REQUALIFICAÇÃO DE EDIFÍCIOS PARA HABITAÇÃO NO CENTRO DE SÃO PAULO O Edifício União
Ilustração da capa - Edifício União Adaptado Método Engenharia
Universidade de S達o Paulo Janeiro de 2015
Carolina Rodrigues Borges Orientador: Leonardo Marques Monteiro
REQUALIFICAÇÃO DE EDIFÍCIOS PARA HABITAÇÃO NO CENTRO DE SÃO PAULO O Edifício União
Agradecimentos
Agradeço primeiramente ao professor Leonardo Monteiro por todas as conversas, orientações, ajudas e incentivos que guiaram o TFG. Agradeço também aos membros da banca. A professora Maria Ruth Sampaio, pela oportunidade de conhecer o Edifício União, e pelo interesse que sempre demonstrou pelo meu trabalho. À Mônica Dolce pelas conversas, opiniões e sugestões que inspiraram muitas escolhas neste trabalho. Aos meus pais, por toda dedicação e apoio às minhas escolhas, por fazerem dos meus sonhos os seus. Ao meu irmão, Gabriel, pela presença e cumplicidadade de sempre, pela nossa relação exatamente do jeito como ela é. Aos irmãos que encontrei na FAU, Braullio, Marianna, Rodrigo e Stefano, por tudo que aprendi e vivi com cada um. Aos amigos com quem dividi os anos de graduação, por cada bagunça, por cada momento ao lado de vocês.
Sumรกrio
Introdução
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1. Contextualização e Justificativa
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1.1 Contextualização: Déficit Habitacional e Situação de Moradia 1.2 A região central de São Paulo 1.3 A habitação como forma de reabilitação 1.4 Edifícios reabilitados na cidade de São Paulo
2. Critérios para Análise do Desempenho Ambiental 2.1 Desempenho Lumínico - Iluminação Natural 2.2 Desempenho Térmico 2.3 Desempenho Ergonômico 2.4 Desempenho Acústico
3. O Edifício União 3.1 Histórico 3.2 Dados Gerais do Entorno 3.3 Características do Edifício
15 17 20 21
30 31 32 34 42
47 48 52 60
4. Análise do Desempenho Ambiental
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4.1 Desempenho Lumínico 4.2 Desempenho Térmico 4.3 Desempenho Ergonômico 4.4 Desempenho Acústico
81 89 101 112
5. Propostas de intervenção 5.1 Diretrizes Gerais 5.2 Segurança contra incêndio 5.3 Análise - Unidades Habitacionais e Fachada Nordeste 5.3 Proposta - Unidades Habitacionais e Fachada Nordeste
6. Considerações Finais 7.Bibiliografia 8.Apêndices 9. Anexos
117 118 119 122 128
131 136 139 183
Introdução
Vista da cobertura - Edifício União Fonte: Acervo Pessoal Setembro/2014
Introdução O centro de São Paulo apresenta nos dias de hoje uma imagem contraditória àqueles que o percorrem. De um lado, o intenso fluxo de pessoas durante o dia, impulsionado por uma movimentada atividade comercial; de outro, o abandono das ruas, praticamente desertas, durante a noite. Os espaços públicos deteriorados e associados a uma imagem de descaso e poluição, e uma imensa variedade de equipamentos e atividades culturais disponíveis. Um contingente de famílias de baixa renda, vivendo em formas precárias de moradia, um efervescente movimento de luta por moradia, e centenas de edifícios á décadas abandonados. O desenvolvimento da proposta do trabalho teve como base as contradições do centro da cidade de São Paulo, e a ideia da habitação como possível forma de reabilitação, não somente do edifício em seus aspectos construtivos, mas de seu entorno e da forma como se relacionam seus habitantes com este e com a cidade. Neste contexto, o Edifício União surgiu não somente como objeto de estudo, mas como um exemplo por si só da viabilidade da revitalização de edifícios ocupados para habitação. Colocadas as questões relacionadas ao processo histórico e aos conflitos que abriga o centro de São Paulo, e o contexto em que se insere o Edifício União, o trabalho tem como foco os aspectos de desempenho ambiental do edifício, através da análise metodológica dos confortos lumínico, térmico, ergonômico e acústico. A importância de tais questões e seus impactos na vida cotidiana dos moradores, são muitas vezes tidos como aspectos secundários no desenvolvimento projetual de habitações de interesse social.
Por fim, são propostas intervenções com base não somente nos aspectos técnicos analisados, mas nas questões sociais envolvidas na ocupação de edifícios para habitação, de forma a relacionar o conforto do indivíduo na habitação, sua relação com esta, e com o entorno em que se insere.
Oitavo Pavimento - Edifício União Fonte: Acervo Pessoal Setembro/2014
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Contextualização e Justificativa
Bom Retiro - Vista do Edifício União Fonte: Acervo Pessoal Setembro/2014
1. Contextualização e Justificativa 1.1 Contextualização: Déficit Habitacional e situação de moradia Segundo dados do Centro de Estatística e Informações da Fundação João Pinheiro, realizado com base no censo demográfico 2010, o Brasil apresenta um déficit habitacional de 6,490 milhões de unidades, o correspondente a 12,1% dos domicílios do país. A região Sudeste concentra 38% do déficit habitacional do país, o que corresponde a 2,674 milhões de unidades, sendo mais da metade (1,495 milhões) em São Paulo. O município de São Paulo é a capital nacional com maior déficit habitacional, 474 mil unidades.
DÉFICIT HABITACIONAL ESPECIFICAÇÃO
ABSOLUTO
RELATIVO
TOTAL
URBANO
RURAL
TOTAL
URBANO
RURAL
BRASIL
6.940.691
5.885.528
1.055.163
12,1
11,9
13,0
ESTADO DE SÃO PAULO
1.495.542
1.464.295
31.248
11,6
11,9
6,5
474.433
471.612
2.733
13,3
13,3
9,8
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Tabela 01 - Déficit habitacional total e déficit habitacional relativoao total de domicílios, por situação de domicílios - Brasil, 2010 Fonte: Fundação João Pinheiro, Centro de Estatísticas e Informações, 2013
Imagem 01 - Déficit habitacional total por unidade da federação - Brasil - 2010 Fonte: Fundação João Pinheiro, Centro de Estatísticas e Informações, 2013
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O cálculo da situação de déficiti habitacional apresentada na tabela 01 é realizado através da somatória de quatro componentes: 1. Domicílios precários: considera domicílios improvisados e rústicos. O conceito de domicílios improvisados engloba todos os locais e imóveis sem fins residenciais e lugares que servem como moradia alternativa, como imóveis comerciais, embaixo de pontes e viadutos, barracas, carcaças de carros abandonados, etc. Domicílios rústicos, por sua vez, são aqueles sem parede de alvenaria ou madeira aparelhada, que, em decorrência das condições de insalubridade, geram desconforto e trazem risco de contaminação por doença. 2. Coabitação familiar: compreende a soma das famílias conviventes secundárias que vivem junto com a família principal no mesmo domicílio, e das que vivem em cômodos. As famílias consideradas conviventes secundárias são aquelas constituídas por, no mínimo, duas pessoas, ligadas por laço de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência, e que residem no mesmo domicílio que outra família, denominada principal. 3. Ônus excessivo com aluguel: corresponde ao número de famílias urbanas com renda de até três salários mínimos que moram em casa ou apartamento, e que despendem 30% ou mais de sua renda com aluguel. Considera-se para este fator, que para determinada parcela pobre da sociedade, o aluguel não é uma opção, diferentemente do que ocorre com alguns setores da classe média, para os quais pagar aluguel em bairros melhores e de mais status é preferível a comprar um imóvel em áreas suburbanas de pior localização. 4. Adensamento excessivo de domicílios alugados: essa situação é caracterizada pelo número médio de moradores por dormitório acima de três. A tabela a seguir apresenta o déficit habitacional total e relativo por componente considerado, ilustrando as diferentes situações de moradia que compõe esse valor no Brasil, no Estado de São Paulo, e no município.
ESPECIFICAÇÃO
COMPONENTES ÔNUS
ADENSAMENTO
1.343.435
2.991.313
2.124.404
481.538
ESTADO DE SÃO PAULO
98.905
646.219
569.802
180.616
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
22.949
196.746
187.613
67.037
BRASIL
PRECÁRIOS COABITAÇÃO
Tabela 02 - Déficit habitacional por componente - Brasil, 2010 Fonte: Fundação João Pinheiro, Centro de Estatísticas e Informações, 2013
Outro dado importante para a contextualização do trabalho é a quantidade de unidades habitacionais vagas em comparação aos valores de déficit habitacional apresentado. Os conceitos utilizados pelo IBGE para identificar o estoque de moradias não ocupadas são: 1. Domicílios fechados: domicílios particulares permanentes, cujos moradores estavam ausentes no período da coleta do censo. 2. Domicílios de uso ocasional: domicílios particulares que serevem ocasionalmente de moradia (casas de campo, de final de semana, férias, entre outros). 3. Domicílios vagos: unidades que se encontravam efetivamente desocupadas na data de referência do censo. A tabela a seguir apresenta dados do ano de 2009, referentes aos domicílios vagos com potencial de serem ocupados por situação de domicílio (urbano ou rural) no Brasil no Estado de São Paulo, e na Região Metropolitana. Como se pode ver, o Estado de São Paulo responde por aproximadamente 1,364 milhão de unidades. 15
ESPECIFICAÇÃO
DOMICÍLIOS VAGOS COM POTENCIAL DE SEREM OCUPADOS (2009) TOTAL
URBANO
RURAL
BRASIL
7.149.395
5.213.751
1.935.644
ESTADO DE SÃO PAULO
1.364.288
1.174.949
189.338
581.879
571.298
10.580
RM DE SÃO PAULO
Tabela 03 - Domicílios vagos em condições de serem ocupados por situação de domicílio, Brasil 2009 Fonte: Fundação João Pinheiro, Centro de Estatísticas e Informações, 2012
O dado de déficit habitacional total para a Região Metropolitana de São Paulo para o ano de 2009 é de 608.809 domicílios, e o número de domicílios vagos, como apresentado na tabela 04, é de 581.879 domicílios. Como agravante da comparação destes dados, é importante ressaltar, que o índice de déficit habitacional se concentra nos bairros mais degradados, que apresentam maiores índices de moradores de rua e cortiços. Estes bairros concentram também os maiores índices de domicílios vagos. Assim, nestas regiões existem milhares de famílias morando em condições precárias junto a inúmeros edifícios vagos.
1.2 A região central de São Paulo A região central de São Paulo vem passando por um processo de deterioração iniciado na década de 60. Segundo Yole (2006): “A degradação da área central das cidades é um processo natural da dinâmica urbana. O esvaziamento das regiões mais antigas acontece ao mesmo tempo em que novas localidades são construídas pelo mercado imobiliário. A busca por edifícios mais modernos, que atendam às novas exigências do mercado, provoca o deslocamento das empresas para os novos ‘centros’.” (YOLE, 2006) A situação é relatada também por Bonfim: “A indústria da construção civil, associada ao capital imobiliário criou novos empreendimentos nas novas áreas, atraindo muitas vezes a demanda de maior poder aquisitivo. Por sua vez, a atuação do poder público permitiu a produção imobiliária em novos espaços sem a preocupação com os anteriormente ocupados e que serão descartados, mas que ficarão presentes no espaço urbano.” (BONFIM, 2004) Uma das razões para a perda de competitividade imobiliária do centro de São Paulo foi a dificuldade para acesso e estacionamento de veículos. Aos poucos, o uso do transporte coletivo e do deslocamento a pé se desenvolveu nessa região, culminando na criação de calçadões no final da década de 70, e na restrição ao acesso de veículos particulares em algumas áreas. Os imóveis da região central tornaram-se insuficientes e obsoletos junto à criação de novas áreas destinadas à população de alto poder aquisitivo, com edifícios mais modernos e que atendem às novas exigências do mercado. Estão também associadas à deterioração da região central da cidade de São Paulo a deficiência da segurança pessoal e patrimonial na região, e a deterioração ambiental e paisagística. Segundo Lefèvre (2003): “as razões para a perda de competitividade imobiliária do centro eram concretas: dificuldade para o acesso e estacionamento de veículos; terrenos pequenos e caros; substituição da população de alto 16
poder aquisitivo que frequentava o centro até a década de 1950 por uma grande quantidade de pessoas de baixo poder aquisitivo de passagem pelo centro, devido à peculiaridade da operação do transporte coletivo; deslocamento do comércio e de serviços sofisticados e de luxo para perto dos locais de moradia das classes altas.” (LEFÈVRE, 2003) Atualmente, ao centro da cidade de São Paulo se caracteriza pela grande quantidade edifícios abandonados, e pela deterioração dos espaços públicos. A região recebe um grande fluxo de pessoas durante o dia, devido ao seu forte caráter comercial, e durante a noite, fica praticamente deserta. A partir dessa dinâmica urbana de substituição da população residente, o centro tem abrigado um grande número de famílias de baixa renda, vivendo em cortiços, nas ruas, ou em outras formas de moradia precária. pessoas durante o dia, devido ao seu forte caráter comercial, e durante a noite, fica praticamente deserta. A partir dessa dinâmica urbana de substituição da população residente, o centro tem abrigado um grande número de famílias de baixa renda, vivendo em cortiços, nas ruas, ou em outras formas de moradia precária. A contradição entre o número de imóveis vagos e as condições de moradia dessa faixa da população provocou uma mobilização social, com o objetivo de pleitear habitação de interesse social nos edifícios vagos. Com isso, a população que residia em condições precárias de moradia passou a se organizar em movimentos sociais que, a partir da década de 1990, passou a organizar a ocupação de edifícios vagos como forma de pressão sobre a sociedade e as autoridades. A tabela a seguir apresenta os valores de domicílios vagos nos distritos centrais da cidade de São Paulo, e a relação destes com o número total de domicílios, de acordo com o Censo do IBGE no ano de 2000:
DISTRITOS
TOTAL DE RECENSEADOS
VAGOS
VAGOS/TOTAL
BELA VISTA
33848
5479
16,2%
BELÉM
14997
2500
16,7%
BOM RETIRO
10807
1821
16,8%
BRÁS
11622
2789
24,0%
CAMBUCI
11370
1910
16,8%
LIBERDADE
29392
5283
18,0%
MOOCA
25331
3675
14,5%
PARI
5817
1223
21,0%
REPÚBLICA
30849
7007
22,7%
SANTA CECÍLIA
36171
6343
17,5%
SÉ
11410
3055
26,8%
TOTAL DOS 11 DISTRITOS
221614
41085
18,5%
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
3554820
420327
11,8%
Tabela 04 - Distritos centrais de São Paulo - Domicílios particulares vagos Fonte: IBGE, Censo de 2000
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Entre os anos de 1997 e 1999, foram organizadas ocupações em 19 edifícios da região central, mobilizando cerca de 1300 famílias dos movimentos: Fórum dos Cortiços, Unificação das Lutas de Cortiço, Movimento dos Sem-Teto do Centro (MSTC) e Movimento de Moradia do Centro (MMC). As condições de moradia dentro de muitos desses edifícios é precária, principalmente naqueles que abrigavam originalmente atividades comerciais, já que não apresentam banheiros com chuveiros nos pavimentos. Além disso, as ligações de água e esgoto são ilegais, o risco de incêndio é elevado devido às “gambiarras” na distribuição de energia, e as divisões entre os ambientes são, em muitos casos, realizadas em madeira. Sobre os conflitos sociais na região central da cidade de São Paulo, Bomfim coloca: “O cenário atual do Centro evidencia a disputa não só pelos espaços desocupados, mas também pelos que estão ocupados. As ocupações trazem à tona o intenso conflito social que se trava em São Paulo, onde o centro é um dos mais importantes palcos deste conflito. As ocupações são reflexos das políticas urbanas implementadas ao longo do processo de urbanização de São Paulo, no qual a demanda das classes menos favorecidas não foi atendida.” (BOMFIM, 2004)
1.3 A habitação como forma de reabilitação “Percorrendo a área central da cidade de São Paulo surpreende a existência de numerosos edifícios verticais totalmente vazios. São construções com mais de cinco pavimentos, geralmente empreendidos na primeira metade do século vinte com a vanguarda tecnológica da época, que por diversas razões seus proprietários preferiram fechar. Trata-se de um patrimônio construído constituído de algumas centenas de edifícios à espera de um mercado que não se viabiliza. Sem dúvida, numa cidade onde não há mais área para expansão urbana e o déficit habitacional supera o milhão de unidades habitacionais, pensar na sua utilização para fins habitacionais parece uma ideia sensata, principalmente quando a sua reforma pode ancorar um processo de reabilitação da área centra da cidade.” (DEVECCHI, 2010) Diante do contexto apresentado por Devecchi (2010), a criação de habitação pode ser entendida como uma forma de buscar equilíbrio nas atividades no centro da cidade de São Paulo, garantindo a presença de pessoas 24 horas por dia, e funcionando como um recurso de recuperação da vitalidade perdida pela região. A reabilitação de edifícios abandonados surge, assim, como uma forma de intervenção diretamente relacionada ao seu entorno, de forma que seu estudo de viabilidade não deve encará-la como uma atuação pontual apenas ligada ao imóvel, mas como uma forma de interagir com o ambiente em que se encontra e sua vizinhança.
Ocupação Edifício da Rua Mauá Fonte: Projeto Mauá 340 Junho/2012
“Um centro multifuncional e diversificado, com uma proporção elevada de população residente, deverá gerar sinergias que se traduzem em novas atividades, uso nas 24 horas, maior atratividade, melhores espaços de uso comum, melhor qualidade de vida e por fim, but not at least, maior potencial de irradiação de um modelo de desenvolvimento urbano e convivência social compatível com a metrópole do século XXI,” (BRANDÃO, 2003) Com relação à viabilização da produção de HIS na área central, alguns aspectos devem ser
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destacados. O primeiro está atrelado ao envolvimento com os movimentos sociais, cuja participação não deve se restringir apenas à definição da demanda, mas possibilitar a participação nas decisões relacionadas ao projeto. Outro aspecto importante é o fato de que os projetos de reabilitação de edifícios para habitação de interesse social, encontram alguns fatores limitantes, relacionados principalmente à burocracia intrínseca ao processo. Assim, a elaboração do projeto de forma adequada ao limite financeiro e às regras técnicas do programa habitacional, a aprovação na Prefeitura e as limitações relacionadas à execução da obra levam ao longo prazo do processo de viabilização e construção do empreendimento. A infraestrutura urbana presente na região também configura um fator favorável à criação de habitação, já que o centro da cidade de São Paulo apresenta grande oferta de transporte coletivo público. Além disso, outros serviços públicos surgem como fatores favoráveis à habitação, como redes de água, esgoto, telefonia, gás e drenagem, iluminação e mobiliários públicos, sinalização e sistema viário, e serviços de policiamento e saúde. Esse conjunto de serviços encontra atualmente ocioso, e poderia ser melhor aproveitado, evitando, ainda, a necessidade de sua criação em áreas de periferia, usualmente destinadas para habitação de interesse social. Com relação à viabilização da produção de HIS na área central, alguns aspectos devem ser destacados. O primeiro está atrelado ao envolvimento com os movimentos sociais, cuja participação não deve se restringir apenas à definição da demanda, mas possibilitar a participação nas decisões relacionadas ao projeto. Outro aspecto importante é o fato de que os projetos de reabilitação de edifícios para habitação de interesse social encontram alguns fatores limitantes, relacionados principalmente à burocracia intrínseca ao processo. A ssim, a elaboração do projeto de forma adequada ao limite financeiro e às regras técnicas do programa habitacional, a aprovação na Prefeitura e as limitações relacionadas à execução da obra levam ao longo prazo do processo de viabilização e construção do empreendimento.
1.4 Edifícios reabilitados na cidade de São Paulo Das unidades vagas localizadas no centro de São Paulo, nem todas são passíveis de intervenção, principalmente quando voltada para Habitação de Interesse Social. Tais iniciativas constituem um processo recente, que teve suas primeiras experiências promovidas com financiamento da Caixa Econômica Federal, no ano de 2000. Destaca-se nessas iniciativas, o trabalho desenvolvido pela Prefeitura de São Paulo junto ao Programa Morar no Centro, desenvolvido pela Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sehab) e pela Companhia Metropolitana de Habitação em São Paulo (Cohab-SP), que visa a reabilitação e o repovoamento da região central através da reforma e reciclagem de edifícios ociosos. Os projetos de requalificação se diferem dos novos projetos para edifícios habitacionais a medida que os profissionais responsáveis se deparam com diversos fatores limitadores, como a impossibilidade de expansão horizontal, as restrições legais relacionadas à produção de Habitação de Interesse Social, as falhas nas documentações de intervenções anteriores, as restrições de espaço para canteiro de obras e recebimento de materiais, e as leis e normas relacionadas à segurança contra incêndio e à preservação do patrimônio histórico.
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O centro de São Paulo apresenta três tipologias básicas de edifícios passíveis de reabilitação: comercial, hotel e residencial. Em sua dissertação “Reformar não é construir: a reabilitação de edifícios verticais: novas formas de morar em São Paulo no século XXI”, Alejandra Devecchi apresenta estas tipologias, as diferentes características de cada uma, e de que forma essas características vêm a contribuir ou limitar as propostas de intervenção. A análise apresentada a seguir tem como base o estudo realizado por Devecchi, e apresenta três estudos de caso, um de cada tipologia, de edifícios, cuja reabilitação foi viabilizada na cidade de São Paulo.
1.4.1 Tipologia 01: Comercial De acordo com a classificação proposta por Devecchi, os edifícios comerciais no centro de São Paulo apresentam três tipos de configuração: de esquina, planta em H e planta livre. De forma geral, os edifícios comerciais caracterizam-se por uma grande fragmentação do espaço do andar tipo em diferentes salas, e um único local destinado a banheiros. Esta característica associada ao fato de os pés direitos serem usualmente inferiores a 3,00 dificulta a obra de reabilitação para uso residencial, uma vez que limita a criação de prumadas hidráulicas para a instalação de banheiros e cozinhas. Os edifícios com planta livre apresentam problemas no que se refere à subdivisão em ambientes, devido à necessidade de iluminação para todos os cômodos. Além disso, a necessidade de subdivisão interna pode gerar sobrecarga na estrutura do edifício, de forma que devem ser estudados os materiais utilizados para tal. O Edifício Riskallah Jorge, estudado como exemplo de edifício de tipologia comercial, está localizado no Bairro Santa Ifigênia, no distrito da Repúbllica. O edifício foi sede do Grupo Votorantim durante 20 anos, até ser vendido na década de 70 para a Real e Benemérita Sociedade Portuguesa da de Beneficiência. A partir daí, esteve vazio e em processo de deterioração. O edifício se encontra na área do Vale do Anhangabaú, tombado no Nível de Proteção 3 (NP-3) pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - CONPRESP, que determina a preservação de suas características externas, e aprovação do CONPRESP para projetos de restauração, reciclagem, revitalização e reforma. O edifício foi ocupado pelo Movimento de Moradia no Centro (MMC), e após a saída dos moradores, foi viabilizada a revitalização do edifício, através da parceria entre a Prefeitura de São Paulo e a Caixa Econômica Federal. O projeto de restauração foi realizado pelo escritório Helena Saia, e a construção pela Cury empreendimentos Imobiliários. As moradias foram entregues em janeiro de 2003. Os 17 andares do edifício comercial foram adequados para abrigar 167 apartamentos conjugados ou quitinetes com banheiro. O pavimento térreo abriga a recepção, um salão de uso comunitário, depósitos de lixo, sanitários e um apartamento. As plantas apresentam configurações diferentes nos dois primeiros pavimentos, e nos pavimentos a partir do décimo segundo. Foram recuperadas, ainda, as cores gerais da parede externa, as janelas, as portas de ferro e as ferragens antigas que estavam em bom estado. Além disso, foi a realizada a restauração de elementos originais do saguão, como o piso, as colunas e as paredes em mármore. Foram mantidos três dos quatro elevadores originais, sendo que um deles foi desativado para atender somente até o segundo pavimento. 21
Imagem 02- Edifício Riskallah Jorge - Pavimento térreo Fonte: Documentação e Análise da Reciclagem e Requalificação dos Edifícios Maria Paula, Rsikallah Jorge e Brigadeiro Tobias no Centro Histórico de São Paulo, Rosío Fernández Baca Salcedo, 2007
Imagem 03- Edifício Riskallah Jorge - Primeiro Pavimento Fonte: Documentação e Análise da Reciclagem e Requalificação dos Edifícios Maria Paula, Rsikallah Jorge e Brigadeiro Tobias no Centro Histórico de São Paulo, Rosío Fernández Baca Salcedo, 2007
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Imagem 04- Edifício Riskallah Jorge - Terceiro ao Décimo Primeiro Pavimentos Fonte: Documentação e Análise da Reciclagem e Requalificação dos Edifícios Maria Paula, Rsikallah Jorge e Brigadeiro Tobias no Centro Histórico de São Paulo, Rosío Fernández Baca Salcedo, 2007
Imagem 05, 06 e 07- Edifício Riskallah Jorge - Recuperação das fachadas e do Saguão Fonte: Carla Lima, 2011
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1.4.2 Tipologia 02: Hotel Por exigirem menos alterações de planta, os edifícios de hotel facilitam a reconversão para uso residencial. A distribuição de instalações é facilitada, devido aos pés direitos altos, que permitem a criação de pisos elevados e lajes rebaixadas. Alguns edifícios apresentam também poços de iluminação internos, que podem abrigar os shafts para as novas instalações. De acordo com a classificação proposta por Devecchi, os hotéis podem apresentar as seguintes configurações: planta em H, de esquina, de esquina com pátio central, e de luxo. Os hotéis de luxo, construídos nas décadas de 40 e 50 apresentam quartos confortáveis, com no mínimo 20m², facilitando a viabilização de unidades habitacionais sem grandes alterações de layout. O edifício Hotel São Paulo, analisado como estudo de caso para esta tipologia, está localizado no distrito da Sé, junto à Praça das Bandeiras. Foi construído como um hotel de alto padrão na década de 40, e esteve desocupado desde a década de 80, uma vez que sua localização tornou-se inviável para o acesso de veículos. No final dos anos 90, o edifício foi ocupado por mais de 400 famílias ligadas ao movimento de moradia Fórum de Cortiços. A complexidade e o custo da reforma do edifício fizeram com que a decisão sobre seu destino fosse bastante demorada. A viabilidade de sua transformação em HIS se deu a partir da decisão de promover o desmembramento dos andares inferiores, destinados a uma unidade básica de saúde e uma creche, e aproveitar somente os andares superiores para o uso residencial. Assim, as secretarias municipais de Saúde e Educação receberam os andares inferiores, O edifício foi desapropriado pela Prefeitura de São Paulo em 2004, e o projeto de reforma realizado pela assessoria Fábrica Urbana. Foi viabilizada a criação de 152 unidades habitacionais, sendo 16 quitinetes, 111 apartamentos de um dormitório, 20 apartamentos de dois dormitórios e 15 apartamentos adaptados para deficientes físicos. Para garantir a segurança, foi executado um novo bloco de circulação vertical, medida que passou pela aprovação dos órgãos de preservação do patrimônio arquitetônico (DPH e CONDEPHAAT), uma vez que o hotel encontra-se localizado no raio de tombamento da Catedral da Sé. Atualmente, o edifício se encontra praticamente todo ocupado. Algumas quitinetes que apresentam plantas triangulares se encontram vazias, devido à dificuldade de acomodação da mobília. As famílias atendidas pertecem ao movimento de moradia Fórum de Cortiço e ao cadastro oficial da Cohab/SP.Devido principalmente às questões relacionadas à criação de novas áreas de circulação vertical, o custo da reforma foi semelhante ao de uma construção nova. Além disso, a dificuldade de acesso e ciriculação devido à localização do edifício apareceu como fator limitante, uma vez que restringiu os horários para o fornecimento de materiais e máquinas grandes, estendendo o tempo da obra,
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Imagem 08- Edifício Hotel São Paulo - Pavimento tipo antes da intervenção Fonte: GTAISEHAB, 2001-2004
Imagem 10- Edifício Hotel São Paulo - Situação atual Fonte: Caderno “Estudos de caso”, 2007
Imagem 09- Edifício Hotel São Paulo - Pavimento tipo após a intervenção Fonte: Assessoria Fábrica Urbana
Imagem 11- Edifício Hotel São Paulo - Situação atual Fonte: Caderno “Estudos de caso”, 2007
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1.3.3 Tipologia 03: Residencial A tipologia residencial é a mais adequada para viabilizar uma reconversão, uma vez que praticamente não exige demolições e novas construções. Assim, a intervenção normalmente se restringe a uma reforma de instalações, não exigindo grandes alterações de layout. A classificação apresentada por Devecchi divide os edifícios desta tipologia em quatro duas configurações: residencial de esquina com vários apartamentos por andar, e residencial com um apartamento por andar e meio poço central. A autora coloca que os edifícios cujo projeto original apresenta um apartamento por andar aumentam as dificuldades de reconversão, exigindo a criação de novas prumadas hidráulicas. O Edifício Maria Paula foi analisado como estudo de caso para a tipologia residencial. Está localizado no bairro da Bela Vista, e foi originalmente projetado para abrigar residências de classe média. Posteriormente, o edifício foi abandonado foi abandonado pelos moradores, devido à falta de garagens, e esteve abandonado até 1997, quando foi ocupado pelo movimento Fórum de Cortiços. Em 2002, foi tombado com Nível de Preservação 3 (NP-3) pelo Conselho Municipal de Preservação de São Paulo (COMPRESP). A viabilização do edifício para habitação de interesse social ocorreu através do convênio da Prefeitura de São Paulo com a Caixa Econômica Federal, e o projeto foi desenvolvido pelo escritório Fábrica Urbana. Originalmente, o edifício Maria Paula apresenta 14 pavimentos e um subsolo. Abriga no pavimento térreo o quarto do zelador, o saguão de acesso aos apartamentos, duas lojas e um depósito. Do primeiro ao décimo pavimento, abrigava um apartamento por andar, com três dormitórios. Os pavimentos 11° e 12° abrigavam um único apartamento, com uma escada interna. O 13° pavimento abrigava dois quartos de empregada, um terraço, um banheiro, a rouparia e a sala de máquinas. A pós a reabilitação, os treze pavimentos e o térreo passaram a abrigar 75 unidades residenciais para uma população com renda mínima entre três e eseis salários mínimos. No subsolo estão a área para reuniões de condomínio, a área de recreação infantil, o reservatório de água, a casa de bomba, o abrigo de medidores, duas escadas e dois espaços livres para jardim. No pavimento térreo, estão o hall de acesso às unidades, a recepção, duas unidades habitacionais adaptadas para deficientes físicos, a lavanderia coletiva, e o acesso à circulação vertical. Os pavimentos do 1° e 12° abrigam seis apartamentos de um dormitório, e o 13°, um apartamento de dois dormitórios.
