DESIGN & MODA
Anna Carolina Benson
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DESIGN & MODA Anna Carolina Benson
MATRONI
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DESIGN & MODA Organizada por: Anna Carolina Benson Copyright © 2016 MATRONI editora Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio, seja eletrônico ou mecânico, incluindo fotografia, xerox ou vídeo sem a permissão da editora MATRONI. Todas as imagens presentes neste livro foram tirada da internet para fins educacionais. Nenhuma forma de infracao é intencionada. Os direitos das mesmas pertencem a seus respectivos donos, quem quer que sejam. Publicado por: MATRONI editora Website: www.matroni.com.br Email: editora@matroni.com.br Impresso em: Grafica Arrisca, SP- Brasil Rua Arcoverde, 3331 Abril de 2016
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SUMÁRIO CAPITULO 1 - História do Design & Moda
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CAPITULO 2 - Produção
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CAPITULO 3 - Impressão
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CAPITULO 4 - Tipografia
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CAPITULO 5 - Representação Gráfica
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CAPITULO 6 - Empreendedorismo
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CAPITULO 7 - indefinido
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Introdução O primeiro capitulo do livro trata sobre Historia; historia da moda e do design. Todas as paginas do lado direito do capitulo fala sobre a historia da moda e sua evolução, desde o século XIX ate os dias de hoje. As paginas do lado esquerdo falam sobre a historia do design. O segundo capitulo do livro trata sobre Processo de Produção ; processo de criação de um livro e de uma peça de roupa. Todas as paginas do lado direito do capitulo falam sobre todos os processos de criação de uma peça de roupa, começando pela ideia ate a peça piloto. As paginas do lado esquerdo falam sobre a produção de um livro. Perunt. Emporum quiatium restiores volorecto eum, nit, vid mil eius, volest, in pedisque sit, omnim inctem. Ficius voluptiantem quam, cus es parum volut quatest incias int od quis aut labo. Ullupturit eos natem inctur, quaturit est qui omnisquae excea volla verisitate assi omniminiet asinistinis molore molorem porestist, sequo ex exero que num ullit quatemperunt. litius niam entus eum si rempori onserfere endigen ieniae quodias aborist, tem ilique net molectiate pereperibus eniet hit mosanimos estrumquam quatemo lorecab orepera tesequu ntempore sa aut mollend enemquos aut vendam, undi dis erspient autectiore, vollaccum lautemp orporpo reperum di de officit.
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Faccatusa est pellorest volore consenihit, occuptatus excepudante ipic te ped quos am re erum reici omnimus cipsum solorae intia nisquamus nossed eliqui non net volenis dolor aut lab iumquid que ium in porecuscil minihil ligenet hit qui corecum harchic ieniet volum earuntiberio dolorum im ex esectibusdam ui consed quuntion eaquam doluptatum voloriberios idunde intiosti omnimi, occum rehenis magnam dite omnis estia, pellatem et re poristibus, corro consequid qui dolut aceped quunt faccus nat. Net rem int illentes minveni dellige nimodigendae secatur auta que volo explique quunto eicipis arum que volo. ernatquas es elicae volorum natibus nemquis vendese caboritae offici omnis ducide peditatem esequi dolupta spelicatur? Gitem estenda sum et es alique laborepre et, sintem nonse nistia verum dolupta taturia si cum accatio restorrum qui ut il estion posam, officiusam dis illam quibuscia dollaborem volorib usandae voloribusdam doluptatur re santistium volest, quias am exere ilit atur, ad mod quat.
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Hist贸ria do Design & Moda
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A História do Design As Exposições Universais e a Reconstrução do Tempo Em 1872, quando Phileas Fogg saiu de Londres para cruzar o mundo em 80 dias, a era industrial andava a passos rápidos. As pessoas já estavam se habituando a ter máquinas ao redor de si, como a máquina de costura doméstica, os teares de produção de tecidos diversos, as locomotivas a vapor. A vida moderna se desenrolava rapidamente, e habituar-se à sua crescente velocidade era estonteante às vezes, mas necessário. A modernidade mudava o tempo da vida diária, apressava-a, exigia ordem e exatidão: quando Passepartout, o fiel e diligente criado do Sr. Fogg, orgulhava-se da precisão mecânica de seu patrão, esse orgulho retratava o pensamento pragmático/tecnicista que se instalava na sociedade recém industrializada, da qual o criado francês se comprazia em fazer parte. Vinte e um anos antes, a Grande Exposição Universal havia sacudido a capital inglesa, trazendo transformações que afetariam a vida cotidiana em níveis diversos. A partir dela, a ideia do progresso através da mecanização da sociedade, a crença de que a tecnologia seria a resposta para os problemas sociais futuros e, principalmente, o estabelecimento de uma identidade nacional mediada pelo desenvolvimento industrial tornaram-se metas governamentais das nações que outorgavam para si a posição de líderes mundiais: a saber, Inglaterra, Estados Unidos e França. Este texto pretende discutir como as Exposições Universais estabeleceram novos paradigmas não somente para estas nações, mas para as ideias de progresso e futuro que irão se desenvolver ao longo do século XX. Pretendemos também delinear como as Expos ( como passaram a ser conhecidas a partir de um momento) ajudaram a estabelecer a noção moderna de um mundo de fronteiras cada vez mais próximas e de um tempo reconstruído em intervalos cada vez mais curtos.
