Módulo ii história da bruxaria 2015

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Universidade Livre Holística Casa de Bruxa

Bruxaria Natural – Uma Filosofia de Vida

Tânia Gori Coven & Ritos de Passagem 1


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Modulo VI Coven & Ritos de Passagem

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MÓDULO VI COVEN

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É provável que a palavra coven tenha se originado de covenant, substantivo da língua inglesa que significa convenção, pacto. A palavra covenant é também usada como verbo, que significa pactuar, concordar solenemente. O substantivo latino conventio, conventionis significa assembleia, convenção, pacto, reunião, e o verbo latino convenio, conventum, convenire significa vir juntamente, afluir, encontrar-se, convir, concordar, vir a propósito, servir, acontecer simultaneamente. Qual a Diferença entre um Coven e um Grupo de Estudo? O Coven é uma organização religiosa, formada de sacerdotisas e sacerdotes que praticam a Antiga Religião, também chamada de Feitiçaria, Bruxaria Pagã ou Wicca. É um grupo de trabalho em que a presença de cada membro é muito importante. A maior parte dos Covens é formada por pessoas que trabalham com os quatro elementos da Natureza: água, ar, fogo, terra. As feiticeiras e os feiticeiros se unem às deusas e aos deuses da Natureza e se dedicam aos estudos, à celebração das mudanças das estações, aos ritos de passagem, à prática da Magia e da cura e à busca da evolução espiritual. Nos Covens da Wicca, quatro oficiantes eram escolhidas para supervisionar os rituais, cada uma com uma responsabilidade específica, conforme a cor da roupa que devia vestir: Oficial do Norte – Recepção > cor vermelha Oficial do Leste – Entretenimento > cor amarela ou laranja Oficial do Oeste – Guardiã das Energias > cor preta Oficial do Sul – Professora > cor azul De acordo com a história, os Covens de Feiticeiros eram originalmente muito pequenos, quais sociedades secretas de dois, sete ou treze membros, criadas na Idade Média para manter viva a Arte durante as perseguições da Inquisição. Nessa época, os feiticeiros e as feiticeiras se reuniam para celebrar os Sabás ou invocar a ajuda da deusa Tríplice e dos deuses dos lugares selvagens. Dizse que esses antigos Covens nunca deixaram de existir e de realizar rituais de iniciação, durante os quais muitas pessoas foram iniciadas, inclusive o inglês Bruxaria Natural – Uma Filosofia de Vida s 5


Gerald Brosseau Gardner (1884-1964), grande divulgador da Antiga Religião. Na Bruxaria Natural, o Coven é chamado de Grupo de Estudo, formado por bruxas e magos, que se reúnem para realizar rituais, meditar, trabalhar com as energias da Natureza, estudar e aprender diversos assuntos e culturas a fim de aprimorar seus conhecimentos, como uma filosofia. Os participantes assumem um compromisso de parceria e sigilo e nada do que acontece durante as reuniões é revelado a pessoas que não pertençam ao grupo. Coven, Círculo e Grove Os pagãos costumam se reunir em pequenos grupos organizados, alguns dos quais são conhecidos como Grove da Antiga Floresta, Coven da Lua Crescente e Círculo Mágico (em inglês, a palavra grove significa bosque, arvoredo). Mas como distinguir os Covens dos Círculos, os Círculos Internos dos Círculos Externos e os Groves dos Grupos de Estudo? Se alguém decidir organizar um Grupo, como deverá chamálo, se nenhum destes nomes está registrado legalmente? O indivíduo pode denominar seu Grupo como bem entender, mas se utilizar palavras inadequadas poderá causar equívocos na comunidade, ser mal-interpretado e até ridicularizado. Ele não deverá chamar seu Grupo de Coven, a menos que seus membros sejam formalmente iniciados na Wicca. E se usar a palavra Grove, as pessoas poderão confundir seus membros com os druidas da alta hierarquia. Para a maioria dos grupos que não pertencem ao Druidismo ou à Wicca, o termo Círculo é prudente e satisfatório, mas não é específico, podendo ser confundido com um Círculo organizado, como o Circle Sanctuary, que possui muitos adeptos que participam dos seus festivais, ou mais confundido Coven & Ritos de Passagem 6


ainda com alguns ramos da Wicca que usam a palavra Círculo em vez de Coven, como o Círculo Lunar Lusitanea, ou a palavra Templo para designar um Coven ou uma Igreja Pagã, como ocorre em algumas regiões dos Estados Unidos. Há pessoas que formam um Grupo de Estudo, constituído de amigos que se encontram semanalmente para falar a respeito da Natureza e da Magia, focando o seu interesse na educação, na partilha de informações e na prática da religião pagã. Mas o título Grupo de Estudo, alguns dos quais se denominam Conventículos ou Conventinas, se torna inócuo aos olhos das comunidades pagãs porque elas não conseguem reconhecer quem é quem. Mas, por outro lado, pode haver uma comunidade formal que ajude esse Grupo de Estudo. A certa altura, alguns membros do Grupo de Estudo podem querer se aprofundar na prática da religião pagã e até considerar a hipótese de organizar um Círculo pagão independente. Se esse Grupo chegar a ter contato com a Federação Pagã (Pagan Federation) ou com o Pacto da Deusa (Covenant of the Goddess) e for aceito, poderá receber algum apoio e, se tiver interesse em criar um Coven, é aconselhável que se junte a um Coven já existente para receber treinamento e adquirir experiência antes de pretender se lançar por sua própria conta e risco. Há pessoas que trilham um caminho mais difícil, fundando Círculos sem nenhuma experiência, a não ser através da leitura de bons livros sobre a religião pagã e, por sua dedicação, são capazes de manter seus Círculos bem instruídos e organizados. Se os Covens tiveram origem há 1000 ou há 50 anos, é uma questão discutível, mas o certo é que eles são uma parte vital da religião viva da Wicca. A maioria dos Covens tem uma média de sete membros adultos e poucos têm mais de treze membros. Nesses pequenos ambientes de auxílio, os laços físicos e emocionais são profundos e os trabalhos mágicos e espirituais realizados são intensos. A palavra grove, que originalmente se referia a um lugar sagrado nos bosques, tem sido usada pelos pagãos de formas diferentes. Às vezes é simplesmente uma assembleia de pagãos sem nenhuma denominação especial, quando, na realidade, deveria referir-se a uma organização local de druidas Bruxaria Natural – Uma Filosofia de Vida s 7


ou, ocasionalmente, a um grupo de pagãos que se reúne sob a orientação de um Coven de feiticeiras. É preocupante quando se usa uma terminologia errada, pois os termos grove e coven significam congregação e círculo externo para se distinguirem dos Círculos Internos, formados de sacerdotisas e sacerdotes da Tradição. Na terminologia correta, todas as organizações servem de base para o paganismo se exprimir publicamente e, por isso, é preciso saber nomear corretamente o grupo para que equívocos ou logros sejam evitados. Existem alguns grandes grupos organizados, como a Federação Pagã (Pagan Federation), no Reino Unido, o Pacto da Deusa (Covenant of the Goddess) nos Estados Unidos, e a Aliança Pagã do Pan-Pacífico (Pan-Pacific Pagan Alliance) na Austrália, Nova Zelândia e Pacífico. Desde os grupos locais até as redes regionais, alguns pagãos são organizados, e o que antes era uma religião popular de aldeia, tribo ou nação, agora se tenta sua expansão através dos meios de comunicação modernos, como a internet, pois o paganismo, que teve suas raízes num passado distante, conseguiu chegar à era de um novo mundo.

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Hierarquia dos Covens Atualmente, a maioria das bruxas dispensa a imposição hierárquica, mas algumas tradições mantêm a prática de proceder a três iniciações aos seus membros: Primeiro Grau: É a entrada formal da pessoa na religião Wicca, a partir da sua aceitação na comunidade durante um Coven. Segundo Grau: A pessoa passa a esse grau geralmente após ter se dedicado, durante algum tempo, aos estudos religiosos e mágicos dentro do Coven. Terceiro Grau: A pessoa atinge o ápice do conhecimento dentro da tradição e se forma em Alta Sacerdotisa ou Alto Sacerdote. A iniciação ao terceiro grau ocorre teoricamente só depois que o membro completa um rigoroso programa de estudos que engloba a magia, a estrutura dos rituais, a dinâmica de um grupo mágico, a mitologia da Wicca, etc. Na Bruxaria Natural, o Coven é um Grupo de Estudo em que seus membros, agregados à filosofia com a qual se identificam, aprendem diversos assuntos e culturas, trocam informações e conhecimentos, praticam o bem e buscam a evolução espiritual.

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Casamento Sagrado – Hieros Gamos Hiero vem do antepositivo grego hierós e significa sagrado, santo, divino, e gamo vem do antepositivo e pospositivo grego gámos e significa união, casamento. Assim, o Hieros Gamos simboliza a união sagrada da deusa com o deus, cuja conjunção superior é uma imagem arquetípica que simboliza o movimento da psique em direção à totalidade, tendo o sacramento do matrimônio como seu equivalente mais próximo nos tempos atuais. Na alquimia, refere-se a combinações químicas e, psicologicamente, faz alusão à imagem arquetípica da união dos opostos e do nascimento de novas possibilidades, correspondendo a uma condição de totalidade psicológica, em que a consciência objetiva e o inconsciente trabalham harmoniosamente juntos. Esse é o objetivo da individuação que envolve a realização consciente de si mesmo ou por si mesmo (self). A religião da Grande Mãe está fundamentada no equilíbrio das energias entre a Lua e o Sol, a Terra e o Céu, a mãe e o pai, o feminino e o masculino, e se correlaciona com o Casamento Sagrado – Hieros Gamos, em que o ser humano busca alcançar o equilíbrio entre a polaridade feminina e a masculina a fim de se harmonizar com as energias do seu interior. O Casamento Sagrado era um dos mistérios eleusínios na mitologia da Grécia clássica, em que a deusa Deméter, a Mãe Terra, se uniu ao deus Zeus, o Pai Celestial, e o fruto dessa Coven & Ritos de Passagem 10


união passou a ser simbolizado nos rituais por uma espiga que representava a fertilidade da terra. O Casamento Sagrado simboliza três situações: 1. Ele está dentro do homem quando cada ser humano procura equilibrar seus aspectos masculinos e femininos; 02. Ele está na sociedade quando o homem e a mulher trabalham juntos para criar a harmonia e a paz; 03. Ele está no equilíbrio entre a Mãe Terra e o Pai Celestial. Quando essas três situações estiverem em harmonia, o ser humano terá condições de se sintonizar com as leis naturais que regem o seu corpo ou veículo físico porque, para viver no planeta Terra, ele escolheu um corpo material e assumiu a responsabilidade de alimentá-lo e de zelar por ele. Quando o ser humano aceita essa responsabilidade, ele se concilia com o Pai Celestial e com a cura da Mãe Terra e, consequentemente, com todo o planeta. Todo ser humano, homem ou mulher, possui em si o princípio passivo feminino e o princípio ativo masculino, e ser completo significa estar em contato com as forças da criação, do crescimento, da limitação e da desintegração. A energia criada pelo antagonismo das forças flui dentro de cada indivíduo e pode ser vivida individualmente durante os rituais e a meditação e ser harmonizada para ressoar em outras pessoas. Quanto ao sexo, não é apenas um ato físico, mas também um poderoso fluxo polarizado entre duas pessoas. Lua e Sol, deusa e deus, feminino e masculino, nascimento e morte movimentamse em suas órbitas eternas e cambiantes, e as duas polaridades são as forças do amor puro, erótico, individual e transcendental que mantêm o Universo coeso, num eterno fluir, pois a Criação não estagnou no tempo, mas vem ocorrendo a cada instante. Casamento das Bruxas A cerimônia nupcial com a junção das mãos tem sido realizada por magos e bruxas para selar a união das suas vidas e do seu amor recíproco como marido e mulher. Antes do casamento, é aconselhável que o casal consulte um astrólogo ou um numerólogo para entender melhor seu amor e sua compatibilidade e escolher corretamente uma data, um horário e um lugar para o enlace matrimonial. O ritual abaixo é sugerido apenas como base, pois você Bruxaria Natural – Uma Filosofia de Vida s 11


poderá usar a intuição e a imaginação para enriquecê-lo. Não se esqueça de que o mais fundamental neste ritual não são os gestos ou as palavras decoradas, mas sim a intenção com que ele é proposto. O Círculo Mágico: Com a varinha mágica é traçado no chão, em sentido horário, um círculo mágico de 03 ou 04 metros de circunferência, dentro do qual caibam os noivos e a Suma Sacerdotisa. Em seguida, o círculo mágico deve ser ornado com fitas e buquês de flores. A família imediata e os amigos magos e bruxas se posicionam dentro do círculo e formam um círculo menor ao redor do altar, enquanto as pessoas menos íntimas do casal se posicionam fora do círculo mágico. O Altar: Deve ser ornado, de preferência, com panos corde-rosa, brancos ou pretos. Dois cálices cheios de vinho ou água mineral devem ser colocados entre uma vela branca e uma vela preta, simbolizando a deusa e o deus. As alianças devem estar juntas ao lado de um dos dois cálices, e um incenso de mirra e um de olíbano devem ser queimados sobre o altar.

A Celebração

1. Vindos do lado norte, os noivos são conduzidos para dentro do círculo mágico pela sacerdotisa coadjuvante, que segura em uma das mãos dois cordões de seda preta, cada um de 03 metros de comprimento, enrolados juntos no pescoço dos noivos; Coven & Ritos de Passagem 12


2. Já dentro do círculo mágico, a Alta Sacerdotisa enfeitiça a noiva e o noivo com sua varinha mágica. Em seguida, a noiva e o noivo caminham em torno do círculo mágico, saudando os quatro Arcanjos nos quatro quadrantes: Miguel, ao norte; Uriel, ao leste; Gabriel, ao sul; Rafael, ao oeste; 3. A sacerdotisa coadjuvante leva as duas alianças e os dois cálices à Suma Sacerdotisa, e a Suma Sacerdotisa entrega as alianças aos noivos; 4. A noiva e o noivo se ajoelham, formulam um sortilégio verbal preestabelecido e se olham amorosamente. Em seguida ambos declaram, diante das pessoas presentes, o seu amor mútuo e os objetivos que pretendem alcançar em sua vida conjugal; 5. A noiva segura o cálice que oferecerá ao noivo e o noivo segura o cálice que oferecerá à noiva. A noiva apanha a aliança do noivo e o noivo apanha a aliança da noiva e cada um a deixa cair no cálice oposto; 6. Enquanto as mãos dos noivos se cruzam e seguram os cálices, a Alta Sacerdotisa ata suavemente o casal com os dois cordões de seda preta, em forma de 8; 7. O casal ingere um pouco do vinho ou da água mineral que está nos cálices opostos um do outro, e o restante é despejado numa taça para que as alianças sejam retiradas e colocadas nas mãos dos noivos; 8. A Alta Sacerdotisa retira as alianças dos cálices e as entrega aos noivos; Bruxaria Natural – Uma Filosofia de Vida s 13


9. A Alta Sacerdotisa apanha os dois cordões de seda preta e os segura sobre a cabeça dos noivos. Em seguida, ela une suavemente os dois cordões com um único nó e diz estas palavras: “Eu ato o nó desta sagrada união!” 1. 10. A Alta Sacerdotisa entrega as pontas dos cordões aos noivos, que as seguram, e a Alta Sacerdotisa põe suas mãos sobre a cabeça deles e anuncia a todos os presentes: “A partir deste momento, ambos estão abençoados e unidos por toda a eternidade. Assim seja!” 2. 11. A cerimônia está encerrada e o círculo mágico é fechado em sentido anti-horário. Casamento Wiccano – Handfasting Texto extraído do livro Oito Sabás para Bruxas - Janet e Stewart Farrar

Esta cerimônia nupcial é um rito de comprometimento de ligação espiritual, não legal. Antes do início da celebração, toda a área onde será feito o compromisso deve ser consagrada com água e sal e com um incenso purificador, como o de cedro, olíbano, sálvia ou sândalo. A tarefa de

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escrever as promessas é passada aos noivos um mês antes da cerimônia, as quais devem ser escritas com as próprias palavras do casal. Monte o altar e ponha sobre ele tudo o que será necessário para a cerimônia, como segue: • Alianças do casamento • Duas velas brancas • Um incensário com incenso • Um prato com sal ou terra • • • • • • • • • •

Um sino de latão Uma vareta Um punhal ou uma espada cerimonial Um cálice com água Uma xícara com óleo de rosas para a consagração Um cristal de quartzo Duas cordas brancas Uma vassoura de palha Um bolo de compromisso Vinho

1. Supondo que você seja uma Alta Sacerdotisa ou um Sacerdote, trace um círculo mágico em sentido horário, usando o punhal ou a espada cerimonial; 2. Após os noivos e todos os convidados terem sido abençoados com o incenso e as saudações, faça soar o sino do altar para dar início à cerimônia; 3. A noiva e o noivo devem entrar de mãos dadas no círculo que você criou. Abençoe-os novamente com o incenso e as saudações e coloque-os de frente para você e para o altar, que está ao norte. Enquanto isso, os convidados se reúnem ao redor do círculo, dando-se as mãos para formar uma corrente humana; 4. De frente para a noiva e para o noivo, levante suas mãos para o Céu e diga: Neste sagrado círculo de luz, nós nos reunimos em perfeito amor e em perfeita verdade. Ó, deusa do amor divino! Peço-te que abençoes estes noivos, seu amor e seu casamento enquanto viverem juntos no amor! Possa este casal desfrutar de uma vida saudável, repleta de alegria, amor, estabilidade e fertilidade! Bruxaria Natural – Uma Filosofia de Vida s 15


5. Segure o prato com sal ou terra diante deles para que ambos coloquem a mão direita sobre ele, enquanto você diz: Abençoados sejam pelo antigo e místico elemento terra! Que a deusa do amor, em toda a sua glória, abençoe vocês com o amor, a ternura, a felicidade e a compaixão pelo tempo que viverem! 6. Ponha novamente o prato sobre o altar. O casal deverá se voltar para o lado leste. Faça soar o sino do altar três vezes, envolva o casal com o incenso e diga: Abençoados sejam pela fumaça e pelo sino, símbolos do antigo e místico elemento ar! Que a deusa do amor, em toda a sua glória, abençoe vocês com a sabedoria, a comunicação e a harmonia pelo tempo que viverem! 7. Ponha novamente o incenso no altar. O casal deverá se voltar para o lado sul. Dê a cada um uma vela branca, que deverão segurar com a mão direita. Acenda as duas velas, apanhe a vareta do altar e segure-a acima do casal, enquanto diz: Abençoados sejam pela vareta e pela chama, símbolos do antigo e místico elemento fogo! Que a deusa do amor, em toda a sua glória, abençoe vocês com a harmonia, a vitalidade, a criatividade e a paixão pelo tempo que viverem! 8. Ponha novamente as velas e a vareta sobre o altar. O casal deverá se voltar para o lado oeste. Apanhe o cálice com água e salpique algumas gotas sobre a cabeça dos noivos, enquanto diz: Abençoados sejam pelo antigo e místico elemento água! Que a deusa do amor, em toda a sua glória, abençoe vocês com a amizade, a intuição, o carinho e a compreensão pelo tempo que viverem! 9. Ponha novamente o cálice com água sobre o altar. Unte a testa dos noivos com o óleo de rosas e segure o cristal de quartzo sobre eles, como símbolo sagrado do reino espiritual, enquanto diz: Que a deusa do amor, em toda a sua glória, abençoe vocês com a união, a honestidade e o crescimento espiritual pelo tempo que viverem! E que a magia do seu amor continue a crescer pelo tempo que permanecerem juntos no amor, pois o seu casamento é uma união sagrada dos aspectos feminino e masculino da Divindade! 10. Ponha novamente o cristal de quartzo sobre o altar e consagre as alianças com uma pitada de sal e algumas gotas de água, enquanto diz: Pelo sal e pela água eu purifico e limpo estes belos símbolos do amor! Que todas as vibrações negativas, impurezas e obstáculos sejam afastados daqui, e que penetre tudo o que é positivo, terno e bom! Abençoadas sejam estas alianças, em nome da divina deusa! Assim seja! Coven & Ritos de Passagem 16


11. O noivo coloca a aliança no dedo da noiva e a noiva coloca a aliança no dedo do noivo e, em seguida, trocam as promessas que escreveram um mês atrás; 12. Quando o casal tiver terminado de trocar suas promessas, consagre as duas cordas brancas da mesma forma como fez com as alianças. Segure as cordas lado a lado e faça com que o noivo segure a extremidade de uma e a noiva segure a extremidade da outra e deem um nó enquanto expressam o amor um pelo outro. Amarre-as pelo meio e diga: Pelos nós nestas cordas seja o seu amor unido! 13. Apanhe as duas cordas com os nós e amarre-as juntas nas mãos do noivo e da noiva. Visualize uma luz branca, emanada da energia da deusa, circundando e protegendo o casal, enquanto suas auras se unem em uma só. Todos os presentes na cerimônia emitem energias de alegria, cantando repetidamente: Amor! Amor! Amor! 14. Após ter centralizado o poder trazido aos noivos e ao casamento deles, permaneça em silêncio por alguns minutos. Depois retire as cordas das mãos deles e diga: Pelo poder da deusa e do seu consorte, eu os declaro marido e mulher pelo tempo que viverem! Que vivam juntos no amor! Assim seja! 15. Agradeça à deusa e ao deus e desfaça o círculo. Ponha a vassoura de palha no chão, em sentido horizontal, e peça aos noivos que pulem juntos e de mãos dadas por cima dela. Os convidados podem aplaudir os recém-casados e congratular-se com eles; 16. Ao terminar o ritual pagão de compromisso, as pessoas presentes festejam com o vinho consagrado e o bolo de compromisso, que é tradicionalmente cortado com a espada cerimonial do Coven. Casamento Celta – Handfasting – Bruxaria Natural Esta cerimônia nupcial é um rito de comprometimento de ligação espiritual, não legal, sempre realizada em uma área verde. Antes do início da celebração, toda a área onde será feito o compromisso deverá ser purificada com um incenso ou com uma tintura mágica de amor e prosperidade. Monte o altar e ponha sobre ele tudo o que será necessário para a cerimônia, como segue: Bruxaria Natural – Uma Filosofia de Vida s 17


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Uma vela rosa Uma vela azul Um incensário com incenso de flores Um prato com sal Um prato com açúcar Um prato com mel Pétalas de rosas Um sino Uma varinha mágica Um athame Um cálice com água para equilibrar o emocional dentro do casamento Coroas de flores Um cristal branco ou um quartzo róseo Um creme de massagem Uma corda para atar os noivos antes do banho de pétalas de rosas Uma vassoura de palha para servir de portal do círculo mágico Um bolo de compromisso

Vinho

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1. Trace um círculo com o athame, em sentido horário; 2. Após cada convidado ter sido abençoado com o incenso e as saudações, faça soar o sino que está sobre o altar, a fim de dar início à cerimônia; 3. Entrada das daminhas - música de Lorenna Mackenit; 4. Entrada dos facilitadores - música número 01; 5. Entrada dos noivos - música número 02. Coven & Ritos de Passagem 18


