Detalhe de “The Womam Friends”, 1917
AO TEMPO SUA ARTE À ARTE SUA LIBERDADE.
VER SACRUM Revista publicada pelos artistas membros do movimento Secessão de Viena.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ C321m Carvalho, Anna Maria Fausto Monteiro de Memória da Arte Fransciscana na cidade do Rio de Janeiro : Convento de Santo Antônio e Igreja da Ordem Terceira de São Franscisco da Penitência / Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho, Rosa Maria Costa Ribeiro, Cesar Augusto Tovar Silva ; [ilustração de André de Campos Alvarenga]. - Rio de Janeiro : ARTWAY : ARTEPADILLA, 2011.
288p. : 31 cm
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-65249-00-3 1. Convento de Santo Antônio (Rio de Janeiro, RJ). 2. Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência (Rio de Janeiro, RJ). 3. Arte franciscana - Rio de janeiro (RJ). 4. Arquitetura franciscana - Rio de janeiro (RJ). 5. Franciscanos - Rio de janeiro (RJ) - História. I. Ribeiro, Rosa Maria Costa. II. Silva, Cesar Augusto Tovar. III. Título. 11-7601. 726.7098153
CDD: CDU:726:27523.6(815.3)
16.11.11 21.11.11
031364
Consultoria editorial | Editorial consultant
Nair
de
Paula Soares
Textos | Essays
Carolina Raeder Rempto Projeto Gráfico | Graphic project
Carolina Raeder Rempto Pré-impressão e impressão | Preprint and print
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Detalhe de “Danaë”, de 1907.
GUSTAV10 SECESSION14 ART DÉCO22 CRONOLOGIA28
Detalhe de “Portrait of a Lady”, de 1894-.
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Detalhe de “Portrait of Helene Klimt, 1898.
GUS TAV
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Klimt foi o segundo dos sete filhos de Ernst Klimt, gravador de profissão, pertencente a uma família de agricultores da Boêmia, e de Anna (Flinster) Klimt, natural de Viena. Seus irmãos eram Klara, Ernst, Hermine, Georg, Anna e Johanna. Após concluir os estudos na “Escola Primária do VII bairro vienense”, Klimt é admitido, aos 14 anos, na “Escola das Artes Decorativas”, ligada ao “Museu Austríaco Imperial e Real de Arte e Indústria de Viena”.Klimt foi o único aluno da Escola das Artes Decorativas, no século XIX, que conseguiu dar início a uma grande carreira artística, impulsionado pelos seus professores e pelo diretor do Museu, Rudolf von Eitelberger. Michael Rieser utilizou seus serviços, bem como o de Franz Matsch e do seu irmão Ernst, para os vitrais da “Igreja Votiva” – o primeiro grande edifício da “era da Ringstraße”. O pintor experimenta uma mudança no estilo, surgem os motivos geométricos repetidos, deixando aparecer apenas algumas partes essenciais realistas, que permitem o seu entendimento. Em “O beijo” (1907/08), ou “Der Kuss” no original em alemão, baseado em si mesmo e na sua amante Emilie, a mulher fatal aparece submissa, comunica uma sexualidade latente. “O Beijo” constitui o
auge do período dourado e torna-se o emblema da Secessão. Na primeira década do século XX o expressionismo faz com que o estilo dourado de Klimt deixe de ser usado. Em 1909 Klimt parte para Paris onde toma contacto com as obras de Toulouse-Lautrec e com o fauvismo. A partir de então, Klimt passa a usar cenários menos elaborados, deixando de lado os motivos geométricos e a sumptuosidade do ouro. Nesta fase pinta “O Chapéu de Plumas Negras” (1910); “A Vida e a Morte” (1916); “A Virgem”(1913), surgem também pinturas de jardins, paisagens campestres e do Castelo Kammer, que reflectem as influências do cubismo que surgia então. Há a inclusão de elementos naturais, bem como de construções. As últimas obras de Klimt voltam-se para um lado mais erótico, claramente assumido. No seu atelier passeiam-se sempre algumas modelos nuas que ele observa e vai desenhando. Daí resultam mais de 3000 desenhos. Disso são exemplo os desenhos das suas modelos em poses e atitudes mais intimas: “Mulher sentada com as coxas abertas”, “Adão e Eva”, “A Noiva” e “Masturbação feminina “.
Detalhe de “Water Nymphys (Silverfish)”, de 1899.
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Detalhe de “Portrait of Rose von Rosthorn-Friedmann�, de 1900.
