Revista para famílias do bairro Anchieta e região | nº14 | jul./ago. 2017
em casa
Pais
de verdade Homens curtem a paternidade e dividem tarefas como trocar fraldas, fazer o bebê dormir e preparar o jantar
Diego Rodrigues com a filha Iasmin
viagem & cia
comportamento
na sua mesa
Um pedacinho da India como você nunca viu p.4
Vamos falar sobre a hipermedicalização infantil p.7
Delícias doces e salgadas usando liquidificador p.14
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anchieta em casa • julho/agosto de 2017
editorial
O melhor pai de todos O melhor pai do mundo é o meu. É o dos meus filhos, o do meu marido, o de todo mundo que sente, na simples lembrança do pai, as melhores memórias, muito amor e a vontade de um abraço. Tem o melhor pai do mundo quem se olha no espelho e identifica, em suas melhores qualidades, os traços do seu pai. É com muito afeto que dedicamos essa edição da nossa Anchieta em Casa aos homens mais marcantes da nossa vida. Em nossa matéria de capa, você vai conhecer exemplos de pais que fazem, diariamente, uma diferença importante na vida dos filhos e da família toda. Na nossa seção de viagens, você vai se encantar com a visão de algumas cidades da India sob o olhar de uma encantadora jovem de apenas 17 anos. Temos também um ótimo texto da psicóloga Carolina Dantas, que levanta a questão muito relevante sobre hipermedicalização infantil. Na seção de educação, a psicóloga Ana Paula Bartolomeu ressalta a importância do exercício da cidadania desde a infância. Além disso, essa edição traz dicas de cultura e receitas super práticas usando um dos melhores amigos da cozinha: o liquidificador. Seja, como sempre, bem-vindo à nossa revista, vizinhos queridos. Um beijo carinhoso,
Carolina Lentz
Anchieta em casa Anchieta em Casa é uma publicação da Gíria Design e Comunicação Av. Francisco Deslandes, 869/1.103 Anchieta. Tel: (31) 3222-1829 Projeto gráfico, design e redação: Equipe Gíria Jornalista responsável: Nathalia Ilovatte - MTE: 0069528/SP Tiragem: 7.500 exemplares Distribuição: VIP BH (gratuita, de porta em porta) Foto da Capa: Rúbia Lisboa Cartas à redação e sugestões: anchietaemcasa@giria.com.br Para anunciar, ligue: (31) 3222-1829 fb/anchietaemcasa
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Por Siri Vias Kaur
viagem&cia
Estudante e professora de Kundalini Yoga, formada na India pelo KRI (Kundalini Yoga Research Institute). Filha de agente de viagens, herdou a paixão por novas experiências desde cedo.
India: pequenas cidades, grandes tesouros Um país de mistérios, culinária picante e de uma história bela e conturbada. Acredite se quiser, tenho 17 anos e estive morando na Índia pelos últimos quatro, sozinha, e eu gostaria de te levar para conhecer um pouco de 2 cidades muito especiais deste incrível país, que fogem do circuito tradicional, Delhi, Agra, Jaipur. Prepare-se para uma jornada aos estados de Punjab e Himachal Pradesh. Iremos começar por uma cidadezinha aos pés dos Himalaias, chamada Dharamsala ou mais especificamente MCleod Ganj. Já a caminho da cidade pode se ver a beleza ao redor dela, circulada por montanhas altas com os topos sempre brancos de neve. A vista que se tem de lá, por si só, já valeria a viagem. Chegando à cidade, nos deparamos com muitos monges que fugiram do Tibete e encontraram refúgio por lá: ela é repleta de cafés e lojinhas de artesanato local, com coloridos colares feitos por mulheres tibetanas a tigelas (singing bowls) usados para meditação. Com 11.000 habitantes, a pequena cidade abriga um importante morador, o Dalai Lama, líder re-
A pequena e linda cidade de Dharamsala, aos pés do Himalaia
ligioso do budismo e representante do governo tibetano em seu exílio. Lá se encontra seu lindo templo, aberto ao público durante todo o dia e, se tiver sorte, como eu, conseguirá assisti -lo falando ou simplesmente passando de carro pela cidade, é emocionante. O templo próximo à casa aonde ele vive é dourado e colorido, com mantras ao seu redor e repleto de coisas para se ver. Lá você pode entrar em seu museu onde a história do Tibete e daqueles que deram a sua vida pela causa de sua independência é contada. Muitos monges passam horas a meditar durante o dia, e você pode se juntar a eles em oração ou simplesmente optar por passear calmamente pelas pequenas vias entre as árvores, onde você encontrará rodas de oração ou “praying wheels”, um cilindro de metal ou madeira com mantras esculpidos que podem ser girados quando passar. Se você é como eu, gosta de ir as compras na vila mas também não dispensa contemplar a natureza e uma boa aventura, Dharamsala