A ARQUITETURA E O URBANISMO FRENTE ÀS QUESTÕES DA (RE)INTEGRAÇÃO
DE REFUGIADOS E IMIGRANTES NA CIDADE
Carolina Monticelle
fau | mackenzie
Como a imigração definirá o futuro da arquitetura e do urbanismo 17 Julho 2016 - ARCHDAILY Brasil
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Tema da Bienal de Veneza oferece uma esperança para o futuro da profissão 08 Setembro 2015 - ARCHDAILY Brasil
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Rem Koolhaas e os refugiados 31 Maio 2016 - MONOLITO
ONU registra o número recorde de refugiados e deslocados no planeta 20 Junho 2016 - G1
Quantos refugiados existem no mundo. De onde vêm e para onde eles vão 10 Fevereiro 2017 - NEXO Jornal
How architecture can redefine the refugee crisis 19 Maio 2016 - CNN Internacional
INSTITUIÇÕES EXISTENTES (SP)
+
FALTA DE INFRAESTRUTURA
ADUS – INSTITUTO DE REINTEGRAÇÃO DO REFUGIADO (2010) AVENIDA SÃO JOÃO, 313, 11º ANDAR - CENTRO - SP ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO
ADUS – Instituto de Reintegração do Refugiado - Avenida São João, 313, 11 Andar - Centro - SP
CRAI – CENTRO DE REFERÊNCIA E ACOLHIDA PARA IMIGRANTES (2014) RUA JAPURÁ, 234, BELA VISTA - CENTRO - SP EQUIPAMENTO PÚBLICO MUNICIPAL OUTRAS UNIDADES: PARI, BOM RETIRO E PENHA
ADUS – Instituto de Reintegração do Refugiado - Avenida São João, 313, 11 Andar - Centro - SP
CASP - CÁRITAS ARQUIDIOCESANA DE SÃO PAULO (1968) RUA JOSÉ BONIFÁCIO, 107 , 2º ANDAR - SÉ - SP ORGANISMO DA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB) CÁRITAS BRASILEIRA – 1956 (183 ENTIDADES - MEMBROS EM 12 REGIÕES) (164 ORGANIZAÇÕES-MEMBRO REDE CÁRITAS INTERNACIONAL)
ADUS – Instituto de Reintegração do Refugiado - Avenida São João, 313, 11 Andar - Centro - SP
CAMI - CENTRO DE APOIO E PASTORAL DO MIGRANTE (2005) ALAMEDA NORTHMANN, 485, CAMPOS ELÍSEOS - SP ORGANIZAÇÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PAZ (1940) RUA GLICÉRIO, 225 - LIBERDADE - SP CENTRO DE ESTUDO MIGRATÓRIOS (CEM) - 1969 CASA DO MIGRANTE - 1978 CENTRO PASTORAL E DE MEDIAÇÃO DOS MIGRANTES (CPMM) - 1977/2012
“A NOSSA TENTATIVA HÁ ANOS É CONVENCER A PREFEITURA QUE PRECISA ABRIR UMA CASA COM PERFIL
SÓ PARA ATENDER IMIGRANTES E REFUGIADOS, COISA QUE NÃO ESTÃO ENTENDENDO. ELES ACHAM QUE (OS HAITIANOS) PRECISAM ENTRAR NO BOLO DOS ABRIGOS DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA. TEM TRÊS INSTITUIÇÕES QUE CUIDAM DOS IMIGRANTES. AS TRÊS SÃO LIGADAS À IGREJA CATÓLICA. AS TRÊS TRABALHAM NO LIMITE. O FATO DOS HAITIANOS AGORA SÓ REVELA UM FATO QUE ESPERA UMA
RESPOSTA QUE ESTÁ ATRASADA.” (PADRE PARISE – IGREJA MISSÃO DA PAZ)
PROGRAMA EMERGENCIAL
X
EDIFICAÇÕES SUBULTILIZADAS
O PRESENTE TRABALHO EXPÕE O CENÁRIO DOS FLUXOS MIGRATÓRIOS ATUAIS
DESTACANDO AS NOVAS DEMANDAS PERANTE A SOCIEDADE.
