Just about it

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10 DEZ/2015 - ANO 1- N˚1

10 DEZ/2015 - ANO 1- N˚1 R$9,90

CORINGA


EDITORIAL

A cada edição, a revista Just About It traz para o leitor um personagem das histórias em quadrinhos. Marvel ou DC? Não importa. Vilão ou Super-Herói? Os dois! O objetivo é fazer edições temáticas sobre os mais diferentes personagens das HQs. Para explorar ao máximo os temas apresentados, a revista conta com várias seções entre elas “a origem”, “TOP 5: curiosidades” e “adaptações”. Nesta edição você vai ficar por dentro de tudo o que está relacionado ao personagem mais insano dos quadrinhos. Esse personagem já ganhou mil faces, mil caracterizações. Seja nas bancas, nas telonas ou nos videogames, ele está lá. Muitas teorias, muitas origens, vários universos. Um personagem que, apesar de fazer parte do grupo de vilões, conquistou milhões de fãs das mais diferentes gerações. Estamos falando do insano Coringa! Na primeira edição da Just About It você vai conhecer um pouco mais sobre a origem desse personagem, as várias faces do Coringa, a relação dele com o Morcego de Gotham e com a querida Arlequina e muito mais.

Carol Gómez Editora Chefe Estudante de Jornalismo Universidade Federal de Santa Catarina

Curso de Jornalismo da UFSC Trabalho final da disciplina de Editoracão Eletrônica Professora Raquel Longhi Projeto gráfico piloto da revista Just About It Ilustração de capa por A Turtle Tipografias utilizadas: Minion Pro Diediedie Serviços editoriais: Pinterest Tumblr


A origem 6

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As muitas faces do coringa

Ilustração DC Comics Ilustracão por Speed Brazil

Coringa e o Batman

Ilustração de Nick Sanchez

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Joker and Harley Quinn

TOP 5: CURIOSIDADES

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Ilustração de El Café Studio

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A ORIGEM

Texto publicado na wikipedia

Alguns homens só querem ver o mundo queimar. Apesar de haver diversos relatos e histórias, a real origem do Joker - assim como seu verdadeiro nome ainda é um mistério. A versão mais conhecida é que a pessoa que futuramente se tornaria o psicopata criminoso, participou de uma tentativa de assalto a uma Fábrica de Cartas de Baralho em Gotham City, disfarçado como o então criminoso Capuz Vermelho, ao lado de mais outros dois comparsas. Tal invasão e assalto fracassaram, ele acabou perseguido pelo próprio Batman,e na fuga, cercado sobre um tonel de produtos químicos desconhecidos, preferiu se jogar nele a ser preso pelo Cavaleiro das Trevas. Ele conseguiu escapar livre e sobreviver ao pesado banho químico, mas sua pele restou com a pigmentação absolutamente branca, enquanto seu cabelo ficou definitivamente verde, e os músculos faciais ligados à boca foram deformados definitivamente, ganhando um eterno aspecto de sorriso. O choque , ao perceber a aberração em que havia sido transformado, o enlouqueceu de tal modo que ele se tornou o assassino psicopata, anárquico que se auto batizou Coringa. A partir dessa versão, há várias outras possíveis, que complementam ou mesmo se chocam com esta, nenhuma, no entanto, sendo jamais comprovada. O próprio vilão se diz confuso quanto ao que realmente aconteceu, como em A Piada Mortal: “Às vezes eu lembro que uma maneira, ora outro... se eu vou ter um passado, prefiro que seja de múltipla escolha Ha! ha ha!”. A versão mais aceita foi a contada na graphic novel “Batman: A Piada Mortal” de 1988, escrita por Allan Moore e desenhada por Brian Bolland. Nela, o futuro Príncipe

