VIL A TERZA ETÀ : U M NOVO O LHAR S OBRE O M O R AR N A VELHICE
An a Carolina Argentieri
VI L A TERZ A ETÀ : UM NOVO O LH A R S OBR E O M ORA R NA VELHI CE
Ana Carolina Argentieri
Universidade Presbiteriana Mackenzie Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Trabalho final de Graduação apresentado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie como requisito para a obtenção de grau bacharelado em Arquitetura e Urbanismo. Professor Orientador Ms. Edson Lucchini Jr. São Paulo 2021
“Saber envelhecer é a obra-prima da sabedoria e uma das mais difíceis tarefas na grande arte de viver.” HENRI FREDERIC AMIEL
AG RAD ECIM E N TO S Agradeço eternamente aos meus pais Natércia e Fabrício, por sempre terem acreditado no meu potencial, por investirem em mim, por serem meu alicerce para toda e qualquer situação e pelo apoio incondicional. Sem vocês, eu nada seria. Ao meu irmão Pedro, por ser meu companheiro e minha âncora durante essa trajetória. Aos meus avós, que me inspiraram a realizar um trabalho melhor e por estarem sempre ao meu lado. Aos meus amigos, por me acompanharem durante a graduação, me ajudando e me dando forças para persistir. Vocês foram importantes para eu ter conseguido concluir esse trabalho durante esse momento tão difícil da pandemia. Ao meu orientador, pelo suporte. E finalmente, à Deus, que me proporciona todas as bênçãos da minha vida.
RE S U M O Com o aumento da população idosa no mundo e no Brasil e, consequentemente, com o aumento da demanda habitacional para esse público, discutir sobre o processo de envelhecimento, compreendendo sua relação com a vida e a sociedade, se torna um assunto urgente. Para isso, este trabalho trata da ressignificação do lar para idosos, buscando romper com os paradigmas associados ao envelhecer, através do estudo aprofundado sobre o idoso e a sociedade, bem como através da investigação sobre o impacto da habitação na longevidade e na qualidade de vida da pessoa na terceira idade. Assim, cria-se uma moradia coletiva voltada ao público nessa faixa etária, resultante de uma perspectiva humanitária, imbuída de significado, e potencializando a autonomia dos usuários através da arquitetura e da cultura hidropônica, fazendo com que o idoso reconheça-se em si mesmo sua capacidade de existir como agente transformador do espaço e das relações sociais. PALAVRAS-CHAVE: Idoso; Moradia coletiva; Envelhecimento ativo; Qualidade de vida; Hidroponia; Arquitetura e Urbanismo.
ABST RACT Including the increase of the elderly population in the world and in Brazil, and consequently, with the increase of housing demand for this public, dealing with the aging process, understanding it’s relationship with life and society becomes an urgent issue. This paper deals with the redefinition of cohousing for seniors, seeking to break the paradigms associated with aging, through an in-depth study of old people and society, as well as through the investigation of the impact of housing on the longevity and quality of life of the elderly. Therefore, a collective house have been created to the public in this age, resulting from a humanitarian perspective, full of meaning, and potentiating the user’s autonomy through architecture and the hydroponic plantation, making the elderly recognize in themselves their capacity to exist as a transforming agent of the space and social relationships.
KEYWORDS: Elderly; Cohousing; Active aging; Quality of life; Hydroponics, Architecture and Urbanism.
SUM ÁR I O SU MÁRIO I NT ROD U ÇÃO
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A VI S ÃO ATUAL SOBRE O IDO SO
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1.1. A Velhice e a sociedade
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1.2. Envelhecimento ativo e qualidade de vida
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I NSTI TU I ÇÕE S D E LON GA PE RM AN ÊN C I A : H ISTÓ RICO E RE S SIG N IF ICAÇÃO
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A EXPE R I Ê N C IA ESPAC IAL D O CO R P O E A CON DIÇÃO D O B E M - ESTAR
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3.1. Conformação espacial: ergonomia e acessibilidade
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3.2. Conforto ambiental na terceira idade
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A R Q UIT ETU R A E S O LU ÇÕE S S U STEN TÁVEIS 4.1. A hidroponia na vida do idoso urbano
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OSU M ÁR 5
E STU D OS D E CASO 5.1. Vila dos idosos, Vigliecca & Associados, São Paulo
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5.2. Lar de idosos Peter Rosegger, Dietger Wissounig, Áustria 80 5.3. Home farm, Spark Architects, Singapura
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T E R RI TÓ R IO
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6.1. Panorama histórico
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6.2. Condicionantes e potencialidades
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E NS A I O PR OJETUAL : A VI L A
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CO NS I D ER AÇÕE S F IN A IS
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L I STA D E F I G U R AS L I STA D E S I G L AS B I B L I O G R AF I A
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INTRODUÇÃO
I NT RODU ÇÃO Para compreender a dimensão existencial da espécie humana, é imprescindível estudar sobre a velhice em suas mais diferentes esferas, entendendo o impacto desse processo, que é inerente aos seres vivos, nas ações cotidianas e na sociedade. O processo de envelhecimento carrega consigo diversas consequências tanto nos âmbitos psicológico e biológico, quanto no social, pois em uma sociedade capitalista, na qual o poder de consumo estabelece nossos direitos como cidadãos, o sujeito, ao envelhecer, perde também sua fala, por não se enquadrar mais como agente pertencente à população produtiva. Nessa conjuntura de desvalorização dos idosos e compreendendo as projeções futuras, que estimam um aumento dessa população no mundo todo, sendo que em 2050, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 2 bilhões de pessoas terão sessenta anos ou mais, torna-se urgente discutir sobre o assunto e repensar a maneira na qual a arquitetura pode materializar as necessidades desse público. Nos dias de hoje, 13,19% das pessoas possuem mais que sessenta anos no Brasil, sendo São Paulo a unidade federativa com a maior população idosa do país. O Brasil, porém, possui uma escassez no que diz respeito a políticas públicas e espaços construídos voltados às pessoas dessa faixa etária. Dessa forma, muitas construções comuns acabam sendo adaptadas para atender a essa demanda, sem levar em conta o estudo aprofundado desse público alvo, criando, na maioria das vezes, espaços hostis e impactando diretamente na expectativa de vida do idoso, uma vez que a ambiência produzida provoca o sentimento de abandono e exclusão; além de não responder a todas as necessidades que a pessoa possui, em razão da perda gradual das suas percepções cognitivas entre outras questões 10
INTRODUÇÃO
1. GRÁFICO DE EVOLUÇÃO DOS GRUPOS ETÁRIOS 2010-2060 (FONTE: IBGE, 2010)
relacionadas ao envelhecer. No contexto da cidade estudada, Louveira, no interior paulista, a realidade não é diferente. A demanda por habitação pensada para o sujeito idoso é alta, devido tanto ao envelhecimento populacional local quanto à procura pelas pessoas da capital em se mudarem para o interior ao envelhecer. Assim sendo, o trabalho mostra-se pertinente, ao desconstruir os modelos asilares, através do desenvolvimento teórico, de modo que o idoso se torne um agente estruturador do espaço, atendendo à demanda habitacional desse público ao mesmo tempo em que rompe com os paradigmas relacionados à velhice. Busca-se, dessa maneira, construir uma habitação ao idoso se utilizando de técnicas humanizadas, prezando pela preservação de sua autonomia ao criar espaços que fomentem o coletivo ao mesmo tempo que resguardam suas individualidades. Coloca-se, então, o idoso como protagonista das ações projetuais, evocando-se, dessa maneira, o sentido de lar através da afetividade. Para o desenvolvimento dessa pesquisa teórica buscou-se compreender como se dá a relação entre a velhice e a sociedade na qual o projeto arquitetônico está situado, a fim de se contrapor lógicas preestabelecidas. Além disso, projetos residenciais voltados aos idosos são estudados de modo a se definir parâmetros projetuais. INTRODUÇÃO
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Assim, o presente trabalho se desenvolve através de quatro capítulos teóricos, bem como seus subcapítulos, seguido pelos estudos de caso e pela proposta arquitetônica. Esses capítulos fundamentarão o ensaio projetual que busca a ressignificação do “morar” na terceira idade: unindo a natureza à arquitetura, escolhendo materiais que despertam o bem-estar, realizando uma implantação que gera vistas e espaços coletivos no miolo de quadra, se utilizando de artifícios físicos para promover o conforto ambiental e fomentando atividades, como a hidroponia, que prezam pela autonomia e pelo senso de identidade do idoso.
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INTRODUÇÃO
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A VISÃO ATUAL SOBRE O IDOSO
1 . A VIS ÃO ATUAL S OBRE O ID OS O Ao longo dos anos é possível observar uma mudança na figura do idoso, no que diz respeito ao seu comportamento, caracterização e status1 na sociedade. Tal mudança se deve por um conjunto de fatores, entre eles o aumento na expectativa de vida, advindo dos avanços tecnológicos, e ao próprio modo no qual a sociedade é regida, através do capitalismo, que compreende o indivíduo através do seu poder de consumo. Assim, busca-se assimilar as principais questões relacionadas ao idoso na contemporaneidade, demarcada pela era digital, cujas mudanças ocorrem concomitantemente de forma rápida, disseminada e globalizada. Caracterizando esse período e a sociedade ocidental, tem-se o que Zygmunt Bauman descreveria como “Modernidade Líquida”, momento no qual a sociedade de produtores é substituída pela sociedade de consumidores, uma vez que o objetivo final do ofício se torna adquirir poder de compra, e cuja hierarquização e reconhecimento social se dá através desse consumo. Uma das consequências disso é o modo pela qual a vida passa a ser entendida: como um projeto individual que possui uma busca incessante pela identidade, regida por incertezas e instabilidades, uma vez que as conexões se tornam frágeis e que, assim, demonstra as rápidas mudanças de regras e paradigmas que gerencia o mundo no qual vivemos. Verifica-se, assim, a associação mútua entre a atividade e a imagem social do sujeito em uma nação consumidora, na qual a força econômica do cidadão lidera seus direitos e seu poder de 1 O status do idoso se trata do modo pelo qual ele se enquadra como agente social, demonstrando seu poder de participação nas decisões da comunidade e sua representatividade para com os demais cidadãos.
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CAPÍTULO 1
2. MÃOS DE IDOSOS (FONTE: Anna Derzhina/ iStock, 2021)
fala, consequentemente, essa força também o qualifica segundo as leis e políticas governamentais e econômicas. Logo, o sujeito, ao se tornar idoso, busca prolongar seu tempo em atividade de modo que sua identidade não seja perdida ao se aposentar. “Os velhos, que não constituem qualquer força econômica, não têm meios de fazer valer seus direitos: o interesse dos exploradores é o de quebrar a solidariedade entre os trabalhadores e os improdutivos, de maneira que estes últimos não sejam defendidos por ninguém.” (BEAUVOIR, 1970, P.90)
É importante, porém, frisar a dificuldade em se caracterizar o idoso contemporâneo, uma vez que nos encontramos em um mundo volátil, cujas mudanças são constantes, e plural, onde há diversas variantes, sendo impossível enquadrar as pessoas somente em um grupo com características comuns. Ao se analisar a pessoa na terceira idade, portanto, é necessário percorrer diversas áreas do conhecimento e ter em vista as mudanças biológicas e comportamentais que ocorrem devido à velhice, sob o aspecto biológico e psicológico.
CAPÍTULO 1
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Os subcapítulos a seguir abordarão tal assunto de forma a desmembrar as discussões, construindo uma fundamentação teórica tendo como principal protagonista a figura do cidadão brasileiro na terceira idade, situando-o nos dias de hoje e no território estudado.
3. IDOSO NO MUNDO DIGITAL (FONTE: Dean Mitchell/ iStock,2018)
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CAPÍTULO 1
1 .1 . A VELHICE E A S O C I E DA D E Mas afinal, o que é velhice? Para se dissertar sobre esse termo é imprescindível analisar o tempo e a sociedade na qual o estudo está inserido, uma vez que as dinâmicas econômicas e culturais estão intrinsecamente relacionadas com a construção social da figura do idoso. “Para uns, a velhice se inicia quando a saúde começa a falhar, quando existe perda psicomotora, quando os hábitos passam a ser outros, e o corpo já não responde tão facilmente como era antes. Esse período é considerado a terceira idade do homem” (BIRMAN, 1995)
Ao se observar, por exemplo, sociedades que são consideradas menos desenvolvidas, por não se integrarem ao mundo capitalista, tal como os povos indígenas, o velho é quem detém do maior conhecimento, logo, possui grande prestígio dentro da tribo na qual pertence. Tal ocorrência também pode ser observada em povos mais primitivos que noutrora habitaram o planeta. O conhecimento e sua transmissão estavam diretamente relacionados com a sobrevivência e evolução da espécie.
4. IDOSO INDÍGENA (FONTE: Felipefrazaol/ iStock,2015)
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CAPÍTULO 1
5. IDOSOS ESTEREOTIPADOS CARICATOS NO RESIDENCIAL ALCÁCER DO SAL (FONTE: Archdaily,2013)
Já no caso do contexto estudado, a cidade de Louveira, a setenta e dois quilômetros da capital paulista, a imagem do idoso, segundo a Política Nacional do Idoso (BRASIL, 1994, art. 2) e o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003, art. 1), é caracterizada segundo sua idade: Idoso é quem possui sessenta anos ou mais. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), idosos em países desenvolvidos possuem mais que sessenta e cinco anos. É possível, porém, observar que nas últimas décadas a forma pela qual esse ser é caracterizado, no que diz respeito a figura que representa sua personificação, mudou, uma vez que ele não se enquadra mais no estereótipo do idoso caricato2, retratado pela mídia. Tal mudança se deve tanto a pluralidade do século XXI, conforme já mencionado, quanto ao aumento na expectativa de vida que faz com que o cidadão com sessenta anos não possua as mesmas degenerações que o sujeito nessa mesma idade teria há trinta anos. É de devida importância, no entanto, compreender os diferentes aspectos relacionados ao “envelhecer”, que, combinados, resultam em variações próprias para cada pessoa. São eles biológico, psicológico e social.
2 A mídia, ao retratar o idoso caricato, afeta muito além da sua aparência, pois também personifica comportamentos hostis, evidenciando o velho “caduco”, rabugento e infantilizado, validando, assim, o estereótipo negativo da velhice e ajudando a reforçar o preconceito existente na sociedade.
CAPÍTULO 1
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“O envelhecimento representa um conjunto de processos geneticamente determinados, e pode ser definido como uma deterioração funcional progressiva e generalizada, resultando em uma perda de resposta adaptativas às situações de estresse e um aumento no risco de doenças relacionadas à velhice.” (KIRKWOOD apud OMS, 2005, P.26)
A velhice, para a biologia, é definida como a parte final da vida do ser humano, que possui diversos efeitos sobre o corpo, sendo eles intensificados ou não de acordo com o estilo de vida, influências genéticas, entre outros fatores externos. Para o gerontologista americano Lansing o envelhecimento é um processo que decorre em um certo tempo e provoca mudanças desfavoráveis, levando, inevitavelmente, à morte. Já para Simone de Beauvoir (1970), ela pode ser explicada como um fenômeno biológico com consequências psicológicas e de dimensão existencial, pois a relação entre o indivíduo e o tempo muda, logo sua relação com o mundo e com sua história também; tendo os dados fisiológicos e psicológicos como documentos de análise mútua do sujeito nessa fase da vida. Dessa forma, não é possível analisar a pessoa sob as diferentes esferas separadamente. O resultado dos pensamentos individuais e coletivos sobre o idoso são consequência de múltiplos fatores, que abrangem dimensões distintas. Deve-se, assim, evitar a generalização ao se estudar o termo “velhice”, de maneira que toda a sua complexidade seja abrangida. Vale ressaltar que há diversos teóricos que atuam sob diferentes óticas em todos os assuntos apresentados. As escolhas sob determinadas perspectivas resultam em um conjunto de ações adotadas pelos países para enfrentar as mais variadas questões relacionadas ao idoso nas cidades, visando a elaboração de políticas e a adoção de medidas conforme a necessidade.
