EXPLORAÇÕES CULTURAIS | MIS SP, nova sede + ESTÚDIO COLETIVO DE ARTES

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EXPLORAÇÕES COLETIVAS MIS SP, nova sede + ESTÚDIO COLETIVO DE ARTES

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU | ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO - TFG I | NOVEMBRO 2018

CAROLINA INCERPI STAIANOV | RA 201406887 | 5BARM ORIENTADOR: ANNIBAL LUIS MONTALDI



AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a minha família, por me proporcionar a possibilidade de cursar a faculdade dos meus sonhos e por me apoiar em todos os momentos. Ao meu pai, que mesmo em meio a tantas discussões sempre esteve ao meu lado, e mesmo sem saber me deu uma força enorme para chegar até aqui, sempre me desafiando. A minha mãe, que sempre esteve nos momentos de apuro me apoiando e me ajudando no que pode. Ao meu professor orientador Annibal Montaldi, que muito antes de ser um orientador é um exemplo para mim dentro da universidade. Aos demais professores, pois sem eles não chegaria onde cheguei. Ao professor Cleber Gazana, do curso de Rádio e TV, que no meio de tantas atividades separou um tempo para sanar alguns questionamentos e me ajudar a mergulhar no mundo das artes visuais. Aos amigos que fiz dentro da universidade e que vou leva-los sempre comigo, agradeço por cada tarde, cada noite, cada conversa, cada conselho e a cada sorriso. Aos meus colegas do CAAU, que me proporcionaram grande crescimento pessoal e profissional. E por fim a todas as pessoas que indiretamente contribuíram na minha caminhada para chegar até aqui, para o desenvolvimento desse TFG e para minha formação.



RESUMO Cada vez menos nos deparamos com a possibilidade de experimentarmos ou exploramos o que chamamos de dom artístico. Com a escassez de espaços públicos voltados a produção de arte, o projeto se coloca como uma porta aberta para esse mundo. Com a investigação em torno no Museu da Imagem e do Som de São Paulo, a ligação entre o museu e o complexo cultural se torna indispensável para o intuito do projeto, que é viabilizar ao cidadão a experiência de contato com as mais diversas artes. Através de pesquisas sobre o local de implantação, sobre os projetos de referência e as artes a serem implantadas no projeto, foi possível notar a viabilização e a capacidade de interligação entre eles.


LISTA DE FIGURAS PÁGINA Figura 1 - Mapa da região Figura 2 - Mapa zoneamento Figura 3 - Mapa de cheios de vazio Figura 4 - Mapa metrô e ciclovia Figura 5 -Mapa de uso e ocupação do solo Figura 6 - Mapa de gabarito Figura 7 - Mapa de indicação de fotos Figura 8 a 25 - Levantamento fotográfico Figura 26 - Largo da batata em 1991 Figura 27 - Coletivo Bike Anjo Figura 28 - Coletivo “A batata precisa de você” Figura 29 - Projeto do arquiteto Tito Livio Figura 30 - Projeto Vencedor, Batatalab Figura 31 - Manifestação EleNão Figura 32 - Mapa de proximidades Figura 33 - Fachada MIS SP Figura 34 - Acervo MIS SP Figura 35 - Exposição Castelo Rá-tim-bum Figura 36 - MIS SP Figura 37 - MIS SP Figura 38 - Partido MIS RJ Figura 39 - Balanço, empresa Statoil Figura 40 - Projeto do escritório Piratininga Figura 41 - Projeto do escritório FGMF Figura 42 - Exemplo estrutural de contrapeso

20 22 25 27 29 31 32 33-34 37 41 43 45 47 49 51 56 59 62 63 63 67 68 69 71 72-73


Figura 43 - Exemplo estrutural de contrapeso Figura 44 - Exemplo estrutural com mão francesa Figura 45 - Exemplo estrutural com mão francesa Figura 46 - LABMIS Figura 47 - Estúdio de som Figura 48 - Estúdio de imagem Figura 49 - Laboratório de revelação Figura 50 - Estúdio audiovisual Figura 51 - Ateliê e galpão de plática Figura 52 - Ateliê e galpão de plática Figura 53 - Exposição FILE Figura 54 - Exposição FILE Figura 55 - Exposição FILE Figura 56 - Implantação Figura 57 - Diagrama de setorização Figura 58 - Diagrama estrutural Figura 59 - Micro estaca

PÁGINA 72-73 72-73 72-73 78 80-81 84 85 86-87 88-89 88-89 90-91 90-91 90-91 92 93 95 95


SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1.1 Explorando Conceitos

1.2 Objetivo 1.3 Metodologia 1.4 Justificativa

2. O LUGAR 2.1 Dados

2.2 Análise da Região 2.3 Levantamento Fotográfico 2.4 Histórico 2.5 Coletivos 2.6 Concursos 2.7 Situação Atual 2.8 Proximidades

3. O MIS SP 3.1 Histórico

3.2 Acervo 3.3 Exposições

11 13 15 15 16

19 21 24 32 36 40 44 48 50

53 55 58 61

4. REFERÊNCIAS

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66 68 72

4.1 Referência Programática 4.2 Referência Projetual 4.3 Referência Estrutural


5. O PROJETO 5.1 Estudos do Tema 5.1.1 Residência Artística 5.2 Estúdios 5.2.1 Som 5.2.2 Imagem 5.2.3 Audiovisual 5.2.4 Plástica 5.3 Arte e Tecnologia 5.4 Partido 5.5 Estrutura 5.6 Programa | Quadro de Áreas

75 77 77 80 80 82 86 88 90 92 94 96

6. DESENHOS

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7. ANEXOS

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8. BIBLIOGRAFIA 8.1 Bibliografia Textual

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8.2 Bibliografia Figuras

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1. INTRO D U Ç ÃO



1.1 EXPLORANDO CONCEITOS O conceito de arte se amplia com o passar do tempo, no entanto este se define como uma manifestação humana desde as culturas da antiguidade. Afim de desenvolver a sensibilidade estética e estimular a criatividade, a arte é vista como uma importante ferramenta de aprendizado e desenvolvimento humano, além de desenvolver o senso de coletividade entre os indivíduos. Baseado na “recente” problemática da falta de coletividade entre indivíduos e no crescimento constante da “nova” produção artística, o tema se desenrola em torno dessas duas discussões, trazendo a arte como instrumento de aproximação e coletividade. Tendo como foco as artes visuais, o recorte do projeto foi definido pela relação entre os diferentes tipos de artes. Os campos artísticos abordados no projeto serão quatro: imagem, som, audiovisual e plástica. O projeto busca desenvolver a interdisciplinaridade entre os diversos campos de estudo das artes, possibilitando contato com áreas que muitas vezes fogem da zona de conforto do artista, porém abrindo espaço para experimentos e conhecimentos que se completam entre si. Outra diretriz que o projeto abraça é uma nova sede para o 13


MIS – Museu da imagem e do som – de São Paulo. Isso ocorre por dois principais motivos, a atual sede do museu ser enxuta e a necessidade de abrigar as produções e explorações do estúdio, podendo assim unir o projeto adequado para as necessidades atuais e promovendo uma maior visibilidade ao MIS. Apesar de, naturalmente, o foco do projeto se dar a um público ligado a arte, seja por sua profissão ou por diferentes motivos, especulo como objetivo ir além, e alcançar amantes da arte que muitas vezes não possuem espaço para desenvolver ou até mesmo experimentá-la.

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1.2 OBJETIVO O projeto tem como objetivo criar o contato da população com as artes visuais, seja ela da área ou não. Criando encontros artísticos e impulsionando a nova produção, o projeto busca suprir a deficiência desses ambientes de produção, onde a troca e a coletividade se colocam como pontos chave para um ambiente harmonioso. Outro objetivo do projeto é dar espaço pra essa exploração desenvolvida no estúdio, como essa condição criada surge a possibilidade de abrigar o MIS ao projeto. A intenção do projeto não é a capacitação e sim a exploração, instigando o desenvolvimento artístico e o comportamento coletivo.

1.3 METODOLOGIA O método do trabalho se baseia em análises dos projetos do Mis de São Paulo e do Rio de Janeiro, por haver uma similaridade de programas e serem ricos em arte e cultura. Outro método 15


de coleta de dados é a pesquisa bibliográfica. Para a área de acervo e museu, os projetos e programas esses dois projetos se colocam como base. A escolha da localização do projeto se dá por elevar a qualidade de vida urbana e integração com esta, pela abrangência e diversidade de públicos distintos, que frequentam a região, a relativa proximidade do local escolhido e da atual sede do MIS SP, além claro da facilidade de acesso e da proximidade com pontos de interesse artístico.

