Painel TFG - Ruínas do Convento de São Boaventura - Implantação do Centro de Interpretação

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A Fazenda Macacú está localizada no distrito de

De

inestimada

relevância

histórico-cultural

este

território abriga remanescentes das imponentes e ao

Porto

das

1

Caixas,

Doação de Sesmaria no período colonial dá aos Jesuítas território para firmar aldeamento de catequização de índios.

município de Itaboraí.

mesmo tempo singelas ruínas do Convento de São não desvendados do que foi a Vila de Santo Antônio de Sá.

Fazenda Macacú – Itaboraí

como contrapartida à implantação do COMPERJ em 2005, a Petrobrás financiou a consolidação das ruínas e

O local faz parte de área

deu início às escavações, mas foram paralisadas por

privada, restrita e industrial e Porto das Caixas

é rodeado por Áreas de

Interpretação

terá

como

principal

COMPERJ

Ruínas

Recorte de Intervenção

7

Mapa da Vila Santo Antônio de Sá por Major Rivierre, 1838. Arquivo Geral do Iphan 1 Rio Macacú 2 Convento de São Boaventura 3 Igreja da Ordem Terceira 4 Igreja Conventual de São Boaventura 5 Casa de Câmara e Cadeia 6 Praça 7 Igreja Matriz de Santo Antônio

Itaboraí

Ordem Terceira de São Francisco da Penitência se estabelece na vila ao mesmo tempo em que os Jesuítas são expulsos de todo o território nacional por divergências com a Coroa.

Porto Antigo leito do Rio Macacú

É iniciada a demolição de grande parte do conjunto, não restando nenhum elemento da igreja original, sendo edificada também a igreja da Ordem.

Manilha

controlada ao lugar, sustentando o resgate do passado Legenda:

e o precioso exemplar arquitetônico do Convento de

Limite Comperj

São Boaventura, fazendo com que a população tome

Fazenda Macacú

conhecimento da origem da própria cidade e de seus

Casa de Câmara e Cadeia

Pachecos

Cabuçu

Fonte: IBGE 2010. Prefeitura de Itaboraí 2017. SEMMAURB.

antepassados, estimulando nos indivíduos o sentimento

Vista panorâmica do local de projeto e seu entorno imediato com indicações de pontos relevantes. Imagem extraída do Google Earth, 2020.

Cemitério

Itambí

finalidade retomar as escavações e viabilizar a visitação a fim de preservar a história da Vila Santo Antônio de Sá

Sambaetiba

Visconde de Itaboraí

Proteção Ambiental.

de

Construção do Convento de São Boaventura. O território abriga densas florestas que fomentam a extração até não restar nada da sua composição original.

Torna-se importante entreposto comercial para escoamento de produtos. População aumenta e é elevada a categoria de vila.

tombamento e restauro para preservação do conjunto,

Centro

2

Rio de Janeiro

Após longos anos de depreciação e solicitações de

O

4 3 6

Boaventura, bem como resquícios arqueológicos ainda

falta de recursos financeiros.

5

A implantação da ferrovia próxima à Vila gera decadência econômica, e epidemias de malária, febre tifoide e cólera assolam a região em 1828, fazendo inúmeras vítimas fatais, causando o abandono da vila.

Praça Igreja Matriz de Santo Antônio de Sá

Vista das escavações e fachada das ruínas ao fundo. 2008. Histórias e Monumentos.

de pertencimento para motivar a conscientização sobre O município de Itaboraí faz

o Patrimônio e a valorização cultural.

parte da região metropolitana

O recorte de intervenção possui 980 x 657 m,

do estado do Rio de Janeiro e sua história se mistura à da

totalizando área de 640 mil m². Este limite foi

extinta Vila, por ser resultado

determinado a com base na sobreposição do traçado

da junção do território desta e

obtido em levantamentos e pesquisas financiadas pela

de outras duas. O território

Petrobrás, assim engloba os resquícios arqueológicos localizados

até

o

momento.

O

território

sofreu

contempla achados

Teresópolis (100 km) Friburgo (90 km)

Petrópolis (90 km)

Guapimirim (76 km)

paleontológicos,

marcos

Itaboraí São Gonçalo (43 km) Niterói (55 km) Rio de Janeiro (70 km)

Após muitas solicitações, o conjunto é Tombada pelo INEPAC. No ano de 1980 o IPHAN reconhece as ruínas como Patrimônio.