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Palhaço do Crime era um químico, que saiu do seu emprego na Fabricante de Cartas de Baralho, para realizar seu sonho de viver como Comediante Stand-up. No entanto, ele fracassa, o que o leva a uma situação financeira dramática pra ele e pra sua esposa Jeannie, grávida de seu filho. Desesperado, ele aceita trabalhar com dois assaltantes.No entanto, em um único dia terrível, sua esposa morre junto com seu filho não nascido em um acidente doméstico. Ele então é ainda coagido a realizar o assalto já marcado, o qual, como já relatado, acaba em fracasso e mais uma tragédia sem volta para ele, ficando deformado irremediavelmente. Todas as tragédias acumuladas deste dia o transtornam e o enlouquecem drasticamente, transformando-o no Coringa. Apesar da fantástica história, a DC, até hoje, ainda não confirmou se o evento faz ou não faz parte do canon do Cavaleiro das Trevas. O Coringa nem mesmo tem um nome e não sabemos exatamente o que aconteceu para que ele se tornasse o Palhaço do Crime. Pensando bem, talvez nem haja um motivo. Alguns homens só querem ver o mundo queimar. Alan Moore, o autor daquela história de 1988, se baseou numa primeira versão que contava que o bandido era um exengenheiro químico com uma família para sustentar, e que após ser demitido descobriu que sua mulher tinha câncer. Ele então buscou dinheiro para um tratamento, trabalhando como piadista, mas ninguém achava graça nele. Então se juntou com um grupo de ladrões e foi roubar uma fábrica química. Assumiu nesse dia o disfarce de um criminoso conhecido como Capuz Vermelho. Tentava assaltar uma fábrica e quando Batman e Robin invadiram o lugar, o Capuz Vermelho cai acidentalmente num tonel de produtos químicos. Foi dado como morto mas 10 anos depois ressurge completamente louco, com pele branca e cabelos verdes.

Em uma outra versão o Coringa era Joseph Kerr, uma criança problemática: vivia psicologicamente no seu mundo isolado após a separação de seus progenitores. Seu pai, em um momento de raiva, ao ver Joseph chorar, perguntou porque ele estava tão serio, e logo depois cortou a boca de seu próprio filho, deixando-o com uma cicatriz no lado esquerdo do rosto. As crianças com quem estudava o consideravam estranho, mas ele dizia que não era assim mas todos os demais eram. Em resposta, sua colega disse que se todos eram estranho e ele era único normal, ele continuaria sendo considerado estranho. No mesmo dia, ele arrumou briga com um colega de escola e fez o garoto ir para o hospital e levar 12 pontos na cabeça. Após ter sido expulso de 3 escolas, desistiu dos estudos. Foi levado ao psiquiatra, mas nunca mudou sua personalidade estranha. Seu pai o considerava louco e desconsiderava ele como filho. Um dia, já atingida sua adolescência, ele fugiu de casa e a incendiou com seus pais dentro. Enquanto olhava a casa queimar cortou a outra parte de sua boca formando um sorriso completo em seu rosto. Não se sabe o que fez em seguida: acredita-se que virou ladrão de joalherias e assumiu o nome de Jack Napier até se transformar no Coringa. Esta versão soa um tanto desapropriada. Pois no seu rosto mundialmente conhecido, não vemos cicatrizes como nessa versão. Há ainda uma terceira versão, amplamente aceita, e também amplamente questionada em que o Coringa tem seus problemas de infância (como contado na segunda versão), e ao crescer, decide roubar uma fábrica da companhia de cartas, para se vingar de sua demissão do cargo de engenheiro químico, e, ao tentar fugir, se joga em um duto que levava lixo tóxico proveniente do material de tintura das cartas. O resultado é o desconhecimento de seu paradeiro ao mesmo tempo que


surge a nova figura: Cabelos verdes, lábios vermelhos e pele branca tornam-se a nova marca registrada do personagem. A história de Paul Dini-Alex Ross “Case Study”, propõe uma teoria muito diferente. Esta história sugere que o Coringa era um gângster sádico que trabalhou à sua maneira a cadeia alimentar do crime de Gotham até que virou o líder de uma máfia poderosa. Ainda buscando as emoções que o trabalho sujo permitia, criou a identidade do Capuz Vermelho para si mesmo para que pudesse cometer pequenos crimes. Eventualmente, ele teve seu fatídico encontro com o primeiro Batman, resultando em sua desfiguração. No entanto, a história sugere que o

Coringa ficou são, e planejou para que seus crimes parecessem com o trabalho de uma mente doentia, a fim de prosseguir a sua vingança contra Batman e fosse capaz de evitar o encarceramento permanente alegando insanidade. Infelizmente, o relatório escrito encontrado explicando esta teoria é descoberto que foi escrito pela Dra. Harleen Quinzel, também conhecida como Harley Quinn, ajudante / amante insana do Coringa, o que invalida qualquer credibilidade que poderia ter em tribunal.