E, PARA CARACTERIZAR-SE COMO PAÍS ACOLHEDOR É NECESSÁRIO DISCUTIR QUESTÕES DE HOSPITALIDADE
E INCENTIVO A INTEGRAÇÃO SOCIAL DESSES REFUGIADOS E IMIGRANTES NA CIDADE.
BUSCA TAMBÉM GERAR DEBATES COM RELAÇÃO A FUNÇÃO SOCIAL DO ARQUITETO E URBANISTA, PROCURANDO ENTENDER ONDE E COMO ESTE PROFISSIONAL PODE ATUAR NA CRIAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE REINSERÇÃO DESSES ESTRANGEIROS ATRAVÉS DE ESPAÇOS QUE SUPRAM SUAS NECESSIDADES ESPECIFICAS.
A PARTIR DISSO, COMO OBJETO DE PROJETO, FOI DESENVOLVIDO
UM EDIFÍCIO QUE ALIA HABITAÇÃO TEMPORÁRIA E UM CENTRO DE ATIVIDADES COM EQUIPAMENTOS QUE OS ENVOLVAM COM O MEIO URBANO E SOCIAL.
O PRESENTE TRABALHO EXPÕE O CENÁRIO DOS FLUXOS MIGRATÓRIOS ATUAIS
DESTACANDO AS NOVAS DEMANDAS PERANTE A SOCIEDADE.
E, PARA CARACTERIZAR-SE COMO PAÍS ACOLHEDOR É NECESSÁRIO DISCUTIR QUESTÕES DE HOSPITALIDADE
E INCENTIVO A INTEGRAÇÃO SOCIAL DESSES REFUGIADOS E IMIGRANTES NA CIDADE.
BUSCA TAMBÉM GERAR DEBATES COM RELAÇÃO A FUNÇÃO SOCIAL DO ARQUITETO E URBANISTA, PROCURANDO ENTENDER ONDE E COMO ESTE PROFISSIONAL PODE ATUAR NA CRIAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE REINSERÇÃO DESSES ESTRANGEIROS ATRAVÉS DE ESPAÇOS QUE SUPRAM SUAS NECESSIDADES ESPECIFICAS.
A PARTIR DISSO, COMO OBJETO DE PROJETO, FOI DESENVOLVIDO
UM EDIFÍCIO QUE ALIA HABITAÇÃO TEMPORÁRIA E UM CENTRO DE ATIVIDADES COM EQUIPAMENTOS QUE OS ENVOLVAM COM O MEIO URBANO E SOCIAL.
O PRESENTE TRABALHO EXPÕE O CENÁRIO DOS FLUXOS MIGRATÓRIOS ATUAIS
DESTACANDO AS NOVAS DEMANDAS PERANTE A SOCIEDADE.
E, PARA CARACTERIZAR-SE COMO PAÍS ACOLHEDOR É NECESSÁRIO DISCUTIR QUESTÕES DE HOSPITALIDADE
E INCENTIVO A INTEGRAÇÃO SOCIAL DESSES REFUGIADOS E IMIGRANTES NA CIDADE.
BUSCA TAMBÉM GERAR DEBATES COM RELAÇÃO A FUNÇÃO SOCIAL DO ARQUITETO E URBANISTA, PROCURANDO ENTENDER ONDE E COMO ESTE PROFISSIONAL PODE ATUAR NA CRIAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE REINSERÇÃO DESSES ESTRANGEIROS ATRAVÉS DE ESPAÇOS QUE SUPRAM SUAS NECESSIDADES ESPECIFICAS.
A PARTIR DISSO, COMO OBJETO DE PROJETO, FOI DESENVOLVIDO
UM EDIFÍCIO QUE ALIA HABITAÇÃO TEMPORÁRIA E UM CENTRO DE ATIVIDADES COM EQUIPAMENTOS QUE OS ENVOLVAM COM O MEIO URBANO E SOCIAL.
O PRESENTE TRABALHO EXPÕE O CENÁRIO DOS FLUXOS MIGRATÓRIOS ATUAIS
DESTACANDO AS NOVAS DEMANDAS PERANTE A SOCIEDADE.
E, PARA CARACTERIZAR-SE COMO PAÍS ACOLHEDOR É NECESSÁRIO DISCUTIR QUESTÕES DE HOSPITALIDADE
E INCENTIVO A INTEGRAÇÃO SOCIAL DESSES REFUGIADOS E IMIGRANTES NA CIDADE.