oferece várias trilhas nos Himalaias e até mesmo a experiência de acampar na cordilheira, que possui as montanhas mais altas do mundo. Sem falar que ao acordar, você será premiado com umas das vistas mais incríveis que verá em sua vida. Saindo de Dharamsala, a 5 horas de carro, existe uma cidade chamada Amritsar, onde eu morei. Se é sua primeira vez em um país da Ásia, pode ser que a primeira impressão te assuste um pouco: o impacto com a realidade indiana é inevitável, com o transito caótico, carros e tuck-tucks na contra mão, as constantes buzinas, vacas na rua (até porco tem). Porém, é um lugar que mostra bem como a Índia realmente é, na sua essência. Esta cidade é a casa da maior população Sikh na Índia. O sikhismo é uma religião articulada nas sagradas escrituras do Guru Granth Sahib, que incluem fé e meditação, a unidade de toda a humanidade, o envolvimento em servir ao próximo (seva) e a busca de justiça social para benefício e
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anchieta em casa • abril de 2017
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O Golden Temple, em Amritsar, (à noite e durante o dia) é feito de ouro e mámore e é um lugar sagrado da cultura local
prosperidade de todos, tema cada vez mais atual e necessário. Na cidade de Amritsar se encontra o Golden Temple, um templo Sikh feito de ouro e mármore, aberto a todos para visita e meditação e te asseguro: mesmo tendo andado muito nesses quatro anos vivendo na Índia, é um dos lugares sagrados que vale a pena visitar. Nesta enorme estrutura de mármore, cada pedaço é delicadamente esculpido com pedras preciosas e, logo após a entrada, a imagem do lago e ao seu centro, todo dourado, a parte mais importante do templo, local onde estão guardadas as escrituras sagradas, comove mesmo os mais céticos. Além da beleza inquestionável do lugar, é impressionan-
te como você se sente uma vez estando lá. Não dá muito bem para descrever, mas, com certeza, explica porque milhares de pessoas vão lá todo dia. Até a temperatura dentro do templo é distinta do restante da cidade. Alem do templo a cidade de Amritsar tem vários bazares onde se pode comprar de tudo: temperos para todos os gostos e “picâncias”, roupas super coloridas, medicamentos ayurvedas, e se você quiser se aventurar, a comida de rua também é muito boa! Então viaje e se aventure! Tenho certeza que a minha cidade vai te receber tão bem quanto me recebeu! Wahe Guru Ji Ka Khalsa, Wahe Guru Ji Ki Fateh!
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cultura
show
Neste mês, a banda de reggae Cidade Negra se apresenta em Belo Horizonte. A banda, que vem da baixada fluminense, é formada por amantes de Reggae que sempre buscaram inspiração para enfrentar o tenso cotidiano. O Cidade Negra começou como uma forma de “aumentar” sonoramente a voz dos artistas de rua, de um povo sem chance de reivindicações, e de alguma forma a baixada era um lugar tão ativo e tenso como os famosos subúrbios de Kingston, a capital jamaicana. Onde: KM de Vantagens Hall - Av. Nossa Senhora do Carmo, 230. Quando: 12 de agosto, às 22h. Quanto: A partir de R$ 70,00 (inteira).
Cobra Coral chega ao TeaSHOW Otrogrupo Bradesco para dupla apresentação. Sucesso de público, o projeto que dá nome ao show visa homenagear Caetano Veloso, um dos principais nomes da música nacional, ícone do movimento Tropicália. No repertório estão as músicas mais conhecidas de “Caê”, passando pelas canções “lado B” do cantor, interpretadas em vocais, arranjos e sonoridade contemporânea. Onde: Teatro Bradesco - R. da Bahia, 2244 - Lourdes Quando: 10 e 11 de agosto, às 21h. Quanto: R$ 30 (inteira) R$ 15 (meia) Mais informações: (31) 3516-1360
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anchieta em casa • julho/agosto de 2017
pedal
No dia 12 de agosto, sábado, a Lagoa dos Ingleses recebe o evento de ciclismo indoor ao ar livre Pedalando no Topo (PNT). A partir das 9h. Inscrições de 3º lote por R$ 160. Professores nacionais e internacionais de academias parceiras comandam os grandes aulões, em uma bela vista e com muita animação. Também conta com expositores e profissionais de diversos segmentos, praça de alimentação, atrações artísticas, culturais e colecionadores, além de um agradável e descontraído espaço para a criançada. O Pedalando é considerado o mais importante evento de Ciclismo Indoor ao ar livre da América Latina e um dos melhores do mundo, tem expectativa de público superior a 7.000 pessoas Mais informações sobre o evento e inscrições devem ser feitas online, no site: www.pedalandonotopo.com.br.
