Bhsabor n.2

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Revista para belo-horizontinos amantes da boa comida • Ano 1 • Ed. 2 • ago/set-17 • Distribuição gratuita.

As delícias da culinária

vegetariana Comida sem carne não é sinônimo de comida sem graça! Vegetarianos e veganos dividem os sabores e prazeres da alimentação livre de produtos de origem animal

Entrevista

Doçuras

Dica do Expert

Uma conversa com o jornalista gastronômico Eduardo Tristão Girão

Aprenda receitas fáceis e muito saborosas feitas com o rei das frutas

Vamos saber mais sobre queijos artesanais com um craque no assunto

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• Editorial •

BHSABOR

Sabores de primavera

BHSabor é uma publicação da Gíria Design e Comunicação

A segunda edição da nossa BHSabor chega colorida, com ares primaveris e vem, antes de tudo, recheada de muitos agradecimentos pela excelente receptividade de parceiros e leitores em resposta ao nosso primeiro número. E a melhor maneira de retribuirmos esse carinho é trabalhando mais e melhor para continuarmos oferecendo uma leitura de qualidade, com capricho visual e ótimo conteúdo para quem gosta de comer bem e cozinhar em Belo Horizonte. A alimentação vegetariana é nosso tema de capa: vamos descobrir deliciosos segredos dessa cozinha e conhecer histórias e dicas de pessoas que optaram por viver a vida sem carne, sem deixar de lado os prazeres da boa mesa. Vamos também conhecer um pouco mais sobre a trajetória profissional do jornalista gastronômico Eduardo Tristão Girão em uma entrevista cheia de histórias. Você é apaixonado por queijos? O “queijenheiro” Fernando Guimarães nos traz um texto com muitas dicas e curiosidades sobre a arte de se fazer (e comer!) ótimos queijos. Maravilhas de abacaxi, receitas de drinks fáceis e deliciosos para receber os amigos, boas dicas de programas e sugestões de gostosuras na nossa cidade também recheiam nossa edição. Sente-se conosco, sinta-se em casa e sirva-se à vontade! E, já sabe: estamos sempre abertos a tudo de bom que a culinária belo-horizontina pode nos oferecer. Um abraço carinhoso,

Rua Francisco Deslandes, 869/1.103 CEP: 30.310-530 | (31) 3222-1829 Diretora geral / editora Carolina Lentz Projeto gráfico, design e redação: Carolina Lentz / Equipe Gíria Jornalista responsável: Nathalia Ilovatte - MTE: 0069528/SP Distribuição: Gratuita, em blitz dirigidas pela região centro-sul de Belo Horizonte e nas lojas Pão e Companhia, do Cruzeiro e Anchieta. Foto da Capa: Vinícius Parizzi para Mudra Veg Cartas à redação e sugestões: bhsabor@giria.com.br Para anunciar, ligue: (31) 3222-1829 fb/revistabhsabor parceiro de distribuição:

Carolina Lentz

ERRATA: Na edição nº 1, o telefone da Marmita Fitness publicado na seção “Boas Compras” estava incorreto. O telefone correto é o (31) 99111-1041.

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Alexandre Guzanshe

• Entrevista •

comida boa é com

ele mesmo! Nessa edição, conversamos com o jornalista gastronômico Eduardo Tristão Girão, que irá dividir conosco histórias e curiosidades sobre suas caminhadas pela gastronomia mineira, de um ponto de vista único e muito especial.

Conte-nos um pouco sobre como começou sua carreira como jornalista gastronômico. Eu nunca havia imaginado trabalhar como jornalista gastronômico. Na faculdade não se falava nisso e realmente não era um caminho comum quando me formei, em 2004. Minhas primeiras reportagens desse tema foram escritas ainda naquele ano e para o jornal Estado de Minas, empresa na qual trabalhei até outubro do ano passado. Eu não sabia como fazer jornalismo gastronômico e não tive quem me transmitisse esse conhecimento específico, mas tive um editor brilhante que me formou pessoal e profissionalmente, o João Paulo Cunha. A partir dessa ótima base, tive condições de começar a aprender na prática a escrever reportagens sobre gastronomia. E continuo aprendendo. Como funciona o trabalho crítico e avaliativo no que diz respeito à comida? Desempenhei o papel de crítico de gastronomia poucas vezes em minha carreira. Muitas

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pessoas se referem a mim como crítico de gastronomia, embora eu nunca tenha escrito crítica gastronômica nos 12 anos em que trabalhei no Estado de Minas. Talvez essa confusão se explique pelo fato de eu ter desenvolvido um estilo mais analítico de escrever minhas reportagens ao longo dos anos. Nos trabalhos em que preciso avaliar a experiência num estabelecimento, mantenho o foco na comida, ou seja, ela tem peso maior. Em segundo plano, avalio ambiente e serviço. Há uma série de critérios dentro de cada um desses três aspectos e avalio todos com igual atenção. Entretanto, a qualidade da comida é o principal. Gosto pessoal não vem ao caso numa avaliação profissional, pois ele não interessa ao leitor. Quem consome esse tipo de informação precisa mesmo é de perceber que o estabelecimento foi avaliado segundo critérios técnicos bem definidos, que não passam por preferências individuais do avaliador. Afinal, gosto pessoal cada um tem o seu e não há discussão.