1.4 JUSTIFICATIVA Devido ao histórico de adaptações projetuais ocorridas ao edifício onde hoje se encontra o Museu da Imagem e do Som de São Paulo, o projeto se coloca a fim de criar uma sede para o museu e suas instalações, atendendo suas necessidades espaciais. Juntamente com o museu o projeto abriga um centro de exploração cultural, que dará suporte para o museu e para suas atividades já existentes, porém com instalações em maiores dimensões adequadas às necessidades do museu e com acréscimo à disponibilidade de criação aberto para a população.

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O local de implantação foi escolhido pelos seguintes motivos: • estar próximo a localização encontrada atualmente, já que o MIS SP encontra-se a 2 km de distância (linear) do Largo da Batata; • local de fácil acesso, devido a linha amarela do metrô e as diversos pontos e linhas de ônibus nos arredores do terreno; • maior visibilidade ao museu.

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2. o lu ga r



2.1 DADOS Localização: Largo da Batata. Área: 9064m² + Praça (Largo da Batata). O terreno fica localizado numa área de ZM – zona mista – o que significa que essa é uma porção do território de São Paulo onde se promove o uso residencial e o não residencial, com densidade e demografia baixas e/ou médias. (Figura 2) De acordo com a nova lei de zoneamento da cidade de São Paulo (lei 16.402/16), o terreno deve cumprir os seguintes parâmetros de ocupação (quadro em anexo - 01): • Ca mínimo de 0,3 e CA máximo de 4 (devido a condição de pertencer a operação urbana consorciada faria lima); • Taxa de ocupação máxima: 0,7; • Recuo frontal facultativo desde que atenda o artigo 67 ou 69 desta lei; • Recuos laterais e posterior não se aplicam ao caso deste terreno. CA: 1.7 FIGURA 1 - Mapa da região do Largo da Batata, em destaque o terreno e parte do largo.

TO: 37,33%

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ZM ZEU ZC ZER-1 ZPR ZCOR-1 ZCOR-2 ZOE ZEPAM Praรงas e Canteiros Terreno

FIGURA 2 - Mapa de zoneamento da regiรฃo do Largo da Batata.

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O fato do terreno estar incorporado dentro da OUCFA - Operação Urbana Consorciada Faria Lima e por estar numa das regiões onde o metro quadrado é um dos mais caros da cidade de São Paulo, a verticalização e o aproveitamento máximo do CA é algo que está indiretamente previsto. Porém o projeto busca proporcionar um hiato na região que já se encontra com inúmeros edifícios comerciais de grande escala. Trazendo cultura e qualidade para o espaço onde está implantado, o projeto conta com um térreo de acesso público, podendo abrigar as mais diversas atividades. “A OUCFL tem como objetivo a melhoria da acessibilidade viária e de pedestres, a reorganização dos fluxos de tráfego, priorizando o transporte coletivo, bem como a criação e qualificação ambiental de espaços públicos e o atendimento habitacional às comunidades que vivem em ocupações irregulares localizadas em seu perímetro ou no entorno imediato.” - Caderno Gestão Urbana OUCFL, página 04.

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2.2 ANÁLISE DA REGIÃO

Terreno

FIGURA 3 - Mapa de cheios e vazios. 24



Terreno

Linha amarela do metrĂ´

Ciclovia

FIGURA 4 - Mapa metrĂ´ e ciclovia. 26



Terreno

Serviço Comércio Residência Sem uso no momento Institucional/Público Terreno vazio

FIGURA 5 - Mapa de uso e ocupação do solo. 28



Terreno

1 a 2 pavimentos 3 a 5 pavimentos 6 a 10 pavimentos 11 a 15 pavimentos 16+ pavimentos

FIGURA 6 - Mapa de gabarito. 30



2.3 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

FIGURA 7 - Mapa indicação de fotos.

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FIGURAS 8 A 25 - Registros de levantamento fotográfico do entorno do terreno.

FOTO 1 - Rua Teodoro Sampaio, lateral ao terreno, fluxo intenso de veículos e comércio ao longo da calçada oposta ao terreno. FOTO 2 - Vista para o eixo da Av. Faria Lima, fluxo de veículos e pedestres intenso. FOTO 3 - Rua Teodoro Sampaio um pouco mais a frente. FOTO 4 - Rua Teodoro Sapaio vista por outra perspectiva. FOTO 5 - Rua Dr. Manoel Carlos de Ferraz, vista sentido Mercado Municipal de Pinheiros. FOTO 6 - Vista do terreno para o Mercado Municipal de Pinheiros. FOTO 7 - Vista do Mercado Municipal de Pinheiros olhando para o terreno. FOTO 8 - Rua Pedro Cristi, lateral ao mercado, sentido oposto ao Largo da Batata. FOTO 9 - Rua Pedro Cristi, lateral ao mercado, sentido Largo da Batata. FOTO 10 - Vista da Rua Pedro Cristi a partir do Largo da Batata. FOTO 11 - Vista do Largo da Batata para curva na Rua Cardeal Arcoverde. FOTO 12 - Largo da Batata, lateral ao terreno. FOTO 13 - Largo da Batata. FOTO 14 - Largo da Batata. FOTO 15 - Vista para o eixo da Av. Faria Lima, fluxo de veículos e pedestres intenso. FOTO 16 - Largo da Batata, olhando para o terreno. FOTO 17 - Largo da Batata, olhando para o terreno. FOTO 18 - Vista para a parte oposta do lardo, dividido pela Av. Faria Lima.

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2.4 HISTÓRICO Historicamente o largo da batata, em 1910 com a inauguração do Mercado dos Caipiras, configura-se como mercado, onde a comercialização de batatas era realizada pelos imigrantes japoneses, com a criação de uma cooperativa agrícola na qual o nome largo da batata se fixou. No início do século XX, o largo começa a desenvolver-se no âmbito da infraestrutura, levando em conta a criação do mercado e da cooperativa. Foi a partir do largo que a urbanização de pinheiros desenvolveu-se na década de 70, com a criação da Av. Faria Lima, deste modo o largo passa a ter um caráter voltado ao transporte. (Figura 27) Embora popularmente já recebesse o nome de Largo da Batata, foi só em 2012 que passa a ser oficialmente seu nome. O largo da batata é uma área rica em diversidade, um dos territórios mais antigos habitados da cidade de São Paulo, com uma forte tradição comercial e que ultimamente vem passando por um processo de recuperação, para o uso público, seja de concentração de manifestações artísticas, culturais e politicas, além de se transformar em um dos respiros urbanos existente na metrópole.

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FIGURA 26 - Largo da Batata no ano de 1991, ĂŠpoca em que o desenvolvimento do bairro intensificou-se.

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Historicamente o largo da batata, em 1910 com a inauguração do Mercado dos Caipiras, configura-se como mercado, onde a comercialização de batatas era realizada pelos imigrantes japoneses, com a criação de uma cooperativa agrícola na qual o nome largo da batata se fixou. No início do século XX, o largo começa a desenvolver-se no âmbito da infraestrutura, levando em conta a criação do mercado e da cooperativa. Foi a partir do largo que a urbanização de pinheiros desenvolveu-se na década de 70, com a criação da Av. Faria Lima, deste modo o largo passa a ter um caráter voltado ao transporte. (Figura 2) Embora popularmente já recebesse o nome de Largo da Batata, foi só em 2012 que passa a ser oficialmente seu nome. O largo da batata é uma área rica em diversidade, um dos territórios mais antigos habitados da cidade de São Paulo, com uma forte tradição comercial e que ultimamente vem passando por um processo de recuperação, para o uso público, seja de concentração de manifestações artísticas, culturais e politicas, além de se transformar em um dos respiros urbanos existente na metrópole. Em 1997 foi formulada a Operação Urbana Faria Lima, com o intuito de padronizar a área que constitui da nova faria lima e o mercado pinheiros até o rio Pinheiros, incluindo o largo, tornando-a em sede de instituições corporativas e financeiras. Para isso 38


foram realizadas obras, a do Largo durou cerca de 10 anos, sendo reaberto para utilização do público em 2013. A partir desse momento nota-se uma grande mudança, o largo passa a não possuir mais um caráter definido. É quando os coletivos começam a tornar-se ativos e buscam devolver ao largo toda a sua vida que foi perdendo-se no processo de urbanização. “[...] O Largo, antes um lugar vivo pelo intenso comércio ambulante e vida nas ruas, tinha se transformado em um deserto, sem árvores de porte que proporcionassem sombra nem nenhum mobiliário urbano além dos postes de iluminação. Como é comum na cidade de São Paulo, era mais um espaço caracterizado pelo uso da passagem, e não considerado um lugar para se estar. É essa lógica que propomos reverter, transformando o Largo de novo em um espaço vivo, com qualidade de convivência. Transformar um não-lugar em um lugar.” – A batata precisa de você, 2014. Disponível em: www. largodabatata.com.br/a-batata-precisa-de-voce/. Acesso em: 18 mar. 2018.