comportamento
Por Carolina Dantas Brito
Psicóloga www.atravessandopsicologia.com.br
Qual o problemas das nossas crianças? Um tema bastante discutido nos congressos de psicologia e pediatria, e que particularmente me preocupa muito, é a ‘hipermedicalização’ das crianças. É surpreendente a quantidade de diagnósticos de transtornos infantis atualmente, assim como a quantidade de crianças fazendo uso de medicação para ‘resolver’ tais transtornos. Mas será que na verdade elas não estão ‘precisando’ ter problemas? Uma das coisas das quais os pais, mães, profissionais que lidam com crianças precisam estar cientes é de que todo sintoma é uma forma de comunicação! E em um mundo onde os pais estão cada vez mais conectados com o trabalho e com o mundo virtual, e desconectados dos filhos, não seria esperado que as crianças desenvolvessem alguma forma de chamar a atenção? Não seria esperado que as crianças, numa tentativa de serem olhadas e notadas ‘precisassem’ desenvolver algum sintoma? Faço um convite a vocês! Quando estiverem em algum restaurante, numa praça de alimentação ou sala de espera de
é um caso e que existem crianças que realmente precisam de tratamento medicamentoso, isto não pode ser negado! Este é apenas um convite para ampliarmos nossos olhares para as relações e repensarmos os diagnósticos. Vivemos em uma sociedade que se sente cada vez mais a vontade para rotular os comportamentos das crianças, e para cada rótulo prontamente surge um novo remédio. Remédios que muitas vezes são indicados muito mais como uma tentativa de conter, domesticar e calar a infância e que acabam, em muitos casos, servindo também para camuflar a dor destas crianças que estão crescendo sem o contato afetivo dos pais e das mães. Criança dá trabalho! Criança pula, grita, quer atenção, mexe, chuta, corre, cai, levanta, cai de novo! Pode soar como algo muito duro, mas quem não quer ter trabalho, não deveria ter filhos. Crianças pedem adultos que sejam capazes de se elevarem até elas (não de se curvarem), pois estão em um nível acima do nosso! E isso pode dar sim, muito trabalho!
Vivemos em uma sociedade que se sente cada vez mais a vontade para rotular os comportamentos das crianças, e para cada rótulo prontamente surge um novo remédio algum consultório infantil deem uma olhada e reparem os pais e mães com seus filhos. Contem quantos estão realmente ali, com suas crianças, exercendo uma presença de qualidade, e quantos estão nos celulares e tablets. Eu tenho feito isso diariamente e fico triste com o que estou vendo. Olhem como as crianças precisam suplicar, gritar, tocar estes pais e mães para serem olhadas. Como precisam se movimentar de um lado para o outro, derrubar tudo pela frente, fazer ‘birra’, mexer em tudo, ficar HiperAtivas! São crianças que correm um sério risco de serem classificadas e tratadas como TDH (sigla do Transtorno de Hiperatividade). Ou então podemos nos deparar com crianças muito quietinhas, desatentas, “no mundo da lua”, que vão ser prontamente acusadas de sofrerem de “Déficit de Atenção” (TODA). E a pergunta que fica é: elas estão sofrendo com o “déficit de atenção” de quem? Claro que estes questionamentos não dão conta de toda a complexidade que envolve esse tema! Claro que cada caso
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nossa capa
Por Nathalia Ilovatte
Jornalista formada na Universidade Santa Cecília, em Santos, mas escolheu Belo Horizonte para morar. Já cobriu Moda, Beleza, Comportamento e Mulher nos portais iG e R7.