Mensagem de abertura: Seja qual for sua crença religiosa e situação socioeconômica, existe sempre a esperança de uma vida melhor. Hoje estamos aqui para celebrar a união do amor perfeito. Quando estamos verdadeiramente em estado de amor, tornamo-nos mais corajosos e ousados. O amor nos proporciona uma postura de aprendizes e nos concede a suprema sabedoria de dar e partilhar, como a união de duas pessoas que se amam e o encontro com a própria existência. Assim, perante a linda Lua Azul, da energia da Grande Mãe e do Grande Pai, elevo minha alma para poder, a partir deste momento, realizar a cerimônia de união de (o celebrante diz o nome da noiva e do noivo). Música número 03 – Que a partir deste momento vocês aprendam a repartir o mesmo teto e o mesmo pão para andarem juntos no caminho do amor. Que o Universo consagre a vocês a paz, a tolerância, a compreensão e a união. Assim seja! Assim será! (bênção com a varinha mágica) Música número 04 – Perfumamos o círculo sagrado e iluminamos o altar para que o amor se faça presente, juntamente com a energia da Lua. Nesta energia do elemento fogo, pedimos sua consagração pela ação, vitalidade, criatividade e paixão, pelo tempo que viverem essa união. Assim seja! Assim será! (bênção com as velas) Música número 05 – Pedimos ao elemento ar que purifique este casal, elimine os seus obstáculos e que penetre neles, neste momento, tudo o que for positivo. Assim seja! Assim será! (bênção com o incenso) Música número 06 – Pedimos ao elemento água toda glória, harmonia, carinho, compreensão, amizade e intuição, pelo tempo que viverem essa união! Que este vinho seja abençoado com a energia vital desse amor! Assim seja! Assim será! (bênção com o vinho) Música número 07 – Pedimos, neste momento, a colaboração dos anjos e dos elementais para que tragam paz e tolerância a este casal. Que este sal seja o símbolo da superação dos obstáculos e que o açúcar e o mel sejam o símbolo Bruxaria Natural – Uma Filosofia de Vida s 19


da paz e do bem-estar, além de representarem o amor e a fidelidade. Assim seja! Assim será! (bênção com o sal, o açúcar e o mel) Música número 08 – É chegado o momento em que este compromisso será perpetuado (o celebrante pergunta à noiva): Pela energia da Grande Mãe e do Grande Pai, aceita (o celebrante diz o nome do noivo) para caminharem juntos na estrada do amor? (o celebrante pergunta ao noivo): Pela energia da Grande Mãe e do Grande Pai, aceita (o celebrante diz o nome da noiva) para caminharem juntos na estrada do amor? (Os noivos trocam as coroas de flores) Com o creme de massagem, a noiva massageia os pés do noivo e o noivo massageia os pés da noiva, enquanto dizem juntos: • Juro que preservarei e respeitarei a individualidade do meu parceiro / da minha parceira, ao mesmo tempo em que nossa relação será construída; • Juro respeitar a tranquilidade de execução do meu parceiro / da minha parceira; • Juro respeitar a opinião e levar em conta as considerações do meu parceiro / da minha parceira; • Juro respeitar as nossas diferenças, sem julgá-las; • Juro que procurarei desenvolver o exercício do perdão com humildade; • Juro que farei da verdade um elo constante no nosso convívio; • Juro que, antes de marido e mulher, seremos amigos; • Juro que o diálogo será a maior e a mais bela melodia que entoaremos juntos; • Juramos que respeitaremos os nossos corpos e as nossas vontades. • Assim seja! Assim será! Música número 09 – Pedimos ao elemento terra que traga a este casal a segurança, a estabilidade, a ternura, a prosperidade e a felicidade pelo tempo que viverem juntos! Assim seja! Assim será! (bênção com o cristal branco ou o quartzo róseo e com as pétalas de rosas) Todos: Que o grande círculo da luz rosa e azul do amor se feche em torno de nós! Celebrante: Abençoado seja o amor em nós! Que este casal receba a energia da Lua e da Terra! Assim seja! Assim será! (O celebrante eleva as mãos na direção do casal, fecha os olhos e imagina uma luz dourada banhando a todos) Coven & Ritos de Passagem 20


Todos: Abençoados sejam pelo amor, pela união e pela paz, e recebam a luz dourada da prosperidade em todos os sentidos! Amor! Amor! Amor! Celebrante: Pelas leis universais, companheiros consagrados!

declaro

estes

Música número 10 – Terminado o rito de comprometimento, os convidados jogam arroz cru sobre os noivos. Em seguida, todos se abraçam e se beijam e se servem do vinho consagrado e do bolo de compromisso. Batismo Encantado: Apresentação da criança, até 07 anos de idade, aos 04 elementos • • •

Faça um círculo com carvão, sal em pedra e espadas-desão-jorge Acenda um incenso para purificar o ambiente Faça a abertura da cerimônia com a entoação de um mantra

O Sopro Divino está presente nas árvores, nos arbustos, nas ramagens, nos peixes e nas borboletas. Nove vezes o nome da criança é repetido ao vento. Nove vezes o nome da criança é repetido à água (azeite). Nove vezes o nome da criança é repetido ao fogo. Nove vezes o nome da criança é repetido à terra (ervas). • • •

Ungir a coroa da criança com os quatro elementos Em cada elemento se coloca um desejo relacionado com o seu elemento Encerramento da bênção: Assim seja! Assim será! Coven & Ritos de Passagem 21


Avaliação do Módulo 6 1. 2. Estudo? 3. 4. 5. 6. 7.

Explique, com suas palavras, o que é um Coven. Qual é a diferença entre um Coven e um Grupo de Como era formado o Coven na Idade Média? O que significa a palavra grove? Quais os graus que existem dentro de um Coven? O que é Hieros Gamos? Explique, com suas palavras, o que é um Handfasting.

Bibliografia . Coven – Criando e Organizando Seu Próprio Grupo Claudiney Prieto - Editora Global . Coven de Bruxos – Formando Seu Próprio Círculo - Edain Mccoy - Editora Global . Trabalho Mágico Para Coven - Edain Mccoy - Editora Global

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MÓDULO V ANO LUNAR E SABÁS

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MÓDULO V ANO LUNAR E SABÁS

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Porque o Sol e a Lua foram morar no Céu Esta história aconteceu faz muito tempo, tanto tempo que o Sol e a Lua ainda moravam na Terra. Um dia, o Sol e a Lua acordaram com tanta sede que resolveram visitar seus vizinhos, os pássaros selvagens, que costumavam guardar a água em potes grandes e pesados. Mas ao chegarem à casa dos pássaros, o Sol e a Lua foram proibidos de beber água. Desobedecendo, o Sol pegou um pote para levá-lo à boca e matar a sede. Mas aí o desastre aconteceu, pois o pote escorregou das suas mãos, quebrou-se e toda a água se perdeu. Os pássaros, muito bravos, saíram correndo atrás do Sol e da Lua, que fugiram e se esconderam numa cabana, no meio do mato, mas de nada adiantou porque foram descobertos. Foi aí então que o pior aconteceu. O Sol ficou tão quente de raiva, que os pássaros não aguentaram todo aquele calor e começaram, todos juntos, a abanar cada vez mais suas asas e a fazer um vento tão forte, que levantaram o Sol e a Lua até o Céu. Nunca mais o Sol e a Lua desceram de lá de cima (lenda mágica de adaptação de Mito Bakairi). CALENDÁRIO LUNAR Na Bruxaria há um calendário de 13 luas, ou seja, 13 períodos de 28 dias, o que permite criarmos uma harmonia entre a nossa energia e a energia do Universo. Para nós, mulheres, esse período vem acompanhado da nossa menstruação, cuja fase agradecemos à Mãe Terra por sermos mulheres. Por que 13 Luas? Segundo tradições antigas da Bruxaria, toda vez que a Lua muda de fase é porque a Deusa está nos abençoando. Por isso, devemos reverenciá-la com ritos mágicos para que nos tornemos pontos magnéticos de suas vibrações. Feitiços realizados durante a fase errada da Lua podem ser debilitados e não produzir nenhum resultado ou, possivelmente, produzir um resultado errado. A Roda da Lua é de aproximadamente 28 dias: Lua crescente, Lua cheia, Lua minguante e Lua nova. Dividindo o ano solar de 365 dias por 28 dias, encontramos o valor 13 como resultado da divisão, cuja sincronicidade faz o número 13 ficar simbolicamente harmonizado com os quatro elementos.

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Calendário Maia Não é só na Bruxaria que existe um calendário de 13 luas. Além do xamanismo ancestral, que possui um calendário dividido em 13 ciclos, na civilização maia havia um calendário representado pela Roda do Ano, com 13 fases lunares baseadas na Natureza. Para os maias, a Terra girava em torno do seu eixo para criar o dia e a noite. A Lua girava em torno da Terra através de suas fases cíclicas, cujo aspecto variava entre o tempo aparente e o tempo atual, de 27 a 29 dias. Assim, o período adotado para o ciclo lunar é de 28 dias. Para marcar o ano, a Terra faz um giro completo ao redor do Sol em 365 dias. Quando você divide o ano pelo número de luas, obtém 13 luas de 28 dias cada uma, mais um dia extra. Cada ano tem 52 semanas perfeitas. Cada lua se constitui de 04 semanas perfeitas, cada uma com 07 dias. Cada lua e cada ano começam num domingo e terminam num sábado. Estes são os ciclos que governam os aspectos físicos da vida. Para encontrar os aspectos espirituais do tempo, devemos considerar o firmamento. A “estrela” mais brilhante no Céu não é uma estrela, mas sim o planeta Vênus, que possui um ciclo de 260 dias. Os maias se referiam ao ciclo de Vênus como o Calendário Sagrado ou Tzolkin, que era constituído de pequenos ciclos de 13 e 20 dias cada um, formando um ciclo repetitivo de 260 dias. Hoje a estrela mais brilhante no Céu é Sirius. Da perspectiva da Terra, o Sol parece mover-se através do Céu contra a formação de estrelas. Quando o Sol nasce com a estrela Sirius, inicia-se o ciclo do ano. Esse dia corresponde a 26 de julho no calendário corrente. O início desse calendário está relacionado com esse evento cósmico. Nossos corpos também são codificados com os ciclos naturais do tempo. Homens e mulheres são reciclados a cada 28 dias por um ciclo chamado biorritmo. Possuímos 13 juntas no corpo físico, que nos proporcionam os movimentos, e 20 dedos nas mãos e nos pés. Portanto, somos a personificação do sagrado tempo natural. As 13 Luas Maias Lua Magnética do Morcego: de 26 de julho a 22 de agosto no calendário gregoriano; Coven & Ritos de Passagem 26


Lua Lunar do Escorpião: de 23 de agosto a 19 de setembro no calendário gregoriano; Lua Elétrica do Veado: de 20 de setembro a 17 de outubro no calendário gregoriano; Lua Autoexistente da Coruja: de 18 de outubro a 14 de novembro no calendário gregoriano; Lua Harmônica do Pavão: de 15 de novembro a 12 de dezembro no calendário gregoriano; Lua Rítmica do Lagarto: de 13 de dezembro a 09 de janeiro no calendário gregoriano; Lua Ressonante do Macaco: de 10 de janeiro a 06 de fevereiro no calendário gregoriano; Lua Galáctica do Falcão: de 07 de fevereiro a 06 de março no calendário gregoriano; Lua Solar do Jaguar: de 07 de março a 03 de abril no calendário gregoriano; Lua Planetária do Cachorro: de 04 de abril a 01 de maio no calendário gregoriano; Lua Espectral da Serpente: de 02 de maio a 29 de maio no calendário gregoriano; Lua Cristal do Coelho: de 30 de maio a 26 de junho no calendário gregoriano; Lua Cósmica da Tartaruga: de 27 de junho a 24 de julho no calendário gregoriano.

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A Lua em Nossa Vida Desde a antiguidade, a Lua exerce profundo fascínio na mente e na imaginação do homem e tem sido o principal tema de muitos mitos, lendas, poemas, canções e obras de arte. Considerada como o símbolo celeste do princípio feminino em várias tradições e culturas, a Lua era a própria Mãe Divina invocada em cultos e rituais para assegurar a fertilidade, o crescimento e a nutrição vegetal, animal e humana. Apesar de a Lua ser comumente conhecida como o mero satélite natural da Terra, sua relação com a Terra funciona como um sistema planetário binário, em que a Lua exerce esotericamente duplo papel. Enquanto uma face da Lua se volta para o Sol, como que conduzindo a luz espiritual, a outra face é atraída pela Terra pela sua dimensão física e material. Portanto, a Lua desempenha o papel de uma mediadora que reage às energias do Sol e da Terra, ocasionando os ciclos das transformações naturais e biológicas nos seres deste planeta e simbolizando o dilema e o desafio do ser humano em se equilibrar entre o espírito e a matéria. O padrão rítmico da Lua foi o modelo primordial dos calendários dos povos primitivos, que eram relacionados com o ciclo menstrual e o movimento das marés. Um dos Coven & Ritos de Passagem 28


primeiros calendários astrológicos conhecidos foi criado na Babilônia e se baseava no ciclo das lunações. Era chamado de As Casas da Lua, e o zodíaco era considerado o cinturão da Deusa Ishtar. Em muitas outras tradições as fases lunares são descritas como personificações da Deusa Lunar, em que a Lua crescente personificava o aspecto de Donzela, a Lua cheia o de Mãe e a Lua minguante o de Anciã. A própria Criação foi atribuída pelos gregos à dança da Deusa Eurinome, cujos movimentos teriam separado a luz da escuridão e os mares do Céu. O padrão energético da Lua é o primeiro a ser absorvido pelo filho no momento do nascimento, sendo depois ativado pelo contato com a mãe e pelas condições do mundo exterior. A partir do primeiro alento, a influência lunar irá permear todas as experiências da sua vida, definindo a estruturação e o desenvolvimento da sua personalidade. Enquanto o Sol astrológico representa a individualidade, a Lua revela a personalidade (a máscara social) e a maneira de responder às experiências e aos estímulos externos. O processo de autoconhecimento inclui explorar as profundezas da Lua (da personalidade) para encontrar a luz do Sol (a individualidade central). Quando o Sol e a Lua estão em equilíbrio, a combinação das suas energias permite a integração das frações divididas da psique, estabelecendo uma união harmônica das polaridades. A Lua atua como um receptor seletivo das impressões do mundo exterior, colocando em evidência e selecionando as que vamos responder conscientemente. Observamos a influência da Lua na mutabilidade das nossas reações às vivências cotidianas, pois ela nos protege e nos guia, ativando ou modificando nossos padrões habituais de comportamento. Pela posição da Lua no mapa natal identificam-se os padrões emocionais, o tipo e a qualidade dos relacionamentos, a maneira de responder às necessidades próprias e as dos outros e a expressão ou o bloqueio de talentos naturais, como a criatividade, a intuição e a inspiração. O elemento do signo astrológico em que a Lua estiver situada no mapa natal indica a capacidade de autonutrição, os padrões costumeiros da reação instintiva e o tipo de energia necessária para a adaptação às situações e aos ambientes. A maioria das pessoas conhece seu signo solar, ou seja, o signo do zodíaco em que o Sol estava “passando” na data do seu nascimento. Porém, Coven & Ritos de Passagem 29


muito poucos conhecem seu signo lunar, que é um importante dado astrológico, principalmente para as mulheres, cuja energia e ciclos fluem em função dos ritmos lunares. A mulher que conhece seu signo lunar e acompanha o movimento da Lua pelos seus signos e fases, poderá perceber não apenas suas flutuações de humor e seus ciclos biológicos, como também o aguçamento da sua sensibilidade e o aumento da sua percepção psíquica. Ela poderá, assim, tirar proveito dessas características ou, pelo contrário, proteger a sua vulnerabilidade. Enquanto o Sol leva um ano para percorrer a roda do zodíaco, a Lua a percorre em um mês, permanecendo cerca de dois dias e meio em cada signo. A passagem da Lua pelo signo solar individual reforça as características do nativo, aumentando seu poder pessoal. Pedidos, orações, rituais, firmações e encantamentos feitos no dia em que a Lua está no signo solar natal serão potencializados e sua realização será facilitada. A Lua nos signos da água enfatiza a necessidade de vivenciar e lidar com emoções e sentimentos, procurando evitar a vulnerabilidade afetiva e a hipersensibilidade. A vida é percebida através de um filtro emocional, fato que exacerba a empatia e dificulta a adaptação às mudanças. A Lua nos signos do ar intelectualiza os sentimentos e as emoções, colocando em primeiro plano o intelecto e reprimindo ou negligenciando os sentimentos. É necessário incentivar a expressão e a comunicação, tanto mental quanto emocionalmente, para conseguir evitar uma dicotomia e um consequente desequilíbrio interior. A Lua nos signos do fogo propicia uma resposta rápida e entusiasta e uma visão otimista perante a vida, podendo fluir com as mudanças, sem se apegar aos esquemas e à rotina. O desafio é representado pela impaciência, por ações impulsivas e precipitadas e atitudes egocêntricas e hedonistas. A Lua nos signos da terra incentiva a busca da segurança, da estabilidade, do enraizamento e da praticidade. Atitudes, convicções e valores dependem das percepções sensoriais e do contato com o mundo tangível. Deve ser avaliada e vencida a insegurança com relação aos sentimentos, às emoções e à aceitação Coven & Ritos de Passagem 30


pessoal e social. Podem ser percebidas uma resistência às mudanças e uma permanente preocupação com a realização profissional. Existem outros pontos lunares de “poder” ao longo do ano. Anualmente, cada pessoa terá uma Lua cheia e uma Lua nova no seu signo solar. A Lua nova representa um convite à introspecção, à contemplação e ao alinhamento espiritual. Como geralmente acontece perto do aniversário, essa fase pode ser usada como uma preparação para o seu retorno solar, que é o novo ciclo que se estende de um aniversário até o próximo. Já a Lua cheia convida para a celebração e a colheita das realizações e conquistas, bem como para a oportunidade de direcionar a criatividade ampliada para novas metas. Como a Lua passa por todas as suas fases em todos os signos zodiacais, é importante também saber quando acontecerão a Lua crescente e a Lua minguante no seu signo solar. A Lua crescente é propícia para se iniciar um projeto, mudança ou viagem, enquanto que a Lua minguante representa um momento de reflexão e avaliação das experiências e dos aprendizados, favorecendo o desapego ritualístico das perdas, decepções, mágoas e dores. Egrégora do Calendário Lunar A Lua exerce grande influência sobre a Natureza e o ser humano. Durante muito tempo ela foi considerada como o símbolo da Grande Mãe, que influenciava nas decisões dos povos primitivos a respeito dos ritos sagrados, danças, caça e pesca. Na tradição céltica, o símbolo Triskle simboliza as três fases da mulher, de acordo com as fases da Lua: Lua crescente > donzela; Lua cheia > mãe; Lua minguante > anciã. Durante seu passeio ao redor da Terra, a Lua também gira em torno do seu próprio eixo, formando suas quatro fases , a esse processo chama-se lunação. Lua crescente: Fase em que a Lua aparece no Céu como um C crescente a cada dia, quando sua parte visível aumenta gradativamente. É um período ideal para a prosperidade e o início de um trabalho. O casal que começa a namorar nessa fase dificilmente se separa. Nessa fase, a Lua age sobre os talos das plantas.

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Lua cheia: Fase em que a Lua aparece no Céu como uma bola brilhante e maravilhosa, mostrando à Terra a sua face inteiramente iluminada pelo Sol. É um período ideal para o amor, a maternidade, as magias e muita diversão. No trabalho, o sucesso está garantido. No amor, podem surgir algumas brigas, mas o casal não se separa. Nessa fase, a Lua age sobre as flores e os frutos das plantas. Lua minguante: Fase em que a parte visível da Lua diminui gradativamente. É um período ideal para banir da vida tudo o que não se quer mais e tudo o que incomoda espiritualmente. No trabalho, a fase requer pessoas realistas. No amor, as pessoas se aceitam como são. Essa fase da Lua é propícia para a colheita das plantas. Lua nova: Fase em que a Lua não aparece no Céu porque tem a sua face obscura voltada para a Terra. É um período de descanso e preparação para um novo ciclo. No trabalho, é preciso meditar sobre novos projetos. No amor, é uma fase inadequada para encontros amorosos. Nessa fase, a Lua age sobre as raízes das plantas. Na Bruxaria, o ano é dividido de acordo com as fases da Lua, criando-se assim o Calendário das 13 Luas para que a conexão com a energia lunar seja ampliada. A Lua tem quatro fases: crescente, cheia, minguante, nova. A esse período de quatro fases se dá o nome de Lunação, que sempre é iniciada no primeiro dia da fase nova da Lua e perdura até o primeiro dia da próxima fase nova da Lua, pois a lunação é o tempo entre duas luas novas consecutivas. Ao entrarmos em harmonia com a força e a energia de cada fase lunar, harmonizamos o nosso dia a dia e, consequentemente, a nossa vida. Nós, bruxas, fazemos Coven & Ritos de Passagem 32


essa harmonização através do nosso altar, pois é nele que criamos um centro energético por meio de objetos, ervas e outros atributos que nos sintonizem melhor com a energia lunar. Realizamos também rituais com velas e incensos, preparamos banhos e confeccionamos talismãs mágicos. Não é preciso colocar sobre o altar todos os atributos ao mesmo tempo. Podemos usá-los de acordo com a nossa necessidade do momento, pois, na verdade, o que mais precisamos é nos sintonizar com a energia da Lua. Podemos também usar a criatividade e a imaginação, mudando às vezes a cor da toalha que forra o altar e trocar o aroma do incenso que acendemos durante a nossa harmonização. Para se harmonizar com a Egrégora do Calendário Lunar, você pode optar pela criação do seu próprio calendário pessoal, escolhendo uma data que simbolize algo muito importante e positivo em sua vida, como o dia do seu aniversário, o dia da sua iniciação à Bruxaria, o ano-novo ou o ano-novo celta. A partir da próxima Lua cheia ou Lua nova, você começará um calendário, seguindo a ordem abaixo, e passará a realizar os seus feitiços e rituais com a utilização dos atributos que disponibilizou. Para se harmonizar com a energia lunar, você deve: 1. Preparar o seu altar; 2. Acender um incenso; 3. Preparar o seu banho, visualizando seu desejo de acordo com a energia lunar; 4. Levar ao altar os ingredientes que serão usados no seu banho; 5. Abrir o círculo energético de proteção; 6. Acender duas velas; 7. Separar as duas velas para abrir o portal; 8. Realizar o seu ritual, entrando em sintonia com a energia lunar; 9. Consagrar o seu banho; 10. Fechar o portal, juntando as velas; 11. Agradecer e fechar o círculo; 12. Retirar-se e, em seguida, tomar seu banho.

