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Índice MetrôRio já aceita pagamento por aproximação Visa, Apple Pay e Samsung Pay Pagina 4

Novos recursos do Instagram vendam pelo app Pagina 5

Vingadores: Ultimato quebra recordes com US$ 1,2 bilhão em estreia mundial Pagina 6

Lucros da Samsung caem 60% mesmo com boas vendas do Galaxy S10 Pagina 8

Pra descontrair! Homem transforma seu gesso na Pagina 9


Editorial Essa é a primeira edição da Revista digital Tec Mundo, essa revista trás um diferencial de ser totalmente digital, assim você pode ler em qualquer lugar e a qualquer hora. Esse mês temos uma variedade de nóticias boas, onde podemos observar o quanto a tecnologia está cada vez mais presente no nosso dia a dia. Diagramação: Carol Scoz Direção: Professor Luiz Eduardo

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MetrôRio já aceita pagamento por aproximação Visa, Apple Pay e Samsung Pay POR RAFAEL FARINACCIO | 29 ABR 2019 — 17H39 O sistema de transporte público via metrô da cidade do Rio de Janeiro aceita desde hoje (29) novas maneiras mais modernas de pagamento. Em todas as 41 estações do metrô do Rio já é possível pagar sua passagem usando seu celular, cartão de crédito, pulseira e relógio com tecnologia NFC. A novidade foi trazida pela parceria entre o MetrôRio e empresas como a Visa, o Banco do Brasil, o Bradesco e a Cielo. Com a nova forma de pagamento, o passageiro não vai mais precisar comprar ou recarregar um dadores sinalizados para o uso da nova tecnologia e aproximar o cartão de crédito pessoal ou o dispositivo móvel com a tecnologia NFC. A novidade vai permitir economia de tempo para o cliente e será debitada diretamente na fatura, sem custo Pagamento do futuro Em um primeiro momento, somente os cartões de crédito da Visa estarão habilitados para utilização. Os clientes também podem usar seu cartão Visa em carteiras digitais como Apple Pay e Samsung Pay para conseguirem realizar o pagamento por aproximação. “No MetrôRio, nosso objetivo é inovar para facilitar a vida de nossos clientes. Queremos oferecer conveniência e praticidade. A aceitação de pagamento por aproximação, permitindo o ingresso no sistema com o uso do cartão de crédito ou celular do próprio cliente, que é mais um passo

viagem mais rápida e simples. Acreditamos que a mo bilidade urbana deve ser cada vez mais integrada e de fácil utilização. Estamos empolgados em oferecer essa inovação de forma pioneira para os cariocas e turistas que visitam a nossa cidade”, ressalta o presidente do MetrôRio, Guilherme Ramalho. Cidade pioneira O MetrôRio será a primeira operadora no mundo a usar a nova solução global Visa Secure Access Module (SAM), que permite a aceitação de qualquer cartão, celular ou dispositivo com a tecnologia de pagamento por aproximação, sem a necessidade de trocar sua atu al infraestrutura de validadores. Esta solução, em teste desde o ano passado, foi desenvolvida em parceria com Planeta Informática, Ingenico Group e Digicon. A Cielo é a adquirente parceira na implementação do projeto nas catracas do metrô do Rio de Janeiro. “Acreditamos que o uso da tecnologia de pagamentos por aproximação no metrô é uma oportunidade de digitalizar bilhões de transações de baixo valor, melho rando a experiência do passageiro e reduzindo des pesas do transporte público”, explica Fernando Teles, presidente da Visa do Brasil. “Estamos trabalhando tribuição e uso dos cartões por aproximação no Brasil. Hoje, além de serem aceitos no Metrô Rio, os cartões e as carteiras digitais – disponíveis nos celulares de milhares de brasileiros - já podem ser utilizados em mais de 3 milhões de estabelecimentos em todo o país”, explica o executivo.