Eles sabem o que é ser pai Homens descartam a ideia de que cuidar dos filhos é tarefa só da mãe e embarcam nessa jornada de coração aberto Quando Tereza, esposa do publicitário Bruno Santiago, chega em casa depois de um plantão, o filho do casal já tomou banho, jantou e dormiu. Aos 3 anos, o pequeno não faz tudo isso sozinho, quem se encarrega de cuidar dele no fim do dia para que a mãe possa descansar é Bruno. Aos fins de semana, o pai também almoça com o filho, leva para passear e reserva boas horas do dia para dar toda atenção a ele. “Eu vivo intensamente com meu filho”, conta o pai, que faz das atividades cotidianas oportunidades de estreitar o vínculo com o filho. “Eu e o Samuel tomamos banho juntos e ainda fazemos a dança do pelado na frente do espelho. Isso vale mais do que um brinquedo, ele vai lembrar pelo resto da vida”. Mesmo assumindo a responsabilidade pelos cuidados com o filho, Bruno dispensa o rótulo de paizão. Para ele, dividir a criação da criança com a mãe não é favor nem heroísmo, é obrigação. “Tem que sentar no chão e brincar de carrinho, não adianta se preocupar só em pagar a escola. Prova de amor é parar de almoçar para trocar uma fralda suja de cocô, é gerar o bem estar da criança, dar um banho, cortar uma unha. Tem muitos pais que não trocam fraldas das filhas e nem dão banho nelas porque são meninas. Eles estão perdendo o melhor momento da vida”, declara.
Aquela questão machista de que isso ou aquilo é obrigação da mãe já diminuiu bastante, embora ainda haja um longo caminho pela frente para que mais pais vivam com orgulho a sua paternidade Consciente da importância da participação do pai na criação dos filhos, e da dificuldade que os homens ainda enfrentam em serem tratados como capazes por pediatras, professoras e até pela própria família, Bruno criou a comunidade Pai Tem Que Fazer de Tudo. O projeto mistura blog, fanpage e encontros, e além de disseminar a ideia de que para ser pai não basta pagar contas, acolhe aqueles que se sentem um tanto deslocados em uma sociedade que ainda presume que tudo é responsabilidade só da mãe e coloca os trocadores dentro de banheiros femininos, por exemplo.
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anchieta em casa • julho/agosto de 2017
Bruno criou a página Pai Tem que Fazer de Tudo, com 134 mil seguidores
Nas gerações passadas era menos comum ver um homem que, espontaneamente, assumisse a troca de fraldas, o jantar e a ajuda com o dever de casa, mas hoje é mais recorrente encontrar pais que buscam exercer a paternidade ativa, e prova disso é que a página Pai Tem Que Fazer de Tudo já soma mais de 134 mil participantes. São homens que, empenhados em vivenciar verdadeiramente a paternidade, dividem não só os cuidados básicos que a criança requer, mas se envolvem com a criação delas, refletindo sobre os métodos de educá-las, buscando novas informações, dando afeto e se propondo a conversar abertamente e sem constrangimentos sobre sexo, métodos contraceptivos, drogas, relacionamentos e outros temas que requerem intimidade e confiança para fluir entre pais e filhos. O saldo dessa postura dos homens é positivo não só para eles, mas também para as pessoas que eles estão formando. “Divisão igualitária é a melhor forma de criar um filho. O impacto [dessa configuração familiar] é de empatia, cuidado com o próximo, afeto e respeito pelas diferenças e diversidade. As crianças aprendem que não há um papel fixo para cada sexo e que isso não precisa ser um peso, que um menino pode lavar louça sem se sentir diminuído e uma menina pode trabalhar e se dedicar profissionalmente sem isso ter um peso de caráter masculinizado”, explica a psicóloga e coach de mulheres Adriana Roque, especialista em atendimento familiar. Ela ressalta que ser cuidado pelo pai e pela mãe faz com que o filho se sinta acolhido por ambos. “O afeto é sempre a questão primeira quando envolve uma criança”, afirma.