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Imagem 12- Edifício Maria Paula - Planta do Pavimento Tipo Fonte: Câmara Municipal de São Paulo, 2001
Imagem 13 Edifício Maria Paula Fonte: Autor desconhecido
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Critérios para Análise do Desempenho Ambiental
Escada de Acesso - Edifício União Fonte: Acervo Pessoal Setembro/2014
2. Critérios para Análise do Desempenho Ambiental 2.1 Desempenho Lumínico - Iluminação natural A iluminação exerce importante papel na fisiologia e psicologia dos seres humanos, condicionando o estado de espírito, a atenção, e a proutividade, de forma que soluções inadequadas e insatisfatórias podem levar a alterações de comportamento e desempenho, provocando perda de satisfação, concentração e produtividade. Em relação à iluminação natural, devem ser alcançados níveis adequados às tarefas que os usuários estejam realizando no ambiente. Para tal, é importante proporcionar acesso à luz do dia nos ambientes de permanência prolongada por meio de acesso direto ou componentes de passagem de luz, assegurando níveis de iluminância suficientes e em conformidade com as normas técnicas. Além disso, o aproveitamento da luz natural deve evitar seus incovenientes, como ofuscamento direto ou indireto, constrastes inadequados e radiações prejudiciais, através da definição das características das aberturas projetadas e de estratégias de proteção solar. A norma brasileira de desempenho de edificações ABNT NBR 15575 estipula os níveis requeridos de iluminância natural nas habitações. Considerando unicamente a iluminação natural, os níveis gerais de iluminância nas diferentes dependências das construções habitacionais devem atender ao disposto na tabela 05:
Nível de desempenho Sala de Estar Dormitório Copa/Cozinha Área de Serviço Banheiro Corredor ou escada interna à unidade Corredor de uso comum (prédios) Escadaria de uso comum (prédios) Garagens/estacionamentos
Iluminamento geral para os nível de de desempenho (lux) M*
I
S
≥60
≥90
≥120
Não requerido
≥30
≥45
Tabela 05- Iluminamento geral para os níveis de desempenho Fonte:ABNT NBR 15575 -1/ 2003
Alguns fatores da construção contribuem para o bom desempenho lumínico dos ambientes, como a aplicação de cores claras nos resvestimentos de tetos e paredes, e a adoção de caixilhos com áreas envidraçadas relativamente grandes. Além disso, o posicionamento dos caixilhos e o distanciamento apropriado entre edificações e demais obstruções contribuem para o alcance dos níveis de iluminação adequados. 30
A análise do desempenho lumínico para o Edifício União foi realizada através de simulações de iluminação natural no software Dialux. Foram consideradas para tal, as condições especificadas pela Norma de Desempenho ABNT NBR 15575/2003. A análise dos resultados obtidos foi realizada também com base nos níveis apresentados na tabela.
2.2 Desempenho Térmico O desempenho térmico repercute no conforto dos ocupantes e na criação de condições adequadas para o sono e as atividades normais de uma habitação, além de contribuir para a economia de energia. A análise do desempenho térmico depende de diversas características do local de inserção da edificação, como topografia, temperatura, umidade do ar, direção e velocidade do vento, e da própria edificação, como dimensões dos ambientes, pé direito, e orientação das fachadas. As condições de ventilação também devem ser levadas em consideração para o conforto térmico, e são influenciadas pelo posicionamento e as dimensões das aberturas. A situação de conforto térmico depende, ainda, do tipo de atividades a serem realizadas no interior dos diferentes ambientes, do mobiliário existente, do número de ocupantes, bem como idade, sexo, vestimenta e condições fisiológicas dos mesmos. Assim, a busca pelo conforto térmico visa uma condição média, que atende à maior parte das pessoas e das situações de utilização dos ambientes. Para análise do desempenho térmico, foram estudados e interpretados os dados climáticos da cidade de São Paulo, onde está localizado o Edifício União, de forma a se obter estratégias de projeto e de análise adequadas. Tal análise, deve levar em consideração aspectos como a variação da temperatura ao longo do ano, a umidade relativa, os dados de precipitação, e de velocidade e direção dos ventos. Tais dados foram obtidos através do software Climaticus 4.2, desenvolvido pelo Laboratório de Conforto Térmico e Eficiência Energética (LABAUT) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Para a determinação do desempenho térmico do Edifício União foi utilizado o índice de temperatura efetiva do ambiente não climatizado artificialmente, através do método do CSTB (Centre Scientifique et Technique Du Batiment – Paris), apresentado no Manual do Conforto Térmico (FROTA e SCHIFFER, 2003). Para o cálculo da temperatura são considerados o clima do local, através de dados de temperatura e umidade relativa de ar, as horas de insolação nas determinadas fachadas, as taxas de renovação de ar através da ventilação natural, os materiais empregados na construção, a ocupação do ambiente e a inércia térmica da construção. O cálculo foi realizado para a temperatura de verão, considerando o dia de maior temperatura externa média, em combinação com o horário de maiores ganhos de calor por radiação solar, configurando a situação máxima com relação à temperatura.
31
O cálculo da temperatura efetiva é realizado através das seguintes etapas: 1. CÁLCULO DOS GANHOS TÉRMICOS São considerados os ganhos de calor do edifício pelos seguintes fatores: - Radiação solar incidente em materiais opacos e translúcidos da fachada, através das fórmulas: Superfícies Opacas: Qop = Aop x α x K x Ig (W) he
Superfícies Translúcidas Qtr = Atr x Str s Ig (W)
Qop: ganho de calor pela superfície opaca Aop: área da superfície opaca α: coeficiente de absorção da radiação solar, específico da pintura K: coeficiente global de transmissão térmica (W/m² • °C) 1/he: resistência térmica superficial para parede exterior Ig: intensidade de radiação solar incidente global em W/m²
Qtr: ganho de calor pela superfície translúcida Atr: área da superfície translúcida Str: fator solar do vidro Ig: intensidade de radiação solar incidente global em W/m²
Os valores de referência considerados para o cálculo são apresentados no Anexo 01. - Carga térmica devido à ocupação: os ganhos térmicos relativos à ocupação do ambiente estão relacionados ao número de ocupantes, e o calor sensível emitido por estes, dependendo da atividade a ser realizada, e aos equipamentos e lâmpadas existentes no ambientes. 2. CÁLCULO DAS PERDAS DE CALOR São consideradas as perdas de calor do edifício pelos seguintes fatores: - Componentes opacos e translúcidos da envoltória, através das fórmulas: Superfícies Opacas: Q’op = Aop x K x Δt (W)
SuperfíciesTranslúcidas: Q’tr = Atr x K x Δt (W)
Q’op: perda de calor pela superfície opaca Aop: área da superfície opaca (m²) K: coeficiente global de transmissão térmica (W/m² • °C) Δt: diferença de temperatura interna e externa (°C)
Q’tr: perda de calor pela superfície translúcida Atr: área da superfície translúcida (m²) K: coeficiente global de transmissão térmica (W/m² • °C) Δt: diferença de temperatura interna e externa (°C)
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- Ventilação, através da fórmula: Q’vnt = 0,35 x N x V x Δt (W) Q’op: perda de calor através da ventilação N: taxa de renovação horária do ar ambiente V: volume do ambiente (m³) Δt: diferença de temperatura interna e externa (°C) Para o balanço térmico, admite-se que os ganhos de calor do edifício são iguais ou muito próximos às perdas, de forma que a somatória dos ganhos (radiação solar nas fachadas, ocupantes e equipamentos) menos a somatória das perdas (pelos componentes da fachada, pela ventilação) tende a zero. A partir do cálculo do balanço térmico, é obtido o valor Δt, correspondente à diferença entre as temperaturas interna e externa. A avaliação da inércia é realizada através do cálculo do peso das paredes, e da superfície equivalente pesada, que leva em consideração as densidades dos materiais utilizados nas vedações, no piso e na cobertura, bem como suas áreas. A partir das determinação do coeficiente de inércia, é possível calcular a temperatura interna máxima do ambiente. Com este valor (temperatura de bulbo seco), e o dado da umidade do ar, é possível obter-se o valor da temperatura de bulbo úmido através da carta psicrométrica para a cidade de São Paulo, e da Temperatura Efetiva (TE) através do Normograma de Temperatura Efetiva. Por fim , é realizada a verificação da ventilação através da fórmula: ɸc = 0,14 x A√(H x Δt) (m³/s) ɸc: fluxo de ar por efeito chaminé A: área de abertura, de entrada ou de saída, considerando a menor em m² H: altura medida a partir da altura daabertura de entrada de ar até a metade da abertura de saída do ar em m Δt: diferença de temperatura interna e externa (°C) De forma a obter-se o valor real da taxa de ventilação do ambiente, uma vez que este é estimado para o cálculo das perdas de calor. O cálculo é refeito até que o número estimado seja compatível com o valor de renovação de ar encontrado a partir da verificação.
2.3 Desempenho Ergonômico As questões de ergonomia estão associadas ao correto dimensionamento dos ambientes e disposição do mobiliário, de forma a permitir o desenvolvimento das atividades pertinentes à unidade habitacional, considerando as exigências básicas e os espaços mínimos requeridos para tal. Assim, os ambientes foram analisados dos com base na natureza das atividades que abrigam, e avaliados com relação à adequação e o dimensionamento necessário a estas.
33
Para análise das questões relacionadas ao dimensionamento dos espaços de habitação, foi adotado o método proposto por João Branco Pedro em Programa Habitacional - Arquitetura. Pedro propõe a classificação dos ambientes da unidade habitacional com base nas atividades a serem desenvolvidas nestes, no horário e na frequência da realização das funções, e da descrição dos usuários envolvidos. A análise considera, ainda, exigências de projetos como a agradabilidade dos espaços, relacionada ao conforto acústico, visual e à qualidade do ar que proporcionam aos usários, a segurança dos usuários na realização das atividades, a adequação dos espaços com relação ao seu dimensionamento e funcionalidade, e as questões de acessibilidade, privacidade, e personalização dos ambientes. A análise foi realizada, a princípio, através da classificação dos diferentes ambientes com relação às atividade e funções que abrigam, de acordo com a tabela 06. A tabela indica apenas as funções apresentadas como dominantes pelo autor, consideradas mais significativas para a análise das unidades do Edifício União. Função
Sistema de atividades
Atividades
Dormir/descanso pessoal
Dormir/descanso de casal
Dormir de noite, dormir de dia
Dormir/descanso duplo
Descansar
Dormir/descanso individual
Ler, ver televisão Estar doente e tratar de pessoa doente Estar com criança pequena Vestir e despir roupa Fazer a cama Conversar ao telefone Conversar em privado
Preparo de refeições
Arrumação de roupa pessoal
Arrumar roupa pessoal
Preparo de refeições
Guardar e conservar alimentos Preparar alimentos Cozinhar alimentos Lavar louça Arrumar louça Eliminar lixo
Refeições correntes
Refeições correntes
Pôr a mesa e servir alimentos Comer Levantar a mesa
Refeições formais
Refeições formais
Pôr a mesa e servir alimentos Comer Levantar a mesa
Estar/reunir
Lazer familiar
Conversar, jogar, ler Ouvir música Tocar instrumentos musicais
Ver televisão Receber
Receber conviados
Ver televisão Apresentar visitas Servir aperitivos, bebidas Conversar, jogar Ouvir música Ver televisão
Recreio de crianças
Recreio de crianças
Brincar Vigiar/tratar crianças
34
Estudo/recreio de jovens
Estudo/recreio de jovens
Estudar Utilizar computador pessoal Reunir amigos Jogar, ler, ouvir música, ver televisão
Trabalho/recreio de adultos
Trabalho/recreio de adultos
Estudar Utilizar computador pessoal Reunir amigos Jogar, ler, ouvir música, ver televisão
Passar a ferro/costurar roupa
Passar a ferro
Passar a ferro
Costurar roupa
Costurar à mão, ou à máquina
Lavagem de roupa na máquina
Lavar de roupa na máquina
Limpar, arrumar roupa Limpar, arrumar roupa Lavagem de roupa
Lavagem de roupa manual
Lavar roupa à mão
Secagem de roupa
Secagem de roupa na máquina
Secar roupa com máquina
Secagem de roupa natural
Estender roupa, apanhar roupa
Higiene pessoal
Lavagens
Lavar as mãos e o rosto Tomar banho ou dar banho nas crianças Vestir e despir roupa, fazer toilete, fazer a barba Proceder curativos Lavar roupa pequena à mão
Funções vitais Permanência no exterior privado
Excreções
Permanência no exterior privado elevado Descansar e solário Reunir Permanência no exterior privado térreo Cuidar de flores e animais Estar ao ar livre
Circulação
Entrada/saída
Entrar e sair da habitação Vestir e despir vestuário de exterior Atender pessoas estranhas à porta Esperar e receber visitas
Comunicação/separação
Circular entre compartimentos
Arrumação geral
Arrumar objetos volumosos e de uso eventual
Arrumação de despensa
Arrumar alimentos e produtos de limpeza
Separar compartimentos Arrumação
Estacionamento de veículos
Arrumação de roupa de casa
Arrumar roupa de casa
Estacionamento de veículos
Estacionar veículos Entrar e sair do veículo Arrumar utensílios de manutenção de veículo
Tabela 06 - Classificação de funções, sistemas de atividades e atividades Fonte: Adaptado de Pedro, 2001
Para o Edifício União, foram analisadas as funções em destaque no quadro da imagem 14, consideradas pelo autor, funções dominantes na habitação. Estas são apresentadas juntamente com funções associadas e opcionais, de acordo com sua localização nos diferentes ambientes da habitação.
35
Compartimento
Quarto
Função dominante Funções associadas Funções opcionais
Instalação Sanitária
Dormir/descanso pessoal
Higiene Pessoal
Estudo/recreio de jovens Recreio de crianças
Lavagem de roupa Secagem de roupa
Arrumação Trabalho/recreio de adultos
Vestíbulo e corredor Circulação Receber Arrumação Cozinha Preparo de refeições Refeições correntes Arrumação
Sala de Jantar
Sala de Estar
Refeições formais
Estar/reunir
Receber
Receber
Refeições correntes
Trabalho, recreio de adultos
Passar ferro/costurar roupa Lavagem de roupa Varanda/ext. priv. Marquise Lavagem de roupas Secagem de roupa Arrumação
Permanência no exterior privado Refeições formais Estar/reunir Receber Recreio de crianças Secagem de roupas
Passar ferro/costurar roupa Imagem 14 - Localização de funções e compartimentos Fonte: Adaptado de Pedro, 2001
O autor realiza ainda uma análise da caracterização dos usuários que desenvolvem as funções apresentadas nos diferentes ambientes definidos para tal. Esta análise é apresentada na tabela 07,considerando os seguintes parâmetros: 1) Protagonismo dos usuários - personagem principal - personagem secundária 2) Idade dos utentes - bebê (0 a 1 anos) - criança pequena (2 a 5 anos) - criança (6 a 13 anos) - jovem (14 a 17 anos) - adulto jovem (18 a 23 anos) - adulto (mais de 23 anos)
36
3) Participantes - membro do agregado familiar individual ou em par; - grupo de membros do agregado familiar; - visitas; - auxiliares domésticas.
Funções Sistemas de ativid. 0-1 1 Dormir/descanso pessoal casal duplo individual arrumação 2 Preparação de refeições 3 Refeições correntes 4 Refeições formais 5 Estar/reunir 6 Receber 7 Recreio de crianças 8 Estudo/recreio de jovens 9 Trabalho/recreio de adultos 10 Passar ferro/costurar roupa 11 Lavagem de roupa máquina manual 12 Secagem de roupa máquina manual 13 Higiene pessoal lavagem funções vitais 14 Permanência no exterior privado 15 Circulação entrada/saída comunicação/separação 16 Arrumação 17 Estacionamento de veículos
2-5
Idades 6 - 13 14 - 17
18 - 23
>23
Participantes individual/par
grupo
visitas
auxiliares
Tabela 07 - Caracterização de utentes Fonte: Pedro, 2001
Além disso, são analisadas a frequência, a duração e o período de realizadação das atividades na habitação, apresentadas na tabela 08, considerando os seguintes critérios: a) frequência: ocasional, semanal, diária b) duração: curta (até 15 minutos), média (até cerca de 30 minutos) e longa (mais de 30 minutos) c) período de ocorrência: durante o dia e princípio da noite, em qualquer momento, durante a noite.
37
Sistemas de atividades
Funções 1
Dormir/descanso pessoal
Frequência
Duração
casal
Diária
Longa
Período de ocorrência Noite
duplo
Diária
Longa
Noite
individual
Diária
Longa
Noite
arrumação
Diária
Longa
Dia ou noite
2
Preparação de refeições
Diária
Longa
Dia
3
Refeições correntes
Diária
Longa
Dia
4
Refeições formais
5
Estar/reunir
6
Receber
7
Recreio de crianças
8
Estudo/recreio de jovens
9
Trabalho/recreio de adultos
Ocasional
Longa
Dia
Diária
Longa
Dia
Ocasional
Longa
Dia
Diária
Longa
Dia
Diária
Longa
Dia
Semanal
Longa
Dia ou noite
10
Passar ferro/costurar roupa
Semanal
Longa
Dia
11
Lavagem de roupa
máquina
Semanal
Longa
Dia
manual
Ocasional
Média
Dia
12
Secagem de roupa
máquina
Semanal
Média
Dia
manual
Semanal
Longa
Dia
13
Higiene pessoal
lavagem
Diária
Curta
Dia ou noite Dia ou noite
14
Permanência no exterior privado
15
Circulação
Diária
Curta
Dia ou noite
16
Arrumação
Diária
Média
Dia ou noite
17
Estacionamento de veículos
Diária
Curta
Dia ou noite
funções vitais entrada/saída comunicação/separação
Diária
Média
Diária
Variável
Dia
Diária
Curta
Dia ou noite
Tabela 08 - Caracterização de horários de uso Fonte: Pedro, 2001
A partir da análise e da caracterização das atividades desenvolvidas nos ambientes da unidade habitacional, e dos usuários que as desenvolvem, Pedro classifica as unidades de acordo com as caracterísiticas programáticas, morfológicas, e topológicas, relacionadas a seguir. a) Características programáticas: os critérios definidos para a classificação da unidade habitacional quanto ao seu programa são o número de dormitórios, e o número de usuários para o qual a unidade foi concebida. Para o Edifício União, foi considerada a unidade a capacidade máxima ideal dos dormitórios, já que não há um levantamento do número de indivíduos residindo em cada unidade. Considerou-se portanto, o número de camas que cada dormitório comporta, de acordo com critérios de dimensionamento e ergonomia a serem apresentados. b) Características morfológicas: os critérios definidos para análise são o número de pisos internos à unidade habitacional, o número de fachadas que esta apresenta e a forma da planta, o número de acessos e a localização destes. c) Características topológicas: os critérios definidos para esta análise são o número dos seguintes tipos de ambientes na unidade habitacional, e a forma como estão posicionados entre si:
38
- Espaços de circulação: considerando vestíbulos de entrada, halls, corredores e escadas internos à unidade. Os espaços de circulação são analisados, ainda, pela relação que apresentam com os demais ambientes da unidade habitacional. - Espaços comuns: são considerados espaços comuns os locais onde se desenvolvem as funções de refeições correntes e formais, estar/reunir e receber, como salas de jantar e de estar. - Espaços Individuais: são considerados espaços individuais os ambientes onde se densenvolvem as funções de dormir/descanso pessoal, recreio de crianças, estudo/recreio de jovens, trabalho, recreio de adultos, como dormitórios e escritórios. - Blocos sanitários: considerados os espaços onde se encontram as instalações sanitárias da habitação. É analisada, ainda, a localização do bloco de serviços da unidade habitacional, considerando que esta apresenta apenas um, que comporta as funções de preparo de refeições, passar a ferro/costurar roupa, lavagem de roupa, secagem de roupa, e arrumação de despensa, compreendendo a cozinha e a área de serviço das unidades. Esta análise foi realizada para as quatro tipologias identificadas no Edifício União, e as informações foram computadas em forma de tabela, para organização dos dados e das categorias em que se enquadram. Assim, as unidades foram avaliadas com relação aos demais aspectos apresentados pelo autor, levando em consideração as análises relativas ao desempenho do edifício, e principalmente, os aspectos de ergonomia, funcionalidade, adequação e segurança do espaços. A análise dos programas de área de cada tipologia foi realizada com base nos valores propostos por Pedro, que os classifica em mínimo, recomendável e ótimo. As tabelas utilizadas como base para tal análise se encontram no Anexo 03. Os levantamentos realizados no Edifício União nãoapresentam layout, e devido à foma como se deu a ocuparação, não há padronização da organização dos espaços internos. Assim, as quatro tipologias de unidades habitacionais foram analisadas com base na possibilidade de capacidade de comportarem o mobiliário mínimo definido pela NBR - 15575, apresentada na tabela a seguir:
Atividades essenciais/Cômodo
Móveis e equipamentos-padrão
Dormir/Dormitório de casal
Cama de casal + guarda-roupa+criado-mudo (mínimo 1)
Dormir/Dormitório para duas pessoas (2º Dormitório)
Duas camas de solteiro + guarda-roupa+ criado-mudo ou mesa de estudo
Dormir/Dormitório para uma pessoa (3º Dormitório)
Cama de solteiro + guarda-roupa + criado-mudo
Estar
Sofá de dois ou três lugares + armário/estante + poltrona
Cozinhar
Fogão + geladeira + pia de cozinha + armário sobre a pia + gabinete + apoio para refeição (2 pessoas)
Alimentar/tomar refeições Fazer higiene pessoal Lavar, secar e passar roupas Estudar, ler, escrever, costurar, reparar e guardar objetos diversos
Mesa + quatro cadeiras Lavatório + chuveiro (box) + vaso sanitário. NOTA: no caso de lavabos não é necessário o chuveiro. Tanque (externo para unidades habitacionais térreas) + máquina de lavar roupa Escrivaninha ou mesa + cadeira
Tabela 09 - Móveis e equipamentos padrão a serem acomodados nos diferentes ambientes Fonte: Tabela F.1 - Norma de Desempenho - NBR 15575 - Parte 1
39
Assim, parra a análise do desempenho funcional e ergonômico das quatro tipologias, os ambientes destas foram classificados de acordo com as funções a serem desenvolvidas em seu interior, e foi desenvolvida uma proposta de layout. O dimensionamento do mobiliário e dos espaços necessários para a realização das atividades foi proposto de acordo com os padrões definidos no Manual Técnico de Engenharia, da Caixa Econômica Federal que apresenta as dimensões mínimas de mobiliário e circulação para os espaços de habitação.
MOBILIÁRIO AMBIENTE
Sala de Estar
MÓVEL OU EQUIPAMENTO
Cozinha
Dormitório Casal (dormitório principal) Dormitório para 2 pessoas (2o dormitório)
Dormitório para 1 pessoa (3o dormitório)
PROFUNDIDADE
Sofá de 3 lugares com braço
1,70
0,70
Sofá de 2 lugares com braço
1,20
0,70
Poltrona com braço
0,80
0,70
Sofá de 3 lugares sem braço
1,50
0,70
Sofá de 2 lugares sem braço
1,00
0,70
Poltrona sem braço
0,50
0,70
Estante/armário para TV
0,80
0,50
Mesinha centro ou cadeira apoio Sala de Estar/Jantar Sala de Jantar Copa Copa/Cozinha
DIMENSÕES (m) LARGURA
-
-
Mesa redonda para 4 pessoas
ᴓ 1,00
-
Mesa redonda para 6 pessoas
ᴓ 1,20
-
Mesa quadrada para 4 pessoas
1,00
1,00
Mesa quadrada para 6 pessoas
1,20
1,20
Mesa retangular para 4 pessoas
1,20
0,80 0,80
Mesa retangular para 6 pessoas
1,50
Pia
1,20
0,60
Fogão
0,60
0,60
Geladeira
0,70
0,70
Armário sobre a pia e gabinete
-
-
Apoio para refeição (2 pessoas)
-
-
Cama de casal
1,40
2,00
Criado-mudo
0,50
0,50
Guarda-roupa
1,60
0,55
Duas camas de solteiro
0,80
2,00
Criado-mudo
0,50
0,50
Guarda-roupa
1,20
0,55
Mesa de estudo
0,80
0,60
Cama de solteiro
0,80
2,00 0,50
Criado-mudo
0,50
Armário
1,20
0,55
Mesa de estudo
0,80
0,60
40
Lavatório Lavatório com bancada Banheiro
Área de serviço
Tamanho médio 0,80 0,55
Vaso sanitário (caixa acoplada)
0,60
0,70
Vaso sanitário
0,60
0,60
Box quadrado
0,80
0,80
Box retangular
0,70
0,90
Bidê
0,60
0,90
Tanque
0,60
0,55
Máquina de lavar roupa
0,60
Corredor/escada
0,65 0,80
Tabela 10 - Dimensões mínimas de mobiliário e circulação - Casas e apartamentos Fonte: Adaptado do Manual Técnico de Engenharia da Caixa Econômica Federal, 2002
O processo de análise das unidades habitacionais com relação ao conforto ergonômico que proporcionam aos habitantes, bem como o estudo das funções primordiais a serem viabilizadas no ambiente residencial e o dimensionamento dos espaços necessários para tal, foram importantes para a análise dimensional das unidades e o desenvolvimento de propostas de melhorias para estas.
2.4 Desempenho Acústico O desempenho acústico da edificação tem influência sobre as atividades exercidas em seu interior, impactando na qualidade do trabalho e do sono dos indivíduos, e na relação entre os moradores. A deterioração da qualidade do meio sonoro provoca degradação do conforto ambiental, e impactos negativos sobre a vida dos habitantes, com efeitos negativos como queda da produtividade, conflitos de vizinhança e até mesmo problemas de saúde. Assim, o bom desempenho acústico da edificação consiste no atendimento às necessidades do usuário, que não deve ser prejudicado na realização de suas atividades cotidianas por ruídos aéreos, provenientes dos espaços vizinhos, e por ruídos de impacto ou de equipamentos, provenientes das atividades realizadas no próprio edifício. O desempenho acústico do edifício é analisado com base na capacidade dos materiais escolhidos para a envoltória, as vedações internas e as lajes, de forma a assegurar o isolamento entre os ambientes, atenuar os ruídos de impacto, e promover o isolamente com relação ao meio externo. Para a análise do desempenho do Edifício União com relação a estas questões foram considerados os parâmetros propostos pela Norma de Desempenho de Edificações NBR 15575/2003, que estipula critérios para atenuação acústica dos ruídos de impacto transmitid por lajes e pisos, e para a isolação do ruído aéreo dos ambientes com relação ao próprio edifício e ao meio externo. Para balizar o desenvolvimento de projetos que venham a atender às exigências de desempenho acústico, a NBR 15575/2003 prevê a realização de ensaios de laboratório em componentes, elementos e sistemas construtivos, indicando valores de referência que poderão se traduzir no potencial atendimentos das implantações reais. Assim, foram adotados os parâmetros indicados pela Norma de Desempenho como forma de análise dos componentes do Edifício União para a avaliação de seu desempenho acústico. 41
2.4.1 Isolação sonora entre paredes de ambientes A análise do isolamento acústico entre paredes internas do edifício, de vedação entre ambientes contínguos indicam os seguintes valores mínimos a serem atendidos para as diferentes situações: Elemento Parede entre unidades habitacionais autônomas (paredes de geminação), nas situações onde não haja ambiente dormitório Paredes entre unidades habitacionais autônomas (parede de geminação), no caso de pelo menos um dos ambientes ser dormitório. Parede cega de dormitórios entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, tais como corredores e escadarias nos pavimentos
Nível de Rw (dB) desempenh o 45 a 49 M 50 a 54 I ≥55 S 50 a 54 M 55 a 59 I ≥60 S 45 a 49 M 50 a 54 I ≥55 S 35 a 39 40 a 44 ≥45
M I S
Parede cega entre uma unidade habitacional e áreas comuns de permanância de pessoas, 50 a 54 atividades de lazer e e atividades esportivas, tais como home theater, salas de ginástica, salão 55 a 59 de festas, salão de jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas. ≥60 45 a 49 50 a 54 Cojunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo hall. ≥55 (*) valores aproximados/ordem de grandeza para potencial atendimento na situação real de campo
M I S M I S
Parede cega de salas e cozinhas entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, tais como corredores e escadarias dos pavimentos.
Tabela 11 - Índice de redução sonora ponderado, Rw, de componentes construtivos utilizados nas vedações entre ambientes Fonte: NBR 15575 - 4
É importante notar que os valores de desempenho de isolamento acústico medidos em campo são usualmente inferiores aos valores apresentados na tabela (Rw), obtido em ensaios de laboratório. A diferença entre os resultados depende das condições do entorno da edificação e da execução dos sistemas. A isolação acústica de paredes constituídas por blocos vazados depende, além da geometria e da massa da parede, a disposição e o formato dos furos, a rugosidade superficial do material, etc. 2.4.3 Isolamento de entrepisos e coberturas acessíveis O desempenho acústico de lajes e coberturas é analisado através de dois parâmetros: o isolamento de ruído áereo, e o isolamento com relação a ruídos de impacto. Segundo o Guia Orientativo para Atendimento à Norma ABNT 15575/2013, para lajes de concreto armado com espessura de 10cm em osso, a isolação acústica corresponde a cerca de 45dB, atendendo o nível mínimo exigido pela Norma de Desempenho para ruído aéreo. O nível Superior começa a ser atendido para lajes com espessura de 15cm. Para o isolamento com relação a ruídos de impacto, o limiar definido começa a ser atendido com espessuras entre 10 e 12cm, sendo que acréscimos na espessura a partir deste valor não contribuem de forma significativa. As tabelas 12 e 13 apresentam os valores requeridos para as diferentes situações de lajes e coberturas para os dois tipos de isolamento analisados.
42
DnT,w dB
Elemento Sistema de pisos separando unidades habitacionais autônomas de áreas em que um dos recintos seja dormitório Sistema de pisos separando unidades habitacionais autônomas de áreas comuns de trânsito eventual, como corredores e escadaria nos pavimentos, bem como em pavimentos distintos Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas de áreas comuns de uso coletivo, para atividades de lazer e esportivas, tais como home theater, salas de ginástica, salão de festas, salão de jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas.
45 a 49 50 A 54 ≥55 40 a 44 45 a 49 ≥50 45 a 49 50 a 54 ≥55
Nível de desempenh o M I S M I S M I S
Tabela 12 - Diferença padronizada de nível ponderada do entrepiso, DnTw Fonte: NBR 15575 - 4
Nível de L'nT,w (dB) desempenh o 66 a 80 M Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas posicionadas em pavimentos 56 a 65 I distintos. ≥55 S Cobertura acessível ou sistema de íso de áreas de uso coletivo (atividades de lazer e 51 a 55 M esportivas, tais como home theater , salas de ginástica, salão de festas, salão de jogos, 46 a 50 I banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas) sobre unidades habitacionais ≥45 S autônomas. Elemento
Tabela 13 - Nível de pressao sonora de impacto padronizado ponderado L’nT,w Fonte: NBR 15575 - 4
2.4.2 Isolação sonora de fachadas No caso da avaliação das superfícies das fachadas com relação ao isolamento acústico, é levada em consideração a localização da habitação, uma vez que devem ser considerados os ruídos externos a esta. Classe de ruído Localização da habitação
I
Habitação localizada distante de fontes de ruído intenso de quaisquer naturezas.