Detalhe da fachada da sede da “Secession” em Viena.
SECES SION
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Designação comum aos movimentos de vanguarda que marcaram a vida artística e cultural dos países de lingual alemã a partir dos últimos anos da década de 1890. Em fins do século XIX, a modernidade definiu-se a partir de uma ruptura com a história: o novo, o inovador, dominou as artes decorativas, a arquitetura, as artes plásticas. A palavra Secession (corte, ruptura) foi adotada para designar grupos independentes de artistas de vanguarda. Na Alemanha houve a Secession de Munique e a Secession de Berlim, mas a de maior repercussão foi a de Viena, Áustria. Esta teve origem na reação de alguns jovens artistas ao domínio da arte official, nessa cidade predominantemente conservadora. Arquitetos, pintores, desenhistas e artistas gráficos reuniram-se, tendo como líder Gustav Klimt, pintor já caito pela sociedade vienense mas que emergia para essa nova fase. Para marcar significativamente esse movimento, é erguida uma sede no centro de Viena, marcadamente revolucionária, com linhas simples renegando o estilo historicista, coroada por uma bela cúpula de bronze rendado, com detalhes em folhas de louro e frutas. Na sua fachada lê-se a frase que será a divisa do grupo: “Ao tempo, sua arte, à arte, sua liberdade“.
As primeiras exposições, veiculadas por cartazes com alta qualidade gráfica (muitos de autoria de Klimt), exibem trabalhos não apenas de artistas austríacos mas também de outros artistas contemporâneos como por exemplo Rodin e Mucha, dentre outros. As exposições de 1900 e 1902 dedicaram-se especialmente às artes aplicadas.Divulga-se a obra de Van de Velde e Asbee e da Escola de Glasgow. Machintosh e sua esposa apresentam novidades em decoração de interiores, projetando toda a decoração de um quarto. Os vienenses ficam altamente bem impressionados com tudo de novo que havia surgido. O movimento, apesar de ter alguns artistas com tendências ainda no estilo Art Nouveau, estruturou-se essencialmente à arquitetura e ao design de concepções mais despojadas, com menos ornatos. Na Secession Vienense, há uma rebeldia tanto contra o academicismo como contra a “natureza“. Instituiu-se uma nova linha decorativa, com caráter gráfico, enxuta e requintada, afastada da linguagem pujante do Art Nouveau, abrindo as portas para um novo e importante movimento: o Art Déco, disseminado logo após a I Guerra Mundial (essa denominação, Art Déco, síntese da expressão arte decorativa, foi divulgada apenas na década de 1960, quando o movimento foi redescoberto).
Detalhe de “Judith and the Holopherne�, de 1901.
Detalhe de “Portrait of Emilie Flöge”, 1902.
Detalhe de “Portrait of Adele Bloch Bauer I”, 1907.
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Detalhe de “The Kiss”, 1908.
Detalhe de “Apple Tree I”, de 1912.
Detalhe de “Water Castle”, de 1908.
Detalhe de “Lady with Fan”,1918.
ART DÉCO e sua disseminação
Detalhe de “Beethoven Frieze”, 1902.
Seus valores estéticos firmaram-se durante a “Exposição de Artes Decorativas e Industriais“, realizada em Paris, em 1925. Nos anos que se seguem, o movimento esteve no seu apogeu na Europa e na América. Na época o movimento foi designado apenas de “estilo moderno“, assim como se falava “pintura moderna“ ou literatura “moderna”. Os norte-americanos acolhem e absorvem as inovações dessa exposição em Paris mas, já em 1929, a exposição do Metropolitan Museum de Nova Yorque, organizada por Eero Saarinen, indica outra vertente e encouraja a criação de novas fórmulas menos elitistas do que as nascidas na Europa, próprias para a vida contemporânea e a criação em maior escala. O Art Déco dessa época apresenta a convivência de uma cadeira esculpida na Madeira quanto uma de estrutura tubular; um painel figurativo de laca quanto tapetes de linhas abstratas ; um móvel sofiticado com incrustações quanto uma chaise longue de linhas simples e de altamente confortável. A partir dos anos vinte, já é nítido na decoração de interiores de que o que veste uma casa deve ser projetado nos mínimos detalhes. Em paralelo, as próprias pessoas, com seus novos
hábitos e seu novo vestir, insriam-se nesse “espírito moderno”. De uma jóia de Cartier, a uma alto edifício de Nova Iorque, de um acessório de banheiro ao desenho de um carro, tudo foi marcado por essa nova mentalidade, representada também na publicidade, nas fotografia e no cinema. No Brasil, intelectuais e artistas, emergindo do meio conservador acadêmico introduzem na nossa arte traços genuinamente nacionais: em 1922, realiza-se em São Paulo a “Semana de Arte Moderna”, e o movimento modernista ganha impulso nos anos que se seguem. O Art Déco está atrelado a essa fase: depois de 1930, começa a se alterar a fisionomia urbana das principais cidades do país e são erguidos os primeiros prédios residenciais (no Rio de Janeiro ainda existem interessantes construções Art Déco e no Rio e em São Paulo começa-se a visualizar o recorte dos “arranha-céus“). Concomitantemente, as teorias da arquitetura funcional vão ganhando adeptos nos meios de vanguarda, endossando o vigor e purismo dos ensinamentos da Bauhaus.