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Novos recursos do Instagram permitem vendam pelo app POR RAFAEL FARINACCIO 30 ABR 2019 — 16H41

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recurso de comércio eletrônico no Instagram não é novidade: se você tem uma loja ou

onde é possível publicar fotos com links que mostram o preço de produtos e levam para um ambiente de compra. Agora, conforme foi anunciado na F8 2019, a conferência anual sobre futuro e tecnologia do Facebook, esse recurso vai estar disponível também

comprar sem sair do Instagram. Com isso, vai ser possível comprar com facilidade produtos mostrados no Insciadores. Roupas e acessórios que estão usando, eletrônicos que utilizam, tudo isso vai poder ganhar um link que leva o usuário diretamente para a página de compra dentro do próprio app. O recurso vai começar a ser testado na semana que vem com um gruCoelho e Kim Kardashian, publicações, como GQ e Vogue, e, posteriormente, todo mundo vai poder usar.

Caridade e criatividade no Instagram A partir de hoje também, é possível levantar da qual você gosta diretamente no Instagram. você pode criar uma campanha de arrecadação de fundos por meio de um adesivo de doação nos stories e mobilizar sua comunidade em torno de uma causa que ache que merece ajuda. Vale notar que 100% do valor arrecadado é repassado para a causa que você escolher. Por enquanto, isso só vai estar disponível nos EUA, mas não deve demorar para o recurso chegar aqui no Brasil e em outros países. Por último, mas não menos importante, a F8 2019 apresentou um novo design de câmera que inclui o Create Mode. Esse recurso serve para o usuário criar publicações sem necessariamente o uso de foto ou vídeo, mas de outros elementos de ferramentas populares de criação, como efeitos e adesivos interativos, para que você possa se expressar com mais liberdade.

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Vingadores: Ultimato quebra recordes com US$ 1,2 bilhão em estreia mundial

uperando as previsões mais otimistas, “Vin- 2,78 bilhões) e “Titanic” (US$ 2,18 bilhões) seguem na gadores: Ultimato” fechou o seu primeiro liderança, com “Star Wars: O Despertar da Força” (US$ inacreditável de US$ 1,2 bilhão nas bilhete- atrás. rias mundiais. A superprodução da Marvel bateu todos os reOs principais recordes de estreia cordes de estreia ao redor do globo. Nos Estados Unidos e Canadá, o longa somou US$ 350 milhões de “Vingadores: Ultimato” de sexta a domingo, estabelecendo (com folga) uma nova marca histórica. Maior bilheteria de estreia mundial Antes de “Ultimato”, o recordista de estreia nos cinemas norte-americanos era “Vingadores: Guerra 1. Vingadores: Ultimato – US$ 1,2 bilhão em seu lançamento no ano passado. Curiosamenhavia sido o mais lucrativo da história do cinema, com US$ 314 milhões contabilizados na soma de

3. Velozes e Furiosos 8 – US$ 541,9 milhões Maior bilheteria de estreia nos Estados Unidos e Canadá

conseguiu sozinho superar essa marca e elevar o recorde de arrecadação (somando as outras produções em exibição) para cerca de US$ 400 milhões.

1. Vingadores: Ultimato – US$ 350 milhões

Sucesso em todo canto Internacionalmente, o longa-metragem somou US$ 859 milhões, incluindo US$ 330,5 milhões na China. A produção bateu recordes de estreia em outros 43 mercados, entre eles: o Brasil, o Reino Unido, a Austrália e a França. Com US$ 1,2 bilhão apenas na semana de estreia, “Vingadores: Ultimato” parece ter uma chance real de bater as maiores bilheterias da história do cinema: “Avatar” (US$

3. Star Wars: O Despertar da Força – US$ 248 milhões

milhões

Maior bilheteria de estreia nos mercados internacionais 1. Vingadores: Ultimato – US$ 859 milhões 2. Velozes e Furiosos 8 – US$ 443,1 milhões