Divida conosco uma experiência que te marcou positivamente nas andanças como jornalista durante todos esses anos. Ao longo desses anos, muitas experiências me marcaram no exercício da profissão, de maneira que é mais fácil falar das que ocorreram recentemente. Uma delas foi no início do ano, quando estive numa viagem em grupo para visitar fazendas produtoras de queijo na Serra da Canastra. O grupo voltou para BH e decidi estender a viagem para conhecer um produtor que sempre admirei e havia ficado de fora do roteiro original, o Luciano Machado, em Medeiros. Me programei para dormir na casa dele e acompanhar a produção do seu fantástico queijo do início ao fim, no dia seguinte. Ele e a família trabalham juntos em todas as etapas do processo, do cuidado com as vacas à rotulagem do produto. Foi lindo testemunhar essa comunhão. Me receberam com muito carinho e me deixaram totalmente à vontade para ver, perguntar e fotografar tudo o que eu quisesse. Foram 24 horas mágicas, de aprendizado intenso e convivência próxima com pessoas especiais. Minha percepção sobre queijo e minhas ideias sobre o ofício do produtor, de maneira geral, mudaram depois dessa experiência. Você já teve que comer alguma coisa que detestava para o trabalho? Não há o que eu não coma. É muito importante que eu me mantenha experimentando todo tipo de comida e bebida, quer eu goste ou não. Só assim é possível não apenas me manter atualizado, mas seguir aprimorando minha capacidade de análise sensorial. É um treino que jamais acaba, pois quanto mais você experimenta, melhor vai ficando nisso. E como você se sai na cozinha? Qual o prato de você mais gosta de cozinhar? Quando comecei a aprender a cozinhar, receitas da cozinha italiana foram a primeira referência. Vivi

a febre do risoto. Depois, fui me interessando pelas cozinhas de outros países, incluindo a brasileira. Hoje são os pratos nacionais os que me dão mais prazer na cozinha. Adoro fazer frango com quiabo, bobó de camarão, carne de sereno na manteiga de

É muito importante que eu me mantenha experimentando todo tipo de comida e bebida, quer eu goste ou não. Só assim é possível não apenas me manter atualizado, mas seguir aprimorando minha capacidade de análise sensorial.

garrafa, moqueca, farofa. Mas tudo tem sua hora e outro dia mesmo estava feliz da vida preparando um cuscuz marroquino com anchova. Você tem trabalhado muito com queijos artesanais. Como surgiu esse interesse e como tem sido esse trabalho? Foi algo acidental, apesar de eu ter uma longa relação com os queijos artesanais mineiros em reportagens, viagens e comprando para comer em casa mesmo. Surgiu demanda por evento de degustação desses queijos e um conhecido me indicou para a tarefa. Mesmo sem traquejo para falar em público, aceitei o desafio. Comecei em setembro do ano passado e não parei mais. O foco é nos queijos mineiros produzidos com leite cru (não pasteurizado) por pequenos produtores do

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Guilherme Bergamini

• Entrevista •

Eduardo em um de seus cursos de degustação de queijos e cervejas artesanais Estado. Geralmente são degustadas cinco variedades e frequentemente a harmonização é com cervejas mineiras, mas tenho feito vários eventos com vinhos ultimamente. Aliás, já fui procurado para desenvolver harmonizações desses queijos com café e cachaça. Tem sido muito gratificante compartilhar meu conhecimento a respeito com o público, que sempre se mostra interessado e aberto a conhecer melhor esse produto. A variedade de queijos mineiros artesanais é espantosa, a qualidade de alguns desses produtos é impressionante e cada vez mais produtores estão se aprimorando. Só agora toda a cadeia produtiva e o público consumidor estão despertando mesmo para isso. O momento é único. Conte-nos um pouco sobre seus próximos projetos no universo da gastronomia. No momento estou concentrado nos últimos ajustes de um site de gastronomia que lançarei em breve. Será focado em BH, mas com abertura para boas pautas no interior do estado, Brasil e exterior. Atualização diária, conteúdo completo e a mesma atuação criteriosa de sempre. Ainda não posso divulgar o nome, mas todos saberão em pouco tempo.

jogo rápido Um prato para... O melhor café da manhã: pão de queijo, café coado, leite frio e queijo minas artesanal curado. Almoço de domingo: um dos próximos que farei, em casa, terá arroz de mariscos com tucupi Depois do show: depende do show! Amo música e ela é capaz de ditar meu clima. Então, se for depois de uma roda de choro, comida brasileira com certeza. Receber um casal de amigos: qualquer coisa, desde que os amigos fiquem por perto enquanto a gente cozinha. Pedir o amor em casamento: um prato que envolva alma e verdade, que não tenha receita. Oferecer ao chefe: atualmente, meu chefe sou eu. Então, o melhor prato que posso oferecer a mim mesmo é aquele que começo a definir numa visita a um produtor ou num passeio pelo mercado. Ser sua última refeição: o estrogonofe da minha mãe, seguido do pavê de Sonho de Valsa que ela também faz muito bem.

Eduardo Tristão Girão é jornalista gastronômico graduado pela PUC Minas. Foi repórter do jornal Estado de Minas de 2004 a 2016. Já colaborou com o jornal Estado de São Paulo e as revistas Prazeres da Mesa, Gula, Encontro e do Supermercado Verdemar, além de ter integrado o júri da lista anual The World’s 50 Best (50 Melhores Restaurantes do Mundo) da revista inglesa Restaurant entre 2010 e 2012. Fez viagens gastronômicas para Portugal, Chile e Espanha e cobriu a maioria das edições do Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes, além de eventos como Mesa Tendências. Avaliou bares e restaurantes para o Guia Unibanco Minas Gerais (editora Bei, 2005). Atua como mediador e jurado em competições, debates e demais eventos do setor gastronômico. Desde 2016, promove degustações harmonizadas de queijos artesanais mineiros.