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2.5 COLETIVOS O largo da batata por contar com um espaço livre muito amplo, abriga diversas atividades. Alguns coletivos desenvolvem suas atividades e seus projetos ali. Dois exemplos de coletivos que aproveitam a ampla praça de forma sempre muito presente são: “Bike Anjo” e “A batata precisa de você”. Fundado em novembro de 2010, o Bike Anjo desenvolve um projeto onde promove, mobiliza e ajuda as pessoas a utilizar a bicicleta na cidade. Esse coletivo é composto por voluntários que incentivam o uso desse meio de transporte nas cidades. O uso que esse coletivo faz do largo da batata é utilizar seu espaço para ensinar quem quiser e tiver vontade de aprender a andar de bicicleta, desde crianças até idosos, para isso o coletivo conta com um ponto de apoio no largo que é um container onde abriga seus materiais. Esse projeto acontece todo ultimo domingo do mês, e tem duração de 12hs a partir das 8:15h da manhã. (Figura 28) Outro coletivo que se faz presente com diversas atividades no largo é o “A batata precisa de você”, onde moradores, frequentadores e pessoas dispostas a transformar o local, compõem o coletivo e participam em busca de melhorias. Suas atividades no largo estão presentes desde janeiro de 2014. 40


FIGURA 27 - Ponto de apoio do coletivo Bike Anjo no Largo da Batata.

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“Nossos objetivos são fortalecer a relação afetiva da população local com o Largo da Batata; evidenciar o potencial de um espaço hoje ainda árido como local de convivência; testar possibilidades de ocupação e reivindicar infraestrutura permanente que melhore a qualidade do Largo como espaço público. É um exercício de democracia em escala local, um movimento de cidadania e concretização social e urbana. Uma maneira que as pessoas têm de se manifestar, de maneira inteligente e propositiva, por melhorias imediatas nas suas condições.” – A batata precisa de você, 2014. Disponível em: www.largodabatata.com.br/a-batata-precisa-de-voce/. Acesso em: 18 mar. 2018.

Esse coletivo já propôs atividades como por exemplo, conversas sobre a memória do local, jogos de rua, oficinas de bike, de jardinagem, de fotografia, realizaram saraus, já promoveram a construção de bancos para a praça, além de intervenções artísticas e até levaram atrações musicais para o espaço. já foram muitas as atividades realizadas nesses 4 anos. (Figura 29)

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FIGURA 28 - Atividade/intervenção realizada pelo coletivo “a batata precisa de você”, promovendo a permanência no largo.

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2.6 CONCURSOS O largo da batata em seu princípio abrigava um grande número de comerciantes, com o processo de transformação que ocorreu no largo, saindo de um “mercado popular” e transformando-se na grande praça que temos hoje, devemos nos atentar aos possíveis motivos para essa transformação. Os concursos vêm como uma maneira de requalificar uma área que se “perde” após a realocação do terminal de ônibus ali existente, de reorganizar esse vazio. Para o largo da batata foi aberto em 2002 um concurso público de reconversão urbana, promovido pela Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, foi colocado em discussão o sistema de áreas públicas e algumas diretrizes particulares do local, entre elas estão: possíveis alterações viárias, implantação da estação de metrô faria lima e um sistema que articulasse as diferentes modalidades de transporte. O 1º prêmio foi para o arquiteto tito livio e sua equipe. O projeto em questão foi parcialmente implantado, deixando de lado pontos importantes para o conjunto, o principal ponto que não foi implantado do projeto é o centro cultural, além do projeto paisagístico que não obteve o resultado esperado, devido a falta de cuidados. Em entrevista o arquiteto demostra sua frustração após má implantação de seu projeto. (Figura 30)

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FIGURA 29 - Projeto do arquiteto Tito Livio, implantação do centro cultural e paisagismo.

“A principal diferença é não haver o antigo terreno da Cooperativa Agrícola Cotia incluído de fato no projeto. O local seria utilizado como um centro de eventos culturais, onde a comunidade do bairro o reconheceria como um espaço de integração social, que impulsionaria uma centralidade. Fico incomodado também com o paisagismo. O que foi especificado no projeto não condiz com o que está sendo feito agora. Estava prevista uma praça com cobertura vegetal, onde o antigo eixo de Rua Cardeal Arcoverde seria formado por uma alameda de árvores pau-ferro. Este eixo simbolizaria a ligação do bairro com as rotas bandeiristas dos séculos passados.

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Estava prevista também a praça das Araucárias, entre a Avenida Brigadeiro Faria Lima e a Rua Baltazar Carrasco, com o plantio de araucárias, espécie de pinheiro que originou o nome do bairro. Mas para realizar esse trabalho é preciso competência, o que não foi mostrado até agora. Os exemplares que foram plantados não tinham estrutura adequada para resistir no local, além de não receberem a manutenção correta. No que se refere à qualidade do piso, há muitos defeitos no serviço. O material é bom, o serviço não.” - NOVO LARGO DA BATATA FRUSTRA AUTOR DE PROJETO URBANÍSTICO. GAZETA DE PINHEIROS. Disponível em: www.gazetadepinheiros.com.br/cidades/ novo-largo-da-batata-frustra-autor-de-projeto-urbanistico-11-10-2013. Acesso em: 19 mar. 2018.

Fora esse para o local, foi realizado outro concurso pelo Instituto de Pesquisa e Inovação em Urbanismo, o projeto foi nomeado de Batatalab. A proposta era desenvolver mobiliários urbanos. Após uma coleta de dados, onde usuários da região apontaram as necessidades, o concurso foi dividido em três categorias: conforto, lúdico e sombra. (Figura 31) Além de possuir como objetivo a criação do mobiliário, o projeto visava a maneira processual e coletiva. A princípio os mobiliários já existentes, desenvolvidos pelo coletivo “a batata precisa de você” foram mapeados. 46


A categoria “conforto” foi desenvolvida junto a um coletivo local, trazendo como proposta o mobiliário “Rematéria”, esse continha bancos em torno de um canteiro elevado com árvores, promovendo como o nome da categoria já diz, uma “ilha” de conforto no meio do largo. as outras duas categorias foram abertas ao público em geral, na lúdico foi desenvolvido um parquinho para as crianças a fim de promover um ambiente de diversão e socialização entre elas, e na sombra foi desenvolvido um mobiliário que projetasse essa sombra escassa no local, promovendo novamente um conforto no meio de tanta aridez.

FIGURA 30 - Projeto vencedor na categoria conforto, do concurso BATATALAB.

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2.7 SITUAÇÃO ATUAL Após sua “reabertura” em 2013, o largo vem buscando se tornar popular, ocupado e usado novamente. Para eventos com grande concentração de pessoas o local se mostrou apto por ser “deserto” e por sua grandeza. Em junho de 2013 foi palco de manifestações do movimento passe livre. Pelo mesmo motivo, em 2014 foi palco de manifestações devido aos gastos públicos com a Copa do Mundo. A mais recente manifestação que ocupou o largo foi do movimento EleNão, que abrigou milhares de pessoas. (Figura 32) O uso para esse fim no largo, vem se tornando cada vez mais comum, uma das razões é a facilidade de acesso as grandes vias importantes pras quais os manifestantes se dirigem. Juntamente com os coletivos o largo da batata vem sido ocupado não só por manifestantes, mas pela população que vê grande potencial no local. O local recebe diversos eventos culturais e esportivos, além de ser um dos principais “palcos” do carnaval de rua de São Paulo.

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FIGURA 31 - Manifestação do movimento EleNão no largo da batata.


2.8 PROXIMIDADES A região de Pinheiros cresceu como uma área empresarial, onde os grandes edifícios tomam conta do cenário. Porém em suas entrelinhas temos alguns pontos de interesse cultural e arquitetônico.

TERRENO

8

SESC PINHEIROS

1

BIBLIOTECA ALCEU AMOROSO LIMA

9

MIS SP / MUBE

2

PRAÇA BENEDITO CALIXTO

3

INSTITUTO TOMIE OHTAKE

4

FNAC

5

PRAÇA VICTOR CIVITA

6

CENTRO BRASILEIRO BRITÂNICO

7

MERCADO MUNICIPAL DE PINHEIROS

10 JOCKEY CLUB DE SÃO PAULO

FIGURA 32 - Mapa de pontos próximos ao terreno.

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3. O MIS SP



3.1 HISTÓRICO Segundo relatos encontrados no próprio site no MIS SP, o museu, inaugurado no ano de 1970 e é um projeto idealizado por alguns intelectuais e produtores culturais. Quando o MIS surge, sua principal atividade naquele momento era coletar, conservar e registrar a memória produzida por novos meios, o rádio, a televisão, a indústria fonográfica e a videoarte, cujos demais museus acabavam deixando de fora de seus acervos. Nos primeiros cinco anos de anos de atividade o museu não possui uma sede desenvolvida para abrigar seu acervo, só após isso recebe do governo um casarão desapropriado, onde após passar por uma extensa reforma realizada pelos arquitetos Roberto Fasano e Dan Juan Antônio vira a sede do MIS, localizada na Avenida Europa. A partir da década de 90, o museu entra em decadência de público, devido a multiplicação dos espaços culturais na cidade e o aumento da oferta de eventos ligados a produção audiovisual. O museu foi fechado para uma reforma, e em agosto de 2008 (Figura 34), é reinaugurado com diversas ampliações, além de inaugurar o “laboratório de Novas Mídias do Museu da Imagem e do Som” (LABMIS). O LABMIS é o primeiro laboratório 55


FIGURA 33 - Fachada MIS SP após última reforma.