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Como trabalhar nas Lunações Primeira Lunação: Há tradições que chamam a primeira lunação de Lua dos Antepassados, Lua Casta, Lua Distante, Lua Fria, Lua do Lobo, Lua da Neve. Há uma lenda antiga que diz que a primeira fase da Lua cheia da primeira lunação do ano protege as crianças. Atributos da primeira lunação Animais: Coiote (aprendizagem), raposa (cautela) Cores: Azul, branco, violeta Deidades: Freya, deusa nórdica; Hera, deusa grega; Inanna, deusa suméria; Sarasvati, deusa hindu. Estas deusas regem a fertilidade e os relacionamentos amorosos. Espíritos da Natureza: Gnomos, elementais da terra Essência: Almíscar Flor: Açafrão, lírio-branco Pedras: Crisoprásio, granada, ônix Plantas para honrar a primeira lunação: Castanhas, manjerona Energias trabalhadas na primeira lunação • Problemas pessoais que não envolvam mais ninguém • Proteção à família • Proteção pessoal Rituais : Para reavaliar assuntos antigos; descartar aquilo que não serve mais; purificar emoções e ambientes; harmonizar a vida familiar e o lar; atrair energias positivas (saúde, abundancia, equilíbrio, harmonia, segurança, realização para o Ano Novo); conectar-se aos arquétipos femininos; meditações com as Deusas. Mentalização : Projeção de luz branca ou violeta para as pessoas ou as situações em sua vida que lhe provocam magoas, tristezas, insegurança, medo e raiva. Coven & Ritos de Passagem 34


Afirmação : “Liberto-me de todo o negativismo que me bloqueia em relação aos outros e a vida.” A MATRIARCA DA PRIMEIRA LUNAÇÃO ( VISÃO DO XAMANISMO) E “Aquela que fala com todos os seres”, a guardiã do aprendizado da verdade, do tempo e das estações. Ela nos ensina nosso parentesco com todos os seres da criação e a necessidade de honrar a verdade de cada ser. respeitando os direitos de todas as formas de vida e abrindo o coração. Sua sabedoria esta na sintonia com os ritmos da vida e no uso dos quatro elementos para alcançar o equilíbrio. ! Para todos os banhos: Citarei apenas os ingredientes de cada banho porque todos os banhos descritos nas 13 lunações devem seguir o mesmo modo de preparo. Cada banho deve ser preparado e tomado na hora da entrada da Lua, ou até no máximo 12 horas antes da hora da entrada da Lua, ou até no máximo 12 horas após a hora da entrada da Lua. Os aniversariantes do mês podem repetir o banho na entrada da Lua cheia de todos os meses, respeitando o limite das horas. Os não aniversariantes do mês podem preparar 12 saquinhos ou, para melhor conservação, 12 potinhos escuros na hora da entrada da Lua cheia, respeitando o limite das horas, e a cada mês seguinte, até completar 12 meses, tomar o banho que está pronto e guardado no saquinho ou no potinho escuro, sempre respeitando o limite das horas da entrada da Lua. Coven & Ritos de Passagem 35


Banho para proteção no amor Deve ser preparado e tomado durante a Lua cheia da primeira lunação: 01 litro de água mineral 04 gotas de óleo de almíscar 04 gramas de flores de jasmim 04 gotas de lavanda 04 gramas de folhas de verbena 04 rosas vermelhas Poção mágica para proteção no amor Deve ser preparada durante a Lua cheia da primeira lunação. Misture tudo no álcool de cereais, enterre o vidro na terra por 28 dias e utilize a poção somente na lunação seguinte: 01 litro de álcool de cereais 04 gotas de óleo de almíscar 04 gramas de flores de jasmim frescas ou secas 04 gotas de lavanda 04 gramas de folhas de verbena frescas ou secas 04 rosas vermelhas frescas ou secas Segunda Lunação: Há tradições que chamam a segunda lunação de Lua da Busca do Conhecimento, Lua Estimulante, Lua da Fome, Lua de Gelo, Lua da Tempestade. Atributos da segunda lunação Animais: Águia (visão ampla), unicórnio (centralidade e força) Cores: Azul-claro, violeta Deidades: Afrodite, deusa grega; Brigid, deusa celta; Deméter, deusa grega; Diana, deusa romana da Lua; Juno, deusa romana; Kuan Yin, deusa chinesa da compaixão. Estas deusas regem a cura, a família e a magia. Espíritos da Natureza: Fadas, elementais do ar e da terra Coven & Ritos de Passagem 36


Essência: Eucalipto Flor: Dama-da-noite Pedras: Ametista, cristal, jaspe Plantas para honrar a segunda lunação: Mirra, sálvia Energias trabalhadas na segunda lunação • Abrir os caminhos para novos relacionamentos • Cura • Crescimento • Perdoar a si mesmo • Planejar o futuro • Purificação Rituais: De limpeza e purificação; remoção dos resíduos energéticos do passado para preparar o corpo, a mente e o espírito para novas lições e experiências espirituais; iniciação ou confirmação de seu caminho espiritual; irradiação de amor e luz para amigos, familiares, o pais e o planeta; cura e abertura do coração; fortalecimento interior, ativando a coragem, a forca de vontade e a independência; ativação da intuição e energização pela luz solar. Mentalização : Visualizar um feixe de luz dourada ligando você a seu Eu Divino, trazendo a tona seu potencial criativo e libertando-a de qualquer dependência ou limitação. Afirmação : ‘’Sinto-me conectada ao Divino e irmanada com toda a humanidade”. A MATRIARCA DA SEGUNDA LUNAÇÃO E a guardiã da sabedoria, a guardiã das tradições sagradas e da memória planetária. Ela nos ensina a encontrar a sabedoria, tornando-nos receptivos aos pontos de vista dos outros e aprendendo com as experiências alheias. Aceitando a verdade e o espaço sagrado de cada ser expandiu a noção da família planetária e reafirmamos nossos laços com todos nossos irmãos de criação. Coven & Ritos de Passagem 37


Banho para perdoar a si mesmo (a) ou perdoar mais os outros Deve ser preparado e tomado durante a Lua minguante: 01 litro de água mineral 09 cravos-da-índia 09 folhas de Artemísia 09 folhas de bálsamo 09 folhas de boldo-do-chile 09 folhas de carqueja 09 folhas de eucalipto 09 raízes de lótus Ritual para recomeço Este ritual deve ser feito com amor. Ele tanto serve para relacionamentos como para outras áreas da sua vida, e pode ser feito em qualquer mês e em qualquer fase da Lua: 1. Acenda uma vela de cor branca 2. Desenhe uma estrela de cinco pontas em um papel virgem 3. Acenda um incenso de cravo 4. Passe óleo de lótus em suas mãos 5. Peça o que você deseja recomeçar Terceira Lunação: Há tradições que chamam a terceira lunação de Lua dos Cegos, Lua do Corvo, Lua da Larva, Lua do Olho Interior, Lua da Seiva, Lua da Semente, Lua da Tempestade. Atributos da terceira lunação Animal: Javali (imortalidade e soberania) Cor: Verde-claro Deidades: Ártemis, deusa grega; Átena, deusa grega; Cibele, deusa trácia; Hécate, deusa grega; Ísis, deusa egípcia; Minerva, deusa romana; Morrigan, deusa irlandesa. Estas deusas regem o conhecimento, as lutas e a sabedoria. Coven & Ritos de Passagem 38


Espíritos da Natureza: Sereias, elementais da água Essências: Flor de macieira, madressilva Flores: Narciso, violeta Pedras: Água-marinha, hematita Planta para honrar a terceira lunação: Musgo Energias trabalhadas na terceira lunação • Crescimento • Encarar a verdade e esquecer as ilusões • Prosperidade Rituais : Para promover a cura das pessoas, dos animais, das instituições ou da natureza; ativar novas sementes, idéias, iniciativas ou projetos; descartar a negatividade e os complexos de inferioridade; mudar atitudes, como substituir a crítica pela aceitação e o rancor pela compaixão, invocando a Deusa Kwan Yin; jornada xamânica para buscar seus animais de poder invocando as Deusas das florestas e seus guardiões; conexão com os elementos, forcas e seres da natureza. Mentalização: Visualizar-se banhada por uma luz verde brilhante, removendo todos os pontos escuros e obscuros de sua vida. Em seguida, sinta seu chacra cardíaco se ampliando e vibrando com a chama rosa do amor. Afirmação : “Tenho amor e compaixão por mim mesma (o) e por tudo aquilo que me cerca”.

A MATRIARCA DA TERCEIRA LUNAÇÃO E “Aquela que avalia a verdade”, a guardiã da justiça que ensina os princípios da Lei Divina, a lei da ação e reação, o reconhecimento de nossa força e a aceitação de nossa fraqueza, mostrando-nos como avaliar as situações com imparcialidade, aceitando a verdade sem ferir ninguém. Banho para a prosperidade Deve ser preparado e tomado durante a Lua crescente ou durante a Lua cheia: Coven & Ritos de Passagem 39


08 grãos de amendoim 08 paus de canela pequenos 08 pedras de citrino pequenas 08 grãos de feijão 08 sementes de girassol 08 pedaços de casca de laranja pequenos 08 folhas de louro 08 rosas amarelas Quarta Lunação: Há tradições que chamam a quarta lunação de Lua Cor-de-rosa, Lua do Crescimento, Lua da Lebre, Lua da Relva Verde, Lua do Semeador, Lua da Semente, Lua das Vozes do Mundo. Atributos da quarta lunação Animais: Lobo (fidelidade e generosidade), urso (amizade e força) Cores: Ouro, vermelho Deidades: Bast, deusa egípcia; Ceres, deusa romana; Hathor, deusa egípcia; Kali, deusa hindu; Vênus, deusa romana. Estas deusas regem as mudanças. Espíritos da Natureza: Fadas, elementais do ar e da terra Essências: Louro, pinho Flor: Margarida Pedra: Quartzo róseo Plantas para honrar a quarta lunação: Cebolinha, gerânio, manjericão Energias trabalhadas na quarta lunação • Confiança • Egoísmo • Lapidar o temperamento • Mudança Coven & Ritos de Passagem 40


Rituais : Para favorecer a renovação, recomenda-se uma limpeza fluídica (pessoal, no ambiente de trabalho, no carro e na casa), medita,coes e reavaliações de sua atuação pessoal, profissional e sentimental; exercícios para harmonização e equilíbrio (respiração, mantras, yoga, tai chi chuan); reconciliação dos; opostos (Eu/o outro, animus/anima, ação/repouso, combatividade/ diplomacia, trabalho / relacionamentos, desejo /aceitação); fortalecimento da luz interior. Mentalização: Visualizar uma luz Azulada, harmonizando as áreas de conflito de sua vida, transmutando a raiva e criando o equilíbrio. Imagine depois seu coração envolto em uma chama rosa que traz a cura das antigas feridas e dores. Afirmação : “Liberto-me do sofrimento causado por antigos relacionamentos e abro meu coração para receber e dar o verdadeiro amor.” A MATRIARCA DA QUARTA LUNAÇÃO E “Aquela que vê longe”, a guardiã dos sonhos. Ela nos ensina a usar a forca de nossos pensamentos e sentimentos para alcançar os resultados almejados. Ela também nos mostra o valor de nossos sonhos e nos guia para us armo s nossa habilidade no descobrimento e desenvolvimento de nosso potencial pessoal. Banho para expulsar energias negativas Deve ser preparado e tomado durante a Lua minguante: 07 gramas de cedro 07 folhas de eucalipto 07 folhas de malva 07 gramas de mirra 07 gramas de pinho 07 gramas de sálvia 07 pedras pequenas de turmalina negra ou ônix

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Quinta Lunação: Há tradições que chamam a quinta lunação de Lua Alegre, Lua Brilhante, Lua do Contar Histórias, Lua Flor, Lua do Plantio, Lua do Retorno dos Sapos. Atributos da quinta lunação Animais: Cisne (fidelidade e graça), gato (sensualidade), leopardo (conhecimento do subconsciente) Cores: Marrom, rosa, verde Deidades: Afrodite, deusa grega; Ártemis, deusa grega; Bast, deusa egípcia; Maia, deusa romana; Vênus, deusa romana, Deusa Pele, deusa Havaiana . Estas deusas regem a alegria e a beleza. Espíritos da Natureza: Elfos, elementais da terra Essências: Rosa, sândalo Flores: Lírio, rosa Pedras: Âmbar, cornalina, esmeralda, malaquita Plantas para honrar a quinta lunação: Artemísia, menta, rosa, tomilho Energias trabalhadas na quinta lunação • Contato com as fadas e com outros seres sobrenaturais • Criatividade • Intuição • Propagação Rituais: Para descartar padrões comportamentais ultrapassados; livrar-se de dependências e apegos; “trocar de pele”, despertar a energia kundalinica e direciona-la para sua evolução espiritual; purificação dos sentimentos negativos; reconhecimento, aceitação e integração da “sombra”; sauna sagrada, meditações em busca de energias Coven & Ritos de Passagem 42


transmutadoras, viagens xamânicas para grutas ou vulcões; queima das larvas astrais e dos resíduos energéticos (papeis, objetos); oferendas para a deusa Pele. Mentalização: Imagine-se absorvendo a energia curativa dos planos espirituais e direcione-a para aqueles setores de sua vida que você precisa transformar. Afirmação: “Liberto-me de todos os ressentimentos que acumulei e reconheco meu poder, tornando-me capaz de transformar minha vida”.

A MATRIARCA DA QUINTA LUNAÇÃO E “Aquela que ouve”, a guardiã do silencio. Seu ensinamento é silenciar para ouvir as mensagens do nosso interior, da natureza, dos Mestres, do Criador Encontraremos, assim, a calma e a paz necessárias para avaliar, ordenar e transformar nossa vida. Perfume encantado para trazer boas energias Deve ser preparado durante a Lua crescente ou durante a Lua cheia: 1/2 litro de água destilada 125 ml de álcool de cereais 01 colher de chá de baunilha 28 gramas de glicerina 01 gota de óleo de limão 01 gota de óleo de rosas Modo de preparo: Adicione o Álcool em um frasco de vidro escuro. Em seguida adicione as Essências, a glicerina e o fixador. Tampe o frasco e agite bem. Adicione a água, tampe bem o frasco e agite. Deixe na geladeira em dias alternados, (dia sim - dia não) por sete dias. Depois dos sete dias, filtre o produto com filtro de papel. Envase o perfume nos vidros. O fixador é opcional, a qualidade de fixação da Essência é o mais importante. Evite utilizar recipientes Coven & Ritos de Passagem 43


e embalagens de plástico, o plástico pode interferir no cheiro do produto. É recomendável que você tenha um recipiente (frasco de vidro Âmbar) dedicado apenas para um determinado perfume. A reutilização dos frascos com outro tipo de perfume pode alterar o cheiro do perfume. Cuidado: o Álcool é inflamável, não manuseie perto do fogo. Mantenha longe do alcance de crianças. Sexta Lunação: Há tradições que chamam a sexta lunação de Lua dos Amantes, Lua dos Cavalos, Lua da Engorda, Lua dos Labirintos, Lua de Mel, Lua dos Prados, Lua da Rosa, Lua do Sol. Atributos da sexta lunação Animais: Borboleta (autotransformação), macaco (inteligência), pavão (beleza e coragem), sapo (evolução e limpeza) Cores: Laranja, verde dourado Deidades: Cerridwen, deusa celta; Ísis, deusa egípcia; Isthar, deusa assírio-babilônica; Neith, deusa egípcia. Estas deusas regem a firmeza de decisões e a inspiração. Espíritos da Natureza: Silfos, elementais do ar Essências: Lavanda, lírio-do-vale Flores: Lavanda, orquídea Pedras: Ágata, alexandrina, fluorita, topázio Plantas para honrar a sexta lunação: Salsinha, verbena

• • •

Energias trabalhadas na sexta lunação Fortalecimento Prevenção Proteção

Rituais: Para a complementação das polaridades e integração da dualidade (casamento interior, harmonizando os opostos); direcionamento da energia física e mental para Coven & Ritos de Passagem 44


um determinado objetivo; viagens xamânicas para encontrar seus animais de poder e contatar a Amazona interior; homenagens e conexão com as Deusas das florestas e dos animais, reconhecendo e equilibrando seu lado instintivo e a necessidade da liberdade interior e exterior; jornadas xamânicas, “busca da visão”, oferendas para os Seres da Natureza, praticas de centramento e equilíbrio. Mentalização e afirmação: “Abro-me para novos conhecimentos e abandono minha inquietação e dispersão.”

A MATRIARCA DA SEXTA LUNAÇÃO E “A Contadora de Historias” que, por meio de seus contos, ensina o relacionamento correto com nossos irmãos de criação, como usar o humor para afastar os medos, como equilibrar o sagrado e o profano e preservar a tradição oral de nossos ancestrais. Ritual para a prosperidade As seguintes frases devem ser escritas em pedaços de papel e distribuídas pela casa inteira, onde deverão permanecer durante toda a sexta lunação: • A prosperidade anda sempre comigo • Eu mereço o amor • Sou iluminada e mereço a felicidade • A plenitude sempre habitará esta casa • Trago luz para a minha vida • Energias do bem me protegem • Eu mereço o melhor • Estou conseguindo tudo com facilidade • Sou um canal aberto de energia criativa • Sempre chego na hora certa e no lugar certo, e sempre me empenho com sucesso na atividade certa. • Agradeço por minha vida de saúde, de riqueza, de felicidade e de plena expressão da minha personalidade, das minhas ideias e dos meus talentos • Uma ilimitada riqueza está na minha vida • Agora dou e recebo amor livremente Coven & Ritos de Passagem 45


Banho para o amor Deve ser preparado e tomado durante a Lua cheia: 01 litro de água mineral fervida 01 colher de mel 04 punhados de ilangue-ilangue 04 punhados de jasmim 04 punhados de lavanda 04 punhados de patchuli 04 punhados de verbena 04 rosas Sétima Lunação: Há tradições que chamam a sétima lunação de Lua da Bênção, Lua do Feno, Lua do Gamo, Lua das Plantas, Lua da Proclamação, Lua de Sangue, Lua das Sereias, Lua do Trovão. Atributos da sétima lunação Animais: Golfinho (harmonia e pureza), tartaruga (estabilidade) Cores: Cinzento, prata Deidades: Cerridwen, deusa celta; Hel, deusa escandinava; Holda, deusa nórdica; Juno, deusa romana; Néftis, deusa egípcia. Estas deusas regem a proteção e o desenvolvimento da espiritualidade. Espíritos da Natureza: Duendes, elementais da terra Essências: Lírio, olíbano Flores: Jasmim, lótus Pedras: Ágata, pérola, selenita Planta para honrar a sétima lunação: Madressilva Energias trabalhadas na sétima lunação • Adivinhação • Espiritualidade • Sonhos • Sucesso Coven & Ritos de Passagem 46


Rituais : Para reverenciar a Grande Mãe, a Mãe Terra e as ancestrais; honrar a fertilidade e a maternidade, da Terra ou da mulher; gerar, incentivar e fortalecer novos projetos e pianos; remover as energias bloqueadas, cristalizadas ou ultrapassadas, das lembranças, dos ambientes, das pessoas ou dos relacionamentos; enviar vibra ,coes de cura para a Terra. Mentalização : Visualize-se como se fosse uma arvore, cujas raízes estao firmemente entranhadas na terra, de onde extrai sua nutrição e sustentação, enquanto que suas folhas captam a energia cósmica e a luz lunar. Afirmação : “Sinto-me perfeitamente segura, liberta das preocupações e influencias negativas do passado. A Grande Mãe me apoia e ilumina sempre.”

A MATRIARCA DA SÉTIMA LUNAÇÃO E “Aquela que ama todas as coisas”, a guardiã do amor incondicional. Ela ensina o amor e a compaixão em todas as manifestações da vida. Amar o self sem restrições, quebrar os padrões impostos de dependências, ajudara nossa criança a interior a aceitar e dar amor, curando as feridas do passado. Banho para atração Deve ser preparado e tomado durante a Lua crescente ou durante a Lua cheia: 01 litro de água mineral 01 colher de chá de açúcar 07 cravos-da-índia 01 folha de louro 01 colher de sopa de mel 01 colher de café de noz-moscada Oitava Lunação: Há tradições que chamam a oitava lunação de Lua da Cevada, Lua das Disputas, Lua da Loba, Lua do Milho, Lua Quando as Cerejas Ficam Pretas. Coven & Ritos de Passagem 47


Atributos da oitava lunação Animais: Dragão (proteção dos quatro elementos), falcão (precisão), fênix (renascimento), leão (poder e prosperidade) Cores: Amarelo, ouro Deidades: Diana, deusa romana; Hécate, deusa grega; Nêmesis, deusa grega. Estas deusas regem o retorno com justiça e protegem as bruxas. Essência: Olíbano Espíritos da Natureza: Salamandras, elementais do fogo Flores: Girassol, madressilva Pedras: Ágata, cornalina, jaspe Plantas para honrar a oitava lunação: Angélica, arruda, camomila, erva-doce, laranja Energias trabalhadas na oitava lunação • Amizade • Apreciação • Colheita • Encontros • Saúde Rituais: Celebrado com fogueiras, festas da colheita e a dança do Sol, pode-se usar o fogo como elemento purificador e ativador das mudanças, para queima de resíduos, oferendas de grãos e danças ao redor da fogueira. Recomendam-se irradiações de luz em beneficio dos projetos comunitários, apos os rituais de cura pessoal, com energização, fortalecimento da vontade e do poder pessoal e Avaliam-se as amarras e os obstáculos que impedem a expressão e a realização pessoal, bem como a interação e a cooperação com o grupo ou a comunidade. Mentalização: Medite a respeito de alguma contribuição que possa fazer para o mundo, visualizando-se conectado Coven & Ritos de Passagem 48


as pessoas que possam proporcionar ou participar desse projeto. Afirmação: “Abro mão dos interesses pessoais pelo bem de todos e liberto-me da rebeldia desnecessária, confiando em minha capacidade plena.” A MATRIARCA DA OITAVA LUNAÇÃO E “Aquela que cura”, a guardiã das artes curativas e dos ritos de passagem. Ela mostra a humanidade que cada ato da vida e um passo no caminho da cura. Abrindo mão dos julgamentos e condicionamentos do passado, seremos capazes de curar o medo do futuro e iniciar um novo ciclo por meio de um rito de passagem. Banho para estimular sua colheita Deve ser preparado e tomado durante a Lua crescente ou durante a Lua cheia: 01 litro de água mineral Angélica Camomila Um punhado de pétalas de girassol Laranja descascada Várias folhas de louro Noz-moscada Nona Lunação: Há tradições que chamam a nona lunação de Lua da Cantoria, Lua da Colheita, Lua da Risada de Afrodite, Lua do Vinho. Atributos da nona lunação Animal: Cobra (cura e regeneração) Cores: Amarelo, marrom Deidades: Belili, deusa suméria; Ceres, deusa romana; Deméter, deusa grega; Ísis, deusa egípcia. Estas deusas regem a fartura e a fertilidade. Coven & Ritos de Passagem 49


Espíritos da Natureza: Fadas, elementais do ar e da terra Essências: Bergamota, gardênia Flores: Lírio, narciso Pedra: Olivina Plantas para honrar a nona lunação: Erva-doce, trigo, valeriana Energias trabalhadas na nona lunação • Limpeza • Organização Rituais: Para celebrar a abundancia da colheita, exterior e interior; proporcionar a abertura da percepção psíquica em viagens astrais ou xamânicas, canalizações, radiestesia ou oráculos; oferendas para os seres da natureza e a Mãe Terra; purificação com água do mar; irradiação em beneficio das áreas poluídas ou desequilibradas do planeta; invocação da compaixão divina para curar a humanidade, por intermédio de Maria e de Kwan Yin. Mentalização: Esvazie a mente para sentir a liga,cao com o plano divino. Concentre-se em sua respiração e entoe o mantra OM, irradiando paz e luz para o planeta e para a humanidade. Afirmação: “Sinto-me conectada (o) ao Divino e desapego-me de todo o supérfluo.” A MATRIARCA DA NONA LUNAÇÃO E “A Mulher do Sol Poente”, a guardiã das gerações futuras. Ela nos ensina a encontrar a verdade pessoal, encarando o futuro sem medo e manifestando nossas visões na Terra. Somos responsáveis pelas próximas sete gerações e não devemos lhes deixar um legado negativo, doentio ou fragmentado. Banho para organizar os pensamentos Algumas folhas de arruda Calêndula Flores de camomila Erva-doce 02 ramos de trigo Coven & Ritos de Passagem 50


Décima Lunação: Há tradições que chamam a décima lunação de Lua da Cura, Lua do Derramamento, Lua da Folha Caída, Lua da Mudança de Estação, Lua de Sangue.