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A História da Moda A evolução da moda No inicio do século XIX, a moda era uma indicação elitista de status, não muito distante das leis suntuárias da Idade Media, quando a condição social ditava a cor e tecido que se podia usar. Napoleão Bonaparte, imperador da Franca, foi um dos maiores gênios militares, e sua mulher, Josefina, uma das primeiras lideres influentes na historia da moda. Ao longo do século XX, a moda passou a selecionar as melhores influencias da arte, da musica, do cinema e dos acontecimentos gerais. A função da roupa não é só proteger contra as intempéries: o que vestimos é uma projeção de nossas personalidades (e carteiras), simpatias e antipatias, conhecimento, valores e aspirações.Charles Worth transformou a haute couture numa indústria definida nos anos 1860 e deu renome ao oficio da costura, ao tentar situar a moda no domínio das belas-artes. O trabalho artesanal num vestido de alta-costura justifica seu preço. Em meados do século XX, novos mercados levaram as roupas ready-to-wear projetadas por designers. A arte ai consistia em criar estilos elegantes que podiam ser produzidos em massa. No século XXI, o conceito de design de moda é familiar e se aplica a todos os níveis do sistema. Há coleções de estilistas a preços acessíveis e copias baratas de pecas de passarela vendidas on-line, e vemos as tendências da estação em revistas de fofocas e blogs de moda. Até as roupas infantis à venda em supermercados seguem a moda.pero estivesse a frente da casa, administrasse os “auxiliares” e gerasse filhos, sem sequer pensar na vida de trabalho de seus antepassados.
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A Grande Exposição Universal de 1851: o império têm urgência O pioneirismo em montar uma exposição para apresentar novos produtos e invenções pertence aos franceses: desde 1798 eles montavam mostras periodicamente, mas elas costumavam ser “uma mistura agradável de produtos agrícolas, invenções mais ou menos convincentes, objetos de arte e bibelôs à venda.” Estas mostras eram de cunho nacional: “as nações estrangeiras não eram convidadas: os ‘industriais’ franceses não queriam se esbarrar na concorrência” .
A exibição inglesa de 1851 quebrou a monotonia: intitulada A Grande Exposição
dos Trabalhos da Indústria de Todas as Nações , ela mudou os parâmetros de montagem de mostras expositivas. Sua primeira inovação foi convidar outras nações a exibirem suas criações: 32 países teriam participado da mostra, segundo nos informa JACKSON (2008). A mostra rompeu escalas, a começar com a grandiosidade do edifício que a abrigou: “uma estrutura gigantesca de ferro e vidro cobrindo mais de sete hectares de terreno, com um vasto espaço interior onde caberiam quatro igrejas do tamanho da catedral de St. Paul” . .. Nomeado Palácio da Grande Exposição dos Trabalhos da Indústria de Todas as Nações, o edifício foi apelidado de Palácio de Cristal pela revista semanal inglesa Punch. Montado em cinco meses e meio apenas, ele era “magnífico; porém mais ainda por ser tão repentino, tão surpreendente por ser todo de vidro, tão gloriosa e inesperadamente real” . A rapidez com que foi montado ilustrava a velocidade que a modernidade impunha às novas sociedades industriais: a urgência em sua construção espelhava a urgência de uma nação que apressava o passo e colocava-se à frente dos demais países do continente europeu. Em seis meses, a mostra recebeu 6 milhões de visitantes, um número impressionante para a época. Mas se a mostra de 1851 apresentava uma escala suprahumana e números exponenciais, foi a sua influência no cotidiano das pessoas comuns um dos seus maiores legados. O encanto que a mostra causava nos visitantes era notável, e visitá-la era quase uma obrigação: BRYSON nos relata o caso de da Sr.ª Callinack, “de 85 anos, ganhou fama ao vir a pé desde a Cornualha, caminhando quatrocentos quilômetros” . O maravilhamento das pessoas começava com o edifício, a maior construção em vidro já feita até então. Sua monumentalidade foi alcançada graças aos avanços da Revolução Industrial, cujo desenvolvimento tecnológico tornou possível a utilização do ferro pré-moldado e dos paineis de vidro em grandes estruturas arquitetônicas. O fato de ser todo em vidro dava o edifício uma atmosfera especial, uma aura espectral, quase fantasmagórica. Uma vez passado o torpor causado pela monumentalidade da construção, o visitante se encantava com os produtos expostos: as máquinas apresentadas na Exposição prometiam organizar as tarefas diárias, tornando-as mais rápidas e eficientes:
