Centro Base - Memorial TFG 2021 | São Joao dos Cabritos, Salvador, BA

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centro base carolina mescollotto moretti


“A arquitetura é um pretexto para que as coisas se desencadeiem e, eventualmente, se transformem através do próprio uso. Que é o que acontece na vida da gente” paulo mendes da rocha


carolina mescollotto moretti trabalho final de graduação pontifícia universidade católica de campinas centro de ciências exatas e de técnologia faculdade de arquitetura e urbanismo prof. orientador.

fabio boretti netto de araújo campinas, dezembro de 2021


“Vou mostrando como sou E vou sendo como posso Jogando meu corpo no mundo Andando por todos os cantos E pela lei natural dos encontros Eu deixo e recebo um tanto E passo aos olhos nus Ou vestidos de lunetas Passado, presente Participo sendo o mistério do planeta” novos baianos


Chegamos, Não poderia chegar até aqui e apenas dizer, cheguei. Na vida, cruzamos com várias pessoas em nosso caminho, muitas passam, algumas ficam e poucas permanecem, mas todas deixam sua marca e influência na gente, no momento exato e o tempo que for necessário. E eu não poderia deixar de agradecer a cada uma dessas pessoas, que passaram por aqui e me deram um pouquinho delas, seja lá o que foi. Em especial aos que diretamente divido meu diploma, que é meu, mas é também da minha mãe, que sempre acreditou em mim, me ensinou a ser forte e honesta. Do meu pai, que me ensinou o valor do trabalho e colocou o primeiro tijolo na minha mão. Do meu vô Mário (em memória) que tanto me ensinou sobre a imprevisibilidade da vida e da luta, e que independente da situação, sempre podemos sair dançando dela. Da minha irmã, meu oposto complementar, que tanto divide comigo o outro lado da moeda. De todos meus outros familiares e amigos, que estiveram do meu lado até aqui, obrigada. Aos que estiveram os cinco anos diretamente e constantemente ao meu lado, nos melhores e nos piores momentos, Henry, Bia e Gabriel, é de vocês também. Divido também com toda equipe do 24 7 Arquitetura, que tanto me acolheram e me ensinaram nesses últimos dois anos.

Com todos os meus professores, desde os quais me alfabetizaram, educaram à todos aqueles que me orientaram, me acolheram e me abraçaram, sem esquecer os que mais estiveram por perto, ao Fábio Muzetti, meu primeiro orientador, amigo e que tanto me abriu as portas dentro do mundo acadêmico. Ao Pedro Paulo que sempre me mostrou os infinitos caminhos e olhares da vida com muita sensibilidade. Ao Wilson Mariana que me entregou os mais sensíveis e diversos pontos de vista que a vida tem, e me convidou a sempre observá-los com atenção. A Ana Pedro e Ana Farah, que sempre estiveram prontas para nos acolher em qualquer situação. Ao Maxim (em memória), que me ensinou que não importa se às vezes tomamos o caminho errado. O caminho errado também é o caminho certo, o erro faz parte do acerto e sem ele não há a construção do aprendizado. Esse diploma também é meu, e é de tudo que constituí o meu ser, de cada tempo, espaço e partícula, e é principalmente de todos os quais terei a honra de projetar “tijolo com tijolo num desenho mágico e lógico¹”, esse é apenas o início. E por último, nosso diploma. Meu muito obrigada ao grupo pelo ano tranquilo e leve, Ana, Fernanda, Giulia, Helena e Julhia, a colaboradora Adriana Bahia e ao Orientador Fabio Boretti, “que já viajaste tantas canções comigo e ainda há tantas por viajar²” uso das palavras de Vinícius a Tom Jobim para agradecer as trajetórias que foram esses últimos anos, obrigada por não cortar minhas asas mesmo quando o voo estava desequilibrado.