II
Habitação localizada em áreas sujeitas a situações de ruído não enquandráveis nas classes I e III.
III
Habitação sujeita a ruído intenso de meios de transporte e de outras naturezas, desde que esteja de acordo com a legislação
Rw (dB) ≥25 ≥30 ≥35 ≥30 ≥35 ≥40 ≥35 ≥40 ≥45
Nível de desempenho M I S M I S M I S
(*) valores aproximados/ordem de grandeza para potencial atendimento na situação real de campo. Tabela 14 - Índice de redução sonora ponderado, Rw, de fachadas. Fonte: NBR 15575 - 4
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Os valores da tabela 14 referem-se ao sistema construtivo completo previsto para a fachada, ou seja paredes, portas e janelas. A presença de janelas sem tratamento acústico em uma parede reduz consideravelmente a isolação acústica desta superfície. Foram considerados para análise dados de ensaios realizados separadamente, ou seja, para a parede cega, e para os caixilhos (portas e janelas). O índice de redução sonora ponderado equivalente (Rw, equiv) é, então, calculado através da seguinte fórmula: Rw, equiv = 10 • log
Stotal ∑ i=n i=0 Si • ζi
Rw, equiv: índice de redução sonora ponderado equivalente, em dB. Stotal: área total da parede (área da parede cega + área dos caixilhos), em m² Si: área de cada componente individual da vedação (alvenaria, janela, porta, etc), em m² ζi: transmitância acústica de cada componente individual da vedação ζi = 10
- Rwi 10 ,
sendo Rwi o índice de redução sonora para cada componente, em dB.
Os cálculos para o Edifício União foram realizados com base em valores indicativos dos índices de redução sonora ponderado para sistemas de paredes, portas e janelas. É importante lembrar que os valores considerados para esta análise levam em consideração a execução correta das paredes e caixilhos, sendo que, segundo o Guia Orientativo da CBIC para a Norma de Desempenho, pequenas frestas podem reduzir em até 30% a isolação acústica.
Circulação de acesso - Edifício União Fonte: Acervo Pessoal Setembro/2014
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O Edifício União
Detalhe da fachada principal - Edifício União Fonte: Acervo Pessoal Julho/2014
3. O Edifício União 3.1 Histórico O edifício da Rua Sólon começou a ser erguido na década de 1970, e teria, a princípio, 12 andares. Foi abandonado pelos donos, que deixaram a cargo do zelador o esqueleto do edifício com apenas oito pavimentos construídos. Este passou a negociar as unidades não concluídas, dando origem ao cortiço. O trabalho da Professora Maria Ruth Amaral de Sampaio teve início em 2002, com um projeto de pesquisa e extensão com alunos da disciplina optativa de graduação da FAU-USP, “Habitação Popular Paulistana”. A disciplina teve como tema e objetivo o estudo do edifício localizado na Rua Sólon, 934. O projeto teve início com 20 alunos, e realizou o levantamento das famílias que ali residiam, e da situação socioeconômica das mesmas, bem como dos espaços ocupados no interior do edifício e do tempo que estas famílias ali resdiam. Tal informação era importante para o processo de obtenção do usucapião coletivo urbano, previsto pelo Estatuto da Cidade, que constituía uma das possibilidades de regularização de posse. Ao longo do trabalho, o grupo obteve o apoio das lideranças do edifício ocupado, possibilitando um maior desenvolvimento dos resultados alcançados. Com a colaboração da Secretaria da Habitação da Prefeitura Municipal de São Paulo, o projeto possibilitou o desadensamento do cortiço, reduzindo de 72 para 41 o número de famílias residentes. Segundo Sampaio: “A densidade era tal, que os habitantes construíram lajeas no buraco do elevador, e haviam famílias de 5 a 6 pessoas morando no espaço da laje.” (SAMPAIO, 2008) As famílias que deixaram espontaneamente o edifício foram aquelas que viviam no imóvel há menos de cinco anos, exigência legal para serem enquadradas na possibilidade do “usucapião coletivo urbano”, e obtiveram para tal auxílio da Prefeitura de São Paulo. Estas famílias receberam um auxílio- moradia de cerca de R$8.000,00. Em dezembro de 2003, surgiu a ideia de realizar a experiência do “Cortiço Vivo”, uma metodologia multidisciplinar, que envolveu a mobilização tanto de alunos quanto de professores dos diferentes departamentos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Além disso, participaram do projeto, profissionais da área de Saúde Ambiental, professores de artes, advogados, assistentes sociais e alunos de jornalismo. Foram propostas oficinas, que contaram com a participação dos moradores, e serviram como uma forma de troca de conhecimentos entre os participantes. A experiência resultou em um estudo preliminar de requalificação do imóvel precário, através do conhecimento das condições de vida no cortiço. Um dos maiores problemas diagnosticados no edifício foi a questão da precariedade das instalações elétricas, e dos altos valores das contas de energia decorrentes desta. As instalações irregulares apresentavam fugas de energia e significavam um risco para a
47
segurança dos moradores. Em 2004, essa situação levou a um incêndio em um dos apartamentos, e com isso foram iniciadas gestões para a compra de material destinado à implantação de uma nova rede. Foram instalados medidores individuais, e após as alterações na rede, as contas de luz, que antes atingiam valores de cerca de R$ 150,00 por família, diminuíram consideravelmente, passando a variar em torno de R$ 50,00.
Imagem 15 - Instalações elétricas precárias Fonte: Patrícia Mendes, 2003
Imagem 16 - Instalações elétricas após a reforma - medidores individuais no pavimento térreo Fonte: acervo pessoal
Além da reforma das instalações elétricas, foi realizado em 2004 , através de uma parceria com Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT, um curso de fromação de brigada de incêndio, com o objetivo de capacitar os moradores para atuarem na prevenção de incêndios e em situações de emergência, através de ações de combate e resgate de vítimas. Esse curso foi ministrado pela primeira vez em um cortiço vertical, e foram doados, também através do IPT 21 extintores de incêndio para o uso dos brigadistas. No início de 2005, com o auxílio do Banco Itaú, deu-se início à construção de aberturas destinadas à iluminação e ventilação dos corredores de acesso e da escada do edifício, nas paredes cegas que fazem divisa com o terreno de propriedade do banco. Apesar de pequenas, estas aberturas possibilitaram a economia de energia, uma vez que possibilitam a iluminação natural dos espaços de circulação durante o dia. A Rua Sólon, onde está localizado o Edifício União passou por transformações ao longo dos anos, com as mudanças sofridas pelo próprio bairro do Bom Retiro. Foi inaugurada em uma edificação próxima, a escola coreana Poligolos, e o edifício fabril abandonado, localizado em frente a imóvel, foi reabilitado e ocupado pela indústria de confecções esportivas Hang Loose. Assim, apesar das demais prioridades com relação às reformas a serem realizadas no edifício, as lideranças do edifício solicitaram, com o apoio da Professora Maria Ruth de Amaral Sampaio, auxílio à diretoria da Hang Loose para realizar a renovação da fachada principal do edifício, voltada para a Rua Sólon. A diretoria sugeriu contribuir com 70% do total da obra, ficando o restante a cargo dos moradores. A obra de renovação da fachada do edifício foi concluída em 2006 com a instalação da placa com o nome de “Edifício União”, escolhido pelos moradores. A reforma da fachada voltada 48
a rua contribuiu para a auto estima dos moradores com relação ao local em que residem, e para a imagem do edifício com relação à vizinhança. Segundo Sampaio: “A partir do momento em que os melhoramentos no prédio iam ficando prontos, algumas famílias começaram a fazer obras em seus apartamentos, melhorando pisos, pintando paredes, mudando móveis. [...] Observa-se entre os moradores o desenvolvimento de um sentimento de responsabilidade coletiva, baseada no esforço de melhorar as condições de moradia, contribuindo para a inclusão social. Logo após o término da renovação da fachada, parou um carro na porta do prédio, e o motorista perguntou se havia apartamento para alugar ou vender. Este fato circulou entre os moradores, com o significado de que eles não vivam mais num imóvel encortiçado.” (SAMPAIO, 2008)
Imagem 17 - Reforma da fachada do edifício Fonte: Autor desconhecido
Imagem 18- Refora da fachada do edifício Fonte:Autor desconhecido
Em 2008, o Edifício União foi inscrito no concurso The Deutsche Bank Urban Age Award, promovido pelo Deutsche Bank e pela London School of Economics em diferentes cidades de países em desenvolvimento, com o objetivo de premiar iniciativas relacionadas a soluções de reabilitação de edifícios, habitação social, e espaços de lazer. O edifício recebeu o prêmio principal, de cem mil dólares, destinado a promover obras e demais melhorias necessárias no imóvel, pela iniciativa social, e a criação de um ambiente comunitário. Segundo a Professora Maria Ruth Sampaio, o dinheiro do prêmio permanece guardado, e procura-se que as melhorias realizadas no edifício ocorram através de doações e de investimentos dos próprios moradores.
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Imagem 19 - Fachada do edifício atualmente Fonte: Acervo pessoal
Imagem 20 - Fachada do edifício atualmente Fonte: Acervo pessoal
Concluída a reforma da fachada, uma das necessidades mais urgentes do edifício era o reforço estrutural das colunas no térreo e no subsolo. Este trabalho foi realizado através da parceria com o Professor Doutor Paulo Helene, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. A equipe de seu escritório compareceu ao edifício durante os fins de semana para ensinar os moradores a realizar o trabalho de reforço das estruturas. Os próximos passos previstos para o edifício são a desconstrução da parte restante do oitavo pavimento, e a reforma das instalações hidráulicas, com a instalação da caixa d’água na cobertura.
50
3.2 Dados Gerais do Entorno 3.2.1 Sobre o Bairro do Bom Retiro “Bom Retiro, Bó Ritiro dos italianos, o ‘pequeno shettl’ dos judeus, bairro dos letreiros em coreano, do foot-ball dos ingleses, dos sinos da igreja armênia, da identidade sulamericana, dos bolivianos, da ‘Acrópole dos gregos, dos nordestinos, dos comerciantes, dos sacoleiros, do café e da ferrovia que tornaram São Paulo uma metrópole - o Bom Retiro é uima mapa mundi encravado na cidade São Paulo.”
As origens da ocupação do atual bairro do Bom Retiro datam do início do século XIX, quando os terrenos que hoje configuram o bairro abrigavam sítios de recreio e chácaras banhadas pelo Rio Tietê. Entre elas, encontrava-se a Chácara do Bom Retiro, que deu origem ao nome do bairro. Durante grande parte do século XIX, o Bom Retiro constituiu uma região intermediária entre a zona rural e cidade. Em 1867 o traçado da ferrovia São Paulo Railway configurou o limite do bairro ao Sul, e marcou profundamente, nas décadas seguintes, a fisionomia do bairro. A ferrovia levou à proliferação de galpões de depósito de mercadorias, e de indústrias de transformação destas, atraindo a mão de obra, composta em sua maioria por imigrantes italianos. Assim, do ponto de vista da formação da cidade de São Paulo, o Bom Retiro integra, ao lado do Brás e da Luz, o primeiro conjunto de bairros operários da capital. O bairro abrigava, além das indústrias, pequenas oficinas e estabelecimentos a meio termo entre o comércio e a indústria, devido à proximidade com o mercado consumidor do centro, e à disponibilidade de mão de obra residente no próprio bairro. A partir dos anos 20, numerosas famílias de origem judaica chegaram ao Bom Retiro, promovendo o desenvolvimento de atividades comerciais que vieram a conferir ao bairro um caráter distinto de outros bairros operários da capital paulista. Na São Paulo dos anos 20, além de oportunidade de trabalho promissoras, o bairro oferecia aos judeus a oportunidade de recriarem o modo de vida de seus países de origem, estabelecendo suas famílias, através da criação de uma estrutura comunitária nos moldes da que conheciam na Europa. A organização eficiente da comunidade judaica permitiu que fossem criadas instituições de assistência econômica, social e moral que, atuando como uma rede, dentro e fora do Bom Retiro, e proporcionarando contatos, oportunidades e recursos que favoreceram a inserção e o estabelecimento de novas famílias. Na década de 40, o predomínio dos judeus no bairro era absoluto, e era evidente a concentração de manufaturas no ramo do vestuário, sobretudo fabricando e comercializando roupas prontas. O desenvolvimento da atividade comercial na década de 50 mudou a paisagem do bairro. A grande concentração comercial valorizou os imóveis, e os velhos casarões deram lugar a fábricas ou lojas. A partir dos anos 50, lojistas e fabricantes começaram a perceber as desvantagens em residir em um bairro misto, residencial e comercial - industrial, e a maior parte dos judeus, a medida que prosperaram economicamente, acabou indo residir em outros bairros.
51
A partir dos anos 60, com a chegada dos coreanos, o Bom Retiro passou a abrigar uma nova leva de imigrantes, cujo objetivo principal no bairro era o trabalho. A concentração de coreanos na indústria de confecção naturalmente atraiu a colônia para se instalar em um ponto da cidade que já desfrutasse de tradição nesse ramo comercial. Os coreanos seguiram uma trajetória bastante semelhante à dos imigrantes judeus, enxergando no bairro possibilidades comerciais promissoras, decorrentes da centralidade da área, bem provida de de transportes urbanos, e próxima à agitação da estação ferroviária. As famílias coreanas buscavam ampliar o pequeno capital de que dispunham inicialmente, para tal, dois mecanismos aparecem como fundamentais à rápida mobilidade econômico social experimentada por elas na cidade de São Paulo: o engajamento da família no trabalho e a capacidade de articular redes internas à colônia para facilitar a inserção na nova pátria. Através do trabalho, a princípio no comércio dos judeus, e posteriormente em seus próprios negócios, e da cooperação financeira entre os membros da comunidade, os coreanos passaram a dominar as atividades comerciais do bairro. Os imigrantes coreanos contribuíram para a valorização dos imóveis no Bom Retiro, comprando -os dos comerciantes judeus, e realizando melhorias nos edifícios. De forma geral, o bairro do Bom Retiro apresenta como forte característica a coexistência de grupos de pessoas de diferentes origens, segundo Truzzi: “É nesse contexto que emerge como uma questão interessante a observação de um microcosmo social - um bairro localizado em pleno seio da capital paulista, o qual recebeu, ao longo de sua história, contingentes de imigrantes com características culturais bastante diferenciadas.” (TRUZZI, 2001) Durante as décadas de 80 e 90, o Bom Retiro recebeu ainda migrantes de origem boliviana, que atuaram como mão de obra fundamental para a expansão de determinados ramos da produção têxtil, e nordestinos. As novas lojas possuem uma lógica de organização, design e marketing associados à atual fase do capitalismo global. As relações de trabalho são pautadas nos baixos salários dos imigrantes bolivianos, permitindo a produção de produtos têxteis com boa qualidade e baixos preços. Tais questões contribuem para a configuração de uma nova dinâmica espacial e social no bairro, que configura uma centralidade comercial do município, e mantêm as características relacionadas ao setor produtivo que fazem parte de suas origens.
3.2.2 Entorno do Edifício Localizado na Rua Sólon, número 934, o Edifício União se encontra em uma região de fácil acesso à rede de transporte coletivo público, e a importantes vias da cidade de São Paulo. O edifício está localizado nas proximidades das estações Júlio Prestes, da linha 8 da Companhia de Trens Metropolitanos, e Tirantes, da Linha Azul do Metrô. A Estação da Luz, por onde passam as linhas 7 e 11 da CPTM, também está localizada próxima ao edifício. O entorno do Edifício União se caracteriza pelo uso misto, apresentando indústrias, principalmente relacionadas ao setor têxtil, atividade comercial, e uso residencial. Apresenta também variedade no que se refere a serviços públicos e opções de lazer.
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Imagem 21- Imagem de Satélite - Localização do Edifício União Fonte: Google Earth, 2014
A maioria dos moradores do Edifício União realiza suas atividades diárias no entorno próximo, que oferece empregos e serviços. A uma distância de aproximadamente 300m está localizada a Escola Estadual Marechal Deodoro, frequentada pela grande maioria das crianças residentes no edifício. A instituição de ensino faz parte da rede criada pela FDE, Fundação para o Desenvolvimento da Educação, que tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento da rede pública de ensino do Estado de São Paulo, viabilizando a construção, ampliação e reforma de edifícios. O entorno do edifício oferece ainda, inúmeras possibilidades de lazer e atividades culturais, como a Pinacoteca do Estado, a Estação da Luz, a Estação Júlio Prestes, a Sala São Paulo, o Parque da Luz, o Museu da Língua Portuguesa e o Museu de Arte Sacra. O bairro apresenta também uma unidade do Sesc, que possui teatro, ginásio, piscina, espaço de exposições, sala para uso de internet e uma biblioteca com acervo especial sobre a história e a população do bairro.
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MAPA 01 Rede Estrutural de Trasporte Público Subprefeitura da Sé 55
MAPA 02 Rede Viária Estrutural Subprefeitura da Sé 56
Modelo Eletrônico Edifício União - Inserção no entorno
Modelo Eletrônico Edifício União - Inserção no entorno
3.3 Características do Edifício 3.3.1 Acessos e Circulação A implantação do Edifício União no terreno na Rua Sólon, se dá de forma que a fachada nordeste deste apresenta recuo de 2,5m com relação ao terreno vizinho, e a fachada sudoeste não apresenta recuo com relação à edificação vizinha, que apresenta apenas pavimento térreo. Assim, a acesso ao Edifício União se dá através de um corredor lateral, cuja entrada está localizada na Rua Sólon. Essa circulação dá acesso às unidades e áreas de uso comum localizadas no pavimento térreo, e à escada de circulação vertical interna. O corredor apresenta 2,5m de largura, e se estende até o muro dos fundos da edificação. O corredor apresenta um portão no acesso principal, e um portão na parte posterior, logo após o acesso à escada. De acordo com os moradores, quando chove na região, esse principal corredor de acesso ao edifício sofre empoçamento de água, devido às irregularidades do piso. O empoçamento da água da chuva leva a problemas na laje do subsolo do edifício, que se encontra deteriorada devido à infiltração de água. O Edifício União apresenta uma única escada de circulação interligando os pavimentos. Esta apresenta 1,20m de largura, sem patamar, com lanços curvos e degraus balanceados. A escada não apresenta corrimão, e a iluminação se dá de forma bastante precária através de pequenas aberturas improvisadas. De acordo com os moradores, o acesso é mais bem iluminado no período noturno, quando é acionada a iluminação da circulação interna do edifício. A escada é o única forma de circulação vertical do edifício, uma vez que apesar de existir espaço destinado à caixa de elevadores, estes não foram concluídos, e está centralizada nos pavimentos do edifício, de forma que o acesso às unidades se dá à direita e à esquerda desta. Os degraus em leque da escada de circulação não atendem ao Código de Obras do Município de São Paulo, vigente desde 1972. De acordo com a Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros 04/2014- Saídas de Emergência, escadas em leque são consideradas como secundárias, não destinadas a saída de emergência, e devem apresentar altura máxima de 3,7m. A largura da escada do edifício atende, porém, às diretrizes da norma e às instruções do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo com base nas dimensões, nas características construtivas, e na população residente no edifício. Os cálculos realizados serão apresentados com mais detalhes no Capítulo 05, juntamente com as propostas para melhor adequação desta para a segurança dos moradores.
Corredor de Acesso - Edifício União Fonte: Acervo Pessoal Julho/2014
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Imagem 22 - Escada de Acesso aos pavimentos superiores Fonte: Acervo pessoal
Imagem 23 - Escada de Acesso aos pavimentos superiores Fonte: Acervo pessoal
A escada leva aos corredores de acesso às unidades de cada pavimento. Devido à configuração diferenciada das tipologias das unidades de cada pavimento, os corredores apresentam duas configurações básicas diferentes. A primeira configuração, apresentada a seguir, apresenta os acessos das unidades localizadas nos extremos do edifício deslocados, configurando longos corredores escuros e estreitos. Estes corredores apresentam aproximadamente 90cm de largura, e as aberturas existentes são semelhantes àquelas localizadas na circulação
Imagem 24 - Planta esquemática - Quinto Pavimento - Circulação de acesso às unidades
Outra forma de configuração da circulação de acesso às unidades apresenta os acessos para as unidades localizadas nos extremos mais próximos da circulação vertical, de forma que o corredor termina em portas mais próximas da circulação vertical. O corredor acaba, porém, localizado dentro destas unidades.
Imagem 25 - Planta esquemática - Primeiro Pavimento - Circulação de acesso às unidades
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Imagem 26 - Circulação - 5o Pavimento Fonte: Acervo pessoal
Imagem 27 - Circulação - 5o Pavimento Fonte: Acervo pessoal
Imagem 28 - Circulação - 1o Pavimento Fonte: Acervo pessoal
Nos demais pavimentos é possível diferenciar estas duas tipologias de circulação e acesso às unidades. Pode-se perceber pelas imagens que os corredores mais curtos, pintados com cores claras, e onde há aberturas, ainda que pequenas e improvisadas, apresentam aspecto melhor aspecto, e contribuem para a segurança da circulação. A solução de que os acessos às unidades se dê de forma mais próxima à circulação vertical transfere, porém, o problema para dentro das unidades habitacionais. As imagens mostram também, as diferenças nos acessos às unidades habitacionais: não há padronização no que se refere às portas, cores utilizadas nas paredes, e até mesmo ao piso do corredor.
Imagem 29 - Circulação - 2o Pavimento Fonte: Acervo pessoal
Imagem 30 - Circulação - 2o Pavimento Fonte: Acervo pessoal
Imagem 31 - Circulação - 3o Pavimento Fonte: Acervo pessoal
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3.3.2 Tipologia das Unidades Habitacionais Devido ao fato de a ocupação do edifício ter se dado antes da finalização de sua construção, as unidades habitacionais não apresentam tipologias bem definidas. As principais diferenças estão relacionadas às áreas, aos ambientes existentes, e ao posicionamento das aberturas. Através da análise das 42 unidades habitacionais existentes no Edifício União, procurou-se agrupar as tipologias semelhantes em cada pavimento, com base nas configurações em comum que apresentam em planta, e nos problemas identificados com relação aos aspectos de conforto a serem analisados, visando o desenvolvimento de um projeto arquitetônico posteriormente. Assim, foram definidas quatro tipologias de unidades habitacionais, a serem apresentadas a seguir.
Tipologia 1 As unidades localizadas no extremo posterior do edifício apresentam algumas peculiaridades com relação às demais. Estas apresentam áreas maiores que as outras unidades, variando entre 50 e 65 m². Apresentam, também, maior divisão em ambientes diferentes, com dois dormitórios em alguns casos, e menos recorrentes as situações de integração entre salas de estar e cozinhas, ou salas de estar e dormitórios. Além disso, esta tipologia apresenta um espaço destinado à área de serviço que, em muitos casos, configura uma espécie de terraço para onde estão voltadas as aberturas para ventilação do banheiro e da cozinha da unidade.
Imagem 32 - Planta - Localização Tipologia 01
Como já colocado com relação ao corredor de acesso às unidade habitacionais, sua configuração está associada à das unidades localizadas nos extremos do edifício, assim, esta tipologia pode apresentar seu acesso diretamente através da circulação, como na imagem 32, ou através de um corredor interno à unidade, que apresenta os mesmos problemas no que se refere à iluminação e ao conforto visual.
A.S.
DORMITÓRIO
DORMITÓRIO
COZINHA
SALA DE ESTAR
Imagem 33 - Planta - Tipologia 01
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Nos pavimentos superiores a área considerada para a tipologia 01 encontra-se divida em duas unidades distintas, que apresentam dormitórios e salas, ou salas e cozinhas, conjugados no mesmo ambiente. As diferentes configurações de planta apresentam diferentes usos do mesmo espaço, e diferentes soluções para a localização do sanitário.
A.S.
DORMITÓRIO/ SALA
COZINHA
COZINHA
DORM/SALA
Imagem 34 - Planta - Tipologia 01- Configuração 02
Tipologia 2 A tipologia dois está localizada ao lado esquerdo da caixa de escada, e também apresenta uma divisão bem definida dos ambientes. Apresenta apenas um dormitório, além da sala de estar, cozinha, e área de serviço, localizada na parte de trás da caixa de escada. As unidades que se enquadram nesta tipologia apresentam áreas de aproximadamente 40 m². A área de serviço da unidade de tipologia dois está localizada na parte de trás da escada de acesso aos pavimentos superiores, de forma que recebe iluminação natural, mas impede o acesso da escada a esta, uma vez que bloqueia a fachada. Todos os ambientes desta unidade apresentam aberturas para o exterior.
Imagem 35 - Planta - Localização Tipologia 02
A.S.
DORMITÓRIO
SALA DE ESTAR
COZINHA
Imagem 36 - Planta - Tipologia 02
64
Tipologia 3 A tipologia três está localizada na lateral direita da escada de circulação, e apresenta como maior problema a ocupação da caixa de elevador como parte da unidade habitacional do segundo ao sétimo pavimentos. A próxima etapa do processo de reformas que vem sendo realizado do edifício consiste na recuperação das instalações hidráulicas. O projeto prevê que estas sejam instaladas em um shaft localizado na caixa do elevador, de forma que vem sendo requerida a desocupação desta área nos pavimentos em que se encontra ocupada. Outra questão está relacionada ao problema de segurança associado a esta ocupação, uma vez que se encontra sobre lajes construídas de forma irregular pelos próprios moradores. As unidades desta tipologia apresentam áreas entra 40 e 50m² aproximadamente. No quinto e no novo pavimento esta área se apresenta dividida em duas unidades habitacionais menores. Com exceção do dormitório localizado na área destinada ao elevador, todos os ambientes de permanência prolongada apresentam aberturas voltadas para a fachada nordeste. O banheiro apresenta variações com relação à presença de aberturas e ao tamanho das mesmas.
Imagem 37 - Planta - Localização Tipologia 03
A.S. COZINHA
SALA DE ESTAR
DORMITÓRIO
DORMITÓRIO (ELEVADOR)
Imagem 38 - Planta - Tipologia 03
Tipologia 4 A tipologia quatro está localizada na fachada do edifício voltada para a Rua Sólon, de forma que apresenta padronização das esquadrias voltadas para a orientação sudeste, e é a única tipologia de unidade habitacional que apresenta aberturas voltadas para duas fachadas do edifício. Da mesma forma que a unidade de tipologia um, a unidades da tipologia quatro apresentam variação dependendo da configuração do corredor de acesso, que pode ser interno à unidade. As unidades apresentam áreas que variam entre aproximadamente 30 e 40m². A área se encontra dividida em quatro ambientes, variando os casos de integração destes entre dormitório e sala, com a cozinha separada, ou sala e cozinha, com o dormitório separado. O banheiro está localizado logo no acesso à unidade, e apresenta dimensões reduzidas, além disso, é o único ambiente que não apresenta abertura para o exterior, prejudicando a questão da ventilação. Além das diferenças relacionadas à ocupação e ao uso dos ambientes, algumas das unidades diferem com relação à existência de um espaço destinado à área de serviço, que aparece na forma de uma espécie de terraço da cozinha. Há diferenças também com relação às aberturas localizadas no ambiente indicado como dormitório, em duas das unidades que apresentam esta tipologia há aberturas também na fachada nordeste. 65
Imagem 39 - Planta - Localização Tipologia 04
A.S
COZINHA
DORMITÓRIO/ SALA
Imagem 40 - Planta - Tipologia 04
66
Modelo Eletr么nico Tipologia 01
Modelo Eletr么nico Tipologia 02
Modelo Eletr么nico Tipologia 03
Modelo Eletr么nico Tipologia 04
3.3.3 Análise das Unidades Habitacionais A tabela 15 apresenta as características das unidades habitacionais existentes no Edifício União, de acordo com os desenhos do levantamento, procurando encaixá-las nas quatro tipologias estudadas. Devido às diferenças de configuração dos pavimentos do edifício, algumas unidades não foram classificadas dentro das quatro definições, por não apresentar as características citadas. Na tabela, constam também as informações da área total de cada unidade, dos ambientes que apresentam e das áreas destes ambientes.
PAVIMENTO
UNIDADE
ÁREA TOTAL (m²)
T1
22,35
T2
17,56
T3
16,12
T4
45,604
1
62,92
2
41,82
3
41,14
4
64,22
TÉRREO
1
AMBIENTES COZINHA QUARTO/SALA BANHEIRO QUARTO/COZINHA BANHEIRO QUARTO/COZINHA BANHEIRO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO 01 DORMITÓRIO 02 ÁREA DE SERVIÇO SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO ÁREA DE SERVIÇO SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO 01 DORMITÓRIO 02 ÁREA DE SERVIÇO
ÁREA POR AMBIENTE (m²) 6,937 11,869 2,619 15,403 1,948 13,7944 1,9684 27,633 1,7473 15,74 11,944 6,519 3,975 14,2723 11,476 4,0535 11,5619 7,5759 4,3984 12,198 11,271 7,371 4,05 12,54 2,9104 14,5012 5,671 4,3195 11,59 14,4825 3,8156
68
5
62,85
6
41,8317
7
41,7865
8
23,8623
9
23,86
10
64,95
11
40,5622
12
49,71
13
22,87
14
34,8
2
3
SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO 01 DORMITÓRIO 02 ÁREA DE SERVIÇO SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO ÁREA DE SERVIÇO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO 01 DORMITÓRIO 02 SALA COZINHA BANHEIRO 01 BANHEIRO 02 DORMITÓRIO 01 DORMITÓRIO 02 SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO ÁREA DE SERVIÇO QUARTO/SALA COZINHA BANHEIRO ÁREA DE SERVIÇO QUARTO/SALA COZINHA BANHEIRO ÁREA DE SERVIÇO
11,9222 6,9542 4,3487 14,2652 11,476 3,5467 11,5679 7,5978 4,596 12,198 11,315 7,4154 4,14 12,4638 3,4317 9,8142 5,3731 11,3628 14,4328 2,4776 11,5595 11,944 10,6235 3,8505 14,2723 11,1136 7,317 2,56 2,145 1,8479 118.182 8,1196 9,1902 7,0794 5,404 3,6294 12,1005 11,1069 4,7205 1,7955 4,0042 14,4581 7,686 2,6014 3,2025
69
15
33,49
16
25,21
17
41,45
18
49,46
19
20,37
20
37,76
21
34,5
22
21,53
23
41,86
24
20,57
25
30,23
26
26,77
27
31,2835
4
5
QUARTO/SALA BANHEIRO COZINHA QUARTO/SALA COZINHA BANHEIRO ÁREA DE SERVIÇO SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO ÁREA DE SERVIÇO SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO ÁREA DE SERVIÇO COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO QUARTO/SALA COZINHA BANHEIRO ÁREA DE SERVIÇO COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO ÁREA DE SERVIÇO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO ÁREA DE SERVIÇO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO ÁREA DE SERVIÇO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO 01 DORMITÓRIO 02
12,2196 1,8582 11,3035 9,2876 6,8822 4,1888 3,2436 11,5146 7,5767 4,4144 12,0214 2,5609 12,7332 7,4889 3,78 11,7542 4,0069 7,6558 1,3471 11,7542 14,4328 8,386 4,1729 2,5925 14,5207 3,4853 14,2723 9,3145 1,965 9,424 11,8579 7,2657 4,7197 12,198 2,56 8,3082 1,9044 7,3313 1,98 11,271 2,01 12,4638 11,438 1,5751 5,6924 2,3513 9,2224 1,9412 4,2896 14,4581
69
28
33,03
29
25,63
30
31,76
31
52,34
32
23,58
33
32,09
34
51,7854
35
28,82
36
22,05
37
20,8
38
30,28
39
21,98
40
36,02
6
7
Tabela 15 - Características das unidades habitacionais
SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO 01 DORMITÓRIO 02 SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO ÁREA DE SERVIÇO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO BANHEIRO COZINHA BANHEIRO SALA/DORMITÓRIO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO 01 DORMITÓRIO 02 ÁREA DE SERVIÇO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO ÁREA DE SERVIÇO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO SALA COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO SALA/COZINHA BANHEIRO DORMITÓRIO
14,7894 3,4853 14,2723 9,3145 1,965 9,414 6,1586 10,8223 8,7534 7,8225 2,457 11,6682 8,195 3,8656 12,2162 2,7273 5,7977 2,0219 11,2123 2,0219 11,3612 2,1435 14,458 9,5788 4,1159 14,1768 11,476 1,3977 12,483 2,1683 9,3124 2,6175 7,6864 2,304 11,4659 7,41 3,4317 9,1801 11,315 2,652 1,38 12,3433 11,438 3,3202 1,9029 5,5212 14,506 2,4776 11,5595
Corredor de Acesso - Edifício União Fonte: Acervo Pessoal Julho/2014
71
3.3.3 Pavimento Térreo O acesso ao Edifício União é realizado por um portão voltado para a Rua Sólon, com duas entradas, sendo uma para automóveis, que dá acesso ao subsolo do edifício. A entrada para pedestres dá acesso ao corredor lateral do edifício. A implantação do edifício é apresenta de forma esquemática na imagem 41:
RESIDÊNCIA
EDIFÍCIO UNIÃO
Rua Sólon
ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
EDIFÍCIO - BANCO ITAÚ
Imagem 41- Planta Esquemática - implantação
O pavimento térreo do Edifício União não apresenta as mesmas características de unidades tipo dos demais pavimentos, a partir do primeiro. Além disso, apresenta alguns espaços de uso comum dos moradores, como a sala de reuniões, onde também estão localizados os quadros de força do edifício. A planta do pavimento térreo não apresenta informações da área dos fundos do edifício, uma vez que esta se encontrava fechada quando da realização do levantamento. A sala de reunião dos moradores é a primeira a que se tem acesso pelo corredor de entrada no edifício, e apresenta uma abertura voltada a Rua Sólon que se difere do padrão das esquadrias instaladas nessa fachada, com janelas basculantes. O pavimento térreo abriga quatro unidades habitacionais, cujas áreas variam entre aproximadamente 20 e 45m². As unidades que apresentam áreas menores com um único ambiente que agrupa as funções de dormitório, sala e cozinha.