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de novas mídias instalado em um museu público, esse projeto se trata de um centro de pesquisa e experimentação da produção de artistas residentes. Desde sua inauguração até os dias atuais, seu principal objetivo é documentar o passado e o presente das manifestações ligadas à arte, imagem e som, como músicas, cinema, fotografia, artes gráficas, entre outras. O MIS é uma das primeiras instituições culturais do Brasil a organizar e sediar festivais como a Mostra de Audiovisual Paulista e o Festival Internacional de Curtas, sendo assim um dos primeiros a promover mostras de audiovisual e de fotografia. Por abrigar eventos desse tipo e ser precursor na exibição de filmes fora do circuito comercial, o MIS torna-se referência cultural, além de ser um ponto de encontro de produtores, estudantes, profissionais e interessados na cidade de São Paulo.

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3.2 ACERVO Desde a sua inauguração o MIS vem adquirindo conteúdo para seu acervo, hoje em dia conta com mais de 300 mil itens relacionados a história da produção audiovisual. Entres esses itens estão: fotografias, filmes, vídeos, cartazes, peças gráficas, equipamentos de imagem e som, livros, catálogos, periódicos, cds, dvds, vhs, coleções e etc., todos esses criados e coletados contemporaneamente. (Figura 35) • Fotografia O acervo fotográfico do MIS é composto por exemplares produzidos pelo próprio museu, adquiridos ou recebidos através de doação. Os itens fotográficos se dividem em: autocromos, cartes-de-visite, ferrótipos, negativos e estereoscópio. Possui coleções especializadas em cinema, rádio e televisão e uma coletânea de fotógrafos contemporâneos. • Vídeo São mais de 5000 títulos divididos entre documentários, obras de ficção, videoclipes, animações, videoarte, programas de televisão, peças publicitárias e gravações de festivais e musicais. O museu possui coleções nacionais e internacionais, além de produção interna. • Cinema São em torno de 13 mil títulos, divididos em diversos formatos (cur58


FIGURA 34 - Exposição permanente MIS SP, parte do acervo.

tas, médias e longas-metragens, Super 8, 16 e 35mm), das mais variadas épocas e gêneros. Sua coleção foi formada através de exemplares coletados pela Comissão Nacional de Cinema do Conselho Estadual de Cultura, produções próprias, doações e títulos adquiridos por meio de festivais e premiações. • História Oral O museu possui uma coleção de mais de 3 mil registros sonoros, entre eles estão depoimentos, entrevistas, debates e palestras. Essa coleção começa a surgir no projeto pioneiro do MIS, onde se dedicavam a coletar material sonoro, principalmente, de personagens brasileiros. Atualmente o projeto tem continuidade pelo programa mensal “Notas Contemporâneas”, onde as entrevistas se voltam para nomes consagrados da Música Popular Brasileira 59


e possuem dois momentos, a entrevista propriamente dita e um segundo momento que conta com a participação do público. • Artes Gráficas Esse departamento é o mais recente do museu. inaugurado em 1990, reúne catálogos, folhetos, embalagens, adesivos, selos, calendários, capas de livros, revistas, cartazes e materiais impressos em geral. Seu acervo é composto por materiais de mais de 120 designers. • Equipamentos O museu possui um acervo onde conserva mais de 300 equipamentos de imagem e de som. Esses são organizados em linha evolutiva da tecnologia de produção, entre os objetos estão câmeras fotográficas, filmadoras, projetores de filmes, aparelhos de rádio e televisão, toca-discos, etc.

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3.3 EXPOSIÇÕES De alguns anos pra cá, quando as exposições ganharam força na cidade de São Paulo, o MIS não ficou pra traz e buscou trazer, dentro de seu universo de abrangência, as mais variadas exposições. Entre as mais duradouras e visitadas, em primeiro lugar, temos a exposição do castelo rá-tim-bum, que levou um clima de nostalgia com todo o cenário e bastidores da série. Algumas outras exposições de grande sucesso no museu foram: - David Bowie (3 meses) - Castelo Rá-Tim-Bum (7 meses) (Figura 36) - o mundo de tim Burton (4 meses) - Silvio santos vem ai! (4 meses) - Steve Jobs, o visionário (3 meses) - renato russo (5 meses)

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FIGURA 35 - Exposição Castelo Rá-Tim-Bum.

FIGURA 36 e 37 - MIS SP. 62




4. r e f e r ê n c i a s


4.1 REFERÊNCIA PROGRAMÁTICA O ponto de partida para desenvolver o programa e os projetos de curadoria e museografia do Museu de imagem e som do Rio de Janeiro foi o seu acervo já existente, por esse motivo a necessidade de diversos ambientes para exposição permanente. Além dos doze espaços de exposição permanente encontrados ao longo do MIS RJ, em suas instalações ainda podemos encontrar uma sala de exposição temporária e diversos outros serviços a disposição do usuário, como por exemplo salas de pesquisa. “Em seu programa estão contempladas salas de exposição de longa e curta duração, espaços destinados à pesquisa, salas administrativas, salas para atividades didáticas, um teatro/cinema de 280 lugares, loja, cafeteria, restaurante panorâmico, bar/terraço, boate e um mirante. O prédio terá oito pavimentos, além de subsolo, térreo e terraço.” – CONHEÇA/ARQUITETURA. MIS RJ. 2018.

O MIS RJ se colocou como referencia programática para o desenvolvimento do projeto pois é um edifício contemporâneo inteiramente pensado para a função de museu da Imagem e do Som, o que difere dos demais museus que conhecemos, pois o acervo nem sempre são peças “físicas”. 66


O acervo contido no MIS SP se difere do acervo do MIS RJ, os conceitos dos projetos se iniciaram com diferentes propostas. O acervo do MIS SP diz respeito muito mais a produção midiática brasileira e o do RJ diz respeito a grandes ícones da cidade, por esse motivo a diferenciação em alguns espaços. O projeto do MIS RJ, desenvolvido pelo escritório Diller Scofidio + Renfro, conta também, em seu terraço, com uma área externa de projeção, o que permite além de um público maior, uma experiência inigualável. Sua localização também é um ponto forte e explorado no projeto, que tem como partido o calçadão de copacabana. (Figura 39)

FIGURA 38 - Partido MIS RJ. 67


4.2 REFERÊNCIA PROJETUAL Foram três principais referências projetuais para o desenvolvimento desse projeto. De cada uma foi possível absorver pontos importantes para o partido do projeto. Todas essas contém um teor contemporâneo em sua concepção. • Escritório Regional e Internacional da Statoil – a-lab (Oslo, Noruega – 2013) A primeira referência que pode ser apresentada aqui é o projeto do escritório norueguês A-Lab, para a nova sede da companhia de petróleo da Noruega, localizada em Oslo. Esse projeto conta com uma grande área do terreno direcionada ao uso público, pois junto com o edifício foi pensado um parque para o local. O edifício em si conta com cinco blocos empilhados uns sobre os outros, a maneira com que esse empilhamento ocorre libera um átrio denominado de “praça urbana” o que conecta diversas funções ao nível térreo. Sua concepção estrutural se baseia em técnicas de construção da indústria de petróleo, uma superestrutura de aço permite balanços de até 30 metros. (Figura 40)

FIGURA 39 - Balanço no projeto do escritório da empresa Statoil 68


• Edifício de Escritórios – Piratininga Arquitetos Associados (São Paulo, Brasil – 2016) Esse projeto traz uma característica muito interessante que para ligar as duas entradas existentes no terreno, e para compatibilizar a diferença de nível entre as mesmas criou-se um pátio central, esse da acesso aos diferentes edifícios e programas que compõem o projeto. É proposto nesse projeto um rebaixamento do pátio, pretendendo criar o acesso principal de pedestres aos edifícios. (Figura 41)

FIGURA 40 - Acesso para o pátio rebaixado. 69


Complexo Multiuso – FGMF (Brasília, Brasil – 2014)

No projeto do escritório FGMF para o Re-Thinking The Future Awards de 2014, eles desenvolvem uma proposta onde ao invés de torres o projeto se configura em uma “sobreposição de camadas”. A praça central configurada pelo formato em U do edifício proporciona uma permeabilidade em torno de lojas e espações de estar ao potencializar o fluxo de pessoas.