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Grã-Bretanha nos anos 1830 O mundo elegante da Grã-Bretanha nos anos 1830 era uma extravagancia e um romantismo contidos. No inicio da era vitoriana, a frivolidade do vestuário se tornaria objeto de desaprovação e a disposição de animo dominante ditaria um ar de requinte. Em 1840, a nova rainha Vitoria casou-se com o príncipe Alberto de Saxe-coburg. O casamento real fixou o padrão para os valores da época: a valorização da domesticidade e da família refletiam-se no vestuário feminino, que se tornou decoroso e modesto para se adequar ao papel passivo da “mulherzinha” do lar. Socialmente, o ideal da mulher no lar indicou uma mudança naquele momento. O desenvolvimento da classe media, resultado da economia da revolução industrial, produzira uma geração que desejava exibir seu sucesso de maneira muito visável e considerava necessário encontrar seu lugar na sociedade. Esperava-se que a esposa distinta de um marido prospero estivesse a frente da casa, administrasse os “auxiliares” e gerasse filhos, sem sequer pensar na vida de trabalho de seus antepassados.
A mudança social e seus efeitos A industrialização e a urbanização aceleraram o desenvolvimento social. As fabricas e usinas têxteis precisavam de mão de obra, o que produziu condições de vida sórdidas e pobreza nas cidades. A deplorável situação dos operários versus a dos ricos industriais estimulou a organização das classestrabalhadoras, bem como tumultos.
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A exibição trazia ainda a ideia de um mundo encurtado, menor: em uma única visita era possível ver pavilhões de países distantes como o Egito, a Índia, a Turquia. Para a maior parte dos visitantes, a possibilidade de entrar em contato com culturas tão diversas era fascinante, algo impensável até há pouco tempo. Esta variedade de informações e proximidades possibilitava novas apreensões de sentidos e olhares, e interferia com a própria noção tempo/distância: países longínquos a passos de distância, máquinas que só estariam presentes no mercado dali a meses, ou mesmo anos. O futuro era presentificado, as distâncias continentais inexistiam. Para o homem comum de meados do século XIX, cuja vida inteira se passava, muito provavelmente, em uma única cidade e às vezes em um único bairro ou distrito , visitar uma exposição universal era uma experiência transformadora. O próprio ato de se deslocar até a exposição, já propiciava, por si só, o vivenciar de um lampejo da modernidade: na nova era das máquinas, deslocar-se, viver a cidade e suas transformações são os fundamentos da nova época. Como afirma ORTIZ (1991), “o princípio de ‘circulação’ é um elemento estruturante da modernidade que emerge no século XIX.”
A modernidade se instala: as exposições e a vertigem dos deslocamentos
Quando Napoleão III se instalou no poder em 1852, projetos de modernidade estavam em seus planos: entre eles, a realização da Exposição Universal de 1855. Ela não foi um sucesso como a exposição inglesa de 1851, mas sua ocorrência e aquelas que a seguirão vão marcar o tom das próximas exposições internacionais: Se foi a Grande Exposição que estabeleceu o modelo pelo qual as exposições internacionais passaram a ser julgadas, foram os eventos parisienses que elevaram os padrões. Entre 1855 e 1900 a capital francesa hospedou cinco Expositions Universelles, cada uma mais exuberante que a outra. ( JACKSON 2008, p. 16-17.)
Mesmo não sendo tão grandiosa como a mostra de 1851, a mostra de 1855 espantava os visitantes ao apresentar-lhes a fotografia e a “aplicação doméstica da eletricidade” .