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ndo um organiza nhece á t s E ? E você mico, co gal que vai astronô le evento g a ou iniciativa nte pra ir fe nte? Co a o z m ri u o H alg lo e B er em acontec mail da revista: oe n m.br gente giria.co @ r o b a bhs

• Agenda •

• 8º Circuito Gastronômico da Pampulha O Circuito Gastronômico da Pampulha chega em sua oitava edição com uma saborosa e extensa programação. Contando com cinco ações especiais, o evento terá pratos inéditos nos restaurantes selecionados, cozinhas-shows e intervenções culturais, festins, programa de desconto para a ampliação do acesso à gastronomia e votação do restaurante destaque desta edição do Circuito. Outra inovação é o 100% de desconto no prato do acompanhante para os usuários do aplicativo. Quando: de 11/09 a 05/11. Mais informações em: fb.com/circuitogastropampulha • Feira Fresca Na Feira Fresca, toda semana, pequenos produto-

res locais se reúnem com consumidores para fazer um comércio justo e consciente. A feira acontece aos fins de semana, em locais diversos em BH. Formada por pequenos produtores, a feira propõe uma reflexão e uma mudança no modelo de consumo de alimentos, prezando pela qualidade, pelo baixo custo e por um envolvimento maior com o ingrediente. Vale a visita! Quando: Dia 24/09, de 9h às 15h, na Casa Ateliê Rua Gonçalves dias, 3182. Mais informações de outras datas e locais em: www.feirafresca.com.br. • 7ª Uaiktoberfest Nos dias 7 e 8 de outubro acontece, em Nova Lima, a 7ª edição da Uaiktoberfest, festival de cerveja artesanal que promete muita música, boa comida e, claro, as melhores cervejas artesanais do Estado. Em breve, mais informações poderão ser encontradas nas redes sociais oficiais do evento. Quando: Dias 7 e 8 de outubro, no Clube do Sindicato - Honório Bicalho, em Nova Lima. Mais informações em fb.com/uaktoberfestoficial e, no Instagram, em @uaiktoberfestoficial.


• Happy Hour •

Delícias refrescantes! A primavera colore as ruas, nossos dias e as nossas cozinhas. O frescor dessa época do ano pede happy hours igualmente coloridos e refrescantes. Separamos algumas receitas de drinks que, além de deliciosos e fáceis de preparar, dão o tom da estação mais colorida do ano na hora de receber os amigos em casa!

Mojito de morango Ingredientes: • 50 ml de rum • 10 ml de suco limão • 100 ml de água com gás • 12 morangos • Folhas de hortelã • 5 colher de sopa de açúcar • Gelo a gosto modo de preparo: Corte e macere os morangos. Coloque, então, os ingredientes na jarra e vá misturando delicadamente. Coloque nos copos em que será servida a bebida 1 ramo de hortelã e algumas fatias de morango para enfeitar

Campari orange Ingredientes: • 150 ml de suco de laranja • 50 ml de Campari • 1 fatia de laranja • Gelo a gosto modo de preparo: Misture os ingredientes em um copo com gelo. Use a fatia de laranja para decorar. Adoce se quiser.

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maravilha tropical Ingredientes: • 50 ml de vodka • 50 ml de suco de laranja • 50 ml de suco de abacaxi • 1 colher de sobremesa de açúcar • Fatia de laranja e cereja para decorar modo de preparo: Misture os ingredientes em um copo com gelo. Use a fatia de laranja e a cereja para decorar.

Peach on the moon Ingredientes: • 1 pêssego em calda picado • 1 colher de sobremesa de açúcar • 50 ml de suco de pêssego concentrado • 50 ml de cachaça • Fatia de laranja para decorar

shot de manga e morango

modo de preparo: Misture os ingredientes em um copo com gelo. Use a fatia de laranja para decorar.

Ingredientes: • 300 g. de manga sem casca • 150 g. de morango • 5 g. de gengibre descascado • 40 ml de vodka • 15 g. de mel • 100 ml de água • Gelo a gosto modo de preparo: Bata o morango no liquidificador até formar um creme espesso e reserve. Em seguida, bata a manga com o restante dos ingredientes (inclusive o gelo) no liquidificador até formar um creme liso. Sirva em seguida.

tequila sunrise Ingredientes: • 50 ml de tequila • 20 ml de vodka • 100 ml de suco de laranja • 20 ml de groselha modo de preparo: Coloque a groselha no fundo do copo. Acrescente a tequila e a vodka e complete com suco de laranja. Se precisar, adoce com açúcar (a groselha já adoça) e complete com gelo.

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• Matéria de Capa •

Nutritivo, delicioso e

sem carne

Seja pela própria saúde ou pelos direitos dos animais, adeptos do vegetarianismo abrem mão da carne, mas não do prazer de saborear boas refeições

Por Nathalia Ilovatte*

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Há dois meses, a comerciante Beatriz Diniz ouviu da filha Rebecca, de 10 anos, que ela havia tomado uma importante decisão: não comer mais nenhum tipo de carne. “Eu não quero mais. Eu acho que os animais não têm que morrer para nós os comermos”, justificou. O pai ficou preocupado. A mãe disse para pensar bem. Mas a menina, que há quatro anos já não toma refrigerantes – também por decisão própria – se manteve firme na escolha e conquistou o apoio dos dois. Rebecca já é, aos 10 anos, vegetariana. Até então, a mãe da criança não imaginava uma refeição sem frango, peixe ou um bife. Mas, pela filha, passou a pesquisar outras opções de pratos, entrou em grupos no Facebook, foi atrás de receitas e usou a criatividade para fazer algumas adaptações. “Nós duas estamos descobrindo a cozinha juntas”, conta ela.