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CAPÍTULO 1
“[...] a sociedade destina ao velho seu lugar e seu papel levando em conta sua idiossincrasia individual: sua impotência, sua experiência; reciprocamente, o indivíduo é condicionado pela atitude prática e ideológica da sociedade em relação a ele. Não basta, portanto, descrever de maneira analítica os diversos aspectos da velhice: cada um deles reage sobre todos os outros e é afetado por eles; é no movimento indefinido desta circularidade que é preciso apreendê-la.” (BEAUVOIR, 1970, P.187)
Na sociedade contemporânea, o idoso, por não se enquadrar como sujeito ativo, não pode ser considerado um ator social. Essa atitude começa desde o não reconhecimento por parte dos jovens no ser idoso até a descrição da velhice como algo extremamente negativo. A velhice parece ser algo distante para os mais novos, já para quem possui meia idade muita vezes aparenta ser irreal, o indivíduo a negligencia. Negá-la abre espaço para ignorar a situação na qual os velhos se encontram: às margens das relações sociais. A velhice se torna abstrata, sendo impossível, desse modo, de assumir a totalidade da condição humana. Tal fato é possível de ser observado ao verificar a falta de políticas públicas e espaços pensados exclusivamente para pessoas nessa faixa etária, levando em consideração todas as mudanças biológicas e psicológicas já mencionadas. Na esfera da habitação, o principal desafio é o combate à solidão e a possibilidade de materializar, através da arquitetura, o prolongamento da autonomia do sujeito para que sua atividade seja exercida de forma completa e satisfatória. Essa autonomia, por muitas vezes confundida com Independência, se trata de viver de acordo com seus próprios desejos e regras, ou seja, é a capacidade de se tomar decisões e de se planejar. Já a Independência é a possibilidade de se exercer as atividades cotidianas sem o auxílio de outra pessoa. Um sujeito pode CAPÍTULO 1
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ter Autonomia, mas não ter Independência, uma não descarta a outra e ambos os conceitos são fundamentais para se compreender a Gerontologia, uma vez que regem as abordagens práticas para com o idoso na sociedade. “Há (a) necessidade de uma nova experiência de envelhecer, na qual as pessoas tenham contato com o novo, desempenhem atividades, aprendam coisas diferentes, mantenham papéis sociais e se integrem em contextos sociais que lhes sejam significativos, de modo a manterem o sentido de vida.” (OKUMA, 2002, p.1092 in ROLIM, FORTI, 2004, p.71)
Já no âmbito social, é necessário romper com os estigmas internalizados relacionados a velhice e toda as características negativas que a ela são impostas, de modo que o idoso não seja julgado como incapaz3. “[...] estigma é uma opinião feita e que de forma simplista não passa de uma generalização em relação a um grupo de indivíduos ou objetos” (ALVES; MOREIRA; NOGUEIRA, 2013, p. 4)
Ao longo de sua experiência de envelhecimento, o próprio idoso se sujeita a uma luta constante de aceitação de si mesmo, devido a chamada “idade social”, que consiste em uma padronização que nos é imposta e que determina a forma como a pessoa, de acordo com sua faixa etária, deve se comportar e qual é o seu papel para com o resto da população. Em consequência disso, as outras pessoas que participam como atores sociais esperam do outro esse mesmo comportamento que lhes é imposto, criando um ciclo internalizado das relações e fazendo com que a percepção do próprio idoso quanto ao seu percurso natural da vida seja ignorado, intensificando ainda mais sua exclusão nas atividades sociais.
3 Julgar o idoso como ser incapaz está diretamente relacionado ao preconceito etário, ou Ageismo, termo importando do inglês “Ageism” que relaciona a bagagem negativa que a velhice carga e a forma como isso impacta as relações sociais.
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CAPÍTULO 1
6. IDOSA ISOLADA NA SUA UNIDADE HABITACIONAL NO HOSPITAL PARA IDOSOS PASSIVHAUS (FONTE: Archdaily,2019)
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Assim, é de suma importância uma mudança de pensamento, através da conscientização por parte de toda a população, como ato de empatia ao próximo e do reconhecimento de si mesmo a fim de se experimentar seu próprio envelhecer de forma plena. Tal atitude começa com o ensinamento na própria educação, trabalhando na formação de pensamentos desde a infância, desconstruindo essa ideia de velhice imbuída de negatividade e entendendo que o processo de envelhecer é inevitável e cabe a nós, como seres humanos, aceitá-lo de forma plena. Só após o rompimento desse estigma, arquiteturas e políticas voltadas à essa população passarão de fato a abranger o sujeito idoso. “O trabalho de projetar e construir é um processo que responde a uma solicitação da sociedade e só são possíveis avanços na medida em que esta também tiver consciência da importância de se ter em conta o processo de envelhecimento” (SCHICCHI, 2000, P.79)
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CAPÍTULO 1
1 . 2 . ENVE LHECIM E NTO AT IVO E QUA LIDAD E D E VI DA É notório o crescimento demográfico da população idosa na atualidade e a inversão da pirâmide etária, observada na Figura 8. É previsto para 2057 que uma a cada quatro pessoas tenham mais que sessenta e cinco anos no país, assim, se não houver um preparo para o recebimento dessa nova geração de idosos, as consequências para o Brasil serão gigantescas.
7. PIRÂMIDES ETÁRIA DO ANO DE 2021 PARA O BRASIL E ESTADO DE SÃO PAULO (FONTE: IBGE, 2010) 8. PIRÂMIDE ETÁRIA DO ANO DE 2057 PARA O BRASIL E ESTADO DE SÃO PAULO (FONTE: IBGE, 2010)
Com isso a discussão sobre a qualidade de vida e o envelhecimento ativo ganham espaço. É necessário, portanto, compreender o significado de “Qualidade” e de “Qualidade de Vida” para então depreender o que se almeja para se viver bem na velhice. O conceito de “Qualidade” pode se tornar subjetivo, uma vez que ele depende da “bagagem” que a pessoa carrega consigo para a descrever. Essa “bagagem” é formada pela cultura e pelo meio no 28
CAPÍTULO 1
qual o indivíduo está inserido, através de suas experiências nesse espaço em conjunto com outras pessoas que participam de sua dimensão existencial, ou seja, todas as decisões e interpretações de uma pessoa são subjetivas, uma vez que ela carrega essas vivências e, consequentemente, ao realizar uma ação está sendo influenciada inconscientemente pela ótica formada por esse fator. Dessa maneira, experiências já vividas estão intrinsecamente relacionada com os nossos objetivos de vida e com a forma como lidamos com os conceitos que os regem. Partindo para o sentido literal, segundo o dicionário, têmse “Qualidade” como um substantivo que determina o grau de excelência de um objeto ou um ser. Já “Vida” é o conjunto de hábitos que definem o modo como a pessoa existe ou, no sentido biológico, ter ou não vida significa que o ser possui a propriedade de nascer, evoluir e morrer, um estado completo de atividade influenciado por questões externas e impulsos internos, seja de prazer, sofrimento ou sobrevivência. Sendo assim, ter “Qualidade de vida” seria a capacidade de possuir um conjunto de hábitos que façam com que a sua existência possua uma essência positiva. “O modo como o sujeito experiência o próprio envelhecimento é resultante de suas experiências anteriores, não havendo uma homogeneização da velhice. Por conseguinte, envelhecer é uma experiência individual que pode ser vivenciada de maneira positiva ou negativa. A conotação atribuída a essa experiência sofre um forte impacto de valores e princípios contraditórios vigorantes na contemporaneidade. Tais concepções rejeitam a existência da velhice, supervalorizando o novo e descartando o velho” (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008).
Já segundo a OMS, “Qualidade de vida” seria a percepção que o indivíduo tem da sua posição dentro do contexto da sua cultura e do seu sistema de valores, em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (OMS, 2009).
CAPÍTULO 1
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Contextualizando esse conceito para a vida de uma pessoa idosa, muitos autores limitam-se a definir a qualidade de vida na terceira idade como qualidade de saúde. É necessário, porém, reforçar que mais do que relacionado apenas à saúde, a qualidade de vida está ligada ao direito de se viver dignamente e cabe a todos reconhecê-lo e fazê-lo valer. “Art. 3° – É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.” (Lei n. 10.741, de 1° de outubro de 2003; Brasil, 2003, p. 1)
Percebe-se, assim, a influência do espaço nessa qualidade de vida almejada na velhice. Se para muitos ela se trata, além da boa saúde, da oportunidade de se habitar um espaço adequado e realizar atividades diversas desde esporte, lazer e convivência social, é necessário compreender o modo como a arquitetura pode materializar esses anseios por meio de espaços que potencializam a realização, por parte dos idosos, das ações cotidianas, pois com a gradual perda dos processos cognitivos4 e do envelhecimento biológico, cada vez mais a pessoa passa a ter dificuldades para realizar certas atividades. Por esse motivo é importante que a arquitetura também prolongue a independência do idoso, adaptando os espaços para sua realidade, fazendo com que ele possa realizar suas atividades sem necessariamente serem assistidos, ou, se for necessário auxílio, que sua autonomia seja levada em conta, conforme já discutido anteriormente. Há, também, diferentes graus de perdas psicológicas e 4 Os processos cognitivos se tratam da capacidade de se efetuar raciocínios, ter memória, pensamentos entre outras esferas. Afeta diretamente as emoções e é o que diferencia a espécie humana dos outros animais.
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CAPÍTULO 1
biológicas, o que influencia diretamente na capacidade de exercer ou não as ações cotidianas, por isso necessita-se também que o espaço considere essas variações comportamentais, abrangendo mais pessoa em situações distintas. Posto isso, partindo para o conceito de “envelhecimento ativo” tem-se, segundo a OMS, três pilares que o estruturam, são eles: a Participação, a Saúde e a Segurança. A combinação deles permite que o idoso perceba seu potencial, gerando bem-estar físico, mental e social. “Da velhice advém grandes perdas nos papéis sociais do indivíduo. Tanto no trabalho quanto na família, dois pilares da sociedade moderna [...]” (ELENICE CARVALHO, 2006, p. 95)
9. IDOSOS EM CONVIVÊNCIA SOCIAL NO LAR DE IDOSOS KASE NO MACHI MIYABIRA (FONTE: Archdaily, 2015)
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O idoso ativo está relacionado a ideia de processo de envelhecimento, ou seja, de um preparo, ao longo da vida, para o envelhecer, através de suporte político e científico (com pesquisa e divulgação de informação). Logo, um idoso ativo também é um idoso mais saudável, pois o sentimento de impotência provoca maior predisposição à debilidade senil. Além disso, a velhice ativa permite que o sujeto retome seu senso de identidade, ao se sentir parte integrante da sociedade. Entender o idoso sob a perspectiva de um sujeito ativo é compreendê-lo em sua totalidade, com suas complexidades e sem entrar na figura do idoso caricato já demonstrada no capítulo anterior. “Envelhecimento ativo é o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas” (OMS, 2005 in Envelhecimento ativo: uma política de saúde, p.13)
Assim sendo, observa-se que para se acançar a qualidade de vida almejada na velhice, é necessário ter como pilar a velhice ativa para que a arquitetura, como objeto de estudo, produza ambiências capazes de associar o prolongamento dessa independência almejada pelos idosos com o bem-estar e a autonomia, ao proporcionar, por exemplo, um bom conforto ambiental (que afeta diretamente na saúde das pessoas), e ao projetar espaços que viabilizem as manifestações sociais e culturais desejadas. Cria-se, assim, uma relação afetiva entre o ambiente e o usuário, possibilitando a noção de pertencimento, ao se executar um espaço no qual o idoso faz valer os seus direitos, como agente integrante da sociedade na qual está inserido.