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Em 1842 os operários da indústria do algodão promoveram uma greve geral, e os donos das usinas têxteis foram obrigados a pensar não só na produção como em reformas. O progresso teve um preço para os ofícios tradicionais: rendeiras e sapateiros qualificados foram substituídos por maquinas a vapor, e os luddistas, com seu combate à mecanização, alimentaram ainda mais inquietação e revoltas. Para a nova classe media vitoriana, contudo esse tempo de perturbação foi também de entusiasmo e novas oportunidades. A energia a vapor facilitou o desenvolvimento do sistema ferroviário, e a rapidez e facilidade das viagens trouxe consigo a possiblidade de ferias a classe que acabava de enriquecer.
Maquinario Teares Uma das mais antigas formas de trabalho humano é a fiação e tecelagem, sendo que a evolução da técnica da produção de tecidos liga-se fundamentalmente à evolução das sociedades. A grandiosidade e exuberância da tecelagem que se vê, por exemplo, no Antigo Egito, pode parecer difícil de entender dada a simplicidade dos instrumentos que se utilizavam então. No entanto, o tear antigo, manual, já continha primitivamente estágios das técnicas empregadas pelas máquinas automáticas de nossos dias. Os chamados “tear de Circe” e o “tear de Penélope” conhecido das antigas pinturas gregas nos dão uma ideia da utilização da tecelagem nos tempos da guerra de Tróia. Vestiam com os farrapos das velas rôtas dos navios e obtidas, por esmola, dos navegantes que aportavam no litoral de São Vicente.
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Na exposição de 1867, as fronteiras entre os países se tornam cada vez menores, possibilitando os visitantes transitarem de uma cultura à outra em minutos. O experimentar outras culturas era mediado também pelo olfato e paladar: O Champs de Mars fica aberto até a meia noite e se torna, por cinco meses, o ponto de encontro preferido dos parisienses. Entre as centenas de restaurantes que se encontra ao longo do passeio de um quilômetro que contorna o palácio das Indústrias e o parque, havia um café argelino, um café holandês, um lugar para degustar curaçao, um restaurante prussiano que serve os vinhos do Reno, uma brasserie vienense, uma loja de refrescos suíça (...). O café sueco servia ponche; o restaurante russo, caviar e salmão cru. Ainda há os restaurantes italianos, turcos, romanos, marroquinos... e um café dos Estados Unidos onde os parisienses se espremiam para degustar soda com sorvete”. (AGEORGES 2008, p. 36)
As mais novas tecnologias serão exibidas nas Expos: na mostra de 1878, a iluminação elétrica foi instalada na Avenue d’Opera e na Place de l’Opera. A eletricidade ampliava as possibilidades da noite como espaço de entretenimento: o tempo diário se estendia, o dia se alongava. Em 1889, na Expo que comemorava o centenário da Revolução Francesa, seus maiores trunfos foram duas joias arquitetônicas que competiam com a engenhosidade do Palácio de Cristal e glorificavam o poder da máquina: a Galerie des Machines e a torre Eiffel. A exposição, apesar da recusa de alguns países em participar de um evento que comemorava uma revolução, foi um triunfo: 32 milhões de pessoas a visitaram ( JACKSON 2006). A exposição celebrava a arquitetura do ferro, que já havia sido glorificada com a construção do Palácio de Cristal em 1851. Mesmo com um antecedente deste porte, a construção da torre Eiffel foi um espanto: com seus 320m de altura, ela causava vertigens nos visitantes. Sua iluminação elétrica também foi um sucesso: milhares de lâmpadas a adornavam, enquanto um raio tricolor saía de seu topo e iluminava os céus todas as noites .
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O primeiro ramo da indústria a ser mecanizado foi a manufatura de teares, por volta de 1767 (Hargreaves). Em 1767, Arkwright inventou o tear hidráulico, permitindo grande produção de fios, o que provocou um desequilíbrio em razão do pouco número de tecelões para dar vazão à produção. Foi Cartwright quem solucionou o problema construindo o tear mecânico, que se popularizou a partir de 1820, permitindo o aparecimento de modernas fábricas de tecidos. Originalmente o tear de Cartwright era movido por bois, logo utilizando a força motriz gerada pelo vapor, invenção demandada pela tecelagem.