De acordo com o Ibope de 2012, 15,2 milhões de brasileiros são vegetarianos, número que corresponde a 8% da população. Mas, especificamente em Belo Horizonte, essa proporção é um pouco maior: a parcela de vegetarianos entre os moradores da cidade chega a 9%. Dona da Koma-Batata, uma empresa que faz delivery de batatas recheadas, ela acrescentou uma opção vegetariana ao cardápio. Em casa, caldo de mandioca e estrogonofe de brócolis entraram no menu, e Beatriz prepara os pratos sem bichinhos com tanto capricho que, confessa, às vezes eles ficam mais gostosos do que a versão com carne. Rebecca não está sozinha no modo de se alimentar. De acordo com o Ibope de 2012, 15,2 milhões de brasileiros são vegetarianos, número que corresponde a 8% da população. Mas, especificamente em Belo Horizonte, essa proporção é um pouco maior: a parcela de vegetarianos entre os moradores da cidade chega a 9%. E se antes as pessoas que abrem mão da carne no prato eram

Beatriz e a filha, Rebecca, descobrem a cozinha juntas associadas a perfis bem peculiares, como da personagem Phoebe Buffay, do seriado Friends, hoje a “cara” do vegetariano não poderia ser mais diversificada. Que o diga o empresário Marcelo Volker, dono de uma agência de publicidade que decidiu mudar a própria alimentação e também investir nesse nicho. “Virei vegetariano porque entendo que a carne não é tão bem digerida pelo organismo”, conta ele, que prefere não se envolver com a militância pelos direitos dos animais. Para ele, o modo de se alimentar não precisa estar atrelado a posicionamento político, tampouco virar um rótulo. Pensando no público que quer mudar o jeito de comer sem automaticamente ser incluído em um nicho ativista, o empresário pretende substituir a descrição dos pratos do delivery Mudra por algo menos estigmatizado. Em vez de vegetarianos, serão chamados apenas de “sem carne”. Ciente de que na nossa cultura a carne é quase sempre a grande estrela das refeições, Marcelo foi buscar inspiração nas culinárias orientais, como a tailandesa, e também nas europeias, e assim o Mudra ganhou um menu saboroso e diversificado, mas sem perder o gingado brasileiro. “Para fazer um cardápio competitivo que não tenha carne é preciso abusar de temperos e de criatividade em termos de textura. Se você mantiver o raciocínio da culinária com carne vai acabar fazendo pratos que não são tão bons. O raciocínio da comida vegetariana tem que ser diferente, todos os elementos têm que ter um apelo maior”, explica. Colocando a mão na massa Elaborar receitas sem carne quando se está habituado a colocá-la como protagonista em todos os pratos é um desafio, mas para a empresária e chef

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Vinicius Parizzi - Mudra

• Matéria de Capa •

Para Marcelo Volker, do Mudra, o segredo de um prato vegetariano saboroso é caprichar no tempero e na textura de todos os alimentos que o compõem a domicílio da Grãos de Amor Marcelle Valença, é também um prazer quase tão grande quanto saborear o resultado de muita experimentação e criatividade na cozinha. Ela se tornou vegetariana em 2011, ao fazer um curso de meditação que propôs aos participantes que ficassem seis dias sem comer carne. “O curso terminou, eu me senti super bem e resolvi me desafiar a ficar sem carne até quando eu aguentasse”, recorda ela, que decidiu se tornar vegetariana pela própria saúde, pelos animais e pelos impactos da produção de carne no meio ambiente. Daí em diante, as experiências na cozinha se tornaram um tanto mais divertidas. “Quando eu tirei a carne comecei a descobrir novos alimentos. Estava muito aberta para experimentar, então preparar pratos vegetarianos foi uma brincadeira para mim”, conta ela, que evita usar a soja como substituta por ser muito difícil encontrá-la sem agrotóxicos. “Na Grãos de Amor nós usamos o que vem da terra. O estrogonofe é feito com cogumelo e legumes, e em vez do creme de leite, usamos creme de inhame. Para a feijoada, grelhamos na churrasqueira os cogumelos, a couve-flor, o quiabo, e no final tudo é misturado com o feijão preto.

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O aroma nos dá o sabor defumado que queremos”, explica. O marido e sócio de Marcelle, Alex Machado, a acompanha na cozinha e na missão de disseminar a alimentação sem carne. “O nosso propósito é plantar uma sementinha na consciência de cada um, de que é possível se alimentar sem usar ingredientes de origem animal e sem usar soja. Temos clientes que consomem carne, queijo, leite, e quando comem a comida que preparamos nós plantamos essa ideia de que tem comida gostosa e com ingredientes que são melhores para a saúde”, diz. De acordo com a nutricionista clínica e comportamental Izabela Cunningham, que é vegana há mais de dez anos, ir para a cozinha e se permitir experimentar receitas, sabores e ingredientes é o segredo de uma alimentação diversificada e prazerosa. “A ideia é aumentar o número de opções, e não diminuir. Geralmente as pessoas pensam que ao se tornarem vegetarianas terão que reduzir suas opções de escolha e isso não é verdade”, afirma. Ela explica que a alimentação sem carne não demanda compras caras nem complicadas. “Este


é um mito que precisa ser derrubado. Isso porque os principais ítens são facilmente encontrados em qualquer supermercado ou feira, como arroz, feijão, frutas, legumes, verduras, folhosos e tubérculos, entre outros, que formam a base de uma alimentação sem carne, potencialmente saudável, variada e saborosa. Ervas desidratadas e temperos naturais oferecem inúmeras possibilidades de paladar, cor e aroma, que darão um toque especial à comida”.