Imagem 42- Planta Esquemática - Pavimento Térreo
As unidades localizadas no térreo apresentam problemas relacionados principalmente à iluminação natural e à temperatura interna, uma vez que, devido a altura do muro que faz divisa com o terreno vizinho e à proximidade com relação a este, não recebem insolação adequada. Outro problema está relacionado à privacidade destas unidades, uma vez que as aberturas estão voltadas para o corredor principal de acesso ao edifício. As unidades localizadas após as escadas apresentam um portão que as separa do acesso do edifício como um todo, além disso, o fluxo de pessoas é menor, sendo exclusivo destes moradores.
73
Imagem 43- Unidade localizada no térreo do edifício
Imagem 44- Unidade localizada no térreo do edifício
Imagem 45- Acesso ao edifício na Rua Sólon
Imagem 46- Descarte de Resíduos no Pavimento Térreo
74
3.3.4 Subsolo O acesso ao subsolo se dá por uma rampa localizada na entrada da Rua Sólon. O subsolo ocupa uma área de aproximadamente 420m², e se encontra, atualmente, subutilizado, uma vez que é utilizado como estacionamento de veículos apenas por uma pequena parte dos moradores. O subsolo apresenta problemas relacionados à falta de iluminação, ventilação e insolação, uma vez que conta com apenas duas aberturas localizadas nas extremidades. A presenta, ainda, problemas estruturais, devido às infiltrações relacionadas ao alagamento do corredor de acesso do edifício no pavimento térreo. Tal problema decorre da ausência de dispositivos de drenagem, como canaletas e grelhas, da falha na execução, que não contou com a inclinação necessária para o escoamento, e da escolha do material, cimento desempenado, que não contribui para tal.
Imagem 47- Subsolo do Edifício
Imagem 48- Subsolo do Edifício
Imagem 49- Subsolo do Edifício
Imagem 50- Subsolo do Edifício - Situação da cobertura
O subsolo do Edifício União apresentava também graves problemas de degradação do concreto da estrutura dos pilares, vigas e lajes, devido à não especificação em projeto do cobrimento correto para as armaduras, a falhas de execução na obra, no que se refere à distância e ao posicionamento desta, à utilização de material indadequado, e à falta de manutenção. Além disso, as armaduras se encontravam em processo de oxidação e corrosão, pondo em risco a segurança estrutural do edifício. 75
Como citado anteriormente, a recuperação das colunas estruturais do subsolo e do pavimento térreo foi realizada pelos próprios moradores, orientados por membros da equipe do escritório do Professor Doutor Paulo Helene, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. A estrutura da laje, porém, permanece degrada devido à infiltração de água no pavimento térreo.
3.3.5 Oitavo Pavimento Quando do início do trabalho da Professora Maria Ruth Sampaio no Edifício União, em 2002, este apresentava famílias residindo nos oito pavimentos então construídos. O oitavo pavimento do edifício foi descocupado na ação de desadensamento do edifício e dado como condenado, devido aos graves problemas estruturais que apresentava. Foi realizada pelos próprios moradores a desconstrução de metade do oitavo pavimento do edifício.A metade restante se encontra atualmente vazia, e aguarda o alvará da Prefeitura de São Paulo para a desconstrução. A parte restante apresenta problemas estrutu-rais aparentes, com a infiltrações na cobertura, degradação das paredes, e exposição das armaduras.
Imagem 51 -Oitavo Pavimento - Cobertura após desconstrução
Imagem 53 -Oitavo Pavimento - Degradação da Cobertura
Imagem 52 -Oitavo Pavimento - Degradação da Cobertura
Imagem 54 -Oitavo Pavimento - Deterioração dos ambientes
76
Análise do Desempenho Ambiental Edifício União
Fachada - Edifício União Fonte: Acervo Pessoal Setembro/2014
4. Análise do Desempenho Ambiental 4.1 Desempenho Lumínico O Edifício União apresenta as seguintes orientações para as fachadas: ORIENTAÇÃO NORDESTE
ORIENTAÇÃO SUDESTE
ORIENTAÇÃO NOROESTE
ORIENTAÇÃO SUDOESTE
Imagem 54 - Planta esquemática - Orientação das fachadas
Como se pode ver na imagem a seguir, as edifícações localizadas no entorno do Edifício União apresentam gabarito de até 5 pavimentos. As edificações localizadas no entorno direto atingem, no máximo 4 pavimentos, de forma que vêm a obstruir a iluminação natural apenas dos pavimentos inferiores.
NH
AA
RU AIA
I
AG
A RR
DO
TIB
A
AB
RU
LEGENDA Edifícação Térrea N
LO
Ó AS
RU
Edifícação de 01 pavimento Edifícação de 02 pavimentos Edifícação de 03 pavimentos
Imagem 55 - Planta esquemática - Gabarito do entorno próximo
79
A orientação Noroeste não apresenta aberturas, e está localizada na fachada posterior do edifício. Esta fachada recebe insolação durante o dia inteiro no inverno, e a partir das 9h da manhã na primavera e no outono. Durante o verão, a fachada Nordeste recebe insolação na parte da tarde, a partir do meio dia.
Imagem 56 - Orientação Noroeste - indicação e carta solar
A fachada de orientação Nordeste é a principal fachada do edifício, uma vez que é onde estão localizadas todas as aberturas das unidades habitacionais, com exceção daquelas voltadas para a Rua Sólon, uma por pavimento. Esta fachada recebe insolação no período da manhã durante o ano inteiro.
Imagem 57 - Orientação Nordeste - indicação e carta solar
A fachada de orientação Sudeste está voltada para a Rua Sólon. As aberturas voltadas para a rua passaram por reforma, e receberam novas esquadrias. Estas aberturas estão localizadas em uma unidade por pavimento, nas unidades localizadas na fachada frontal do edifício. A fachada Sudeste recebe insolação pela manhã durante o verão, e não recebe durante o inverno.
Imagem 58 - Orientação Sudeste - indicação e carta solar
80
A fachada de orientação Sudoeste está localizada na circulação de acesso às unidades habitacionais, e nas unidades localizadas nas fachadas frontal e posterior do edifício. A fachada apresenta apenas algumas pequenas aberturas nos corredores de alguns dos pavimentos. Esta fachada recebe insolação somente no período da tarde durante o ano todo.
Imagem 59 - Orientação Sudoeste - indicação e carta solar
Para o estudo da iluminação natural, foram consideradas as quatro unidades tipo selecionadas para análise do edifício. As simulações foram realizadas para as unidades tipo localizadas no primeiro andar, já que o pavimento térreo não apresenta a mesma configuração dos demais pavimentos. As simulações foram realizadas para as situações propostas pela Norma de Desempenho ABNT NBR 15575/2013. As situações de iluminação natural foram estudadas para os dias 23 de abril, às 9h30, e 23 de outubro, às 15h30, para céu aberto. Devido às horas de insolação total na cidade de São Paulo, apresentadas no gráfico a seguir, foram também realizadas simulações para a situação de céu encoberto, recorrente na cidade. Insolação Total São Paulo, SP
Insolação Total São Paulo, SP (horas)
JANEIRO
149
FEVEREIRO
145
MARÇO
145
ABRIL
140
MAIO
152
100
JUNHO
145
80
JULHO
164
60
AGOSTO
157
40
SETEMBRO
126
20
OUTUBRO
135,6
180 160 140 120
0 JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
NOVEMBRO
145
DEZEMBRO
130
Imagem 60 - Horas de Insolação, São Paulo/SP. Fonte: Climaticus
As unidades apresentam diferentes características de revestimentos e cores, de forma que para as simulações de iluminação natural foram adotados valores referentes às situações mais 81
críticas, nas quais vedações e piso não apresentam revestimento. Muitas das unidades habitacionais foram reformadas pelos moradores, apresentando revestimentos mais claros que contribuem para melhores valores de iluminação. As simulações foram realizadas no software Dialux, e levam em consideração as edificações localizadas no entorno próximo do Edifício União. Os resultados são apresentados a seguir, através das imagens 3D, que simulam a forma como se dá a iluminação, e das plantas de cada tipologia com a indicação dos valores atingidos em cada ambiente. São também apresentados na forma de tabelas, os valores máximos, médios e mínimos de iluminação, em lux, atingidos em cada uma das situações consideradas na análise. As imagens 3D e os resultados apresentados em planta correspondem à situação de céu aberto para 23 de abril às 09h30. Os demais resultados estão computados na tabela, e são apresentados no Apêndice A .
82
Tipologia 1
TIPOLOGIA 01 MÁXIMO
SALA DE ESTAR
MÍNIMO MÉDIO MÁXIMO
DORMITÓRIO 01
MÍNIMO MÉDIO MÁXIMO
DORMITÓRIO 02
MÍNIMO MÉDIO MÁXIMO
COZINHA
MÍNIMO MÉDIO MÁXIMO
CORREDOR
MÍNIMO MÉDIO
CÉU CLARO 23/04 - 09h30 23235 167 4084 22210 195 4300 22255 203 4808 21086 177 1213 129 93 111
23/10 - 15h30 630 48 148 757 68 238 711 79 214 217 59 82 57 40 49
CÉU ENCOBERTO 23/04 - 09h30 23/10 - 15h30 1197 1160 26 25 205 199 1080 1047 32 31 211 204 1209 1171 39 38 235 228 283 274 31 30 61 59 24 23 18 17 20 20
Tabela 16- Resultados da simulação de iluminação natural - Tipologia 01
Imagens 61 e 62 - Simulação de iluminação natural - Tipologia 01 - Céu claro - 23/04 - 09h30
83
Tipologia 2
TIPOLOGIA 02 MÁXIMO
SALA DE ESTAR
MÍNIMO MÉDIO MÁXIMO
DORMITÓRIO 01
MÍNIMO MÉDIO MÁXIMO
COZINHA
MÍNIMO MÉDIO
CÉU CLARO 23/04 - 09h30 22058 131 4107 22059 177 3948 651 130 188
23/10 - 15h30 535 24 130 538 31 123 80 22 30
CÉU ENCOBERTO 23/04 - 09h30 23/10 - 15h30 1066 1033 19 18 198 192 1089 1055 23 22 191 185 96 93 20 20 30 29
Tabela 17- Resultados da simulação de iluminação natural - Tipologia 02
Imagens 62 e 63 - Simulação de iluminação natural - Tipologia 02 - Céu claro - 23/04 - 09h30
84
Tipologia 3
TIPOLOGIA 03 MÁXIMO
SALA DE ESTAR
MÍNIMO MÉDIO MÁXIMO
DORMITÓRIO 01
MÍNIMO MÉDIO
DORMITÓRIO 02 (ELEVADOR)
MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO MÁXIMO
COZINHA
MÍNIMO MÉDIO
CÉU CLARO 23/04 - 09h30 21764 100 3039 21882 134 3523 20955 89 840 21640 141 3775
23/10 - 15h30 451 17 94 458 26 104 154 20 35 391 21 112
CÉU ENCOBERTO 23/04 - 09h30 23/10 - 15h30 955 925 15 15 153 148 950 921 19 18 165 160 234 227 11 11 36 35 841 815 20 19 178 172
Tabela 18- Resultados da simulação de iluminação natural - Tipologia 03
Imagens 64 e 65 - Simulação de iluminação natural - Tipologia 03 - Céu claro - 23/04 - 09h30
85
Tipologia 4
TIPOLOGIA 04 SALA DE ESTAR/COZINHA
MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO MÁXIMO
DORMITÓRIO
MÍNIMO MÉDIO
CÉU CLARO 23/04 - 09h30 21062 97 923 1280 208 442
23/10 - 15h30 207 38 79 645 38 125
CÉU ENCOBERTO 23/04 - 09h30 23/10 - 15h30 302 293 22 21 62 60 1055 1022 22 21 132 128
Tabela 19- Resultados da simulação de iluminação natural - Tipologia 04
Imagens 66 e 67 - Simulação de iluminação natural - Tipologia 04 - Céu claro - 23/04 - 09h30
86
4.2 Desempenho Térmico 4.2.1 Diagnóstico Climático do Local O Edifício União está localizado na cidade de São Paulo. A cidade se encontra na região sudeste do Brasil, na latitude 23°20’S, e longitude 46°37’, a uma altitude de 792 metros. Os dados relacionados às características climáticas da cidade apresentam grande influência no desempenho térmico do edifício. O diagnóstico climático foi realizado com base nas informações do Software Climaticus 4.2, desenvolvido pelo Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiêcia Energética da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. A tabela a seguir apresenta diferentes dados climáticos da cidade: São Paulo, SP JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT NOV
DEZ
Pressão Atmosférica
924
924
925
926
927
929
929
928
927
925
924
923
ANO 926
Temperatura Média
22,1
22,4
21,7
19,7
17,6
16,5
15,8
17,1
17,8
19
20,3
21,2
19,3
Temperatura Máxima
27,3
28
27,2
25,1
23
21,8
21,8
23,3
23,9
24,8
25,9
26,3
24,9
Temperatura Mínima
18,7
18,8
18,2
16,3
13,8
12,4
11,7
12,8
13,9
15,3
16,6
17,7
15,5
Temperatura Máx. Absol.
34,2
34,7
33,5
31,4
29,7
28,6
29,3
33
35,2
34,5
35,3
33,5
35,3
Temperatura Mín. Absol.
11,9
12,4
12,1
6,8
2,2
1,2
1,2
3,4
3,5
7
7
10,3
1,2
Precipitação Total
239
217
160
75,8
73,6
55,7
44,1
38,4
80,5
124
146
201
1454,8
Precipitação Máx. em 24h
104
122
90,8
57,9
71,8
74
70,8
42,3
62,6
63,7
82,8
152
151,8
Evaporação Total
99,9
86,9
88,4
80,7
79,8
78,2
91,1
105
100
99,9
101
96,9
1107,9
Umidade Relativa
80
79
80
80
79
78
77
74
77
79
78
80
78
Insolação Total
149
145
145
140
152
145
164
157
126
136
145
130
1732,7
5
5,5
5
5
5
4
4
5
5,5
5,5
5,5
6
6
Nebulosidade
Tabela 20 - Tabela de Dados - São Paulo, SP Fonte: Normais Climatológicas (1961-1990), Brasília, 1992 Ministérios da Agricultura e Reforma Agrária - Secretaria Nacional de Irrigação Departamento Nacional de Metereologia
A temperatura média mensal da cidade de São Paulo é de 19,3°C. Os gráficos a seguir apresenta a variação das temperaturas máxima, média e mínima ao longo do ano, e a variação horária da temperatura para os meses mais quente e mais frio do ano, fevereiro e julho respectivamente.
Gráfico 01- Variação da temperatura ao longo do ano São Paulo, SP Fonte: Climaticus 4.2
87
Gráfico 02 - Variação da temperatura ao longo do ano São Paulo, SP Fonte: Climaticus 4.2
O gráfico 03 apresenta a variação da umidade relaiva. A linha vermelha represeta a umidade relativa do mês mais quente (fevereiro) e a verde, a do mês mais frio (julho). A umidade na cidade de São Paulo apresenta significativa variação ao longo do dia, e valores mais elevados nos meses mais quentes, mas pouca variação.
Gráfico 03 - Variação da umidade relativa Mês mais quente e mês mais frio - São Paulo, SP Fonte: Climaticus 4.2
O gráfico de precipitação mensal apresentam os maiores volumes regitrados nos meses mais quentes, entre dezembro e fevereiro, enquanto os volumes nos meses de inverno são menores. O gráfico de precipitação máxima em 24 horas apresenta o maior valor para o mês de dezembro, atingino cerca de 150mm.
Gráfico 04 - Distribuição da precipitação mensal São Paulo, SP Fonte: Climaticus 4.2
Os gráficos 05 e 06 apresentam os valores da distribuição da radiação solar para os meses mais quente e mais frio do ano. Como se pode ver, os valores de nebulosidade são maiores para no período do verão do que no inverno.
Gráfico 05 - Distribuição da nebulosidade São Paulo, SP Fonte: Climaticus 4.2
Gráfico 06 - Distribuição do total de horas de sol São Paulo, SP Fonte: Climaticus 4.2
88
A primeira direção predominantes dos ventos na cidade de São Paulo é a Leste, para todos os meses do ano, exceto agosto, cuja direção predominante é NE, como se pode ver nos gráficos a seguir. A velocidade dos ventos da primeira prdominância é de 2,5m/s praticamente constante para o ano todo.
Gráfico 07 - Distribuição mensal da direção do vento Primeira Predominância - São Paulo, SP Fonte: Climaticus 4.2
Gráfico 08 - Distribuição mensal da velocidade do vento Primeira Predominância - São Paulo, SP Fonte: Climaticus 4.2
A segunda direção predominante dos ventos é variável ao longo do ano. A direção predominante é a sul nos meses de outubro a março, e nordeste nos meses de abril a setembro, meses mais frios. Essa mudança na direção dos ventos dos meses mais quentes para os meses mais frios é positiva para a criação de estratégias de projeto que contribuam para a diminuição da temperatura interna das edificações durante o verão, sem prejudicar a proteção destas nos meses de inverno.
Gráfico 09 - Distribuição mensal da direção do vento Segunda Predominância - São Paulo, SP Fonte: Climaticus 4.2
Gráfico 10 - Distribuição mensal da direção do vento Segunda Predominância - São Paulo, SP Fonte: Climaticus 2011
O sotfware Climaticus apresenta o diagnóstico climático para a cidade de São Paulo, pelo método Givoni, indicando as estratégias de projeto indicadas para a cidade a partir destes.
89
Gráfico 11 - Carta Bioclimática da cidade de São Paulo Fonte: Climaticus 2011
BALANÇO TÉRMICO - SÃO PAULO HORA
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
0
ZV
ZV
ZV
ZV
MTA
MTA
MTA
ZV
ZV
ZV
ZV
ZV
2
ZV
ZV
ZV
ZV
MTA
MTA
MTA
MTA
ZV
ZV
ZV
ZV
4
ZV
ZV
ZV
ZV
MTA
MTA
MTA
MTA
ZV
ZV
ZV
ZV
6
ZV
ZV
ZV
MTA
MTA
MTA
MTA
MTA
MTA
ZV
ZV
ZV
8
ZV
ZV
ZV
ZV
MTA
MTA
MTA
ZV
ZV
ZV
ZV
ZV
10
ZV
ZV
ZV
ZC
ZC
ZC
ZC
ZC
ZC
ZV
ZV
ZV
12
ZV
ZV
ZV
ZC
ZC
ZC
ZC
ZC
ZV/MTR/RE
ZV
ZV
ZV
14
ZV
CA
ZV
ZV
ZC
ZC
ZC
ZC
ZV/MTR/RE
ZV
ZV
ZV
16
CA
CA
ZV
ZV
ZC
ZC
ZC
ZC
ZV
ZV
ZV
ZV
18
CA
CA
ZV
ZV
ZC
ZC
ZC
ZC
ZV
ZV
ZV
ZV
20
ZV
ZV
ZV
ZV
ZV
MTA
MTA
ZV
ZV
ZV
ZV
ZV
22
ZV
ZV
ZV
ZV
MTA
MTA
MTA
ZV
ZV
ZV
ZV
ZV
Tabela 21 - Balanço climático da cidade de São Paulo Fonte: Climaticus 4.2 ZC: Zona de Conforto ZV: Zona de Ventilação MTA: Massa Térmica (aquecimento) CA: Condicionamento Artifical MTR: Massa Térmica (resfriamento) RE: Resfriamento Evaporativo
Deacordo com o método Giavoni, a principal estratégia de projeto a ser adotada para o conforto térmico de edificações na cidade de São Paulo é a ventilação, requerida em 62,3% do tempo ao longo do ano. Além disso, é importante considerar a possibilidade de sombreamento nas fachadas do projeto, uma vez que as medições de temperatura apresentadas e analisadas para o diagnóstico climático são realizadas sob a sombra. 90
4.2.2 Cálculo de Temperatura O cálculo da temperatura interna foi realizado para as quatro tipologias de unidades habitacionais definidas. Assumiu-se a localização destas unidades no sétimo pavimento, de forma que a cobertura do edifício, em telhas de fibrocimento, fosse considerada para perdas e ganhos de calor. O procedimento de cálculo foi tabelado, e é apresentado a seguir, para a sala de estar da tipologia 01. Os demais cálculos, realizados para todos os ambientes das quatro tipologias, se encontram no Apêndice B, organizados da mesma forma. Unidade 01 - Sala de Estar
SALA DE ESTAR
Imagem 68 - Planta Tipologia 01 - Sala de Estar ESCALA 1:200
Cálculo do coeficiente global de transmissão térmica - K Estrutura (NE) e (m) λ ( W/m²°C) 1/hi + 1/he ( m²·°C/W) K ( W/m²°C)
Parede (NE) 0,25 1,75 0,17 3,196347
e (m) λ ( W/m²°C)
0,25 0,91
e (m)
0,03
λ ( W/m²°C)
0,65
1/hi + 1/he ( m²·°C/W) K ( W/m²°C)
0,17
Cobertura e (m) λ ( W/m²°C) 1/hi + 1/he ( m²·°C/W) K ( W/m²°C)
0,3 1,75 0,22 2,554745
2,037161
Para o cálculo do coeficiente global e transmissão térmica, foi considerada a existência de revestimento apenas nas paredes internas do edifício, uma vez que a fachada nordeste não apresenta revestimentos. Para a cobertura, foi considerado o coeficiente de transmissão térmica (λ) do concreto armado, considerando a existência de laje abaixo das telhas de fibrocimento. Os valores adotados para o cálculo são apresentados nas tabela 01 do Anexo 01.
91
Cálculo dos ganhos de calor solar Estrutura (NE) Área (m²) α
α
0,8
K ( W/m²·°C) he (W/m²·°C) Q·Ig (W)
Cobertura
Parede (NE) Área (m²)
2,298 3,196347
K ( W/m²°C)
20
he (W/m²·°C) Q·Ig (W)
0,2938082
2,658 0,7 2,0371614 20 0,1895171
Área (m²) α
Vidro 17,1401 0,3
K (W/m²°C) he (W/m²·°C) Q·Ig (W)
2,5547445
Área (m²) Str Q·Ig (W)
1,92 0,86 1,6512
20 0,6568286
Os valores do coeficiente de absorção da radiação solar (α) dependem da cor do material adotado para o revestimento externo da edificação. Para o cálculo foram adotados valores estimados, com base nas tabelas 05 e 06, do Anexo 01, considerando a ausência de revestimento tanto na estrutura de concreto armado, quanto nas paredes externas. Para a cobertura, foi adotado um valor baixo do coeficiente de absorção da radiação solar, uma vez que, sendo considerada a laje do edifício para tal, esta se encontra sombreada pelas telhas de fibrocimento. Para o Fator Solar (Str) do vidro, foi considerado vidro comum transparente. Planilha de ganhos de calor solar
hora 06h 07h 08h 09h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h
Ig 63 153 210 238 243 223 185 179 164 131 105 66 27
Fachada Nordeste Estrutura Parede Q*Ig Q* Ig 18,51 11,94 44,95 29,00 61,70 39,80 69,93 45,11 71,40 46,05 65,52 42,26 54,35 35,06 52,59 33,92 48,18 31,08 38,49 24,83 30,85 19,90 19,39 12,51 7,93 5,12
Vidro Q* Ig 104,03 252,63 346,75 392,99 401,24 368,22 305,47 295,56 270,80 216,31 173,38 108,98 44,58
Cobertura Ig Cobertura 56 36,782404 174 114,28819 292 191,79397 395 259,44732 232 152,38425 254 166,83448 262 172,08911 254 166,83448 232 152,38425 196 128,73842 151 99,181126 98 64,369208 41 26,929975
MAXIMO
TOTAIS 171,26 440,87 640,04 767,46 671,07 642,83 566,98 548,91 502,45 408,36 323,31 205,25 84,56
767,46
Os valores adotados para a insolação nas fachadas foram extraídos da Tabela de Radiação Solar Global (Ig), direta (ID) e difusa (Id), para planos expostos a diversas orientações, para a cidade de São Paulo. Foram adotados os valores para o mês de Dezembro, por serem mais críticos para o cálculo da temperatura interna máxima do ambiente. Os valores de radiação solar para a cidade de São são apresentados na tabela 04 do Anexo 01. 92
Ganhos de calor devido à ocupação Os ganhos de calor devido à ocupação envolvem o calor cedido pelos indíviduos ao ambiente, segundo a atividade por ele desenvolvida, e aos equipamentes utilizados. Foi considerada para o cálculo a presença de quatro ocupantes. O valor de calor sensível adotado foi de 65W, relativo a um indíviduo em pé, realizando trabalho leve. Com relação ao calor proveniente de equipamentos, foi adotado o valor de 400W, considerando a existência de um televisor. Calor sensível (W) N° de ocupantes Qe Qeq
65 4 260 400
A somatória dos valores de ganhos de calor através da radiação solar e da ocupação leva ao valor total de ganhos de calor pelo ambiente:
Q (W)
1427,46
Perdas de calor de calor devidas à diferença de temperatura interna e externa (Δt) Estrutura (NE) Área (m²) K ( W/m²°C) Q (*Δt)
Parede (NE) 2,298 3,196347
7,3452055
Área (m²) K ( W/m²°C) Q (*Δt)
Cobertura 2,658 2,0371614 5,414775
Área (m²) 1/hi + 1/he
17,1401 0,14
K ( W/m²°C)
3,2110092
Q (*Δt)
55,037018
Perdas de calor de calor devidas à ventilação Para o cálculo das perdas de calor, foi, a princípio adotado um valor estimado para a taxa horária de renovação, verificado ao término do cálculo. Taxa horária de renovação (N)
9,1
Volume do ambiente
46,27827
Qvent (·Δt)
147,39629
Total de perdas de calor A somatória dos valores de perda de calor através da estrutura, das paredes, da cobertura e dos vidros, e do valor das perdas de calor devidas à ventilação resulta no valor toral das perdas de calor do ambiente. Total Perdas de calor (·Δt)
226,165
Balanço Térmico Para realizar o balanço térmico, são igualados os valores totais de ganhos e perdas de calor, de forma a se obter o valor da diferença de temperatura interna e externa. Δt (°C)
93
6,31161379
Avaliação da Inércia Para a avaliação da inércia térmica do ambiente, foi elaborada uma tabela para o cálculo do peso das diferentes paredes, com base nas densidades dos materiais que as compõe e nas espessuras que apresentam. Para facilitar a avaliação, as paredes foram classificadas por suas orientações. Foram também avaliados os pesos da cobertura e do piso do pavimento considerado.
Nordeste Estrutura
Parede Externa
Parede Interna
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
0,125
2400
300
0,125
1200
150
0,05
d (kg/m²) Peso (kg/m²) 1200
60
Noroeste Estrutura
Parede
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,125
2400
300
0,075
1200
90
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0
0
0
0,075
1200
90
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,1
2400
240
0,06
1200
72
Sudeste Estrutura
Parede
Sudoeste Estrutura
Parede
Cobertura
Piso
Estrutura
Estrutura
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,15
2400
360
0,15
2400
360
Segundo o peso de cada parede e a resistência térmica de seu revestimento, pode-se determinar a superfície equivalente pesada, através dos coeficientes definidos para tal, apresentados na tabela 08 do Anexo 01. Para revestimento externo das paredes foi considerada argamassa de cal e cimento, com as seguintes características: 94
e (m )
0,03
λ (W/m °C)
0,65
e/λ = r
0,046154
Cálculo da superfície equivalente pesada Para o cálculo da superfície equivalente pesada foi elaborada uma tabela, associando as áreas de cada material ao coeficiente determinado: Nordeste Estrutura
Parede Externa
Área
Coeficiente
2,298
1
2,298
Parede Interna
Área
Coeficiente
2,658
0,67
1,772
Área
Coeficiente
10,926
0,33
Noroeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
3,987
1
3,987
Área
Coeficiente
7,95
0,33
2,65
Sudeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
0
0
0
Área
Coeficiente
11,571
0,33
3,857
Sudoeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
7,83
1
7,83
Área
Coeficiente
14,196
0,33
Cobertura
Piso
Estrutura
Estrutura
Área
Coeficiente
17,1401
1,00
17,1401
Área
Coeficiente
17,1401
1,00
4,732
17,1401
SUPERFÍCIE EQUIVALENTE PESADA
SUPERFÍCIE EQ. PESADA/ ÁREA DO PISO
65,0482
3,79508871
95
3,642
A partir do cálculo da relação entre o valor da superfície equivalente pesada e a área do piso, é possível determinar o valor de m, relativo ao amortecimento, de acordo com a tabela 08 do Anexo 01. A sala de estar da tipologia 01, considerada para o cálculo apresente inércia média. O amortecimento e o atraso serão tanto maiores quanto maior for a inércia da construção. Para construções de inércia média, é adotado o valor de 0,8.