Maquina de costura A maquina de costura Singer, introduzida em 1851, não foi, afinal um instrumento de libertação. Roupas prontas haviam começado a ser produzidas no East End de Londres e nas áreas industriais de outras cidades, que submetiam os operários a condições desumanas em fabriquetas sórdidas. A singer fora destinada ao uso domestico, mas costureiras mal pagas trabalhavam noite adentro em suas casas, costurando para garantir seu sustento. A introdução da maquina de costura trouxe um significativo aumento na produção de roupas masculinas Ready-to-wear. A Brooks Brothers abriu em Nova York em 1818, enfatizando a importância da qualidade e do caimento de seus ternos. Na Inglaterra, as roupas prontas não tinham a mesma reputação, e as lojas de artigos masculinas que vendiam roupas feitas em fabricas e cooperativas só se desenvolveram depois que a moda mudou nos anos 1860.
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A mostra de 1900, ao raiar do novo século, confirmou as mudanças nos deslocamentos espaço/tempo causadas pelas novas tecnologias. Uma nova estação de trem, a Gare d’Orleans, foi construída para receber os visitantes, possibilitando que habitantes de localidades mais distantes chegassem com maior conforto, desembarcando nas proximidades mostra. Próximo à nova estação, e fazendo parte do complexo de edifícios montados para a Expo, foi construído um hotel. A primeira linha de metrô parisiense foi inaugurada e uma calçada ambulante transportava os visitantes entre pontos importantes da exposição. Não havia tempo a perder: os deslocamentos mais rápidos se faziam necessários, e a exposição foi um emblema disto. “A rapidez e a quebra das fronteiras representam o espírito de uma época; elas expressam uma aceleração da vida social” . No topo do Palácio da Eletricidade, uma estátua de 6,5 metros segurava uma tocha que disparava um facho de luz de 50.000 volts. A eletricidade, glorificada na exposição, já havia mudado transformado a noção de pertencimento ao mundo. Como escreve Bodanis, antes da eletricidade, o tempo era uma coisa local, mutável, pessoal. Os relógios de Nova York e Baltimore, por exemplo, tinham uma defasagem de vários minutos, pois estavam em diferentes latitudes e o meio-dia chegava um pouco mais tarde em Baltimore. Cada cidade era um mundo em separado, e assim era legítimo pensar que um indivíduo andando aqui ou ali, ou trabalhando na sua fazenda isolada em algum lugar, era parte de um mundo igualmente separado. Mas agora esses mundos podiam sincronizar-se e, onde quer que alguém estivesse, ele sabia como ajustar-se ao “controle” preciso e universal do tempo perdido.
A mostra de 1900 foi montada em uma Paris bem diferente daquela que recebeu a exposição de 1855. O processo de reurbanização conduzido por Georges Haussmann durante o Segundo Império havia deixado a cidade mais rápida, pois as novas avenidas reduziram o tempo gasto nos deslocamentos. Flanar pela cidade havia se tornado um hábito de seus moradores, não mais circunscritos a pequenas distâncias entre os bairros em que moravam. Os pavilhões da mostra de 1900 e o deslocar-se entre eles eram um retrato desta cidade feérica, que exigia trilhos e relógios: “antes da estrada de ferro, possuir um relógio era um sinal de riqueza; desde então, tornou-se uma prova de civilização .”
O século XX: o futuro instaurado pelas Expos A exposição de 1900 inaugurou um século que será pautado pela inovação tecnológica e pela construção do futuro. As expos subsequentes, realizadas em várias partes do mundo , reafirmaram este posicionamento. Mas nenhuma delas talvez tenha levado a ideia do futuro de maneira tão ousada e completa como a exposição de 1939, realizada em Nova York. Com o slogan “O Amanhã é Hoje”, a feira de 39 foi pautada pela vontade norte-americana de mostrar que os difíceis anos de depressão econômica já tinham sido superados. “Construindo o mundo de amanhã com as ferramentas de hoje” : a nação agora mirava o futuro.
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Arte e o Design orientais. Idealizada pelo príncipe Alberto, a grande exposição de 1851 deu o inicio a um dialogo sobre inovações e comercio internacional, a que as exposições internacionais do século XX deram continuidade. Esses eventos foram catalisadores para a ampliação dos horizontes europeus e um crescente interesse por culturas orientais, que levou ao estudo da arte oriental por arquitetos, artistas e designers ocidentais. A exposição internacional de paris 1867 estabeleceu a influencia oriental sobre a moda. Para ir ao encontro desse interesse o Japão começou a exportar japonaiseries feitas a mão, produzidas especificamente para o mercado europeu, e em 1878 o designer industrial inglês Christopher Dresser foi convidado pelo governo japonês para ir ao Japão acessar industrias de arte.