Mas a nutricionista Izabela Cunningham alerta que abrir mão do bife no almoço, por si só, não é garantia de boa saúde. “Retirar carne e outros produtos de origem animal do prato não quer dizer, necessariamente, que determinada pessoa deveria engordar, emagrecer, ter mais ou menos saúde. O impacto da mudança de hábitos alimentares é individual, cada organismo responde de um jeito, porque somos únicos”, pondera.

Impactos na saúde e no bem-estar Quem deixa de comer carne garante: os efeitos da mudança na alimentação são perceptíveis já no primeiro mês da nova dieta. A personal trainer Flávia Giancotti tornou-se vegetariana há 12 anos, e conta que desde então se sente leve e feliz. “A energia mudou. Sem falar nos benefícios para minha saúde, pois melhorei todos os meus índices, como glicose e colesterol, e eliminei 7 quilos sem o menor esforço e comendo coisas deliciosas. Meu cabelo também agradeceu depois que parei de usar produtos testados em animais”, comemora. Para quem acha que essa conversa é balela, a ciência tem muito a dizer. De acordo com um estudo feito na Universidade do Sul da Califórnia, o consumo excessivo de proteínas de origem animal aumenta em até quatro vezes o risco de ter câncer, e dobra a probabilidade de morte precoce. São riscos semelhantes aos que fumantes estão expostos. Além disso, pesquisadores japoneses publicaram no site científico Jama Internal Medicine um estudo que comprova alguns benefícios da dieta vegetariana. Segundo eles, vegetarianos costumam ter a pressão arterial mais baixa, 12% menos riscos de morrer precocemente e 32% menos chances de desenvolver doenças cardíacas.

Retirar carne e outros produtos de origem animal do prato não quer dizer, necessariamente, que determinada pessoa deveria engordar, emagrecer, ter mais ou menos saúde. O impacto da mudança de hábitos alimentares é individual, cada organismo responde de um jeito, porque somos únicos”.

No VillaVeg, Tati Gonçalves faz o que mais gosta: cozinhar com amor

Com a consciência tranquila Morrissey, vocalista da banda britânica The Smiths, canta versos que avisam que um bife no prato é um assassinato. A eterna patricinha de Beverly Hills Alicia Silverstone e a musa de S.O.S. Malibu Pamela Anderson posaram nuas para chamar atenção para a crueldade da indústria da carne. E no maior serviço de streaming do mundo, o Netflix, um dos filmes de maior destaque atualmente é Okja, que questiona a relação dos seres humanos com os animais criados para consumo. Refletir sobre a origem do que se põe à mesa é um hábito cada vez mais disseminado, e vai dos agrotóxicos e transgênicos aos ingredientes “ocultos” e de efeitos controversos, como o glutamato monossódico. Passando também, é claro, pela maneira como os animais são criados, transportados e abatidos para que uma fatia de presunto ou um espetinho de frango chegue ao prato. “Sempre tive um consumo baixo de carne e nunca me dava conta de que consumia pedaços de vida. Achava que o leite de caixinha não vinha

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• Matéria de Capa • da vaca e não consumia o leite do interior tirado ao pé do animal pois tinha dó e coisas do tipo. Quando vi que eu tirava uma vida para saciar o meu paladar não consegui mais consumir nada de origem animal”, conta a empresária e chef Tati Gonçalves, do restaurante VillaVeg. Vegana desde 2015, ela mudou não só a alimentação, mas também deixou de consumir produtos testados em animais, e vive satisfeita com o estilo de vida que adotou. “Consciente. É assim que me sinto. Ao menos eu estou causando o mínimo de sofrimento possível ao animais”, afirma. A sócia de Tati, Shirley Fraguas, parou de comer carne na década de 80, e conta que até então não sabia a origem da comida no prato. “Quando tomei consciência parei imediatamente”, diz. Juntas, as duas tornam mais prática e fácil a vida de quem decide seguir o mesmo caminho alimentar - mesmo que não pelos direitos dos animais. “O VillaVeg surgiu da insistência de amigos. Sempre gostei de cozinhar e fazia meus amigos de cobaias experimentando meus pratos e receitas. No início do ano, com a crise financeira, resolvi me arriscar e trabalhar com algo que para mim é muito

natural: cozinhar com amor e prazer”, conta Tati. Uma alimentação balanceada é possível “Você vai ficar fraco!”, é o que muitos vegetarianos escutam ao falar sobre a decisão de mudar o cardápio. No entanto, ser vegetariano, ou até vegano, e ser perfeitamente saudável é mais fácil do que parece. A nutricionista clínica e esportiva Liliane Lentz explica que a carne é rica em proteína de alto valor biológico, ferro e vitamina B12. Mas que todos esses nutrientes podem ser encontrados em vegetais. “Uma combinação adequada, como de um cereal com uma leguminosa - nosso querido arroz e feijão - fornece todos os aminoácidos [que compõem a proteína]. Já a biodisponibilidade vegetal do ferro é menor, mas acrescentando alimentos ácidos à dieta, ela é aumentada”. Portanto, até mesmo quem segue uma dieta vegana, e não consome leite, ovos e nenhum produto de origem animal, pode ser saudável. Basta consumir os nutrientes necessários em fontes vegetais. “É possível o vegano ter uma alimentação