Cálculo da temperatura externa média - te e elongação - E Temax = Temperatura máxima + Média mensal das temperaturas máximas 2 Temín = Temperatura mínima + Média mensal das temperaturas mínimas 2 te = Temín + Temáx 2
E = Temín - Temáx 2
Os cálculos da temperatura externa média e da elongação foram realizados com base nos dados da tabela 09 do Anexo 01, e foram obtidos os seguintes resultados, utilizados para o cálculo da temperatura interna máxima resultante: Te m áxim a (°C)
27,65
Te m ínim a (°C)
15,6
te (°C)
21,625
A (°C)
12,05
E (°C)
6,025
Cálculo da temperatura interna máxima resultante timáx = te + (1-m) E + (1-m)Δt Tem peratura interna m áxim a resultante ti máx (°C) =
24,09232276
Verificação da Ventilação Por fim, foi realizada a verificação do valor da ventilação através da fórmula abaixo e a substituição deste no cálculo para atingir os valores apresentados. ɸc = 0,14 x A√(H x Δt) (m³/s) Taxa de ventilação
0,1169661
m³/s
421,07805
m³/h
Renovações/hora
9,0988286
1/h
96
4.2.3 Análise dos resultados obtidos Os resultados obtidos para os cálculos de temperatura realizados para os ambientes de permanência prolongada das quatro tipologias de unidades habitcaionais são apresentados na tabela 22:
Tipologia 01 02 03 04
Ambiente Sala de Estar Dormitório 01 Dormitório 02 Sala de Estar Dormitório Sala de Estar Dormitório Sala de Estar Dormitório
Temperatura interna máxima 24,09232 23,90535 23,93296 24,04247 23,95831 24,01824 23,93111 24,14043 24,09833
Tabela 22 - Resultados - Cálculo de Temperatura - Temperatura de Bulbo Seco
Os resultados obtidos para a temperatura interna máxima (TBS - Temperatura de Bulbo Seco) foram bastante próximos para os ambientes analisados. Assim, para o cálculo da temperatura efetiva, foi considerado o valor de 24°C, e a umidade relativa do ar (UR) de 80%. De acordo com a Carta Psicrométrica para a cidade de São Paulo, foi encontrado o valor de 23,5°C para o a TBU - Temperatura de Bulbo Úmido. Através do Nomograma deTemperatura Efetiva, apresentado na imagem 69, foram obtidos os seguintes resultados para os valores de velocidade: para v0 = 0,5m/s TE = 22°C para v0=1,0m/s TE=23°C Como se pode ser no gráfico, ambas tais temperaturas, encontradas para os ambientes do Edifício União, encontram-se na Zona de Conforto Térmico.
97
Imagem 69 - Nomograma de temperatura efetiva Fonte: Frota e Schiffer, 2003
98
4.3 Desempenho ergonômico A primeira etapa da análise do desempenho ergonômico dos espaços das unidades habitacionais do Edifício União foi a classificação dos ambientes com relação às funções que abrigam e às atividades a serem realizadas em seu interior. Tal análise é apresentada através das plantas das quatro tipologias definidas para o estudo:
CIRCULAÇÃO ESTAR/REUNIR - REFEIÇÕES PREPARO DE REFEIÇÕES HIGIENE PESSOAL DORMIR/DESCANSO PESSOAL LAVAGEM/SECAGEM DE ROUPA
Imagem 70 - Tipologia 01 - Localização das funções nos ambientes
CIRCULAÇÃO ESTAR/REUNIR - REFEIÇÕES PREPARO DE REFEIÇÕES HIGIENE PESSOAL DORMIR/DESCANSO PESSOAL LAVAGEM/SECAGEM DE ROUPA Imagem 71 - Tipologia 02 - Localização das funções nos ambientes
CIRCULAÇÃO ESTAR/REUNIR - REFEIÇÕES PREPARO DE REFEIÇÕES ELEVADOR
HIGIENE PESSOAL DORMIR/DESCANSO PESSOAL LAVAGEM/SECAGEM DE ROUPA
Imagem 72 - Tipologia 03 - Localização das funções nos ambientes
ESTAR/REUNIR - REFEIÇÕES PREPARO DE REFEIÇÕES CIRCULAÇÃO HIGIENE PESSOAL DORMIR/DESCANSO PESSOAL LAVAGEM/SECAGEM DE ROUPA
Imagem 73 - Tipologia 04 - Localização das funções nos ambientes
99
A análise seguinte foi realizada com base nas classificações de tipologias programáticas, morfológicas e topológicas propostas por Pedro, e é apresentada para as quatro tipologias do Edifício União.
4.3.1 Análise - Tipologia 01 Classificação programática A tabela 23 apresenta a classificação da unidade de tipologia 01 com relação ao número de dormitórios e à lotação destes: TIPOLOGIA 01 Nº de Quartos Lotação
T2/4
2 Quarto de casal Quarto duplo
1 1
Tabela 23 - Tipologia 01 - Classificação programática
Segundo Pedro: “A tipologia T2/4 destina-se ao que se entende por família nuclear (casal com um a dois filhos), apresenta como principal inconveniente a impossibilidade de separar os quartos dos filhos por sexo, e implica um índice de área útil por utente médio” (PEDRO, 2003) É importante lembrar que, no caso do Edifício União, os dormitórios podem apresentar lotação superior ao corresponde à família nuclear colocada pelo autor como destinatária deste tipo de tipologia, de forma que o índice de área útil por indivíduo pode ser menor que o considerado. De qualquer forma, a tipologia apresenta maior individualidade dos espaços de dormir em comparação às demais, por apresentar a divisão em dois dormitórios. Classificação morfológica Com relação à definição da tipologia morfológica, a tipologia 01 apresenta as características indicadas na tabela 24: TIPOLOGIA 01 Número de pisos Forma de planta e número de fachadas Número de acessos
Simplex Duas fachadas livres e uma condicionada 1
Tabela 24 - Tipologia 01 - Classificação morfológica
As unidades habitacionais do Edifício União apresentam apenas um pavimento (”simplex”), solução mais recorrente para habitação, e que permite uma maior variedade de organizações dos compartimentos. A unidade 01 foi classificada como apresentando duas fachadas livres e uma condicionada, uma vez que, devido ao fato de o edifício não apresentar recuo lateral na fachada Sudoeste, esta não apresenta possibilidade de existência de aberturas. Assim, apesar de apresentar fachadas com orientações Nordeste e Sudoeste, a unidade não possibilita a existência de ventilação cruzada. Todas as tipologias de unidades do edifício apresentam apenas um acesso, realizado através do corredor de circulação de cada pavimento.
100
Classificação topológica Ext Com
Cir
Coz
San
Ind
A unidade habitacional de tipologia 01 apresenta um espaço de circulação, classificado como “espaço de circulação demarcado do espaço comum com acesso ao exterior realizado através do espaço comum” (Cir). Devido ao posicionamento dos ambientes, a tipologia 01 apresenta maior área de circulação do que as demais tipologias. Esta apresenta também: - um espaço comum, destinado às atividades de estar, reunir, receber e realizar refeições (Com); - dois espaços individuais, destinados às funções de dormir/ descanso (Ind); - um bloco sanitário (San); - bloco de serviços, caracterizado pela cozinha e a área de serviços, localizado próximo ao espaço comum, acessado pelo espaço de circulação (Coz)
Análise das áreas A tabela a seguir apresenta as áreas dos ambientes da unidade habitacional da tipologia 01, em comparação às dimensões consideradas para os níveis mínimo, recomendável e ótimo, por Pedro. Apresenta também a indicação do nível atingido, como formar de análise do dimensionamento da unidade. TIPOLOGIA 01 - TIPOLOGIA PROGRAMÁTICA T2/4 Funções 1. Dormir/descanso pessoal 2. Preparo de refeições 3. Refeições formais 4. Estar/reunir 5. Lavagem de roupa 6. Secagem de roupa 7. Higiene pessoal 8. Circulação
Ambiente Dormitório Casal Dormitório Duplo Cozinha Sala de Jantar Sala de Estar Área de Serviço Área de Serviço Banheiro Circulação interna
Tabela 25 - Análise das áreas - Tipologia 01
101
Área (m²) 14,2723 11,476 6,519 11,944 4,0536 3,975 6,9338
Área (m²) MÍNIMO 10,50 9,00 5,00 5,00 9,00 1,00 1,00 4,00 7,50
Área (m²) RECOMENDÁV EL 11,50 10,00 6,00 7,50 10,50 2,00 1,00 4,50 10,00
Área (m²) ÓTIMO 12,00 11,00 6,50 9,00 12,00 2,50 1,00 5,00 12,50
NÍVEL ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO NÃO ATINGE MÍNIMO ÓTIMO NÃO ATINGE MÍNIMO NÃO ATINGE MÍNIMO
A análise da comparação das áreas dos ambientes com os níveis propostos por Pedro demonstra um desequilíbrio na divisão dos ambientes das unidades, uma vez que, enquanto ambientes como os dormitórios, a cozinha, e a área de serviços apresentam áreas que atingem o nível ótimo de análise, enquanto ambientes como as salas de estar e de jantar, o banheiro e a área de circulação apresentam áreas que não atingem o nível mínimo indicado pelo autor. A imagem 74 apresenta uma possibilidade de layout para a unidade de tipologia 01. O mobiliário inserido segue as dimensões mínimas propostas pelo Manual Técnico de Engenharia Orientação para Apresentação de Empreendimentos Habitacionais do Setor Privado, e procurou-se nserir o mobiliário mínimo indicado pela Norma de Desempenho 15575 - Parte 1. A inserção do layout torna mais clara a questão levantada através da análise da tabela, apresentando ambientes que comportam com folga o mobiliário mínimo, e outros que não apresentam área para tal. O dormitório de casal, por exemplo, poderia comportar móveis de dimensões superiores às mínimas propostas, enquanto a sala de estar e jantar não abriga com conforto o mobiliário. Percebe-se, também, falhas com relação à organização dos espaços, uma vez que mesmo espaços que apresentam áreas condizentes às atividades a serem desenvolvidas não possuem dimensões de largura e comprimento de forma a abrigar o mobiliário e tais atividades. A área de serviço, por exemplo, devido à sua forma alongada, dificulta a viabilidade da instalação confortável de uma máquina de lavar e um tanque de dimensões mínimas.
Imagem 74 - Layout - Mobiliário mínimo - Tipologia 01
Classificação programática A tabela 26 apresenta a classificação da unidade de tipologia 02 com relação ao número de dormitórios e à lotação destes: TIPOLOGIA 02 Nº de Quartos Lotação
1 T1/2
Dormitório de casal ou duplo
Tabela 26 - Classificação programática - Tipologia 02
102
Segundo Pedro: “A tipologia 1/2 destina-se a casais sem filhos (geralmente casais jovens ou idosos) ou moradores que vivem sós, e implica um índice de área útil por utente elevado” (PEDRO,2003) No caso do Edifício União, porém, apesar de a maioria das unidades habitacionais apresentar apenas um ambiente destinado às funções de dormir e descanso, em poucos casos este se destina ao uso de apenas dois indivíduos, de forma que o índice de área útil para estes é mais elevado do que colocado pelo autor. Classificação morfológica Com relação à definição da tipologia morfológica, a tipologia 02 apresenta as características indicadas na tabela 27: TIPOLOGIA 02 Número de pisos Forma de planta e número de fachadas Número de acessos
Simplex Uma fachada 1
Tabela 27 - Tipologia 02 - Classificação morfológica
A unidade de tipologia 02 apresenta apenas uma fachada, voltada para a orientação Nordeste. Segundo Pedro: “As habitações com uma fachada caracterizam-se pela ausência de ventilação transversal, por proporcionarem geralmente pouca iluminação relativamente às áreas que possuem, e por imporem significativas condicionantes à organização dos compartimentos.” A organização dos ambientes da unidade de tipologia 02 é, de fato, condicionada pela existência de apenas uma fachada voltada para o meio externo. Apesar desta condicionante, o posicionamento dos ambientes permite que todos os ambientes recebam iluminação e ventilação.
Classificação topológica
Ext Com
Cir
Coz
Apesar de apresentar uma organização em planta diferente da unidade de tipologia 01, a tipologia 02 apresenta a mesma classificação topológica, com “espaço de circulação demarcado do espaço comum, com acesso ao exterior realizado através do espaço comum” (Cir). O acesso à unidade de tipologia 02 ocorre através da sala de estar/jantar, sendo que esta dá acesso ao bloco de serviços, e à circulação interna da unidade, que dá acesso aos espaços individuais e ao bloco sanitário.
San
Ind
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Como característica distinta à organização da unidade de tipologia 01, a tipologia 02 apresenta apenas um espaço destinado às funções de dormir e descanso (Ind).
Análise das áreas A tabela 28 apresenta as áreas dos ambientes da unidade habitacional da tipologia 02, indicando os níveis atingidos para a classificação proposta por Pedro:
TIPOLOGIA 02 - TIPOLOGIA PROGRAMÁTICA T1/2 Funções
Ambiente
Área (m²)
1. Dormir/descanso pessoal 2. Preparo de refeições 3. Refeições formais 4. Estar/reunir 5. Lavagem de roupa 6. Secagem de roupa 7. Higiene pessoal 8. Circulação
Dormitório Cozinha Sala de Jantar Sala de Estar Área de Serviço Área de Serviço Banheiro Circulação interna
12,198 7,6217 11,5679 2,56 4,596 5,0412
Área (m²)
Área (m²) MÍNIMO
RECOMENDÁVEL
Área (m²) ÓTIMO
10,50 4,50 5,00 6,00 1,00 1,00 4,00 5,00
11,50 5,50 6,50 7,50 2,00 1,00 4,50 6,50
12,00 6,00 7,00 9,00 2,50 1,00 5,00 8,00
NÍVEL ÓTIMO ÓTIMO MÍNIMO MÍNIMO RECOMENDÁVEL MÍNIMO
Tabela 28 - Análise das áreas - Tipologia 02
A tipologia 02 apresenta maior coerência com relação às áreas propostas por Pedro para análise dos espaços da habitação, não havendo ambientes que não atendem ao nível mínimo de área. A disposição do mobiliário mínimo na planta da unidade ilustra os resultados obtidos na tabela 22. Da mesma forma que na tipologia 01, o espaços de banheiro e cozinha apresentam dimensões que comportam com folga o mobiliário, havendo a possibilidade da criação de mais espaços de armazenamento. A sala da unidade de tipologia 02 não comporta o mobiliário destinado à realização de refeições formais, de forma que foi inserido na cozinha um espaço para refeições correntes. A área de serviços, apesar de apresentar área mínima, não configura um espaço em que há viabilidade para a instalação de tanque e máquina de lavar roupas. É importante notar que a configuração apresentada para os dormitórios tem como base a tipologia definida para a unidade. Esta, porém, não corresponde à recorrente realidade das unidades do edifício, que vêm a abrigar mais indivíduos do que pressuposto pelo número de dormitórios. Assim, a configuração de layout que apresentam podem apresentar situações que não atendem às questões de conforto ergonômico.
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Imagem 75 - Layout - Mobiliário mínimo - Tipologia 02
4.3.3 Análise - Tipologia 03 Classificação programática A tabela 29 apresenta a classificação da unidade de tipologia 03 com relação ao número de dormitórios e à lotação destes: TIPOLOGIA 03 Nº de Quartos Lotação
1 Dormitório de casal ou duplo
T1/2
Tabela 29- Tipologia 02 - Classificação programática
O espaço do vão do elevador é utilizado nas unidades de tipologia 03 como dormitório. Devido às características desta ocupação, e ao fato de esta não estar prevista para o futuro do edifício, a área não foi considerada como parte da unidade para a análise. Classificação morfológica TIPOLOGIA 03 Número de pisos Forma de planta e número de fachadas Número de acessos
Simplex Uma fachada 1
Tabela 30 - Tipologia 03- Classificação programática
Por se encontrarem posicionadas de forma espelhada com relação à circulação do edifício, as unidades de tipologia 02 e 03 apresentam características semelhantes com relação ao programa, e ao número de fachadas voltadas para o exterior que apresentam. As características relacionadas ao posicionamento e às áreas dos ambientes se diferem devido à presença do espaço destinado ao elevador.
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Classificação topológica
Ext Com
Cir
Coz
San
A tipologia 03 apresenta a mesma classificação de acesso que as tipologias citadas anteriormente. A entrada da unidade habitacional se dá através do espaço comum, sala de estar/jantar, onde estão localizados os acessos para a cozinha (Coz.), o sanitário (San.) e o dormitório (Ind.). Através da forma como o acesso é realizado, é garantida a separação entre os espaços individuais, e os espaços comuns.
Ind
Análise das áreas A tabela 31 apresenta as áreas dos ambientes da unidade habitacional da tipologia 03, indicando os níveis atingidos para a classificação proposta por Pedro: TIPOLOGIA 03 - TIPOLOGIA PROGRAMÁTICA T1/2 Funções
Ambiente
Área (m²)
1. Dormir/descanso pessoal 2. Preparo de refeições 3. Refeições formais 4. Estar/reunir 5. Lavagem de roupa 6. Secagem de roupa 7. Higiene pessoal 8. Circulação
Dormitório Cozinha Sala de Jantar Sala de Estar Área de Serviço Área de Serviço Banheiro Circulação interna
12,1008 7,0793 9,1902 3,6294 5,404 1,6146
Área (m²) MÍNIMO 10,50 4,50 5,00 6,00 1,00 1,00 4,00 5,00
Área (m²) RECOMENDÁVE L 11,50 5,50 6,50 7,50 2,00 1,00 4,50 6,50
Área (m²) ÓTIMO 12,00 6,00 7,00 9,00 2,50 1,00 5,00 8,00
NÍVEL ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO NÃO ATINGE MÍNIMO
Tabela 31- Análise das áreas - Tipologia 03
De acordo com os critérios de análise de áreas propostos por Pedro, apenas a área destinada à circulação interna não apresenta valores que atingem o nível mínimo requerido para tal. As áreas dos demais ambientes da unidade habitacional apresentam valores ótimos para as funções às quais se destinam. Para esta tipologia, o acesso através da área comum faz com que esta seja ampliada. Porém, o espaço disponível para as funções destinadas a estar, reunir e realizar refeições formais se mostra insuficiente quando estudadas as possibilidades de layout para o posicionamento do mobiliário mínimo, uma vez que perde-se o espaço pelo qual é realizada a circulação interna da unidade. Como se pode ver pela disposição do layout, a sala de estar e a cozinha não comportam o mobiliário necessário para a realização de refeições. Ambos os ambientes se caracterizam pelo acesso a outros ambientes realizados através de suas áreas, de forma que o posicionamento das portas dificulta o posicionamento destes.
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Imagem 76 - Layout - Mobiliário mínimo - Tipologia 03
4.3.3 Análise - Tipologia 04 Classificação programática A tabela 26 apresenta a classificação da unidade de tipologia 04 com relação ao número de dormitórios e à lotação destes: TIPOLOGIA 04 Nº de Quartos
1
Lotação
T1/2
Dormitório de casal ou duplo
Tabela 32 - Classificação programática - Tipologia 04
Classificação morfológica TIPOLOGIA 04 Número de pisos Forma de planta e número de fachadas Número de acessos
Simplex Duas fachadas livres e uma condicionada 1
Tabela 33 - Tipologia 01 - Classificação morfológica
A tipologia 04 apresenta a mesma situação da tipologia 01 com relação ao número de fachadas, uma vez que apresenta paredes voltadas para três diferentes orientações. A fachada Sudoeste não apresenta, porém, recuo com relação à divisa com o terreno vizinho, de forma que não é possível a existência de aberturas nesta. Esta tipologia é a única que apresenta abertura voltada para outra fachada que não a Nordeste. Em todos os pavimentos há uma abertura voltada para a Rua Sólon.
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Classificação topológica Ext Cir
Coz
Com
San Ind
Apesar de não apresentar exatamente a configuração do esquema proposto por Pedro, a tipologia 04 se encaixa na classificação topológica de “Habitações com um espaço de circulação dependente e outro independente”, caracterizada pela: “existência de dois espaços de circulação, um com acesso direto ao exterior e outro com acesso ao primeiro através do espaço comum” O acesso à unidade se dá através de uma circulação, que leva ao sanitário e ao espaço comum. Este, por sua vez, dá acesso ao dormitório da unidade.
Classificação topológica A tabela 34 apresenta as áreas dos ambientes da unidade habitacional da tipologia 04, indicando os níveis atingidos para a classificação proposta por Pedro:
TIPOLOGIA 04 - TIPOLOGIA PROGRAMÁTICA T1/2 Funções
Ambiente
Área (m²)
1. Dormir/descanso pessoal 2. Preparo de refeições 3. Refeições formais 4. Estar/reunir 5. Lavagem de roupa 6. Secagem de roupa 7. Higiene pessoal 8. Circulação
Dormitório Cozinha Sala de Jantar Sala de Estar Área de Serviço Área de Serviço Banheiro Circulação interna
14,4328 11,6695 2,5696 4,1729 1,3477
Área (m²) MÍNIMO 10,50 4,50 5,00 6,00 1,00 1,00 4,00 5,00
Área (m²) RECOMENDÁVE L 11,50 5,50 6,50 7,50 2,00 1,00 4,50 6,50
Área (m²) ÓTIMO 12,00 6,00 7,00 9,00 2,50 1,00 5,00 8,00
NÍVEL ÓTIMO NÃO ATINGE O MÍNIMO MÍNIMO MÍNIMO NÃO ATINGE O MÍNIMO
Tabela 34 - Análise das áreas - Tipologia 04
As unidades de tipologia 04 apresentam as funções de estar, preparo de refeições e realização de refeições formais reunidas em um só ambiente, de forma que este não atinge a área mínima indicada para a realização das três funções. O espaço comum destina-se ainda ao acesso ao dormitório, de forma que se perde área para a circulação da unidade. A proposta de layout para esta unidade demonstra, ainda, que a área de serviços não comporta o mobiliário mínimo a ser instalado com a configuração atual, comportando apenas um tanque, ou uma máquina de lavar roupas. O dormitório e o sanitário apresentam áreas que atendem ao nível ótimo e mínimo, respectivamente, e comportam o mobiliário mínimo.
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Imagem 77 - Layout - Mobiliário mínimo - Tipologia 04
4.3.5 Análise Geral das unidades A análise das quatro tipologias de unidades habitacionais com base nos critérios de classificação propostos por Pedro possibilita algumas análises gerais com relação ao posicionamento e dimensionamento dos ambientes de habitação no Edifício União, uma vez que diversas características de organização destes são recorrentes nas tipologias estudadas. São apresentadas a seguir as constatações possíveis a partir deste estudo, que servem como base para o desenvolvimento de propostas de adequação das unidades para uma situação de maior conforto com relação à ergonomia. a) Dormitórios Os dormitórios das unidades analisadas apresentam, de forma geral, áreas maiores do que as determinadas por Pedro para os níveis ótimos. A alteração nas áreas destes ambientes como forma de ampliar os demais ambientes da unidade deve levar em consideração dois fatores, que restringem sua viabilidade: o posicionamento das colunas estruturais, que limita a localização das paredes internas das unidades, e o fato de que em diversos casos, os dormitórios comportam mais indivíduos do que a situação ideal de lotação considerada para a análise. b) Áreas de Serviço Apesar de apresentarem áreas que atendem aos níveis mínimos propostos para a análise, as áreas de serviço das unidades analisadas são caracterizadas por uma configuração alongada em planta, com dimensões reduzidas na largura, de forma que não comportam o mobiliário mínimo indicado para a realização das atividades e para a circulação no ambiente. c) Sanitários Os banheiros das tipologias de unidades habitacionais analisadas apresentam, de forma geral, áreas que atendem o mínimo necessário para a realização das atividades, e comportam o mobiliário requerido para tal. A tipologia 04 é a única das tipologias analisadas que não possui ventilação no sanitário. 109
d) Salas de estar/jantar As salas das unidades analisadas não apresentam, em sua maioria, espaço para comportar o mobiliário mínimo necessário para a realização das atividades de estar, reunir, e ver televisão. A unidade de tipologia 01 é a única que apresenta disponibilidade de área para o mobiliário destinado à realização de refeições formais em conjunto com aquele destinado às funções de sala de estar. O espaço da sala de estar/jantar é prejudicado pelo fato de ser associado à circulação interna da unidade habitacional, o que reduz a área útil destinada à realização das atividades. e) Cozinhas As cozinhas das unidades habitacionais de tipologia 01 e 02 apresentam áreas que comportam o mobiliário necessário à realização das atividades de preparo de refeições e armazenamento que caracterizam este ambiente. A unidade 03 apresenta uma situação mais crítica com relação a este espaço, apesar de apresentar a área necessária para o desenvolvimento das atividades e o mobiliário mínimo. A cozinha desta unidade configura também a área de circulação entre o espaço comum, e a área de serviço, e apresenta problemas com relação ao posicionamento das portas, que dificulta a locação do mobiliário. Para a unidade 04, que apresenta apenas um espaço destinado às funções de cozinha e estar, a área abriga de forma confortável o mobiliário destinado ao preparo eà realização de refeições, não deixando espaço, porém para o mobiliário mínimo relativo às funções de estar e reunir.
110
4.4 Desempenho acústico Com base na análise dos demais aspectos de desempenho do Edifício União, principalmente no que se refere às questões de segurança contra incêndios, ergonomia e acesso à iluminação natural, as questões relacionadas ao desempenho acústico foram consideradas de forma mais simplificada para análise, por não representarem situações críticas para o bem-estar e a segurança dos moradores. Assim, foram analisadas as situações mais críticas para cada critério de análise, de forma a se obter uma visão geral do edifício com relação às questões de conforto acústico.
4.4.1 Isolação sonora de paredes entre ambientes Para a avaliação do desempenho de isolamento sonoro de paredes entre os ambientes das unidades habitacionais do Edifício União foram considerados os valores de referência apresentados na tabela 35. Tipo de parede
Largura do bloco/tijolo Revestimento Massa aproximada Rw (dBA) 9 cm 180kg/m² 41 Blocos vazados de argamassa 1,5cm 11,5 cm 210kg/m² 42 concreto em cada face 14 cm 230kg/m² 45 9 cm 120kg/m² 38 Blocos vazados de argamassa 1,5cm 11,5 cm 150kg/m² 40 cerâmica em cada face 14 cm 180kg/m² 42 11 cm 260kg/m² 45 Tijolos maciços de argamassa 2cm em 15 cm 320kg/m² 47 barro cozido cada fazer 11 + 11cm* 450kg/m² 52 5 cm 120kg/m² 38 Paredes maciças de 10 cm 240kg/m² 45 concreto armado sem revestimento 12 cm 290kg/m² 47 2 chapas + lã de vidro 22kg/m² 41 Drywall sem revestimento 4 chapas 44kg/m² 45 4 chapas + lã de vidro 46kg/m² 49 *Parede dupla 11+11cm, com espaço interno de 4cm preenchido com manta de lã de rocha 70kg/m². Tabela 35- Valores indicativos do índice de redução sonora ponderado para alguns sistemas de paredes Fonte: Desempenho de Edificações - Guia Orientativo para atendimento à norma ABNT NBR 15575/2013, 2013
Por ser o material de vedação mais comumente usado nas unidades habitacionais do Edifício União, foi considerado o bloco vazado de cerâmica como material para a análise do isolamento acústico. Devido às diferenças com relação às espessuras das paredes entre os ambientes, foi considerada a situação mais crítica, na qual o bloco apresenta 9 cm de espessura, uma vez que esta apresenta menor massa, e consequentemente menor valor de isolamento. Assim, para cada situação analisada pela Norma NBR 15575/2013, foi analisada o atendimento ou não ao valor mínimo de desempenho exigido.
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Tipo de Parede Parede entre unidades habitacionais autônomas (paredes de geminação), nas situações onde não haja ambiente dormitório Paredes entre unidades habitacionais autônomas (parede de geminação), no caso de pelo menos um dos ambientes ser dormitório. Parede cega de dormitórios entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, tais como corredores e escadarias nos pavimentos Parede cega de salas e cozinhas entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, tais como corredores e escadarias dos pavimentos. Parede cega entre uma unidade habitacional e áreas comuns de permanância de pessoas, atividades de lazer e e atividades esportivas, tais como home theater, salas de ginástica, salão de
Valor de isolamento Valor mínimo exigido considerado Rw (dBA)
Atendimento ao desempenho mínimo
45 a 49
NÃO
50 a 54
NÃO
45 a 49
NÃO
35 a 39
SIM
50 a 54
NÃO
45 a 49
NÃO
38 dBA
Cojunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo hall. Tabela 36 - Análise dos valores de isolamento acústico das vedações internas
Como apresentado na tabela 36, as paredes do Edifício União que apresentam características críticas com relação ao isolamento acústico não atendem aos valores especificados como mínimo pela Norma de Desempenho NBR 15575/2003 para a maior parte das situações, apresentando o nível mínimo requerido apenas para as paredes entre salas e cozinhas de unidades habitacionais e áreas de circulação. É importante notar que há paredes com espessuras superiores a 9 cm no edifício. Porém, mesmo paredes de bloco cerâmico vazado de 14cm não chegam a atingir os valores mínimos para as demais situações de vedação apresentada. Além disso, muitas das vedações do edifício não apresentam o revestimento em argamassa considerado nos valores de referência.
4.4.2 Isolação sonora de entrepisos e coberturas De acordo com o Guia Orientado para Atendimento à Norma ABNT NBR 15575/2013, lajes com espessura superior a 10 cm atendem aos níveis mínimos de isolamento com relação aos ruídos aéreos e ao ruído de impacto. Considera-se para o Edifício União, laje de concreto armado com espessura superior a esta, de forma que são atendidos os valores requeridos para as coberturas e entrepisos. Além disso, os valores indicados pela Norma de Desempenho referem-se ao entrepiso na forma em que se encontrar na entrega da obra, não levando em consideração a colocação de carpetes e outro elementos pelos usuários, que contribuem para o isolamento. Para o atendimento aos níveis Intermediário e Superior relativos ao isolamento ao ruído de impacto, porém, seria necessária a utilização para os entrepisos de soluções como forros acústicos, forros suspensos, e pisos flutuantes, ou seja, a introdução de um absorvedor acústico entre a laje de piso e o contra piso.