¹ trecho da música “Construção” - Chico Buarque ² trecho da música “Samba da Benção” - Vinicius de Moraes


Um agradecimento especial aos soteropolitanos que tanto nos auxiliaram no trabalho urbano e deixaram todo território um pouco mais palpável. Agradeço também aos profissionais da saúde, esse projeto arquitetônico não seria possível sem essa colaboração, obrigada por compartilharem comigo a experiência e conhecimento de vocês, para juntos, tentarmos amenizar um pouco das injustiças sociais e podermos propor a base da saúde.


ana flávia canavese, psicóloga angélica prupere, enfermeira beatriz pagano, nutricionista eduardo brasil, médico elaine popes, enfermeira isabella moretti, estudante de nutrição marina pesci, estudante de medicina mirela mathias, estudante de medicina thabata campos, enfermeira

com licença, bahia



índice 1. introdução 2. contexto urbano e tema (saúde) 3. lugar e conexões urbanas 4. implantação 5. programa 6. projeto 7. processo de montagem 8. módulos independentes 9. considerações finais 10. bibliografia


“Igual a como quando eu passo no subúrbio Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar E aí me dá uma inveja dessa gente Que vai em frente sem nem ter com quem contar São casas simples com cadeiras na calçada E na fachada escrito em cima que é um lar Pela varanda, flores tristes e baldias Como a alegria que não tem onde encostar” chico buarque


1. introdução Este memorial compreende a proposta de programa que se desenvolve a partir do Projeto Rede, plano urbano realizado no primeiro semestre de 2021, pedaço de terra que toca o mar dentro da Baía de Todos os Santos, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, Bahia. O plano fundamenta o trabalho final de graduação e é oriundo de um projeto realizado em equipe na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Sob orientação do professor Fábio Boretti Netto de Araújo, o grupo é integrado por Ana Luisa Rodrigues Guimarães, Carolina Mescollotto Moretti, Fernanda de Almeida Farche, Giulia Fioravanti Padovani, Helena Bonfante dal Bianco e Julhia Bernardo Araújo. O projeto Centro Base origina-se de diretrizes urbanas que, com respeito à toda pré-existêcia, visam revitalizar a Enseada dos Cabritos por meio de intervenções pontuais, trazendo usos essenciais e infraestruturas reoganizadoras do sistema urbano que, através de eixos de mudança, geram uma rede de transformação em todo o território. Em cada laço dessa rede, existem nós conectores, que miram na Orla dos Cabritos, com o intuíto de desenvolvê-la e potencializála, gerando uma nova centralidade ao território, pedaço que hoje é quase que renegado pelos habitantes. Por isso, na rede se recorta à temática e se costura com os projetos, através da economia pesqueira e mariscagem, do bem estar dos moradores, lar, saúde e educação, e meio ambiente. Fazendo com que, os moradores, pescadores e marisqueiras possam usufruir da potêncialidade existente nesse território e ter um pouco mais de dignidade em seu lugar, e que a rede, além do mar, esteja também na terra.


2. contexto urbano e tema (saúde) Um olhar voltado a parte, enxerga o existente, entende suas problemáticas e percebe suas fraquezas, mas muitas vezes a solução da parte pode estar no todo, e antes de implantar o topo precisamos pensar na base. “O centro de saúde é muito mais do que um espaço de atendimento, consultas e exames, é também um lugar de acolhimento e aprendizado, atribuindo um papel de educador da população³” São João dos Cabritos é um bairro do Subúrbio Ferroviário de Salvador, e assim como tantos outros bairros de periferia brasileira, não tem a infraestrutura mínima adequada de saneamento básico, possui alguns centros de saúde lotados e está distante dos maiores centros ou grandes hospitais. Na vida cotidiana desses moradores, pescadores, marisqueiras, crianças, pessoas, não existe o tempo para se cuidar, existe o tempo para sobreviver. Acordar o quanto antes para pegar o trem ou a canoa, pescar, vender o peixe, comer. Tentar enviar o filho à escola, ter um lar, dia após dia, sobreviver. Mas e sobre viver? Como, com tantas preocupações, em uma rotina de quem espera a vida melhorar enquanto luta, existe o tempo. O tempo de se cuidar, de aprender, de prevenir. A informação está em todo o lugar, mas qual seu espaço-tempo na correria do dia-a-dia?