Para quem pensa em abrir mão da carne mas acha que vai morrer de saudade das comidas “junkie”, como hambúrguer e frituras, uma boa notícia: tudo pode ser adaptado. Para Rebecca, Beatriz criou uma versão vegetariana da coxinha.

coxinha vegetariana Ingredientes: • 2 xícaras de água • 1 tablete de caldo de legumes • 4 colheres de sopa de azeite • 2 xícaras de farinha de trigo • 2 dentes de alho • 1 cebola média • 1 xícara de palmito • 1 xícara de azeitona • 1 xícara de milho • 1 colher de sopa de molho de tomate • Farinha de rosca modo de preparo: Coloque para ferver a água, o caldo de legumes e o azeite, e acrescente as 2 xícaras de farinha de trigo de uma vez. Mexa até soltar da panela. Faça o recheio de sua preferência. A sugestão é: refo-

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gue 2 dentes de alho e meia cebola, acrescente palmito, azeitona, milho, uma colher de molho de tomate. Mexa e deixe esfriar. Modele as coxinhas, passe na água e na farinha de rosca. Frite em óleo bem quente até dourar.


• Dez vegetarianos famosos •

Paul McCartney

Ellen Page

Brad Pitt

Ariana Grande

Michelle Pfeiffer

Kate Winslet

Peter Dinklage

Rodrigo Santoro

Anne Hathaway

Jared Leto

rica e completa, variando os alimentos ingeridos e fazendo boas combinações. Na verdade, isso se aplica a todos os tipos de dieta. Uma pessoa que não é vegana pode apresentar deficiência de micronutrientes por ter uma alimentação muito restrita”, explica Liliane. De acordo com Izabela Cunningham, o único nutriente que pode faltar a um vegetariano ou vegano é a vitamina B12, presente na carne e em menor quantidade em derivados do leite. “Como os vegetarianos e os veganos não consomem as fontes mais ricas de vitamina B12, sugere-se que sejam realizados exames de sangue para detectar se há deficiência no organismo da mesma. Caso seja necessária, indica-se a suplementação, que é segura e barata”, orienta. *Nathalia é jornalista formada na Universidade Santa Cecília, em Santos, mas escolheu Belo Horizonte para morar. Já cobriu Moda, Beleza, Comportamento e Mulher nos portais iG e R7.

Dúvidas sobre a saúde na alimentação vegetariana? Fale com as nutricionistas:

Izabela Cunningham - Nutricionista Clínica e Comportamental Tel. (31) 3423 3553 - Whatsapp: (31) 98772 2352 Liliane Lentz - Nutricionista Clínica e Esportiva - Tel: (31) 3273 0710.

Um oásis orien tal escondidinho na Savassi

Quem passa pe lo número 1220 Getúlio Vargas da avenida pode nem pe rceber que al no final do co i, rredor lateral de um prédio, um paraíso ga há stronômico pa ra vegetarianos e amantes da comida orient al. No buffet restaurante Ya do n Shan Zay, que existe nest endereço há 7 e anos, os clien tes - que cost mam virar frequ uentadores assíd uos do lugar se deliciam co m tofu agridoc e, raiz de bardan empanada, gu a ioza e deliciosa s saladas, tudo preparado pela taiwanesa Lilia n. O marido dela , conhecido pe como Matheus la clientela , explica que o principal segredo dos delicio sos pratos do Yan Shan Zay amor. Mas qu éo e os temperos também faze muita diferenç m a. “Usamos te mperos que en contramos aq ui, só tem um que importam de Taiwan po os rque aqui não se faz, e o us mos para quas ae tudo”, conta. Vegetariano há 25 anos, ele expl mudou a alimen ica que tação para bene ficiar a própria saúde, e porq ue Buda disse que não precisam comer carne po as pessoas r causa da lei da causa e ef eito. “Eu não sou budista, m li o livro dele”, as afirma. Yan Shan Zay - Avenida Getú lio Vargas, 1220 Savassi. R$ 46 , o quilo. Aberto de segunda a sábado, das 11h 30 às 15h.

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• Doçuras •

Ele é

REI

Além de linda, ela reúne acidez e doçura de uma forma como nenhuma outra fruta consegue fazer. Aproveite as dicas e se aventure com delícias de abacaxi!

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Brigadeiro de abacaxi com hortelã Ingredientes: • 1 lata de leite condensado • 1 colher (sopa) de manteiga • 1 colher (sopa) de hortelã picada • 1 xícara de abacaxi cozido e picado • raspas de chocolate branco ou chocolate granulado amarelo modo de preparo: Leve ao fogo o leite condensado, a manteiga e a hortelã. Mexa até engrossar e em seguida acrescente o abacaxi. Quando chegar ao ponto de brigadeiro, desligue o fogo e deixe esfriar em um refratário. Enrole em pequenas quantidades e enrole com as raspas de chocolate branco.


pão cremoso de abacaxi e coco Ingredientes: Massa: • 1 tablete de fermento biológico • 4 colheres (sopa) de açúcar • 2 colheres (sopa) de margarina amolecida • 2 ovos • 1 xícara de água morna • 1/2 xícara de aveia em flocos finos • 6 xícaras de farinha de trigo Recheio: • 1 lata de abacaxi em calda • 1 lata de leite condensado • 1/2 xícara de coco ralado • 1 colher (sopa) de margarina • 1/2 xícara de creme de leite sem soro • 1 vidro de leite de coco Cobertura: • 1 xícara de açúcar de confeiteiro • Sumo de 1/2 limão • 2 fatias de abacaxi (em caldas) cortadas em cubos modo de preparo: Massa: Em uma tigela, dissolva o fermento no açúcar, misture a margarina, os ovos, a água, a aveia e aos poucos acrescente a farinha de trigo. Trabalhe a massa até soltar das mãos e ficar homogênea. Cubra e deixe descansar até dobrar de volume.