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CAPÍTULO 1
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INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA : HISTÓRICO E RESSIGNIFICAÇÃO
2 . INSTITU IÇÕE S D E LO N G A PER M ANÊ NCIA : H I STÓ R I CO E RES SIG NIFICAÇÃO Ao se estudar a história, é possível traçar uma narrativa sobre o surgimento de lugares destinados às pessoas idosas. Tais lugares, porém, nascem sob diferentes demandas e entender seu objetivo quanto à sociedade e destino dessas pessoas é fundamental para se estabelecer o processo de ressignificação e rompimento de paradigmas, através de uma nova proposta arquitetônica. Segundo historiadores, o primeiro asilo no mundo está vinculado diretamente à Igreja e à saúde, fundado pelo Papa Pelágio II (520-590), que destinou sua própria residência ao cuidado hospitalar dos velhos, pautando-se na assistência, na espiritualidade e na exclusão social, já que a criação da instituição também era uma resposta à problemática da pobreza, de doenças e da mendicância. Já no Brasil, a primeira instituição surgiu em 1794 e se tratava de um local voltado somente aos soldados, a Casa dos Inválidos da Pátra, no Rio de Janeiro, destinada ao descanso dos anciãos, por eles terem prestados serviços à pátria durante a vida ativa. A problemática entorno dessa instituição já está em seu próprio nome, que enuncia o pensamento da época em invalidar a existência do sujeito na velhice. Tal instituição não considerava, no entanto, como no caso da instituição criada pelo Papa, as pessoas às margens da sociedade, como os mendigos, prostitutas, criminosos, desocupados e doentes mentais. Até 1854, quando surgiu o Asilo de Mendicidade, esses sujeitos eram ignorados e o resto da sociedade os consideravam uma ameaça à saúde pública, por serem potenciais propagadores de doenças. O surgimento desse local foi um modo de excluí-los ainda mais, 36
CAPÍTULO 2
10.ASILO SÃO LUIZ RIO DE JANEIRO 1929 (FONTE: Casa São Luiz, 1929)
CAPÍTULO 2
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evitando as tais doenças e, por não haver um local destinado apenas aos idosos, eles, principalmente os pobres, também acabavam indo morar junto à essas pessoas. O velho, visto como incapaz de exercer seu ofício, passava também a habitar as ruas, junto aos pobres e aos recém alforriados ex-escravos. Tal fator contribuiu para a criação de mais instituições asilares, que, pela primeira vez, distinguiu a velhice da mendicância através da criação da categoria da “Velhice Desamparada”. O primeiro local destinado aos idosos sob essa ótica foi o Asilo São Luiz (Figura 10), em 1890, no Rio de Janeiro. Ingressar nele significava, porém, isolamento extremo, uma vez que era necessário se desvincular da família e da sociedade como um todo. É possível observar que a história dos asilos no mundo ocidental está diretamente ligada à história dos hospitais, pois ambos abrigavam idosos em situação de pobreza e exclusão. Além disso, no Brasil, sua história está vinculada às Instituições Totais, que se trata de um local separado da sociedade e no qual um grande número de pessoas estão em situação semelhante, com a vida administrada por outrem, sem a possibilidade de exercerem seus direitos e possuírem suas individualidades. No dicionário, tem-se Asilo como “instituição de assistência social onde são abrigados para sustento e/ou educação de crianças, mendigos, doentes mentais, idosos etc.”. Devido ao caráter genérico de tal termo e à conotação extremamente negativa dada ao seu histórico desumano, foi necessário a distinção por meio de novas palavras para se identificar um local proposto a zelar pelos idosos. São elas: abrigo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica e ancionato, que, a fim de se padronizar uma denominação comum, compõe a chamada Instituição de Longa Permanência do Idoso (ILPI), definida pelo Governo Federal como “instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, destinadas ao domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos, com 38
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11. IDOSO EM SITUAÇÃO DE SOLIDÃO (FONTE: KatarzynaBialasiewicz/iStock, 2019)
ou sem suporte familiar e em condição de liberdade, dignidade e cidadania”. É esperado, então, de uma ILPI que os direitos de se exercer a cidadania sejam assegurados, bem como a dignidade do idoso e sua autonomia. No entanto, em um país que possui extrema desigualdade econômica e uma falta de vigilância do Estado, que não dispões de um levantamento nacional sobre as Instituições de Longa Permanência do Idoso, o atendimento à população idosa, principalmente em locais voltados a mais baixa renda, é uma incógnita quanto aos parâmetros básicos de funcionamento definida na norma nº 810/1989, tratando-se de um descaso com à sociedade perante o tema da velhice, que a menospreza. Gera-se, dessa maneira, espaços hostis e em situação degradante e que, mesmo chamados de “Instituições de Longa permanência do Idoso” remetem, na verdade, às instituições asilares com traços semelhantes às existentes no começo do século XX, submetendo essas pessoas a uma condição de exclusão e os tratando de forma infantilizada e muitas vezes agressiva. Com o crescimento do número de idosos no Brasil e, consequentemente, de habitações voltadas para esse público, é de extrema importância compreender as questões acima mencionadas, de modo a não se reproduzir espaços que façam com que o idoso CAPÍTULO 2
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se desfaça de tudo aquilo que o traz significado, ao não o considerar como um sujeito imbuído de direitos e de cidadania. “Ao longo de nossa vida, criamos hábitos, adaptamos e transformamos o nosso espaço, possuímos os nossos objetos pessoais e construímos uma rede de relações. A nossa história é construída, a partir de todas essas construções simbólicas e, caso haja uma perda total ou parcial delas, para o idoso representa um corte com o seu mundo de relações e com sua história. Portanto, o idoso tem dificuldade em assumir aspectos da sua vivência, enquanto pessoa plena, isolando-se afetivamente e socialmente, negando ou desvalorizando as suas capacidades.” (MARIA A. X. C. LIMA, 2005)
A instituição deve, sobretudo, valorizar a vida coletiva, mas manter a individualidade de seus moradores, ao reconhecer, a partir da perspectiva do idoso, as demandas necessárias que o local deve suprir. Pensando em uma reestruturação das instituições, o Conselho Estadual dos Direitos do Idoso (CEDI) criou um Guia de Orientações para a Elaboração de Projeto para a construção de ILPI, que busca “construir, equipar e manter instituições de longa permanência, que sejam referência ao atendimento de pessoas idosas, garantindolhes a qualidade de vida dentro dos padrões da Política Nacional do Idoso e do Estatuto do Idoso, oportunizar aos idosos (as) em estado de vulnerabilidade serviços de atenção biopsicossocial em regime integral de acordo com as suas necessidades”. Assim, deve-se dar lugar à fala do idoso para que essa instituição de fato rompa com a exclusão social e possibilite que os profissionais que nela atuam se capacitem de maneira que a vida de seus moradores seja impactada de forma positiva. Pode-se, por exemplo, criar espaços que fomentem atividades que preencham o tempo ocioso dos idosos como suporte à sua autoestima e se opondo ao estigma social criado entorno da velhice.
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“Evidências demonstram que o não fazer é nocivo à saúde do idoso, podendo levá-lo ao declínio de sua capacidade física, por causar uma incapacidade funcional pelo “desuso” das funções do corpo, atingindo as atividades de vida diária e de vida prática. Consequentemente, acaba por levá-lo ao desconhecimento de seu corpo e de si mesmo, expondo-o a uma maior vulnerabilidade às enfermidades.” (MARIA A. X. C. LIMA, 2005)
Tendo isso posto, há também a necessidade de se levar em consideração as principais questões relacionadas ao bem-estar do idoso e ao ambiente no qual ele está inserido, para de fato se romper com a reprodução de modelos asilares excludentes. Cabe à arquitetura especializar tais questões tendo o indivíduo como protagonista e levando em conta seus anseios e necessidades, tanto fisiológicas quanto psicológicas.
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A EXPERIÊNCIA ESPACIAL DO CORPO E A CONDIÇÃO DO BEM-ESTAR
3. A EXPE RIÊ NCIA E S PAC I A L D O COR P O E A CON D IÇÃO D O BEM -ESTAR A relação entre a condição espacial e o impacto na qualidade de vida das pessoas é evidente, como já demonstrado anteriormente ao exemplificar como espaços hostis sob regimes asilares severos implicam no aceleramento do processo de degeneração, ao não se levar em consideração componentes projetuais qualitativos que elevam o idoso a uma figura protagonista; como por exemplo a escolha formal do edifício, os percursos, as vistas, a ergonomia, a seleção de materiais, os artigos afetivos, o conforto ambiental (térmico, luminotécnico e acústico) e a acessibilidade (prolongando a independência do idoso). Deve-se, também, levar em conta a idade psicológica5 do sujeito, bem como sua saúde mental, ao não o segregar do restante da sociedade e não se desfazer de todas as suas alegorias afetivas. Tendo isso posto, é de extrema importância compreender a experiência do corpo do idoso no espaço tal qual tornar esse lugar apropriado de 5 A idade psicológica é “[...] maneira como cada indivíduo avalia em si mesmo a presença ou a ausência de marcadores biológicos, sociais e psicológicos da idade, com base em mecanismos de comparação social mediados por normas etárias” (NERI, 2005, p. 43) e é referente a como a pessoa defronta-se com as transformações ao longo da vida.
12. UNIDADE HABITACIONAL ILUMINADA E COM MOBILIÁRIOS ADEQUADOS NA CASA DE IDOSO PASSIVHAUS (FONTE: Archdaily, 2020)
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maneira que o bem-estar do sujeito seja potencializado. “O corpo participa ativamente no processo de conhecimento, principalmente pela constante adaptação ao meio em que vive e com o qual interage” (OKAMOTO, 2002, P.111)
Como qualquer projeto de habitação coletiva, é necessário que a arquitetura seja catalizadora das dinâmicas sociais ao mesmo tempo que preserve a individualidade de seus moradores, o que Sommer (1973, P.56) chamaria de “Espaço Pessoal”, no qual “a defesa do espaço pessoal, cujas fronteiras são invisíveis, é uma questão de gesto, postura e escolha de uma localização que revele um sentido claro para os outros”. Trata-se da “Bolha proxêmica” de Edward T. Hall (1963), mas mais do que isso, se trata do espaço físico individual e como cada pessoa constrói o significado em torno desse ambiente. Essa bolha de T. Hall se trata das distâncias interpessoais e está relacionada a experiência espacial e à essência atribuída ao espaço. Ela depende de fatores culturais, sociais, de gênero e econômicos (do ponto de vista psicológico e antropológico) e é dada através dos sentidos. As distâncias delimitadas por essa “Bolha” são classificadas em quatro categorias: “Distância Íntima” (pode ser dada com ou sem contato físico, mas a presença da outra pessoa é impositiva e geralmente acontece no âmbito familiar), “Distância Pessoal” (há um pouco mais de espaço entre as pessoas e é muito observada em relação de amizade, onde pode-se haver o toque de maneira eventual), “Distância Social” (vista nas relações sócias, comerciais e de trabalho, com menores detalhes visuais e sem contato físico) e “Distância Pública” (se situa fora do círculo de envolvimento pessoal, a visão abrange todo o corpo mas não se veem detalhes; a visão se torna uma grande ferramenta de orientação). Portanto, preservar o “Espaço Pessoal” do indivíduo é promover, também o conforto e a qualidade ambiental da arquitetura, que CAPÍTULO 3
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nasce sob determinada demanda a fim de suprir as necessidades dos usuários de forma satisfatória. Em muitas ILPIs os idosos não possuem se quer a opção de se resguardarem, pela configuração dada pelos ambientes. É necessário, também, proporcionar a apropriação por parte dos usuários, que permite que o indivíduo transforme o espaço em um prolongamento de sua pessoa, promovendo uma “interação recíproca entre usuário e espaço” (MALARD, 1993, P.4), por meio de uma simbiose, na qual o agente espacial, através de sua autonomia, molda o ambiente de acordo com suas vontades. “As pessoas gostam de espaços que possam considerar como seus (...)” (SOMMER, 1973, P.216)
O modo o qual cada indivíduo se conecta ao ambiente está intimamente relacionado com a sua percepção; através de seus sentidos e sensações e a partir da ótica de sua vivência, que carrega aspectos culturais. Assim sendo, o espaço ganha uma dimensão simbólica, construída por cada agente ao longo do tempo. Tal dimensão é dada através de elementos como texturas, cores, luzes, cheiros, sons etc. promovendo uma experiência do espaço, que é única a cada pessoa. “A afetividade é um atributo psíquico e está ligada diretamente à emoção” (MILANEZE, 2013, P. 67)
Após as experiências vividas, as lembranças e os sentimentos persistem, dando valor e representando os fatos de maneira a compor a forma como enxergamos a realidade. Essas lembranças são consideradas a memória afetiva, que propicia a identificação, por parte do sujeito. A dimensão do espaço simbólico é plena em juízo de valor e o lar é uma fonte de vínculos emocionais.
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13. IDOSOS CONVERSANDO EM SUA VARANDA PRIVATIVA NA CASA DE IDOSO PASSIVHAUS (FONTE: Archdaily, 2020)
“Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória.” (SARAMAGO, José)
Os locais nos quais a pessoa viveu e considera de devida importância se tornam elementos fundamentais para a construção de sua identidade. Mudar de espaço sem levar em conta os objetos afetivos do sujeito, que remetam a esses territórios que fizeram parte de sua história, gera a perda de parte de sua identidade, acarretando, muitas vezes em tristeza ou mesmo depressão. Sendo assim, é imprescindível compreender como a conformação do lar possibilita esse aumento do bem-estar para, então, se estabelecer parâmetros projetuais unindo conforto ambiental, materialidade e afetividade, promovendo uma arquitetura qualitativa. “Os edifícios e espaços para idosos podem ser concebidos com a ideia de serem interpretados e produzirem sensações especiais nas pessoas que os utilizam. No entanto, pelo fato de estas interpretações dependerem da pessoa e da influência de aspectos culturais, terna-se importante utilizar certas informações que sejam do conhecimento coletivo. Isso pode ajudar que a leitura dos atributos físicos com espaços aproxime-se ainda mais da intenção com a qual foram concebidas (QUEVEDO, 2002, P.94)
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3.1 . CO NFORM AÇÃO ES PACIAL : E RG ON O M I A E AC ES S IB ILIDAD E “As linhas arquitetônicas tradicionais de instituições, geralmente frias não cabem mais quando se fala em cuidado prolongado. Instalações adequadas podem ajudar o idoso a não se sentir abandonado, mas estimulado e acolhido. Deve possuir mobiliários simples, atraente e seguro, disposição adequada, sem risco à movimentação e ambiente de conforto e bem-estar, com a maior segurança possível” (BORN E BOECHAT, 2006)
Para compor uma arquitetura voltada ao idoso, deve-se se eleger os parâmetros projetuais de acordo com os valores que possuem maior prioridade para esse feito, levando em conta fatores antropométricos, psicossociais e culturais. Segundo Elali (2009), cabe ao arquiteto buscar soluções às problemáticas dadas por meio de intervenções no espaço físico, articulando valores visíveis e invisíveis que operam no inconsciente do usuário. Conforme a legislação, as diretrizes projetuais são dadas de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome, com a Política Nacional do Idoso, que regulariza por meio de leis as ILPIs. A fiscalização das instituições é realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Essa legislação é pautada nos direitos e condutas para com o idoso e, junto com a Norma Brasileira (NBR) 3050, que descreve critérios espaciais para que ambientes e equipamentos sejam adequados às pessoas com deficiência de mobilidade (PCD), compõe um conjunto de fundamentos a serem adotados ao se planejar um espaço voltado ao idoso.
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14. UNIDADE HABITACIONAL CENTRO GERIÁTRICO DE LEOB EN (FONTE: Archdaily, 2016)
É necessário frisar, porém, que, como já demonstrado, não basta apenas seguir a lei à risca para se obter um projeto arquitetônico de fato satisfatório. É de suma importância entender como a ferramenta da lei pode auxiliar na produção de edifícios, mas com uma mentalidade crítica e com conceitos fundamentados, após o estudo aprofundado sobre o idoso e a velhice na sociedade, humanizando a construção, ou seja, tendo o indivíduo como principal norteador das decisões arquitetônicas. Observa-se, desse modo, que a Política Nacional do Idoso e a NBR 9050 destacam a importância do aprimoramento das condições de habitabilidade para o idoso, mas não constroem parâmetros pautados nos anseios dos cidadãos que ali habitarão. Com esse déficit em relação ao Estado, estudiosos do tema passaram a pesquisar sobre a Gerontologia Ambiental, campo que considera a influência do espaço, seja ele íntimo ou urbano, na vida do idoso e que possui, entre seus princípios, a clássica proposição de que espaços favoráveis ao desempenho de ações biológicas, sociais e psicológicas, são locais adequados para se envelhecer (BASTISTONI, 2014, p.648), ou seja, quando as capacidades funcionais do indivíduo (processos cognitivos, funcionamentos sensoriais, e habilidades motoras) são resguardados, o indivíduo pode realizar de forma mais
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abrangente sua experiência no espaço. Dessa maneira, para se alcançar tais parâmetros é necessário encontrar soluções que articulem as limitações dadas pelo envelhecimento. Necessita-se, assim, estudar esse processo levando em conta o modo pelo qual o idoso ocupa os espaços, bem como seu estilo de vida, conforme manifestado anteriormente. Logo, compreender ergonomia do idoso é fundamental para que se possa planejar o espaço de forma adequada. “A ergonomia é uma ciência antropocêntrica que trabalha com várias disciplinas. Através do inter-relacionamento dessas disciplinas pode-se chegar a apresentação de recomendações e a oferta de condições favoráveis para o desempenho eficiente das atividades diárias, a fim de compensar limitações ou deficiências decorrentes do processo de envelhecimento, conforme as necessidades físicas, informativas e sociais do indivíduo” (RIBAS, 2001, P.6)
15. BANHEIRO ACESSÍVEL DO CAMPUS DE CUIDADOS COM O IDOSO DE MORTSEL (FONTE: Archdaily, 2014)
A ergonomia busca compreender a proporção ideal entre o sujeito e o objeto, já a acessibilidade se trata de uma condição de se realizar de forma plena as atividades sociais por todos os indivíduos. Desse modo, ter em mente esses dois fatores de sorte que as pessoas 50
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que possuem qualquer categoria de limitação seja contemplada, é imprescindível para todo processo de inclusão social. Assim sendo, todas as escolhas materiais, escolhas de layout e da disposição dos ambientes devem-se pautar na acessibilidade do sujeito, imbuído de direitos e com autonomia para suas decisões, tendo como premissa o dimensionamento necessário para a satisfação dos usuários. O desenho deve ser pensado de modo que a independência do idoso seja prolongada. Para isso, por exemplo, tem de se pensar em como as aberturas dos caixilhos serão efetuadas, em quais os percursos o idoso realizará ao longo do edifício e quais as suas ambições para uma moradia digna. Somando-se esses fatores e o conforto ambiental da habitação, pode-se proporcionar o bemestar através da simbiose entre arquitetura e o usuário.