Apesar da população brasileira ter muito forte a cultura do SUS, as pessoas, principalmente as menos favorecidas, acabam por usar este serviço apenas quando ocorre alguma emergência, podendo, muitas vezes, encontrar uma doença em estágio avançado ou também ser tarde demais para um tratamento adequado, utilizando do sistema terciário do SUS (o que trata a doença, e o que demanda maiores custos ao governo), sendo uma das principais causas do afogamento no sistema de saúde. Além de estarem deixando de aprender a conscientizar assuntos importantes, como combate ao câncer, doenças cardiovasculares, higiene, aleitamento materno, métodos contraceptivos, infecções sexualmente transmissíveis e etc. “Prevenção e promoção de saúde fazem parte do Sistema Único de Saúde brasileiro, mas devido a sucateação cada vez maior do programa por parte de governos ineficientes, as demandas acabam sendo inúmeras vezes maior do que as unidades conseguem suportar, e por isso, os programas e propostas do SUS, acabam não atingindo um grande número de pessoas. É imprescindível que as novas gerações de profissionais pensem e articulem programas para melhor atender à população na área da saúde e assistência social.⁴”


É a partir dessa reflexão que surge o Centro Base, com o intuito de ser um lugar onde uma parte sistema primário do SUS se sobressaia, onde as pessoas, em seu cotidiano, estejam nesse espaço, porque esse espaço é a cidade, é o seu caminho, é o espaço-entre, é o seu lugar. Dentro dele, trazer a base, a partir de quatro pilares: o de acolher, prevenir, conscientizar e encaminhar, com o foco em educar a população e agregar a ela um pouco mais de dignidade e conforto em sua vida. “O Sistema Único de Saúde brasileiro é uma ferramenta importante para cumprimento da legislação em vigor no país onde se garante saúde a todos e é um canal de acesso de muitos para uma maior qualidade de vida. Porém, o sistema criado em 1990 passa por inúmeros problemas e um deles é a má implementação de serviços primários e consequentemente a superlotação de serviços terciários. Métodos para conscientização e prevenção de doenças refletem não só no desafogamento do sistema de saúde, mas também impacta fortemente a vida de diversas famílias a longo prazo. Por esse motivo, o Centro Base vem como uma ferramenta importante para o bom funcionamento do SUS, visto que há embasamento em práticas já existentes e funcionantes como o trabalho de agentes de saúde e campanhas governamentais de conscientização.⁵”

³ ensinamento passado pelo prof. Maxim Bucaretchi na disciplina de Projeto de Industrialização da Construção ⁴ entrevista concedida pela psicóloga Ana Flávia Canavese a respeito do funcionamento do SUS e novas propostas para compor a base deste sistema. ⁵ entrevista concedida pela estudante de medicina Marina Pesci a respeito do funcionamento do SUS e novas propostas para compor a base deste sistema. fotos: soterografando


5

4 3

centro

BASE

unidade de saúde da família existentes

2 1 1 2 3 4 5

mercado parque cooperativa proj. coral vila dos pescadores complexo manguezal


3. lugar e conexões urbanas Ao longo da Orla dos Cabritos, estão implantados os projetos arquitetônicos que darão continuidade ao Projeto urbano Rede; e logo ao centro do bairro, está localizado o Centro Base. Sua localização permite que seu espaço seja visível em toda a orla, e a noite, possa se tornar um farol de encontro aos moradores, sendo facilmente reconhecido e marcado por sua identidade. Além disso, existem, em todo o bairro, cinco unidades de saúde da família, os quais farão conexão com o Centro Base - seja através do ônibus, ambulância, a pé ou de canoa - servindo de apoio uns aos outros, também serão os pontos imediatos de encaminhamento e agendamento de atendimentos em casos simples. Adentrando mais ao território, estão outras conexões imediatas ao projeto, a vila dos pescadores (habitação), o projeto coral (escola) e a praça da pititinga (lazer), juntas, formam um elo entre programas sociais que tem como objetivo o bem estar dos moradores, podendo trazer uma moradia digna, oportunidades do ensino ás crianças e também o ensino à população em geral, através das campanhas de saúde voltadas a prevenção e conscientização das doenças.