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O empenho do governo norte-americano em mostrar seu avanço tecnológico mostrava uma nação sôfrega por adiantar-se no tempo, como se a feira fosse um túnel que levaria a um futuro feliz, de irmandade entre os povos, onde todas as imperfeições seriam sanadas pela tecnologia. As empresas americanas esmeraram-se: no pavilhão da Westinghouse Electric, o público era recebido por Elektro, um robô de aproximadamente 2m de altura que respondia a pequenos comandos e conseguia entabular uma conversa com seu interlocutor. As montadoras de automóveis não ficaram atrás: assim como na mostra de 1900, inovações na mobilidade e no transporte individual e coletivos eram o cerne das questões ligadas à projeção da vida no futuro. A GM apresentou Futurama, cidade projetada pelo designer Norman Bel Geddes, montada em uma imensa maquete que se estendia por mais de 3.000m2. JACKSON nos descreve a experiência com a cidade imaginada: do conforto de poltronas que se moviam, os visitantes podiam ver o mundo em 1960, enquanto escutavam um comentário sobre as virtudes da América do futuro, melhorada pelas autoestradas avançadas e carros sofisticados. Os visitantes saíam por um display dos últimos lançamentos automobilísticos da General Motors e recebiam um broche que orgulhosamente aclamava “eu vi o futuro”.
A feira de 1939 presentificava o sonho pensado em 1851: a crença em um mundo melhor, uma época futura em que a humanidade, sob os auspícios da máquina e da tecnologia, caminharia para uma era de paz e cooperação internacional. A Segunda Guerra Mundial irrompeu antes do término da feira, adiando os sonhos.
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Produção
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A Produção de um livro independente
Todo livro é feito por pessoas criativas que se detiveram em cada aspecto de sua feitura, desde o tamanho das páginas até o design da capa à forma de encadernação e o papel. Embora a folha de rosto de um livro em geral use uma tipografia pesada e imagens para chamar atenção, as páginas internas frequentemente são delicadas e discretas, para facilitar o processo de leitura.O design do livro é uma arte. Qualquer pessoa que tentefazê-lo, até mesmo de um livro simples, descobrirá rapidamente como essa arte pode ser difícil. Se você for novato em design gráfico, faça suas primeiras tentativas do modo mais simples possível e examine atentamente outros livros, para ter inspiração. Há uma longa tradição na produção editorial, e ao projetar seu livro observando os que já foram produzidos, é mais provável que você crie um volume que pareça clássico, profissional e atraente aos leitores.
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A Produção de uma roupa Muitas vezes vemos uma roupa em uma vitrine e nem pensamos no trabalho que dá para ser feita. Simplesmente achamos bonita. Mas por trás da beleza, há muito trabalho, há uma série de procedimentos na confecção até que chegue aos resultados que são mostrados. O vestuário tem diversas funções. Funções de proteção do corpo contra agentes externos, função estética, ligada à moda, e a função de identificação. A forma que a pessoa se veste diz muito a respeito dela, como sua profissão e classe social. A roupa até mesmo pode ser considerada uma linguagem não-verbal. Daí a importância de ser bem-feita, bem desenhada e principalmente, bem costurada. As etapas envolvem: criação, desenvolvimento técnico, modelagem, corte, costura, prova, acabamento e piloto.
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Livro de texto Um romance ou algumas obras de não ficção consistem basicamente de texto, embora possam eventualmente conter ilustrações, como um frontispício na abertura, pequenos desenhos no início de cada capítulo, ou diagramas relacionados ao texto.A maioria dos livros tem uma coluna principal chamada mancha ou corpo do livro. As margens podem todas ser iguais, ou você pode criar margens internas mais largas ou na borda.
Livros de fotografia Neste tipo de livros, como é óbvio, há o predomínio das fotografias em relação ao texto. Faça o design da página em conta os formatos e tamanhos das fotos que você tem e o que quer dizer em relação a elas. O formato das fotografias são predominantemente verticais, horizontais ou quadradas? Você apresentará apenas imagens ou elas serão mescladas com texto?
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Criação Área responsável por traduzir nas roupas de uma grife ou marca de confecção, uma tendência direcionada para o mercado de atuação que a empresa pré estabeleceu. Buscando atender a faixa etária, conforto, custo, estilo, etc. Pode ser representada por um profissional que chamamos de estilista ou por um setor composto por uma equipe. Desenvolvimento Técnico Depois de produzidos os croquis de cada uma das pecas é hora de traduzir a visão do estilista para alguma coisa mais paliável. É ai que entra o desenho técnico desenvolvido em programas como CorelDraw ou llustrator. Ha também um detalhamento descritivo da peca como indicacoes de acabamento locais de zipers ou botões e quis tecidos compõem cada uma das partes.