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4.4.3 Isolação sonora de fachadas Para o cálculo do isolamento sonoro das superfícies das fachadas foi considerado um dormitório com fachada Nordeste, na qual está localizadas a maioria das aberturas do edifício, uma vez que a presença destas reduz substancialmente a isolação acústica. Para tal, foram adotados os valores de referência para as janelas, apresentados na tabela 37: Material/Sistema Rw(dBA) Janela de alumínio de correr, duas folhas, vidro de 4mm (L=1200, h=1200mm) 20 Janela de alumínio de correr, uma folha com vidro de 4mm e duas folhas venzianas (L=1200, h=1200mm) 19 Janela de alumínio de correr integrada, duas folhas com vidro de 4mm (L=1200, h=1200mm) 26 Janela de alumínio de correr, duas folhas, vidro de 3mm (L=1200, h=1200mm), linha comercial 23 Janela de alumínio de correr, uma folha com vidro de 3mm e duas folhas venezianas (L=1200, h=1200mm), linha comercial 16 Janela de alumínio Maxim-ar, linha comercial, 800x800mm, vidro com espessura de 4mm 27 Janela de aço Maxim-ar, linha comercial, 800x800mm, vidro com espessura de 4mm 24 Janela de aço de correr, uma folha de vidro de 4mm e duas folhas venezianas (L=1200, h=1200mm), linha comercial 15 Janela de aço de correr, quatro folhas de vidro de 4mm, linha comercial 16 Janelas de alumínio de abrir, vidro duplo com espessuras de 6mm e 4mm, câmara de ar de 10mm entre as placas de vidro 30 Janela de alumínimo de abrir, vidro duplo com espessuras de 8mm e 6mm, câmara de de 12mm entre as placas de vidro 36 Tabela 37 - Valores indicativos do índice de redução sonora ponderado para algumas janelas Fonte: Desempenho de Edificações - Guia Orientativo para atendimento à norma ABNT NBR 15575/2013, 2013
A partir dos valores de referência para janelas, e dos indicados para paredes na tabela 37 foi realizado o cálculo do índice de reprodução sonora ponderado equivalente. A janela considerada para o cálculo foi uma janela de alumínio de correr, com uma folha de vidro 3mm e duas folhas venezianas, em destaque na tabela. A espessura de parede considerada foi de 14cm, uma vez que as paredes da envoltória do edifício apresentam espessuras maiores do que as vedações internas. Não foram considerados no cálculo elementos estruturais, de forma a considerar a situação mais crítica, na qual não há contribuição da superfície de concreto para o isolamento. Área total do sistema (m²) Área de parede (m²) Bloco cerâmico vazado 14cm, 1,5cm de argamassa em cada face Área de janela Janela de alumínio de correr, uma folha com vidro de 3 mm e duas folhas venezianas (L =1200, h =1200mm), linha comercial
8,019 6,579
1,44
Rw (dBA) da parede considerada
42
Rw (dBA) da janela considerada
16
Rwequivalente (dBA) Tabela 38 - Cálculo do índice de redução sonora ponderado equivalente
113
23,41
A Rua Sólon, onde está localizado o Edifício União, não apresenta tráfego intenso de veículos, de forma que foi categorizada em classe de ruído II, segundo a tabela 38. Assim, o valor mínimo a ser considerado para o desempenho do isolamento acústico equivalente das fachadas deve ser 30dBA. O sistema considerado para o cálculo, paredes de bloco cerâmico vazado de 14cm, e janela de vidro 3mm e venezianas, atingiu o valor de 23,41dBA, não atingindo o mínimo exigido pela Norma de Desempenho 15575 para fachadas dos edifícios enquadrados nesta classe de ruído.
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Propostas de Intervenção Edifício União
Vista - Edifício União Fonte: Acervo Pessoal Dezembro/2014
5. Propostas de Intervenção 5.1 Diretrizes Gerais A análise realizada para o Edifício União levou à definição das características mais críticas deste, e de propostas de interveção que possibilitassem a melhoria destas. Como apresentado anteriormente, o edifício apresenta um histórico de reformas, realizadas desde o 2002, quando do inicio do trabalho da Professora Maria Ruth Sampaio Amaral. Tais reformas levaram em consideração não somente os aspectos técnicos relacionados aos problemas estruturais, de instalações, ou de qualidade dos ambientes, mas as questões humanas relativas à vida cotidiana dos moradores, e aos aspectos considerados por estes como mais urgentes e necessários. Além disso, foram realizadas pelos próprios moradores,diversas reformas interiores às unidades habitacionais, com a aplicação de revestimentos e a instalação de mobiliário e equipamentos. O Edifício União apresenta diversos problemas decorrentes da época na qual foi construído, e da forma como se deu sua ocupação, com problemas relativos ao posicionamento da edificação no terreno, à configuração das unidades habitacionais, à organização das fachadas, à iluminação e à ventilação das áreas comuns, à segurança em caso de incêndios, e ao conforto ergonômico da circulação vertical. A análise destes problemas, e de possíveis propostas de soluções levou à definição de diretrizes gerais de intervenção que levassem em consideração não somente as possibilidades técnicas de alterações, mas os interesses dos moradores e o processo pelo qual vem passando o Edifício União ao longo dos anos. Foram definidas, assim, as seguintes diretrizes, que guiaram as interveções propostas: a) Manutenção do número de famílias residentes O processo de usocapião coletivo do Edifício União vem ocorrendo desde o início do trabalho da Professora Maria Ruth de Amaral Sampaio. A proposta de unidades habitacionais mais confortáveis e melhores organizadas encontra, portanto, como desafio a manutenção de todas as famílias residentes na configuração atual, mantendo o número de unidades habitacionais. Considerou-se que o histórico e a forma como vêm sendo realizadas as reformas do edifício, com o envolvimento dos moradores em uma estrutura comunitária, bem como o próprio processo de usucapião coletivo, tornam incoerentes propostas que envolvam a alteração do número de unidades habitacionais, e a consequente redução no número de moradores. b) Mínima intervenção na configuração das unidades Como colocado, diversas unidades habitacionais já sofreram reformas, e a forma como o edifício se organiza com relação à divisão e o posicionamento das unidades habitacionais se encontra atualmente bem consolidado, de forma que propostas que alterassem drasticamente esta configuração descaracterizariam o edifício, e não seriam viáveis em sua realidade. c) Maior viabilidade das propostas O edifício apresenta problemas cuja solução envolveria grandes reformas, cuja viabilidade de realização é baixa. Assim, procurou-se que as intervenções propostas fossem mais pontuais, e de possível realização, e que através destas pudessem ser obtidos melhores resultados para as questões de conforto analisadas, para a qualidade de vida e segurança dos moradores, e
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e para a imagem do edifício. Assim, as propostas envolveram quatro campos de intervenção: 1. A melhor adequação do edifício às exigências de segurança contra incêndio. 2. Alterações internas às unidades habitacionais, visando as questões relacionadas principalmente ao conforto lumínico e à ergonomia destas. 3. Alterações da fachada Nordeste, visando a maior padronização das aberturas, e a melhor imagem do edifício com relação à vizinhança em que se insere. 4. A utilização do subsolo do edifício, como forma de ampliar a capacidade de armazenamento de cada família residente. O método utilizado para análise de cada uma destas questões, e as intervenções propostas são apresentadas a seguir.
5.2 Segurança contra Incêndio 5.2.1 Análise das saídas de emergência Com análise das características dos acessos e da circulação do Edifício União, um dos problemas que mais chamou a atenção foi a questão da segurança deste no caso de incêndio, principalmente no que se refere às rotas de fuga, e à adequação da circulação vertical. Assim, com vase na Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros Número11/2004, que estabelece os requisitos mínimos necessários para o dimensionamento das saídas de emergência para que a população possa abandonar a edificação em caso de incêndio ou situação de pânico, foi realizada a qualidade das rotas de fuga do edifício, e a viabilidade de implementação de melhorias para tal. A primeira questão apontada foi o fato de a escada apresentar degraus em leque, que não atendem às exigências do Corpo de Bombeiros para sua utilização como escada de segurança. A intervenção proposta tem como base as diretrizes apontadas, e visa contribuir para a questão da segurança contra incêndios, evitando, porém a descaracterização do edifício, ou a proposta de soluções que não apresentam viabilidade em serem realizadas no contexto deste. A análise e as propostas partira do cálculo de dimensionamento, com base na Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros, realizado através da classificação do edifício segundo as categorias propostas por esta. O Edifício União se enquadra, primeiramente, no grupo A de análise, por sua ocupação residencial, e na divisão A-2, na qual a população do edifício tem como base a existência de duas pessoas por dormitório, levando em consideração a sala de cada unidade habitacional também como dormitório para o cálculo. Tal classificação apresenta as seguintes exigências com relação às capacipades das unidades de passagem, conforme Tabela 01, do Anexo 02:
118
Acessos/descargas: 60 UP Escadas/rampas: 45 UP Portas: 100 UP O dimensionamento das saídas de emergência é realizado com base no pavimento de maior população do edifício, através da seguinte fórmula: N = P/C N: Número de unidades de passagem, arredondado para o número inteiro imediatamante superior ao resultado obtido. P: População conforme coeficiente C: Capacidade da unidade passagem Para o cálculo, foram considerados, então os pavimentos que apresentam sete unidades habitacionais, considerando-se duas pessoas por dormitório, e duas pessoas para cada sala de estar, resultando em um valor de 42 pessoas por pavimento do edifício, e uma unidade de passagem para as escadas do edifício. Foi considerada, assim, a largura mínima apontadas para as saídas de emergência, de 1,20m. Segundo o levantamento do Edifício União, a escada atende ao mínimo requerido para esta passagem, desconsiderando o espaço necessário para a instalação de corrimãos. Segundo a Tabela 02, do Anexo 02, foi verificado que o pavimento do edifício, nas duas configurações que apresenta com relação ao corredor de acesso às unidades, atende aos valores das distâncias máximas a serem percorridas pelos usuários, de 40m nos pavimentos superiores, e 45m no pavimento de saída da edificação. A Tabela 03, do Anexo 02, apresenta a classificação dos edifícios pela altura, indicando os tipos de escada de emergência a serem adotados em cada caso. Com altura entre 12 e 30 metros, é requerida para o edifício a existência de escada de emergência enclausurada protegida. O acesso a circulação vertical deve, portanto, dar-se através de portas-corta fogo, e esta deve apresentar ventilação em todos os pavimentos. A saída do edifício deve contar, 4.2.2 Proposta para as saídas de emergência A proposta para as saídas de emergência do edifício de forma a viabilizar a proteção da escada de circulação vertical do edifício, criando a condição de escada enclausurada indicada pela Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros. Assim, foram propostas portas corta-fogo nos corredores de circulação dos pavimentos, fechando os acessoas à circulação vertical do edifício, e protegendo-a como rota de fuga em caso de incêndio nos pavimentos. A proposta prevê, ainda, a localização da iluminação de emergência nos corredores, a serem localizadas nas proximidades das portas corta-fogo, e no patamar criado na escada. Outra questão a ser contemplada é a ventilação da escada. A IT do Corpo de Bombeiros indica a necessidade da existência de aberturas voltadas para o exterior em todos os pavimentos. A solução adotada foi a criação de um duto de ventilação passando através de um forro pela área de serviços da unidade de tipologia 02, localizada entre a escada e a fachada nordeste 119
do edifício, com saída para a área externa. A escada apresenta atualmente aberturas improvisadas para ventilação e iluminação. Propõese a instalação de grelhas nestas aberturas, e a passagem de um duto de ventilação pelo forro da área de serviço da unidade habitacional de tipologia 02, localizada atrás desta.
VENTILAÇÃO DA ESCADA
PCF
PCF
ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Imagem 78 - Planta Esquemática - Escada - Saída de Emergência
120
4.3 Análise - Unidades Habitacionais e Fachada Nordeste Com base nas diretrizes gerais adotadas para as propostas de intervenção, foram levados em consieração para as alterações de layout do pavimentos e das fachadas do Edifício União, os seguintes critérios: 4.3.1 Intervenção mínima na forma como as unidades se distribuem nos pavimentos Devido à atual consolidação da forma como se organizam as unidades e às reformas e melhorias realizadas no interior destas pelos próprios moradores, não seriam viáveis grandes modificações no layout dos pavimentos do edifício. A análise das áreas e do desempnho ergonômico das unidades apontam, porém para algumas questões relativas ao dimensionamento dos espaços e à organização das unidades nos pavimentos. Os diferentes pavimentos do Edifício União apresentam variações quanto ao número de unidades habitacionais que comportam, de acordo com a tabela 39. Pavimento Térreo 1º Pavimento 2º Pavimento 3º Pavimento 4º Pavimento 5º Pavimento 6º Pavimento 7º Pavimento
Unidades Habitacionais 4 4 5 5 6 7 6 7
Tabela 39 - Unidades Habitacionais por pavimento - Ed. União
O pavimento térreo, por apresentar uma configuração diferente da que pode ser percebida nos demais pavimentos, foi analisado de forma diferente com relação aos demais, levando em consideração a importância dos espaços comuns que apresenta, e as diferenças das unidades habitacionais, que não se encaixam no padrão das tipologias definidas para análise. O primeiro pavimento apresenta a configuração mais confortável do edifício, no que se refere ao número de unidades habitacionais, abrigando apenas quatro, em uma configuração espelhada. Devido às amplas dimensões das unidades, foi mantida a configuração geral original do Edifício, e propostas apenas intervenções pontuais e de layout do mobiliário no interior das unidades, de forma a contribuir para as categorias de desempenho analisadas. O posicionamento da estrutura nas unidades do primeiro pavimento traz dificuldade quanto a alterações no posicionamento das paredes internas, uma vez que estas acompanham a organização dos pilares. O segundo e o terceiro pavimento do Edifício União apresentam configurações semelhantes, com cinco unidades habitacionais cada, sendo duas localizadas à direita da circulação vertical, e três localizadas à esquerda, a partir da caixa do elevador. Diferentemente do primeiro pavimento, o segundo e o terceiro perdem a simetria com relação à escada do edifíco, e as duas unidades localizadas àdireita, na direção dos fundos do edifício, apresentam situações de maior conforto quanto à dimensão dos ambientes. 121
4.3.2 Compatibilidade entre as intervenções propostas para as unidades habitacionais e o layout da fachada Nordeste A fachada Nordeste apresenta a grande maioria das aberturas das unidades habitacionais do Edifício União, configurando uma situação de fachada tão importante quanto à da fachada Sudeste, voltada para a Rua Sólon, no que se refere à imagem do edifício e a aspectos estéticos da forma como se apresenta para a vizinhança. Assim, foi considerado como crtiério que as intervenções propostas para o ambiente interno refletissem na fachada Nordeste, possibilitando a padronização das aberturas nesta. Para tal, a fachada foi analisada a prinicípio através da elevação Nordeste, desenhada de forma esquemática a partir da localização das aberturas em planta, de forma a possbilitar o melhor entendimento da localização destas. Notou-se, porém, que o desenho não corresponde à situação real da fachada do edifício, que apresenta uma configuração mais organizada. A análise foi, então, realizada também a partir da imagem 78 que possibilita uma visão geral desta e possibilita uma melhor classificação.
Imagem 78 - Fachada Nordeste do Edifício União
Notou-se, porém, que o desenho não corresponde à situação real da fachada do edifício, que apresenta uma configuração mais organizada. A análise foi, então, realizada também a partir da imagem 79, que apresenta uma visão geral desta e possibilita uma melhor classificação.
122
Imagem 79 - Fachada Nordeste do Edifício União Fonte: Método Engenharia, Apresentação de propostas para os moradores
A análise foi realizada a partir da classificação das aberturas em faixas verticais numeradas, considerando-se o posicionamento mais ou menos alinhado das janelas existentes, e a maior ou menor padronização do tamanho destas. A tabela 40 foi organizada a partir da classificação apresentada na imagem 80, de forma a guiar as alterações de fachada a serem realizadas. A tabela apresenta também o ambiente interno no qual estão localizadas as aberturas. A tabela apresenta em destaque as faixas de aberturas que apresentam situações mais críticas com relação à ogranização, seja por apresentarem diversos tamanhos e posicionamentos, ou por estarem localizadas em diferentes tipos de ambientes no interior do edifício, o que dificulta a padronização. Esta análise foi importante para a compatibilização dos ambientes internos, redefinidos com base nos critérios apresentados, com a organização da fachada. A padronização das esquadrias e o alinhamento destas nas diferentes faixas definidas na fachada Nordeste, associados à aplicação de revestimento nesta, contribuem para a imagem que o Edifício apresenta para a vizinhança. Outra questão importante para tal é a organização das áreas de serviço do edifício, e a forma como se relacionam com o meio externo, para a secagem de roupas.
Vista - Fachada Nordeste - Edifício União Fonte: Acervo Pessoal Dezembro/2014
123
11 10 15 14 13 12 16 17 18
06 05 09 08 07
04
03
02
01
Imagem 80 - Fachada Nordeste do Edifício União - Indicação das faixas de análise
125
FAIXA DE ANÁLISE
AMBIENTE INTERNO
CARACTERÍSTICAS
01
DORMITÓRIO
▪ Não apresentam variações no posicionamento. ▪ Não apresentam grandes variações de tamanho.
02
DORMITÓRIO SALA/COZINHA
▪ Não apresentam variações no posicionamento. ▪ Não apresentam grandes variações de tamanhos. ▪ Mais de uma configuração de ambiente interno.
03
ÁREA DE SERVIÇO COZINHA
04
SALA DORMITÓRIO
05
DORMITÓRIO SALA/COZINHA
▪ Variações no posicionamento das esquadrias. ▪ Duas diferentes configurações: terraço de serviço, ou duas esquadrias menores, com tamanhos variados nos diferentes pavimentos. ▪ Não apresentam variações no posicionamento. ▪ Não apresentam grandes variações de tamanho. ▪ Mais de uma configuração de ambiente interno ▪ Não apresentam variações no posicionamento. ▪ Não apresentam grandes variações de posicionamento. ▪ Apenas o 7o pavimento apresenta sala/cozinha como ambiente interno.
06
SANITÁRIO
▪ Não apresentam variações no posicionamento. ▪ Apresentam variações de tamanho, mas são, em geral, esquadrias menores, características de sanitários.
07
SALA DORMITÓRIO
▪ Não apresentam variações no posicionamento. ▪ Não apresentam grandes variações de tamanho. ▪ Apresentam sala como ambiente interno na maioria dos pavimentos.
08
SALA COZINHA
▪ Variações no posicionamento e tamanho das aberturas. ▪ Apenas no 3o pavimento apresenta sala como ambiente interno. ▪ Variações no posicionamento das aberturas. ▪ Apresentam no geral a configuração de terraço de serviço. ▪ Faixa de análise comporta as aberturas destinadas à ventilação e iluminação da escada. ▪ Variações no posicionamento das esquadrias. ▪ Duas diferentes configurações: terraço de serviço, ou duas esquadrias menores, com tamanhos variados nos diferentes pavimentos. ▪ Não apresentam variações no posicionamento. ▪ Não apresentam grandes variações de tamanho.
09
ÁREA DE SERVIÇO
10
ÁREA DE SERVIÇO
11
COZINHA
12
SALA
13
SANITÁRIO
14
DORMITÓRIO SALA
▪ Não apresentam variações no posicionamento. ▪ Não apresentam grandes variações de tamanho.
15
DORMITÓRIO SALA
▪ Não apresentam variações no posicionamento. ▪ Não apresentam grandes variações de tamanho.
16
ÁREA DE SERVIÇOS COZINHA SANITÁRIO
17
DORMITÓRIO SALA/COZINHA
18
SALA/COZINHA
▪ Não apresentam variações no posicionamento. ▪ Não apresentam grandes variações de tamanho. ▪ Não apresentam variações no posicionamento. ▪ Apresentam variações de tamanho, mas são, em geral, esquadrias menores, características de sanitários.
▪ Variações no posicionamento das esquadrias. ▪ Duas diferentes configurações: terraço de serviço, ou duas esquadrias menores, com tamanhos variados nos diferentes pavimentos. ▪ Não apresentam variações no posicionamento. ▪ Não apresentam grandes variações de tamanho. ▪ Apresentam sala/cozinha como ambiente interno na maioria dos pavimentos. ▪ Abertura existente somente no 7o pavimento, uma vez que estes ambientes apresentam abertura voltada para a Rua Sólon.
Tabela 40 - Fachada Nordeste do Edifício União - Análise das faixas de aberturas
126
4.4 Proposta - Unidades Habitacionais e Fachada Nordeste Com base nas diretrizes gerais adotadas para as propostas de intervenção, foram levados em consieração para as alterações de layout do pavimentos e das fachadas do Edifício União, os 4.3.1 Primeiro Pavimento A proposta para o primeiro pavimento mantém a configuração próxima à original, que apresenta quatro unidades com áreas superiores às encontradas nos demais pavimentos. O pavimento apresenta as unidades de tipologia 01 e 02, apresentadas nas imagens 82 e 83. A tipologia 01 segue apresentando dois dormitórios, sala de estar, cozinha, banheiro e terraço de serviço. Propõe-se para esta tipologia a integração dos ambientes de cozinha e sala de estar, de forma a aumentar os espaços externos e evitar a criação de corredores na unidade, uma vez que a fachada sudoeste, onde se localiza a circulação, não apresenta aberturas para o meio externo. A ventilação dos ambientes de cozinha e banheiro se dá através do terraço de serviço da própria unidade.A tipologia 02 também foi mantida, tanto no primeiro pavimentos, quanto no pavimento tipo, uma vez que apresenta uma configuração bem organizada dos espaços e das áreas destinadas à realização de atividades nos ambientes. A tipologia 02 apresenta um dormitório, sala de estar, cozinha, banheiro e terraço de serviço. É proposto que o terraço de serviço desta tipologia apresente forro rebaixado em todos os pavimentos, de forma a permitir a passagem do duto de ventilação da escada.
4.3.2 Pavimento Tipo O pavimento tipo apresenta seis unidades habitacionais, e foi desenvolvido a partir do desadensamento dos pavimentos quinto e sétimo, onde há originalmente sete unidades habitacionais. As duas unidades destes pavimentos foram deslocadas para os pavimentos segundo e terceiro, onde existem originalmente cinco unidades habitacionais. A criação de um pavimento tipo contribui não somente para a organização das aberturas na fachada nordeste, padronizada então, para os pavimentos do segundo ao sétimo, mas também para uma maior uniformidade no que se refere à áreas das unidades habitacionais. Foi mantida no pavimento tipo, a unidade de tipologia 02, já apresentada, uma vez que esta apresenta uma configuração original mais bem organizada com relação aos espaços internos e suas áreas. A área da unidade de tipologia 01, no primeiro pavimento,se encontra, no pavimento tipo, dividida em duas unidades habitacionais distintas. É importante colocar que a proposta para estas unidades não é considerada ideal, já que ambas apresentam áreas muito reduzidas e configuração interna dos ambientes limitada por fatores como o posicionamento das estruturas e as aberturas já existentes. As unidades de tipologia 03 e 04 não apresentam um espaço definido para a sala de estar que comporte o mobiliário destinado para tal. A modulação das estruturas do edifício faz, porém, com que a área dos dormitórios seja confortável, podendo abrigar determinadas funções de estar. Não foi possível que o banheiro da unidade de tipologia 04 apresentasse abertura voltada para a fachada nordeste, da mesma forma que os demais. Assim, propõe-se que a ventilação seja realizada através de um duto, o, que atinge a fachada passando pelo forro do banheiro da unidade de tipologia 03.
127
Imagem 81 - Planta Primeiro Pavimento - Proposta
Imagem 82 - Planta - Pavimento Tipo - Proposta
Com relação à fachada Nordeste, procurou-se que as aberturas fossem organizadas da forma mais simétrica possível com relação à circulação vertical, centralizada com relação às unidades habitacionais. Outro problema apresentado pela fachada do edifício está relacionado às roupas penduradas, que prejudicam a imagem deste para com a vizinhança. Para tal, foi proposta uma solução semelhante à adotada no Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo, que consiste no fechamento parcial da área de varais, de forma a permitir que as roupas sequem no ambiente externo, mas evitar a imagem que provocam na fachada. As imagens 87 e 88 apresentam a solução adotada nos edifícios da Universidade de São Paulo, cujo projeto original é do arquiteto Eduardo Kneese de Mello.
Imagens 83 e 84 - Fachada - Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo Foto: Gabriel de Andrade Fernandes, 2011
128
Imagem 85 - Planta - Unidade Tipo 01 - Layout ESCALA 1:100
Imagem 82 - Planta Primeiro Pavimento - Proposta
Imagem 86- Planta - Unidade Tipo 02 - Layout ESCALA 1:100
Imagem 87- Planta - Unidade Tipo 03 - Layout ESCALA 1:100
129
Imagem 85 - Planta - Unidade Tipo 03 - Layout ESCALA 1:100
Imagem 87- Elevação Esquemática - Edifício União
130
Considerações Finais
O desenvolvimento de projetos de reabilitação de edifícios, principalmente quando voltados para habitação de interesse social, não costuma apresentar como foco as questões relacionadas ao conforto e desempenho ambiental do edifício. A idéia inicial do presente Trabalho Final de Graduação tinha como objetivo a análise das possibilidades vinculadas à associação dos aspectos sociais e humanos relacionados à produção de habitação social com as questões técnicas das disicplinas de conforto ambiental. Neste contexto, o Edifício União surgiu não somente como um rico estudo de caso para estas disciplinas, principalmente com relação aos desempenhos lumínico e ergonômico, cujos problemas decorrentes de sua ocupação são mais claros, mas também como uma oportunidade de contato com uma ocupação diferenciada no que se refere à organização comunitária e às características da ocupação. Tais características acabaram por se tornar tão, ou mais decisivas, quando da tomada de decisões de propostas, do que as questões do desempenho ambiental, foco inicial do trabalho. Através das visitas, e das conversas com a Professora Maria Ruth de Sampaio Amaral, ficam claros os limites das intervenções a serem realizadas no edifício, e a forma como estas devem ocorrer. Assim, quando do desenvolvimento de propostas, procurou-se que estas fossem adequadas à realidade do edifício, evitando suposições como o desadensamento populacional, ou grandes alterações, cuja viabilidade comprometeria os interesses dos moradores. Fica claro, porém, a partir da análise dos aspectos do desempenho ambiental, a importância destes para a vida cotidiana na habitação, e a forma como os métodos de análise se aplicam na realidade em consequências para o conforto dos moradores. As propostas tem como objetivo, portanto, indicar não somente soluções para os aspectos estudados como tecnicamente mais críticos do Edifício União, mas diretrizes viáveis para melhorias no cotidiano, na segurança e na qualidade de vida dos moradores.