vila dos pescadores

centro base

praça da pititinga

projeto coral

implantação geral 20

50

100

m


4. implantação Sendo assim, o projeto faz conexão entre elementos importantes e organizadores do território, servindo ele, como elemento conector entre terra e mar, habitação e escola. Fazendo com que, o Centro Base esteja na rota dos moradores e usuários destes programas, e que esse espaço de passagem faça parte do dia-a-dia dos que estão no mar, na terra, dos que habitam e estudam. Além disso, por estar inserido em uma praça, o projeto está no ponto de encontro das pessoas, fazendo com que seu programa se estenda ao longo deste lugar, levando com ele a informação. E ao invés das pessoas precisarem constantemente buscar pela saúde, a saúde constantemente estará em busca pelas pessoas. “O artista tem de ir aonde o povo está⁶”

habitação

mar

⁶ trecho da música “Bailes da Vida” - Milton Nascimento

terra

escola implantação eixos urbanos

praça 5

10

20

m


5. programa O programa, portanto, consiste seu foco nas campanhas de prevenção e conscientização de doenças, distribuindo em todo o seu espaço informações, panfletagens, palestras, rodas de conversa e orientações; no quesito prevenção, haverá testes rápidos em massa, como exames de glicemia, diabetes, PCR, HIV, entre outros, dessa forma, se o paciente estiver com algum problema, facilmente poderá ser anunciado pelo exame para que ele seja encaminhado para um centro adequado e faça o tratamento preventivo; assim como, o Centro Base também ajudará na distribuição de cestas básicas, produtos básicos de higiene e na organização dos demais centros de saúde, fazendo agendamento e encaminhamento de consultas, exames e demais atendimentos, iniciando-se pela base. Além disso, também é necessário que exista espaços de acolhimento, que buscam acolher vítimas vulneráveis da rua - fazendo o primeiro atendimento através da conversa e da triagem - defendendo as mulheres vítimas de violência, alcoólatras e narcóticos em situação crítica, apoio a saúde física dos pescadores e marisqueiras, como encontros de fisioterapia e alongamentos. Se faz importante também a presença de alguns serviços que não são de fácil acesso a essa população, como a nutrição e a psicologia, visto que, a nutrição está diretamente relacionado à doenças cronicas não transmissíveis, como é o caso da doença cardiovascular, ter a consciência do que estamos ingerindo impacta completamente a saúde de cada ser. E em situações de periferia, como a qual enfrentamos, sabemos que o índice de violência se faz maior, por isso a importância de existir esse acompanhamento psicológico e orientações a quem precisar. Por último, espaços de apoio tanto aos trabalhadores desse centro, quanto aos usuários. Uma grande problemática presente neste bairro está na ausência de banheiros em suas próprias casas ⁷, por isso a importância de existir um vestiário público, para que as pessoas possam se higienizar. ⁷ informação concedida em entrevista aos moradores locais


1%

6. projeto 0

1 3,000

2 3,000

3 3,000

4 3,000

5

6

3,000

3,000

7

O projeto se desenvolve através de módulos de 3x4m, com peças pré fabricadas, entre elas, peças estruturais de madeira maciça jatobá (em abundância no Brasil e na Bahia), vedações em painel wall e lajes também em painel wall. Em alguns momentos se utiliza da chapa perfurada para criar ventilações permanentes dentro do módulo; A cobertura também segue a mesma modulação, apenas criando balanços de 1,5m em seu perímetro. Juntos, eles configuram o espaço, tornando possível que o centro base se integre a praça já existente, criando seus espaços livres onde ocorrerão todas as campanhas e afins, tornando-se parte da cidade.