Maricá (47 km)

e do

Sede da Fazenda

Magé (30 km)

significativos arqueológicos

Passa a ser utilizada como fazenda e tem sua sede construída e datada de 1865. Em 1930 é vendida e utilizada como pasto durante muitos anos.

Extensão territorial - 430.438 km²

transformações agressivas com a implantação do

período colonial e áreas de

População estimada (2019) - 240.592

COMPERJ e com a transposição do Rio Macacú.

proteção ambiental.

Densidade demográfica - 506.55 hab/km²

As terras que abrangem o conjunto são vendidas à Petrobrás, para implementação do COMPERJ. A estatal assume a responsabilidade sobre a preservação e conservação das ruínas e do sítio. As obras de consolidação são finalizadas em setembro de 2015.

0

Escavação de um dos Sambaqui encontrados no Vale do Macacú. Foto exibida na exposição A Vila de Santo Antônio de Sá na Caixa Cultural contendo parte do acervo arqueológico achados no local.

50

100

Recorte da Intervenção com sobreposição das curvas de nível e do traçado dos vestígios arqueológicos em suas prováveis localizações. Imagem de satélite .Google Earth.


Criação de percurso da visita guiada em veículo elétrico e caminhadas

Abertura das janelas arqueológicas

Ponte para conectar taludes sobre área alagável

Acesso com vias e estacionamento reservado para equipe técnica

0

50

0

100

100

50

A configuração existente apresenta uma via sobre o sítio arqueológico. A proposta à extingue e implanta no talude ao lado e em cota inferior os novos blocos envolvendo a topografia a fim de preservar a hierarquia da paisagem.

Limite de 20 pessoas por tour, disponíveis em dois horários por dia – 09h e 15h. Entrada apenas com agendamento prévio. Acesso somente com automóvel particular. Não é permitida a entrada de animais, veículos de transporte individual e artigos esportivos, nem a realização de atividades como piqueniques.

Arquitetura se adequa à geografia do lugar envolvendo as curvas do talude

Legenda Acesso

Implantação dos novos objetos em local afastado e abaixo do nível do preexistente

Pontos de Interação

Fluxo técnico Fluxo de visitante/técnico

A composição formal dos novos objetos tem como referência a estruturação espacial das Igrejas e Conventos da Ordem Terceira, sendo caracteriza pela simplicidade e equilíbrio formal utilizando linhas ortogonais e disposição harmônica, ordenada e funcional. Para garantir acessibilidade e minimizar os impactos da intervenção, opta-se por uma composição de pavimento único, e para atender as necessidades de privacidade de cada uso, o objeto foi compartimentado em módulos de 20 x 15 m onde cada um abrigará uma especificidade do programa. Tirando partido da topografia. os módulos são posicionados em arco contornando o terreno. Esta disposição gera ambientes de permanência e a integração dos módulos. O objeto é então lapidado no formato final, recebendo recuos e avanços que vão proporcionar eficiência na funcionalidade.

Inserção de objetos com dimensões do programa

Decomposição do objeto para segmentar usos

Conformação dos módulos à topografia

Acolhimento

Exposição

ADM

Formação de ambientes de apoio

Lapidação das faces dos objetos

Atribuição dos usos para cada módulo Botica Café

Arqueológico

Hall - 110 m² Recepção / Bilheteria - 15 m² Sanitários de Visitantes - 20 m² Sanitários de Funcionários - 10 m² Cozinha - 15m² DML - 5 m²

Salão - 150 m² Sanitários de Visitantes - 20 m² Sanitários de Funcionários - 10 m² Sala de Funcionários - 10 m² Cozinha - 15 m² DML - 5 m²

Salão - 150 m² Sanitários de Visitantes - 20 m² Sanitários de Funcionários - 10 m² Sala de Funcionários - 10 m² Cozinha - 15 m² DML - 5 m²

Salão – 250 m²

Laboratório - 50 m² Acervo - 50 m² Depósito - 10 m² Sanitários - 20 m² Refeitório - 20 m² Cozinha - 10 m² DML - 5 m²

Sala de administração - 15 m² Sala de controle - 20 m² Enfermaria - 10 m² Brigada de Incêndio - 5 m² Sanitários - 20 m² Refeitório - 20 m² Cozinha - 10 m² DML - 5 m²


Legenda:

Acolhimento ao Visitante Botica Café Exposição Centro Arqueológico 0

50

100

Administração

0

25

50

Apoio Técnico

Escala 1/.2000

Escala 1/750


Corte Geral (Parte 01/02). Escala 1/500

Marco de Entrada Estacionamento Visitantes

Estacionamento Funcionários

Estrada de Macacú

Legenda: Espaço restrito 0

5

10

Acesso Serviço

Acesso restrito

Acesso Serviço

Planta baixa com setorização. Escala 1/250


0

5

10

Corte Geral (Parte 02/02). Escala 1/500

Os acessos diferenciados garantem circulação eficiente para a equipe técnica e para os visitantes. O marco de entrada faz referência a silhueta das ruínas do convento e enfatizam o local de partida e chegada dos veículos elétricos. A espacialização da planta demonstra organização simples e funcional, adequada às necessidades do uso. A setorização marca os ambientes restritos. Todos os módulos possuem sua estação de manutenção e conveniência – banheiros, espaços de serviços e de alimentação, depósitos e salas técnicas - para que tenham funcionamento independentes, possibilitando atividades arqueológicas e administrativas mesmo quando fechado para visitação, ou o inverso. A criação das áreas de apoio também permite a interligação dos módulos, porém o acesso é restrito aos funcionários autorizados e feito por meio de acionamento biométrico. Foram criadas passagens para acesso técnico e de serviço na parte posterior dos módulos, facilitando as atividades de carga descarga e arqueológicas, através de circulação que comporta o fluxo dos veículos elétricos. As áreas de vivência dão apoio aos módulos e criam ambientes de estar, podendo ser usadas pelos visitantes e pelos funcionários. As áreas de vivência ao lado do café servem de apoio para esta, já adequadas as regras de distanciamento necessário para evitar aglomerações em ambientes fechados, assim como todas as circulações e disposições no projeto. O topo do talude de intervenção se transforma em um mirante e as coberturas das áreas de uso técnico (entre os módulos) podem ser acessadas através de uma pequena passarela, assim o usuário pode utilizar este espaço de contemplação do lugar.

Legenda: Espaço restrito Acesso restrito

0

5

10

Planta baixa com setorização. Escala 1/250


0

2,5

5

Zoom do Corte Geral. Escala 1/100


Os módulos possuem dimensão de 20 m de comprimento, 15 m de largura e 4.75 m de altura (piso acabado até o topo da alvenaria estrutura)

O concreto ciclópico empregado nas alvenarias estruturais e nas fundações é composto por elementos retirados do solo do proveniente do

somando 300 m² cada. Internamente são distribuídos de acordo com a necessidade de cada ambiente. As lajes em concreto recebem elementos

desbaste do talude. As tábuas de madeira utilizadas nas formas das lajes terão dimensionamento específico para serem aproveitadas na produção

zenitais que auxiliam na ventilação e no aproveitamento de luz natural. As fachadas de todos os módulos são recuadas e as dos que possuem frente

de todo o mobiliário utilizado no projeto. Os metais que compõem as esquadrias, luminárias e mobiliário são reciclados de equipamentos obsoletos

voltada para leste e sul recebem painéis e portas de vidro com bandeiras retráteis e painéis articuláveis com função de elemento de sombreamento.

provenientes das obras e atividades do COMPERJ. As ripas do deck de circulação são de madeira reaproveitada. Sistemas de captação e filtragem

Já as dos módulos com frente predominantemente voltadas para norte e oeste recebem vedação em alvenaria estrutural.

de águas pluviais serão empregados nos muros de contenção e nas coberturas de cada módulo.

Cobertura laje maciça em concreto armado moldada in loco

Elemento zenital tipo lanternin iluminação e ventilação natural moldado in loco em concreto com vedação em vidro

Fachada em perspectiva com sombra – solstício de verão 8h

Fachada recuada

Alvenaria estrutural concreto ciclópico (pedras do desbaste do talude)

Alvenaria interna tijolo ecológico com acabamento em massa texturizada na cor branca

Elementos de vedação frontal (módulos com frente para sul e leste) portas e painéis em vidro com bandeira retrátil (módulos com frente para norte e oeste) vedação em concreto ciclópico e porta em aço corten

Corte esquemático transversal

Elemento de sombreamento painel articulável em aço corten

Fundação em sapata corrida concreto ciclópico (pedras do desbaste do talude)

Corte esquemático longitudinal



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