FIGURA 41 - Implantação configura-se em U, permitindo permeabilidade. 70



4.3 REFERÊNCIA ESTRUTURAL O próprio projeto descrito anteriormente do escritório a-lab se coloca como referência estrutural, devido aos balanços que chegam a atingir 30 metros de comprimento o material escolhido foi o aço, através de placas pré-moldadas. Outro projeto que se coloca como referência estrutural devido a solução dada a seu balanço é o “Experiência Timmelsjoch” de Werner Tscholl Architects, devido a sua suposta pequena superfície de contato com o solo, o seu balanço se torna proporcionalmente grande. A solução encontrada para esse projeto foi a do uso do subsolo como estrutura, criando um contra peso que suportasse o balanço da edificação, juntamente com isso o projeto adota a técnica de mão francesa, onde as um suporte maior ao balanço estabelecido. (Figura 43 e 44) Assim como no projeto acima, o projeto da residencia Utriai, do Architectural Bureau G.Natkevicius & Partners, também conta com um contra peso criado pelo andar térreo do edifício e com duas vigas no limite do edifício em forma de mão francesa, seu comprimento “esconde” a mão francesa tronando o desnível praticamente imperceptível dependendo da perspectiva do observador. (Figura 45 e 46)

72

FIGURA 42 e 43 - Exemplo de estrutura usando contrapeso no subsolo.

FIGURA 44 e 45 - Exemplo estrutural, que além de utilizar contrapeso, utiliza a viga como mão francesa.




5. o projeto



5.1 ESTUDOS DO TEMA 5.1.1 RESIDÊNCIA ARTÍSTICA O conceito de residência artística, através de uma leitura simplificada, pode nos levar ao pensamento de “moradia com arte”. Embora ao aprofundarmos nesse conceito notamos que não necessariamente há a necessidade da função habitar para se promover um ambiente que possa abrigar a atividade da residência artística. “A residência artística pode, assim, começar a ser pensada como um espaço destinado à criação e, no qual se tem a reunião “da materialidade e a vida que a anima”, assim entendido, também, como o “conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistema de ação” (Santos, 1996: 50), o que permite propor que ela possa ser o ambiente conformado por atributos que lhe garantem uma condição específica de atuação: espaço e tempo articulados para proporcionar uma condição de vida, de criação e de trabalho ao artista” – MORAES, Marcos José Santos de, Residência artística: ambientes de formação, criação e difusão. 2009. 151f. Tese de doutorado – Universidade de São Paulo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, 2009.

O Mis de São Paulo possui um programa de residência artística, desenvolvido através do LabMis. Esse laboratório oferece o es77


paço para os mais diversos artistas, onde conta com consultoria de artistas orientadores, especialistas em estética digital, design de interfaces e computação, tecnologias de rede, entre outros. (Figura 47) Os especialistas são contratados por temporada, os mesmos prestam suporte teórico e técnico para os residentes, além de oferecerem cursos para os mais variados públicos enquanto desenvolvem suas próprias pesquisas.

FIGURA 46 - Espaço dedicado a atividades do LABMIS.

78


“O laboratório de novas mídias do museu da imagem e do som (labmis) é um espaço de reflexão, intercâmbio de conhecimento e experimentação artística. Atua na confluência entre arte, ciência e tecnologia, e oferece espaço para ações de difusão cultural voltadas a artistas emergentes, pesquisadores, estudantes e público não especializado” – SOBRE O LABMIS. MIS SP. 2018. Disponível em: www.labmis.org.br/ residencia.php. Acesso em: 21 mar. 2018.

Assim como na atual sede do Mis de São Paulo, o projeto abriga um programa de “residência artística”, porem assim como o existente LabMis sem a condição de moradia ao artista residente. O projeto busca suprir, se não todas, quase todas as necessidades relacionadas a produção e experimentação artística. Além de abrigar esse programa semelhante a uma residência artística, o projeto não deixa de lado o publico “curioso” que muitas vezes não tem a arte como profissão. Os laboratórios e ateliês se colocam a disposição de pesquisas e experimentos artísticos da população em geral.

79


5.2 ESTÚDIOS 5.2.1 SOM Com o decorrer dos anos e com a tecnologia se desenvolvendo, a maneira utilizada para gravar, reproduzir e até mesmo fazer o som vem se modificando. Segundo Emerson Santiago, do portal infoescola, a história do som, ou melhor da gravação do som tem inicio com Thomas Edison em 1877, quando ele descobriu que a agulha riscando o cilindro de cera, quando passava novamente por aquele sulco reproduzia o som gravado ali. Esse método foi utilizado até meados de 1910 quando o disco de goma-laca surge. Após isso vários “sistemas” são criados, e hoje possuímos uma tecnologia vasta para a realização desse processo. A maneira mais utilizada nos dias de hoje são os estúdios, nesses a possibilidade de manipulação e obtenção de som se ampliam por ser um ambiente projetado para esse fim. INSTALAÇÕES E PROGRAMA Um estúdio de som necessita basicamente de um aquário e uma sala de controle, alguns estúdios possuem também uma “cabine de isolamento”. (Figura 48) 80


O aquário consiste em um ambiente isolado acusticamente da maneira “correta”, porém o correto em alguns casos depende do uso, mas de modo geral o isolamento é o que caracteriza e determina esse ambiente, é nesse espaço que se produz o som propriamente dito, onde ficam os instrumentos, vozes, equipamentos sonoros, etc. e também onde ficam os “receptores” de som e/ou microfones. A sala de controle é onde encontram-se os equipamentos que gravam e “organizam” o som, esse é o ambiente onde a técnica acontece. Entre esses dois ambientes existe um vidro pois a sala de controle atua simultaneamente com a produção de som no aquário. A cabine de isolamento é um ambiente que fica dentro so aquário, como o nome já diz essa serve pra isolar, mas por que isolar mais ainda o som dentro do aquário? Porque existem casos, por exemplo bandas, em que a bateria acaba ultrapassando o som de outros instrumentos, então essa fica dentro da cabine de isolamento para assim o som ser equalizado na sala de controle e juntado com os demais instrumentos.

FIGURA 47 - Estúdio de som, abertura permitindo contato visual entre o aquário e a sala de controle 81


5.2.2 IMAGEM O termo imagem pode abrigar diversas abordagens, a escrita, o vídeo, a pintura, o desenho, a fotografia, etc. Com o propósito de primeiramente desvincular imagem de outros tipos de mídia o projeto aborda a imagem como fotografia. De acordo com o site especializado em fotografia, o fotografiamais, a arte da fotografia consiste na técnica de criar imagens por meio de exposição luminosa. A primeira fotografia reconhecida foi feita pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, em 1826, porém não podemos agregar a criação da fotografia a uma única pessoa, ao longo da história diversas pessoas foram agregando técnicas e conceitos que transformaram a fotografia no que conhecemos hoje. A fotografia se popularizou como produto no ano de 1888, quando a empresa Kodak popularizou o discurso de todos podiam tirar suas fotos, sem a necessidade de serem fotógrafos profissionais e introduziu ao mercado a câmera tipo “caixão” e o filme em rolo. A partir desse momento a tecnologia foi se aproximando cada vez mais da fotografia, inclusive tornando alguns processos automáticos. A maior mudança em todo o processo foi a digitalização dos sistemas fotográficos, o que gerou facilidade de manipulação, produção, armazenamento e transmissão de imagens, além dis82


so diminuiu custos e reduziu etapas, porem em alguns casos toda a automatização desses processos não se torna algo favorável ao fotógrafo que pode chegar a perder o controle de seu equipamento ou até de sua imagem. Com a popularização dos smartphones isso se torna mais presente ainda, pois nem sempre os mesmos oferecem todos os recursos de um equipamento destinado a isso. Mesmo assim não podemos deixar de lado o fato de que é sim com essa popularização que a fotografia digital cresce em grande escala, e foi com isso que a arte de fotografar se disseminou. INSTALAÇÕES E PROGRAMA Um estúdio fotográfico é composto basicamente pelo estúdio e um camarim. Alguns estúdios que possuem um foco em determinados tipos de fotografia, como por exemplo a fotografia still, podem conter juntamente com o estúdio alguma outra instalação, um exemplo é o estúdio possuir uma cozinha para dar suporte em fotos de alimentos. Um estúdio fotográfico, por possuir diversos equipamentos devido a grande variedade de temas a serem fotografados pedem um pé direito razoavelmente elevado, pois há a necessidade de instalação de rebatedores, flashes, iluminação, etc. (Figura 49) Além do estúdio, pelo projeto propor a experimentação, será inserido no programa um laboratório de fotografia analógica, possibilitando o contado com as diferentes fases da tecnologia fotográfica. Por esse motivo é necessária também uma dark room 83


(sala escura) para a realização desse processo. E para a pós produção das fotografias, pede-se também um ambiente com computadores, equipados com softwares específicos. (Figura 50)

FIGURA 48 - Estúdio de imagem.