O contador Diego Rodrigues percebe uma mudança positiva no comportamento da filha Iasmin, de 3 anos, quando está presente. “Ela se sente mais segura”, conta ele, que desde o nascimento da filha é um pai participativo. “Troquei muitas fraldas, dei banho desde os primeiros dias em casa, levo à natação, ballet, pediatra…”, enumera. “Acho que pelo fato de sempre querer ser pai, vejo minha participação como algo natural”, diz Diego. Para ele, a paternidade ativa não é novidade, mas a participação dos homens na criação dos filhos tem crescido. “Hoje, e com o auxílio das redes sociais, os pais não têm mais vergonha de expor o dia a dia e defender essa bandeira. Aquela questão machista de que isso ou aquilo é obrigação da mãe já diminuiu bastante, embora ainda haja um longo caminho pela frente para que mais pais vivam com orgulho a sua paternidade”, explica. Para Adriana Roque, livrar-se do machismo por trás dessa ideia de que cuidar das crianças é tarefa exclusiva da mãe ajuda a formar filhos emocionalmente mais saudáveis. “O machismo é uma desconstrução diária e difícil, porque muitas vezes vem envolvido como cuidado. Quando os pais dizem ao filho para não chorar porque ele é homem, eles acham que estão ensinando o filho a ser forte. Mas não. Estão criando homens que ficam insensíveis ao outro e a si mesmos”, afirma. “Se o pais conseguem desconstruir isso e tantas outras coisas, seus filhos possivelmente serão mais autênticos e espontâneos, e não se sentirão cobrados a ser o que não são”.
dade por evitar uma gravidez é exclusivamente da mulher, que também tem o dever de manter a casa em ordem e cozinhar para a família. Frente a esse cenário, a ONG Promundo pede que a participação masculina na vida familiar vá além das questões financeiras e afirma que o envolvimento dos homens no cuidado diário das crianças tem o poder de transformar não só a realidade dentro dos lares, mas a sociedade. Segundo o relatório, “quando os homens e os meninos são envolvidos na divisão igualitária do trabalho de cuidado há benefícios diretos para suas vidas, que podem ser mais saudáveis e menos violentas. Quanto à influência na vida de mulheres e meninas, abre-se a possibilidade de que tenham maior participação na vida política, na comunidade e no mundo de trabalho”. Para Adriana Roque, não há justificativa plausível para a responsabilidade sobre os filhos recair sempre e inteiramente sobre a mulher. “O afeto não tem gênero, não tem sexo. É afeto. Então não há por que colocar a carga do cuidado e amor sendo somente da mulher”, afirma. Ela explica que resumir a participação na vida dos filhos ao sustento da casa e se manter emocionalmente ausente tem consequências negativas sobre as crianças, que serão levadas à vida adulta. “Quando há ausência afetiva a criança pode se tornar os extremos: ou vai procurar afeto em qualquer pessoa e projetar essa falta na fase adulta, ou vai ter muita dificuldade em expressar afeto porque não recebeu de seu pai. O afeto da criança é formado pelo afeto que ela também recebe, e esse não é um papel somente da mãe, mas também paterno”, ressalta. “É importante que o pai dedique tempo aos filhos, que os abrace sem pressa, que tenha momentos de lazer e também de repreensão. Isso faz com que se sintam amados e vistos”.
Para inspirar
O dia a dia dos pais rende histórias bonitas, passagens divertidas e muitas dúvidas e dicas a compartilhar. Por isso, alguns homens decidiram fazer como Bruno Santiago e usam a internet para contar como vivenciam a paternidade. Vale espiar as páginas e canais no YouTube:
Pai Tem que Fazer de Tudo Diego conta que Iasmin é uma criança mais segura por ter um pai presente
Um longo caminho pela frente De acordo com o Censo 2011, há no Brasil 5,5 milhões de crianças sem o nome do pai na certidão de nascimento. E Segundo o relatório Situação da Paternidade no Brasil, lançado em 2016 pela ONG Promundo, “pagar as contas” e “realizar consertos” ainda são apontadas pelos homens como as principais atividades domésticas que desempenham. Diante desses dados, fica nítido que pais como Bruno e Diego são, ainda, uma minoria em nossa cultura. O relatório da ONG também destacou que, no período de 10 anos, entre 2001 e 2011, os homens aumentaram apenas 8 minutos no tempo despendido no trabalho de cuidado e doméstico, e a maioria deles ainda acredita que a responsabili-
Bruno divide a rotina com Samuel e reflete sobre questões que envolvem a paternidade. www.paitemquefazerdetudo.com
Paizinho Vírgula
Thiago Queiroz, pai de Gael e Dante, fala sobre criação com apego em textos leves e fáceis de entender e vídeos divertidos. www.paizinhovirgula.com
Marcos Piangers
Filho de pai ausente, ele decidiu seguir o caminho oposto quando nasceu a primogênita Anita, e hoje fala com doçura e sensibilidade sobre a paternidade. Seus textos já viraram o livro de crônicas O Papai é Pop, um dos títulos mais vendidos da Amazon. fb.me/marcospiangers
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educação
Por Ana Paula de Rezende Bartolomeo Psicóloga e diretora da Trilha da Criança Centro Educacional
Cidadania também é coisa de criança
Quanto antes se trabalhar o exercício da gentileza, da paciência, do respeito, da criatividade e da consciência em relação à diversidade e ao meio ambiente, mais esses princípios brotarão de forma plena e despertarão o engajamento.