16. ISOMÉTRICA UNIDADE HABITACIONAL ACESSÍVEL DA MORADIA PARA IDOSOS DE HUNINGUE (FONTE: Archdaily, 2018)
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3 . 2 . CO NFORTO AM BIE N TA L N A TERCE IRA IDAD E “Conforto se traduz por tudo aquilo que constitui o bem-estar material. O conforto ambiental é um fator que promove a qualidade da edificação e a qualidade de vida do usuário” (HAIZ, 2012, P.62)
Por meio a experiência espacial do corpo, através dos sentidos, se apreende a dimensão física do ambiente, ou seja, temperatura, sons, cores, iluminação, entre outros. A idade, que impacta no corpo e na mente, está diretamente ligada com a percepção de bem-estar, pois ao longo dos anos a pessoa se torna mais sensível aos aspectos relacionados ao conforto ambiental. São eles: conforto térmico, acústico e lumínico. Com as mudanças fisiológicas ocasionadas pela velhice, o sujeito altera sua percepção do espaço, uma vez que suas capacidades visuais e auditivas diminuem . Com isso, ambientes que noutrora eram confortáveis, deixam de ser. Cabe ao arquiteto, portanto, compreender como torná-lo adequado novamente, tendo em mente toda a carga psicológica e biológica que o
17. ESQUEMA DA PRINCETON UNIVERSITY PARA O CONFORTO AMBIENTAL ATRAVÉS DA BIOLOGIA, ARQUITETURA, TECNOLOGIA E CLIMATOLOGIA (FONTE: Archdaily, 2021)
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envelhecimento carrega a fim de se vivenciar o espaço de forma plena através dos sentidos e do juízo de valor, afinal, todo indivíduo, independentemente de sua idade, necessita de um nível mínimo de conforto ambiental em seu lar. Buscando compreender, dessa maneira, o conforto ambiental como forma de impacto positivo na saúde do idoso, é necessário entender como cada categoria desse conforto pode contribuir na vida do sujeito na velhice. Estudá-los é necessário para se depreender os mecanismos de manipulação do ambiente. Tem-se, então: CONFORTO TÉRMICO: O idoso, com a diminuição metabólica e da porcentagem de água no corpo, possui maior sensibilidade quanto a variações de temperatura e geralmente sentem mais frio. É de responsabilidade do projeto arquitetônico, portanto, controlar a ventilação, incidência solar e a umidade dentro dos ambientes para estabilizar a temperatura interna em uma média agradável. Segundo ASHARE (1993), o conforto térmico é um estado de espírito que reflete a satisfação com o ambiente térmico que envolve a pessoa. Essa sensação é decorrente da perda de calor para o ambiente sem que seja necessário se utilizar mecanismos de termorregulação, como a piloereção6 para locais frios e a sudorese7 para locais quentes.
6 Piloereção é o mecanismo de arrepio, que tenta aprisionar ar quente ao redor da pele com a elevação dos pelos. 7 Sudorese é o suor liberado em ambientes quentes para que, através da evaporação, a temperatura do corpo seja diminuída.
18. ESQUEMA DA TEAL PRODUCTS SOBRE OS TIPOS DE VENTILAÇÃO: ÚNICA, CRUZADA E EFEITO CHAMINÉ (FONTE: Archdaily, 2021)
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Outro fator a se levar em consideração ao se estudar o conforto térmico do ambiente é a circulação do ar, que evita que o ar viciado permaneça dentro do edifício, diminuindo, inclusive, os riscos de contaminação. Tal ar promove a sensação de abafamento e pode ser renovado através de mecanismos arquitetônicos como as aberturas, que podem promover a ventilação cruzada e o efeito chaminé (Figura 18). Além disso, a incidência dos raios solares é de extrema importância de se pensar, pois além de impactar no conforto lumínico, esquentam o ambiente e podem até mesmo prejudicar a saúde do idoso, que possui uma pele mais sensível e que não deve ser exposta aos raios Ultravioletas. CONFORTO LUMÍNICO: A perda gradual da capacidade visual do idoso desencadeia adaptações necessárias do ambiente para que as atividades sejam feitas de forma satisfatória pelo usuário. O conforto lumínico está relacionado à essa dimensão visual e a forma como a luminância dos ambientes está projetada. “As coisas são vistas pelo seu brilho e pela sua cor ou, mais exatamente, pelas diferenças de brilho e de cor. O brilho é uma função da quantidade de luz recebida pelos olhos, enquanto que cor está relacionada, dum (SIC) modo bastante complicado, com a distribuição do comprimento de onda da luz, ou seja, com a sua qualidade espectral” (HOPKINSON, P.11)
É encargo do arquiteto compreender o impacto da luz natural na vida do ser humano, principalmente na velhice. O ciclo circadiano8 e a produção de melatonina são regidos por esse fator. A percepção da passagem do tempo é necessária para se obter a regulagem do ritmo biológico. 8 O ciclo circadiano se trata do ciclo biológico dos indivíduos e impacta no humor e na força física. A interferência das iluminações artificias proveniente de lâmpadas e eletrônicos promovem alteração na produção de melatonina, hormônio da regulagem do sono, e, por conseguinte, nesse ciclo.
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19. ESQUEMA INCIDÊNCIA SOLAR CORTE CASA DAS TELHAS VOADORAS NO EQUADOR (FONTE: Archdaily, 2021)
“O fato de poder apreciar as variações do espectro solar e das mudanças de tempo é de vital importância, pois permite ao idoso manter contato com a natureza e com o exterior, o qual tem uma influência psicológica altamente positiva” (QUEVEDO, 2002, P.135)
A luz artificial, desse modo, não substitui a luz natural, mas sim auxilia o estilo de vida contemporâneo. Ela não pode gerar ofuscamento, mas ao mesmo tempo deve-se levar em consideração que com o passar dos anos torna-se mais necessário uma maior quantidade de iluminação para que a percepção do idoso no espaço seja de fato apropriada. CONFORTO ACÚSTICO: Segundo dois aspectos da acústica arquitetônica, a defesa contra ruídos9 e o controle de sons no recinto10, e a sua manipulação no espaço construído, o bem-estar do idoso pode ser potencializado pelo conforto acústico, uma vez que a eliminação de ruídos indesejáveis contribui para a saúde da audição e a melhora na inteligibilidade favorece aqueles que estão sofrendo com a perda gradual da escuta. É necessário, portanto, escolher os materiais e as formas corretas ao se planejar um edifício, evitando a fadiga do usuário.
9 A defesa contra ruídos se trata da diminuição de ruídos indesejados de fontes internas e externas ao edifício. 10 O controle de sons no recinto visa preservar a inteligibilidade ao evitar efeitos como o eco, a reverberação e a ressonância em excesso.
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som incidente
som transmitido
som refletido
som absorvido 20. ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO ACÚSTICO DE MATERIAIS (FONTE: Archdaily, 2021)
Dessa maneira, a fim de se obter ferramentas para a materialização de espaços adequados aos idosos, é importante compreender como se manipular as condicionantes ambientais do local no qual o projeto será instalado, além de entender as necessidades das pessoas que ali habitarão. Uma boa operação desses fatores físicos permite além do aumento do bem estar e qualidade de vida dos usuários, a diminuição dos impactos na natureza, uma vez que um conforto ambiental adequado dispensa o uso de técnicas mecânicas.
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ARQUITETURA E SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS
4 . ARQUIT E TU RA E SO LU ÇÕ E S SUST E NTÁVE IS Nos dias de hoje, a discussão sobre sustentabilidade e pegada ecológica vem ganhando cada vez mais espaço. Isso se dá por diversos fatores, o principal é devido aos efeitos do aquecimento global que já vem sendo observado através tanto das mudanças climáticas entre outros desastres ambientais quanto da possibilidade de esgotamento de alguns recursos naturais, fazendo com que as pessoas repensem seus modos de consumo e as políticas ambientais de cada país. Além disso, estamos em um mundo digital, o que possibilita que, através de apenas um toque, as informações sejam acessadas e compartilhadas por milhares de pessoas. Assim sendo, é de suma importância ter como princípio norteador a sustentabilidade, entendendo como a arquitetura pode contribuir para diminuir seus impactos no meio ambiente, uma vez que a construção civil consome cerca de 40% dos recursos naturais do mundo e representa 30% da geração de resíduos e, também, 30% da emissão de gases para o efeito estufa (para cada tonelada de clínquer, matéria prima do cimento, produzida, 600Kg de CO2 são gerados, sem levar em consideração o transporte e a emissão de CO2 nesse processo). Ao se projetar, então, cabe ao arquiteto escolher materiais e técnicas construtivas que contribuam para um meio ambiente mais saudável. Dessa maneira, é de grande relevância frisar que a utilização do concreto e de demais materiais não deve ser a alternativa exclusiva para toda situação, como vem sendo realizado no Brasil por muitos anos. Além disso, é também de responsabilidade do projetista estudar as demandas dos usuários bem como as características físicas do local no qual a construção será executada para que o edifício funcione ambientalmente de forma física, proporcionando conforto por parte das pessoas e dispensando 60
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21. ÁRVORES DE REFLORESTAMENTO (FONTE: YES BRASIL/ iStock, 2018)
sistemas mecânicos, como já demonstrado no capítulo anterior. Arquiteturas com soluções sustentáveis geram cidades mais sustentáveis e impactam diretamente na vida de seus usuários e no seu entorno. “As questões ambientais não são diferentes das questões sociais. As políticas de meio ambiente podem também melhorar a vida social dos cidadãos. As soluções ecológicas e sociais se reforçam mutuamente e garantem cidades mais saudáveis e multifuncionais. Acima de tudo, uma cidade auto sustentável é sinônimo de qualidade de vida para as próximas gerações” (ROGERS, 2001, P.32)
Tendo isso posto, escolher técnicas alternativas, como a utilização de madeira como sistema construtivo, ganham grande importância na construção civil. A madeira se trata de um recurso renovável e que dispõe da propriedade do aprisionamento de gás carbônico através do processo de fotossíntese11. Como resultante desse processo, a cada 1m³ de madeira, 1 Tonelada de gás carbônico é absorvido durante sua vida.
11 O processo de fotossíntese utiliza do gás carbônico, junto à energia solar e à água como matérias primas para seu composto orgânico, liberando para a atmosfera gás oxigênio.
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Dentre das alternativas de construção em madeira tem-se a madeira engenheirada, que se trata de um material produzido em fábrica que transforma a matéria prima natural, podendo ser Pinus ou Eucalipto, agregando qualidade e homogeneidade através do processo de lamelas, potencializando seu desempenho para a construção civil. Entre as madeiras engenheiradas destacamse a Madeira Laminada Colada (MLC) e a Madeira Laminada Cruzada ou, do inglês, Cross Laminated Timber (CLT), vista na Figura 22. A Madeira Laminada Colada possui suas lamelas coladas paralelamente, aumentando a resistência do material e possibilitando diversas formas, Já a Madeira Laminada Cruzada é composta por lamelas coladas a 90°, formada por pelo menos três camadas ortogonais umas às outras. Sua eficiência estrutural permite maiores vãos e possibilita que seus painéis de parede e laje sejam elementos de função estrutural. Uma construção em madeira engenheirada certificada reflorestada, além de propiciar um canteiro a seco12, o que permite 12 O canteiro a seco se trata da utilização de um sistema estrutural pré-fabricado que proporciona maior organização no canteiro de obra, uma vez que não é necessário concretagem em grande escala, por exemplo, reduzindo desperdícios e resíduos, sendo ecologicamente mais correto.
22.PAINEL DE MADEIRA LAMINADA CRUZADA (FONTE: CROSSLAM)
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que a construção seja mais rápida, possui a propriedade de ser desmontada e reutilizada em outro local se desejado. A madeira também, como caráter material, traz conforto ao ambiente, uma vez que retém o calor durante o frio e durante o verão deixa o ambiente fresco, mantendo a temperatura interna agradável por mais tempo. Além disso, quanto ao conforto acústico, ela é capaz de absorver as ondas sonoras, melhorando a inteligibilidade. É importante frisar, também, que as características sensoriais dos materiais escolhidos devem ser levadas em consideração, uma vez que o projeto deve fazer com que o usuário se sinta próximo à edificação de modo que sejam construídos laços afetivos. A reação ao toque (temperatura e textura) e ao visual (cor, brilho) deve ser leve e trazer aconchego ao ambiente. A madeira detém dessa propriedade também, pois não é fria como a alvenaria, nem áspera como o concreto, ela possui cor, cheiro e textura, possibilitando a união entre o sujeito e a arquitetura bem como entre o sujeito e a natureza, pois ela desperta a Biofilia13, gerando bem estar mental ao provocar relaxamento do sistema nervoso autônomo e, consequentemente, diminuir o estresse. A Biofilia pode também ser potencializada pelas vistas criadas pelas aberturas da arquitetura e pelo cultivo de vegetação em diversos locais, buscando trazer o verde da natureza para o interior do edifício. Tendo demonstrado a relevância do uso da madeira na construção civil, é necessário também apontar outras possibilidades de sustentabilidade na arquitetura de modo que seja possível manipular as alternativas e ponderar sobre as escolhas. Escolhas essas que devem levar em conta as circunstâncias projetuais. Dessa forma, o trabalho não busca descartar métodos construtivos tradicionais, como o concreto, que possui alta relevância na 13 A Biofilia, traduzida como “amor às coisas vivas”, se trata de um termo utilizado pela primeira vez em 1964 por Erich Fromm após a percepção de que com a urbanização, a desconexão com a natureza foi severa, provocando impactos psicológicos negativos, uma vez que a ligação a homem e a natureza é emocional e genética, pois está atrelada a origem de nossa espécie.