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Lucros da Samsung caem 60% mesmo com boas vendas do Galaxy S10 POR FELIPE |30 ABR 2019 — 09H39

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companhia feita no início de abril, a Samsung publi-

presa durante o primeiro trimestre de 2019 e eles mostram uma queda histórica de 60% nos lucros, que foram de US$ 13,4 bilhões no ano passado para US$ 5,3 bilhões no início deste ano. “Apesar de não ter seu nome citado no relatório, o Galaxy Fold também é uma das apostas da Samsung para a segunda metade do ano...” Os principais responsáveis por essa queda são os setores de chips de memória e telas, partes importantes do negócio da companhia, mas que vem enfrentando uma redução na demanda durante os últimos meses. Apesar disso, a Samsung espera ver um crescimento nos pedidos de chips durante o segundo semestre deste ano, com a chegada de mais smartphones com 256 GB de armazenamento. A empresa também destacou que as vendas da linha Galaxy S10 estão

“A expectativa é que as vendas continuem crescendo com a chegada da linha Galaxy Note 10 e o lançamento do Galaxy S10 5G em mais mercados.” indo bem, com 78 milhões de dispositivos en viados às lojas até agora, e não comprometeram tiva é que as vendas continuem crescendo com a chegada da linha Galaxy Note 10 e o lança mento do Galaxy S10 5G em mais mercados. Apesar de não ter seu nome citado no relatório, o Galaxy Fold também é uma das apostas da Samsung para a segunda metade do ano. Após apresentar problemas em algumas unidades enviadas para análise, a empresa recolheu esses dispositivos e adiou o lançamento do aparelho para uma data futura ainda não revelada.


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Pra descontrair! Homem transforma seu gesso na Manopla

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hris Davies quebrou o seu pulso a pouco tempo. De molho e com tempo livre, ele pensou, por que não transformar um gesso branco sem graça na

Vingadores: Ultimato estreando parece a única coisa lógica a se fazer,” contou ele no site Bored Panda. Não satisfeito em fazer isso apenas por diversão, ele resolveu também postar um passo-a-passo na internet, para que você, que está em casa com um gesso no braço, também possa se transformar no vilão dos Vingadores.

então, usou uma “Tadah! Um homem adul- Davies, tinta dourada 3D para criar os detalhes da Manopla; to andando por aí com também desenhou sombras Jóias no seu braço!”

Davies criou a sua própria manopla: Primeiro ele pintou seu gesso de dourado usando tinta em spray; Usou cristais de bijuteira para nhou os detalhes com um lápis. “Até esse ponto eu ainda estava em dúvida se isso era uma boa ideia. Eu tive que usar minha mão esquerda (sou destro!), então isso foi particularmente difícil.”

canetas pretas e metálicas de cor bronze.

nito, “Precisei de algumas camadas de tinta acrílica e um secador de cabelo,” conta. Davies então usou cola de PVC para aplicar as Jóias no gesso e dar-lhes uma aparência pontos de luz em sua obra. “Tadah! Um homem adulto andando por aí com Jóias no seu braço!” brincou.

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Game mostra preconceito por trás de algoritmo de apps de relacionamento POR CAMILLA CÁSSIA DA SILVA | 01 JUN 2019 — 19H00