Atributos da décima lunação Animais: Alce (resistência e responsabilidade), bode (sensitividade), elefante (longevidade) Cor: Azul-escuro Deidade: Lakshmi, deusa hindu da fortuna e da prosperidade Espíritos da Natureza: Fadas, elementais do ar e da terra Essências: Cereja, morango Flores: Calêndula, cravo-de-defunto Pedras: Opala, turmalina, turquesa Plantas para honrar a décima lunação: Angélica, bardana, poejo, tomilho Energias trabalhadas na décima lunação • Carma • Purificação interior • Reencarnação Rituais : Para entrar em contato com sua força interior, aprender a lidar com a raiva ou o medo, a agressividade ou a desistência, saber quando lutar ou negociar. E uma data propicia para a descoberta e liberação, por meio da catarse, das emoções reprimidas ou dos bloqueios energéticos, queimando papeis ou galhos na fogueira, dançando ou gritando ou para curar as feridas emocionais do passado, encenando o mito do Graal e respondendo a pergunta “O que me aflige realmente?”. Coven & Ritos de Passagem 51


Mentalização: Visualize uma bola de energia vermelha trazendo a tona qualquer energia bloqueada ou raiva reprimida, direcionando-a para ser transmutada depois pela terra. Afirmação: “Liberto-me de toda a raiva que me intoxica e canalizo minha energia para fins construtivos.” A MATRIARCA DA DÉCIMA LUNAÇÃO E “Aquela que tece a teia”, a guardiã da força criativa que nos ensina a desenvolver nossas habilidades, destruindo as limita,coes, saindo da estagnação e materializando nossos sonhos. Nossa criatividade e determinada por nossa capacidade de sonhar e usar nossa imaginação Receita de defumador 01 colher de sopa de café 01 colher de sopa de chá-mate Fumo de um cigarro Banho para transmutação de energia Deve ser preparado e tomado em qualquer fase da Lua da décima lunação: 01 litro de água mineral 01 colher de sal 13 flores de gerânio 13 folhas de hortelã 13 flores de violeta 13 folhas de violeta Décima Primeira Lunação: Há tradições que chamam a décima primeira lunação de Lua Ancestral, Lua Azul, Lua da Caçada, Lua dos Caçadores, Lua dos Mortos, Lua dos Sonhos. Atributos da décima primeira lunação Animais: Cão (fidelidade), lobo (proteção), morcego (habilidade mágica e iniciação), porca (confiança e fé) Coven & Ritos de Passagem 52


Cores: Branco, preto, roxo Deidades: Cerridwen, deusa celta; Cibele, deusa oriental; Circe, deusa grega; Hel, deusa escandinava; Kali, deusa hindu; Néftis, deusa egípcia. Estas deusas regem as cavernas, as encruzilhadas e a morte. Espíritos da Natureza: Seres que portam mensagens entre os mundos Essências: Alecrim, cálamo, lilás Flores: Crisântemo, dália Pedras: Lágrima-de-apache, obsidiana, ônix Plantas para honrar a décima primeira lunação: Absinto, anis-estrelado, Artemísia, gengibre, noz-moscada Energias trabalhadas na décima primeira lunação • Comunhão com os mortos • Lembrança • Liberação • Libertação de emoções e de memórias velhas e negativas Rituais : Para abandonar velhos hábitos ou resíduos dolorosos de antigos relacionamentos ou vivencias; meditações sobre as mudanças necessárias para ampliar sua consciência e reverenciar os ancestrais; fortalecimento da vontade para alcançar seus objetivos (encantamentos, talismãs, afirmações, exercícios de centramento); ritos de passagem para separações, menopausa, viuvez e cirurgias com retirada de órgãos; contato com o corpo e a terra; invocações para saúde e prosperidade; meditações sobre a morte e conexão com as divindades do reino subterrâneo. Mentalização : Envolva-se em uma esfera de luz verde e avalie todas as atitudes e conceitos limitantes em relação a Coven & Ritos de Passagem 53


sua saúde, seu corpo, sua profissão e sua situação financeira. Afirmação : “Liberto-me de todos os pensamentos e atitudes que me bloqueiam ou empobrecem.”

A MATRIARCA DA DÉCIMA PRIMEIRA LUNAÇÃO E “Aquela que anda com firmeza”, a Mãe da inovação e da perseverança. Ela nos ensina o uso adequado da vontade e do poder para modificar as circunstancias da vida pela ação pessoal, sem depender dos outros para agir, afirmando nossa auto-estima e auto-suficiência. Banho para o amor Deve ser preparado e tomado durante a Lua cheia: 01 litro de água mineral 01 maçã descascada e picada 03 morangos picados 01 pera descascada e picada 03 uvas italianas Ferva tudo, fazendo um chá. Coe e separe uma xícara. Jogue o banho da cabeça aos pés. Após o banho, vista uma roupa confortável. Adoce a xícara com mel e beba antes de dormir. Décima Segunda Lunação: Há tradições que chamam a décima segunda lunação de Lua do Castor, Lua de Contar as Bênçãos, Lua Escura, Lua Louca, Lua da Névoa, Lua de Neve, Lua da Tempestade. Atributos da décima segunda lunação Animal: Unicórnio (espiritualidade, pureza e rapidez) Deidades: Hécate, deusa grega; Mawu, deusa africana; Sarasvati, deusa hindu. Estas deusas regem as transformações. Espíritos da Natureza: Fadas, elementais do ar e da terra Cores: Cinza, verde-mar Essências: Cedro, flor de cerejeira, hortelã, limão, narciso Flor: Crisântemo Coven & Ritos de Passagem 54


Pedras: Jacinto, lápis-lazúli, topázio Plantas para honrar a décima segunda lunação: Cardosanto, verbena Energia trabalhada na décima segunda lunação • Transformação Rituais : Praticas para melhorar e aprofundar a comunicação no nível interno buscando o contato com o Eu Superior e os mentores espirituais no nível exterior, adquirindo mais conhecimentos e transformando-os em sabedoria; encantamentos para alcançar um objetivo, inscrevendo-o em um alvo e mentalizando a flecha de sua vontade e determinação voando em sua direção; conexão com as qualidades de coragem, força interior e expressão da auto-suficiência simbolizadas pelas Amazonas e pelas deusas lunares virgens; danças xamânicas para homenagear a Mãe Ursa; confecção e uso de máscaras de animais; meditações ao som de tambores para encontrar seus aliados. Mentalização: Para acalmar e equilibrar suas ondas mentais, ilumine seu cérebro com luz prateada, respirando de forma calma e ritmada e entoando o mantra OM. Imagine suas ondas mentais diminuindo de intensidade e frequência até que, suavemente, reproduzam a superfície tranqüila de um lago. Afirmação: “Liberto-me de bloqueios em minha comunicação e aprendo tudo o que necessito com rapidez e segurança.”

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A Matriarca da Décima Segunda Lunação E “Aquela que agradece as dadivas”, que nos ensina a agradecer por tudo que recebemos na vida, abrindo, assim, espaço para a futura abundancia. Não importam quais sejam as dificuldades ou desafios que enfrentamos, devemos agradecer por essas oportunidades que nos permitem desenvolver e revelar nossa força interior. Como a “Mãe da Abundancia”, ela nos mostra o valor do dar para receber. Banho para o amor Deve ser preparado e tomado durante a Lua cheia: 02 canelas em pau 02 cerejas 02 folhas de hortelã 02 folhas de verbena Décima Terceira Lunação: Há tradições que chamam a décima terceira lunação de Lua do Carvalho, Lua Fria, Lua do Grande Inverno, Lua das Longas Noites, Lua da Serpente. Atributos da décima terceira lunação Animais: Cavalo (liberdade de espírito), rato (alerta e versatilidade), urso (cura e curiosidade) Cores: Branco, preto, vermelho Deidades: Hathor, deusa egípcia; Hécate, deusa grega; Parcas, deusas romanas. Estas deusas regem os destinos. Espíritos da Natureza: Fadas, elementais do ar e da terra Essências: Gerânio, lilás, mirra, patchuli, violeta Flores: Cacto, pinho Pedras: Jacinto, olivina Plantas para honrar a décima terceira lunação: Mirra, patchuli Energias trabalhadas na décima terceira lunação • Alquimia pessoal • Cuidados com a família e com os amigos Coven & Ritos de Passagem 56


Renascimento

Rituais: Praticas para renascimento.

aprofundar a alquimia pessoal e exercícios de

Mentalização: Imagine suas ondas mentais diminuindo de intensidade e frequência até que, suavemente, reproduzam a superfície tranquila de um lago. Afirmação: ““Tudo que foi criado está sujeito à decadência e à morte. Tudo é transitório. (“A única coisa verdadeira é: Trabalho a própria salvação com disciplina e paciência.” A Matriarca da Décima Terceira Lunação E “Aquela que nos ensina a recomeçar sempre”, que nos ensina a recomeçar independente do que ocorra. Banho para brilho, harmonia, prosperidade e sucesso Deve ser preparado e tomado durante a Lua nova, ou Lua crescente ou Lua cheia: 01 litro de água mineral Flores amarelas Flores vermelhas Folhas verdes 01 pote de glitter Ferva tudo e jogue da cabeça aos pés. Vista uma roupa de cor amarela e beba um copo de Água do Sol, ou seja, um copo de água mineral com gás, misturada com suco de laranja. Ponha para tocar uma música agradável, acenda uma vela de cor laranja e dance. Curiosidades mágicas: 1. Dentro das raízes brasileiras, nossos índios chamavam o mês lunar de Ornato; a fase da Lua nova de Iaci Omunhã; a fase da Lua cheia de Iaci Icaua; o cortejo lunar era formado por 04 entidades: Boitatá, Curupira, Saci-pererê e Urutau; 2. Quando um mês tem duas Luas cheias, a segunda lua é chamada de Lua Azul (se chama Blue Moon, em inglês). Entre as bruxas, essa lua é conhecida Coven & Ritos de Passagem 57


como Lua das Bruxas porque, durante esse período, os poderes mágicos se intensificam. Reflexão: A sabedoria você traz na sua essência. Não dá para dividi-la. O conhecimento você adquire e precisa ser dividido. FESTIVAIS DA BRUXARIA: SABÁS E ESBÁS Os sabás e os esbás fazem parte dos festivais da Bruxaria. Sabás são as celebrações do Céu e da Terra e esbás são as celebrações da Lua. Há sabás maiores e sabás menores. Os sabás maiores comemoram a abertura dos portais celestiais e os sabás menores comemoram a entrada das quatro estações do ano. Sempre que falamos a respeito dos sabás maiores, devemos compreender que o Céu é o mesmo em todo o planeta Terra e os hemisférios norte e sul são iguais. Sempre que falamos a respeito dos sabás menores, devemos entender que, enquanto no hemisfério norte é uma estação do ano, no hemisfério sul é outra. As estações são consequência das variações da inclinação do eixo da Terra. A Terra gira em sua órbita em torno do Sol e o ângulo em que os raios solares incidem sobre a Terra é que determina as variações da temperatura terrestre e, consequentemente, as estações do ano. A definição dessas variações se apoia na linha imaginária do equador terrestre, que “corta” a Terra ao meio, “separando” os hemisférios norte e sul. Assim, por volta de 21 de março começa a primavera no hemisfério norte e o outono no hemisfério sul; por volta de 21 de junho começa o verão no hemisfério norte e o inverno no hemisfério sul; por volta de 21 de setembro começa o outono no hemisfério norte e a primavera no hemisfério sul; por volta de 21 de dezembro começa o inverno no hemisfério norte e o verão no hemisfério sul. Os celtas comemoravam os sabás maiores e conheciam uma energia especial que penetrava na Terra durante cada sabá maior que realizavam. Os sabás menores eram comemorados por pastores, camponeses e fazendeiros celtas, que percebiam as mudanças que ocorriam no clima da Terra. Coven & Ritos de Passagem 58


SABÁS MAIORES: LAMMAS, SAMHAIN, BELTANE, CANDLEMAS LAMMAS, Elembious ou Lughnasad Quando a Lua se encontrar com a constelação de Leão... Lammas é o sabá que comemora a colheita e homenageia Lugh, deus celta do Sol, cujo nome significa Luz. Nas lendas irlandesas, Lugh era o líder dos Tuatha De Dannan, um povo da deusa Danna. Lugh poupara a vida do líder inimigo Bres em troca de conselhos sobre o plantio e a colheita e, a partir daí, o sabá foi associado à colheita e o milho foi escolhido como seu símbolo. A confecção de bonecas de milho, pequenas figuras feitas com palha trançada, é um antigo costume pagão adotado por muitos bruxos modernos como parte do rito do sabá Lammas. As bonecas de milho, ou bebês da colheita, assim chamadas algumas vezes, são colocadas sobre o altar do sabá para simbolizar a Deusa Mãe da Colheita. Para atrair boa sorte, é costume confeccionar ou comprar novas bonecas de milho em cada Lammas e queimar as do ano anterior. Leão e um signo de fogo, que enfatiza a expressão criativa individual, a expansão da capacidade de amar, a coragem, a determinação e o poder. Aquário e um signo de ar que favorece a consciência social, as mudanças, as preocupações humanitárias, a impessoalidade, o racionalismo e a inventividade. A combinação desses dois signos masculinos - em que um (o ar) e necessário para a combustão do outro (o fogo) - proporciona uma atmosfera propicia as mudanças Coven & Ritos de Passagem 59


pessoais, saindo-se das questões individuais para os interesses comunitários, assumindo compromissos humanitários e expandindo a consciência planetária. Incentiva-se a criatividade intelectual ou artística e a projeção de ondas de luz e de amor para as pessoas e para o planeta. Símbolo de Lammas: O Pão da Vida O pão é um elemento por si mesmo porque os quatro elementos - água, ar, fogo, terra - são combinados numa substância que, há milênios, sustenta milhões de pessoas. O pão é uma combinação de sementes da terra transformadas em farinha, e de água, substância que deu origem a todas as coisas. O sal é o grande agente purificador. O segredo é a levedura, o sagrado transformador dos deuses. Quando sovamos o pão, trabalhamos também com a energia do ar, porque é através dele que o pão ganha forma. Quando o pão é levado ao forno, entra em contato com o elemento fogo. Portanto, os quatro elementos estão presentes no pão. Celebramos o pão e entramos em introspecção para relembrar tudo o que colhemos com os nossos gestos, palavras, posturas e ações durante o período passado. Oferendas de pão também são servidas ao Povo das Fadas e deixadas para os animais. Atributos do Sabá Lammas Alimentos: Maçã, milho, noz, pão Bebidas: Chá de camomila, vinho Cores: Amarelo, laranja, ouro, verde Deuses: Da Colheita, da Fartura, dos Grãos, e Lugh, o mais cultuado neste sabá Frutas: Abacaxi, banana, laranja, melão Incensos: Aloés, rosa, sândalo Pedras: Citrino, peridoto, topázio Símbolos: Grão, pão Atividades *Fazer o Pão de Lammas. * Coletar água da chuva e água de tempestade para uso em feitiços e potencializar objetos mágicos. *Criar e enterrar uma Garrafa de Bruxa. Coven & Ritos de Passagem 60


*Fazer uma Boneca de milho e guardar para o próximo Lammas *Fazer um piquenique mágico com libações para a terra, de pão e vinho. *Melhor momento para lançar feitiços que visem obter sucesso na carreira, saúde e lucro financeiro. Feitiços para abundância são muito propícios nesse Sabbat. Como o Sol está crescendo mais fracamente, é um bom tempo para fazer meditações ao crepúsculo. Receita do pão de Lammas. Ingredientes: 4 Tabletes de Fermento Fresco para pão ( 60 g ) 1 xicaras ( chá ) de leite ¾ de xícara ( chá ) de açúcar ¾ de xícara ( chá ) de Manteiga 1 pitada de sal +- 1 Kg. de farinha de trigo Preparo: Em uma tigela dissolva o fermento em ½ xícara ( chá ) de leite . Cubra com um pano e deixe descansar até formar um esponja . Acrescente o leite restante, a manteiga, o açúcar e o sal e misture bem. Vá adicionando a farinha aos poucos até formar uma massa homogênea . Sove por 5 minutos e deixe descansar . Coloque uma bolinha de massa em um copo com água , quando a bolinha subir o pão esta pronto para ser assado . Asse e distribua entre seus amigos para celebrar o agradecimento de suas realizações Coven & Ritos de Passagem 61


Fazendo a Garrafa de Bruxa: Um dos feitiços mais antigos que existe é a garrafa da bruxa, que serve para vários fins, um deles e a proteção. Para fazer uma garrafa da bruxa você vai precisar de: 1 garrafa com tampa (De preferência de plástico) 12 pequenos alfinetes sal groso água de fonte ou solarizada Preparo: O preparo é simples, colocar os alfinetes dentro da garrafa, depois o sal e por último a água. Coloque em algum lugar alto, perto da porta principal da sua casa, ou enterre em algum lugar. Mentalize todo o mal presente na área saindo, sendo sugado pela garrafa, coloque sua energia pessoal na garrafa, diga o nome das pessoas que você quer proteger. A utilização da garrafa da bruxa, nesse caso, é somente para proteção.

SAMHAIN, Halloween, Hallowmas, Hallow’s Eve, Noite de Saman, Samaine ou Samana Quando a Lua cheia se encontrar com a constelação de Escorpião... O Halloween ou o Dia das Bruxas, como é mundialmente conhecido, nasceu de datas comemoradas pelo povo celta. Ao anoitecer do dia 31 de outubro, crianças escocesas, inglesas, irlandesas e norte-americanas se preparam para uma das festas mais esperadas do ano: o Halloween. Vestidas de bruxas ou outras fantasias, elas percorrem longas distâncias saudando os moradores com a tradicional brincadeira travessuras ou gostosuras. As abóboras dos jardins iluminam o caminho das crianças. Quando ganham guloseimas, cantam, dançam e desejam votos de felicidade Coven & Ritos de Passagem 62


e saúde, mas se saem de mãos abanando, rogam pragas agourentas. De qualquer forma, o Halloween é um momento de alegria e confraternização, e o melhor que se tem a fazer nesse dia é se reunir com os amigos e com eles preparar um bonito ritual. O Halloween é uma versão moderna de uma tradição que tem sua origem numa cultura primitiva que existiu há mais de 2000 anos. Os druidas, sacerdotes do povo celta, adoravam as forças da Natureza e acreditavam que à meia-noite do dia 31 de outubro eram abertos os portais que separavam o nosso mundo do habitat dos seres elementais e dos nossos entes queridos que já tinham partido do plano material. Então, para iluminar o caminho de passagem desses seres, acendiam velas dentro de abóboras, como se fossem lamparinas. Como era a data da abertura dos portais e do encontro entre os mundos visível e invisível, os celtas também saudavam a entrada do ano-novo, cuja festa durava três dias, começando em 31 de outubro e terminando em 02 de novembro. Esse período, chamado época de passagem, era a melhor ocasião para que os desejos mais íntimos fossem realizados. Escorpião e um signo de água, de intensa emoção e magnetismo. As palavras-chave são sexualidade, possessividade, controle, transformação, cura e interesses místicos. Touro e um signo de terra, que necessita de segurança e rotina, paciente, pratico, determinado, porem rígido e apegado aos sentidos. Essa combinação exalta o descontrole emocional e sensorial, o apego e a necessidade de possuir e controlar. Portanto, este plenilúnio favorece a avaliação da “sombra”, mergulhando nos registros do subconsciente para descobrir e transmutar os padrões compulsivos, obsessivos, rígidos e escravizantes. Aproveitando a energia transformadora de Escorpião, a tenacidade e perseverança de Touro e a energia luminosa de Wesak (o nascimento de Buda), pode-se alcançar, assim como a fênix, o renascimento.

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ELEMENTOS DO HALLOWEEN Animais Aranha: Símbolo do destino e das diferentes formas como se apresenta ao ser humano. Suas teias representam o meio e a força necessários para seguir em frente. Coruja: Símbolo da paciência, da capacidade de reflexão diante das dificuldades e da lucidez para se encontrar saídas. Gato preto: Símbolo da capacidade de recolhimento espiritual e de meditação. É um animal independente, de elevada autoconfiança, que preza a liberdade e vive em plena harmonia com o Universo. Era visto sempre ao lado de uma feiticeira e acreditava-se que ele fosse uma bruxa disfarçada. Morcego: Símbolo da clarividência. Como não precisa da visão ocular para se guiar, representa a visão além das aparências, além de ser capaz de captar energias. Sapo: Símbolo lunar fortemente ligado ao poder da sabedoria feminina. Cajado: Símbolo da sabedoria e do desligamento das coisas materiais. Caldeirão: Simboliza a essência da fertilidade. É dentro dele que as coisas se transformam, pois o grão se torna alimento Coven & Ritos de Passagem 64


e a raiz se torna remédio. É nele que as bruxas preparam feitiços, poções e acendem o fogo para os rituais. Chapéu Pontudo: Símbolo da hierarquia sacerdotal entre as bruxas. Cores Laranja: Simboliza a vitalidade e a força e tem o poder de impedir a perda de energias por meio do vampirismo. Preto: É a cor dos mestres. É usada nas vestes dos magos, sacerdotes, bruxas e feiticeiras. Roxo: Simboliza o equilíbrio e, por isso, é a cor da magia ritualística. Coroa e Bastão: Símbolos de autoridade, comando, realeza e de elevado nível cósmico. Jack-o-lanterna: É a assustadora, mas simpática abóbora do folclore irlandês, que tem olhos, nariz e boca. Diz uma lenda que um trapaceiro chamado Jack costumava fazer brincadeiras satânicas. Um dia conseguiu enganar o diabo, prendendo-o em uma árvore. O diabo não queria ficar preso e Jack queria lucrar com o seu feito. Então ambos selaram um pacto: o diabo seria solto, mas nunca incomodaria ou atormentaria Jack. O tempo passou e Jack morreu. No Céu não o aceitaram porque ele fizera um pacto com o diabo. O inferno também se recusou a recebê-lo porque ele tinha enganado o diabo. A ele então foi dada uma vela para que iluminasse o seu próprio caminho na fria escuridão. Mas como fazer a vela durar toda a eternidade? Jack não se intimidou: abriu pequenos furos em um nabo e colocou uma vela acesa dentro dele para dar passagem à claridade. Coven & Ritos de Passagem 65


Quando os imigrantes europeus chegaram aos Estados Unidos e encontraram abóboras, não titubearam em substituir o nabo por elas e, assim, a abóbora é até hoje o maior símbolo do Halloween. Além de ser usado para indicar aos espíritos o caminho até o plano espiritual, Jack-o-lanterna se tornou também uma forma de agradecimento pelas colheitas. Máscara: Personifica os espíritos enviados de outros planos astrais. Monstro: Simboliza a transformação. É uma forma de se colocar para fora tudo o que não serve mais, de tirar de dentro de si tudo o que está velho e abrir lugar para o que é novo. Trick ou treat? Travessura ou gostosura? Esta pergunta é conhecida na Inglaterra e nos Estados Unidos e já se incorporou ao Halloween brasileiro. As crianças, fantasiadas de monstros, bruxas, zumbis e vampiros, batem nas portas das casas dos vizinhos e perguntam: “Travessura ou gostosura?” Se os vizinhos estão preparados, distribuem doces. Caso contrário, é bagunça na certa! Varinha Mágica: Instrumento direcionador de energias. Com a varinha mágica, as bruxas são capazes de invocar os deuses e penetrar em outros planos astrais. Vassoura: Símbolo do poder feminino, a vassoura é capaz de limpar os ambientes carregados de energias negativas. É importante saber que a vassoura do Halloween não deve varrer o chão e nem mesmo tocá-lo. Ela serve apenas para varrer energias ruins. Vela: Indica aos espíritos o caminho até o plano espiritual. No Halloween são usadas velas de cor laranja, preta e roxa. Atributos do Halloween Alimentos: Bolo, maçã, milho, torta Bebidas: Chá de ervas, chá de flores, champanhe, vinho Cores: Laranja, preto Deuses: Da Morte, da Sabedoria, do Sacrifício, os Velhos, e Saman, deus celta da Morte Coven & Ritos de Passagem 66


Frutas: Amora, ameixa, cereja, maçã Incensos: Heliotrópio, maçã, menta, noz-moscada, sálvia Pedras: Obsidiana, ônix, turmalina negra Símbolos: Caldeirão, lanterna de abóbora (Jack-o-lanterna) Atividades •

Tomar resoluções para serem colocadas em prática no próximo ano que se inicia;

Queima de pedidos;

Confeccionar um Jack O’Lantern;

Fazer oferendas de maçãs e pães no jardim aos ancestrais;

Adivinhação através do tarot, das Runas, da bola de cristal, da vidência em espelho negro e caldeirões com água;

Confeccionar vassouras;

Confeccionar uma varinha mágica;

Confeccionar uma Witch’s Cord (Corda da Bruxa) para proteção no decorrer do ano.