a coletividade, que resulta da combinação entre responsabilidade pessoal e social, se constrói no próprio ambiente que o projeta, ou seja, no coletivo. No ambiente escolar, essa consciência cidadã encontra um terreno fértil para florescer. Os projetos pedagógicos precisam fomentar discussões sobre a necessidade de preservar o meio ambiente e a importância da amizade e do respeito às diferenças. É preciso ensinar aos pequenos que a água é um bem valioso e é preciso cuidar do recurso para que ele não se esgote. Eles também precisam aprender a diferenciar lixo orgânico de material reciclável, a ser solidários, respeitar o próximo e dialogar para resolver impasses e divergências de opiniões. Falar que “as crianças são o nosso futuro” não é nenhum clichê. Quanto antes se trabalhar o exercício da gentileza, da paciência, do respeito, da criatividade e da consciência em relação à diversidade e ao meio ambiente, mais esses princípios brotarão de forma plena e despertarão o engajamento. O processo educativo deve ser o responsável por levar os sujeitos a refletirem sobre o seu papel na vida do outro e sua capacidade para exercitar as boas práticas e como essas iniciativas fazem do mundo um lugar melhor. Sim, cidadania também é coisa de criança! Foto: Divulgação
A criança constrói valores éticos e morais a partir dos primeiros anos de vida, por meio de modelos, desafios e confrontos vividos em seu processo de socialização e do seu contato com a cultura. Ao ingressar na escola, ela sai da esfera familiar para a esfera social, onde vai aprender a compartilhar espaços, brinquedos e diversas situações que são própriasdo convívio com a coletividade. Com esse aprendizado, ela passará a compreender qual é o seu papel na sociedade.
Vários estudos de teóricos como Jean Piaget e Lev Vygotsky demonstram a importância das experiências do sujeito e da interação com o meio para a sua formação, pois as normas de conduta, valores pessoais e capacidade imaginativa e de resolução de problemas dos atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem refletem em seus futuros julgamentos, comportamentos morais e na sua ação cotidiana. Nesse sentido, acredita-se que a escola cumpre papel fundamental, visto que ela pode estimular seus alunos a desenvolverem essa capacidade de análise e reflexão crítica. Para isso, ela deve ser compreendida como parteda formação global do cidadão, que envolve aspectos sociais, cognitivos, afetivos e morais. E é com base na importância do processo educativo para a construção de uma consciência cidadã que os projetos pedagógicos devem incorporar atividades que visam somar talentos individuais para a construção de uma sociedade melhor, na qual se projetam os valores humanos e a preservação da natureza como objetivos principais. Esse compromisso com Projeto Cidadão Mirim, da Trilha da Criança
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anchieta em casa • julho/agosto de 2017
passatempo
Divirta-se com palavras cruzadas!
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boas compras
Elegância para eles As camisas sport com modelagem slim fit ou regular de manga longa da Sketch são ideais para o trabalho mais informal e com elegância. A partir de R$ 129,90.
Delicadeza na decoração O triciclo de mesa com vaso colorido e suculenta da Muda de Vida é o presente perfeito para quem ama decoração e tem gosto sofisticado. O triciclo custa R$ 40,00, o vaso colorido R$ 135,00 e a suculenta R$ 7,00).
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anchieta em casa • julho/agosto de 2017
Para dias de passeio Essa camisa polo listrada da Sketch é em tecido 100% algodão. Confortável, é ideal para o dia a dia e passeios com a família. A partir de R$ 99,90.
Sofisticação para dentro de casa O vaso vitrificado da Muda de Vida recebe perfeitamente essa linda Aloe Babosa. A combinação fica um charme em qualquer ambiente. O vaso custa R$ 125,00 e a planta R$ 30,00.
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na sua mesa
Delícias de liquidificador!