Bibliografia
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Sites visitados <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/se/historico/index.php?p=4 25> Acesso em 30 de outubro de 2015
136
ApĂŞndices
ApĂŞndice A Desempenho LumĂnico
Tipologia 1 Céu claro
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 01 - Céu claro - 23/04 - 09h30
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 01 - Céu claro - 23/10 - 15h30
141
Céu encoberto
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 01 - Céu encoberto - 23/04 - 09h30
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 01 - Céu encoberto - 23/10 - 15h30
142
Tipologia 2 Céu claro
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 02 - Céu claro - 23/04 - 09h30
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 02 - Céu claro - 23/10 - 15h30
143
Céu encoberto
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 02 - Céu encoberto - 23/04 - 09h30
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 02 - Céu encoberto - 23/10 - 15h30
144
Tipologia 3 Céu claro
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 03 - Céu claro - 23/04 - 09h30
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 03 - Céu claro - 23/10 - 15h30
145
Céu encoberto
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 03 - Céu encoberto - 23/04 - 09h30
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 03 - Céu claro - 23/10 - 15h30
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 03 - Céu encoberto - 23/10 - 15h30
146
Tipologia 4 Céu claro
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 04 - Céu claro - 23/10 - 15h30
147
Céu claro
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 04 - Céu claro - 23/04 - 09h30
Imagens XX e XX - Simulação de iluminação natural - Tipologia 04 - Céu claro - 23/04 - 09h30
148
ApĂŞndice B Desempenho TĂŠrmico
Cálculo de Temperatura Tipologia 01 Dormitório 01
DORMITÓRIO 01
Imagem XX - Planta Tipologia 01 - Dormitório 01 ESCALA 1:200
Cálculo do coeficiente global de transmissão térmica - K Estrutura (NE)
Estrutura (NO)
Estrutura (SO)
e (m)
0,25
e (m)
0,25
e (m)
λ ( W/m²°C)
1,75
λ ( W/m²°C)
1,75
λ ( W/m²°C)
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,17
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,17
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
K ( W/m²°C)
3,196347032
Parede (NE)
K ( m²·°C/W)
3,196347032
Parede (NO)
K ( m²·°C/W)
0,2 1,75 0,17 3,5175879
Parede (SO)
e (m)
0,25
e (m)
0,25
e (m)
λ ( W/m²°C)
0,91
λ ( W/m²°C)
0,91
λ ( W/m²°C)
0,91
e (m)
0,03
e (m)
0,03
e (m)
0,03
λ ( W/m²°C)
0,65
λ ( W/m²°C)
0,65
λ ( W/m²°C)
0,65
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,17
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,17
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
K ( W/m²°C)
2,037161406
Cobertura e (m) λ ( W/m²°C) 1/hi + 1/he ( m²·°C/W) K ( W/m²°C)
151
0,3 1,75 0,22 2,554744526
K ( m²·°C/W)
2,037161406
K ( m²·°C/W)
0,12
0,17 2,8733817
Cálculo dos ganhos de calor solar
Estrutura (NO)
Estrutura (NE) Área (m²)
Área (m²)
2,403
α K ( W/m²·°C)
Q·Ig (W)
Q·Ig (W)
Área (m²)
α
0,7
Q·Ig (W)
20
0,86
Q·Ig (W)
2,8733817
he ( W/m²·°C)
0,6318664
2,112
α
0,7
K ( W/m²·°C)
20 0,6085325
Área (m²)
8,799
α
2,0371614
he ( W/m²·°C)
20 0,2641689
Q·Ig (W)
Vidro
Área (m²)
0,7
K ( W/m²·°C)
2,0371614
he ( W/m²·°C)
8,862
2,5547445
he ( W/m²·°C)
20 0,6318995
Parede (SO)
Área (m²)
3,705
α
Q·Ig (W)
Q·Ig (W)
0,3
K ( W/m²·°C)
3,5175879
he ( W/m²·°C)
Parede (NO)
Parede (NE )
K ( W/m²·°C)
20
15,8798
α
0,8
K ( W/m²·°C)
0,5810959
Área (m²)
4,491
α
3,196347
he ( W/m²·°C)
20 0,3072329
Área (m²)
0,8
K ( W/m²·°C)
3,196347
he ( W/m²·°C)
4,545
α
0,8
Cobertura
Estrutura (SO)
1,81632
20
Q·Ig (W)
0,884901
Planilha de ganhos de calor solar hora
Ig
Fachada Nordeste Estrutura Q*Ig
Parede Q* Ig
Ig
Fachada Noroeste Estrutura Parede Q*Ig Q*Ig
Ig
Fachada Sudoeste Estrutura Q*Ig
Cobertura Parede Q*Ig
Vidro Q* Ig
TOTAIS
Ig
06h
63
19,36
16,64
27
15,69
17,06
27
17,06
23,89
114,43
56
34,077819
258,21
07h
153
47,01
40,42
66
38,35
41,70
66
41,71
58,40
277,90
174
105,88465
651,37
08h
210
64,52
55,48
105
61,02
66,35
105
66,35
92,91
381,43
292
177,69148
965,74
09h
238
73,12
62,87
138
80,19
87,20
138
87,20
122,12
432,28
395
240,37033
1185,36
10h
243
74,66
64,19
164
95,30
103,63
138
87,20
122,12
441,37
232
141,17954
1129,64
11h
223
68,51
58,91
179
104,02
113,10
179
113,11
158,40
405,04
254
154,56725
1175,66
12h
185
56,84
48,87
185
107,50
116,90
185
116,90
163,71
336,02
262
159,43551
1106,17
13h
179
54,99
47,29
223
129,58
140,91
229
144,70
202,64
325,12
254
154,56725
1199,81
14h
164
50,39
43,32
243
141,21
153,54
263
166,19
232,73
297,88
232
141,17954
1226,43
15h
131
40,25
34,61
239
138,88
151,02
280
176,93
247,77
237,94
196
119,27237
1146,67
16h
105
32,26
27,74
210
122,03
132,69
273
172,51
241,58
190,71
151
91,888405
1011,41
17h
66
20,28
17,44
153
88,91
96,68
230
145,34
203,53
119,88
98
59,636183
751,67
18h
27
8,30
7,13
64
37,19
40,44
112
70,77
99,11
49,04
41
24,949832
336,93
MAXIMO
Ganhos de calor devido à ocupação Calor sensível (W) No de ocupantes
65
1226,43
Total de ganhos de calor Q (W)
1621,43
3
Qe (W)
195
Qeq (W)
200
152
Perdas de calor de calor devidas à diferença de temperatura interna e externa (Δt) Estrutura (SO)
Estrutura (NO)
Estrutura (NE ) Área (m²)
2,403
K ( W/m²°C)
3,196347
Q (*Δt)
7,6808219
Área (m²)
4,545
Área (m²)
K ( W/m²°C)
3,196
K ( W/m²°C)
Q (*Δt)
3,518
Q (*Δt)
14,527
Parede (NO)
Parede (NE)
4,491
15,797
Parede (SO)
Área (m²)
3,705
Área (m²)
8,862
Área (m²)
K ( W/m²°C)
2,037
K ( W/m²°C)
2,037
K ( W/m²°C)
Q (*Δt)
7,548
Q (*Δt)
18,053
8,799 2,873
Q (*Δt)
25,283
Vidro
Cobertura
Área (m²)
2,112
1/hi + 1/he (W/m²·°C)
0,140
e (m)
0,004
K ( W/m²°C)
3,211
λ ( W/m²°C)
0,800
50,990
1/hi + 1/he
0,170
Área (m²)
15,880
Q (*Δt)
K ( W/m²°C)
5,714
Q (*Δt)
12,069
Perdas de calor de calor devidas à ventilação Taxa horária de renovação (N)
9,97
Volume do ambiente
42,87546
Qvent (*Δt)
149,613918
Total de perdas de calor Total Perdas de calor (W)
Balanço Térmico Δt (°C)
301,562
5,3767809
Avaliação da Inércia Nordeste Estrutura
Parede
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,125
2400
300
0,125
1200
150
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,125
2400
300
0,125
1200
150
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,11
2400
264
0,075
1200
90
Noroeste Estrutura
Parede
Sudeste Estrutura
153
Parede
Sudoeste Estrutura
Parede
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,1
2400
240
0,05
1200
60
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
Cobertura
Piso
Estrutura e/2
Estrutura
d (kg/m²) 0,15
2400
Peso (kg/m²)
e/2
360
0,15
2400
360
Cálculo da superfície equivalente pesada Nordeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
2,403
1
2,403
Área
Coeficiente
3,705
0,67
2,47
Noroeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
4,545
1
4,545
Área
Coeficiente
8,862
0,67
5,908
Sudeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
3,987
1
3,987
Área
Coeficiente
7,74
0,33
2,58
Sudoeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
4,491
1
4,491
Cobertura
Área
Coeficiente
8,799
0,67
5,866
Piso Estrutura
Estrutura Área
Coeficiente
15,8798
1,00
15,8798
Área
Coeficiente
15,8798
1,00
15,8798
SUPERFÍCIE EQUIVALENTE PESADA
SUPERFÍCIE EQ. PESADA/ ÁREA DO PISO
64,010
4,031
m 0,8
154
Cálculo da temperatura externa média - te e elongação - E Te m áxim a (°C)
27,65
Te m ínim a (°C)
15,6
te (°C)
21,625
A (°C)
12,05
E (°C)
6,025
Cálculo da temperatura interna máxima resultante
Verificação da Ventilação Taxa de ventilação 0,118753 427,51 Renovações/hora 9,970971
Tem peratura interna m áxim a resultante ti máx =
23,90535618
Tipologia 01 Dormitório 02
DORMITÓRIO 02
Imagem XX - Planta Tipologia 01 - Dormitório 02 ESCALA 1:200
Cálculo do coeficiente global de transmissão térmica - K Parede
Estrutura
Cobertura
e (m)
0,25
e (m)
0,25
e (m)
λ ( W/m²·°C)
1,75
λ ( W/m²°C)
0,91
λ ( W/m²°C)
0,17
e (m)
0,03
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
λ ( W/m²°C)
0,65
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,17
1/hi + 1/he ( m²·°C/W) K ( W/m²°C)
3,196
K ( W/m²°C)
155
2,037
K ( W/m²°C)
0,3 1,75 0,22 2,555
m³/s m³/h 1/h
Cálculo dos ganhos de calor solar Estrutura
Parede
Área (m²)
Área (m²)
3,4125
α
0,8
K (W/m²°C)
3,196347
he ( W/m²·°C)
20
Q·Ig (W)
0,4363014
Vidro
Cobertura
3,12
α
0,7
K ( W/m²·°C)
2,0371614
he ( W/m²·°C)
20
Q·Ig (W)
0,222458
Área (m²)
11,476
α
0,3
K ( W/m²·°C)
2,5547445
he ( W/m²·°C) Q·Ig (W)
Área (m²) α Q·Ig (W)
1,92 0,86 1,6512
20 0,4397737
Planilha de ganhos de calor solar Fachada Nordeste hora Ig
Estrutura Q*Ig
Parede Q*Ig
Cobertura Vidro Q*Ig
TOTAIS Ig
06h
63
27,49
14,01
104,03
56
24,627328
170,15
07h
153
66,75
34,04
252,63
174
76,520628
429,94
08h
210
91,62
46,72
346,75
292
128,41393
613,51
09h
238
103,84
52,95
392,99
395
173,71062
723,48
10h
243
106,02
54,06
401,24
232
102,0275
663,35
11h
223
97,30
49,61
368,22
254
111,70253
626,82
12h
185
80,72
41,15
305,47
262
115,22072
542,56
13h
179
78,10
39,82
295,56
254
111,70253
525,19 480,86
14h
164
71,55
36,48
270,80
232
102,0275
15h
131
57,16
29,14
216,31
196
86,19565
388,80
16h
105
45,81
23,36
173,38
151
66,405832
308,95
17h
66
28,80
14,68
108,98
98
43,097825
195,56
18h
27
11,78
6,01
44,58
41
18,030723
80,40
MAXIMO
Ganhos de calor devido à ocupação Calor sensível (W) No de ocupantes
723,48
Total de ganhos de calor Q (W)
65
1293,59
3
Qe (W)
195
Qeq (W)
200
Perdas de calor de calor devidas à diferença de temperatura interna e externa (Δt) Estrutura
Parede
Área (m²)
Área (m²)
K ( W/m²°C) Q (*Δt)
3,413 3,196 10,908
Vidro
Cobertura 3,120
Área (m²)
11,476
Área (m²)
1,920
K ( W/m²°C)
2,037
1/hi + 1/he
0,140
e (m)
0,004
Q (*Δt)
6,356
K ( W/m²°C)
3,211
λ ( W/m²°C)
0,800
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,170
Q (*Δt)
36,850
K ( W/m²°C) Q (*Δt)
5,714 10,971
156
Perdas de calor de calor devidas à ventilação Taxa horária de renovação (N)
12,7
Volume do ambiente
30,9852
Qvent (*Δt)
137,72921
Total de perdas de calor
Balanço Térmico Δt (°C)
202,814
Total Perdas de calor (W)
5,515
Avaliação da Inércia Nordeste Estrutura
Parede
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso
0,125
2400
300
0,125
1200
150
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,11
2400
264
0,075
1200
90
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,11
2400
264
0,075
1200
90
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0
0
0
0,05
1200
60
Noroeste Estrutura
Parede
Sudeste Estrutura
Parede
Sudoeste Estrutura
Parede
Piso
Cobertura
Estrutura
Estrutura e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,15
2400
360
0,15
2400
360
Cálculo da superfície equivalente pesada Nordeste Estrutura
Parede
área
coeficiente
3,4125
1
157
3,4125
área
coeficiente
3,12
0,67
2,08
Noroeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
3,927
1
3,927
Área
Coeficiente
6,699
0,33
2,233
Sudeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
3,927
1
3,927
Área
Coeficiente
6,699
0,33
2,233
Sudoeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
0
0
0
Cobertura
Área
Coeficiente
6,591
0,33
2,197
Piso
Estrutura
Estrutura
Área
Coeficiente
11,476
1,00
11,476
SUPERFÍCIE EQUIVALENTE PESADA 42,9615
Área
Coeficiente
11,476
1,00
11,476
SUPERFÍCIE EQ. PESADA/ ÁREA DO PISO 3,743595329 m 0,8
Cálculo da temperatura externa média - te e elongação - E Te máxima (°C)
27,65
Te mínima (°C)
15,6
te (°C)
21,625
A (°C)
12,05
E (°C)
6,025
Cálculo da temperatura interna máxima resultante Temperatura interna máxima resultante ti máx = 23,93296412
Verificação da Ventilação Taxa de ventilação
Renovações/hora
0,1093341
m3/s
393,60272
m3/h
12,702926
1/h
158
Tipologia 02 Sala de estar
SALA DE ESTAR
Imagem XX - Planta Tipologia 02 - Sala de Estar ESCALA 1:200
Cálculo do coeficiente global de transmissão térmica - K Estrutura (NE)
Parede (NE)
e (m)
0,25
e (m)
λ ( W/m²°C)
1,75 0,17
1/hi + 1/he ( m²·°C/W) K ( W/m²°C)
3,196347
Cobertura 0,25
e (m)
λ ( W/m²°C)
0,91
λ ( W/m²°C)
1,75
e (m)
0,03
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,22
λ ( W/m²°C)
0,65
K ( W/m²°C)
1/hi + 1/he ( m²·°C/W) K ( W/m²°C)
0,3
2,5547445
0,17 2,0371614
Cálculo dos ganhos de calor solar Estrutura Área (m²) α K ( W/m²°C) he ( W/m²°C) Q·Ig (W)
159
Cobertura
Parede 2,325 0,8 3,196347 20 0,2972603
Área (m²) α K ( W/m²°C) he ( W/m²°C) Q·Ig (W)
4,254 0,7 2,0371614 20 0,303313
Área (m²) α K ( W/m²°C) he Q·Ig (W)
Vidro
13,0584 0,3 2,5547445 20 0,5004131
Área (m²)
1,92
α
0,86
Q·Ig (W)
1,6512
Planilha de ganhos de calor solar Fachada Nordeste hora Ig
Estrutura Q*Ig
Parede Q*Ig
Cobertura Vidro Q*Ig
TOTAIS Ig
06h
63
18,73
19,11
104,03
56
28,023136
169,88
07h
153
45,48
46,41
252,63
174
87,071886
431,59
08h
210
62,42
63,70
346,75
292
146,12064
618,99
09h
238
70,75
72,19
392,99
395
197,66319
733,59
10h
243
72,23
73,71
401,24
232
116,09585
663,28
11h
223
66,29
67,64
368,22
254
127,10494
629,25
12h
185
54,99
56,11
305,47
262
131,10824
547,69
13h
179
53,21
54,29
295,56
254
127,10494
530,17 485,39
14h
164
48,75
49,74
270,80
232
116,09585
15h
131
38,94
39,73
216,31
196
98,080975
393,06
16h
105
31,21
31,85
173,38
151
75,562384
312,00
17h
66
19,62
20,02
108,98
98
49,040488
197,66
18h
27
8,03
8,19
44,58
41
20,516939
81,31
MÁXIMO
733,59
Ganhos de calor devido à ocupação Calor sensível (W)
Total de ganhos de calor Q (W)
65
No de ocupantes
1621,43
4
Qe (W)
260
Qeq (W)
300
Perdas de calor de calor devidas à diferença de temperatura interna e externa (Δt) Parede
Estrutura Área (m²)
2,325
Vidro
Cobertura
Área (m²)
4,254
Área (m²)
13,058 0,14
K ( W/m²°C)
3,19634703
K ( W/m²°C)
2,037
1/hi + 1/he
Q (*Δt) (W)
7,43150685
Q (*Δt) (W)
8,666
K ( W/m²°C)
3,211
Q (*Δt) (W)
41,931
Área (m²) e (m) λ ( W/m²°C) 1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
1,92 0,004 0,8 0,17
K ( W/m²°C)
5,71428571
Q (*Δt) (W)
10,9714286
Perdas de calor de calor devidas à ventilação Taxa horária de renovação (N) Volume do ambiente (m³) Qvent (*Δt)
11,7 35,258 144,380
Total de perdas de calor Total Perdas de calor (W)
213,380
Balanço Térmico Δt (°C)
6,062358503
160
Avaliação da Inércia Nordeste Estrutura
Parede
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso
0,125
2400
300
0,125
1200
150
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0
0,075
1200
90
Noroeste Estrutura e/2
Parede
Sudeste Estrutura
Parede
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,11
2400
264
0,075
1200
90
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0
0,05
1200
60
Sudoeste Estrutura e/2
Parede
Cobertura
Piso
Estrutura
Estrutura
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,15
2400
360
0,15
2400
360
Cálculo da superfície equivalente pesada Nordeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
2,325
1
2,325
Área
Coeficiente
7,563
0,67
5,042
Noroeste Estrutura Área
Parede Coeficiente 1
0
Área
Coeficiente
8,817
0,33
2,939
Sudeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
3,399
1
161
3,399
Área
Coeficiente
4,62
0,33
1,54
Sudoeste Estrutura Área
Parede Coeficiente 0
Área
Coeficiente
13,284
0,33
4,428
Piso
Cobertura
Estrutura
Estrutura Área
Coeficiente
13,0584
1,00
13,0584
Área
Coeficiente
13,0584
1,00
13,0584
SUPERFÍCIE EQUIVALENTE PESADA
SUPERFÍCIE EQ. PESADA/ ÁREA DO PISO
45,7898
3,506539852
m 0,8
Cálculo da temperatura externa média - te e elongação - E Te m áxim a (°C) Te m ínim a (°C)
27,65 15,6
te (°C)
21,625
A (°C)
12,05
E (°C)
6,025
Cálculo da temperatura interna máxima resultante Tem peratura interna m áxim a resultante ti máx =
24,0424717
Verificação da Ventilação Taxa de ventilação
Renovações/hora
0,1146333
m³/s
412,67979
m³/h
11,704678
1/h
Dormitório
DORMITÓRIO
Imagem XX - Planta Tipologia 02 - Dormitório ESCALA 1:200
162
Cálculo do coeficiente global de transmissão térmica - K Estrutura
Cobertura
Parede
e (m)
0,25
e (m)
0,25
e (m)
λ ( W/m²°C)
1,75
λ ( W/m²°C)
0,91
λ ( W/m²°C)
e (m)
0,03
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
λ ( W/m²°C)
0,65
K ( W/m²°C)
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,17
K ( W/m²°C)
3,196
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,3 1,75 0,22 2,5547445
0,17
K ( W/m²°C)
2,0371614
Cálculo dos ganhos de calor solar Estrutura Área (m²)
2,409
α
0,8
K ( W/m²°C)
3,196347
he ( W/m²°C)
20
Q·Ig (W)
0,308
Vidro
Cobertura
Parede Área (m²)
4,506
α
0,7
K ( W/m²°C)
2,0371614
he ( W/m²°C) Q·Ig (W)
20 0,3212807
Área (m²)
12,198
α
0,3
K ( W/m²°C)
2,5547445
he ( W/m²°C) Q·Ig (W)
20 0,4674416
Planilha de ganhos de calor solar Fachada Nordeste hora
Estrutura Q*Ig
Ig
Parede Q*Ig
Cobertura Vidro Q*Ig
TOTAIS Ig
06h
63
19,40
20,24
94,92
56
26,17673
160,74
07h
153
47,12
49,16
230,53
174
81,334839
408,14
08h
210
64,68
67,47
316,41
292
136,49295
585,05
09h
238
73,30
76,46
358,60
395
184,63943
693,01
10h
243
74,84
78,07
366,13
232
108,44645
627,49
11h
223
68,68
71,65
336,00
254
118,73017
595,06
12h
185
56,98
59,44
278,74
262
122,4697
517,63
13h
179
55,13
57,51
269,70
254
118,73017
501,07 458,75
14h
164
50,51
52,69
247,10
232
108,44645
15h
131
40,35
42,09
197,38
196
91,618555
371,43
16h
105
32,34
33,73
158,21
151
70,583682
294,86
17h
66
20,33
21,20
99,44
98
45,809277
186,79
18h
27
8,32
8,67
40,68
41
19,165106
76,84
MAXIMO
Ganhos de calor devido à ocupação Calor sensível (W) No de ocupantes
65 3
Qe (W)
195
Qeq (W)
200
163
693,01
Total de ganhos de calor Q (W)
1088,01
Área (m²) α Q·Ig (W)
1,752 0,86 1,50672
Perdas de calor de calor devidas à diferença de temperatura interna e externa (Δt)
Área (m²) K ( W/m²°C) Q (*Δt)
2,409 3,196347 7,7
Vidro
Cobertura
Parede
Estrutura
Área (m²)
Área (m²)
4,506
12,198
K ( W/m²°C)
2,0371614
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
Q (*Δt)
9,1794493
K ( W/m²°C)
0,14
1,752 0,004
λ ( W/m²°C)
3,2110092
Q (*Δt)
Área (m²) e (m)
0,8
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
39,16789
0,17
K ( W/m²°C)
5,7142857
Q (*Δt)
10,011429
Perdas de calor de calor devidas à ventilação Taxa horária de renovação (N)
11
Volume do ambiente (m³)
32,9346
Qvent (*Δt)
126,79821
Total de perdas de calor Total Perdas de calor (W)
Balanço Térmico Δt (°C)
192,856
5,641
Avaliação da Inércia Nordeste Estrutura
Parede
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso
0,125
2400
300
0,125
1200
150
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0
0,07
1200
84
Noroeste Estrutura e/2
Parede
Sudeste Estrutura
Parede
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,11
2400
264
0,05
1200
60
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0
0,05
1200
60
Sudoeste Estrutura e/2
Parede
164
Cobertura
Piso
Estrutura
Estrutura
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,15
2400
360
0,15
2400
360
Cálculo da superfície equivalente pesada Nordeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
2,409
1
2,409
Área
Coeficiente
4,506
0,67
3,004
Noroeste Estrutura Área
Parede Coeficiente
Área
Coeficiente
10,26
0,33
3,42
Sudeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
3,561
1
3,561
Área
Coeficiente
6,678
0,33
2,226
Sudoeste Estrutura Área
Parede Coeficiente 0
Coeficiente 0,33
2,889
Piso
Cobertura
Estrutura
Estrutura Área
Coeficiente
12,198
1,00
12,198
Área
Coeficiente
12,198
1,00
12,198
SUPERFÍCIE EQUIVALENTE PESADA
SUPERFÍCIE EQ. PESADA/ ÁREA DO PISO
41,905
3,435
m 0,8
165
Área 8,667
Cálculo da temperatura externa média - te e elongação - E Te m áxim a (°C)
27,65
Te m ínim a (°C)
15,6
te (°C)
21,625
A (°C)
12,05
E (°C)
6,025
Cálculo da temperatura interna máxima resultante Tem peratura interna m áxim a resultante ti máx =
23,95830515
Verificação da Ventilação Taxa de ventilação
Renovações/hora
0,1009069
m³/s
363,265
m³/h
11,029889
1/h
Tipologia 03 Sala de estar
SALA DE ESTAR
Imagem XX - Planta Tipologia 03 - Sala de Estar ESCALA 1:200
Cálculo do coeficiente global de transmissão térmica - K Estrutura (NE)
Cobertura (NE)
Parede (NE)
0,25
e (m)
0,25
e (m)
λ ( W/m²°C)
1,75
λ ( W/m²°C)
0,91
λ ( W/m²°C)
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,17
e (m)
0,03
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
λ ( W/m²°C)
0,65
K ( W/m²°C)
e (m)
K ( W/m²°C)
3,196347
1/hi + 1/he ( m²·°C/W) K ( W/m²°C)
0,3 1,75 0,22 2,5547445
0,17 2,0371614
166
Cálculo dos ganhos de calor solar Estrutura
Parede
Área (m²)
Área (m²)
1,947
α
α
0,8
K ( W/m²°C) he ( W/m²°C) Q·Ig (W)
Cobertura
2,0371614
he ( W/m²°C)
20
Vidro
10,7427
2,5547445
he ( W/m²°C)
0,211549
Área (m²) α
0,3
K ( W/m²°C)
20
Q·Ig (W)
0,2489315
α
0,7
K ( W/m²°C)
3,196347
Área (m²)
2,967
Q·Ig (W)
Q·Ig (W)
2,052 0,86 1,76472
20 0,4116728
Planilha de ganhos de calor solar Fachada Nordeste hora
Ig
Estrutura Q*Ig
Cobertura
Parede Q*Ig
Vidro Q*Ig
TOTAIS
Ig
06h
63
15,68
13,33
111,18
56
23,053677
163,24
07h
153
38,09
32,37
270,00
174
71,631069
412,09
08h
210
52,28
44,43
370,59
292
120,20846
587,50
09h
238
59,25
50,35
420,00
395
162,61076
692,21
10h
243
60,49
51,41
428,83
232
95,508092
636,23
11h
223
55,51
47,18
393,53
254
104,56489
600,78
12h
185
46,05
39,14
326,47
262
107,85828
519,52
13h
179
44,56
37,87
315,88
254
104,56489
502,88 460,44
14h
164
40,82
34,69
289,41
232
95,508092
15h
131
32,61
27,71
231,18
196
80,687871
372,19
16h
105
26,14
22,21
185,30
151
62,162594
295,81
17h
66
16,43
13,96
116,47
98
40,343935
187,21
18h
27
6,72
5,71
47,65
41
16,878585
76,96
MAXIMO
Ganhos de calor devido à ocupação Calor sensível (W) No de ocupantes
692,21
Total de ganhos de calor
65
Q (W)
1252,21
4
Qe (W)
260
Qeq (W)
300
Perdas de calor de calor devidas à diferença de temperatura interna e externa (Δt) Parede
Estrutura Área (m²) K ( W/m²°C) Q (*Δt) (W)
167
1,947 3,196347 6,2232877
Área (m²)
Vidro
Cobertura
Área (m²)
2,052
e (m)
0,004
2,967
Área (m²)
10,7427
K ( W/m²°C)
2,0371614
1/hi + 1/he
0,14
Q (*Δt) (W)
6,0442579
K ( W/m²°C)
3,2110092
λ ( W/m²°C)
Q (*Δt) (W)
34,494908
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,8 0,17
K ( W/m²°C)
5,7142857
Q (*Δt) (W)
11,725714
Perdas de calor de calor devidas à ventilação Taxa horária de renovação (N)
15
Volume do ambiente (m³)
29,00529
Qvent (*Δt)
152,27777
Total de perdas de calor
Balanço Térmico
Total Perdas de calor (W)
Δt (°C)
210,766
5,912279
Avaliação da Inércia Nordeste Estrutura
Parede
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso
0,125
2400
300
0,125
1200
150
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,11
2400
264
0,075
1200
90
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,075
2400
180
0,075
1200
90
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0
0,07
1200
84
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
Noroeste Estrutura
Parede
Sudeste Estrutura
Parede
Sudoeste Estrutura e/2
Parede
Cobertura
Piso
Estrutura
Estrutura
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
0,15
2400
360
0,15
2400
360
Cálculo da superfície equivalente pesada Noroeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
3,315
1
3,315
Área
Coeficiente
5,697
0,33
1,899
168
Sudeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
3,399
0,67
2,266
Área
Coeficiente
8,352
0,33
2,784
Sudoeste Estrutura Área
Parede Coeficiente 0
Área
Coeficiente
13,284
11,09
147,25314
Piso
Cobertura Estrutura
Estrutura
Área
Coeficiente
10,7427
1,00
10,7427
SUPERFÍCIE EQUIVALENTE PESADA
Área
Coeficiente
10,7427
1,00
10,7427
SUPERFÍCIE EQ. PESADA/ ÁREA DO PISO
43,7841
4,0757
m 0,8
Cálculo da temperatura externa média - te e elongação - E Te m áxim a (°C)
27,65
Te m ínim a (°C)
15,6
te (°C)
21,625
A (°C)
12,05
E (°C)
6,025
Cálculo da temperatura interna máxima resultante Tem peratura interna m áxim a resultante ti máx =
24,01824558
Verificação da Ventilação Taxa de ventilação
Renovações/hora
169
0,12128
m³/s
436,623
m³/h
15,0532
1/h
Dormitório
DORMITÓRIO
Imagem XX - Planta Tipologia 03 - Dormitório ESCALA 1:200
Cálculo do coeficiente global de transmissão térmica - K Cobertura
Parede
Estrutura (NE) e (m)
0,25
e (m)
0,25
e (m)
λ ( W/m²°C)
1,75
λ ( W/m²°C)
0,91
λ ( W/m²°C)
1,75
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,17
e (m)
0,03
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,22
λ ( W/m²°C)
0,65
K ( W/m²°C)
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,17
K ( W/m²°C)
3,196347
K ( W/m²°C)
0,3
2,5547445
2,0371614
Cálculo dos ganhos de calor solar
Parede
Estrutura Área (m²) α K ( W/m²°C) he ( W/m²°C) Q·Ig (W)
2,589 0,8 3,196347 20 0,3310137
Área (m²) α K ( W/m²°C) he ( W/m²°C) Q·Ig (W)
Vidro
Cobertura 4,422 0,7 2,0371614 20 0,3152915
Área (m²) α K ( W/m²°C) he ( W/m²°C) Q·Ig (W)
12,1008 0,3 2,5547445
Área (m²)
1,92
α
0,86
Q·Ig (W)
1,6512
20 0,4637168
170
Planilha de ganhos de calor solar Fachada Nordeste hora Ig
Estrutura Q*Ig
Parede Q*Ig
Cobertura TOTAIS
Vidro Q*Ig
Ig
06h
63
20,85
19,86
104,03
56
25,96814
170,71
07h
153
50,65
48,24
252,63
174
80,686721
432,21
08h
210
69,51
66,21
346,75
292
135,4053
617,88
09h
238
78,78
75,04
392,99
395
183,16813
729,97
10h
243
80,44
76,62
401,24
232
107,58229
665,88
11h
223
73,82
70,31
368,22
254
117,78406
630,13
12h
185
61,24
58,33
305,47
262
121,4938
546,53
13h
179
59,25
56,44
295,56
254
117,78406
529,04 484,37
14h
164
54,29
51,71
270,80
232
107,58229
15h
131
43,36
41,30
216,31
196
90,888491
391,86
16h
105
34,76
33,11
173,38
151
70,021235
311,26
17h
66
21,85
20,81
108,98
98
45,444245
197,08
18h
27
8,94
8,51
44,58
41
19,012388
81,05
MAXIMO
Ganhos de calor devido à ocupação Calor sensível (W) No de ocupantes
729,97
Total de ganhos de calor Q (W)
65
1124,97
3
Qe (W)
195
Qeq (W)
200
Perdas de calor de calor devidas à diferença de temperatura interna e externa (Δt) Estrutura
Parede
Área (m²)
Área (m²)
K ( W/m²°C) Q (*Δt)
2,589 3,196347 8,2753425
Área (m²)
K ( W/m²°C)
2,0371614
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
Q (*Δt)
9,0083277
K ( W/m²°C) Q (*Δt)
Taxa horária de renovação (N)
12 32,67216
Qvent (*Δt)
137,22307
Total de perdas de calor Total Perdas de calor (W)
171
204,334
Balanço Térmico Δt (°C)
12,1008 0,14 3,2110092 38,85578
Perdas de calor de calor devidas à ventilação Volume do ambiente (m³)
Vidro
Cobertura
4,422
5,505
Área (m²) e (m) λ ( W/m²°C) 1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
1,92 0,004 0,8 0,17
K ( W/m²°C)
5,7142857
Q (*Δt)
10,971429
Avaliação da Inércia Nordeste Estrutura
Parede
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso
0,125
2400
300
0,125
1200
150
Noroeste Estrutura e/2
Parede d (kg/m²)
0,11
Peso (kg/m²)
2400
264
d (kg/m²)
Peso (kg/m²) 0
e/2
d (kg/m²) 0,07
Peso (kg/m²)
1200
84
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,07
1200
84
Sudeste Estrutura e/2
Parede
Sudoeste Estrutura e/2
Parede d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0
0,07
1200
84
Cobertura
Piso
Estrutura
Estrutura