3,000

A

4,000

1%

4,000

B

C

5%

5%

8,000

1% D

1%

4,000

E

4,000

F

4,000

G

1%

4,000

H

I

planta de cobertura 5

10

20

m


lixo

apoio às campanhas copa funcionários +1,23

+1,14

+1,23 +0,97 +0,8

8%

+0,75

psicologia

+1,23

+0,5 +0,3 +1,23

+0,1

acolhimento e encaminhamento

nutrição

+1,23

+1,23

vestiário público

planta térreo pia pública

5

10

m


diagrama de uso do espaço prevenção


diagrama de uso do espaço

conscientização


7. processo de montagem

a) limpeza do terreno e movimentação de terra


b) locação da obra atráves da inserção de estacas de madeira criando o perímetro da construção


BARROTE DE LIGAÇÃO

PILAR "SANDUÍCHE" MADEIRA MACIÇA

PARAFUSO AUTOPERFURANTE

CHAPA METÁLICA DE APOIO

ARMAÇÃO SAPATA DE CONCRETO PRÉ MOLDADA EM PNEU

PNEU

c) escavação da fundação


45

4,00 (N.A.) 11 4

LAJE PAINEL WALL

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm 6

MONTANTE METÁLICO PARA SUSTENTAÇÃO DO PAINEL WALL

PILAR SANDUÍCHE MADEIRA MACIÇA

262,4

PAINEL WALL

LAJE PAINEL WALL

BANCO

GRADIL

4

1,23 (N.A.)

15

6

20

6

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

VIGA BALDRAME

SAPATA RASA DE CONCRETO

d) montagem das fundações (sapatas rasas e sapatas de pneu)

a proposta de criar duas alternativas de sapata vem por conta da linha de raciocínio do projeto, uma vez que é feito completamente através de peças préfabricadas, então utilizamos deste raciocínio incluindo a reciclagem de pneus para criar uma nova peça, podendo inclusive, ser de melhor aproveitamento em terrenos mais íngrimes, uma vez que adaptaria melhor o módulo a ele. E em terrenos planos, pode-se manter uma forma mais tradicional, como a sapata rasa.


PNEU

6

6

6

BARROTE DE LIGAÇÃO

PILAR "SANDUÍCHE" MADEIRA MACIÇA

PARAFUSO AUTOPERFURANTE

20

CHAPA METÁLICA DE APOIO

VIGA BALDRAME

ARMAÇÃO SAPATA DE CONCRETO COM ESCAVAÇÃO MECÂNICA

e) montagem dos pilares

através de pessoas e/ou máquinas, uma vez que as peças em madeira maciça são leves. A maior peça da obra tem 4,5 m isso corresponde a 31,5 kg


ÁLICA SANDUÍCHE 4,78 (N.A.) 10

45

15

262,4 262,4

11 4 15

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

15 5

5

5

CANTONEIRA METÁLICA

PARAFUSO

f) instalação das vigas perimetrais aos módulos e também as vigas inclinadas para sustentação da cobertura

6

CALÇADA

5

18

SAPATA DE CONCRETO

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

6

15 4 19

1,23 (N.A.)

PILAR "SANDUÍCHE" MADEIRA MACIÇA

Det. Pilar + Viga - Callout 1

2 Esc : 1 : 5


g) instalação dos barrotes para iniciar a montagem do telhado h) montagem do telhado

1ª etapa concluída: agora os operários podem trabalhar protegidos do sol e da chuva, feito seu próprio abrigo

5%


TELHA METÁLICA SANDUÍCHE VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

4,78 (N.A.) 10

45

15


Esc : 1 : 5

15

5

PARAFUSO

VIGA MADEIRA MACIÇA 6x15cm

CHAPA METÁLICA PERFURADA OND FIXAÇÃO POR PARAFUSO BARROTE

Det. Vedação Metálica

4 Esc : 1 : 5

15

6 5

VIGA MADEIRA MACIÇA 6x15cm

15

PARAFUSO

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

CHAPA METÁLICA

CHAPA METÁLICA DE LIGAÇÃO

MONTANTE METÁLICO

PARAFUSO AUTOPERFURANTE

PAINEL WALL

Det. Ved. Painel Wall

5

i) instalação das vigas intermediárias para receber a laje

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

Térreo - Callout 1

PARAFUSO


VIGA MAD MACIÇA 5

4,00 (N.A.) 11 4 15

LAJE PAINEL WALL

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

MONTANTE METÁLICO PARA SUSTENTAÇÃO DO PAINEL WALL

PILAR SANDUÍCHE MADEIRA MACIÇA

262,4 262,4

PAINEL WALL

LAJE PAINEL WALL

BANCO

1,23 (N.A.)

há também, na borda dos módulos, fazendo a transição entre o painel wall e VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm o espaço externo, um trecho de gradil metálico, que fará com que os módulos tenham ventilação permanente pelas bordas.