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Páginas e páginas duplas Normalmente as páginas de conteúdo de um livro são numeradas e reunidas em sequência. Quando você abre um livro, a primeira página e a última são as únicas que não estão lado a lado. Todas as demais, normalmente estão lado a lado —uma página à esquerda e uma à direita que estando o livro aberto são vistas juntas. Os designers tratam um livro como uma série de páginas duplas, e não como uma série de páginas separadas. Em um livro de texto, os lados esquerdo e direito se espelham com frequência. Dessa forma, a mancha de texto é aplicada de modo que respeite o espaço da página, ou seja suas linhas não ultrapassam o limite para a página seguinte. Em um livro de fotos, às vezes as imagens são aplicadas nas duas páginas formando um todo.
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Modelagem A partir do croqui sao criados os moldes das pecas, que sao basicamente desenhos técnicos que usam padrões para que a peca sirva nos mais diferentes tamanhos de corpo e também garante que ela seja costurada de maneira certa. Nessa parte tem uma serie de etapas. Interpretação do Modelo: É a discriminação criteriosa do modelo apresentado, através de desenho, fotografia ou peça confeccionada, verificando qual é o diagrama, o tecido, otamanho, formas de montagem e os aviamentos necessários.
Diagrama ou traçado: É a representação gráfica, figurada da morfologia do corpo humano, que mostra esquematicamente o plano de uma estrutura, com a posição e relação de suas partes.
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Sumário Este elemento crucial não só indica ao leitor o que há dentro do livro e onde encontrar, mas é uma importante ferramenta de marketing. Os livreiros on-line frequentemente apresentam o sumário, e algumas páginas de conteúdo para análise dos potenciais compradores para decidirem sobre a compra da obra —ou não.
Tipografia Escolher os tipos e distribuí-los nas páginas de seu livro são etapas essenciais para se criar um visual convidativo e apropriado para ele. Hoje os designers têm muitas opções, que incluem fontes tradicionais e contemporâneas.
Tipos de display Além dos tipos a serem usados no corpo do texto, legendas, subtítulos e outros itens, você pode desejar dar um toque especial em escalas maiores, usando um tipo adicional. Chamadas fontes Display, algumas devem ser usadas apenas como títulos, chamadas, logotipos e outras aplicações que envolvem poucas palavras.
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Molde: É a reprodução das partes do diagrama, em papel ou fibra, no tamanho real que possuíra a peça depois de pronta. Setor Corte O setor de corte é uma das principais etapas do processo produtivo, dentro da área industrial da confecção e um dos responsáveis direto pela transformação da matéria-prima, fazendo dele um setor de extrema importância, a ponto de colocar em risco todo o processo produtivo, quando mal planejado ou executado, causando sérios prejuízos à empresa. No setor do corte temos cinco etapas; encaixe, risco, enfesto, corte e preparação Encaixe: O encaixe é a distribuição de uma determinada modelagem sobre um papel ou tecido, cuja prioridade é a economia de matéria prima. Sendo também conhecido como plano de corte ou mapa, pode ser realizado manualmente.
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Alinhamento O software de edição lhe permite alinhar o texto de quatro formas básicas: justificado, centralizado, alinhado à esquerda e alinhado à direita. A maioria dos livros tem o texto justificado —blocos de texto sólidos com margens iguais em ambos os lados. Para um romance, um livro de memórias ou outros trabalhos com muito texto, justificar é a maneira mais comum e eficiente de dispor o conteúdo principal. Você precisará explorar outras formas de alinhamento para os títulos de capítulos, de páginas, a tipografia da capa e assim por diante. Poesia em geral segue alinhamento à esquerda, permitindo que cada linha quebre-se naturalmente, da forma como ela é escrita, em vez de ser centralizada ou forçada em blocos geométricos. Livros ilustrados são menos afeitos a convenções que os livros de textos; experimenteo alinhamento para ver o que funciona melhor com seuconteúdo e o ponto de vista que você espera transmitir.