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construção civil por ter bom desempenho estrutural e possibilidades formais diversas, por ser um material muito durável e que necessita de pouca manutenção e por ser um método mais conhecido, logo existe mais mão de obra disponível para sua utilização; mas sim, esse trabalho pretende frisar que sua utilização não deve ser vista como primeira e única opção para todos os casos, assim como a utilização de outros métodos construtivos tradicionais, que geram resíduos e possuem grande impacto na natureza. Tendo isso posto, outra maneira de se potencializar a sustentabilidade na arquitetura é através da utilização de, por exemplo, piso drenante, cuja matéria prima pode ser de entulho de obras (material com difícil descarte e que gera grandes impactos na natureza). Esse piso possibilita que as águas pluviais sejam percoladas até o substrato em áreas onde a utilização de materiais impermeáveis pode provocar alagamentos, já que o solo possui a função fundamental de regulagem do fluxo de água superficial e de intermediador para a reposição de água no lençol freático e nos aquíferos. Além disso, ao se construir, o local que será palco para uma edificação foi, noutrora, o lar de diversas plantas. Nada mais cabível, nesse caso, se utilizar de áreas ociosas da construção, como as lajes de cobertura, para o cultivo de determinadas espécies, criando coberturas verdes, que aumentam a superfície de filtragem de água pluvial, possuem a propriedade de retenção de gás carbônico, através da fotossíntese das plantas que ali serão criadas, e possibilitam a amenização da temperatura interna dos edifícios e dos ruídos, através dessa camada vegetal, que gera um microclima. É dever do projetista, portanto, compreender maneiras de se estruturar partidos de modo que os mais diversos âmbitos sejam contemplados e combinados com a sustentabilidade, revendo o modo de vida urbano e as arquiteturas tradicionais, sendo crítico e ponderando sobre quais atitudes se tomar diante das demandas contemporâneas. 64
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23. COBERTURA VERDE DO MUSEU MOESGAARD NA DINAMARCA (FONTE: Henning Larsen Architects, 2014)
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4 .1. A HIDROPONIA N A VI DA D O IDOSO U RB AN O Visando a sustentabilidade, conforme apontado anteriormente, e buscando diminuir os impactos do estilo de vida contemporâneo atuante nos municípios brasileiros, é desejável se discutir sobre a dinâmica de descentralização das cidades sob a ótica dos recursos alimentícios. Essa descentralização se trata da política de criação de infraestruturas, abrangendo comércio e serviços, espalhadas pelo município, suprindo as necessidades dos habitantes de cada região, ou seja, criando diversos “centros” ao invés de existir apenas um local na cidade com a concentração de todas essas infraestruturas. Assim, é possível diminuir o movimento pendular de pessoas e, consequentemente, diminui-se a emissão de CO² pelos veículos, uma vez que aproxima o produto ou o serviço do consumidor final, dispensando grandes deslocamentos e melhorando o tráfego dentro do território. Tendo isso posto, ao se analisar a forma como os alimentos (necessidade básica dos seres humanos) chegam ao nosso prato e como se da sua produção dentro dos municípios, mesmo no contexto estudado, que se trata de uma cidade pequena no interior paulista, constata-se que as áreas de produção se encontram afastadas das moradias. Essa realidade acontece ainda mais intensamente nos grandes aglomerados urbanos, como no caso da grande São Paulo. Isso se dá devido tanto às necessidades dos cidadãos (que demandam de moradias perto de seus trabalhos, por exemplo), quando à interesses imobiliários e, consequentemente à gentrificação14, que torna inviável 14 Gentrificação se trata de um fenômeno de aumento de preços de uma determinada região, sendo esse aumento abrangendo desde os impostos até os comércios e serviços que ali se instalam, devido a uma valorização causada pela especulação imobiliária. Tal fenômeno implica na segregação social,pois obriga as pessoas de mais baixa renda que ali moravam a se deslocarem para outras áreas da cidade.
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24. ALFACE HIDROPÔNICA DA SEDE DO IFOOD EM OSASCO (FONTE: Archdaily, 2021)
áreas de plantios dentro das cidades. Formam-se, dessa maneira, áreas agrícolas de alimentos perecíveis concentradas nas regiões periféricas aos centros urbanos, criando cinturões verdes. Por conseguinte, afasta-se o alimento do consumidor final, tornando o acesso à esse produto fresco mais difícil e sendo necessário maior utilização de transporte, aumentando, inclusive, seu custo. Observando essa situação descrita, é cabível se utilizar de áreas urbanas como fonte de produção de alimento. Esse tipo de solução já vem sendo aplicada em diversos locais através da cultura por hidroponia, que permite o plantio utilizando-se de menos área de solo, uma vez que possibilita realizar hortas verticais. O benefício disso, além da retenção de gás carbônico pelas plantas que ali serão cultivadas, é o acesso a um alimento mais novo pela população. A hidroponia se refere uma forma de cultivo que se utiliza de água em um sistema cíclico fechado, diminuindo o consumo desse recurso, e que, através de um suporte, irriga as plantas com os nutrientes necessários. As hortas hidropônicas se estabelecem em casas de vegetação15, o que permite que o ambiente seja mais controlado, diminuindo também o uso de agrotóxicos. 15 As casas de vegetação são estruturas com fechamentos transparentes ou translúcidos que permitem a passagem da luz, ou seja, são estufas destinadas ao cultivo de certas espécies de plantas e podem ser de diversas formas e materiais.
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25. IMAGEM DE RENDER IDOSOS COLHENDO NA HOME FARM (FONTE: Spark Architects, 2014)
Dessa maneira, destinar áreas ao cultivo de plantas em centros urbanos para os cidadãos é de grande pertinência e traz proveitos não só à cidade, mas à saúde de quem consumirá esse alimento, tendo em mente os pontos destacados acima. Além disso, manejar vegetações também despertam a biofilia, trazendo benefícios psicológicos, como já dissertado previamente. Aplicando-se à realidade do idoso, esse tipo de cultivo permite maior acessibilidade, em razão de ser realizado em suportes, viabilizando que a altura de manuseio seja mais elevada, evitando que o idoso precise agachar e possibilitando também a manipulação pelas pessoas com deficiência física. Tendo isso posto, outro benefício ao se associar essa forma de cultivo à vida do idoso é a possibilidade de trazer sua “voz” de volta, ou seja, sua autonomia e seu senso de indentidade, muitas vezes perdido ao se aposentar, como já discorrido ao longo desse trabalho. Isso é possível devido ao fato de que, ao se criar uma horta comunitária, um sentimento de envolvimento é gerado por parte de todos os agentes daquele espaço, uma vez que é despertado o senso de coletivo, causado motivação e aumentando a autoestima do idoso, pois ele pode ocupar seu tempo de ócio ao realizar uma atividade na qual se sente de fato pertencente e integrante do processo. A hidroponia, então, se torna fundamental para a potencialização do bem-estar e do sentimento de autonome na saúde dele. 68
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ESTUDOS DE CAS O
5. E STUDOS D E CAS O Realizando a análise dos ensaios arquitetônicos escolhidos, almeja-se ilustrar soluções projetuais de maneira que parâmetros sejam estabelecidos para a realização do projeto proposto nesse trabalho final de graduação. Essa análise foi realizada responsavelmente de modo que os acertos e erros sejam identificados, não como uma fórmula, mas como exemplos, buscando compreender as necessidades do ator social estudado. A seleção dessas referências projetuais foi segundo os critérios de programa de habitação coletiva voltada ao idoso, sistema estrutural em madeira engenheirada e programa de moradia à terceira idade associada à cultura de vegetais. Assim, serão analisadas, respectivamente a Vila do Idoso, realizada pelo escritório Vigliecca & Associados em São Paulo; o Lar de Idosos Peter Rosegger, do escritório Dietger Wissounig, localizado na Áustria e, por fim, o Home Farm, projeto do Spark Architects para Singapura.
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26. FOTOGRAFIA GERAL VILAS DOS IDOSOS (FONTE: Vigliecca & Associados, 2007)
27. FOTOGRAFIA GERAL LAR DE IDOSOS PETER ROSEGGER (FONTE: Paul Ott, 2014)
28. IMAGEM DE RENDER GERAL HOME FARM (FONTE: Spark Architects, 2014)
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5.1 . VIL A DOS ID OS OS , VI G L I ECCA & A
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A SSOC IADOS , S ÃO PAU LO
FICHA TÉCNICA: _Escritório: Vigliecca & Associados _Localização: São Paulo, Brasil _Ano de conclusão: 2007 _Área construída: 8290m² 29. FOTOGRAFIA PÁTIO CENTRAL VILAS DOS IDOSOS (FONTE: Vigliecca & Associados, 2011)
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Encomendado pela Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (COHAB) em conjunto com o Grupo de Articulação para Conquista de Moradia dos Idosos da Capital (GARMIC) em 1999, a Vila do Idoso buscou atender à demanda de moradia voltada à terceira idade, mais especificamente ao público de baixa renda na capital paulista. Essa seleção de moradores se dá a partir da situação de vulnerabilidade socioeconômica do indivíduo. Localizado no Pari, bairro com grande oferta de comércio e serviços, próximo à margina Tietê, em São Paulo, o conjunto habitacional começa a ser implantado somente em 2003, no terreno pertencente à Biblioteca Municipal Adelpha Figueiredo, construída em 1967, com acesso principal pela Av. Carlos de Campos. A implantação do edifício se materializa através de volumes dispostos em lâminas em volta da biblioteca existente, conforme Figura 30, e seu programa consiste em 145 unidades habitacionais, sendo 88 de 31,30m² e 57 de 44,12m², vide Figura 31, dispostas ao longo de quatro pavimentos. Ainda há áreas de lazer como salões de festas, salas comuns com televisão, biblioteca, horta comunitária e um campo de bocha inacabado, além de um generoso espaço verde com espelho d’água, localizado acima de uma cisterna para retenção das águas pluviais. É necessário pontuar, porém, que apenas 16 das unidades maiores e 9 das unidades menores são completamente acessíveis para pessoas com deficiência física, as demais não dispões das áreas mínimas necessárias para a locomoção por meio de cadeira de rodas. Além desse fator, somente metade dos apartamentos possuem boa insolação, sendo que ainda assim seriam necessárias uma maior quantidade de aberturas para um melhor conforto ambiental dos usuários, permitindo uma boa ventilação e entrada de luz solar. Quanto à solução estrutural, o projeto foi executado em alvenaria estrutural e com lajes e pilares em concreto, sendo que esses dois últimos elementos foram mantidos sem revestimentos 76
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30. IMPLANTAÇÃO VILAS DOS IDOSOS (FONTE: Vigliecca & Associados, 2007)
31. TIPOLOGIAS HABITACIONAIS VILA DO IDOSO (FONTE: Vigliecca & Associados, 2007)
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a fim de se diminuir o custo e a manutenção do edifício, conforme Figura 32. A cobertura, por sua vez, é feita em telhas trapezoidais de aço galvanizado, apoiadas na laje por meio de perfis metálicos e tijolos. Assim, embora as fragilidades já mencionadas, o projeto mostra-se com boas soluções arquitetônicas, levando em consideração as limitações orçamentárias e da tipologia, que precisa atender às demandas dadas pela COHAB, bem como do contexto no qual ele foi implantado. A vila demonstra, na dimensão social, a reconstrução de vínculos por meio dos habitantes, que se achavam em situação de extrema exclusão social, ao propiciar espaços coletivos e de encontros, como no caso da própria circulação que dá acesso às unidades, como observado na Figura 33, que mostra espaços de bancos em frente aos apartamentos e o corredor largo, que permite que os moradores estabeleção interações ao longo de seus percursos.
32. FOTOGRAFIA CIRCULAÇÃO ACESSO DAS UNIDADES VILAS DOS IDOSOS (FONTE: Vigliecca & Associados, 2011)
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33. CROQUI UNIDADE ACESSÍVEL VILA DOS IDOSOS (FONTE: Vigliecca & Associados, 2011)
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5. 2 . L A R DE ID OS OS PE T E R R O S EG G E
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E R , DI ETGE WIS S OU NIG , ÁUST R I A
FICHA TÉCNICA: _Escritório: Dietger Wissounig Architekten _Localização: Graz, Áustria _Ano de conclusão: 2014 _Área construída: 7300 m² 34. FOTOGRAFIA ACESSO LAR DE IDOSOS PETER ROSEGGER (FONTE: Paul Ott, 2014)
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Em meio a uma área residencial na cidade de Graz, a instituição para idosos é implantada como respostas às demandas de uma crescente população com mais de 65 anos na Europa. Seu terreno se localiza ao lado de um parque municipal, o que promove maior integração entre os usuários e o restante da sociedade ao realizar através da implantação do edifício aberturas em direção a esse equipamento urbano. O programa da instituição se distribui em um único volume quadrado, com 2 pavimentos e organização axial e simétrica. Esse volume possui 4 átrios, um em cada ponta do edifício, e um vão central, onde no térreo se encontra uma área de sociabilização, vide Figuras 35 e 36. As unidades habitacionais se distribuem na periferia do volume e em volta desse vão central são localizadas as áreas de apoio, com enfermaria e serviços voltados ao idoso, suprindo a necessidade de cada quadrante de apartamentos. Essa organização em quadrantes permite melhor gerenciamento da instituição, pois facilita a locomoção dos idosos e, caso tenha algum ocorrido, possibilita que a ajuda seja mais efetiva, uma vez que cada um desses setores possui a mesma quantidade de unidades habitacionais. É possível verificar que a arquitetura de fato tem o idoso como protagonista, uma vez que há um refinamento projetual pensando no conforto interno das unidades habitacionais e na escolha material, que visa impactar positivamente a vida do idoso. O primeiro fato se dá pela escolha do sistema estrutural em madeira, que promove a manutenção da temperatura interna e, como já apontado no capítulo anterior, gera impactos psicológicos positivos ao despertar a biofilia. Além disso, as unidades possuem grandes janelas, vide Figura 37, que promove vistas para o parque, integrando o ambiente interno ao externo, possibilitando a iluminação natural e a percepção de passagem do tempo por parte dos idosos. Essas aberturas são realizadas por meio de caixilhos com vidro duplo, que proporciona 82
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maior vedação e isolamento térmico. Outro fator a se ressaltar é a ventilação, que através dos átrios, permite o efeito chaminé e a ventilação cruzada, renovando o ar do ambiente e resfriando durante o verão.
35. PLANTA DO TÉRREO LAR DE IDOSOS PETER ROSEGGER (FONTE: Dietger Wissounig Architekten, 2014)
36. PLANTA DO PRIMEIRO PAVIMENTO LAR DE IDOSOS PETER ROSEGGER (FONTE: Dietger Wissounig Architekten, 2014)
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Há, porém, uma crítica com relação ao excesso de incidência solar nas circulações, que podem causar ofuscamento e, desse modo, acidentes, vide Figura 38. Ademais, há um jogo de luz e sombras causado pelas pérgolas externas que também podem provocar ocorrências, conforme Figura 39. Verifica-se, então, que o lar de idosos cria diversas soluções, principalmente por meio da constituição axial da sua implantação, que possibilita que o edifício, embora pareça simples, possua uma complexidade programática e organizacional, potencializando os espaços de convivência. Outro fator a se destacar é a estrutura, caráter intrínseco à construção e que mostra-se presente desde sua concepção, como elemento não só funcional e sustentável, mas estético.
37. FOTOGRAFIA INTERNA UNIDADE HABITACIONAL LAR DE IDOSOS PETER ROSEGGER (FONTE: Paul Ott, 2014)
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38. FOTOGRAFIA INTERNA CIRCULAÇÃO LAR DE IDOSOS PETER ROSEGGER (FONTE: Paul Ott, 2014)
39. FOTOGRAFIA EXTERNA PERGOLAS LAR DE IDOSOS PETER ROSEGGER (FONTE: Paul Ott, 2014)
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5. 3. HOME FARM , S PA R K A R C H I T ECTS
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S , SINGA PURA
FICHA TÉCNICA: _Escritório: Spark Architects _Localização: Singapura _Ano do projeto: 2014 40. IMAGEM DE RENDER PÁTIO INTERNO HOME FARM (FONTE: Spark Architects, 2014)
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Combinando a moradia para idosos, já que a demanda para essa população local se tornará urgente nos próximos anos (uma em cada 5 pessoas de Singapura terão mais do que 65 anos em 2030), com uma fazenda vertical urbana, o projeto para a Home Farm é proposto pelo escritório Spark Architects como uma alternativa à velhice ativa e saudável. A prática da cultura de vegetais permite ao idoso uma renda, que auxilia no pagamento da moradia, promovendo uma segurança financeira. Essa associação surge, desse modo, como uma simbiose na qual os idosos se envolvem com o restante da sociedade, ao prover alimento ao território urbano, ao mesmo tempo em que asseguram que suas moradias lhes ofereçam suporte para as dificuldades geradas pelo processo de envelhecimento. Assim, essa solução de aplicar o cultivo na vida dos usuários proporciona o aumento no senso de identidade no idoso, além de promover o sentimento de ser um sujeito fisicamente ativo e a melhorar sua auto estima. Os impactos psicológicos da atividade, dessa maneira, são irrefutáveis.