84


FIGURA 49 - Laboratório de revelação. 85


5.2.3 AUDIOVISUAL Segundo o portal Astronauta Filmes, o audiovisual é um termo que diz respeito a junção da imagem em movimento (vídeo) com o som. Embora a imagem com movimento já seja algo produzido há muito tempo, aproximadamente na década de 1930 que os filmes norte-americanos passaram a conter o áudio real pronunciado pelos atores e não mais uma música ambiente qualquer. Após a propagação dessa tecnologia, muitas outras foram se desenvolvendo, assim como no caso da fotografia as imagens eram em preto e branco e com os avanços tecnológicos, essas foram ganhando cor. Outro ponto que se assemelha a fotografia é a propagação dessa arte, pois foi em torno da década de 1950 e de 1960 que as câmeras portáteis, ainda muito precárias, começaram a surgir nos Estados Unidos. Quando a tecnologia avança e novamente digitaliza os processos, as coisas se tornam mais simples, porem com os mesmos pros e contras da fotografia. Em meados de 2005, com o surgimento do YouTube ficou muito mais fácil divulgar os arquivos de vídeos, isso também gerou uma popularização da produção audiovisual, onde qualquer pessoa após criar uma conta, pode gravar um vídeo com o celular e postar para o mundo todo.

86


INSTALAÇÕES E PROGRAMA Por se assemelhar em diversos aspectos com a fotografia, o estúdio de audiovisual é mais um momento em que essas duas artes se encontram. Aqui mais uma vez há a necessidade de um estúdio e um camarim, porém aqui o estúdio pede proporções maiores, pois além de equipamentos maiores, na maioria das vezes são montados cenários, e é ai onde as coisas começam a se diferenciar. (Figura 51) Devido a necessidade de cenário, no programa de necessidades de um estúdio audiovisual integramos também uma oficina para a construção dos mesmos. Além disso o programa é composto por duas áreas mais técnicas que são o switcher e a ilha de edição. O switcher se compara a uma “sala de controle” simultâneo ao que está sendo gravado no estúdio, e a ilha de edição serve para a pós produção dos materiais produzidos.

FIGURA 50 - Estúdio audiovisual, com cromaqui (tela verde para o uso de sobreposição de imagens na hora da edição). 87


5.2.4 PLÁSTICA Se fossemos contar toda a história das Artes Plásticas aqui precisaríamos de muitas páginas para isso, porem como o foco do projeto não é apenas a arte plástica vamos abordar os pontos de interesse a fim de entendermos o motivo pelo qual está também entra no programa do projeto. A Arte Plástica não pode ser resumida em apenas um assunto, essa abrange muito mais áreas do que imaginamos. O projeto busca abraçar as que mais se assemelham as artes visuais, e até mesmo as que, de certa forma, dão suporte a estas. Trataremos então principalmente das seguintes ramificações: desenho, pintura, colagem, multimídia e indiretamente podemos abrigar também a escultura e a arquitetura. Digo indiretamente pois essas estarão fazendo uma ponte entre as artes plásticas e as artes visuais, pois, por exemplo, na construção de um cenário podemos encontrar conceitos da arquitetura. INSTALAÇÕES E PROGRAMA Para o desenvolvimento das artes plásticas os principais ambientes que abrigam suas necessidades é o galpão e o ateliê. Ambos proporcionam espaços amplos o que permite diferentes instalações e diferentes projetos num mesmo espaço. (Figura 52 e 53) 88


O conceito de ateliê abriga a ideia de produção de um ou mais tipos de arte no mesmo ambiente, por esse motivo não há a necessidade de ambientes exclusivos para cada desdobramento da arte plástica.

FIGURA 51 e 52 - Ateliê/galpão de plástica da Unesp (campus da Barra Funda - SP) 89


5.3 ARTE E TECNOLOGIA Chega o momento onde muitos desses conceitos, muitas dessas produções e onde essas artes podem e se encontram. Para esse projeto foi tomado como partido as diferenças e as igualdades entre os diferentes tipos de artes, e através de pesquisas e estudos ficou claro como uma arte acaba complementando a outra, como, mesmo com tantas diferenças, a produção artística pode se misturar e gerar os mais diversos resultados, as mais diversas obras. Nesse momento vemos a arte visual se misturando com a arte plástica. São muitos os artistas que hoje em dia desenvolvem esse tipo de arte, já existe até um festival especializado em arte e tecnologia, o FILE (Eletronic Language International Festival) que acontece em diferentes cidades, onde desafia o artista a inovar utilizando a tecnologia para produzir arte. (Figura 54, 56 e 57) INSTALAÇÕES E PROGRAMA Devido à grande abrangência dessa área de atuação e as diversas possibilidades de resultados, seja esse resultado algo digital, uma foto impressa ou até mesmo uma instalação artística, o programa de todo o projeto está ligado a esse, possibilitando o uso dos diferentes estúdios e ateliês. 90


Por abranger diferentes técnicas há também a necessidade de uma “oficina” onde essa de condições ao artista de elaborar seus projetos, contendo equipamentos que vão de um papel e uma caneta até ferramentas como chaves de fenda, alicates, etc., e até mesmo ferramentas mais elaboradas. Esse é um ambiente que, por dar bastante liberdade ao artista, fica implícito que nem sempre atenderá todas as suas necessidades, permitindo assim o complemento de algum instrumento, ferramenta ou material, trazido pelo próprio artista.

FIGURA 53, 54 e 55 - Fotos da exposição FILE. 91


5.4 PARTIDO A partido do projeto surge a partir da leitura do espaço, cujo esse se mostrou de grande valor cultural de uns anos para cá. Abrigando diversas atividades, o largo da batata se torna uma grande “fábrica de experimentos”, com isso o projeto se coloca a disposição de uma nova produção artística, onde a junção da arte com a tecnologia é feita. Por se tratar de um complexo cultural, o projeto busca se abrir para o público com uma grande praça central, a fim de permitir a manifestação artística ja muito comum no largo. A elaboração do edifício se deu através da sobreposição de blocos, mantendo o foco na praça, por esse motivo o projeto se configura paralelamente ao perímetro do terreno, e por esse motivo também é que ele se abre para a praça, criando uma fachada de empenas cegas que instigam o pedestre a permear o ambiente. (Figura 57) A praça do projeto encontra-se rebaixada, criando perspectivas diferentes ao pedesntre e dando um ar de acolhimento para quem estiver de passagem por ali.

92


Bloco de criação - onde fica localizada toda infraestrutura de estúdios, ateliê e galpão. Bloco do Museu - parte expositiva do museu, abrigando exposição permanente e temporária. Bloco de Exposição - onde está localizada a maior área expositiva para os produtos desenvolvidos nos laboratórios.

FIGURA 57 - Diagrama de setorização e sobreposição de blocos

Bloco de Circulação - estão localizados elevadores e escadas que dão acesso a todo o edifício.

FIGURA 56 - Implantação em “U”, convidando o pedentre a entrar no projeto 93


5.5 ESTRUTURA Devido ao balanço que compõe o edifício, a estrutura teve de ser totalmente pensada para esse momento do projeto. O balanço é composto basicamente por duas vigas Vierendeel nas laterais que possuem uma altura de 8m e ocupam dois pavimentos, abaixo dessa viga encontram-se mais dois pavimentos e esses são atirantados na viga Vierendeel. Essa viga está apoiada em dois momentos, em um núcleo estrutural e um par de pilares. (Figura 59) Estando a estrutura resolvida, partimos para a fundação que vai segurar esse balanço, a escolha para o projeto foi a micro estaca, devido a sua capacidade de resistir a tração. A micro estaca funciona transmitindo as cargas para o solo principalmente por atrito lateral, mas também pela ponta, porém o que é importante destacarmos é a resistência a tração, devido aos furos que se encontram no tubo de perfuração, assim que a calda de cimento é injetada com pressão dentro dele, ela vaza por esses furos, criando uma espécie de “garra” dentro do solo, isso torna a estaca capaz de resistir a tração e evitando o giro do edifício. (Figura 60)

94


FIGURA 58 - Diagrama estrutural.

