreja passou a desempenhar um papel fundamental na política e adquire uma extensa riqueza material. Em termos culturais a igreja, que tinha como pressuposto fundamental a Fé cristã e a crença incondicional na verdade de Deus, vai controlar o intelecto humano. Desta forma, a Fé tornou-se a fonte principal das verdades. Com a expansão do cristianismo existiu a necessidade, por parte dos padres, de explicar todos os seus ensinamentos. Os primeiros padres criaram e elaboraram textos sobre a Fé. Durante algum tempo a harmonia entre Fé e Razão, permaneceu uma grande especulação.

2.3 – Paradigma da Modernidade A partir do colapso do feudalismo no século XIV e das profundas transformações económicas, sociais e políticas do final da Idade Média, afirma-se o ideal iluminista de que, pela Razão, o homem construiria o seu próprio destino. Trabalho Teórico – Antropologia da Imagem – “O Pensamento Ocidental” Ocidental”

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Na modernidade, a Razão torna-se o fundamento do pensamento pois libertar-se das normas e regras impostas pelo passado que provinham das determinações religiosas. Desta forma, surgem pensadores como Descart e Kant que se baseiam na Razão. O motor de arranque para a Modernidade foi a Revolução Francesa (1789). A França passa ao capitalismo, deixando de ser feudal. Desta forma existiu uma diminuição do poder do clero, o que levou à alteração da forma do conhecimento. Foi a Revolução Francesa que implantou os ideais de Liberdade, Igualdade, Solidariedade, Propriedade e Fraternidade. Descart apresenta-nos o conceito de Laicização onde o pensamento se afasta da influência da religião e dos seus pragmatismos, onde prevalece a Reflexão e a Razão que criam as regras propícias ao pensamento científico. Eis então que surge o termo Humano – Homem, que universaliza todos os humanos como iguais e com iguais capacidades para pensar. O séc. XIX foi importantíssimo para a Modernidade, pois nasce o povo. Existiu a necessidade de alfabetizá-lo e, por conseguinte, criaram-se escolas e formaram-se professores com o intuito de educar o povo para a cidadania. A Revolução Industrial também foi um grande contributo para a mudança, pois trouxe com ela a libertação dos escravos, que passaram a trabalhar em fábricas como operários. Constituíram-se as ciências sociais e surgiram novos saberes. Foi tempo de mudança na política e implementou-se uma hierarquização para os cidadãos. Desta forma surgiu o modelo urbanístico impulsionado pelo êxodo rural, pois existiu o abandono dos campos, por parte das pessoas, e verificou-se maior afluência às cidades para as mesmas trabalharem em fábricas. Por fim, verificam-se grandes alterações e avanços no pensamento científico pois existe a procura de respostas exactas através do método, da experiência e da validação do método, o que implica metodologias próprias. Também se verifica a separação dos sentidos e das emoções e existe uma implementação da experimentação para o Devir/Empirismo.

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Conclusão Em conclusão pode afirmar-se que o homem, ao longo da sua evolução, tem sofrido várias alterações na sua forma de pensar e na forma como percepciona o mundo e o integra em si mesmo. Isto devendo-se inteiramente à relação que estabelece com tudo o que o rodeia e influencia. Ao longo dos tempos o pensamento foi sofrendo várias mutações e alterações devido às constantes alterações que se verificaram/verificam, sejam elas sociais, políticas, económicas ou de cariz religioso. O Ser Humano está dotado de uma grande capacidade de adaptação e assimilação dos estímulos que o meio envolvente lhe confere. Sendo assim foi-se adaptando às características das mais variadíssimas épocas. O primeiro grande marco no que toca à transmissão do conhecimento foi o aparecimento da palavra. Seguidamente, com as Revoluções Francesa e Industrial, existiu uma aceleração no que toca à forma de pensamento e acção sobre o meio envolvente do sujeito. A Modernidade permite o cortar das amarras com o passado e com as tradições, propiciando a auto-determinação do homem através da Razão. Pois, a partir daqui, é o Homem que toma as rédeas da sua vida, deixando a religião de lado. Em suma, pode afirmar-se que o Pensamento Ocidental, nasceu da filosofia e de todos os pensadores que revolucionaram a nossa forma de pensar, de assimilar e de agir perante o mundo ao longo dos tempos.

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Bibliografia • História do Pensamento Ocidental; Russell, Bertrand; Rio de Janeiro: Ediouro, 2004 http://books.google.pt/books?id=ksAu7jtHoZgC&printsec=frontcover&hl=ptPT&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false

Webgr Webgrafia grafia

www.sbhc.org.br/arquivo/download?ID_ARQUIVO=199 http://www.mundodosfilosofos.com.br/pencristao.htm http://fscastro.blogspot.com/2008/04/base-do-pensamento-ocidental.html http://conceito.de/paradigma

Nota importante: para a elaboração do trabalho foi indispensável a consulta exaustiva dos apontamentos das aulas, gentilmente cedidos pela colega Maria João Paulo.

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