41. ESQUEMA GRÁFICO DOS BENEFÍCIOS DO CULTIVO NA VIDA DOS IDOSOS DO HOME FARM (FONTE: Spark Architects, 2014)
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42. ESQUEMA GRÁFICO DAS FORMAS DE CULTIVO DO HOME FARM (FONTE: Spark Architects, 2014)
43. ESQUEMA GRÁFICO DO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA AQUAPONICO DO HOME FARM (FONTE: Spark Architects, 2014)
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A solução projetual combina dois tipos de cultivo, através da aquaponia por meio da cultura vertical de vegetais e através da cultura convencional em solo, que se utilizaria das lajes do projeto, criando mais áreas voltadas à essa atividade e promovendo um ambiente único ao gerar a biofilia por parte dos usuários. O programa consiste em quatro tipologias habitacionais, pautadas na moradia coletiva dos idosos com os seus respectivos núcleos familiares, pensando nas gerações, vide Figura 44. A primeira tipologia, consiste na primeira geração, é voltada apenas ao idoso em si e ao seu companheiro, se houver, e representa mais da metade das unidades, 216 das 300 disponíveis. A segunda é para duas gerações, ou seja, os idosos e seus filhos. A terceira engloba já os netos e a quarta também é pensando na terceira geração, mas para uma maior quantidade de pessoas. Além da parte habitacional e toda a esfera coletiva da horta urbana, que circunda o volume como um invólucro, há ainda a disponibilidade de serviços públicos voltados à saúde, à alimentação e à venda de artigos para se realizar o cultivo dos alimentos, além de
44. ESQUEMA GRÁFICO DAS TIPOLOGIAS HABITACIONAIS DO HOME FARM (FONTE: Spark Architects, 2014)
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um shopping center e uma livraria, conforme Figura 46. A proposta projetual surge como um novo olhar sobre as residências voltadas aos idosos pautando-se na geração de idosos que ainda está por vir. Cria-se um ambiente não mais única e exclusivamente voltado à terceira idade, mas sim uma arquitetura para a cidade, abrangendo outras preocupações urbanas como a segurança alimentar. Devido a tal inovação, o projeto venceu o prêmio “Future-Experimental Project” 2015 no festival mundial de arquitetura em Singapura.
45. PERSPECTIVA GERAL HOME FARM (FONTE: Spark Architects, 2014)
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46. IMPLANTAÇÃO SETORIZADA HOME FARM (FONTE: Spark Architects, 2014)
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CONCLUSÕES: Após a análise dos estudos de caso selecionados é possível observar que houve uma grande contribuição para o conhecimento a respeito da habitação voltada ao sujeito idoso. Cada projeto agregou ao ensaio projetual proposto nesse trabalho de uma maneira diferente. No primeiro estudo, a Vila dos Idosos, sua implantação e suas tipologias habitacionais foram fundamentais para se propor a materialização arquitetônica desse trabalho final de graduação, pois as unidades habitacionais dispostas de maneira laminar permitem que o miolo de quadra seja catalizador das dinâmicas coletivas, ao deixa-lo mais livre e fluido. Além disso o projeto oferece tipologias habitacionais compartilhadas e individuais, fazendo com que pessoas em situações distintas sejam contempladas no ensaio arquitetônico, como agentes pertencentes à proposta projetual. Já no caso do Lar de idosos Peter Rosegger verifica-se que o programa de moradia voltada à terceira idade não se trata de uma habitação coletiva convencional, mas sim um equipamento que busca compreender as necessidades do sujeito nessa faixa etária, oferecendo possibilidades de sociabilidade ao mesmo tempo em que prolonga a independência do indivíduo por meio da aplicação da ergonomia acessível no desenvolver do projeto arquitetônico, tanto nas unidades habitacionais quanto nas áreas coletivas. Além disso esse lar ainda conta com a possibilidade de assistência desses idosos, quando necessário, dando mais segurança aos moradores. Esse projeto, também realiza a utilização da madeira como sistema estrutural não só por um viés sustentável mas também pelo fato do material contribuir à sensação de bem-estar do idoso, psicologicamente, através da biofilia, e fisicamente, através do conforto ambiental e das propriedades térmicas e acústicas que a madeira detém. Por fim, o estudo da Home Farm demonstra a desconstrução 94
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de modelos convencionais de habitação voltada aos idosos ao se verificar que a proposta estuda o impacto do processo de envelhecimento no âmbito psicológico, social e biológico para só então se propor o programa de necessidades arquitetônico. Dessa maneira, observa-se que houve, além dessa investigação aprofundada do sujeito na velhice, a compreensão das projeções futuras sobre a cidade, entendendo como ela responderá às demandas de seus habitantes, visto que a população idosa aumentará e que a questão alimentar será um problema para a sociedade. Associa-se, assim, a produção de vegetais à habitação voltada aos idosos, e verifica-se que, ao promover esse ofício aos residentes, o senso de identidade do idoso, muitas vezes perdido ao se aposentar, como já discorrido ao longo desse trabalho, é recuperado. Por esses fatores, cada estudo de caso mostra-se pertinente à pesquisa acerca do idoso e das possibilidades arquitetônicas. Analisar projetos já realizados são de extrema importância, pois agregam ao repertório projetual e criativo dos arquitetos.
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TERRITÓRIO
47. MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA CIDADE NO ESTADO DE SÃO PAULO E NA AGLOMERAÇÃO URB ANA DE JUNDIAÍ (FONTE: Elaborado pela autora)
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CAPÍTULO 6
LEGENDA FERROVIA RODOVIA ANHANGUERA RODOVIA DOS BANDEIRANTES SÃO PAULO E CAMPINAS CAPÍTULO 6
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6 . TERRITÓRIO Localizada a 72 Km da capital paulista, a cidade de Louveira, palco do ensaio projetual, está inserida em uma região privilegiada, entre os polos industriais e tecnológicos de Jundiaí e Campinas, além de estar a apenas 25 Km do maior aeroporto de cargas do país, o Aeroporto Internacional de Viracopos. Devido a esses fatores e também graças à grande disponibilidade de infraestrutura viária na região, com a Rodovia Anhanguera e a Rodovia dos Bandeirantes cruzando o território, a cidade possui o terceiro maior PIB per capita do Brasil, de R$ 300.639,40 (fonte: Jornal EPTV afiliado da Rede Globo, 2019), em virtude das indústrias ali instaladas. Apesar da intensa relação e da proximidade com Campinas, Louveira não pertence a Região Metropolitana de Campinas, mas sim à Aglomeração Urbana de Jundiaí (AUJ), Figura 47, institucionalizada em 2011 pelo Governo do Estado de São Paulo. Fazem parte dessa Aglomeração, junto a Louveira, os municípios de Cabreúva, Campo Limpo Paulista, Itupeva, Jarinu, Várzea Paulista e à própria cidade de Jundiaí, que atua como principal polo da região, abastecida com uma ampla infraestrutura urbana. A região ainda conta com o agroturismo, devido à herança cultural advinda da imigração italiana e da cultura cafeeira. Esse turismo é potencializado pelo Circuito das Frutas, criado em 2002 com o objetivo de conectar os municípios produtores de frutas do Estado de São Paulo, sendo os integrantes as cidades de Louveira, Jundiaí, Atibaia, Indaiatuba, Itatiba, Morungaba, Valinhos e Vinhedo. Esses municípios se caracterizam pela cultura frutífera de uva Niagara Rosada (tradicional da região), morango, ameixa, figo, acerola, caqui, pêssego e goiaba, bem como a produção de seus derivados: geleias, vinhos, licores e doces no geral. 100
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48. VIDEIRAS DA CASA MAIN RIDGE (FONTE: Archdaily, 2013)
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6 .1 . PANO RAM A H ISTÓ R I CO
49. FOTOGRAFIA DA ESTAÇÃO DE TREM DE LOUVEIRA EM 1959 (FONTE: Desconhecido, disponível em Wikipedia)
A história do município se inicia em 1639, com a chegada do espanhol Gaspar de Oliveira e sua mulher, que se instalaram em um dos pontos de descanso dos Bandeirantes paulistas, o Pouso dos Oliveiras. O povoado que ali se formava, passou a se desenvolver junto aos demais povoados da região, e pertencia à Freguesia Nossa Senhora do Desterro, território que hoje corresponde às cidades de Jundiaí até Campinas. Em 1655 a Freguesia passou a ser considerada Vila, por ser um importante ponto de logística dos Bandeirantes, denominada Vila de Jundiahy. Com o progresso das lavouras de café no oeste paulista durante o século XIX, A Vila de Jundiahy desfrutou de um rápido crescimento. Em 1865, dessa maneira, passou a ser reconhecida como cidade. 102
CAPÍTULO 6
Junto a esse desenvolvimento, em 1867 a companhia inglesa São Paulo Railway Company inaugurava a ferrovia Santos-Jundiaí. Alguns anos mais tarde, em 1872, a Companhia Paulista de Estrada de Ferro ampliou a linha até a cidade de Campinas, com isso subestações foram criadas onde hoje se localizam as cidades de Louveira, Vinhedo e Valinhos. Essas subestações contribuíram para o aumento dos povoados em cada uma dessas paradas. Com o declínio do sistema escravocrata, a política imigratória incentivada pelo Governo foi impulsionada. Dessa maneira muitos imigrantes, principalmente italianos, foragidos da Guerra de Unificação Italiana, chegavam nesse local para trabalhar nas fazendas, mais intensamente por volta da década de 1890. Durante esse período, a prática da cultura de café na região já havia esgotado boa parte do solo e passou a ser incentivada para além do território de Campinas em direção ao interior do estado. Com isso, os imigrantes iniciaram o cultivo da uva e a produção de vinho, fato que marcou as cidades e é possível de ser observado até nos dias de hoje. 50. MAPA DA EXPANSÃO URBANA DAS CIDADES DE LOUVEIRA E VINHEDO ENTRE 1872 E 1900 (FONTE: Luiza Trevisan Ribeiro, 2016)
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Em 1908, o povoado da Rocinha (correspondente à Louveira e Vinhedo), que passou a ter mais autonomia devido às subestações de trem, foi elevado à categoria de Distrito e foi denominado de Distrito de Paz de Rocinha. Por anos ainda o distrito foi subordinado à Jundiaí. Somente em 1948 se emancipou de Jundiaí, recebendo o nome de Vinhedo. Em Louveira, ainda pertencente à cidade de Vinhedo, com a grande produção frutífera na década de 1950, foi organizado um plebiscito a fim de se obter mais autonomia no bairro. Assim, 1955 foi elevada à categoria de distrito. Somente em 1964 Louveira deixou de ser subordinada a Vinhedo e passou a ser um município.
51. FOTOGRAFIA DA SUBESTAÇÃO DE TREM DE LOUVEIRA NA DÉCADA DE 1940 (FONTE: Arnaldo Martins Cruz)
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52.FOTOGRAFIA DA DÉCADA DE 1950 NA CIDADE DE LOUVEIRA, BAIRRO DO CAPIVARI (FONTE: Desconhecida, fornecida por Sônia Argentieri)
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53. MAPA DO DISTRITO DE LOUVEIRA EM 1963 (FONTE: Arquivo Público do Estado de São Paulo)
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54. FOTOGRAFIA DA PRIMEIRA FESTA DO CAQUI DE LOUVEIRA EM 1967 (FONTE: Desconhecida, fornecida por Sônia Argentieri)
55. MAPA DA EXPANSÃO URBANA DAS CIDADES DE LOUVEIRA E VINHEDO ENTRE 2000 E 2010 (FONTE: Luiza Trevisan Ribeiro, 2016)
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6 . 2 . CO ND ICIONANT E S E P OT E N C I A L
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L IDAD E S
56. MAPA APROXIMADO DO MUNICÍPIO DE LOUVEIRA (FONTE: Elaborado pela autora)
LEGENDA FERROVIA RODOVIA ANHANGUERA RODOVIA DOS BANDEIRANTES RODOVIA ROMILDO PRADO RIO CAPIVARI ENTORNO TERRENO CAPÍTULO 6
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Com uma área de 55.133 km² e irrigada por uma infraestrutura viária que permite que seus moradores usufruam para além dos serviços existentes no município, conforme observado na Figura 56, Louveira vem atraindo diversas pessoas de outros locais, principalmente da capital do estado, que buscam a tranquilidade do interior em uma área com fácil acesso e disponibilidade de recursos. As projeções futuras ainda contam com a extensão da malha ferroviária da linha 7 Rubi da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que promoverá a ligação entre a estação de Jundiaí até Campinas com o chamado Trem Intercidades, sendo o trecho de Louveira o primeiro a ser construído, facilitando ainda mais essa integração entre os municípios e a cidade de São Paulo. O plano para a execução completa está previsto para 2027. É possível, observar, no entanto, que esse potencial de atratividade de pessoas oriundas de outros locais já é historicamente significativo, como tratado no capítulo anterior. Em 2010, data do último senso, verifica-se que mais de 18% da população era de migrantes, conforme Figura 57. Isso se deve não só aos fatos acima
57. GRÁFICO PORCENTAGEM DE POPULAÇÃO ORIUNDA DE OUTROS MUNICÍPIOS EM LOUVEIRA 2010 (FONTE: Elaborado pela autora, dados do IBGE)
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58. GRÁFICO CRESCIMENTO POPULACIONAL DE LOUVEIRA ENTRE 2010 E 2021 (FONTE: Elaborado pela autora, dados do IBGE)
mencionados, mas também por que a cidade possui um custo de vida um pouco mais baixo que os municípios vizinhos. A região como um todo, por se situar em uma área de grande crescimento econômico ocasionado pelas indústrias e por interesses imobiliários, não é um local barato, portanto, qualquer motivo que contribua para a diminuição do custo de vida é desejado. Esse custo de vida um pouco mais baixo está relacionado ao fato de que a cidade carece de uma gama maior de recursos, fazendo com que os habitantes precisem se deslocar para Jundiaí ou mesmo para Campinas a fim de usufruírem de alguns serviços que não estão disponíveis no local. Tal fato se deve a uma má gestão do governo que, se utilizando do fato da cidade possuir uma população razoavelmente pequena, de 51.007 habitantes16 (Figura 58), não investe o dinheiro público de uma forma adequada, executando obras superfaturadas, por exemplo. Embora haja esse problema, por dispor de uma grande arrecadação, a cidade possui um bom potencial de evolução. Já nos últimos anos, é possível observar uma melhora no que diz respeito à infraestrutura pública: nos dias de hoje, 100% do território possui acesso à coleta de lixo e 99% à água encanada. Ainda em 2010, também, a taxa de escolarização era de 97,6% e a taxa de mortalidade infantil de 9,6 óbitos por mil nascidos vivos, segundo o último senso do IBGE. Esses fatores contribuíram para que em 2018, o município 16 Após o senso de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as estimativas populacionais passaram a ser realizadas pelo Tribunal de Contas da União para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios. Esse número resulta na população estimada em 2021 de cada cidade.
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59. IMAGEM AÉREA CIDADE DE LOUVEIRA ESTAÇÃO DE TREM (FONTE: Jasso/ Prefeitura de Louveira, 2021)
levasse o título de cidade mais desenvolvida do país pelo Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM)17 realizado em 2016, com pontuação total de 0,9006. Além disso, segundo os aspectos físicos, observa-se que o clima da cidade é estável: nos meses mais quentes a temperatura se mantém em torno de 30°C e nos mais frios em torno de 17°C, com temperatura média anual de 20.3°C e pluviosidade de 1462 mm, segundo o Climate Data Online (CDO). Analisando-se, também o relevo vê-se que a cidade possui colinas suaves, com altitude média de 690 metros. Já com relação ao bioma Mata Atlântica, verifica-se poucos remanescentes ao longo do território, visto na Figura 60. Ainda com relação ao meio físico, nota-se que a cidade é banhada pela Bacia do Rio Capivari, vide Figura 61, afluente norte do Rio Tietê, cuja nascente se localiza em Jundiaí. Verifica-se, dessa maneira, que a cidade possui muitos fatores que contribuem para sua atratividade, porém, apesar dos bons índices apresentados anteriormente, é possível observar que, ao se 17 O índice Firjan de Desenvolvimento Municipal se trata de um indicador que busca monitorar o desenvolvimento socioeconômico das cidades brasileiras através da análise das áreas de Emprego e Renda, Saúde e Educação, na qual a pontuação mais alta é a mais próxima de 1. Ele foi criado em 2008 e é realizado pela Firjan, uma organização privada sem fins lucrativos, com mais de 7.500 empresas associadas.