FIGURA 59 - Micro estaca. 95


5.6 PROGRAMA | QUADRO DE ÁREAS SUBSOLO | NÍVEL 726.5 AMBIENTE CAMARIM AUDITÓRIO SALA DE AR CONDICIONADO SALA DE TRADUÇÃO SALA DE PROJEÇÃO SALA DE LUZ E SOM ACERVO FOTOGRÁFICO VIDEOTECA CENTRAL TÉCNICA DE ACERVO DIGITAL ACERVO DIGITAL SALA DE QUARENTENA SALA DE MANUTENÇÃO E CONCERVAÇÃO SALA DE RESTAURO SALA DE MAQUINA DEPÓSITO DE LIMPEZA ACERVO VESTIÁRIO DE FUNCIONÁRIOS BANHEIROS LOJA | LIVRARIA 96

ÁREA (M²) 53,88 437,89 10,22 7,60 11,93 10,22 41,78 24,52 15,03 24,76 46,95 112,92 48,03 67,64 43,44 46,61 35,39 110,34 110,0

OBSERVAÇÕES CAMARIM + BANHEIRO INTERNO PALCO - 181,47M² | 252 LUGARES

ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO


AMBIENTE CAFÉ RESTAURANTE COZINHA CIRCULAÇÃO VERTICAL

ÁREA (M²) 138,18 405,0 207,66 129,58

OBSERVAÇÕES

ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO

SUBSOLO | NÍVEL 730.5 AMBIENTE CAMARIM BILHETERIA | INFORMAÇÕES GUARDA VOLUME | APOIO ADMINISTRAÇÃO HALL DE ENTRADA CIRCULAÇÃO VERTICAL

ÁREA (M²) 53,88 80,0 83,0 375,19 95,8 129,58

OBSERVAÇÕES CAMARIM + BANHEIRO INTERNO

ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO

97


TÉRREO | NÍVEL 733.5 AMBIENTE

ÁREA (M²)

DOCA RECEBIMENTO BANHEIRO CIRCULAÇÃO VERTICAL EXPOSIÇÃO PERMANENTE HALL DE ENTRADA

103,27 6,0 46,08 149,38 420,0 215,99

OBSERVAÇÕES

ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO

1º PAVIMENTO | NÍVEL 736.2 e 736.8 AMBIENTE EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA APOIO CIRCULAÇÃO VERTICAL

98

ÁREA (M²) 650,28 39,12 129,58

OBSERVAÇÕES

ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO


2º PAVIMENTO | NÍVEL 740.5 AMBIENTE MIRANTE CIRCULAÇÃO VERTICAL

ÁREA (M²) 280,06 79,98

OBSERVAÇÕES ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO

3º PAVIMENTO | NÍVEL 745.0 AMBIENTE BIBLIOTECA CIRCULAÇÃO VERTICAL BANHEIROS ESTÚDIO AUDIOVISUAL SWITCHER CAMARIM DEPÓSITO OFICINA DE CENÁRIO

ÁREA (M²) 601,94 79,98 86,53 164,56 29,23 14,35 29,33 84,29

OBSERVAÇÕES ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO CAMARIM + BANHEIRO INTERNO

99


4º PAVIMENTO | NÍVEL 736.2 e 736.8 AMBIENTE GALPÃO DE PLÁSTICA DEPÓSITO ATELIÊ CIRCULAÇÃO VERTICAL BANHEIRO ESTÚDIO DE IMAGEM CAMARIM ILHA DE EDIÇÃO DARK ROOM LABORATÓRIO DE REVELAÇÃO

ÁREA (M²) 238,37 28,25 97,87 79,98 86,17 104,61 14,21 68,11 24,50 33,14

OBSERVAÇÕES

ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO CAMARIM + BANHEIRO INTERNO

5º PAVIMENTO | NÍVEL 753.0 AMBIENTE CIRCULAÇÃO VERTICAL BANHEIRO ESTÚDIO MÚLTIPLO SWITCHER CAMARIM 100

ÁREA (M²) 79,98 86,53 178,70 33,36 27,6

OBSERVAÇÕES ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO CAMARIM + BANHEIRO INTERNO


AMBIENTE ESTÚDIO DE SOM AQUÁRIO ÁREA DE EXPOSIÇÃO

ÁREA (M²) 72,5 71,78 378,97

OBSERVAÇÕES ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO

6º PAVIMENTO | NÍVEL 757.0 AMBIENTE BANHEIRO CIRCULAÇÃO VERTICAL OFICINA DE ARTE E TECNOLOGIA

ÁREA (M²) 40,91 79,98 1096,43

OBSERVAÇÕES ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO

101



6. D E S E N H O S


Ru aP edr oCr i s t i Ru aDr . ManoelCar l osF er r azdeAl mei da

A

B

C D

Ru aSebas t i ãoGi l

o oSampai eodor aT Ru

de r ove c r lA dea r Ca Rua

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E

E

B

C

A

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I mpl ant aç ão Es c al a1: 500

02. 55

5 10 1


A

D

2

B

C

D

2

22

1

3

4

5

6 2 1

7 20 8 9 10 1 9 E

1 2

1 1

1 4

1 5

1 3

1 5

1 6

1 7

1 8

E

B

C

1. Au di t ór i o 2. Camar i m 3. Sal adear c ondi c i onado 4. Sal adet r adu ç ão 5. Sal adepr oj eç ão 6. Sal adel u zes om 7. Ac er vof ot ogr áf i c o 8. Vi deot ec a 9. Cent r alt éc n i c ado ac er vodi gi t al 10. Ac er vodi gi t al 1 1. Sal ade qu ar ent ena 1 2. Sal ade manu t enç ãoe c ons er vaç ão 1 3. Sal ader es t au r o 1 4. Sal ademáqu i na 1 5. Cai x ad’ águ a 1 6. Depós i t ode l i mpez a 1 7. Ac er vo 1 8. Ves t i ár i ode f u nc i onár i os 1 9. L oj a|L i vr ar i a 20. Caf é 2 1. Res t au r ant e 22. Cozi n ha

A

Su bs ol o Ní vel726. 5 Es c al a1: 350

0 2. 55

10

1 5


A

2

D

B

2

C

D

26

25

1

1. Au di t ór i o 2. Camar i m 23. Gu ar davol u me| Apoi o 2 4. Bi l het er i a| I n f or maç ões 25. Admi n i s t r aç ão 26. Sal ader eu n i ão 27. Hal ldeent r ada

23

2 4

27 E

E

B

C

A

Su bs ol o Ní vel730. 5 Es c al a1: 350

0 2. 55

10

1 5


B

A

C

29

D

D

28

de r ove c r lA dea r Ca Rua

27

30

27. Hal ldeent r ada 28. Doc a 29. Es c r i t ór i o r ec ebi ment o 30. Ár eade ex pos i ç ão per manent e

o oSampai eodor aT Ru

E

E

B

C

A

T ér r eo Av. Br i gad ei r oF ar i aL i ma

Ní vel733. 5 Es c al a1: 350

0 2. 55

10

1 5


A

B

C

D

D

de r ove c r lA dea r Ca Rua

3 1

3 1. Ár eade ex pos i ç ão t empor ár i a 32. Apoi o

32

o oSampai eodor aT Ru

3 1

E

E

B

C

A

1ºP avi ment o

Ní vel736. 6e736. 8 Es c al a1: 350

Av. Br i gad ei r oF ar i aL i ma

0 2. 55

10

1 5


A

B

C

D

D

de r ove c r lA dea r Ca Rua

33

33. Ár eade c on vi vênc i a| Mi r ant e

o oSampai eodor aT Ru

33

E

B

E

C

A

2ºP avi ment o Ní vel7 40. 5 Es c al a1: 350

Av. Br i gad ei r oF ar i aL i ma

0 2. 55

10

1 5


B

A

C

D

D 34

de r ove c r lA dea r Ca Rua

2. Camar i m 34. Bi bl i ot ec a 35. Es t ú di o Au di ovi s u al 36. Swi t c her Depós i t ode 37. mat er i ai se equ i pament os 38. Of i c i nade c enár i o

o oSampai eodor aT Ru

36

37

35 E

E

2

38

B

C

A

3ºP avi ment o Ní vel7 45. 0 Es c al a1: 350

Av. Br i gad ei r oF ar i aL i ma

0 2. 55

10

1 5


A

B

D

C

D

4 1 39

de r ove c r lA dea r Ca Rua

42

40

o oSampai eodor aT Ru

43

E

2

2. Camar i m 39. Gal pãode pl ás t i c a 40. Depós i t odear t e 4 1. At el i ê Ár eade 42. ex pos i ç ão 43. Es t ú di ode i magem 44. I l hadeedi ç ão 45. Dar kr oom 46. L abor at ór i ode r evel aç ão