Acender uma vela laranja à meia-noite para atrair sorte no ano que se inicia.

Colocar a foto de seus ancestrais em seu altar. Confeccionar um Jack O´Lantern:

Materiais: 1 abóbora (mais ou menos do tamanho de uma bola de futebol) Coven & Ritos de Passagem 67


1 faca bem afiada 1 colher 1 vela (ou mais) 1 canetinha O primeiro passo será lavar muito bem a abobora e deixála secar. Agora trace, na parte de cima da abobora, um circulo ao redor do talo. Corte uma tampa com a faca em um ângulo que não fique reto; esta será a tampa, não jogue fora. Agora, por essa mesma abertura, comece a tirar pouco a pouco todo o recheio, raspando as paredes da abóbora, até que ela fique lisa. Na medida em que você for raspando, tire o recheio, para que fique mais fácil. Você como uma bruxa e um mago não irá desperdiçar alimento, por isso pode aproveitar o recheio e fazer doces, ou torrar as sementes e comê-las com sal. Agora desenhe o seu motivo nela: faça um rosto na sua abóbora com a canetinha e faça a mentalização do seu agradecimento durante o ano que passou. Agora corte cuidadosamente o seu desenho, também com a faca em ângulo, tirando fora as partes. Agora é só colocar sua vela (que pode ser untada com uma essencia do seu gosto ou de acordo com seu agradecimento) dentro e pronto seu Jack estará pronto! Confeccionar uma varinha mágica : Entre no Link : http:// taniagori.com.br/2012/09/06/aprenda-a-fazer-suavarinha-magica/ Confeccionar uma Witch’s Cord (Corda da Bruxa): Trançar uma Corda de Bruxa (Witch’s Cord) é um ato tradicional na noite do Samhain. Elas simbolizam o cordão que liga todos nós ao Outro Mundo, além de serem uma representação simbólica do cordão umbilical que traz todos à vida terrestre. A Corda de Bruxa é confeccionada utilizando cores Coven & Ritos de Passagem 68


apropriadas que simbolizem aquilo que você quer atrair para sua vida no ano mágico que se inicia. Por isso escolher a cor correta para confeccionar sua Corda de Bruxa é essencial: Branco: Para harmonia. Vermelho: Para afastar os inimigos, vencer os obstáculos, atrair garra e coragem. Laranja: Para sucesso e prosperidade. Rosa: Para atrair amor. Preto: Para proteção e afastar o azar. Verde: Para abundância. Amarelo: Para atrair saúde e ter sorte no comércio. Caso sua necessidade seja maior do que apenas uma cor pode lhe oferecer, você poderá escolher até três cores diferentes que representem os seus desejos para o próximo ano. Pegue três barbantes na cor ou cores escolhidas e corte-os na medida de sua altura. Então comece a trançar os barbantes, sempre mentalizando aquilo que você quer atrair para a sua vida, pedindo que a Deusa e que o Deus lhe auxiliem e abençoem a corda que você está trançando.Quando tiver terminado, costure ou cole alguns símbolos no decorrer da corda que representem o seu objetivo. Por exemplo: corações para amor; moedas para prosperidade, etc. Coloque a sua Corda sobre o seu Altar durante a celebração do Sabbat e consagre-a durante a cerimônia. Pendure a sua Corda de Bruxa em um lugar de sua casa e, sempre que visualizá-la, lembre-se dos objetivos que o motivaram a confeccionála. Assim sua vontade será ativada. Texto complementar do 31/10 – Um pouco de nossa história O Dia do Saci é comemorado anualmente em 31 de Outubro. A data homenageia o Saci-Pererê, figura mitológica do imaginário folclórico brasileiro. O Dia do Saci foi criado com o intuito de ajudar a valorizar o folclore nacional. Origem do Dia do Saci Com o objetivo de fazer resistência à cultura norte-americana, a Comissão de Educação e Cultura elaborou o Projeto de Lei Federal nº 2.479, de 2013, que institui o 31 de Outubro como sendo o Dia do Saci. Coven & Ritos de Passagem 69


No entanto, em São Paulo, a Lei nº 11.669, de 13 de Janeiro de 2004, já oficializa o dia 31 de Outubro como Dia do Saci no estado. Várias outras cidades também já decretaram leis que oficializam a data, com o mesmo intuito de reforçar a cultura e folclore nacional. A Lenda do Saci-Pererê Há quem diga que a lenda do Saci surgiu no sul do Brasil, em meados do século XVIII, onde as histórias populares narravam as travessuras de um pequeno índio de rabo que assustava os animais e destruía plantações. Porém, quando a lenda chegou ao norte do país, as características do personagem mudaram. Passou a ser negro, usar um gorro vermelho e a fumar um cachimbó (por influência da cultura africana na região). A lenda também descreve o Saci como tendo apenas uma perna, pois a outra teria perdido em uma luta de capoeira. A lenda do Saci-Pererê é transmitida ainda hoje de geração em geração nas comunidades rurais do Brasil, principalmente. O Saci-Pererê é uma lenda do folclore brasileiro e originou-se entre as tribos indígenas do sul do Brasil. O saci possui apenas uma perna, usa um gorro vermelho e sempre está com um cachimbo na boca. Inicialmente, o saci era retratado como um curumim endiabrado, com duas pernas, cor morena, além de possuir um rabo típico. Com a influência da mitologia africana, o saci se transformou em um negrinho que perdeu a perna lutando capoeira, além disso, herdou o pito, uma espécie de cachimbo, e ganhou da mitologia europeia um gorrinho vermelho. A principal característica do saci é a travessura, ele é muito brincalhão, diverte-se com os animais e com as pessoas. Por ser muito moleque ele acaba causando transtornos, como: fazer o feijão queimar, esconder objetos, jogar os dedais das costureiras em buracos e etc. Coven & Ritos de Passagem 70


Segundo a lenda, o Saci está nos redemoinhos de vento e pode ser capturado jogando uma peneira sobre os redemoinhos. Após a captura, deve-se retirar o capuz da criatura para garantir sua obediência e prendê-lo em uma garrafa. Diz também a lenda que os Sacis nascem em brotos de bambus, onde vivem sete anos e, após esse tempo, vivem mais setenta e sete para atentar a vida dos humanos e animais, depois morrem e viram um cogumelo venenoso ou uma orelha de pau. O mito ficou conhecido nas grandes cidades do país e internacionalmente graças aos livros de Monteiro Lobato, com destaque para “O Sítio do Pica-Pau Amarelo”, que teve sua adaptação para a TV e tornou as histórias do Saci conhecidas em todos os cantos do Brasil. Atividades: Fazer um saci de origami pedindo que ele abra seus caminhos e realize um desejo. Depois que o desejo foi realizado queimar a dobradura de saci.

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BELTANE, Giamonios, Rudemas ou Véspera de Maio Quando a Lua se encontrar com a constelação de Touro... A palavra Beltane vem de Bel, nome do deus celta do Fogo, da Vida, da Morte e do Mundo dos Espíritos. A palavra céltica tinne significa fogo. Assim, Beltane quer dizer fogo de Bel. O principal símbolo do Sabá Beltane é o Mastro de Maio, que simboliza o falo divino fertilizando o ventre da Terra. Esse sabá tem a força de Vênus porque marca a união do feminino com o masculino e representa a fertilidade dos animais. A antiga tradição requeria que, antes do sabá, o fogo doméstico fosse apagado em todas as casas. Uma grande fogueira era feita com as nove árvores sagradas: aveleira, bétula, carvalho, espinheiro, freixo, pinheiro, salgueiro, sorveira, teixo, e acesa pelos druidas ao nascer da Lua, quando se iniciava a comemoração de Beltane. Após a festa, cada família levava brasas da fogueira para casa, simbolizando a renovação. Nesse sabá as pessoas vivenciam a energia sexual. Os casais dançam ao redor do mastro e trançam nele fitas brancas e vermelhas. A atmosfera excitante desse sabá celebra a sexualidade, a conscientização dos impulsos e das reais necessidades, a harmonização e a complementação dos opostos. Nele também são realizados feitiços ligados à fertilidade feminina e ao amor. É um período regido pelo Povo das Fadas, que deve ser homenageado. O Mastro de Maio é um tronco de pinheiro onde os dançarinos trançam fitas coloridas. Tradicionalmente, as fitas são brancas e vermelhas, mas outras cores podem ser escolhidas, de acordo com a intenção mágica. Na dança das fitas, as pessoas usam guirlandas de flores e folhagens e dançam ao redor de uma fogueira. A egrégora da noite é propícia para a celebração de uniões e encantamentos para o amor, a cura e a prosperidade. Nessa ocasião, o salgueiro, Coven & Ritos de Passagem 72


o espinheiro branco e o espinheiro preto são colhidos e utilizados para a purificação dos campos e dos animais porque são plantas sagradas. No ritual de Beltane deve-se colocar um tronco, ou mesmo um bambu, no centro de um grande círculo traçado em um jardim. Esse tronco deve ter muitas fitas coloridas, pendentes até quase o chão. As pessoas devem dançar em círculo, segurando as pontas das fitas. O caldeirão deve estar repleto de água, com flores boiando em sua superfície. O altar deve estar decorado com uma grande variedade de flores. Touro representa a estabilidade e a segurança da terra, enfatizando a rotina, a praticidade, a determinação e a perseverança. Seu oposto, Escorpião, ressalta a intensa emotividade e intensidade da água, trazendo um profundo envolvimento dos sentidos e um acentuado potencial psíquico. A combinação da rigidez da terra, com o turbilhão das “águas turvas” favorece o trabalho interior de observação, reconhecimento e transformação dos padrões emocionais e comportamentais, compulsivos ou obsessivos. A proximidade do Dia dos Mortos permite a avaliação do “peso morto”, a iluminação e a transmutação das sombras, a transição do velho para o novo, as homenagens para os ancestrais e a reverencia as Deusas “escuras”. Atributos do Sabá Beltane Alimentos: Bolo de cereais, frutas, salada de ervas, torta Bebidas: Suco de laranja, suco de uva, vinho Cores: Branco, vermelho e principalmente verde Deuses: Da Fertilidade, das Flores e da Sexualidade Frutas: Todas as de cor verde e vermelha Incensos: Jasmim, olíbano, rosa Pedras: Amazonita, esmeralda, malaquita, quartzo róseo, safira, topázio Plantas: Amêndoa, baunilha, cardo-santo, cogumelo, curry Coven & Ritos de Passagem 73


(caril), manjerona, rabanete, samambaia, urtiga Símbolos: Cesta, flor, may-pole (mastro enfeitado com fitas) Atividades relacionadas com o Sabá Beltane Pular a fogueira do Sabá de Beltane Guardar as cinzas da fogueira do Sabá de Beltane para utilizá-las em encantamentos de fertilidade ou para abençoar pessoas e objetos • Dançar ao redor do mastro (may-pole) • Colher as primeiras ervas da estação • Fazer um piquenique • Lavar o rosto com o orvalho da manhã • Fazer máscaras com folhas • Colocar um tira de tecido numa árvore e fazer um pedido • Fazer um sortilégio para as fadas • Fazer uma guirlanda de flores e colocá-la numa árvore • •

Bolo de cereais Ingredientes: 4 ovos 2 xícaras de açúcar mascavo 1 xícara de óleo de canola 1 copo de iogurte natural (100 ml) 1 xícara de farinha integral 1 xícara de aveia 1 xícara de germe de trigo 1 xícara de uvas passas 1 xícara de especiarias (nozes, castanhas, amendoim) 1 colher (sopa) de fermento Um pouco de canela e baunilha Modo de preparo: Bata os 3 primeiros ingredientes. Junte 1 copo de iogurte natural e misture sem ser na batedeira. Acrescente os ingredientes secos bem de leve e misture bem. Coloque em forma untada e enfarinhada com aveia. Asse em forno pré-aquecido, por cerca de 40 minutos, ou até dourar. Coven & Ritos de Passagem 74


CANDLEMAS, Candelária, Dia de Brigid, Imbolc, Imbolg, Imboling Quando a Lua cheia se encontrar com a constelação de Aquário... O Imbolc é o sabá da purificação e a varredura é uma prática tradicional associada a ele, em que varremos nosso círculo com vassouras mágicas, expulsando as energias negativas, como o azar, os ressentimentos e as coisas ultrapassadas da nossa vida. É comum também varrer toda a casa, mentalizando o banimento do mal. A ligação do Imbolc com a purificação vem da Europa antiga, quando toda a decoração de Yule era queimada de acordo com as tradições, simbolizando o desligamento com o passado a fim de que o futuro fosse promissor. Se isso não fosse feito, os europeus acreditavam que os maus espíritos vinham assombrar as casas e os moradores e trazer toda espécie de azar durante o ano. A Candelária, também conhecida como Imbolc, termo arcaico que significa em leite, é a época em que as ovelhas, quando grávidas, começam a produzir leite. Um costume muito tradicional é a cama de Brigid: Bonecas feitas com palha ou ervas são colocadas ritualisticamente sobre uma cama, junto com um pequeno bastão, simbolizando a fertilidade da mente, do espírito e da terra. Coven & Ritos de Passagem 75


O Imbolc proporciona um momento ideal para limpar e preparar a mente e o corpo para o ressurgimento, para banir todos os remorsos e culpas e planejar a vida para o próximo ano. É um dos sabás mais poderosos porque propicia uma transformação pessoal profunda. É tempo de se lavar, se limpar, se purificar e se preparar para a renovação e o crescimento, mas é também um período de sacrifícios voluntários do eu exterior porque é hora de banir o velho para que o novo possa entrar. Neste sabá são feitas purificações com água e fogo, os principais elementos da deusa Brigid. Atributos do Sabá Candlemas Alimentos: Bolo de frutas, torta de maçãs Bebidas: Suco de morango, suco de tomate, vinho Cores: Branco, laranja, vermelho Deuses: Os Meninos, os Jovens, deusas da Fertilidade, deusas Virgens Frutas: Cereja, framboesa, maçã Incensos: Manjericão, mirra Pedras: Ametista, turquesa Símbolos: Velas e bonecas de pano recheadas de ervas

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Atividades: Queimar todos os enfeites de Yule; Fazer uma cama de Brigit; Fazer uma roda de velas; Pendurar uma cruz de Brigit na porta de casa; Varrer a casa com a vassoura mágica; Limpar seu espaço sagrado, seu altar e instrumentos; Fazer travesseiros dos sonhos; Abençoar velas para serem usadas no decorrer do ano.

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Fazendo uma cruz de Brigit: Como fazer uma Cruz de Brigit Cruz de Brigit é um artesanato baseado nos costumes relativos ao Festival Celta de Oimelc e consequentemente a sua ligação com a Deusa Brigit. Podemos encontrar diversos materiais, contudo a palha e junco são mais fáceis e comum para esse tipo de artesanato. Segue as dicas: Pode ser feita com galhos, junco ou material natural flexível. Modo de fazer: 1. Divida o material em dois conjuntos de galhos, colocandoos um sobre o outro, perpendicularmente, exatamente na metade. 2. Dobre e trance o primeiro galho sobre o último (ficará paralelo ao primeiro). 3. Dobre e trance o galho seguinte sobre o último seguinte (ficará paralelo ao segundo galho). 4. Continue a dobrar e trançar os galhos até ficar satisfeito com a sua arte. O centro da cruz apresentará uma tecedura de agradável apresentação. 5. Por último, com lã ou fibras naturais, prenda o conjunto para que fique firme e o trançado não se desfaça. SABÁS MENORES Antes de falarmos sobre os sabás menores, vamos esclarecer o que significam equinócio e solstício. A palavra

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equinócio vem do latim aequicnotium, que quer dizer igualdade dos dias e das noites. É o momento em que o Sol, em seu movimento anual aparente, corta o equador celeste, fazendo com que o dia e a noite tenham igual duração. Há dois equinócios: o da primavera e o do outono. O equinócio da primavera se dá no momento em que o Sol passa do hemisfério sul para o hemisfério norte. Nessa data, por volta de 21 de março, marca-se o início da primavera no hemisfério norte e o início do outono no hemisfério sul. O equinócio do outono se dá no momento em que o Sol passa do hemisfério norte para o hemisfério sul. Nessa data, por volta de 21 de setembro, marca-se o início do outono no hemisfério norte e o início da primavera no hemisfério sul. A palavra solstício vem do latim solstitium e designa cada uma das duas datas do ano em que o Sol atinge o maior grau de afastamento angular do equador, no seu aparente movimento no Céu. Há dois solstícios: o de inverno e o de verão. O solstício de inverno se dá no dia do ano em que o Sol, ao meio-dia, atinge seu ponto mais baixo no Céu, e tem-se o dia mais curto e a noite mais longa do ano. Nessa data, por volta de 21 de junho, ocorre o solstício de verão no hemisfério norte e o solstício de inverno no hemisfério sul. O solstício de verão se dá no dia do ano em que o Sol, ao meio-dia, atinge seu ponto mais alto no Céu, e temse o dia mais longo e a noite mais curta do ano. Nessa data, por volta de 21 de dezembro, ocorre o solstício de inverno no hemisfério norte e o solstício de verão no hemisfério sul. Equinócio da Primavera A primavera é considerada a mais bela estação do ano, é a estação da harmonia e do amor, pois carrega um ar de romantismo. Mas a primavera é nada mais que a estação das flores, pois o reflorescimento da flora traz sensações de tranquilidade, as cores dão ao ambiente uma agradável leveza. Coven & Ritos de Passagem 78


Dia: Por volta de 21 de março no hemisfério norte e 21 de setembro no hemisfério sul Alimentos: Bolo de mel, ovo cozido Bebidas: Iogurte, ponche de leite, vinho Cores: Amarelo, branco, dourado, verde Deuses: Os Jovens e os da Fertilidade Frutas: Da época Incensos: Jasmim, sálvia, violeta Nomes alternativos: Dia da Senhora, Eostre, Ostara Pedras: Citrino, esmeralda, quartzo verde Símbolos: Borboleta, coelho, ovo Atividades • Caminhar pelo campo para colher flores. Enfeitar toda a casa com elas. • Celebrar a Natureza fazendo uma oferenda aos elementais, agradecendo pela beleza proporcionada pela Primavera. •

Plantar uma árvore ou flores.

Fazer um jardim.

• Colorir ovos e enfeitá-los com símbolos de fertilidade. • Levar um buquê de flores a uma nascente em homenagem ao Espírito da Primavera. Equinócio do Outono O outono é uma época de transição entre os extremos de temperatura verão-inverno. Qual é a principal imagem que lhe Coven & Ritos de Passagem 79


vem à mente quando pensa em outono? É bastante provável que a maioria das pessoas responda a essa pergunta lembrando da clássica imagem das árvores perdendo suas folhas. Mas você sabe por que acontece essa perda? Se as árvores não as deixassem ir, não sobreviveriam à próxima estação. As folhas se queimariam com o frio do inverno e, assim, os ciclos de respiração da árvore se findariam bruscamente, o que resultaria no fim da vida. A natureza nos mostra a beleza de sua sabedoria: é preciso entrega, é preciso deixar ir o que não serve mais, para proteger o que é mais importante. Dia: Por volta de 21 de setembro no hemisfério norte e 21 de março no hemisfério sul Alimentos: Os derivados do milho e do trigo e todos os tipos de raízes e sementes, como batata, cenoura e noz Bebidas: Consumê, suco de frutas, vinho Cores: Amarelo, laranja, marrom, verde, vermelho Deuses: Da Colheita, os Velhos, e Mabon, deus celta do Amor Frutas: Maçã, romã Incensos: Benjoim, mirra, sálvia Nomes alternativos: Banquete de Avalon, Colheitas dos Vinhos, Mabon Pedras: Ágata, cornalina, lápis-lazúli, safira Símbolos: Abóbora, cornucópia, maçã Atividades • Fazer uma cornucópia da prosperidade -fazer bonecas de maçãs; •

Fazer vassouras mágicas;

Fazer amuletos;

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• Encher uma tigela com frutas e folhas e oferecer aos deuses. Solstício de Inverno No Inverno se intensifica o processo de introspecção pessoal iniciado no Outono. As pessoas se recolhem, voltam-se mais para si mesmas, procuram no interior do lar atividades que combinam com este período de concentração existencial, como arrumar armários, consertar o que está à espera de reparos, costurar o que necessita ser restaurado, separar o que não é mais imprescindível e pode, assim, ser doado. As pessoas ficam mais solidárias neste período, pois raros são os que não se preocupam com a sorte dos que não têm um agasalho, um prato de sopa ou um lugar para se refugiar do frio enérgico. Além disso, quem não gosta de renovar seu guarda-roupa nessa estação? Há uma explicação mitológica entre os gregos para o Outono e o Inverno. Zeus teria determinado que sua filha com Deméter, Perséfone, permanecesse seis meses ao lado da mãe, quando então partiria para o reino subterrâneo, para lá ficar junto ao deus que aí habita, Hades. A Tristeza de Deméter com sua ausência leva a deusa que provê a terra com o dom da fertilidade, que tudo faz germinar, a se recolher, provocando a emergência destas estações, nas quais os grãos ficam sob o solo, esperando o momento da colheita. Neste momento, também na Natureza é hora de recolhimento, quando vários animais, como os ursos, diminuem o processo metabólico e hibernam, enquanto outros, principalmente os pássaros, procuram regiões mais quentes. No Brasil o Inverno é menos severo, pois neste país não há estações muito precisas. As temperaturas mais baixas ocorrem na Região Sul, quando elas atingem alguns

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graus abaixo de zero. Nem toda atmosfera romântica e íntima propiciada pelo Inverno diminui a incidência de doenças como a gripe, resfriados, e de problemas respiratórios, mais preocupantes quando atingem pessoas da Terceira Idade. Dia: Por volta de 21 de dezembro no hemisfério norte e 21 de junho no hemisfério sul Alimentos: Bolo de frutas, noz, pães variados Bebidas: Champanhe, vinho frio, vinho quente Cores: Branco, dourado, verde, vermelho Deuses: Os Recém-Nascidos, as deusas Triplas, as deusas Virgens Frutas: Ameixa, maçã, melão, uva Incensos: Alecrim, cedro, louro, pinho Nomes alternativos: Dia de Fionn, Retorno do Sol, Yule Pedras: Granada, olho-de-gato, rubi Símbolos: Sempre-viva, troncos de árvores Atividades •

Contar com a família;

Decorar a árvore de Yule;

Tocar sinos para homenagear as fadas;

Colocar guirlandas na porta de casa;

Espalhar hibisco pela casa;

colher folhas verdes e queimá-las em Imbolc;

Fazer uma boneca de milho;

Fazer a Tora de Yule.

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Fazendo a Torá de Yule : Uma Tora de Yule tradicionalmente é feita de carvalho, mas qualquer outro tronco de árvore pode substituí-lo. Antigamente era utilizado para proteger a casa. A tora do ano anterior era queimada na lareira, enquanto uma nova era decorada e colocada no lugar da antiga. Para fazer uma Tora de Yule você vai precisar de: •

Uma fita vermelha, uma fita verde e uma fita dourada;

Ramos verdes;

Uma tora de madeira.

Enfeite a tora com ramos verdes e amarre-os com as fitas vermelha, verde e dourada. Enquanto enfeita a tora, peça à Deusa que o seu lar seja protegido e abençoado. Guarde-a em um lugar de destaque em sua casa até o ano seguinte, no qual ela deverá ser queimada e substituída por uma nova. Tora de Yule Alternativa Esta Tora de Yule é ideal para enfeitar o Altar na celebração do Sabbat. Você precisará de: •

Uma vela branca, uma vela preta e uma vela vermelha;

Fitas verdes, vermelhas e douradas;

Ramos verdes;

• Um tronco fino de aproximadamente 30 cm e com três furos subseqüentes ao longo da madeira.