O liquidificador é um eletrodoméstico indispensável na cozinha de muitas pessoas. A praticidade pode ser uma característica importante no momento de escolher uma receita para fazer em casa, e, o liquidificador pode ser um grande aliado para tornar as receitas caseiras ainda mais rápidas e simples. Confira nossas sugestões!
torta caprese de liquidificador
pão integral de liquidificador Ingredientes: • 3/4 xícara de leite morno • 1 ovo • 1/4 xícara de óleo • 1 tablete de fermento biológico ou 1 colher de sopa de fermento biológico seco (o do pacotinho) • 1 ½ colher de sopa de açúcar • 1 pitada de sal • 1/2 xícara de farinha de trigo • 1 ½ xícara de farinha de trigo integral
Ingredientes: • 1/3 de xícara (chá) de azeite • 1 xícara (chá) de leite desnatado • 3 ovos inteiros • 1 e 1/3 xícara (chá) de farinha de trigo • 1 colher (sopa) de fermento em pó • 1 colher (chá) de sal • 3/4 de xícara (chá) de parmesão ralado • manteiga ou margarina para untar a assadeira • 1 punhado de manjericão fresco • 2 xícaras (chá) de mini tomates cortados ao meio • 1 xícara (chá) de queijo da sua preferência cortado em cubinhos modo de preparo: Pré-aqueça o forno em 180º. No liquidificador acrescente todos os ingredientes da massa, exceto o fermento e uma parte do manjericão. Bata bastante os ingredientes até formar uma massa lisa e homogênea. Junte o fermento e bata novamente por apenas alguns segundos, só para misturar. Unte a travessa ou assadeira com manteiga e despeje a massa do liquidificador. Por cima da massa distribua os cubinhos de queijo, os tomates cortados e com as pontas dos dedos dê uma afundada dentro da massa da torta. Finalize com as folhas frescas de manjericão e leve para assar por 30 a 40 minutos, ou até perceber que a massa está seca por dentro fazendo o teste do palito. Delícia!
brownie de liquidificador Ingredientes: • 4 ovos • 1 ½ xícara de açúcar • ¼ xícara de água • 150 g de manteiga • ½ xícara de farinha de trigo • ¾ x. de chocolate em pó •1 xícara de castanhas de caju (pode substituir por nozes picadas, castanha do Pará) modo de preparo: Preaqueça o forno a 180º e unte uma forma de aproximadamente 18 cm X 24 cm com manteiga. Reserve as castanhas picadas para misturar à massa depois de pronta. Coloque no liquidificador todos os ingredientes na ordem acima com exceção das castanhas. Bata até ficar homogêneo.Misture as castanhas à massa manualmente. Coloque a massa em forma untada, se preferir coloque sobre a massa algumas amêndoas laminadas e leve ao forno a 180°. Estará pronto quando, ao palito no centro da anchieta emenfiar casaum • julho/agosto de 2017 massa, ele saia limpinho.
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modo de preparo: Bata no liquidificador o leite (morno, pois se estiver muito quente vai acabar “matando” o fermento), o óleo, o ovo e o fermento (esfarelado, se for em tablete) até ficar homogêneo. Acrescente o açúcar e o sal e bata mais um pouco. Despeje a mistura líquida em uma tigela e misture a farinha aos poucos até ficar totalmente integrada. Coloque a massa em uma forma de pão, untada e enfarinhada, e deixe descansar até dobrar de tamanho (pelo menos 30 minutos). Leve ao forno pré-aquecido na temperatura mínima (160°C) por 30 minutos ou até ficar com a superfície dourada. Se quiser, você pode acrescentar à massa chia, gergelim ou outras sementes.
mousse de coco com chocolate de liquidificador Ingredientes: • 1 lata de leite condensado • 2 caixinhas de creme de leite (200g) • 1 pote de iogurte natural (150g) • 1 garrafinha de leite de coco (200ml) • 50g de coco ralado (sem açúcar) • 1 envelope (12g) de gelatina incolor preparada conforme instruções da embalagem • 1 barra de chocolate meio amargo (150g.) modo de preparo: Bata todos os ingredientes no liquidificador, menos 1 caixa de creme de leite e a barra de chocolate. Leve para gelar por aproximadamente 6 horas. Você pode usar potinhos individuais ou uma travessa. Derreta o chocolate meio amargo e misture com a caixinha de creme de leite. Despeje, em seguida, sobre o doce e sirva!
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anchieta em casa • julho/agosto de 2017