E 44

45

B

46

C

A

4ºP avi ment o Ní vel7 49. 0 Es c al a1: 350

Av. Br i gad ei r oF ar i aL i ma

0 2. 55

10

1 5


A

B

C

D

D 47

de r ove c r lA dea r Ca Rua

47

36

42

2

2. Camar i m 36. Swi t c her 47. Es t ú di omú l t i pl o ( au di ovi s u ale i magem) 48. Es t ú di odes om| aú di o 49. Aqu ár i o 42

o oSampai eodor aT Ru

48 49 E

49

E

48

B

C

A

5ºP avi ment o Ní vel7 53. 0 Es c al a1: 350

Av. Br i gad ei r oF ar i aL i ma

0 2. 55

10

1 5


B

A

C

D

D

de r ove c r lA dea r Ca Rua

50. Of i c i nadear t ee t ec nol ogi a

50

o oSampai eodor aT Ru

50 E

E

B

C

A

6ºP avi ment o Ní vel7 57. 0 Es c al a1: 350

Av. Br i gad ei r oF ar i aL i ma

0 2. 55

10

1 5


Cor t eA Es c al a1: 350 0 2. 55

10

1 5


Cor t eB Es c al a1: 350 0 2. 55

10

1 5


Cor t eC Es c al a1: 350 0 2. 55

10

1 5


Cor t eD Es c al a1: 350 0 2. 55

10

1 5


Cor t eE Es c al a1: 350 0 2. 55

10

1 5
























8. ANEXOS



142


Art. 67. Em ZEU, ZEUa, ZEUP, ZEUPa, ZEM, ZEMP, ZC, ZCa, ZM e ZEIS, os passeios públicos deverão ter a largura mínima de 5m (cinco metros), observado que: I - nas ZEU, ZEUa, ZEUP, ZEUPa, ZEM e ZEMP, o alargamento do passeio público será obrigatório; II - nas ZC e ZCa, o alargamento do passeio público será obrigatório para lotes maiores que 2.500m² (dois mil e quinhentos metros quadrados) e facultativo para os menores. § 1º Nos casos em que o passeio público já apresente largura de 5m (cinco metros) ou quando ocorrer a doação da faixa necessária para seu alargamento, o recuo de frente ficará dispensado. § 2º Os potenciais construtivos básico e máximo do remanescente do lote serão calculados em função de sua área original e não será cobrada outorga onerosa relativa ao potencial construtivo adicional previsto para a área transferida à Municipalidade. § 3º A obrigatoriedade estabelecida nos incisos I e II do “caput” deste artigo aplica-se somente às edificações novas e reformas que envolverem a ampliação de mais de 50% (cinquenta por cento) da área construída total. § 4º A doação prevista no “caput” deste artigo deverá preceder a emissão do alvará de execução da edificação. § 5º Reforma de edificação existente em lotes com área menor que 500m² (quinhentos metros quadrados) fica dispensada da doação prevista no “caput” em ZEU, ZEUa, ZEUP, ZEUPa, ZEM e 143


ZEMP. Art. 69. Não será exigido recuo mínimo de frente quando, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) da face de quadra em que se situa o imóvel esteja ocupada por edificações no alinhamento do logradouro, conforme base georreferenciada cadastral oficial do Município, não se aplicando a exigência de doação para alargamento do passeio público prevista no inciso II do “caput” do art. 67 desta lei.

144



8. BIBLIO GRAFIA


8.1 BIBLIOGRAFIA TEXTUAL • archdaily.com.br/br/01-157168/escritorio-regional-e-internacional-da-statoil-slash-a-lab?adm _ edium=gallery – Acesso em: 08/05/2018 – 14:23 • archdaily.com.br/br/623586/fgmf-arquitetos-e-premiado-no-re-thinking-the-future-awards-2014 - Acesso em: 08/05/2018 – 15:47 • astronautasfilmes.com.br/cinema/historia-do-audiovisual-antigamente/ - acesso em: 07/05/2018 – 23:56 • bikeanjo.org/events/?category=9 – acesso 18/03/2018 – 18:45 • brro.arq.br/projetos/edificio-de-escritorios/ - acesso em: 08/05/2018 – 15:10 • civil.ist.utl.pt/~joaof/tc-cor/08%20Micro-estacas%20-%20 11%C2%AA%20aula%20te%C3%B3rica%20-%20COR.pdf Acesso em: 03/11/2018 - 14:53 • clebergazana.com.br/ - Acesso em: 08/05/2018 – 01:28 • cpt.com.br/cursos-fotografia/artigos/estudio-fotografico-como-montar-e-quais-as-condicoes-legais-para-que-entre-no-mercado-da-fotografia - acesso em: 07/05/2018 – 22:15 • drive.google.com/file/d/0B7H7mkXqQmQKcjhrQ3pRVUxrSjg/view - acesso 18/03/2018 - 18:28 • file.org.br/?lang=pt – acesso em:08/05/2018 – 01:40 • galeriadaarquitetura.com.br/projeto/fgmf-arquitetos_/complexo-multiuso/721 - acesso em 08/05/2018 - 16:10 • galeriadaarquitetura.com.br/projeto/fgmf-arquitetos_/com147


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8.1 BIBLIOGRAFIA FIGURAS FIGURA 1 - Google Earth FIGURA 2 - Geosampa - Acesso em: 03/11/2018 - 1h44 FIGURA 3 a 7 - Mapas de produção própria FIGURA 8 a 25 - Fotos por: Carolina I. Staianov em 28/10/2018 FIGURA 26 - www.saopauloinfoco.com.br/bairro-de-pinheiros/ Acesso em: 02/11/2018 - 22h31 FIGURA 27 - https://passeiosbaratosemsp.com.br/aprenda-pedalar-com-os-voluntarios-do-bike-anjo/ - Acesso em: 02/11/2018 - 22h45 FIGURA 28 - https://sao-paulo.estadao.com.br/blogs/caminhadas-urbanas/o-largo-da-batata-quem-diria-esta-melhorando/ Acesso em: 02/11/2018 - 23h01 FIGURA 29 - gazetadepinheiros.com.br/cidades/novo-largo-da-batata-frustra-autor-de-projeto-urbanistico - Acesso em: 19/03/2018 - 14h40 FIGURA 30 - https://sao-paulo.estadao.com.br/blogs/caminha149


das-urbanas/o-largo-da-batata-quem-diria-esta-melhorando/ Acesso em: 20/04/2018 - 15h33 FIGURA 31 - Foto por: William Gonçalves, Largo da Batata, 28 de setembro de 2018 FIGURA 32 - Imagem: Google Earth | Mapa: produção própria FIGURA 33 - www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/cat-arquitetura/mis-museu-da-imagem-e-do-som/2525 - Acesso em: 03/11/2018 - 11h41 FIGURA 34 - atraves.tv/7-galerias-de-foto-em-sp-que-voce-precisa-conhecer/ - Acesso em: 03/11/2018 - 11h58 FIGURA 35 - https://pt.wikipedia.org/wiki-ficheiro:exposicao-castelo-ra-tim-bum.jpg - Acesso em: 03/11/2018 - 12h16 FIGURA 36 - www.arcoweb.com.br/projetodesign/interiores/alvaro-razuk-e-camila-fabrini-29-01-2009 - Acesso em: 03/11/2018 12h22 FIGURA 37 - infoartsp.com.br/guia/museus-e-instituicoes/mis-museu-da-imagem-e-do-som/ - Acesso em: 03/11/2018 12h24 FIGURA 38 - www.mis.rj.gov.br/arquitetura/ - Acesso em: 03/11/2018 - 12h51 FIGURA 39 - www.archdaily.com.br/br/01-157168/escritorio-regional-e-internacional-da-estatoil-slash-a-lab Acesso em: 03/11/2018 - 13h35 FIGURA 40 - brro.arq.br/projetos/edificio-de-escritorios/ - Acesso em: 03/11/2018 -13h56 FIGURA 41 - www.archdaily.com.br/br/01-16416/complexo-multi-uso-sia-brasilia-fgnf Acesso em: 03/11/2018 - 14h09 FIGURA 42 e 43 - www.archdaily.com.br/br/01-59801/experiencia-timmelsjoch-werner-tscholl-architects Acesso em: 03/11/2018 - 15h51 150


FIGURA 44 e 45 - www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-55108/ residencia-utriai-architectural-bureal-g-natkevicius-partners Acesso em: 03/11/2018 - 16h07 FIGURA 46 - www.dobrasvisuais.com.br/2014/05/residencia-em-fotografia-no-labmis/ - Acesso em: 03/11/2018 - 16h09 FIGURA 47 - www.ucs.br/site/tourvirtual/locais/fotos/224/estudio-de-radio - Acesso em: 03/11/2018 - 16h38 FIGURA 48 - www.tucci.com.br/media/k2/itens/cache/ ffee2447b152494b43d9816fa1ea83c8-xl.jpg - Acesso em: 03/11/2018 - 17h01 FIGURA 49 - https://lh5.googleusercontent.com/-mtvtt3gv7le/txjnsoroxmi/aaaaaaaaae8/o2seflld-wc/s1600/dia+do+patrono+002. jpg - Acesso em: 03/11/18 - 17h04 FIGURA 50 - www.estudiomatilde.com.br - Acesso em: 03/11/2018 - 17h33 FIGURA 51 e 52 - www.acervodigital.unesp.com - Acesso em: 03/11/2018 - 17h45 FIGURA 53, 54 e 55 - https://file.org.br - Acesso em: 03/11/2018 - 18h02 FIGURA 56 - Diagrama de produção própria FIGURA 57 - Diagrama de produção própria FIGURA 58 - Diagrama de produção própria FIGURA 59 - https://engcivil20142.files.wordpress.com/2017/11/ microestacas-injetadas-e-estacas-tipo-franki.pdf - Acesso em: 03/11/2018 - 19h47

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