VIGA BALDRAME

1,23 (N.A.) 15 4 19

j) instalação das lajes de painel wall, vedações em painel wall e também das portas em chapa perfurada

GRADIL


SAPATA RASA DE CONCRETO

15

5

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm 15

PARAFUSO

k) iniciando a montagem dos módulos independentes da cobertura

CHAPA METÁLICA

MONTANTE METÁLICO

PAINEL WALL

Det. Ved. Painel Wall

3 Esc : 1 : 5


CH

FIX

BA

Det. Vedação Metálica

4 Esc : 1 : 5

15

6 5

VIGA MADEIRA MACIÇA 6x15cm

15

PARAFUSO

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

CHAPA METÁLICA DE LIGAÇÃO

MONTANTE METÁLICO

PARAFUSO AUTOPERFURANTE

PAINEL WALL

Det. Ved. Painel Wall

6 Esc : 1 : 5

MANTA TERMOPLÁSTICA

RUFO

1% TABICA DE MADEIRA LAJE PAINEL WALL VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

PLACA DE MADEIRA OSB ENTARUGAMENTO

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

Térreo - Callout 1

3 Esc : 1 : 5

l) o módulo anexo passa pelas mesmas etapas, mas se prepara para instalação da sua cobertura a partir da manta asfáltica

5

CHAPA METÁLICA


VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

15 5

5

5

CANTONEIRA METÁLICA

PARAFUSO

5

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

6

18

6

SAPATA DE CONCRETO

PILAR "SANDUÍCHE" MADEIRA MACIÇA

Det. Pilar + Viga - Callout 1

2 Esc : 1 : 5

15

5

PARAFUSO

m) finalização dos módulos independentes com a instalação das vedações e caixa d’água

banheiros com duas faces vedadas a partir de placas de chapa perfurada ondulada de camada dupla, fazendo que exista a ventilação permanente no banheiro, assim como a dupla camada ajudará a manter a temperatura amena.

VIGA MADEIRA MACIÇA 6x15cm

CHAPA METÁLICA PERFURADA ONDULADA FIXAÇÃO POR PARAFUSO BARROTE

Det. Vedação Metálica

15

4 Esc : 1 : 5


n) fim da obra


TELHA METÁLICA SANDUÍCHE VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

4,78 (N.A.) 10

5%

45

15

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

4,00 (N.A.) 11 4 15

LAJE PAINEL WALL

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

MONTANTE METÁLICO PARA SUSTENTAÇÃO DO PAINEL WALL

PILAR SANDUÍCHE MADEIRA MACIÇA

262,4 262,4

PAINEL WALL

LAJE PAINEL WALL

BANCO

GRADIL CALÇADA 1,23 (N.A.) 15 4 19

1,23 (N.A.)

VIGA MADEIRA MACIÇA 5x15cm

VIGA BALDRAME

SAPATA RASA DE CONCRETO


15 5

5 6

18

6

CANTONEIRA METÁLICA

5

5




corte rua





corte consultórios e wc





corte pier





corte praça





8. módulos independentes Fazendo um complemento a todos os Centros Base, se faz necessário alguns módulos independentes, que possam também ajudar em dois temas: de higiene e distribuição de medicamentos. Portando, a proposta é que existam módulos independentes espalhados por todo o bairro, módulos de vestiários públicos, em variedades de um, quatro, ou outra quantidade de módulos, para cumprir sua necessidade, como é o caso do bairro São João dos Cabritos, que há uma ausência muito grande em banheiros e saneamento básico nas casas. Além do banheiro, se faz também necessário, um módulo de farmácia popular, para que haja a distribuição e conscientização dos medicamentos em lugares onde haja demanda. ⁸