BUSCA TAMBÉM GERAR DEBATES COM RELAÇÃO A FUNÇÃO SOCIAL DO ARQUITETO E URBANISTA, PROCURANDO ENTENDER ONDE E COMO ESTE PROFISSIONAL PODE ATUAR NA CRIAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE REINSERÇÃO DESSES ESTRANGEIROS ATRAVÉS DE ESPAÇOS QUE SUPRAM SUAS NECESSIDADES ESPECIFICAS.
A PARTIR DISSO, COMO OBJETO DE PROJETO, FOI DESENVOLVIDO
UM EDIFÍCIO QUE ALIA HABITAÇÃO TEMPORÁRIA E UM CENTRO DE ATIVIDADES COM EQUIPAMENTOS QUE OS ENVOLVAM COM O MEIO URBANO E SOCIAL.
1.1 CONTEXTOS E IMPACTOS DOS FLUXOS RECENTES DE MIGRAÇÃO NO BRASIL
1. 2 O NOVO RECONHECIMENTO E A AMPLIAÇÃO DO COMPROMISSO COM ESSES ESTRANGEIROS
AS MIGRAÇÕES NO SÉCULO 21 TÊM APRESENTADO NOVOS DESAFIOS PARA AS SOCIEDADES, UMA VEZ
QUE NÃO SÓ A GLOBALIZAÇÃO, MAS TAMBÉM CATÁSTROFES NATURAIS, GUERRAS E CONFLITOS AUMENTARAM A INTENSIDADE DOS FLUXOS MIGRATÓRIOS.
VIVEMOS HOJE ESSA NOVA REALIDADE, ONDE TAIS DESORDENS DE CARÁTER MUNDIAL REPERCUTEM NAS CIDADES QUE OS RECEBEM.
O BRASIL, APESAR DE CONSTITUIR APENAS UMA PEQUENA PARCELA DO CONJUNTO GLOBAL, RECEBE UM GRANDE NÚMERO DE MIGRANTES, COMPONDO 0,9% DE SUA POPULAÇÃO.
EM CINCO ANOS, ENTRE 2010 E 2015, O ACNUR (ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA REFUGIADOS) CONTABILIZOU UM AUMENTO DE 2.868% NO NÚMERO TOTAL DE SOLICITAÇÕES DE
REFÚGIO (DE 966 SOLICITAÇÕES EM 2010 PARA 28.670 EM 2015). A MAIORIA DOS SOLICITANTES DE REFÚGIO VEM DA ÁFRICA, ÁSIA (INCLUSIVE ORIENTE MÉDIO) E O CARIBE (HAITI).
O BRASIL POSSUI ATUALMENTE (ABRIL DE 2016) 8.863 REFUGIADOS RECONHECIDOS, DE 79 NACIONALIDADES DISTINTAS. UM AUMENTO DE 127% DO NÚMERO TOTAL DE REFUGIADOS RECONHECIDOS NO PAÍS DESDE 2010.
ESTAÇÃO DE TREM KELETI EM BUDAPESTE
A CRESCENTE CONSCIÊNCIA DA SITUAÇÃO EM QUE ESSAS PESSOAS SE ENCONTRAM E SUA VULNERABILIDADE GERA DISCUSSÕES A RESPEITO DE ACOLHIMENTO. ESSES MIGRANTES RECÉM-CHEGADOS NÃO PODEM SE SUSTENTAR OU CONTRIBUIR PARA A VIDA SOCIAL, ECONÔMICA E CULTURAL DE UMA CIDADE, SEM O SUPORTE DE SEUS CIDADÃOS E DAS MAIS VARIADAS AGÊNCIAS GOVERNAMENTAIS DESSE NOVO PAÍS.
O COMPROMISSO QUE RECAI SOBRE ELES É QUE CONTRIBUAM PARA A ECONOMIA E A SOCIEDADE CIVIL, PARA QUE POSSAM SE INTEGRAR.
ALBERTO RICCI / ESCALAS URBANAS
O ACNUR RECONHECE QUE MAIS DA METADE DOS REFUGIADOS E SOLICITANTES DE REFÚGIO MUNDIAIS VIVEM EM ÁREAS URBANAS E PERIFERIAS, E NO
BRASIL NÃO É DIFERENTE.