Recheio: Escorra o abacaxi em calda e reserve duas fatias. Pique o restante e coloque em uma panela. Acrescente o leite condensado, o coco, a margarina, o creme de leite e o leite de coco. Leve ao fogo brando, mexendo sem parar até engrossar. Deixe esfriar. Montagem: Trabalhe novamente a massa e a divida em duas partes. Com cada parte, abra 3 retângulos, recheie e enrole como um cordão. Faça, com os cordões, uma trança. Coloque em uma assadeira, untada com margarina, cubra e deixe descansar por 30 minutos. Pincele a gema e asse no forno preaquecido a 220º até dourar. Cobertura: Misture o açúcar, o sumo de limão e espalhe sobre a rosca. Por cima, coloque os cubos de abacaxi.

gelado de abacaxi Ingredientes: • 1 abacaxi • 1 lata de leite condensado • 1 caixinha de creme de leite • 1 vidro de 200 ml de leite de coco • 2 gelatinas sabor abacaxi • 1 xícara de água • 1 colher de sopa de açúcar modo de preparo: Descasque e pique o abacaxi. Coloque-o na panela, com a água e o açúcar, leve ao fogo e deixe ferver por 10 minutos. Coe e reserve o caldo. Com ele ainda quente, acrescente a gelatina, misturando bem até que ela dissolva. Misture o abacaxi com o caldo, acrescente o leite condensado, o creme de leite e leite de coco. Leve a mistura à geladeira por 3 horas em porções individuais. Se quiser, decore com cerejas e uma folhinha de hortelã.

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• Dica do Expert •

A engenharia do

queijo perfeito Por Fernando Guimarães*

A minha história com o queijo começou muito cedo. Com o meu avô Zé Guimarães, comerciante de queijos, tive o privilégio de aprender muito sobre esse universo: da seleção e armazenamento até o processo de cura. Dele, ouvi também boas histórias, como a do início da produção leiteira em Araxá, cidade em que nascemos. A região de solo rico e águas medicinais foi uma das primeiras, no Brasil, a receber o gado leiteiro, trazido pelos portugueses da Ilha dos Açores. Os fazendeiros que ali se instalaram usavam os queijos produzidos como moeda de troca por sal e outros produtos. Como os comerciantes, ou mascates, só passavam de tempos em tempos e as geladeiras ainda não existiam, eles tiveram que desenvolver uma técnica de cura para conservar os queijos durante as longas viagens de burros e trens até São Paulo ou Rio de Janeiro. O processo de maturação, que, a princípio, era apenas um recurso para fazer com que o produto re-

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BH Sabor • jun/jul. de 2017


sistisse ao tempo, acabou se revelando como uma excelente forma de apurar os sabores e texturas dos queijos. A apreciação pelos queijos curados vem crescendo em todo o mundo, comprovando que não são só os vinhos que melhoram com o tempo. Falando em tempo, por muitos anos, esse meu interesse pelos queijos foi apenas um hobbie que parecia bem distante da profissão de engenheiro. Até o dia em que percebi que poderia unir os dois, que a busca pelo queijo perfeito poderia ser a minha grande obra. Então, em 2015, nasceu a Queijenharia, na cidade de Rio Acima, uma região montanhosa bem próxima de BH, onde, encontrei o microclima e terrois ideais para esta empreitada. A criação da empresa é recente, porém, os queijos que curo são resultado de quase duas décadas desenvolvendo e aprimorando técnicas para maturar e introduzir especiarias até então inéditas no queijo Minas artesanal de leite cru. Todo o processo de cura é feito de forma totalmente artesanal e leva, em média, de 30 a 60 dias, exigindo uma manutenção diária. Alguns queijos, de longa maturação, chegam a ter mais de 18 meses de cura. Para trazer um sabor ainda mais marcante para os queijos, percebi que o ideal seria produ-

zi-los já com algumas especiarias. Foi, então, que busquei uma parceria, me lembrando mais uma vez de um conselho do meu avô: “a procedência do queijo é um fator decisivo para desenvolvimento de uma cura perfeita”. Em Araxá, encontrei os produtores Reinaldo e sua esposa Dalva, do premiado Sítio Real, que toparam o desafio. Desta alquimia, que une os aromas de cozinhas milenares, como a indiana, a chinesa e a francesa, ao sabor dos queijos mineiros, já resultaram nossos onze sabores de queijos curados: amêndoa

A apreciação pelos queijos curados vem crescendo em todo o mundo, comprovando que não são só os vinhos que melhoram com o tempo. defumada, azeite, café, cardamomo, chimichurri, curry, ervas finas, meia cura, mostarda holandesa, páprica picante e pimenta caiena. Além disso, hoje, oferecemos também queijos trufados de goiabada e doce de leite.