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tratar de idosos, o município carece de infraestruturas pensadas exclusivamente para esse público. A cidade conta com somente 3 moradias voltadas à essa população, sendo que nenhuma delas de fato rompem com o modelo asilar excludente, muito menos materializam a necessidade intrínseca dessas pessoas, levando em consideração todas as esferas que abrangem o envelhecer como já demonstrado ao longo desse trabalho. É necessário destacar, porém, que a prefeitura oferece atividades para a terceira idade, como excursões, sendo, no entanto, restrito à população de baixa renda.
60. REMANESCENTES DE MATA ATLÂNTICA 2016 (FONTE: Fundação SOS Mata Atlântica,2016)
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61. BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS PIRACICABA, JUNDIAÍ E CAPIVARI (FONTE: DAE Santa Bárbara D’Oeste,2018)
Ao observar o envelhecimento populacional local, vê-se que enquanto em 2010 apenas 7% das pessoas possuíam mais que 60 anos, nos dias de hoje essa população já corresponde a 11% dos habitantes totais, vide Figuras 62 e 63. A cada dia, portanto, tornase mais urgente se realizar espaços para esses indivíduos, tendo em vista, também, as projeções futuras de envelhecimento populacional em todo o país. Pensando nisso, o terreno escolhido para a implantação do ensaio projetual se localiza em uma região latente da cidade (Figura 64), com uma infraestrutura pública mais consolidada, pelo fato de estar próxima ao centro histórico e à estação de trem (Figura 65), local no qual o município começou a se desenvolver, como visto ao longo da análise histórica. É de suma importância o equipamento proposto estar inserido próximo aos serviços oferecidos pela cidade, pois se trata de uma arquitetura que almeja romper com os modelos tradicionais de edificações excludentes, observados ao longo de todo o território, que prioriza os carros ao invés das pessoas e os muros ao invés da permeabilidade urbana. Além disso, por se tratar de um público que requer atenção, estar em uma região na qual a oferta de recursos 116
CAPÍTULO 6
é maior, permite que os idosos sejam beneficiados, não sendo necessários grandes deslocamentos e promovendo a integração com os outros agentes da sociedade. Com área de 11.677,9 m² e uma declividade total de 3 metros, o terreno se situa em meio a uma região de uso diversificado, conforme Figura 66, embora o zoneamento vigente previsto no Plano Diretor de 2013 da Prefeitura Municipal de Louveira enquadre a área como Zona de Uso Residencial (ZUR), como visto na Figura 67. Há críticas a se realizar à atual lei de uso e ocupação do solo, afinal, como já dissertado nesse trabalho, é necessário que a cidade seja descentralizada, sendo, desse modo, zonas exclusivamente voltadas a apenas um uso prejudiciais à urbanidade e ao funcionamento dinâmico no município.
62. GRÁFICO QUANTIDADE DE MORADORES COM MAIS DE 60 ANOS EM LOUVEIRA 2010 (FONTE: Elaborado pela autora/ dados do IBGE)
63. GRÁFICO QUANTIDADE DE MORADORES COM MAIS DE 60 ANOS EM LOUVEIRA 2021 (FONTE: Elaborado pela autora/ dados do IBGE)
2010
2021
CAPÍTULO 6
117
64. MAPA LOCALIZAÇÃO DO TERRENO NO MUNICÍPIO (FONTE: Elaborado pela autora)
118
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 6
119
65.MAPA EQUIPAMENTOS (FONTE: Google Earth 2021/ modificado pela autora)
120
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 6
121
66. MAPA ATUAL USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 2021 (FONTE: Google Earth 2021/ modificado pela autora)
122
CAPÍTULO 6
67. MAPA ZONEAMENTO VIGENTE (FONTE: Google Earth 2021/ modificado pela autora com base no plano diretor de 2013 Prefeitura Municipal de Louveira)
CAPÍTULO 6
123
Dessa maneira é possível observar a relevância de se intervir na região dada, tendo em vista os pontos levantados que almejam romper com as arquiteturas egocêntricas através de uma nova proposta de se habitar a cidade, tendo o sujeito idoso como protagonista das ações projetuais, buscando a integração desse agente com as demais esferas da sociedade. “As cidades têm a capacidade de proporcionar algo para todos, mas somente porque e somente quando, são criadas por todos” (JACOBS, Jane, 2011, p. 263)
68. FOTOGRAFIA RUA VEREADOR JOSÉ ANTONIO NICOLA ARGENTIERI (FONTE: Acervo pessoal da Autora, 2021)
69. FOTOGRAFIA RUA MARCELO PATRÃO DE SEB A (FONTE: Acervo pessoal da Autora, 2021)
124
CAPÍTULO 6
70. ESTAÇÃO DE TREM DE LOUVEIRA 2021 (FONTE: Jean Carlosa, 2021/ Metro CPTM)
71. FOTOGRAFIA DO TERRENO COTA 3 (FONTE: Acervo pessoal da Autora, 2021)
72. FOTOGRAFIA DO TERRENO COTA 1 (FONTE: Acervo pessoal da Autora, 2021)
CAPÍTULO 6
125
07
ENSAIO PROJETUAL : A VIL A
7. ENS A IO PROJ E TUA L : A VI L A
128
CAPÍTULO 7
73. IMAGEM DAS VARANDAS DAS UNIDADES HABITACIONAIS (FONTE: Elaborado pela autora)
CAPÍTULO 7
129
PARTIDO Após a análise teórica acerca da velhice, da cidade e dos diversos outros aspectos desenvolvidos durante esse trabalho, buscase materializar, através da arquitetura, a experiência de se habitar durante esse período da existência humana; prezando pelo respeito do espaço individual ao mesmo tempo que, em paralelo, provoca o coletivo através de seus vazios e da atividade de hidroponia, que, como já dissertado, se torna fundamental como fator potencializador da autonomia do sujeito na terceira idade e do seu senso de identidade. Assim, tem-se como principal conceito norteador do ensaio projetual a ruptura do estereótipo do idoso junto da ressignificação
130
CAPÍTULO 7
da habitação voltada à esse público, ao se resgatar o sentido de lar, tendo o sujeito como principal agente daquele espaço, ou seja, ao levar em consideração as necessidades vigentes dos usuários; tendo como princípio a autonomia do idoso e o prolongamento de sua independência. O projeto, no entanto, não busca responder a absolutamente todas as questões acerca do sujeito, atuando como um equipamento autossuficiente, afinal, a integração com a cidade e as mais diversas esferas da sociedade são fundamentais para que não seja reproduzido um sistema asilar excludente.
ÍNDICES - PROJETO COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO = 0,68 ÁREA PERMEÁVEL = 55% TAXA DE OCUPAÇÃO = 45% HABITANTES = 180 PESSOAS
74. ISOMÉTRICA GERAL DE IMPLANTAÇÃO (FONTE: Elaborado pela autora)
CAPÍTULO 7
131
PROGRAMA DE NECESSIDADES Isso posto, constrói-se a Vila Terza Età, que traduzido do italiano seria a “Vila Terceira Idade”, cujo programa arquitetônico é multifatorial e tem como atividade principal a moradia de qualidade voltada aos idosos, conforme Figura 75. Esse programa conta com cinco tipologias habitacionais, sendo três unidades de apartamento (tipologia 1, 2 e 3), vide Figura 76, e duas de suítes (suíte assistida individual e suíte assistida compartilhada), direcionadas às pessoas que necessitam de maior assistência. Pensando nisso, o projeto ainda conta com habitações aos cuidadores, promovendo amparo a quem necessitar. Cada tipologia habitacional é resultante da experiência espacial do corpo de maneira que seja concretizada, através da ergonomia, o prolongamento da independência do usuário. As variações tipológicas buscam contemplar diferentes
132
CAPÍTULO 7
núcleos familiares e possibilidades de se morar. A pessoa, dessa maneira, pode escolher dividir ou não sua unidade habitacional com outrem. Além disso, o programa ainda conta com áreas voltadas ao cultivo por hidroponia, conforme Figura 77, bem como seus ambientes de apoio e de venda desse produto. Há também áreas comuns como o refeitório, academia, sala de convivência e lavanderia coletiva e áreas de saúde, promovendo amparo aos usuários. O equipamento dispõe também de salas alugáveis, promovendo a oferta de serviços tanto aos moradores quanto ao bairro como um todo. É de suma importância também os espaços não edificados, que compõe o projeto ao atuarem como elementos catalizadores das dinâmicas sociais. 75. DIAGRAMA PROGRAMÁTICO (FONTE: Elaborado pela autora)
SUITES ASSISTIDAS
HABITAÇÃO TIPOLOGIA 1:
1 QUARTO COMPARTILHADO
REFEITÓRIO
ÁREAS COMUNS
TIPOLOGIA 2:
PARA 56 PESSOAS, COM COZINHA INDUSTRIAL E SANITÁRIO
TIPOLOGIA 3:
ESPAÇO DE ESTAR,CONVIVÊNCIA E FESTAS
2 QUARTOS INDIVIDUAIS 1 QUARTO INDIVIDUAL
SUITES ASSISTIDAS INDIVIDUAIS SUITES ASSISTIDAS COMPARTILHADAS SUITES CUIDADORES: SUITES INDIVIDUAIS
SALA MULTIUSO
LOJA
DESTINADA À VENDA DAS HORTALIÇAS PRODUZIDAS
ADMINISTRAÇÃO
SECRETARIA, RECEPÇÃO, COORDENAÇÃO
SALA DE JOGOS SALAS DE ALUGUEL COM 1 SANITÁRIO, DESTINAACADEMIA DAS À SAÚDE DO IDOSO LAVANDERIA COLETIVA APOIO FUNCIONÁRIOS SAÚDE SALA DE DESCANSO, VESTIÁRI- FARMÁRCIA DE SEPARAÇÃO OS, COPA DE MEDICAMENTOS, SALA NUTRICIONISTA, SALA APOIO PSICÓLOGA, ENFERMARIA GERADOR, GÁS, MEDIDORES, EMERGENCIAL (COM VAGA DEPÓSITO, CABINE DE FORÇA PARA AMBULÂNCIA)
HIDROPONIA
CASA DE VEGETAÇÃO
1800 PÉS DE ALFACE EM FASE DE CRESCIMENTO FINAL
BERÇARIO
2100 PÉS DE ALFACE EM FASE DE PRÉ CRESCIMENTO
MATERNIDADE
2160 MUDAS EM FASE DE GERMINAÇÃO
SAÚDE
RESERVATÓRIOS DE ÁGUA + RESERVATÓRIO DE NUTRIENTES (PARA CADA FASE), ÁREA DE APOIO TRABALHADORES E DEPÓSITO D EUTENSILHOS
CAPÍTULO 7
133
76. TIPOLOGIAS HAB ITAIONAIS 1, 2 E 3 (FONTE: Elaborado pela autora) TIPOLOGIA 1
01 QUARTO COMPARTILHADO - 56,30 M² QUANTIDADE DE UNIDADES NO CONJUNTO: 35
134
CAPÍTULO 7
TIPOLOGIA 2
02 QUARTOS INDIVIDUAIS - 65,50 M² QUANTIDADE DE UNIDADES NO CONJUNTO: 34
TIPOLOGIA 2
01 QUARTO INDIVIDUAL - 44,00 M² QUANTIDADE DE UNIDADES NO CONJUNTO: 12
CAPÍTULO 7
135
77. IMAGEM INTERNA CASA DE VEGETAÇÃO (FONTE: Elaborado pela autora)
136
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 7
137
78. ISOMÉTRICA CASA DE VEGETAÇÃO (FONTE: Elaborado pela autora)
MATERNIDADE
GERMINAÇÃO
BERÇÁRIO
PRÉ CRESCIMENTO
PREPARO
COLHEITA
CASA
DE V
EGET AÇÃ O
DEPÓSITO
RESERVATÓRIOS
MATERNIDADE
CRESCIMENTO FINAL
79. ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA HIDROPÔNICO (FONTE: Elaborado pela autora)
138
CAPÍTULO 7
FUNCIONALIDADE E DISPOSIÇÃO DOS ESPAÇOS Dessa maneira, através de lâminas, os volumes são implantados de modo a se criar um vazio central e um percurso que roteia todo o complexo. Diversas passagens são formadas e os usuários criam seus próprios caminhos (Figura 80) possibilitando espaços de encontros desde o térreo até o último pavimento. As unidades são dispostas de modo que o interior desse vazio seja o palco de suas vistas, possibilitanto que, da janela de suas individualidades, o usuário reconheça a paisagem coletiva (Figura 81).
80. DIAGRAMA DE FLUXOS E PERMANÊNCIAS (FONTE: Elaborado pela autora)
LEGENDA ÁREAS CAMINHÁVEIS FLUXOS ÁREAS DE PERMANÊNCIA COMUM ÁREAS DE LIVRE ACESSO DOS EDIFÍCIOS
CAPÍTULO 7
139
81. IMAGEM VISTA DA VARANDA TIPOLOGIA 3 PARA O MIOLO DA QUADRA (FONTE: Elaborado pela autora)
140
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 7
141
SISTEMAS CONSTRUTIVOS As coberturas passam a atuar como elementos estéticos no projeto. Com apenas uma água e realizados em telha trapezoidal sanduiche, os telhados das unidades habitacionais se voltam para o miolo do território, a fim de se compor a fachada através dos condutores de água pluvial. Além disso, os volumes que teriam grandes lajes expostas recebem uma camada vegetal de maneira a se proporcionar vistas e também como resposta à sustentabilidade. 3 º PAVIMENTO COBERTURA EM GRELHA DE MADEIRA LAMINADA COLADA COBERTA POR VIDRO E SUSTENTADA POR PILARES METÁLICOS 3 º PAVIMENTO COBERTURA EM TELHA SANDUICHE
3 º PAVIMENTO UNIDADES TIPOLOGIA 1
ESTRUTURA: MADEIRA ENGENHEIRADA
COBERTURA COBERTURA VERDE PAVIMENTO TÉRREO SUITES ASSISTIDAS ESTRUTURA: CONCRETO
COBERTURA TELHADO CERÂMICO COBERTURA COBERTURA VERDE PAVIMENTO TÉRREO REFEITÓRIO ESTRUTURA: CONCRETO
142
CAPÍTULO 7
82. ISOMÉTRICA EXPLODIDA (FONTE: Elaborado pela autora)
3 º PAVIMENTO UNIDADES TIPOLOGIA 2
ESTRUTURA: MADEIRA ENGENHEIRADA
2 º PAVIMENTO COBERTURA VERDE CAMINHÁVEL
1 º PAVIMENTO SUITES DOS CUIDADORES
ESTRUTURA: CONCRETO
PAVIMENTO TÉRREO LOJA, ÁREAS COMUNS E APOIO FUNCIONÁRIOS ESTRUTURA: CONCRETO
1 º PAVIMENTO PASSARELA EM ESTRUTURA METÁLICA 1 º PAVIMENTO COBERTURA VERDE CAMINHÁVEL PAVIMENTO TÉRREO LOJAS, SAÚDE E ÁREAS TÉCNICAS
ESTRUTURA: CONCRETO
CAPÍTULO 7
143
83. IMPLANTAÇÃO (FONTE: Elaborado pela autora)
144
CAPÍTULO 7
IMPLANTAÇÃO
CAPÍTULO 7
145
84. PLANTA DO TÉRREO (Elaborado pela autora)
146
CAPÍTULO 7
TÉRREO
CAPÍTULO 7
147
85. PLANTA DO PRIMEIRO PAVIMENTO (Elaborado pela autora)
148
CAPÍTULO 7
PRIMEIRO PAVIMENTO
CAPÍTULO 7
149
86. PLANTA DO SEGUNDO PAVIMENTO (Elaborado pela autora)
150
CAPÍTULO 7
SEGUNDO PAVIMENTO
CAPÍTULO 7
151
87. CORTE AA (Elaborado pela autora)
88. CORTE BB (Elaborado pela autora)
152
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 7
153
89. ELEVAÇÃO 1 (Elaborado pela autora)
90. ELEVAÇÃO 2 (Elaborado pela autora)
154
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 7
155
SISTEMA ESTRUTURAL E DETALHAMENTOS O sistema estrutural das unidades habitacionais se trata de um sistema misto de madeira engenheirada, com pilares e vigas de Madeira Laminada Colada (MLC) e as lajes em Madeira Laminada Cruzada (CLT), que permitem o balanço das varandas. Essa escolha foi pautada através do desempenho desses materiais e do custo de fabricação, o qual para o CLT seria maior, não sendo cabível utilizá-lo como pilar e viga para casos de vãos como dos do projeto, no qual o maior é de 9,30m. Os encaixes entre esses elementos são realizados por meio de ferragens e devem, ser previstos em projeto, visto que a madeira engenheirada é pré fabricada e necessita ter os cortes realizados em fábrica. Além disso, os fechamentos são realizados em Wood Frame, a fim de se diminuir o peso próprio da edificação e possibilitando a passagem de instalações por dentro das paredes.