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Detalhe de “The Tree of Life, Stoclet Frieze”, 1909.
CRONO LOGIA
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18 NASCE GUSTAV 62 KLIMT
18 COMEÇA A FAZER COMERCIAIS 79 PROJETOS 18 ESCOLA DE ARTES 76 DE VIENA
18 85
“Portrait of a girl, head slightly turned left”, 1979. Charcoal on paper.
USO DO OURO PELA PRIMEIRA VEZ EM ESBOÇO
DE OURO 18 MEDALHA POR CRIAÇÕES 88 ARTÍSTICAS
18 89
“The Old Burgtheater”, 1989. Gouache on paper, 82x92cm.
PRIMEIROS TRABALHOS
REJEITADO COMO 18 ÉPROFESSOR NA KUNSTAKADEMIE 91
“Emilie Flöge, Aged 17”, 1891. Pastel on paper. Private Collection.
29
“Portrait of a Lady”, 1894. Oil on canvas, 30x23cm. Historical Museum of the city of Vienna, Vienna, Austria.
18 95
COM 18 AMIZADE EMILIE FLÖGE 92 FICA MAIS FORTE
18 94
“Music”, 1895. Oil on canvas, 37 x 44.5 cm. Bayerische Staatsgemäldesammlungen, Munich, Germany.
“Portrait of Rose von Rosthorn-Friedmann”, 1901. Oil on canvas, 192x120 cm. The Österreichische Galerie Belvedere, Vienna, Austria.
FASE DE OURO
18 99
19 01 “Judith and Holopherne”, 1901. Oil on canvas, 84 x 42 cm. The Österreichische Galerie Belvedere, Vienna, Austria.
“Water Nymphs (silverfish)”, 1899. Oil on canvas, 82x52 cm. Private Collection.
The Beethoven Frieze: The Hostile Powers. Far Wall, 1902. The Österreichische Galerie Belvedere, Vienna, Austria.
19 02
31
19 07 “Portrait of Emilie Flöge”, 1902. Oil on canvas, 178 x 80 cm. Historical Museum of the City of Vienna, Vienna, Austria.
“Portrait of Adele Bloch-Bauer I”, 1907. Oil on Canvas, 138 x 138 cm. Neue Art Gallery, New York, USA.
“The Kiss”, 1908. Oil on canvas, 180 x 180 cm. The Österreichische Galerie Belvedere, Vienna, Austria. “Water Castle”, 1908. Oil on Canvas, 110x110 cm.
19 07 19 08
“Danae”, 1908. Oil on canvas, 77x83 cm. Galerie Wurthle, Vienna, Austria.
ÚLTIMOS TRABALHOS
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“Apple Tree I”, 1912. Oil on Canvas, 110x110 cm. Private Collection.
19 09 19 12
“The Tree of Life, Stoclet Frieze”, 1909. Austrian Museum of Applied Arts, Vienna, Austria.
“The Women Friends”, 1917. Oil on canvas.
19 17
“Portrait of Maria Munk (unfinished)”, 1918. Oil on canvas, 180 x 90 cm. Neue Galerie des Stadt Linz, Wolfgang-Gurlitt-Museum, Linz, Austria.
19 MORRE GUSTAV KLIMT 18 Lady with Fan, 1918. Oil on canvas.
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Detalhe de “Portrait of Maria Munk (unfinished)�, 1918.
Este livro foi impresso em papel Couché 150 g/m². A tipografia utilizada para títulos, subtítulos e textos explicativos da cronologia foi Stoclet ITC Light e para o texto corrido e legendas, a fonte DINPro Regular.