EM 2015, O CONARE AFIRMOU QUE O ESTADO DE SÃO PAULO É O DESTINO DE MAIS SOLICITANTES DE REFÚGIO DO QUE QUALQUER OUTRO ESTADO NO BRASIL. POR SUA VEZ, A CIDADE DE SÃO PAULO É A
CIDADE COM O MAIOR NÚMERO DE SOLICITANTES, SEGUIDA, DE LONGE, PELAS CIDADES DE CAMPINAS E
GUARULHOS.
BUSCAR E/OU MANTER ESSA IDENTIDADE EM UMA CIDADE, JÁ É UMA TAREFA COMPLEXA, MAS É ESPECIALMENTE DIFÍCIL EM UMA METRÓPOLE COMO SÃO PAULO. MESMO PARA BRASILEIROS, RESIDENTES EM SÃO PAULO, A FALTA DE REFERENCIAIS, LÓGICAS URBANÍSTICAS E CARÊNCIA DE MOBILIDADE DIFICULTAM A CRIAÇÃO DE QUALQUER VÍNCULO DE IMEDIATO COM A CIDADE.
ALBERTO RICCI / ESCALAS URBANAS
É UMA CIDADE QUE EMERGE DIVERSAS PARTICULARIDADES. EMBORA PAREÇA HOSTIL, SÃO PAULO
É PARA QUEM ESTÁ DISPOSTO A SE PERDER E SE ENCONTRAR.
O QUE A TORNA INTERESSANTE PARA ESSES ESTRANGEIROS QUE CONSTITUEM UM GRUPO TÃO HETEROGÊNEO QUANTO OS HABITANTES DESSA CIDADE.
OCUPAÇÃO PRESTES MAIA WORKSHOP
ALBERTO RICCI / ESCALAS URBANAS
2.1 O ESPAÇO ONDE O ARQUITETO E URBANISTA PODE INFLUENCIAR E REPENSAR
O INTUITO DESTE ESTUDO, ALÉM EVIDENCIAR NECESSÁRIA INTERDISCIPLINARIDADE AO
TRATAR DO ESPAÇO URBANO, NAS QUESTÕES RELATIVAS AOS LUGARES PRODUZIDOS E USUFRUÍDOS PELAS PESSOAS, CONSISTE TAMBÉM EM COLOCAR A ARQUITETURA E URBANISMO
COMO UM POSSÍVEL RECURSO CAPAZ DE FAZER MUDANÇAS DENTRO DA PROBLEMÁTICA SOCIAL DO NOSSO PAÍS.
O FAZER ARQUITETURA COMO MERCADORIA, AVULSO DE QUALQUER RESPONSABILIDADE COM
O
ELEMENTO
HUMANO,
É
EXTREMAMENTE
LIMITADO.
DEVE-SE SER CAPAZ DE RECONHECER O USUÁRIO COMO
MERECEDOR
DA
CONSCIÊNCIA
PROFISSIONAL E DA RESPONSABILIDADE QUE UM ARQUITETO E URBANISTA DEVE ASSUMIR NO
CONTEXTO SOCIAL EM QUE VIVE.
A
DISCUSSÃO
GIRA
HOJE
EM
TORNO
DA
COBRANÇA DE NOVAS CONDUTAS DE ATUAÇÃO E REPOSICIONAMENTOS, URBANISTA
NECESSITA
PRODUÇÃO
PODE
E
O
ARQUITETO
ENTENDER CONTRIBUIR
QUE PARA
E SUA A
MELHORIA DE ESTRUTURAÇÕES SOCIAIS
O APELO E URGÊNCIA DA SITUAÇÃO DESSAS PESSOAS
PEDE
QUE
COMECEM
RESPOSTAS CONCRETAS E DIGNAS.
A
SURGIR
“[...]na linha de frente do ambiente construído há uma sensação de vitalidade, porque a arquitetura consiste em olhar para a realidade com uma proposta.” (ARAVENA, 2015)
“Os refugiados podiam trazer nova energia para áreas urbanas degradadas. Elas oferecem uma provocação interessante para a arquitetura ou convite para fazer um bom trabalho, colaborando de maneiras diferentes. ” (KOOLHAAS, 2016)
PORTANTO,
A
TENTATIVA
DE
UMA
ARQUITETURA
QUE
NÃO
É
SEGUIDA
DE
UMA
CONSCIENTIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL, ACABA SENDO UM FRACASSO DE IDEIAS QUE TENTAM SE ENCAIXAR EM SOCIEDADES QUE NÃO SÃO MALEÁVEIS.