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game MonsterMatch — disponível somente gem colaborativa, algo semelhante àqueles que fazem sugestões no Spotify e de produtos em e-commerces. em inglês — pretende revelar o viés preEsse tipo de algoritmo, como o próprio nome sugere, conceituoso dos algoritmos de aplicativos analisa decisões anteriores de outros usuários para prever de namoro. Lançado recentemente, o jogo é de autoria do desenvolvedor Ben Berman e do desig- novas preferências, o que pode reduzir as chances de certos tipos específicos de perfil serem vistos. Assim, o ner Miguel Perez e tem como objetivo simular o algoritmo pode passar a funcionamento “A filtragem colaborativa [em apps de namoro] reter alguns usuários em desse tipo de app detrimento de outros. na prática. Con- significa que os usuários mais antigos e mais numerosos do aplicativo têm influência excessiva “A filtragem colaboratitudo, no lugar de nos perfis que os usuários veem posteriormente” va [em apps de namoro] imagens de humanos, o game usa perfis de monstros. O projeto inicial da dupla ganhou o prêmio Creative Media Awards 2018, da Mozilla. Para jogar o MonsterMatch é bem fácil: basta criar um personagem e depois deslizar a tela para visualizar outros perfis de monstros. Assim como em um app de relacionamento, será possível ignorar, rejeitar ou selecionar um usuário que seja de seu interesse. À medida que essa interação ocorre, o algoritmo do MonsterMatch começa a funcionar, fazendo recomendações e mostrando aos usuários como o seu sistema funciona. Dessa forma, alguns candidatos também começam a se repetir enquanto a tela do MonsterMatch é deslizada.

significa que os usuários mais antigos e mais numerosos do aplicativo têm influência excessiva nos perfis que os usuários veem posteriormente”, destaca o blog da MonsterMatch. Devido a esse fator, correspondências étnicas e de orientação sexual podem ser ignoradas. Objeto de estudo e discussões

Algoritmo de filtragem colaborativa Isso acontece porque a maioria dos apps de relacionamentos usa um tipo de algoritmo de filtra-

O uso de algoritmos está interligado ao aprendizado de máquina, no qual suas decisões passam a ser tomadas com base em bancos de dados. Caso esses últimos representem determinados padrões com relação à raça ou orientação sexual, por exemplo, a tendência é que o algoritmo passe a se comportar conforme essa lógica. O assunto tem sido discutido em várias áreas e já foi inclusive tema de estudos científicos. A principal reivindicação é que algumas questões éticas sejam determinadas quando esse tipo de tecnologia for aplicada em alguma ferramenta.


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Engenheiro é acusado de falsificar relatórios de peças da SpaceX POR ROBINSON SAMULAK ALVES | 01 JUN 2019 — 14H00

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos iniciou uma ação criminal contra o engenheiro James Smalley, acusado de falsificar dezenas de relatórios de inspeção de peças usadas em foguetes da SpaceX. Smalley pode pegar até 10 anos de prisão pelas acusações, além de ter que pagar uma multa no valor de US$ 250 mil (cerca de R$ 1 milhão).

parativos para o lançamento de um satélite da NASA, e encaminhou a questão para a NASA, o que levou o Escritório de Investigações Espaciais da Força Aérea e o FBI a investigarem o caso.

Em 2015 a SpaceX já havia perdido centenas de milhões de dólares quando um foguete foi destruído em vôo. Ele transportava uma carga para a Estação “Em 2015 a SpaceX já havia perdi- Espacial Internacional, o que também resultou numa do centenas de milhões de dólares enorme perda para a NASA.

quando um foguete foi destruído “Tal conduta fraudulenta põe em risco não apenas o em vôo...”

James Smalley era engenheiro da PMI Industries, empresa contratada para produzir peças para dois modelos de foguetes da empresa de Elon Musk — o Falcon 9 e o Falcon Heavy. Para verificar e atestar a qualidade das peças, foi contratada a terceirizada, a SQA. Foram os relatórios da SQA que James Smalley falsificou. Ele havia copiado a assinatura de um dos fiscais da empresa e falsificado pelo menos 38 relatórios, tendo liberado 76 peças rejeitadas ou não inspecionadas, para a SpaceX. Prejuízo powered by Rubicon Project De acordo com o Departamento de Justiça, ao menos 10 missões foram afetadas pelas peças irregulares, incluindo duas para a Força Aérea dos EUA. A SpaceX descobriu a fraude em janeiro de 2018, durante os pre-

sucesso do programa, mas a vida de bravos homens e mulheres que confiam na integridade não apenas dos próprios veículos espaciais, mas de todos aqueles que ajudam a projetar e construir”, disse o promotor federal James Kennedy ao anunciar as acusações.