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• Dica do Expert • Esta profissão de ”Queijenheiro“ tem me trazido muitos desafios e também muito prazer ao sentir a satisfação estampada no rosto das pessoas ao degustarem nossos produtos. Os convites para expor nossos produtos em feiras de produtos artesanais e eventos gastronômicos nas cidades de Belo Horizonte, Araxá, Ouro Preto, Tiradentes e Nova Lima são, para mim, uma comprovação do trabalho bem feito. Seja pelo prazer de receber em casa, reunir os amigos em uma festa, ou simplesmente tomar um café gostoso em família, os queijos estão sempre presentes nas mesas mineiras.

onização

Natália Alvarenga

*Fernando é engenheiro e proprietário da Queijenharia.

Dicas de harm

A escolha da be bida ideal influ encia muito na percepção dos sabores do quei jo, ou vice-vers Os queijos que a. desenvolvo sã o pensados es cialmente para peharmonizar co m cachaças, ce vejas artesana ris, vinhos, espu mantes e whi kies. Para não serrar na harm onização, a re geral é que qu gra anto mais forte o queijo, mais forte deve ser a bebida para ac ompanhá-los. - Vinhos bran cos, espuman tes e cervejas leves: queijos frescos e com sabores mais suaves, como ricota, cotagge e Minas com er vas finas ou ca rdamomo. - Vinhos inte nsos: queijos co m mais tempo de cura e sabo res mais marca ntes, tais com Minas curados o com mostarda ou páprica. - Whiskies ou cachaças enve lhecidos: queijos mais fortes, com um curtido no azeite, com 18 meses de cu ra. - Cervejas m altadas: quei jos maturados com notas am e endoadas, co m queijo Min curado com am as êndoas defum adas - Cervejas mai s lupuladas, m . ais amargas: com queijos m ais salgados, ac res, azedos. - Cervejas fo rtes e com m aior residual açúcar: com de queijos azuis, tipo Roquefor Gorgonzola. te

DICA PARA CONSERVAR O SEU QUEIJO ARTESANAL: • PARA CONTINUAR A CURA: Mantenha-o em local fresco e arejado, coloque-o sobre uma tábua de madeira, evite contato com superfícies plásticas, cubra-o com uma tela de proteção, vire o queijo de lado a cada 24 horas. • PARA ESTABILIZAR A CURA: Envolva-o em papel toalha e cubra-o com plástico filme, retirando todo o ar. Mantenha-o na parte menos refrigerada da geladeira e retire-o uma hora antes de degustá-lo.

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BH Sabor • AGO/SET. de 2017


• Boas Compras • O bolo de fubá com goiabada da Band Cakes é uma perdição para a hora do café. Como todos os bolos da casa, ainda por cima tem um formato lindo. Delícia! Onde encontrar: Band Cakes Av. Bandeirantes, 722, Mangabeiras. (31) 3504-2265 Preço: R$ 24,00.

A Trota alla Griglia (truta grelhada inteira com especiarias) é daqueles pratos para amante de frutos do mar nenhum botar defeito. De começar a comer com os olhos! Vale experimentar. Onde encontrar: Est! Est!! Est!!!, Autentica Cucina Italiana - Av. Getúlio Vargas, 107, Funcionários. Preço: R$ 58,00.

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• Boas Compras • O suco de laranja da New Frut, acreditem, tem gosto mesmo de suco feito em casa. É incrível. Provando uma vez, fica difícil comprar outro industrializado. Onde encontrar: Supermercados Epa Plus. Preço: R$ 8,90, de 1 litro e R$ 3,90, de 350 ml (em média).

Esse sanduíche de “calabresa” vegano é delicioso e cheio de sabor! Feito com pão ciabata, acompanha calabresa e mussarela veganas, cebola grelhada no azeite e ervas da casa e molho de pimenta biquinho ao barbecue. Onde encontrar: VillaVeg Cozinha Natural Rua dos Timbiras, 715, Funcionários. Preço: R$ 19,00.

Se você acha que moqueca boa é feita só com peixe precisa experimentar essa da Mudra! Ela é feita com palmito pupunha e acompanha pirão, arroz e banana da terra grelhada. Deliciosa e totalmente vegana. Onde encontrar: Mudra - (31) 3225-8860 www.mudraveg.com.br. Preço: R$ 15,00.

Uma delícia o vinho Montefrío, tempranillo da região da La Mancha. Vai muito bem sozinho ou em uma boa e tradicional sangria espanhola. Onde encontrar: Casa Rio Verde Preço: R$ 34,90.

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BH Sabor • AGO/SET. de 2017


A pizza Caliente da Fórmula Pizzaria é criação exclusiva da marca! A combinação de molho de tomate, mussarela, champignon, peito de peru, cream cheese, pimenta biquinho e óregano é deliciosa! E, pedindo pelo site, a entrega é grátis. Onde encontrar: Fórmula Pizzaria - 2511-3113 www.formulapizzaria.com.br Preço: R$ 39,99 (4 fatias), R$ 45,99 (6 fatias) e R$ 53,99 (8 fatias).

As roscas da marca artesanal belo-horizontina Família Quitanda são muito, muito boas! Especialmente a rosca de trança, com toque de canela. Vale muito a pena experimentar. Onde encontrar: Fazenda de Minas R. Santa Rita Durão, 941, Savassi. Preço: R$ 11,70.

O pão de queijo da Pão e Companhia é delicioso e insubstituível! O sabor único da receita da casa faz com que clientes saiam de casa só para comprar alguns para o lanche. E, pra quem quiser comer em casa a qualquer hora, há venda também das unidades congeladas. Onde encontrar: Pão e Companhia - Rua Francisco Deslandes, 715, no Anchieta. Preço: R$ 51,00, o kilo do assado e R$ 44,00, do congelado.

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