1wc

módulo

4wc

módulo

4

módulo

⁸ em orientação concedida pelos profissionais da saúde entrevistados, direcionaram a farmácia ser um módulo a parte para que não tire o foco do ensinamento, uma vez que a distribuição de medicamentos é algo de muita procura, formando muitas filas para busca, enquanto devem entender o porquê de cada uso, e se necessário.

farmácia


centro

BASE

unidade de saúde da família existentes módulos wc módulos farmácia



9. considerações finais Como visto, todo projeto é pensado de uma maneira racional e modular, justamente pelo intuito do projeto ter a possibilidade de se espalhar e ser implantado, desde todos os bairros que se assemelhem a São João dos Cabritos, como também possa se espalhar por toda Salvador e pelo Brasil, levando em cada módulo, uma dose de esperança de podermos levar a educação da saúde em cada espaço de passagem que houver, implementando, então, uma base para o Sistema de Saúde.


“Gente quer comer Gente quer ser feliz Gente quer respirar ar pelo nariz Não, meu nego, não traia nunca essa força não Essa força que mora em seu coração Gente lavando roupa amassando pão Gente pobre arrancando a vida com a mão No coração da mata gente quer prosseguir Quer durar, quer crescer, gente quer luzir Rodrigo, Roberto, Caetano, Moreno, Francisco, Gilberto, João Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome” caetano veloso




“A Bahia já me deu régua e compasso, quem sabe de mim sou eu, aquele abraço” gilberto gil

obrigada




10. bibliografia LIMA, João Filgueiras. Escola Transitória: modelo rural. Brasília: Ministério da Educação e Cultura, 1984. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. (Série E. Legislação em Saúde) REIS, Denizi Oliveira; ARAÚJO, Eliane Cardoso de; CECÍLIO, Luiz Carlos de Oliveira. Sistema Único de Saúde: histórico, diretrizes e princípios. In: Sistema Único de Saúde: histórico, diretrizes e princípios. Disponível em: https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/6/unidades_conteudos/unidade02/p_01.html. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde Mental no SUS: Os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília: [s. n.], 2004. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estratégia Saúde da Família (ESF). In: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estratégia Saúde da Família (ESF). Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/esf/esf/composicao. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes Técnicas para Apresentação de Projetos e Construção de Unidades Básicas de Saúde - UBS. Volume V. ed. [S. l.: s. n.], 2014. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Estrutura Física das Unidades Básicas de Saúde: Saúde da Família. Brasília: [s. n.], 2006. MASCARÓ, Juan Luiz. O custo das decisões arquitetônicas no projeto de hospitais. Brasília: Ministério da Saúde, 1995. BAHIA, Adriana Teixeira. 2.3.1. breve histórico da urbanização. In: BAHIA, Adriana Teixeira. Comunidade da Rua Monsenhor Rubens Mesquita, Salvador, BA - Um diálogo entre a cidade e saúde mental: estamos extinguindo nossos espaços saudáveis?. 2021. Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, [S. l.], 2021. p. 93-117.


CARVALHO, Inaiá Maria Moreira; CORSO , Gilberto. Como anda Salvador e sua região metropolitana. In: COMO ANDA Salvador e sua região metropolitana. [S. l.: s. n.], 2008. cap. As cidades de Salvador. CERQUEIRA , Erika do Carmo. Vulnerabilidade Socioambiental na cidade de Salvador - Bahia: Análise Espacial das situações de risco e ações de resiliência. 2019. Tese (Doutorado) - Universidade Federal da Bahia, [S. l.], 2019. BAIANOS, Novos. Mistério do Planeta. Rio de Janeiro. Som Livre. 1972. BUARQUE, Chico. Construção. Rio de Janeiro. Phonogram/Philips. 1971. MORAES, Vinicius de. Samba da Benção. 1967. BUARQUE, Chico. Gente Humilde. Rio de Janeiro. CBD/Philips Records. 1970. NASCIMENTO, Milton. Bailes da Vida. Philips. 1981. VELOSO, Caetano. Gente. Universal Music 1977. GIL, Gilberto. Aquele Abraço. Salvador. Philips Records. 1969.


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