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Não reclame da falta de privacidade no Facebook, ela não existe POR FELIPE PAYÃO | 31 MAI 2019 — 18H23

O advogado-conselheiro do Facebook Orin Snyder está lidando com o processo da Cambridge Analytica, que abusou de dados de usuário da rede social para fins políticos. Uma frase dita por Snyder, contudo, jogou gasolina na discussão: “Não há qualquer tipo de invasão de privacidade, porque não há privacidade”. Ao juiz responsável pelo caso, não houve negação de que terceiros acessaram os dados. Contudo, para “lim-

par a barra” da empresa, o advogado ainda comentou que os usuários não devem ter uma “expectativa razoável de privacidade” quando entram em redes sociais. Mesmo assim, sempre que toca no assunto, o Facebook comenta sobre os investimentos que faz nas equipes de segurança e nas melhorias sobre privacidade que chegaram e devem chegar na rede social.


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Chernobyl: afinal, o que causou o pior acidente nuclear da História?

POR RAFAEL FARINACCIO | CIÊNCIA 29 MAI 2019 — 18H34 pouco mais de 33 anos, a Central Nuclear V. I. Lenin, claro — jogava a culpa de um para o outro e no fim mais conhecida como Usina Nuclear das contas ninguém ficou sabendo exatamente o que aconteceu. de Chernobyl, sofreu o maior acidente Independentemente de quem foram os verdadeiros radioativo da história da humanidade até hoje. A história é relativamente bem conhecida culpados pelo acidente, vamos tentar explicar do ponto de vista técnico e científico, de maneira sime vem sendo recontada na minissérie “Chernobyl”, ples e direta para uma compreensão mais fácil, o produzida pela HBO: na madrugada de 25 para 26 de abril de 1986, o reator nuclear número 4 da usina que aconteceu no reator da Usina de Chernobyl que explodiu e espalhou material radioativo, levando 134 causou a explosão. pessoas para o hospital, das quais 28 morreram em Como a usina operava? questão de meses e outras 14 faleceram de câncer nos Durante um teste de funcionamento de emergência anos seguintes. usando baixa energia, o reator número 4 da Usina de Como na maioria das situações em que um erro grave Chernobyl explodiu, destruindo o edifício onde se é cometido por instituições governamentais, as expli- encontrava, causando um incêndio que durou dias e cações viraram um jogo de batata quente: cada um expelindo material radioativo pelo ar. Isso aconteceu dos possíveis responsáveis — dos que sobreviveram, porque o reator, do tipo RBMK (Reaktor Bolshoy Moshchnosty Kanalnyy em russo, Reator Canalizado de Alta Potência em português), sofreu um aumento repentino de energia durante esse procedimento e não aguentou a sobrecarga. Funciona mais ou menos assim: a Usina de Chernobyl gera eletricidade por meio de fissão nuclear. Para isso, são usados como combustível elementos como o urânio ou o plutônio. Quando um átomo dessas substâncias tem seu núcleo explodido, ele expele partículas, que como minúsculas balas de canhão destroem os outros átomos em volta, que expelem