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,15
2400
360
0,15
2400
360
Cálculo da superfície equivalente pesada Nordeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
2,589
1
2,589
Área
Coeficiente
4,422
0,67
2,948
Noroeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
3,495
1
3,495
Área
Coeficiente
5,019
0,33
1,673
172
Sudeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente 0
Área
Coeficiente
9,504
0,33
3,168
Sudoeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente 0
Cobertura
Área
Coeficiente
8,91
0,33
2,97
Piso
Estrutura
Estrutura
Área
Coeficiente
12,1008
1,00
12,1008
Área
Coeficiente
12,1008
1,00
12,1008
SUPERFÍCIE EQUIVALENTE PESADA
SUPERFÍCIE EQ. PESADA/ ÁREA DO PISO
41,0446
3,391891445
m 0,8
Cálculo da temperatura externa média - te e elongação - E Te m áxim a (°C)
27,65
Te m ínim a (°C)
15,6
te (°C)
21,625
A (°C)
12,05
E (°C)
6,025
Cálculo da temperatura interna máxima resultante Tem peratura interna m áxim a resultante ti máx =
23,9311135
Verificação da Ventilação Taxa de ventilação
Renovações/hora
173
0,109242
m³/s
393,2724
m³/h
12,036926
1/h
Tipologia 04 Dormitório
DORMITÓRIO
Imagem XX - Planta Tipologia 04 - Dormitório ESCALA 1:200
Cálculo do coeficiente global de transmissão térmica - K Estrutura (NE)
Estrutura (SE)
Estrutura (SO)
e (m)
0,25
e (m)
0,25
e (m)
0,20
λ ( W/m²°C)
1,75
λ ( W/m²°C)
1,75
λ ( W/m²°C)
1,75
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,17
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,17
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
K ( W/m²°C)
3,196347032
Parede (NE)
K ( W/m²°C)
3,196347032
K ( W/m²°C)
0,17 3,5175879
Parede (SO)
Parede (SE)
e (m)
0,25
e (m)
0,25
e (m)
0,12
λ ( W/m²°C)
0,91
λ ( W/m²°C)
0,91
λ ( W/m²°C)
0,91
e (m)
0,03
e (m)
0,03
e (m)
0,03
λ ( W/m²°C)
0,65
λ ( W/m²°C)
0,65
λ ( W/m²°C)
0,65
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
0,17
0,17
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
K ( W/m²°C)
2,037161406
1/hi + 1/he ( m²·°C/W) K ( W/m²°C)
2,037161406
K ( W/m²°C)
0,17 2,8733817
Cobertura e (m) λ ( W/m²°C) 1/hi + 1/he ( m²·°C/W) K ( W/m²°C)
0,3 1,75 0,22 2,554744526
174
Cálculo dos ganhos de calor solar Estrutura (SE)
Estrutura (NE) Área (m²) α
3,135 0,8
K ( W/m²·°C) he ( W/m²·°C) Q·Ig (W)
3,196347 20 0,4008219
Parede (NE ) Área (m²) α
he ( W/m²·°C) Q·Ig (W)
5,313
2,0371614 20 0,3788203
α
14,4328 0,3
K ( W/m²·°C) he ( W/m²·°C) Q·Ig (W)
α
Área (m²)
K ( W/m²·°C)
3,196347
he ( W/m²·°C) Q·Ig (W)
20
he ( W/m²·°C) Q·Ig (W)
6,624
20 0,4411055
Área (m²)
2,0371614
he ( W/m²·°C)
5,313
α
0,7
Q·Ig (W)
3,5175879
Parede (SO)
α K ( W/m²·°C)
0,8
K ( W/m²·°C)
0,5810959
Área (m²)
3,135
α
0,8
0,7
K ( W/m²·°C)
20
2,8733817
he ( W/m²·°C)
0,4722955
Q·Ig (W)
20 0,5343197
Vidro
Cobertura Área (m²)
Estrutura (SO) 4,545
Parede (SE)
0,7
K ( W/m²·°C)
Área (m²)
2,5547445
Área (m²)
1,44
α
0,86
Q·Ig (W)
1,2384
20 0,5530818
Planilha de ganhos de calor solar hora
Ig
06h
63
07h
153
Fachada Nordeste Parede Estrutura Q*Ig Q* Ig 25,25 23,87 61,33
57,96
Ig 112 230
Fachada Sudeste Parede Estrutura Q*Ig Q*Ig 65,08 52,90 133,65
108,63
Ig 27 66
Fachada Sudoeste Parede Estrutura Q*Ig Q*Ig 11,91 14,43 29,11
35,27
Cobertura TOTAIS
Vidro Q* Ig 78,02
56
30,97258
302,43
189,48
174
96,23622
711,65 975,28
Ig
08h
210
84,17
79,55
273
158,64
128,94
105
46,32
56,10
260,06
292
161,4999
09h
238
95,40
90,16
280
162,71
132,24
138
60,87
73,74
294,74
395
218,4673 1128,32
10h
243
97,40
92,05
263
152,83
124,21
138
60,87
73,74
300,93
232
128,315 1030,35
11h
223
89,38
84,48
229
133,07
108,16
179
78,96
95,64
276,16
254
140,4828 1006,33
12h
185
74,15
70,08
185
107,50
87,37
185
81,60
98,85
229,10
262
144,9074
893,58
13h
179
71,75
67,81
179
104,02
84,54
229
101,01
122,36
221,67
254
140,4828
913,64
14h
164
65,73
62,13
164
95,30
77,46
263
116,01
140,53
203,10
232
128,315
888,57
15h
131
52,51
49,63
138
80,19
65,18
280
123,51
149,61
162,23
196
108,404
791,25
16h
105
42,09
39,78
105
61,02
49,59
273
120,42
145,87
130,03
151
83,51534
672,31
17h
66
26,45
25,00
66
38,35
31,17
230
101,45
122,89
81,73
98
54,20201
481,26
18h
27
10,82
10,23
27
15,69
12,75
112
49,40
59,84
33,44
41
22,67635
214,85
MAXIMO
175
1128,32
Ganhos de calor devido à ocupação Calor sensível (W)
Total de ganhos de calor Q (W)
65
No de ocupantes
1252,21
4
Qe (W)
260
Qeq (W)
300
Perdas de calor de calor devidas à diferença de temperatura interna e externa (Δt) Estrutura (SE)
Estrutura (SO)
Estrutura (NE) Área (m²)
3,135
K ( W/m²°C)
3,196347
Q (*Δt)
10,020548
Área (m²)
3,135
Área (m²)
K ( W/m²°C)
3,518
K ( W/m²°C)
Q (*Δt)
Parede (NE)
11,028
Parede (SO)
Área (m²)
5,313
Q (*Δt)
4,545 3,196 14,527
Parede (SE)
Área (m²)
5,313
Área (m²)
K ( W/m²°C)
2,0371614
K ( W/m²°C)
2,8734
K ( W/m²°C)
Q (*Δt)
10,823439
Q (*Δt)
15,266
Q (*Δt)
6,624 2,0371614 13,494
Vidro
Cobertura Área (m²)
Área (m²)
14,4328
1,44
e (m)
0,14
1/hi + 1/he (W/m²·°C)
0,004
K ( W/m²°C)
3,2110092
λ ( W/m²°C)
0,8
Q (*Δt)
46,343853
1/hi + 1/he
0,17
K ( W/m²°C)
5,7142857
Q (*Δt)
8,2285714
Perdas de calor de calor devidas à ventilação Taxa horária de renovação (N)
8,2
Volume do ambiente (m³)
38,96856
Qvent (*Δt)
110,47587
Total de perdas de calor
Balanço Térmico
Total Perdas de calor (W)
Δt (°C)
240,208
6,341676
Avaliação da Inércia Nordeste Estrutura
Parede
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso
0,125
2400
300
0,125
1200
150
176
Noroeste Estrutura
Parede
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,11
2400
264
0,05
1200
60
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,125
2400
300
0,125
1200
150
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,1
2400
240
0,06
1200
72
Sudeste Estrutura
Parede
Sudoeste Estrutura
Parede
Cobertura
Piso
Estrutura
Estrutura
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,15
2400
360
0,15
2400
360
Cálculo da superfície equivalente pesada Nordeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
3,135
1
3,135
Área
Coeficiente
5,313
0,67
3,542
Noroeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
4,491
1
4,491
Área
Coeficiente
8,673
0,33
2,86209
Sudeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
4,545
1
4,545
Área
Coeficiente
6,624
0,67
4,43808
Sudoeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
3,135
1
177
3,135
Área
Coeficiente
5,313
0,33
1,75329
Cobertura
Piso
Estrutura
Estrutura
Área
Coeficiente
14,4328
1
14,4328
Área
Coeficiente
14,4328
1
SUPERFÍCIE EQUIVALENTE PESADA
14,4328
SUPERFÍCIE EQ. PESADA/ ÁREA DO PISO
56,7606
3,9332
m 0,8
Cálculo da temperatura externa média - te e elongação - E Te m áxim a (°C)
27,65
Te m ínim a (°C)
15,6
te (°C)
21,625
A (°C)
12,05
E (°C)
6,025
Cálculo da temperatura interna máxima resultante Tem peratura interna m áxim a resultante ti máx =
24,09833512
Verificação da Ventilação Taxa de ventilação
Renovações/hora
0,087933
m³/s
316,5597
m³/h
8,123465
1/h
Sala de Estar/Cozinha
SALA/ COZINHA
Imagem XX - Planta Tipologia 04- Sala de Estar/Cozinha ESCALA 1:200
178
Cálculo do coeficiente global de transmissão térmica - K Estrutura (NE)
Cobertura
Parede (NE)
e (m)
0,15
e (m)
0,25
e (m)
λ ( W/m²°C)
1,75
λ ( W/m²°C)
0,91
λ ( W/m²°C)
0,17
e (m)
0,03
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
λ ( W/m²°C)
0,65
K ( W/m²°C)
1/hi + 1/he ( m²·°C/W) K ( W/m²°C)
3,9106145
1/hi + 1/he ( m²·°C/W) K ( W/m²°C)
0,3 1,75 0,22 2,5547445
0,17 2,0371614
Cálculo dos ganhos de calor solar Parede (NE)
Estrutura (NE) e (m)
1,83
λ ( W/m²°C)
0,8
1/hi + 1/he ( m²·°C/W)
3,9106145
K ( W/m²°C)
20
Q
0,286257
4,605
e (m)
0,7
λ ( W/m²°C)
2,0371614
1/hi + 1/he ( m²·°C/W) K ( W/m²°C)
20 0,3283395
e (m) λ ( W/m²°C) 1/hi + 1/he ( m²·°C/W) K ( W/m²°C) Q
Fachada Nordeste Ig
Estrutura Q*Ig
Cobertura Parede Q* Ig
Vidro Q* Ig
TOTAIS Ig
06h
63
18,03
20,69
97,52
56
27,80167
164,05
07h
153
43,80
50,24
236,84
174
86,383761
417,26
08h
210
60,11
68,95
325,08
292
144,96585
599,11
09h
238
68,13
78,14
368,42
395
196,10107
710,80
10h
243
69,56
79,79
376,16
232
115,17835
640,69
11h
223
63,84
73,22
345,20
254
126,10043
608,36
12h
185
52,96
60,74
286,38
262
130,0721
530,15
13h
179
51,24
58,77
277,09
254
126,10043
513,21 469,84
14h
164
46,95
53,85
253,87
232
115,17835
15h
131
37,50
43,01
202,79
196
97,305845
380,61
16h
105
30,06
34,48
162,54
151
74,965218
302,04
17h
66
18,89
21,67
102,17
98
48,652923
191,38
18h
27
7,73
8,87
41,80
41
20,354794
78,74
MAXIMO
179
12,9552 0,3 2,5547445 20 0,4964584
Planilha de ganhos de calor solar hora
Vidro
Cobertura
Área (m²)
710,80
Área (m²) α Q·Ig (W)
1,8 0,86 1,548
Ganhos de calor devido à ocupação Calor sensível (W)
Total de ganhos de calor Q (W)
65
No de ocupantes
710,80
3
Qe (W)
195
Qeq (W)
200
Perdas de calor de calor devidas à diferença de temperatura interna e externa (Δt) Parede (NE)
Estrutura (NE) Área (m²)
1,83
Cobertura
Área (m²)
4,605
Área (m²)
Vidro 12,9552
Área (m²)
1,8
K ( W/m²°C)
3,9106145
K ( W/m²°C)
2,0371614
1/hi + 1/he (W/m²·°C)
Q (*Δt)
7,1564246
Q (*Δt)
9,3811283
K ( W/m²°C)
3,2110092
λ ( W/m²°C)
0,8
Q (*Δt)
41,599266
1/hi + 1/he
0,17
0,14
e (m)
0,004
K ( W/m²°C)
5,7142857
Q (*Δt)
10,285714
Perdas de calor de calor devidas à ventilação Taxa horária de renovação (N)
11,5
Volume do ambiente (m³)
34.97904
Qvent (*Δt)
140,790636
Total de perdas de calor Total Perdas de calor (W)
Balanço Térmico Δt (°C)
209,213
6,5522
Avaliação da Inércia Nordeste Estrutura
Parede
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,075
2400
180
0,075
1200
90
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,1
2400
240
0,05
1200
60
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,1
2400
240
0,05
1200
60
Noroeste Estrutura
Parede
Sudeste Estrutura
Parede
180
Sudoeste Estrutura
Parede
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,1
2400
240
0,06
1200
72
Cobertura
Piso
Estrutura
Estrutura
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
e/2
d (kg/m²)
Peso (kg/m²)
0,15
2400
360
0,15
2400
360
Cálculo da superfície equivalente pesada Nordeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
1,83
1
1,83
Área
Coeficiente
4,605
0,67
3,07
Noroeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
1,65
1
1,65
Área
Coeficiente
7,98
0,33
2,66
Sudeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
2,19
1
2,19
Área
Coeficiente
7,854
0,33
2,618
Sudoeste Estrutura
Parede
Área
Coeficiente
4,008
1
4,008
Cobertura
Coeficiente 0,33
2,961
Piso
Estrutura
Estrutura
Área
Coeficiente
12,9552
1,00
12,9552
SUPERFÍCIE EQUIVALENTE PESADA
Área
Coeficiente
12,9552
1,00
12,9552
SUPERFÍCIE EQ. PESADA/ ÁREA DO PISO
56,7606
3,9332
m 0,8
181
Área 8,883
Cálculo da temperatura externa média - te e elongação - E Te m áxim a (°C)
27,65
Te m ínim a (°C)
15,6
te (°C)
21,625
A (°C)
12,05
E (°C)
6,025
Cálculo da temperatura interna máxima resultante Tem peratura interna m áxim a resultante ti máx =
24,14043283
Verificação da Ventilação Taxa de ventilação
Renovações/hora
0,111725
m³/s
402,21295
m³/h
11,48868
1/h
182
Anexos
Anexo 1 - Cálculo de Temperatura Materiais - Características Térm icas λ (W/m °C)
Material
d (kg/m ³)
0,65
1600
Argamassa de cal e cimento
0,85
1800
1,05
2000
Concreto armado
1,75
2400
Vidro
0,8
2200
-
1100 - 1400
0,65
-
0,95
-
Bloco cerâmico - tijolo furado Telha de fibrocimento Tabela 01 - Características térmicas dos materiais Fonte: Frota e Schiffer
Valores de condutância (he, hi) e resistências térm icas superficiais (1/he, 1/hi) - PAREDES EXTERIORES Posição das paredes e sentido do fluxo
Unidades
hi
W/m²°C
8
Parede vertical
m²°C/W Parede horizontal (fluxo ascendente) Parede horizontal (fluxo descendente)
W/m²°C
he
11
1/hi + 1/he
0,05
0,17
0,05
0,14
0,05
0,22
20 0,09
6
m²°C/W
1/he
20 0,12
m²°C/W W/m²°C
1/hi
20 0,17
Tabela 02 - Características térmicas dos materiais Fonte: CSTB, R.E.EF. 58-II (12).
Atividade
Calor sensível
durante o sono (basal)
40
sentado, em repouso
63
em pé, em repouso
63
sentado, cosendo a mão
65
escritório (atividade moderada)
65
em pé, trabalho leve
65
datilografando rápido
65
lavando pratos
65
confeccionando calçados
65
andando
75
trabalho leve, em bancada
80
garçom
95
descendo escada
140
serrando madeira
175
Tabela 03 - Calor cedido ao ambiente (W), segundo a atividade desenvolvida pelo indivíduo Fonte: Mesquita, A.L.S - Engenharia de Ventilação, 1977
185
Orientação Direta normal Norte Direta Difusa Noroeste Direta Difusa Oeste Direta Difusa Sudoeste Direta Difusa Sul Direta Difusa Sudeste Direta Difusa Leste Direta Difusa Nordeste Direta Difusa Horizontal Direta Difusa
5 0
6 94 27 0 27 27 0 27 27 0 27 27 0 27 61 35 27 112 85 27 113 87 27 63 37 27 56 15 41
7 201 66 0 66 66 0 66 66 0 66 66 0 66 121 55 66 230 164 66 244 178 66 153 87 66 174 76 98
8 243 105 0 105 105 0 105 105 0 105 105 0 105 150 44 105 230 164 66 153 87 66 153 87 66 174 76 98
9 264 138 0 138 138 0 138 138 0 138 138 0 138 166 29 138 280 142 138 309 171 138 238 101 138 395 199 196
10 276 164 0 164 164 0 164 164 0 164 164 0 164 178 14 164 263 99 164 289 127 164 243 79 164 476 244 232
11 280 179 0 179 179 0 179 179 0 179 179 0 179 184 4 179 229 50 179 247 66 179 223 44 179 527 273 254
12 284 185 0 185 185 0 185 185 0 185 185 0 185 187 0 185 185 0 185 185 0 185 185 0 185 545 283 262
13 280 179 0 179 223 44 179 247 66 179 229 50 179 179 0 179 179 0 179 179 0 179 179 0 179 527 273 254
14 276 164 0 164 243 79 164 290 127 164 263 99 164 178 14 164 164 0 164 164 0 164 164 0 164 476 244 232
15 264 138 0 138 239 101 138 309 171 138 280 142 138 166 29 138 138 0 138 138 0 138 138 0 138 395 199 196
16 243 105 0 105 210 105 105 298 193 105 273 168 105 150 44 105 105 0 105 105 0 105 105 0 105 292 141 151
17 201 66 0 66 153 87 66 244 178 66 230 164 66 121 57 66 66 0 66 66 0 66 66 0 66 174 76 98
18 94 27 0 27 64 37 27 113 87 27 112 85 27 60 35 27 27 0 27 27 0 27 27 0 27 56 15 41
19 0
Total Diário 3000 1543 0 1543 1996 453 1543 2365 822 1543 2251 708 1543 1904 362 1543 2251 708 1543 2365 822 1543 1996 453 1543 4385 2179 2206
Tabela 04 - Radiação solar global (Ig), direta (ID) e difusa (Id), para planos expostos a diversas orientações - São Paulo 23°19’ Sul. Período 1976/1979 (W/m²) - Mês de Dezembro Fonte: Frota e Schiffer
Superfície preto fosco
α Absorção para radiação solar 0,85 - 0,95
tijolo ou pedra ou telha cor vermelha
0,65 - 0,80
tijolo ou pedra cor amarela, couro
0,50 - 0,70
tijolo ou pedra ou telha cor amarela vidro da janela
0,30 - 0,50 tra ns pa rente
alumínio, ouro, bronze (brilhantes)
0,30 - 0,50
latão, alumínimo fosco, aço galvanizado
0,40 - 0,65
latão, cobre (polidos)
0,30 - 0,50
alumínio, cromo (polidos)
0,10 - 0,40
Cor branca
α 0,2 - 0,3
amarela, laranja, vermelha-clara
0,3 - 0,5
vermelha-escura, verde-clara, azul-clara
0,5 - 0,7
marrom-clara, verde-escura, azul-escura
0,7 - 0,9
marrom-escura, preta
0,9 - 1,0
Tabela 06 - Valores de Coeficientes de Absorção da radiação solar (α), específico de pintura Fonte: Croiset, M. L’hygrothermique dans le batiment. 1972
Tabela 05 - Valores de Coeficientes de Absorção (α) Fonte: Koenisberger, O. et alii - Vivienda y edifícios en zonas cálidas y tropicales, 1977
186
m
Inércia do am bientes considerado Inferior a 0,5
muito fraca
0,4
fraca
0,6
Entre 0,5 e 1,5 Superior a 1,5 sem cumprir a condição para inércia forte Superior a 1,5 e se a metade das paredes pesar mais de 300 kg/m²
média
0,8
forte
1
Tabela 07- Classificação da inércia do recinto, com base na relação superfície equivalente pesada/área do piso Fonte: Frota e Schiffer
Resistência térmica do revestimento (m°C/W) Parede pesando mais de 200kg/m² Parede pesando entre 200 e 100 kg/m² Parede pesando entre 100 e 50kg/m² Parede pesando menos de 50 kg/m²
inferior a 0,15 1 2/3 1/3 0
entre 0,15 e 0,50 2/3 1/3 0 0
superior a 0,50 0 0 0 0
Tabela 08- Resistência térmica do revestimento Fonte: Frota e Schiffer
Média m ensal
Tem p. m áxim a
Tem p. m ínim a
U.R. (%)
03. MARÇO
21
25,7
17,7
29,9
14
79
06. JUNHO
15,6
20,8
11,9
25,2
7,8
80
09. SETEMBRO
19
25,1
15
31,9
9,4
71
12. DEZEMBRO
20,4
24,6
17,4
30,7
13,8
80
Tabela 09- Dados de Clima - São Paulo Fonte: Adpatado de Frota e Schiffer
187
Média m ensal Média m ensal MÁXIMAS MÍNIMAS
Anexo 2 - Segurança contra incêndio Ocupação Grupo A
(O)
Capacidade da Unidade de Passagem (UP) População
Divisão A-1, A-2 A-3
Duas pessoas por dormitório e uma pessoa por 4 m² de área de alojamento (D)
B
Uma pessoa por 15 m² de área (E) (G)
C
Uma pessoa por 5 m² de área (E) (J) (M) Uma pessoa por 7 m² de área (L)
D E
E-1 a E-4 E-5, E-6
Uma pessoa por 1,50 m² de área de sala de aula (F) Uma pessoa por 3 m² de área (N)
F-3, F-9 F-6, F-7 F-4
G
G-1, G-2, G-3 G-4, G-5 H-1, H-6
H
Uma pessoa por 40 vagas de veículo Uma pessoa por 20 m² de área (E) Uma pessoa por 7 m² de área
(E)
Uma pessoa e meia por leito + uma pessoa por 7 m² de área de ambulatório (H)
60
45
100
100
75
100
30
22
30
100
75
100
100
60
100
60
45
100
30
22
30
Uma pessoa por 7 m² de área (F)
60
45
100
Uma pessoa por 10 m² de área Uma pessoa por 30 m² de área (J)
100
60
100
100
60
100
L-1
Uma pessoa por 3 m² de área
L-2, L-3
Uma pessoa por 10 m² de área
M-1 M
Portas
Uma pessoa por 3 m² de área (E) (J) (F) (N)
H-3
I
L
Duas pessoas por m² de área (G) (N) (1:0,5 m²) (Q) Três pessoas por m² de área (G) (N) (P) (Q)
Duas pessoas por dormitório (C) e uma pessoa por 4 m² de área de alojamento (E)
J
Escadas / rampas
Uma pessoa por m² de área (E) (G) (N) (Q)
H-2 H-4, H-5
Acessos/ Descargas
Uma pessoa por 1,50 m² de área de sala de aula (F)
F-1, F-10 F-2, F-5, F-8 F
(A)
+
100
75
100
M-3, M-5
Uma pessoa por 10 m² de área
100
60
100
M-4
Uma pessoa por 4 m² de área
60
45
100
Tabela 01- Dados para o dimensionamento de saídas de emergência Fonte: Instrução Técnica número 11/2014 - Saídas de Emergência
Notas: 187 (A) os parâmetros dados nesta tabela são os mínimos aceitáveis para o cálculo da população. (B) as capacidades das unidades de passagem (1UP = 0,55m) em escadas e rampas estendem-se para lanços retos e saída descendente (C) em apartamentos de até 2 dormitórios, a sala deve ser considerada como dormitório, em apartamentos maiores (3 e mais dormitórios), as salas gabinetes e outras dependências que possam ser usadas como dormitórios (inclusive para empregados) são considerados como tais. Em apartamentos mínimos, sem divisões em plantas, considera-se uma pessoa para cada 6m². (D) alojamento = dormitório coletivo com mais de 10m². (E) por “Área” entende-se a “Área do pavimento” que abriga a população em foco, conforme terminologia da IT03; quando discriminado tipo de área (por ex:área do alojamento) é a área da dependência em questão. (F) auditórios e assemelhados, bem como salões de festas e centros de convenções em hotéis são considerados nos grupos de ocupação F-5, F-6 e outros, confortme o caso. 188
(G) as cozinhas e suas áreas de apoio nas ocupações B, F-6, F-8, têm sua ocupação admitida como no grupo D, esto é, uma pessoa por 7m² de área. (H) em hospitais e clínicas com internamento (H-3), que tenham pacientes ambulatoriais, acresce-se à área calculada por leito, a área de pavimento correspondente ao ambulatório, na base de uma pessoa por 7m². (I) o símbolo “+” indica necessidade de consultar normas e regulamentos específicos (não cobertos por esta IT). (J) a parte de atendimento ao público de comércio atacadista deve ser considerada como do grupo C. (K) esta tabela aplica-se a todas as edfificações, exceto para os locais destinados à divisão F-3 e F-7, com população total superior a 2.500 pessoas, onde deve ser consultada a IT 12/11. (L) para ocupações do tipo Call-center, o cálculo da população é de uma pessoa por 1,5m² de área; (M) para a área de Lojas adota-se no cálculo “uma pessoa por 7m² de área”. (N) para o cálculo da população, será admitido o leiaute de assentos fixos (permanente) apresentados em planta. (O) para a classificação das ocupações (grupos e divisões), consultar a tavela 1 do Decreto Estadual 56.819/2011. (P) para a ocupação “restaurante dançante” e “salão de festas” onde há mesas e cadeiras para refeição e pista de dança, o parâmetro para o cálculo de população é de 1 pessoa por 0,67m² de área. (Q) para os locais que possuam assento do tipo banco (assento comprido, para várias pessoas, com ou sem encosto) o parâetro para cálculo de população é de 1 pessoa por 0,50m linear, mediante apresentação de leiaute.
189
Grupo e divisão de ocupação
AeB
C, D, E F, G-3, G-4, G-5, H, L e M
I-1 e J-1
G-1, G-2 e J-2
I-2, I-3 J-3 e J-4
Andar
De saída da edificação (piso de descarga) Demais andares De saída da edificação (piso de descarga) Demais andares De saída da edificação (piso de descarga) Demais andares De saída da edificação (piso de descarga) Demais andares De saída da edificação Demais andares
Sem chuveiros automáticos Saída única Mais de uma saída Sem Sem Com Com detecção detecção detecção detecção automática automática automática automática de fumaça de fumaça de fumaça de fumaça (referência) (referência)
Com chuveiros automáticos Saída única Mais de uma saída Sem Sem Com Com detecção detecção detecção detecção automática automática automática automática de fumaça de fumaça de fumaça de fumaça (referência) (referência)
45
55
55
65
60
70
80
95
40
45
50
60
55
65
75
90
40
45
40
60
55
65
75
90
30
35
120
45
45
55
65
75
80
95
110
140
-
-
-
-
70
80
60
130
-
-
-
-
50
60
55
70
80
95
120
140
45
55
50
65
70
80
110
130
40
50
40
60
60
70
100
120
30
40
45
50
65
80
95
Tabela 02- Distâncias máximas a serem percorridas Fonte: Instrução Técnica número 11/2014 - Saídas de Emergência
Notas: a. esta tabela aplica-se a todas as edificações, exceto para os locais destinados à divisão F-3 e F-7, com população total superior a 2.500 pessoas, onde deve consultada a IT12/11. b. para que ocorram as distâncias previstas nesta Tabela e Notas, é necessária a paresentação do leiaute definido em planta baixa (salão aberto, sala de eventos, escritórios, escritórios panorâmicos, galpões e outros). Caso não seja apresentado o leiaute definido em planta baixa, as distâncias definidas devem ser reduzidas em 30%. c. para edificações com sistema de controle de fumaça, admite-se acrescentar 50% nos valores acima. d. para a classificação das ocupações (grupos e divisões), consultar a tabela 1 do Decreto Estadual 56.819/11. e. Para admitir os valores da coluna “mais de uma saída”, deve haver uma distância mínima de 10m entre elas. f. Nas áreas técnicas (locais destinados a equipamentos, sem permanência hmana e de acesso restrito), a distância máxima a ser percorrida é de 140 metros.
190
Dimensão Altura (em metros)
H≤6
6≤H≤12
12≤H≤30 Acima de 30
Tipo Esc
Tipo Esc
Tipo Esc
Tipo Esc
NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE
NE NE NE EP EP NE NE EP NE NE NE NE NE NE NE NE EP NE NE NE EP EP EP EP EP NE NE NE NE NE NE EP EP NE NE NE
EP EP EP EP EP PF PF EP EP EP EP EP EP EP EP PF EP EP EP PF EP PF EP EP EP EP EP EP EP EP PF PF EP EP EP
PF (1) PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF PF EP EP PF PF PF EP PF PF PF PF PF
Ocupação Gr.
A B C
Div. A-1 A-2 A-3 B-1 B-2 C-1 C-2 C-3
D
E
F
G
H
191
E-1 E-2 E-3 E-4 E-5 E-6 F-1 F-2 F-3 F-4 F-5 F-6 F-7 F-8 F-9 F-10 G-1 G-2 G-3 G-4 G-5 H-1 H-2 H-3 H-4 H-5 H-6
I
I-1 I-2 I-3
J L
M
L-1 L-2 L-3 M-1 M-2 M-3 M-4 M-5
NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE
NE NE EP NE EP EP EP NE EP EP NE EP
EP PF PF EP PF PF PF EP+ PF PF NE PF
PF PF PF PF PF PF PF PF+ PF PF NE PF
Tabela 03- Tipos de escada de emergência por tipo de ocupação Fonte: Instrução Técnica número 11/2014 - Saídas de Emergência
Notas: a. para o uso desta tabela, devem ser consultadas as tabelas anteriores desta IT. Para a classificação das ocupações (grupos e divisões), consultar a tabela 1 do Decreto Estadual 56.819/2011. b. abreviatura dos tipos de escada: NE = Escada não enclausurada (escada comum); EP = Escada enclausurada protegida (escada protegida); PF = Escada à prova de fumaça. c. outros símbolos e abreviaturas usados nesta tabela: Tipo esc. = Tipo de escada; Gr. = Grupo de ocupação (uso) - conforme Tabela 1 do Regulamento de Segurança contra Incêndio; Div. = Subdivisão do grupo de ocupação - conforme Tabela 1 do Regulamento de Segurança contra Incêndio. Nota (1) = Em edificações de ocupação do grupo A - divisão A-2, área de pavimento “N” (menor ou igual a 750 m²), altura acima de 30 m, contudo não superior a 50 m, a escada poderá ser do tipo EP (Escada Enclausurada Protegida), sendo que acima desta altura (50 m) permanece a escada do tipo PF (Escada Enclausurada à Prova de fumaça); + = Símbolo que indica necessidade de consultar IT, normas ou regulamentos específicos (ocupação não coberta por essa IT); - = Não se aplica. d. para as ocupações de divisão F-3, onde o local tratar-se de recintos esportivos e/ou de espetáculos artístico cultural (exceto ginásios e piscinas com ou sem arquibancadas, academias e pista de patinação), deve ser consultada a IT 12/11; e. para a divisões F-3 e F-7, com população total superior a 2.500 pessoas, deve ser consultada a IT 12/11; f. havendo necessidade de duas ou mais escadas de segurança, uma delas pode ser do tipo Aberta Externa (AE), atendendo ao item 5.7.12 desta IT; g. para divisões H-2 e H-3: altura superior a 12 m = além das saídas de emergências por escadas (Tabela 3) deve possuir elevador de emergência (Figura 9) e áreas de refúgio (Figura 18). As áreas de refúgio quando situadas somente em alguns pavimentos de níveis diferentes deve ter seus acessos ligados por rampa (5.6.1.a). Para as edificações que possuam área de refúgio em todos os pavimentos (exceto pavimento térreo), não há necessidade de rampa interligando os diferentes níveis em acessos às áreas de refúgio; h. o número de Escadas depende do dimensionamento das saídas pelo cálculo da população (Tabela 1) e distâncias máximas a serem percorridas (Tabela 2); i. nas edificações com altura acima de 36 m, independente da nota anterior, é obrigatória a quantidade mínima de duas escadas, exceto para grupo A-2. Nas edificações do grupo A-2, com altura acima de 80 m, independente da nota anterior, é obrigatória a quantidade, mínima de, duas escadas;
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j. as condições das saídas de emergência em edificações com altura superior a 150 m devem ser analisadas por meio de Comissão Técnica, devido as suas particularidades e risco; k. nas escadas abaixo do pavimento de descarga, em subsolos, onde está prevista a escada NE, conforme Tabela 3, esta deve ser enclausurada, dotada de PCF P-90, sem a necessidade de ventilação. Para os subsolos com altura descendentes com profundidade maior que 12 m, e que tenham sua ocupação diferente
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