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Enfeite o tronco com as fitas e com os ramos verdes. Coloque um avelã em cada furo. Coloque a Tora de Yule sobre o Altar e acenda as velas como parte de cerimônia do Sabbat. Solstício de Verão Litha marca o primeiro dia do verão e se situa entre Erelitha e Afterlitha no calendário germânico antigo e um dos oito sabás neopagães. O termo é usado especialmente no calendário Asatru. È o momento quem que o poder do Sol chega ao seu ápice e as flores, folhagens e gramados encontram-se lindos e abundantemente floridos e verdes. Muitos dos círculos de pedra, como o Stonehenge, e dos monumentos pré-célticos estão alinhados com o nascer do Sol. Tempo de alegria, felicidade e bem estar. Dia: Por volta de 21 de junho no hemisfério norte e 21 de dezembro no hemisfério sul Alimentos: Pão de cereais, vegetais frescos Bebidas: Cerveja, suco de laranja, suco de limão, vinho Cores: Azul, laranja, verde Deuses: Os Solares e as deusas Grávidas Frutas: Tropicais, como abacaxi, banana, carambola Incensos: Limão, mirra, olíbano, pinho, rosas Nomes alternativos: Feill-Seathain, Litha Pedras: Aventurina, citrino, esmeralda, jade Símbolos: Disco solar, o Sol, penas Atividades • vela;

Pular uma fogueira, um caldeirão com chamas ou

• Pintar runas e outros símbolos mágicos para proteção; Coven & Ritos de Passagem 84


Colher ou comprar ervas e pedras;

Fazer uma varinha;

Fazer uma coleira de bruxa;

Acender velas e oferendas ao povo das fadas;

• Pendurar ervas na lareira, sala e cozinha para secarem; Sempre que a celebração do sabá terminar • A libação deve sempre ser feita ao término da realização do sabá; • Sempre coma os alimentos que foram consagrados e, se possível, divida-os entre os seus familiares e pessoas de quem você gosta; • Tudo o que for consagrado, como velas, ramos de trigo, fitas e outros materiais que não foram utilizados, devem ser distribuídos entre os seus familiares e pessoas de quem você gosta; • Os restos de velas, incensos, água e vinho devem ser depositados em um canteiro que tenha flores ou plantas. Sempre trace o círculo mágico no início dos rituais e o desfaça no fim dos rituais

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Textos Auxiliares para Estudos Complementares e Análises (Uma visão da Wicca para comparação com a Bruxaria Natural)

Sabá das Feiticeiras Publicado na Revista Planeta 346, julho 2000 Por Paulo Urban Predicadas pelo estranho número 13, as sextas-feiras, noites de Sabá, impõem maior respeito ao imaginário popular. Se a noite for de Lua cheia, então... É sexta-feira, dia 13! Muita gente tem medo desse dia. Seu nome, sexta-feira, sugere feitiçaria e, para muitos, sua ocorrência no calendário é prenúncio de azar. A sexta-feira está associada aos sabás, como ficaram conhecidos os festins da Idade Média, quando as bruxas banqueteavam na presença do demônio. Também às sextas-feiras, à luz da Lua cheia, os lobisomens se transformam e os vampiros, sedentos de sangue, saem voando à procura de suas vítimas. E o número 13? Representa o mau agouro, o azar e a morte para alguns, mas para outros simboliza a sorte por trazer em si as transformações, pois o número 13 representa o rompimento dos limites e a quebra dos padrões estatutários impostos pelo número 12, que expressa coisas inteiras e sistemas fechados e completos. Observe-se que são 12 os meses do ano, as horas do dia, as horas da noite, os deuses do Olimpo, as constelações, os signos do zodíaco, as notas musicais, os tons e os semitons. E como eram 12 os apóstolos presentes na última ceia de Jesus, criou-se a superstição medieval de que, quando 13 pessoas se reuniam à mesa para comer, uma delas morreria em breve. O número 13 ultrapassa a ordem conhecida das coisas, promove a revolução do novo e se intromete no mundo para perturbar a aparente sensação de segurança advinda da dimensão ordinária a que se está acostumado. Associado ao jogo, às vicissitudes, à sorte e ao azar, o 13 ainda compõe o número de cartas de cada um dos naipes dos baralhos comuns.

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Na mitologia assírio-babilônica, data-se além de 8000 anos a crença de que Isthar, a Lua, ficava indisposta a cada plenilúnio (Lua cheia), quando então se observava o sábado, período de recolhimento dos homens em respeito à Grande Deusa. Vejase que provém da remota antiguidade o útil conselho dado aos maridos para que não provoquem suas mulheres na fase prémenstrual. Durante a indisposição de Isthar guardava-se o sábado que, primitivamente, era mensal e considerado um dia nefasto. Nesse dia não se autorizava qualquer tipo de trabalho, viagem ou preparação de refeições. Com a percepção de que Isthar apresentava fases cíclicas, renovadas a cada 07 dias - crescente, cheia, minguante, nova - a prática do sábado estendeu-se para todas as semanas, demarcando sempre o último dia da semana. A palavra sábado, sétimo e último dia da semana, vem do hebreu xabbat > dia de repouso ou descansar. Depois passou para o latim eclesiástico como sabbatum, para o latim clássico como sabbata, sabbatorum, e para o português arcaico como ssabbado. O adjetivo sabático, do grego sabbatikós, refere-se ao sábado, ao sabá e ao repouso. Muitos acreditam que a Igreja Católica, em sua obstinada perseguição às bruxas, tenha achado conveniente escolher um nome da tradição judaica, especificamente aquele que se denota o período de oração que se inicia ao pôr do Sol das sextas-feiras, para nomear o conclave das feiticeiras. Agindo assim, transformaria judeus, bruxas e demais hereges, inimigos comuns da fé cristã, em gatos de um mesmo saco. Além disso, no início das perseguições, o local escondido nas florestas, destinado às reuniões das bruxas, era chamado sinagoga. Coven & Ritos de Passagem 87


A palavra grega sabbathéos > sabá divino está relacionada com as sabátidas, festas dedicadas a Sabácio, divindade agrícola conhecida na Trácia e na Frígia com atributos similares aos do deus Dionísio. As sabátidas já existiam anteriormente ao judaísmo, e ao seu deus consagravam o trigo e a cevada, e da cevada se fermentava uma bebida inebriante que era servida a todos os presentes. O deus Sabácio, também chamado de deus Cabrito, era representado com chifres, semelhante a Dionísio. Os deuses Pã e Príapo eram igualmente cultuados nas sabátidas e representados na forma de faunos ou bodes, cujo falo que os substituía era uma espécie de bastão que todos traziam à reunião, invariavelmente noturna. Os convivas se banqueteavam sentados no chão sobre peles de caprinos, e com elas também se cobriam para encarnar o comportamento dos animais e imitar seus berros. Nesse culto agrário, uma virgem nua, símbolo da fertilidade em alusão à deusa Deméter, a Mãe Terra, deitava-se sobre uma mesa ritualística e recebia as oferendas sobre o ventre, geralmente trigo e cevada. Após o banquete, a própria virgem era oferecida à divindade caprina, encarnada por um sacerdote vestido com pele de cabra, máscara e chifres, como os demais. Após o gozo do mestre, todos se misturavam e, enlevados pela bebida, se “fecundavam” mutuamente, não importando o sexo. Ao final da festa, semelhante às bacanais, invocava-se o raio, talvez em alusão ao mito dionisíaco, posto que esta divindade, antes de renascer da coxa de Zeus, fora fulminada e esquartejada pelos raios dos Titãs. Também a desvirginada do altar arrancava com a boca a cabeça de um sapo e a cuspia no chão, em alusão às mênades possessas que dilaceravam os animais, conforme descreveu Eurípedes nas Bacantes, de modo perturbador. Esses eram os pagãos originais, cujas festas celebravam no pago, isto é, no próprio povoado, geralmente nos campos das comunidades. Qual é a ligação das sabátidas com os sabás das feiticeiras? A Igreja Católica, já no ano de 360, no sínodo de Elvira, admitia a existência dos poderes mágicos que seriam decorrentes de pactos com o demônio, e negava a comunhão, mesmo à hora da morte, a quem caísse em tal tentação. Até o século XI, a Santa Sé diferenciava os seres maléficos, devotados aos sortilégios, encantamentos por bonecos de cera, filtros e mau-olhado, das estrigas, demônios femininos que, sob a forma de pássaros, se alimentavam de recém-nascidos. A palavra estriga, sinônimo de estrige, vem do grego strígks, striggós, e do latim striga, Coven & Ritos de Passagem 88


strigae, forma popular de strix, strigis, e significa bruxa, feiticeira; mulher com poderes maléficos; vampiro com traços de mulher e cadela; ave noturna que os antigos acreditavam que chupava o sangue das crianças. Um século antes, o monge Regino de Prün dizia que voar à noite com a deusa Diana não podia ser algo real, senão mera ilusão provocada pelo demônio. Mas foi durante o século XII que se difundiu mais rapidamente a ideia do sabá, reunião noturna das sextas-feiras, à qual compareciam as bruxas voando em suas vassouras ou cavalgando nos seus bodes, ou mesmo transformadas em pássaros. Para que pudessem voar, untavam seus corpos com uma poção mágica preparada por elas mesmas e, na cerimônia iniciada à meia-noite, entregavam-se às orgias e ao demônio. Sabás Holísticos - Uma visão dentro da linha religiosa da Wicca Texto de Mavesper Cerridwen Tendo em vista a polêmica das celebrações pelas datas dos hemisférios norte e sul ou do sistema misto, é frequente que os wiccanianos brasileiros encontrem dificuldade para realizar suas celebrações em conjunto. Embora muitos solitários desejem encontros nos sabás, a dificuldade de cada um celebrar através deste ou daquele sistema acaba impedindo ou dificultando muito a reunião. A análise da Roda do Ano e da sua estrutura circular foi objeto de longos estudos e reflexões, resultando numa proposta de conciliação das diversas opções de celebração, denominada Sabá Holístico, que é o reflexo dos estudos sobre a correspondência astrológica da Roda do Ano. Assim como o zodíaco, cremos que a Roda do Ano seja universal e guarde profundas afinidades com o mapa astrológico. Embora haja 12 signos e apenas 08 sabás, é indiscutível que a estrutura circular da Roda do Ano e do mapa astrológico apresente uma série de pares de opostos que guardam entre si uma relação que identifica signos e casas, os quais expressam a oposição e a complementaridade. No zodíaco há Eixos de Complementaridade, que seriam: • Áries e Libra > Eixo dos Relacionamentos • Touro e Escorpião > Eixo da Vitalidade Coven & Ritos de Passagem 89


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Gêmeos e Sagitário > Eixo do Conhecimento Câncer e Capricórnio > Eixo Parental Virgem e Peixes > Eixo das Realidades

Na Roda do Ano há oito sabás que correspondem a quatro celebrações que ocorrem nos equinócios e nos solstícios e quatro que ocorrem no signo fixo de cada elemento: • Beltane e Samhain > Eixo dos Portais • Mabon e Ostara > Eixo das Sementes • Imbolc e Lammas > Eixo da Nutrição • Litha e Yule > Eixo do Sol O reconhecimento da oposição e da complementaridade de cada sabá permite a celebração de sabás híbridos, que é uma celebração holística que permite a reunião e a conciliação dos wiccanianos no Brasil. Podemos atestar a eficácia plena da celebração de sabás holísticos desde o primeiro BBB, em 1999. No mesmo círculo, que reuniu trezentos wiccanianos, celebramos ao mesmo tempo o Imbolc e o Lammas, permitindo que cada um festejasse a Roda do Ano ao seu modo, conforme sua opção individual. É preciso centralizar a celebração no assunto comum dos sabás opostos, realizar os ritos típicos de cada um e depois finalizar com a conexão com a natureza local, que no Brasil tem inúmeras formas e peculiaridades. Beltane e Samhain são os sabás do Eixo dos Portais e os que mais parecem opostos. Para alguém que veja o tema superficialmente, à primeira vista pode ser difícil compreender a sua relação de complementaridade. Em Beltane há o encontro sexual em que a deusa engravida. É o tempo da concepção. Em Samhain é a hora da ceifeira, quando a deusa mata o deus Ancião. É o tempo da morte, mas o deus retorna a ele mesmo no ventre grávido da deusa. A relação entre vida e morte é claríssima. Poderíamos chamar esse eixo de Sabás da Vida e da Morte ou até de Sabás do Ventre, mas optamos em denominá-los Sabás do Eixo dos Portais não só porque é pela mesma porta - o ventre da deusa que se entra nos domínios da vida e da morte, mas também porque nessas duas ocasiões da Roda do Ano os portais entre os mundos estão abertos, possibilitando o esgarçar dos véus. Coven & Ritos de Passagem 90


Embora seja comum na literatura especializada se mencionar essas ocorrências apenas no Samhain, não podemos esquecer que Litha é a Noite das Fadas, num tempo em que os portais estão abertos. Assim, nossa opção é centralizar a celebração dos sabás do Eixo dos Portais no contato com os outros mundos. Mabon e Ostara são os sabás do Eixo das Sementes. Em Mabon, escolhemos e guardamos as melhores sementes, que serão plantadas no próximo Ostara, pois elas são a colheita que prosseguirá no eterno ciclo. Em Ostara, as sementes são as possibilidades. Imbolc e Lammas são os sabás do Eixo da Nutrição. Em Imbolc, o deus se alimenta de leite e a deusa é a donzela dos grãos. Em Lammas, a deusa é a mãe do milho e o deus é o milho sacrificado, o pão que traz a vida ao mundo. Fica fácil perceber a proximidade dos temas, inclusive porque em ambos os sabás se fazem tradicionalmente bonecas de palha de milho e trigo, representando a Donzela ou a Mãe. Litha e Yule são os sabás do Eixo do Sol. Em Litha, o dia do auge do Sol traz em si a semente da escuridão, pois no dia seguinte ao auge se inicia o decréscimo do Sol. Em Yule é exatamente o inverso, pois no dia máximo da escuridão nasce o Menino da Promessa, que é a semente de luz que voltará na primavera. A Celebração dos Ciclos Naturais Por Jan Duarte Existem inúmeros ritos relacionados com o paganismo e particularmente com a Bruxaria. Muitos são bastante pessoais ou relacionados com tradições específicas, mas de forma geral pode-se dizer que toda a ritualística acaba se centralizando na ideia de celebração dos ciclos naturais, que é certamente uma das formas mais antigas de rito. O caráter cíclico da Natureza foi reconhecido pelo ser humano há muitos milênios, e a própria sobrevivência da espécie foi relacionada com esses ciclos. Quando o homem dependia da caça e da colheita, era vital que acompanhasse as manadas em seus deslocamentos sazonais, conhecesse os momentos propícios para colher os frutos e armazenar os Coven & Ritos de Passagem 91


alimentos. Com o desenvolvimento da agricultura, o conhecimento desses ciclos passou a ser ainda mais essencial. A ideia de celebrar a passagem dos ciclos naturais era encarada como uma forma de preservá-los. Na filosofia pagã, o homem e a Natureza são indissociáveis e mutuamente responsáveis pela sua preservação. Celebrar os ciclos, expressando a alegria pelos bens recebidos e devolvendo para a terra aquilo que por ela era proporcionado, era uma forma de agradecer à Natureza e às divindades naturais. Magicamente, a celebração dos ciclos naturais possuía um caráter retributivo, em que se ofertava à Natureza o fruto do trabalho para garantir que ele fosse sempre colhido, que o equilíbrio natural fosse preservado e que o suceder das fases fosse contínuo. Cerimônias que reverenciam os ciclos naturais estão presentes em todas as culturas. Surgem na forma de festividades de plantio, de colheita, da Lua cheia e de ritos de passagem, os quais marcam momentos da vida da comunidade. Seja qual for o seu caráter, a ideia de integração do indivíduo com a comunidade e com a terra é constante, e isso se faz com a realização do rito de passagem, a fim de garantir que a comunidade tenha sua sobrevivência assegurada pela preservação dos seus costumes e pela integração com a terra através dos festivais sazonais. A celebração dos ciclos encerra em si um ciclo. O ancião passa o conhecimento para o adulto, o adulto para o jovem e, no final do sepultamento, o conhecimento passa a fazer parte da memória coletiva da tribo por meio da figura do ancestral. No neopaganismo, uma das tradições que melhor expressa mitologicamente a ideia do ciclo nos foi transmitida pelos povos da Europa ocidental pré-cristã, a qual está sintetizada na Roda do Ano. Embora a Roda do Ano tenha seus similares em praticamente em todo o mundo, foi esse mito em particular que acabou influenciando toda a ritualística ocidental ao ser absorvido e sincretizado pela cristandade. A Roda do Ano é basicamente formada de oito celebrações ou festivais sazonais. Modernamente, esses festivais são chamados de sabás por influência do trabalho de Gardner e outros, os quais, por sua vez, se embasaram no trabalho de Margareth Murray na década de 1950. Em The Witche‘s Cult in Western Europe, Murray Coven & Ritos de Passagem 92


propôs que os sabás das bruxas fossem, conforme descritos pela Inquisição, resquícios de uma antiga religião da Bruxaria, existente na Europa pré-cristã. Hoje essa teoria é considerada incompleta ou errônea por ter se baseado principalmente em documentos da Inquisição e por ter tomado como verdade factual confissões obtidas sob tortura. Embora muitos outros estudos tenham revelado o real caráter das festividades que constituíam a Roda do Ano, o nome sabá ganhou notoriedade e passou a ser usado para designar as festas. Os oito sabás têm duas origens distintas. Quatro deles são celebrações antiquíssimas que remontam ao tempo em que a humanidade começava a sintetizar suas observações astronômicas. Eles constituem os sabás menores, que são as celebrações dos equinócios e dos solstícios. Os outros quatro, considerados como grandes sabás, estão diretamente relacionados a antigos ritos celebrados pelos celtas, apesar de aparentemente remontarem aos antepassados deles. Eram festas que marcavam a passagem do ano celta, realizadas aproximadamente no dia médio entre os equinócios e os solstícios. De qualquer forma, a sucessão dos oito sabás e as tradições a eles associadas constituem, em seu conjunto, um mito de origem europeia profundamente ligado às variações sazonais do continente europeu. Mas o que realmente interessa é o seu simbolismo, aplicável em qualquer lugar do mundo. O Mito da Roda do Ano está centralizado nas figuras da deusa e do deus, que representam os princípios fundamentais da Natureza e, portanto, são deuses sem nome ou deuses com muitos nomes que assumem características diferentes. De forma geral, a deusa é a própria terra, mãe dos frutos e das dádivas naturais, e o deus é o Sol, princípio do qual a vida depende para desenvolver-se. A deusa, apesar de mutável, é perene. O deus é mais mutável que perene. Como a história é cíclica e não se pode distinguir exatamente um começo ou um fim, escolhemos um ponto de partida, e que seja ele o fim do inverno, quando, segundo o mito, a deusa e o deus são pueris. A terra começa a livrar-se do peso da longa noite invernal e da estação infrutífera, e o Sol, brilhando timidamente no Céu, mal consegue aquecê-la. Nesse momento, a deusa e o deus são frágeis crianças, como o próprio equilíbrio natural no início de um novo ciclo.

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No momento seguinte a primavera se instaura. O Sol começa a ganhar força e calor, ficando mais tempo no Céu, enquanto que na terra as flores se abrem, aptas à fecundação e prometendo os frutos vindouros. É a estação juvenil e o tempo de fertilidade, em que a deusa e o deus são adolescentes, jovens prontos para se conhecerem e cheios do impulso sexual que os atrai para garantir a perpetuação da Natureza. É o tempo das paixões, quando a bela rainha da primavera e o fogoso gamo rei se conhecem e se apaixonam. O tempo passa e, com a proximidade do verão, as sementes já estão plantadas. A terra está prenhe dos filhos do Sol e o casamento de ambos está consumado. No ápice do verão, o Sol está pleno de força e seu calor nutre e guarda os seus filhos, que gestam no ventre da terra. Nesse momento, o deus é o homem maduro, o guerreiro, o provedor e o protetor, enquanto que a deusa é a futura Mãe. À plenitude segue-se o ocaso. Ao aproximar-se o outono, os dias se tornam cada vez mais curtos. Acontecem as primeiras colheitas que trarão do ventre da deusa os frutos de consumo imediato, os frutos que alimentarão os homens no tempo de bonança. O deus é o sábio e contido rei do Azevinho, crescendo em sabedoria conforme sua força física diminui.