SE DESEJAMOS ORGANIZAR UMA SOCIEDADE DE MANEIRA GENEROSA, DEVEMOS ESTABELECER ANTES UMA BASE SOCIAL JUSTA, QUE PERMITA A EFETIVAÇÃO DO QUE SE PLANEJA, PARA QUE
NÃO TERMINE COMO APENAS UMA ATITUDE PURAMENTE TEÓRICA QUE NÃO PODERÁ SER CONDUZIDA NA PRÁTICA.
2.2 EXTENSÃO DA QUESTÃO DO ESTRANGEIRO ENQUANTO UM DESAFIO PARA A SOCIEDADE
A TOLERÂNCIA E A CONSCIENTIZAÇÃO PERANTE O DIREITO REQUERIDO, DE ACESSO À CIDADE POR ESSE GRUPO, É O CAMINHO PARA UMA POLÍTICA URBANA CORRETA. TER OU NÃO ESSE PLANEJAMENTO AO ACOLHER E INTEGRAR É UM CONCEITO BÁSICO PARA TORNAR-SE UMA
CIDADE HOSPITALEIRA.
A CIDADE E SEUS HABITANTES PRECISAM LIDAR COM ESSE COLETIVO
DE
MIGRANTES,
QUE
POSSUEM
OUTRAS
IDENTIDADES E NECESSIDADES, QUE TRAZEM CONSIGO O QUE JACQUES DERRIDA, DETERMINA COMO QUESTÃO. A QUESTÃO DO ESTRANGEIRO, QUESTÃO QUE NOS PÕE EM QUESTÃO
TUDO O QUE A PRESENÇA DO ESTRANGEIRO ENVOLVE, TODA A QUESTÃO QUE ELE TRAZ, É UM EXERCÍCIO DE DIS-
CUSSÕES, AÇÕES E REAÇÕES. ISTO É, COMO ELE SERÁ RECEBIDO
E
TRATADO,
DENTRO
DE
SUAS
SINGULARIDADES.
ESSE APEGO À QUESTÃO DO LUGAR MOSTRA QUÃO
FUNDAMENTAL É PARA O INDIVÍDUO A RELAÇÃO COM O DETENTOR DE SUAS RAÍZES, DE SUA CULTURA E DE SUA MORADIA, O ABRIGO DE SUA HISTÓRIA.
TUDO ISSO ACABA INCIDINDO SOBRE AS CONDIÇÕES DA VIDA URBANA, SOBRE O MODO COMO PERCEBEMOS A EXISTÊNCIA
APREENSÕES.
NA
CIDADE
E
SOBRE
ESPERANÇAS
E
“No entanto, a vizinhança dos estrangeiros é o seu destino, um modus vivendi que terão que experimentar, que deverão ensaiar com confiança para, enfim, instituí-lo, se quiserem tornar a convivência agradável e a vida vivível. ” (BAUMAN, 2009, p. 38).
“Se defronta com um espaço que não ajudou a criar, cuja história desconhece, cuja memória lhe é estranha, esse lugar é a sede de uma vigorosa alienação. ” (SANTOS, 1996)
PARA ZIGMUNT BAUMAN, TODO O INVESTIMENTO DEVE CONTEMPLAR AÇÕES URBANÍSTICAS QUE GEREM CONEXÕES, E NÃO BARREIRAS ENTRE AS PESSOAS. ELE ENCORAJA A
DIVERSIDADE, DEPOSITANDO CONFIANÇA NOS DIÁLOGOS SIGNIFICATIVOS QUE UMA CIDADE HETEROGÊNEA PODE OFERECER COMO ATRATIVOS PARA ESSES ESTRANGEIROS A PROCURA DE OPORTUNIDADES E QUE SE RECUSAM A ENCONTRAR MORADIA EM LUGARES MENOS TOLERANTES.