DETALHE 01: COBERTURA VERDE
91. DETALHE 01 (Elaborado pela autora)
156
CAPÍTULO 7
Os volumes centrais e os volumes das áreas coletivas, devido à maior exposição às águas pluviais (por não possuírem beirais) e às coberturas verdes (Figura 91), são realizados em concreto armado, a fim de se diminuir a manutenção e a prolongar a vida útil da estrutura.
92. DETALHE 02 (Elaborado pela autora)
DETALHE 02: INCLINAÇÃO DO PISO DA VARANDA COM PINGADEIRA DE BORDA E BASE METÁLICA DO GUARDA CORPO
CAPÍTULO 7
157
93. CORTE AA AMPLIADO (Elaborado pela autora)
DETALHAMENTO
DET 02
158
CAPÍTULO 7
DET 01
CAPÍTULO 7
159
94. CORTE AA’ AMPLIADO E DETALHES CONSTRUTIVOS (Elaborado pela autora)
DET 03
DET 04
160
CAPÍTULO 7
DETALHE 03: ENCAIXE ENTRE OS PILARES DE MADEIRA LAMINADA COLADA E A LAJE DE MADEIRA LAMINADA CRUZADA
DETALHAMENTO DA FERRAGEM METÁLICA: PILAR DE MADEIRA X SAPATA DE CONCRETO
DETALHE 04: FIXAÇÃO DO PILAR DE MADEIRA LAMINADA COLADA NA SAPATA DE CONCRETO
CAPÍTULO 7
161
95. DETALHAMENTO TRECHO CORTE AA E DETALHES CONSTRUTIVOS (Elaborado pela autora)
ENCAIX LAMINA RA LA
DETALHE 06: PAINEL PARA FECHAMENTO EXTERNO EM LIGHT WOOD FRAME
162
CAPÍTULO 7
DETALHE 05: XE ENTRE OS PILARES E A LAJE DE MADEIRA ADA CRUZADA + ENCAIXE VIGAS DE MADEIAMINADA COLADA NO PILAR DE MADEIRA LAMINADA COLADA
DET 05
DETALHAMENTO DA FERRAGEM METÁLICA: ENCAIXE ENTRE OS PILARES DE MADEIRA LAMINADA COLADA E A LAJE DE MADEIRA LAMINADA CRUZADA
AMPLIAÇÃO EM ESC: 1:25 CORTE AA
DET 06
CAPÍTULO 7
163
A ambiência criada, assim, enuncia a vocação qualitativa da arquitetura proposta, unindo as escolhas materiais, de conforto e ecológicas às questões antropológicas do ser humano durante sua velhice. Logo, a conformação espacial contribui para o novo entendimento do idoso na atualidade e a arquitetura passa a ser um manifesto a respeito do envelhecer com qualidade de vida.
96 IMAGEM ENTRADA PRINCIPAL DE PEDESTRES (Elaborado pela autora)
164
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 7
165
97. IMAGEM PÁTIO DE ENTRADA E PASSARELA (Elaborado pela autora)
166
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 7
167
98. IMAGEM PERCURSO ATÉ A CIRCULAÇÃO VERTICAL PRINCIPAL E VISTA DOS QUINTAIS PRIVATIVOS (Elaborado pela autora)
168
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 7
169
99. IMAGEM ESPAÇO DE DESCANSO EXTERNO (Elaborado pela autora)
170
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 7
171
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo do desenvolvimento teórico apresentado, foi possível verificar que, ao se tratar do idoso, as cidades carecem de locais nos quais suas reais necessidades são contempladas; tendo o processo de envelhecimento como objeto de estudo para, então, se realizar as proposições espaciais voltadas a essas pessoas. Visto que a população acima de 60 anos não para de crescer no Brasil e no mundo, tratar sobre esse assunto se torna fundamental. Assim sendo, o presente trabalho expõe o questionamento acerca do pensamento estereotipado sobre a velhice, que atua como fator estruturante da sociedade de consumidores contemporânea e que, dessa maneira, afeta toda a produção tanto de políticas pública quanto espaciais. Vê-se, assim, uma hegemonia de edificações excludentes presentes na malha urbana e a reprodução de espaços hostis. Para se propor um local que de fato rompa com essas lógicas preestabelecidas, a pesquisa inicia uma investigação acerca da relação entre a condição da moradia e o impacto no bem-estar do idoso, buscando encontrar diretrizes projetuais que atuam sob a ótica da priorização do usuário. Assim, essa pesquisa se propôs resinificar o sentido de lar voltado à terceira idade através do ensaio projetual da Vila Terza Età, que visa potencializar as dinâmicas sociais e criar não só uma habitação de qualidade aos seus usuários, mas uma nova proposta de se viver durante a velhice, se conectando às demais esferas da sociedade ao se ter o idoso como sujeito imbuído de autonomia, fomentada pela cultura hidropônica. Desse modo, a experiência de vida durante a velhice é positivamente impactada. Conclui-se, então, que romper com os paradigmas internalizados acerca da velhice é um trabalho que cabe a todos nós, afinal, entender o processo de envelhecimento é, também, compreender a totalidade da existência humana.
174
CONSIDERAÇÕES FINAIS
100. PERSPECTIVA GERAL DO PROJETO (Elaborado pela autora)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
175
LI STA D E LISTA DE FIGURA S
Figura 1: gráfico de evolução dos grupos etários 2010-2060
P.11
Figura 2: mãos de idosos
P.17
Figura 3: idoso no mundo digital p.18
P.18
Figura 4: idoso indígena
P.20
Figura 5: idosos estereotipados caricatos no residencial Alcácer
P.21
do Sal Figura 6: idosa isolada na sua unidade habitacional no hospital
P.25
para idosos Passivhaus Figura 7: pirâmides etária do ano de 2021 para o brasil e estado
P.28
de São Paulo Figura 8: pirâmides etária do ano de 2057 para o brasil e estado
P.28
de São Paulo Figura 9: idosos em convivência social no lar de idosos Kase No
P.31
Machi Miyabira Figura 10: asilo são Luiz Rio de Janeiro 1929
P.37
Figura 11: idoso em situação de solidão
P.39
Figura 12: unidade habitacional iluminada e com mobiliários
P.44
adequados na casa de idoso Passivhaus Figura 13: idosos conversando em sua varanda privativa na casa de idoso Passivhaus
P.47
Figura 14: unidade habitacional centro geriátrico de Leoben
P.49
Figura 15: banheiro acessível do campus de cuidados com o
P.52
idoso de Mortsel Figura 16: isométrica unidade habitacional acessível da moradia para idosos de Huningue
178
P.51
F IG U RA S Figura 17: esquema da Princeton University para o conforto
P.52
ambiental através da biologia, arquitetura, tecnologia e climatologia Figura 18: esquema da teal products sobre os tipos de
P.53
ventilação- única, cruzada e efeito chaminé Figura 19: esquema incidência solar corte casa das telhas
P.55
voadoras no equador Figura 20: esquema de funcionamento acústico de materiais
P.56
Figura 21: árvores de reflorestamento
P.61
Figura 22: painel de madeira laminada cruzada
P.62
Figura 23: cobertura verde do museu Moesgaard na Dinamarca
P.65
Figura 24: alface hidropônica da sede do Ifood em Osasco
P.67
Figura 25: imagem de render idosos colhendo na Home Farm
P.68
Figura 26: fotografia geral vilas dos idosos
P.73
Figura 27: fotografia geral lar de idosos Peter Rosegger
P.73
Figura 28: imagem de render geral Home Farm
P.73
Figura 29: fotografia pátio central Vilas dos Idosos
P.75
Figura 30: implantação Vila dos Idosos
P.77
Figura 31: tipologias habitacionais Vila dos Idosos
P.77
Figura 32: fotografia circulação acesso das unidades Vilas dos
P.78
Idosos Figura 33: croqui unidade acessível Vila dos Idosos
P.79
Figura 34: fotografia acesso lar de idosos Peter Rosegger
P.81
Figura 35: planta do térreo lar de idosos Peter Rosegger
P.83
Figura 36: planta do primeiro pavimento lar de idosos Peter
P.83
Rosegger 179
LI STA D E LISTA DE FIGURA S
Figura 37: fotografia interna unidade habitacional lar de idosos
P.84
Peter Rosegger Figura 38: fotografia interna circulação lar de idosos Peter
P.85
Rosegger Figura 39: fotografia externa pérgolas lar de idosos Peter
P.85
Rosegger Figura 40: imagem de render pátio interno Home Farm p.87
P.87
Figura 41: esquema gráfico dos benefícios do cultivo na vida
P.88
dos idosos do Home Farm Figura 42: esquema gráfico das formas de cultivo do Home
P.89
Farm Figura 43: esquema gráfico do funcionamento do sistema
P.89
aquaponico do Home Farm Figura 44: esquema gráfico das tipologias habitacionais do
P.90
Home Farm Figura 45: perspectiva geral Home Farm
P.91
Figura 46: implantação setorizada Home Farm
P.92
Figura 47: mapa de localização da cidade no estado de São
P.98
Paulo e na Aglomeração Urbana de Jundiaí Figura 48: videiras da casa Main Ridge p.99
P.101
Figura 49: fotografia da estação de trem de Louveira em 1959
P.102
Figura 50: mapa da expansão urbana das cidades de Louveira e
P.103
Vinhedo entre 1872 e 1900 Figura 51: fotografia da subestação de trem de Louveira na
P.104
década de 1940 Figura 52: fotografia da década de 1950 na cidade de Louveira, bairro do Capivari 180
P.105
F IG U RA S Figura 53: mapa do distrito de Louveira em 1963
P.106
Figura 54: fotografia da primeira festa do caqui de Louveira em
P.108
1967 Figura 55: mapa da expansão urbana das cidades de Louveira e
P.108
Vinhedo entre 2000 e 2010 Figura 56: mapa aproximado do município de Louveira p.109
P.110
Figura 57: gráfico porcentagem de população oriunda de outros
P.112
municípios em Louveira 2010 Figura 58: gráfico crescimento populacional de Louveira entre
P.113
2010 e 2021 Figura 59: imagem aérea cidade de Louveira estação de trem
P.114
Figura 60: remanescentes de mata atlântica 2016
P.115
Figura 61: bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Jundiaí e
P.116
Capivari Figura 62: gráfico quantidade de moradores com mais de 60
P.117
anos em Louveira 2010 Figura 63: gráfico quantidade de moradores com mais de 60
P.117
anos em Louveira 2021 Figura 64: mapa localização do terreno no município
P.118
Figura 65: mapa equipamentos
P.120
Figura 66: mapa de uso e ocupação do solo 2021
P.122
Figura 67: mapa de zoneamento vigente
P.123
Figura 68: fotografia Rua José Antônio Nicola Argentieri
P.124
Figura 69: fotografia Rua Marcelo Patrão de Seba
P.124
Figura 70: estação de trem de Louveira 2021
P.125
Figura 71: fotografia do terreno cota 3
P.125 181
LI STA D E LISTA DE FIGURA S Figura 72: fotografia do terreno cota 1
P.125
Figura 73: imagem das varandas das unidades habitacionais
P.128
Figura 74: diagrama programático
P.130
Figura 75: isométrica geral e da tipologia de suíte assistida
P.132
Figura 76: tipologias habitacionais 1, 2 e 3
P.134
Figura 77: imagem interna casa de vegetação
P.136
Figura 78: isométrica casa de vegetação
P.138
Figura 79: esquema de funcionamento do sistema hidropônico
P.138
Figura 80: diagrama de fluxos e permanências
P.139
Figura 81: imagem vista da varanda tipologia 3 para o miolo da
P.140
quadra
182
Figura 82: isométrica explodida
P.142
Figura 83: implantação
P.144
Figura 84: planta do térreo
P.146
Figura 85:planta do primeiro pavimento
P.148
Figura 86: planta do segundo pavimento
P.150
Figura 87: corte aa
P.152
Figura 88: corte bb
P.152
Figura 89: elevação 1
P.154
Figura 90: elevação 2
P.154
Figura 91: detalhe 01
P.156
Figura 92: detalhe 02
P.157
Figura 93: corte aa ampliado
P.158
Figura 94: corte aa’ ampliado e detalhes construtivos
P.160
F IG U RA S Figura 95: detalhamento trecho corte aa e detalhes construtivos
P.162
Figura 96: imagem entrada principal de pedestres
P.165
Figura 97: imagem pátio de entrada e passarela
P.166
Figura 98: imagem do percurso até a circulação vertical principal P.168 e vista dos quintais privativos Figura 99: imagem espaço de descanso externo
P.170
Figura 100: perspectiva geral do projeto
P.175
183
LI STA D E LISTA DE SIGL A S OMS: Organização Mundial da Saúde ILPI: Instituição de Longa Permanência do Idoso CEDI: Conselho Estadual dos Direitos do Idoso ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária NBR: Norma Brasileira PCD: Pessoa Com Deficiência MLC: Madeira Laminada Cruzada CLT: Cross Laminated Timber (madeira laminada cruzada) COHAB: Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo GARMIC: Grupo de Articulação para Conquista de Moradia dos Idosos da Capital PIB: Produto Interno Bruto AUJ: Aglomeração Urbana de Jundiaí CPTM: Companhia Paulista de Trens Metropolitanos IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IFDM: Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal CDO: Climate Data Online ZUR: Zona de Uso Residencial
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BI BL I O G R BI BLI OGRA FIA
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