Revista Digital Tec Mundo mais partículas e isso gera uma reação em cadeia que, diferentemente de uma bomba atômica, é realizada em um ambiente controlado. Quando o núcleo de um átomo desse tipo é fendido (daí o nome fissão nuclear), uma quantidade imensa de energia é liberada. Essa energia é usada para aquecer água, que no estado de vapor em alta pressão gira as turbinas da usina, que por sua vez acabam produzindo eletricidade. Além de emitir muita energia, a fissão de um átomo libera uma quantidade enorme de partículas radioativas e ondas eletromagnéticas que são extremamente danosas para os seres vivos. Qual era a falha de segurança? Bom, sabendo como a fissão nuclear funciona para a geração de eletricidade, devemos acrescentar uma informação importante: nesse processo, cerca de 6% da energia gerada é proveniente do que é chamado de desintegração radioativa. Isso significa que a usina aproveita para gerar mais um pouco de eletricidade usando o calor que continua sendo emitido pela reação em cadeia mesmo depois que ela para. Para que o calor extremo dessa reação em cadeia não derreta o núcleo do reator, as usinas usam algum método de resfriamento — e no caso de Chernobyl, a própria água. E para que essa água seja conduzida pelo reator para realizar o resfriamento, é necessário usar bombas elétricas. O grande dilema da usina — e sua maior falha de segurança — era que caso algum defeito cortasse a alimentação elétrica das bombas, o resfriamento do reator seria comprometido e o combustível de urânio poderia derreter, destruindo tudo ao redor e emitindo altos níveis de radiação. Os geradores movidos a diesel que serviam como reserva para manter as bombas funcionando demoravam mais de um minutos para fazê-las funcionar adequadamente, o que era tempo demais. Como resolver esse problema? A ideia criada pelos engenheiros da usina era cobrir essa lacuna de pouco mais de um minuto até os geradores a diesel estarem funcionando completamente usando a energia elétrica gerada pela rotação dos geradores enquanto eles iam parando de girar após um possível desligamento da usina. A inércia dos geradores ainda seria capaz de produzir o que a bomba principal precisava até passar a ser movida pela eletricidade do gerador reserva. O problema é que isso nunca deu muito certo. Três testes foram feitos nos anos anteriores e nenhum deles apresentou os resultados esperados. O teste do dia 26 de abril de 1986, data do acidente, estava agendado para acontecer durante um desligamento de manutenção programado do reator 4 da Usina de Chernobyl.

Ninguém imaginou, porém, a catástrofe que estava para acontecer. Por isso mesmo, o teste foi tratado como uma atividade corriqueira, e não teve sequer aprovação dos responsáveis pela criação do reator, apenas do diretor geral da usina e, mesmo assim, nada passou pelos procedimentos exigidos pelas regras estabelecidas. Uma série de procedimentos errados fez com que, no momento do teste, o reator apresentasse uma sobrecarga incomum e o botão do sistema de proteção de emergência do reator foi ativado — não se sabe exatamente quando, nem por quem. Alguns segundos depois, um pico de energia ainda mais alto foi registrado, o que causou um enorme aumento da temperatura do núcleo do reator e, por consequência, da pressão do vapor. Por que explodiu? A explosão foi causada pelo inesperado e repentino aumento de pressão da água em forma gasosa, que lançou tudo para os ares: prédio, estrutura, reator, tudo, como no estouro de uma caldeira. Ao entrar em contato com o oxigênio, o grafite que revestia o combustível de urânio entrou em combustão. Parte dele foi lançada longe, e os bombeiros que tiveram contato com o material morreram em alguns dias por causa da radioatividade, como também acontece na série “Chernobyl”. O que aconteceu daí para a frente é bem conhecido: centenas de pessoas foram afetadas pela radiação que foi emitida na hora da explosão e continuou sendo propagada pelo vento e pela fumaça do incêndio. A cidade mais próxima, Pripyat, com quase 50 mil habitantes, foi completamente evacuada nos dias posteriores ao acidente e até hoje ninguém mais mora lá. Estima-se que de 4 mil a 93 mil pessoas tenham sido afetadas de alguma forma pelo desastre Viktor Bryukhanov, gerente da Usina de Chernobyl, Nikolai Fomin, engenheiro-chefe e Anatoly Dyatlov, engenheiro-chefe adjunto, foram condenados a 10 anos de prisão em 1987 como responsáveis pelo pior acidente nuclear que o planeta já viu.

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