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Risco: O risco é o contorno de todas as partes de uma modelagem, observando a disposição correta dos moldes com relação ao fio de urde-me do tecido. Em outras palavras é contornar os moldes do “encaixe”, obedecendo todas as marcações e denominações que ele apresenta, para que o cortador possa segui-las e enviar para a costura as peças com piques e furos corretamente marcados. Enfesto: O enfesto é a operação para designar as camadas sobrepostas de tecidos a serem cortados, obedecendo a uma metragem pré-estabelecida. Essa colocação de folha sobre folha, formando um bloco de tecido também é conhecida como colchão ou estendida. Esta operação pode ser realizada manualmente, com uma enfestadeira mecânica ou automatizada, de três maneiras: enfesto par, enfesto impar, enfesto escada.
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Design de capa Se você está preparando um livro para vender, a capa é um recurso essencial de marketing que funcionará como um logotipo e para divulgação. Ela deve se destacar no ponto de venda. Também precisa ter boa reprodução em imagens diminutas dos sites de venda on-line como a Amazon, Saraiva, Cultura etc.
Processo do design 1. Defina o problema Faça uma descrição do que você quer dizer e a quem quer dizer. Qual é o assunto principal de seu livro? Que atitude você quer expressar? Quem é o seu público-alvo? Tenha esses objetivos em mente quando desenvolver ideias de design. 2. Pesquisa Analise outros livros parecidos ao seu. Pense no que o atrai e note a variedade de estratégias de design. Algumas capas só contêm letras; outras contêm fotos e/ou ilustrações. Algumas são discretas. Outras são atraentes.
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Corte: Segundo o risco, o corte deve ser feito meticulosmanete para que nao haja erros. Pode ser feito manualmente, para o cado de poucas folhas de tecido, ou com a ajuda de maquinas para muitas camadas ou tecidos muito grossos e duros, como o jeans por exemplo. Costura A costura da peça pode ser feita inteiramente por um profissional, ou por uma linha de montagem, em que cada parte da peça será feita por uma pessoa diferente. Vale lembrar que o processo da costura pode exigir diferentes etapas até que seja finalizada. Por exemplo, a peça pode requerer pontos diferentes, caseados, máquina de bolso social, e por aí vai. Prova É composta por duas partes, a primeira prova, que consiste em montar a roupa sem os acabamentos. E a Segunda prova, é a prova definitiva, sendo que depois de aprovada será a matriz da peça, o chamado Piloto
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3. Brainstorm Anote o máximo de ideias que tiver —boas, más e ridículas. 4. Priorize Quais ideias fazem sentido para o seu livro? Quais são viáveis para você produzir? Estude os recursos disponíveis, como fotos clássicas ou ilustrações dentro do livro. 5. Experimente Se suas habilidades de design são fracas, busque ajuda com um designer, artista, ilustrador ou fotógrafo. Procure imagens e fotografias em bancos de imagem. Respeite sempre os direitos autorais e lembre-se que as fotografias devem estar em alta resolução e em grande escala para serem bem reproduzidas. 6. Teste Mostre seus designs a outras pessoas, para sentir a reação. Avalie cada design. O título é fácil de ler? As imagenschamam atenção para o título, ou se sobrepõem a ele? Há uma hierarquia clara de elementos? O design está transmitindo a mensagem e o tom de voz pretendidos?
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Acabamento No acabamento é realizada a limpeza da peça (retirando pontas e excesso de linha), são adicionados zíperes, botões, bordados e outros acessórios, e então ela é passada e dobrada e fica aguardando até que seja embalada e encaminhada para a venda. Em casos de peças de alta costura ou feitas sob encomenda, há ainda a etapa de prova, na qual o criador analisa o resultado final e decide se ele necessita de novos ajustes.
Piloto: É a peça finalizada que servirá de base para outras reproduções iguais. Como viram, há bastante trabalho envolvido no processo de confecção de uma roupa. Toda a atenção deve ser dada aos detalhes. Mas é um trabalho gratificante, pois nada se compara a um elogio feito à uma roupa bem-feita. E por isso, também é importante que você valorize e cuide bem de suas roupas.
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O objetivo desse livro é mostrar as semelhanças entre o design e a moda, mostrando como a criação de um livro é igual a criação de uma peça de roupa. Para conseguir mostrar essas semelhanças, em todos os capítulos, direta o assunto tratado nas paginas da di é a moda e nas paginas da esquerda o design. As tipografias usadas nesse livro são as seguintes; a Baskerville para o titulo livro porque sua escrita clássica com do liv serifa da um contraste como ilustração moderna da capa do livro. A tipografia Centry gothic foi usada para todos os subtítulos do livro e para a divisória dos capítulos e a Gill sans para toda parte escrita do livro, essas letras foram usadas porque essa tipografia tem um formato mais arredondado e moderno.
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