Estando instalado o outono e aproximando-se o inverno, os dias encurtamse cada vez mais. A cada dia o Sol brilha menos tempo no Céu e seu calor diminui. A terra concede aos homens seus últimos frutos, justamente aqueles que possibilitarão a sobrevivência durante a longa noite que se avizinha. No entanto, o grande mistério se revela: a criança que gesta no útero da deusa é o próprio deus que, conforme perde sua força à vista dos homens, cresce no ventre da Mãe, assegurando o eterno ciclo de morte e renascimento. E o auge do inverno chega. Debilitada e enfraquecida pela longa gestação, a deusa se recolhe nas profundezas, preparando-se para parir seu filho divino. A longa noite invernal se instaura com a morte do deus, e quando os dias são os mais curtos do ano, ao ocaso só pode sobrevir um novo início. Assim, a Grande Mãe, recolhida em seu leito puerperal, dá à luz aquele que virá a ser o seu Coven & Ritos de Passagem 94


consorte, e o deus renasce da criação por ele mesmo engendrada. Um novo ciclo começará. Num paralelo entre o Mito e a Natureza, o simbolismo da Roda do Ano adotado como o mito central da Wicca, mas encontrável com variações em todas as sociedades agrícolas primitivas, espelha exatamente o que se verifica no decorrer de um ano, observando-se o suceder das estações. Foi elaborado um gráfico, com base na cidade de Dublin, Irlanda, no qual há uma linha que representa a variação da duração do dia, em horas, levando-se em conta o tempo decorrido do nascer ao pôr do Sol ao longo de um ano. Os dados dessa cidade foram utilizados por dois motivos principais. O primeiro motivo é que o mito da Roda do Ano foi desenvolvido na latitude média de Dublin pelos povos que habitavam o noroeste da Europa. Essa latitude, bastante setentrional, possibilita marcantes diferenças no tempo de duração dos dias e na passagem das estações. O outro motivo é que a Irlanda e a Inglaterra, com suas mitologias e seus megálitos, estão profundamente ligadas ao desenvolvimento e à sistematização da Bruxaria moderna. Os povos do norte, que desenvolveram esse simbolismo, contavam o ano de forma diversa da atual. Para os celtas, o ano-novo era comemorado no dia 31 de outubro, no sabá de Samhain, e é esse o motivo porque as festas que não se baseiam nas datas dos equinócios e solstícios são consideradas os sabás principais, o que parece incoerente segundo o nosso calendário. Yule, o Solstício de Inverno A celebração realizada na noite mais longa do ano é o sabá do renascimento. É interessante reparar que, para muitas religiões, essa época do ano está de alguma forma associada ao dia do nascimento do seu deus. A verdade é que essa associação do renascimento com a noite mais longa do ano é bastante natural porque ela é o ápice da estação fria. A partir daí, os dias começam a alongar-se e a Natureza a se revitalizar. No hemisfério norte, o solstício de inverno ocorre em data próxima ao Natal cristão. Essa data, em especial, foi uma das mais sincretizadas pela cristandade, podendo-se mesmo afirmar que “a data do nascimento” de Jesus Coven & Ritos de Passagem 95


foi convencionada para se ajustar ao solstício. Todos os símbolos associados ao Natal têm basicamente origem pagã e refletem justamente os elementos naturais que permanecem vivos ao longo do inverno, como o pinheiro, que se mantém verde durante a estação invernal, e os elementos naturais que podem nutrir as pessoas durante esse período, como as frutas secas, as nozes e outros alimentos bastante calóricos e de fácil conservação. A celebração do Yule pode parecer dúbia por se situar numa época do ano que incita ao recolhimento, principalmente nos lugares de clima mais frio, e por ser a alegre celebração do nascimento do deus. Na verdade, o que se saúda é o início de uma fase de recuperação e crescimento. Um antigo costume reza que as cinzas da fogueira acesa na noite do Yule devem ser espalhadas nos campos, o que evoca justamente o espírito deste sabá. O calor, simbolizado pela fogueira, está prestes a retornar, pois, ao se espalharem as cinzas dessa fogueira, a ideia é de que o Sol venha fertilizar a terra na próxima primavera. Imbolc Os equinócios e os solstícios não marcam o início das estações, mas sim o auge delas. O sabá Imbolc comemora a chegada da primavera e o fim do inverno. As noites ainda são mais longas que os dias, mas o ciclo do aquecimento já começou. O Imbolc é o festival do Fogo, representando o deus que começa a crescer e, com o seu calor, prepara a fertilidade da terra. Os celtas celebravam a deusa Brigid, divindade do fogo, com procissões nas quais portavam tochas. Tradicionalmente era feita, e ainda se faz, uma limpeza ritual nos locais do culto, simbolizando que as reminiscências negativas do ciclo anterior devam ser apagadas para que um novo ciclo de vida se instale. Várias considerações interessantes podem ser feitas a respeito deste sabá. Diz-se que a deusa Brigid teria nascido exatamente no momento do nascer do Sol e que uma grande torre de chamas teria surgido no topo de sua cabeça e se elevado ao Céu. Diz-se também que a respiração da deusa traria nova vida aos mortos. Estas são claras alusões sobre o retorno do Sol após o inverno. É interessante notar que, aproximadamente nessa mesma data, os astecas celebravam o ano-novo, o que seria mais uma alusão a um período de recomeço. A alegria pelo fim do inverno também transparecia nas Lupercais romanas, que Coven & Ritos de Passagem 96


mais tarde dariam origem ao Carnaval. Comemorada no dia 02 de fevereiro no hemisfério norte, essa data, que seria mais uma tradução cristã dos ritos pagãos, ficou marcada para a cristandade como a Purificação de Maria, que seria a ideia da limpeza ritual, e com a apresentação de Jesus no Templo, que seria a ideia do deus que deixa a infância. Ostara, o Equinócio da Primavera O sabá do equinócio da primavera tem seu nome derivado de Eostre, deusa saxã da fertilidade, cujos símbolos eram o ovo e o coelho. É, portanto, um festival de plantio e de fertilidade, onde se pedem as bênçãos para a germinação das sementes recém-plantadas. Pela tradição da Roda do Ano, poder-se-ia dizer que em Ostara anula-se de vez a imagem da deusa como Mãe e do deus como Filho. A face de mãe ou de anciã da deusa que prevalecia é substituída pela face da donzela, pronta para assumir seus atributos sexuais, como a própria terra a ser semeada. O deus, por sua vez, encontra-se na figura do jovem vigoroso, apesar de não apresentar ainda plena força e maturidade. A duração igual de dias e noites alcançada neste sabá é mais uma noção a ser levada em conta, visto que pode ser tida como o restabelecimento do próprio equilíbrio da Natureza. A partir daí, o Sol e a Terra caminharão juntos como um casal divino. O simbolismo do ovo e do coelho foi assimilado pelos cristãos na festa da Páscoa e perdeu parte do seu significado original. Nessa data, os cristãos celebram a ressurreição de Jesus, sabendo-se que a lebre é um antigo símbolo da ressurreição, e que Jesus teria morrido como Filho e ressuscitado como Deus, o que mostra um inegável paralelo com o deus pagão que, nessa época, deixa de ser o filho divino da deusa e se torna seu futuro deus-consorte. Este sabá e o próximo são dos poucos que, no hemisfério sul, preservaram as comemorações independentes das datas estabelecidas no hemisfério norte, fora do meio pagão. No hemisfério sul, o equinócio da primavera acontece em setembro, e no Brasil há muitas comemorações nessa época que, de qualquer forma, remetem a antigos ritos pagãos, como o costume de eleger-se uma rainha da primavera nas escolas. Coven & Ritos de Passagem 97


Beltane Toda a simbologia de Beltane tem um cunho sexual, pois este sabá simboliza a consumação da união sexual entre a deusa e o deus e a transição entre a primavera e o verão. O verão, estação da frutificação, começa a se manifestar nessa época para atingir o seu ápice no próximo solstício. Enquanto em Ostara a fertilidade é apenas palpável e desejada, em Beltane ela se transforma em ato consumado, quando o calor do Sol penetra na terra para nela engendrar seus frutos. Alguns costumes ligados ao sabá Beltane, festejado no dia 01 de maio no hemisfério norte, foram assimilados pela cristandade ocidental, mas estranhamente empurrados para junho, dando origem às festas juninas, nas quais perduram as fogueiras de Beltane e o costume de pulá-las. O may-pole, em torno do qual se dançava no sabá Beltane, tornou-se o mastro dos santos católicos, e as adivinhações praticadas nos festivais de Beltane mantiveramse na tradição popular cristã, pois, na noite da festa do santo casamenteiro, acredita-se que as moças solteiras podem visualizar seus futuros maridos. Talvez esse deslocamento da data para junho tenha origem na tradição celta, que proibia casamentos durante maio por ser o mês consagrado unicamente ao casamento da deusa com o deus. Então nada mais natural que junho fosse dedicado aos casamentos e ao santo casamenteiro. Por outro lado, a celebração do casamento divino ficou marcada de forma indelével, pois, paradoxalmente, maio é atualmente considerado pela cristandade como o mês das noivas e o mês dedicado a Maria, a esposa divina. Outro aspecto a ser lembrado é que o dia 01 de maio é hoje comemorado mundialmente como o dia do Trabalho. Como Beltane era um festival de plantio, a ligação entre agricultura e trabalho é notável, pois a atividade agrícola foi um dos primeiros trabalhos organizados pelo homem. Litha, o Solstício de Verão O dia mais longo do ano marca o poder do Sol em seu auge. Em Litha, o deus atinge a maturidade e prenuncia o seu declínio, enquanto a deusa grávida assume a face da futura Mãe. Como no solstício de inverno, o solstício de verão marca um momento de repouso entre as duas metades da Roda do Ano. Aqui o período não é o repouso forçado pelo inverno, mas o repouso prazeroso do Coven & Ritos de Passagem 98


verão, o intervalo entre o plantio e a colheita. Ao se considerarem os calendários escolares, até hoje as férias dos alunos ocorrem justamente nesses dois períodos, no auge do inverno e no auge do verão. Segundo uma das tradições ligadas ao solstício de verão, esse seria o momento em que o rei do Carvalho governaria durante a primeira metade do ano, que seria a fase do crescimento ou do nascimento à maturidade, e depois seria derrotado e substituído pelo rei do Azevinho. O rei do Azevinho governaria durante a segunda metade do ano, que seria a fase da maturidade à morte. Aqui há um interessante sincretismo apontado por Robert Graves, conforme citado por Stewart Farrar em A Witches’ Bible: A data deste sabá, que ocorre sempre em torno de 20 de junho no hemisfério norte, praticamente coincide com o dia de São João Batista. Segundo os cristãos, João Batista, o feroz pregador, fora substituído em sua missão por “aquele que veio depois dele”, ou seja, pelo sábio e manso Jesus, o que evidencia que a derrota do impetuoso rei do Carvalho pelo sábio rei do Azevinho fora assimilada pela cristandade. Lammas Lammas é o sabá que comemora o outono e as primeiras colheitas, marcando a chegada dos primeiros frutos da Mãe Terra que alimentarão os homens, bem como a transição do deus Sol para a função de provedor e protetor. Para este sabá, o termo Lammas já é um nome um tanto moderno, e mesmo cristianizado, motivo pelo qual ele foi antes absorvido do que anulado, mantendo-se vivo entre a cristandade na forma de muitos festivais de colheita em todo o ocidente. Na antiguidade pré-cristã, era conhecido e celebrado como Lughnasad, cujo festival era dedicado a Lugh, deus guerreiro associado ao Sol, que tivera importância decisiva na vitória dos Tuatha De Dannan sobre os Fomorianos, duas tribos míticas que teriam povoado a Irlanda. Diz uma lenda que Lugh teria poupado a vida de Bres, o chefe inimigo, em troca do segredo de arar a terra, semear e colher. Nota-se que, em Lammas, há uma referência direta à agricultura, mesmo em sua forma mais ancestral. Outra tradição ligada ao Lammas era o costume de se atear fogo a uma roda de madeira e fazê-la rolar colina abaixo, cuja prática representava a descida do Sol, o encurtamento progressivo dos dias, e significava que o deus estava entrando em sua fase de decadência.

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Mabon, o Equinócio do Outono Mabon é o festival da segunda colheita ou o encerramento da colheita iniciada em Lammas. Em Mabon, os alimentos eram colhidos para garantir o sustento durante o inverno, e os animais domésticos propensos a não resistir à próxima estação eram sacrificados, cujas carnes eram consumidas ou conservadas. Pode-se dizer que, apesar da aproximação do tempo de privações, Mabon era o momento da maior fartura do ano, pois as colheitas estavam completas e os alimentos, estocados. Assim, a celebração de Mabon resulta do agradecimento pelas dádivas da deusa e do deus no decorrer do ano. Em Mabon, há novamente o equilíbrio entre o dia e a noite, significando que ambos os aspectos entram em sua fase final. O deus se encaminha para a morte próxima e a deusa assume seu aspecto de anciã, preparando-se para a jornada para o mundo interior, onde passará o inverno aguardando o nascimento do seu filho. Apesar da origem do nome do sabá ser céltica, o folclore de Mabon remete à lenda grega de Perséfone, a deusa que passava metade do ano proporcionando a fertilidade dos campos e a outra metade no mundo subterrâneo, em companhia de Hades, seu marido. A época do equinócio do outono era justamente o início do período do ano em que essa deusa morava no submundo. Nessa época eram celebrados os ritos de Elêusis, talvez os mais importantes festivais religiosos da Grécia, os quais duraram mais de 2000 anos. Na cristandade, essa data é dedicada ao arcanjo Miguel, considerado pelos cristãos como o vencedor de Lúcifer. Uma das lendas celtas associadas ao sabá Mabon conta que, no equinócio do outono, Lugh, o deus do Sol e da Luz, foi derrotado pelo seu irmão gêmeo Tanist, o deus da Escuridão. De uma forma ou outra, surge aqui a ideia da noite se sobrepondo ao dia. Samhain, considerado o sabá mais importante, mais tarde conhecido como Halloween, marcava o fim do ano celta. Num aspecto puramente prático, isto significava que as colheitas estavam encerradas, os animais domésticos guardados em seus abrigos de inverno e as provisões, estocadas. No aspecto Coven & Ritos de Passagem 100


místico, no entanto, essa data é carregada de significados. Apesar de Samhain ser celebrado como o fim do ano, muitos povos antigos não comemoravam o início de um novo ano até o próximo Yule, pois consideravam esse período entre os dois sabás como sendo um tempo fora do tempo, um tempo de suspensão da vida, repleto de magias e perigos. Nessa estação, é patente a relação com os perigos do inverno, com a duração das longas noites e com o recolhimento exigido nos países de clima frio. O próprio nome gaélico significa literalmente “fim do verão”, evocando o final dos dias de calor. Em todo o ano, o momento de maior fartura relativa marcava igualmente o momento de maior comedimento, já que os estoques deviam durar até a próxima primavera. Considerava-se que, na noite de Samhain, o véu entre os mundos estaria em seu momento mais tênue, possibilitando a comunicação com os antepassados. Lanternas eram acesas e colocadas nas janelas para guiar os que já tinham partido para as suas antigas casas, e alimentos eram oferecidos aos antepassados em lugares extras nas mesas. A própria celebração do sabá tem a característica de ser um misto de pesar pela morte e de alegria pelo renascimento vindouro, refletindo o momento da morte do deus solar e o autoexílio da deusa no submundo, aguardando o seu retorno. Essa dualidade do Samhain fala justamente do tema central da Roda do Ano, da revelação do mais profundo dos mistérios. A morte do deus é o momento do conhecimento que ele gera a si mesmo, pois ele é a criança que gesta no útero da deusa e que logo nascerá no Yule. O simbolismo da perpetuação da vida, da cadeia circular que se autossustenta e da Natureza inextinguível que gera a si própria continuamente, se expressa tanto no plano divino quanto no plano humano. Somos eternos, pois os que partiram continuam vivos na nossa descendência, e poder-se-ia dizer até que o encontro com os nossos antepassados é o próprio encontro com os nossos filhos. Ecos desse festival estão ainda bastante presentes no imaginário popular. O dia das Bruxas, o Halloween, tão tradicional nos países de língua inglesa, mostra isso na forma de crianças fantasiadas de seres fantásticos ou fantasmas, o que seria uma maneira distorcida de se interpretar os ancestrais mortos e mesmo de representar as crianças como Coven & Ritos de Passagem 101


continuadoras da presença dos que já partiram. A tradição cristã associou a essa data tanto o dia de Todos os Santos, em 01 de novembro, como o dia dos Finados, em 02 de novembro. Nessas duas celebrações cristãs há o culto aos antepassados tanto na forma de “santos” como na forma direta. O Espírito dos Sabás Independentemente da visão agregadora das tradições e das lendas associadas aos sabás, há o costume de se dividir suas celebrações em duas fases, referentes ao período quente e ao período frio do ano: Tempo do Grande Sol e Tempo do Pequeno Sol. Além dessas duas fases, os sabás têm quatro temáticas dominantes que correspondem às quatro estações do ano, cujas festas realizadas no início e no ápice de cada estação possuem características comuns. Assim, Imbolc e Ostara, sabás que marcam o início e o ápice da primavera dentro de uma perspectiva sazonal, não convencional, retratam a fragilidade, o frescor da infância e da adolescência, a paixão, a fertilidade e a esperança de fartura no ano que se inicia. Beltane e Litha, sabás do verão, retratam a força da juventude, a sexualidade, o casamento, a união dos opostos, a semeadura e a fecundação. Lammas e Mabon, sabás do outono, retratam a gestação, a perpetuação, a maturidade e a gratidão pelos resultados obtidos com a colheita dos frutos da terra. Samhain e Yule, sabás do inverno, retratam o recolhimento, a morte e o renascimento, em que a alegria é um contraponto porque o que se festeja não é a plenitude em si, mas a certeza de que ela virá em breve. No suceder dos sabás observa-se que, conforme o ano caminha, as celebrações deixam de ser centralizadas no indivíduo para se concentrarem na família, no grupo ou no clã. Ao se traçar um paralelo entre essas celebrações e o desenvolvimento do ser humano, nota-se que as crianças não são naturalmente gregárias, mas conforme vão crescendo, adquirem progressivamente a noção do outro e se inserem cada vez mais nas relações interpessoais. Ao atingirem a idade adulta, buscam os relacionamentos de integração nos núcleos familiares. Assim, os quatro primeiros sabás, os da fase de crescimento do Sol, estão voltados para os sentimentos individuais, e os quatro últimos sabás, os da fase de declínio do Sol, estão voltados para os sentimentos familiares e coletivos. Então, pela sua característica de início, o Imbolc poderia ser misticamente Coven & Ritos de Passagem 102


associado ao simbolismo do Mago, arcano I do tarô, ao processo solitário das iniciações, ao impulso do ego e do fogo interior relacionado ao signo de Áries. Da mesma forma, o Yule poderia ser associado ao simbolismo do Mundo, arcano XXI do tarô, ao sentido de união do grupo, à coletividade, à junção das múltiplas gotas no oceano dos signos de Aquário e Peixes, ou mesmo à dissolução da individualidade, representada pela morte. A Celebração dos Sabás – Hemisfério Norte ou Hemisfério Sul? Ao ser apresentado o simbolismo de cada sabá, foi dada uma data em que cada um deles é celebrado no hemisfério norte, cuja razão específica era demonstrar de que forma essas datas foram assimiladas pela nossa cultura e como deram origem a algumas festividades cristãs, já que a cristandade também se desenvolveu no hemisfério norte. Há uma inversão das estações do ano entre os hemisférios norte e sul. Ritualisticamente, isso significa que, enquanto no hemisfério norte os dias são mais curtos e tem início a fase da decadência e morte do deus, no hemisfério sul os dias são mais longos e tem início a fase de crescimento e amadurecimento do deus. Enquanto no hemisfério norte ocorre o solstício de inverno na noite mais longa do ano, quando o deus acaba de nascer, na mesma data ocorre o solstício de verão no dia mais longo do ano no hemisfério sul, quando o deus atinge a plenitude de suas forças e a deusa está grávida. Seria então coerente comemorar os mesmos sabás no hemisfério norte e no hemisfério sul? As opiniões se dividem. Alguns pregam a adoção de um calendário único seguindo o ritmo das estações do ano no hemisfério norte, mas há os que defendem as cerimônias mistas, de forma que ambos os aspectos sejam lembrados, e há também os que preferem que as celebrações dos sabás sejam realizadas de acordo com o ritmo sazonal da região onde se vive. Os defensores do calendário único alegam que as raízes da Bruxaria foram estabelecidas no hemisfério norte, que o simbolismo usado nos sabás se refere aos animais e à vegetação dos países do norte, e que é lá que os sabás vêm sendo comemorados há milhares de anos, o que fixaria a energia das datas das Coven & Ritos de Passagem 103


celebrações na forma como elas lá se apresentam. Além disso, citam o fato de que o ano civil e suas comemorações estão atrelados às datas do hemisfério norte. Os que defendem as celebrações de sabás híbridos, incorporando elementos dos hemisférios norte e sul para cada data, procuram apenas uma espécie de “acomodação política” e argumentam que, em países como o Brasil, as diferenças entre as estações do ano não são nitidamente marcadas como na Europa, porque aqui há dias quentes e ensolarados em pleno inverno. É possível que haja quem discorde de uma ou outra posição, pois atrelar as datas dos sabás ao hemisfério norte parece contradizer o próprio espírito de suas comemorações. Se o que se busca é a sintonia com a Natureza, como se pode desprezar o que se passa aqui para se conectar com o que acontece em outra parte do mundo? O argumento de que tais cerimônias teriam se originado na Europa lembra as missas rezadas em latim. Seria mais importante a tradição ou a compreensão e a sintonia com os elementos da celebração? Parece apenas falta de imaginação ou tradicionalismo inócuo fazer uso do simbolismo do hemisfério norte, como árvores, frutos, cereais e animais típicos daquela região, pois há inúmeras espécies nativas no hemisfério sul que bem simbolizam cada estação do ano, bastando apenas querer aproveitá-las. Afinal, o que se celebra é a Natureza. A deusa e o deus não são ilustres cidadãos europeus, mas a própria representação da Mãe Terra. Não se deve tentar buscá-los a milhares de quilômetros de distância. Basta olhar ao redor. Argumentos baseados no ano civil caem no mesmo vazio. Dizer, por exemplo, que seria estranho celebrar o nascimento do deus no mês de junho, como se fosse uma espécie de Natal fora de época, apenas se faria notar um demasiado apego às tradições cristãs. Deve ficar bem claro que o Yule não é o Natal. O Natal é uma festa cristã que, no hemisfério norte, ocorre na mesma época do Yule, e por ter sido criado a partir de símbolos pagãos, tem basicamente a mesma simbologia. A adoção de uma religião pagã não significa desrespeito nem combate aos preceitos cristãos, mas sim a necessidade de rompimento com eles. Os cristãos comemoram o ano-novo no fim de dezembro, mas os chineses, os judeus e outros povos, não. E sobre o estado de espírito característico de Coven & Ritos de Passagem 104


cada celebração, poder-se-ia perguntar aos defensores da egrégora se estariam dispostos ao recolhimento em seus lares em pleno verão, ou se seria interessante comemorar alegremente a fertilidade e o calor do verão numa noite fria de junho, durante a celebração de Litha. Basear-se na pouca diferenciação entre as estações do ano é prender-se apenas a um aspecto da Roda do Ano, justamente ao aspecto ligado ao efeito e não à causa. Os efeitos são verificáveis no corpo da deusa, a Terra, mas causados pelo deus, o Sol. Além de tal diferenciação variar muito de acordo com a localidade, ainda há o inegável fato de que existe a variação da duração dos dias, por menor que seja. No hemisfério sul, o dia mais curto do ano ocorre em junho, não em dezembro. Portanto, quando se opta em seguir as celebrações da Roda do Ano, a alternativa mais correta é realizar as comemorações da forma como a Roda do Ano se apresenta no lugar onde se vive. O fundamento do paganismo é o contato e a interação com a Natureza. As bases da crença pagã ensinam que fazemos parte da Natureza e somos responsáveis pela sua manutenção e pela sua eterna recriação. Como podemos nos sentir assim se, logo de início, nos apartamos do momento atravessado pela Natureza que nos cerca, ignorando as estações do ano em nosso próprio local de moradia? Na medida do possível, a celebração dos sabás deve utilizar elementos que estejam presentes no nosso cotidiano, que simbolizem o momento da Roda do Ano como ela se apresenta no lugar onde vivemos. Por mais eficiente que um símbolo possa ser em sua região de origem, não terá necessariamente a mesma eficiência em outras regiões. Que significado poderia ter um pinheiro, como símbolo da permanência da vida durante o inverno, para um nativo de uma ilha do Pacífico, que nunca viu um pinheiro? É preciso que a utilização de um determinado símbolo, seja um fruto, um grão ou um animal, tenha um significado próprio durante uma celebração e que sua representação seja compreendida. Caso contrário, estaremos apenas repetindo o que nos foi apresentado por uma tradição, repetindo velhas fórmulas e insistindo em criar dogmas. Halloween, uma festa de terror com muito bom humor O Halloween, comemorado em 31 de outubro, teve sua origem entre os celtas, Coven & Ritos de Passagem 105


antigos povoadores da Europa Oriental, Europa Ocidental e Ásia Menor. Entre eles viviam os magos druidas, adoradores do carvalho e do visco. A noite do Halloween era muito importante porque era festejada como a véspera do anonovo. Até época recente, 01 de novembro era considerado o dia do ano-novo na ilha de Man, um dos redutos em que a língua e o folclore célticos resistiram ao sítio dos invasores saxões. Durante essa festividade, os mascarados de Man saíam às ruas cantando, na linguagem de Man, uma espécie de canção de anonovo, ou Hogmanay, que começava assim: Hoje é o dia do ano-novo, Hogunnaa! Não só entre os celtas, mas em toda a Europa, a noite do Halloween, que marca a transição do outono para o inverno, parece ter sido a época do ano em que as almas dos mortos revisitavam seus lares terrenos para se aquecerem junto ao fogo e se reconfortarem com as homenagens que lhes eram prestadas, na cozinha e na sala, pelos seus afetuosos parentes, para os quais talvez fosse natural que a aproximação do inverno fizesse com que as pobres almas famintas e trêmulas, que habitavam as florestas sem folhas e os campos nus, procurassem o abrigo e o calor das lareiras das suas casas familiares. Mas não eram apenas as almas dos mortos que se aproximavam dos vivos no dia em que o outono ao inverno entrega o pálido ano. As bruxas esmeravam-se em seus atos malignos, algumas cruzando os ares em suas vassouras e outras galopando pelas estradas, montadas em gatos pretos que, naquela noite, se transformavam em cavalos negros como carvão. Também as fadas andavam soltas e duendes de todos os tipos vagavam livremente. Nas regiões celtas, o Halloween parece ter sido a importante noite do ano em que se faziam previsões do futuro, quando todos os tipos de adivinhações eram postos em prática. Dathi, rei da Irlanda no século V, esteve numa festa do Halloween no Monte dos Druidas, chamado Cnoc-nan-druad, no condado de Sligo. Dathi pediu que seu druida lhe previsse o futuro entre aquele dia e o próximo ano. O druida passou a noite no alto de uma colina e, na manhã seguinte, fez a previsão ao rei, a qual se tornou realidade. No País de Gales, a festa do Halloween era a mais estranha de todas as Três Noites dos Espíritos, chamadas Teir Nos Ysbrydion, quando o vento, soprando sobre os pés dos cadáveres, levava suspiros às casas dos que deviam morrer naquele ano. Acreditava-se que, se naquela noite alguém fosse a uma Coven & Ritos de Passagem 106


encruzilhada e escutasse o vento, ficaria sabendo das coisas mais importantes que deveriam acontecer nos próximos doze meses. Para os pagãos, o Halloween é também conhecido como Samhain. Embora seja considerado um tempo de morte, é um tempo de renascimento, simbolizado por um raminho no ritual de Samhain. Essa é a melhor época para se estabelecer contato com a deusa e o deus, porque os véus que separam o mundo material e o mundo espiritual se tornam tênues e o tempo e o espaço se tornam fluidos. O Oráculo da Morte é uma prática tradicional em Samhain. Os participantes tiram a sorte para saber quem agirá como oráculo. A pessoa escolhida se senta em um canto escuro e silencioso e responde perguntas sobre o futuro. A ideia é de que a Morte já saiba as respostas. Outro costume durante o Halloween é a festa da Ceia dos Mudos, dedicada às divindades, aos ancestrais e aos elementais. À noite, bebidas e pratos repletos de alimentos são colocados do lado de fora das portas das casas, e três velas vermelhas acesas são postas ao redor dos pratos e deixadas ali para queimarem durante a noite. As sobras dos alimentos e bebidas são colocadas na terra e oferecidas à deusa. Para os druidas celtas, o conceito de cabeça sagrada se deve ao fato de que o espírito do ser humano reside na cabeça. A lanterna do tipo cabeça de abóbora simboliza esse conceito, e a vela acesa dentro da abóbora representa o espírito vivo ou o awen. Quando os celtas se cristianizaram, não renunciaram a todos os seus costumes pagãos. O paganismo e o cristianismo se mesclaram e não há coincidências entre as festas pagãs e as festas cristãs de Todos os Santos e Finados. A festa de Todos os Santos era inicialmente celebrada em 13 de maio, mas em 741 o papa Gregório II a trocou para 01 de novembro, dia da Dedicação da Capela de Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma, Itália. Em 840, o papa Gregório VI ordenou que a festa de Todos os Santos fosse celebrada mundialmente e que o cerimonial fosse ampliado, incluindo uma vigília vespertina para a preparação da festa de 31 de outubro, um dia antes da festa de Todos os Santos. Na cultura inglesa, essa vigília vespertina se chamava All Hallows’ Eve, ou seja, Vigília de Todos os Santos. Com o passar do tempo, essa vigília passou a se chamar All Coven & Ritos de Passagem 107