2.3 O CONCEITO DE IDENTIDADE REMODELANDO A CIDADE E SUA ARQUITETURA
OS ESTRANGEIROS QUANDO COLOCADOS EM SITUAÇÕES MUITO COMPLEXAS, EM CONDIÇÕES, PRINCIPALMENTE URBANAS, PODEM TRAZER BENEFÍCIOS PARA A POPULAÇÃO LOCAL COM SUA CULTURA E DIVERSIDADE, POIS SÓ PRECISAM DE UM AMPARO INICIAL, SUA PRETENSÃO É A DE AUTOSSUFICIÊNCIA, RETORNANDO OU NÃO AO SEU PAÍS DE ORIGEM.
PARA DETERMINADOS GRUPOS RECÉM-CHEGADOS, À PRIMEIRA VISTA JÁ PODE-SE IMAGINAR SEU POSSÍVEL DESTINO DENTRO DE QUALQUER PERSPECTIVA. E COMO
UMA
CIDADE
NUNCA
É
APENAS
UM
CENÁRIO
INDEPENDENTE DA VIDA DAS PESSOAS, NO DECORRER DAS NOVAS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS POR ESSES ES-
TRANGEIROS DESCOBRE-SE ONDE PODEM OU NÃO APOSTAR SUAS ESPERANÇAS.
ELES
BUSCAM
UMA
REINSERÇÃO
URGENTE
NA
SOCIEDADE, TANTO LOCAL QUANTO GLOBAL, E, POR
FALTA DE OPÇÃO, ACABAM DEPENDENDO CADA VEZ MENOS DA EXPERIÊNCIA E CADA VEZ MAIS DA DESCOBERTA.
ESSE SUJEITO ESTAVA HABITUADO A UMA CONVIVÊNCIA
COM O QUE LHE ERA FAMILIAR, ONDE OUTRORA FOI UM INDIVÍDUO ATIVO, EM UM OUTRO PAÍS, COM PROVAVELMENTE ASPIRAÇÕES E DESEJOS DIFERENTES DO QUE PODE IMAGINAR EM SUA SITUAÇÃO ATUAL. ESSES MIGRANTES TRAZEM CONSIGO LEMBRANÇAS
CRIADAS EM FUNÇÃO DE OUTRO MEIO E A NOVA RESIDÊNCIA
OS
OBRIGA
A
GANHAR
NOVAS
EXPERIÊNCIAS PARA SUA SOBREVIVÊNCIA ALBERTO RICCI / ESCALAS URBANAS
“O que começou como um mercado local cuja relevância quase não ultrapassou a extensão do bairro em si, rapidamente ganhou influência sobre o comércio de toda a região. [...] Eastleigh, este bairro sujo, denso, intenso e marcante de refugiados somalis tornou-se um dos principais centros de comércio da África Oriental. ” (HERZ, Manuel, 2008).
“Tendo em conta as dificuldades de integrar os refugiados na população de um país de acolhimento, os que estão nos campos acabam por ficar ali porque a ajuda está mais prontamente disponível. Mas lá, eles podem se perder de outras maneiras, habitando um estado constante de incerteza. ” (MCCLELLAND, 2014)
INSERÇÃO URBANA + O PROJETO DO CENTRO DE APOIO E INTEGRAÇÃO SOCIAL PARA REFUGIADOS E IMIGRANTES
O GLICÉRIO NÃO É UM BAIRRO OFICIALMENTE INSTITUÍDO, SEU RECONHECIMENTO COMO TAL É DADO PELAS PESSOAS. O “LIMITE” É ORGANIZADO A PARTIR DA ENCOSTA DA TABATINGUERA ATÉ RUA LAVAPÉS. O NOME É DADO DEVIDO À RUA DO GLICÉRIO, UMA DAS PRIMEIRAS RUAS ABERTAS
PARALELA- MENTE À VÁRZEA DO TAMANDUATEÍ. A ÁREA POSSUI UMA IDENTIDADE PRÓPRIA, QUE SE SOLIDIFICA: - POR SUA POPULAÇÃO SEMPRE DENSA;
- O ENCORTIÇAMENTO PRECOCE QUE SE MANTÉM AO LONGO DO TEMPO; - A PRESENÇA SEMPRE FORTE DA MIGRAÇÃO QUE TRANSFORMA E RENOVA ESSE LUGAR;
- OS ELEMENTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS QUE CARACTERIZAM ESSE ESPAÇO.
OBRIGADA!