Hallowed Eve, depois All Hallow Eve e finalmente Halloween. Em 998, San Odilo, abade do monastério de Cluny, sul da França, acrescentou a festa dos Fiéis Mortos para ser celebrada em 02 de novembro, dia em que se devia rezar pelas almas dos fiéis que haviam falecido. Depois de se difundir na França, essa festa se espalhou por toda a Europa. No Brasil, 31 de outubro é o Dia das Bruxas ou dia do Halloween. Nos Estados Unidos, é um feriado que registra um volume de vendas só superado pela festa natalina. Para comemorar essa noite, adultos e crianças chegam a gastar US$2,500 em doces, fantasias e acessórios. As cabeças iluminadas, feitas de abóboras, têm origem no folclore irlandês. Segundo uma lenda muito difundida, Jack-o-lanterna, um homem beberrão e baderneiro, logrou o diabo que o perseguia. Jack conseguiu livrar-se do diabo, esculpindo uma cruz no tronco de uma árvore. Quando Jack morreu, sua entrada no Céu lhe foi negada devido ao seu comportamento quando era vivo, e também lhe foi negado o acesso ao inferno pelo que tinha feito ao diabo. Então Satanás lhe deu uma vela acesa para que pudesse caminhar entre as sombras. Jack perfurou um nabo e colocou a vela acesa dentro dele para que a chama fosse duradoura. Segundo os historiadores, os irlandeses utilizavam nabos como lanternas, simbolizando as almas dos mortos, mas quando emigraram para a América do Norte, substituíram os nabos por abóboras porque eram maiores e mais convenientes para serem usadas como lanternas. Embora muitas pessoas desaprovem o Halloween, atualmente ele vem ganhando espaço no Brasil e é festejado por baixinhos e grandinhos. Muitos se fantasiam e andam pelas ruas trocando travessuras por guloseimas, e outros assistem ou festejam esse dia de forma privada ou em ambientes controlados, como escolas, parques de diversões e shoppings. Em Salém, Massachusetts, EUA, pátria da Bruxaria norte-americana, a população celebra a Festa dos Espantos na noite do Halloween. De qualquer maneira, o espírito original do Halloween é o mesmo. É uma festa de terror, temperada com muito bom humor, e todos podem desfrutar a noite inteira do seu lado demoníaco brincalhão. Diferentemente das crianças, que adoram as brincadeiras do Halloween, na Coven & Ritos de Passagem 108


noite de 31 de outubro os wiccanos modernos celebram o Samhain após o pôr do Sol, dançando ao redor das fogueiras e enchendo os caldeirões com pedidos para o próximo ano, da mesma forma como faziam as feiticeiras celtas. É uma noite muito animada, principalmente para quem vive no hemisfério sul. Com a proximidade do solstício de verão, as lindas noites enluaradas, cheias de magia e luz, são propícias para se realizarem rituais ao ar livre, quando todos os participantes devem direcionar suas orações à deusa Mãe Anu, pedindolhe abundância e prosperidade para o ano vindouro. Feliz Halloween! Texto pesquisado e desenvolvido por Rosane Volpatto

CALENDÁRIO DOS GNOMOS E DUENDES O mundo dos elementais da Natureza, como gnomos, duendes e fadas, é tão antigo quanto a própria Terra. Embora muitos teimem em negá-los, eles são tão reais quanto os anjos e os espíritos. Vivem em suas próprias dimensões e exploram os nossos domínios, sem que possamos vê-los. Esses pequeninos seres, classificados hoje como gnomos e duendes, já eram citados na literatura sânscrita 7000 anos atrás. No Egito antigo, eram conhecidos como entidades que apareciam no momento do nascimento de uma criança para fazer a previsão do seu futuro. A Cabala faz referências a pequenos gênios que vivem no interior da Terra e que muitos deles ajudaram o rei Salomão a construir o Templo de Jerusalém. O Talmud afirma que as plantas são habitadas por criaturas diminutas. Okuninoshi, uma das deidades do Shinto japonês, certa vez descreveu um deus, habitante do alto de uma árvore, que planou sobre uma folha e veio em sua ajuda. Era Sukunabikona, um anão que cabia na palma Coven & Ritos de Passagem 109


da mão da deidade. Seu poder era tal, que ambos decidiram reconstruir o mundo para o bem da humanidade, dedicando-se primeiramente em erradicar todas as enfermidades. Os elementais são hoje investigados pela parapsicologia e chamados de ECNI - Entidades Coexistentes Não Identificadas. Há pessoas que, devido a uma sensibilidade especial, podem perceber sensorialmente o mundo sutil desses seres e, quando conseguem comunicar-se com eles, podem nos transmitir novas informações a seu respeito. Os gnomos são seres que conhecem todos os segredos do planeta Terra e do Cosmos. A palavra gnomo significa anão sem idade definida que, segundo a Cabala, vive no interior da Terra e tem a guarda de seus tesouros em pedras e metais preciosos. O termo gnomo vem do latim gnomus, calcada no grego genómos > habitante da terra, ou no grego gnomes > bom senso, conhecimento, julgamento, reflexão, ou mesmo no francês gnome > pequeno gênio que habita a terra. A palavra duende significa entidade de aspecto humano, orelhas pontudas e pequenina estatura, que geralmente usa seus poderes em travessuras noturnas para assustar os moradores das casas. O termo duende, sinônimo de trasgo e fradinho-da-mão-furada, vem provavelmente do espanhol duen de casa > dueño de casa > duende > dono de uma casa, espírito travesso, espírito que se crê habitar uma casa. Os gnomos são mais velhos e mais poderosos que os duendes e preferem viver em ambientes naturais tranquilos. São os gnomos que comandam os duendes, os quais vão e vêm constantemente para ajudar os seres humanos, e quando se instalam em algum lugar, ali permanecem. Ao contrário das fadas, os duendes são todos masculinos. Tanto os gnomos como os duendes vivem em harmonia com a Natureza e seus tesouros. As pessoas que conseguem acessá-los e estabelecer um vínculo amigável com eles são agraciadas com muita sorte. Para contatá-los, é preciso ter um conhecimento prévio sobre a afinidade energética e o tipo de vibração que emitem no decorrer dos doze meses do ano.

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Janeiro Gnomo: Igor Duende: Rimon Atributos: Alegria, bem-estar, proteção O gnomo Igor é bastante poderoso e está sempre em companhia de Rimon, um duende muito alegre e brincalhão que pode ser visualizado nas margens dos rios confeccionando vasos de barro. Ao se iniciar um novo ano, o gnomo Igor pode ser invocado para trazer harmonia e prosperidade, pois o ser humano veio a este mundo para se tornar vencedor e a melhoria financeira é um direito de todos. Por isso, não se deve se contentar com pouco, mas sim ter pensamentos positivos para que um futuro promissor se torne realidade. Fevereiro Gnomo: Elio Duende: Wull Atributos: Beleza, depressão, sedução, tristeza O gnomo Elio e o duende Wull ajudam a melhorar a autoestima, transmitindo a força e a energia necessárias para você se curar da depressão ou superar grandes desilusões. Elio é um grande aliado da mulher no que diz respeito ao amor e à sedução e pode ser invocado em qualquer época do ano, mas em fevereiro sua vibração é mais intensa. Março Gnomo: Harumh Duende: Verny Atributo: Liberação O gnomo Harumh está sempre em companhia do duende Verny e ambos exercem grande poder na limpeza de ambientes carregados de energias negativas. Para se libertar de forças negativas, limpar sua casa e melhorar seus negócios, você deve acender um incenso de limpeza energética e chamar o gnomo e o duende pelos seus nomes. Abril Gnomo: Zocoss Duende: Jefte Coven & Ritos de Passagem 111


Atributos: Dinheiro, trabalho O gnomo Zocoss é um grande administrador financeiro que pode orientar você a lidar melhor com o seu dinheiro. No entanto, para se conseguir dinheiro, é preciso trabalhar, e é ao gnomo Zocoss a quem você deve pedir trabalho, com o qual sua dignidade se fortalece. Invocando o gnomo Zocoss e o duende Jefte, você receberá ajuda imediata para solucionar qualquer tipo de situação referente a trabalho e dinheiro. Maio Gnomo: Giafar Duende: Clion Atributo: Proteção energética O gnomo Giafar recompõe suas energias quando suas defesas estiverem baixas, quando estiver muito estressado (a) ou diante de um delicado momento de decisão sobre algum negócio. Ao ser invocado, Giafar lhe enviará o duende Clion, que lhe acompanhará, lhe protegerá e lhe envolverá num círculo magnético para recompor suas energias. Junho Gnomo: Pan Duende: Yark Atributos: Entendimento, paciência O gnomo Pan ajuda você a alcançar o entendimento, principalmente no âmbito familiar, e pode ser invocado sempre que o momento exigir calma, porque a ansiedade e o nervosismo podem resultar em atos impulsivos e indesejáveis. É o duende Yark quem proporciona a vibração necessária para a calma ser restabelecida. Julho Gnomo: Raschib Duende: Edoss Atributos: Confiança, segurança, zelo O gnomo Raschib ajuda a restabelecer a autoconfiança e a neutralizar o ciúme e a inveja, sentimentos que obscurecem a aura humana. Como o descrédito pessoal pode suscitar desejos destrutivos, Raschib, quando invocado, tem o Coven & Ritos de Passagem 112


poder de limpar o seu campo áurico e lhe outorgar confiança e segurança. O duende Edoss envia seus raios da cor do arco-íris para restabelecer a harmonia. Agosto Gnomo: Mobarack Duende: Oldh Atributos: Fé, gestação, saúde O gnomo Mobarack conhece todas as virtudes da magia e da alquimia e possui grande poder energético para restabelecer a saúde, aliviar as dores e aumentar a proteção do feto durante a gestação. Quando invocado, ele envolve com a sua luz as partes doentes do corpo físico, mas para que isso seja possível, é preciso que você segure um cristal de quartzo em sua mão. O duende Oldh alivia as dores de cabeça e os problemas estomacais. Setembro Gnomo: Jenny Duende: Pyloo Atributos: Amor, harmonia, união Jenny é o gnomo do amor e dos apaixonados. Quando invocado, ajuda a resolver problemas amorosos e de desunião entre os cônjuges ou familiares, mas detesta mentiras e falsidade. O duende Pyloo emite raios de cor violeta para transmutar suas energias negativas em energias positivas e envolver os seus entes queridos. Outubro Gnomo: Haruko Duende: Smark Atributo: Proteção O gnomo Haruko possui um incrível poder de proteção. Zela pelos seres humanos e não permite que nada de mal lhes aconteça. Tanto ele como o duende Smark têm o poder de proteger os humanos dentro de uma bola de cor dourada e expulsar todas as energias negativas que tentem atingi-los. Ambos amam muito as crianças e os velhinhos.

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Novembro Gnomo: Otbat Duende: Basy Atributos: Azar, dinheiro, juízos O gnomo Otbat é quem cuida do caldeirão de ouro e orienta sobre o dinheiro e os juízos. Ao ser invocado, ele ilumina a sua mente para que você não se equivoque no caminho do dinheiro e da justiça. O duende Basy ajuda nos jogos e em tudo o que diz respeito ao azar. Dezembro Gnomo: Magrebin Duende: Vikran Atributos: Amor, dinheiro, entusiasmo, fortaleza, saúde O gnomo Magrebin tem o poder de afugentar toda e qualquer energia negativa interior ou exterior e de limpar os ambientes. Quando invocado, envolve você com os raios dos Sete Poderes, deixando-o (a) mais revigorado (a) e entusiasmado (a). O duende Vikran afugenta todo o mal da sua vida. No dia do Natal, deposite mel, avelãs e uma taça com vinho no jardim e agradeça a esse povo pequenino que tanto ajudou você durante o ano inteiro. CALENDÁRIO DAS FADAS A palavra fada vem do latim fata > fatae e significa a deusa do destino. Na literatura, as fadas são geralmente citadas como entidades do sexo feminino, de beleza e encanto extraordinários, às quais se atribui o poder mágico de influir no destino dos seres humanos. Na mitologia clássica da Grécia, as fadas são às vezes comparadas às Parcas Átropos, Cloto e Láquesis, deusas que determinam o curso da vida humana. Janeiro Fada Randa: Sua maior virtude é proporcionar felicidade. É muito bela e luminosa e atrai a energia solar. Você deve invocá-la quando estiver carente de energias. Ritual: Os dias mais propícios são 21 e 25. Saia para um passeio à luz do Sol ou Coven & Ritos de Passagem 114


sente-se comodamente em um lugar tranquilo e reservado, onde possa receber a luz solar, tendo as palmas das mãos para cima e os pés descalços. Invoque a fada, aguarde algum som que a identifique e faça seu pedido. Você pode também acender um incenso de jasmim ou colocar uma flor de jasmim num copo com água, dentro de sua casa. Fevereiro Fada Grinza: Sua maior virtude é consolar, orientar e proporcionar beleza e sedução. Você deve invocá-la quando estiver depressivo (a) ou com a autoestima baixa. Ritual: Os dias mais propícios são 21 e 26. Para invocar a fada Grinza, corte uma maçã em quatro pedaços e depositeos como oferenda no seu jardim ou num vaso de flores. Março Fada Xinauh: Sua maior virtude é lhe outorgar muita força e ousadia e proteger você contra as forças negativas. Ela deve ser invocada sempre que houver muitas desavenças ou intrigas em sua casa, entre os seus familiares. Ritual: Os dias mais propícios são 21, 23 e 25. Para invocála, chame-a pelo nome e a visualize com uma roupa bem colorida. Depois coloque um pouco de leite com mel e um pedaço de pão com açúcar em um lugar ventilado de sua casa, em oferenda à fada Xinauh. Abril Fada Rasnysh: É a fada cozinheira da Rainha e sua maior virtude é proporcionar muita abundância, dinheiro e prazeres. Os fungos são seu alimento predileto e o cheiro da canela é o aroma que mais a atrai. Coven & Ritos de Passagem 115


Ritual: Os dias mais propícios são 08, 12 e 27. Prepare com muito carinho um prato de champignon salteado com manteiga. Antes de se servir, convide a fada para cear com você. Maio Fada Nuby: É a fada da comunicação, dos estudos e da sabedoria. Invoque-a antes de uma prova ou exame, quando precisar falar em público ou se estiver à procura de um emprego. Ritual: Os dias mais propícios são 01, 02, 03, 29, 30 e 31. Quando precisar da fada, diga o seguinte: “Fada Nuby, ilumine a minha mente para que os meus pensamentos tenham o mesmo frescor dos campos e a luz do Universo!” Junho Fada Arnich: Sua maior virtude é outorgar inspiração e paciência para a criação artística. Ritual: Os dias mais propícios são 14 e 21. Concentre-se firmemente antes de invocá-la. Chame-a pelo nome, sustentando em sua mão esquerda uma pedra de geodo que tenha sido bem lavada. Geodo é uma pedra muito usada em decoração. Ela se forma de rochas ígneas, metamórficas e sedimentares e tem uma cavidade cheia de pequeninos cristais. Julho Fada Argay: É a fada que proporciona confiança, brilho pessoal e dignidade. Ritual: Os dias mais propícios são 07, 14, 21 e 28. Confeccione um amuleto com um pequeno galho de sabugueiro, onde deve gravar o nome da fada. Enquanto grava o nome de Argay no galho, peça muita energia e proteção. Depois carregue o amuleto em sua bolsa ou carteira. Agosto Fada Cayla: Sua maior virtude é trazer alegria à vida cotidiana e amenizar as tensões da mulher que se ocupa com os afazeres domésticos. Ritual: Os dias mais propícios são 06, 12, 18 e 24. Faça um pastelzinho caseiro, cubra-o com bastante mel e coloque-o em uma cestinha. Ponha a cestinha em algum cantinho sossegado de sua casa, em oferenda à fada Cayla.

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Setembro Fada Rasmin: Sua maior virtude é dedicar especial atenção aos casais e aos apaixonados e evitar brigas conjugais, familiares e entre amigos e sócios. Ritual: O tempo mais propício é 03 dias antes e 03 dias depois da Lua cheia de setembro. Invoque a fada através desta oração: “Fada Rasmin, ajude-me a aplacar a escuridão que nos afasta, toque-me com a sua luz e abrande a alma de (diga o nome da pessoa que lhe tem causado desgosto)”. Outubro Fada Ciale: Sua maior virtude é aliviar a dor física, conceder o dom da valentia e auxiliar os enfermos que temem o futuro. Ritual: Os dias mais propícios são 16 e 24. Ponha um pouco de louro, um pouco de tomilho, algumas gotas de óleo de lavanda e cristais de incenso para queimar num recipiente e deixe que a fumaça se impregne em toda a sua casa. Novembro Fada Melihah: Sua maior virtude é favorecer o ânimo festivo e, por isso, deve ser invocada quando você se encontrar aborrecido (a) ou se sentir tão insatisfeito (a) que não consegue se divertir com nada. Ritual: Os dias mais propícios são 09, 18 e 27. Ponha para tocar uma música bem agradável e dance, dizendo: “À luz da Lua eu danço, com a noite começa o nosso dia. Enquanto danço te invoco, Melihah, minha fada querida!”. Dezembro Fada Sabelina: Sua maior virtude é afugentar a má sorte e ajudar a recuperar as forças, a prosperidade e a confiança na Providência Divina. Ritual: Os dias mais propícios são 10, 20 e 30. Durante três dias consecutivos, ofereça à fada um pãozinho quente, polvilhado com sementes de trigo. O pãozinho deve ser colocado no lugar mais iluminado da sua casa.

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Bibliografia • Celebrando os Solstícios - Richard Heinberg - Editora Madras • Equinócio do Outono e Solstício de Verão - Laerte Graneiro - Editora Scortecci • O Livro da Bruxaria - Cornelius Rumsducke - Editora Pensamento

Avaliação do V Modulo: 1.) Compare os sabás com as datas comemorativas do nosso calendário. 2.) Faça uma resenha de 15 linhas sobre os assuntos abordados nos textos auxiliares. 3.) Qual a diferença entre sabás e esbás? 4.) Qual o significado e origem da palavra esbás? 5.) Explique com poucas palavras cada Sabás. 6.) Atividades Práticas : Faz de Conta que estamos na época certa dos Sabás. Então faça as atividades de cada sabás, tire uma foto, faça um resume de sua a.) Estamos em Lammas ... a.1.) Faça o pão de agradecimento. a.2.) Faça a garrafa da bruxa. a.3.) Faça a boneca de milho. b.) Estamos em Shamain... b.1.) Confeccionar um Jack O´Lantern. b.2.) Confeccionar uma vassoura mágica. b.3.) Confeccionar uma varinha mágica. b.4.) Confeccionar uma corda da Bruxa. c.) Estamos em Beltane... c.1.) Fazer um piquenique c.2.) Fazer uma mascara de folha. c.3. ) Fazer uma guirlanda de flores e colocá-la numa árvore d.) Estamos em Candlemas .... d.1.) Confeccionar uma cruz de Brigit d.2.) Fazer um travesseiro de sonhos.

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7.) Dentro dos sabás menores você deverá escolher uma atividade prática de cada um faze-la, comentar sua sensação e tirar uma foto para encaminhar para seu monitor. 8. ) Por que a utilização de um calendário dividido em 13 pode ajudar o nosso cotidiano? 9. ) Qual é a influência dos maias na Bruxaria? 10. ) Cite três maneiras de se utilizar a energia da Lua no dia a dia; 11.) Escolha uma data mágica e descreva um ritual a ser realizado nesse dia; 12.) Descreva, em 10 linhas, o que é uma egrégora; 18.) Descreva um ritual para a oitava lunação; 19.) Compare os sabás com as datas comemorativas do nosso calendário; 20.) Faça uma resenha de 15 linhas sobre os assuntos abordados nos textos auxiliares.

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Idealizadora: Tânia Gori – Bruxa Tânia Gori, através de suas varias formações é administradora de empresa, bruxa, teóloga, professora e estudiosa; Sua infância foi marcada pela aprendizagem de assuntos, hoje, considerados como ocultismo, terapias holisticas e metafisicas; Herdou de sua avó materna, Pretonilia Moreira, uma cigana, a artéria mística, quando começou a interpretar o tarot aos seis anos de idade, sendo iniciada na Bruxaria Natural; Pratica com freqüência uma de suas maiores habilidades, a gastronomia mágica; Organizadora dos seguintes eventos: Convenção de Bruxas e Magos em Paranapiacaba; Festival Sexta Feira 13; Hallowichteen Casa de Bruxa; Cozinha dos Encantados; Fundadora da Casa de Bruxa, uma instituição academica com mais de 20 anos que tem por objetivo desenvolver a filosofia de equilíbrio com a Natureza; Autora dos livros: “Bruxaria Natural - Uma Filosofia de Vida” , “Bruxaria Natural – Uma escola de Magia”, “Bruxaria Natural II – Magia da conquista” e “A Bruxa e o Cavalheiro”; Idealizadora da Bruxaria Natural no Brasil (Um filosofia para todos).” Coven & Ritos de Passagem 120


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