Batman mata o Coringa no final da graphic novel A Piada Mortal. A revelação veio do mega gênio e grande autor Grant Morrison, durante uma gravação com Kevin Smith. De acordo com Morrison, o Coringa conta a piada, ele e Batman começam a rir, o homem-morcego alcança sua mão no vilão, a imagem se afasta e a risada pára abruptamente. A luz se apagou. Batman quebrou o pescoço do Coringa. Por isso a HQ se chama A Piada Mortal (The Killing Joke). Mostrando que sua interpretação é ainda mais genial do que parece, Morrison ainda deixa claro que é algo ambíguo, e por isso que permitiu que a história pudesse tanto servir como a última história do Batman quanto ser incorporada à cronologia do Universo DC:

Ilustração por Bite

“Ninguém entende o final, porque o Batman mata o Coringa. Por isso se chama A Piada Mortal. O Coringa conta a Piada Mortal no fim, Batman estica suas mãos e quebra seu pescoço, e por isso a risada acaba e as luzes vão sumido, porque essa era a última chance de atravessar essa barreira. E Alan Moore escreveu a história definitiva de Batman/ Coringa — ele finalizou tudo.” “Mas ele [o artista Brian Bolland] fez de uma forma que ficou ambíguo, então ninguém precisa ter certeza, o que significa que não precisa ser a última história Batman/Coringa. É brilhante!” Por Stephan Martins

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Texto por Fernando Maidana, em Legião dos Heróis.

Há uma razão alternativa que faz com que a química entre os personagens funcione tão bem: o Coringa é apaixonado pelo Batman.

Ilustração de GeekAlerts

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Por que o Coringa é tão obcecado com o Cavaleiro das Trevas? A explicação mais comum é a mais filosófica e sugere que O Palhaço do Crime é atraído para o Batman, porque ele é o seu oposto e seu igual. São os lados diferentes de uma mesma moeda. Batman vive à beira da sociopatia por seu passado alimentado por tragédias e encontrou no combate ao crime a maneira de se desvincilhar de seus conflitos internos. O Coringa é um completo psicopata que encontra no caos e na desordem o remédio para seu passado sombrio.

sua maneira distorcida e não de um modo romântico ou até sexual como a palavra amor pode sugerir em um primeiro momento. Mas de uma forma obsessiva e perseguidora.

Mas há uma razão alternativa que faz com que a química entre os personagens funcione tão bem, seja nas HQ’s, no cinema ou em qualquer outra mídia. O Coringa é apaixonado pelo Batman. De

Existe uma HQ criada por fãs que retrata de maneira perfeita o relacionamento entre Batman e Coringa. O texto está em inglês, mas a leitura vale cada segundo.

Nas diferentes mídias, vemos como o Coringa gosta de seduzir o Cavaleiro das Trevas, atrai-lo para suas armadilhas e impressioná-lo cada vez mais. Muitos fãs e até mesmo roteiristas sugerem que o Coringa seja um ser “assexuado”, mas é em seu “relacionamento” com Batman que ele encontra o prazer.


“O meu pudinzinho é meio temperamental, mas qual é o relacionamento que não tem seus altos e baixos?” Texto por Carol Gómez

Para falar da relação Coringa/Arlequina, primeiro precisamos apresentar quem seria essa personagem. Arlequina, ou Harley Quinn, é digamos o par não tão romântico do Coringa. Eles são um casal, mas até que ponto a relação é romântica e saudável aí já é outra história. A primeira aparição da personagem foi na série animada Batman, em 1992 e fez tanto sucesso que em 1999 foi para os quadrinhos em Batman: Harley Quinn. Diferente de muitos outros personagens, ela é uma das mais recentes do universo DC Comics e não ganhou tantas versões quanto o Batman, Coringa e até mesmo a Mulher Gato. Na verdade, antes de anunciarem o filme Esquadrão Suicida, que será lançado em agosto de 2016, ela era pouco conhecida pelo público em geral. Mas como a Arlequina conheceu o Coringa?

Universo DC. Ela é a única pessoa nesse mundo que ele criou sentimentos de amor. Coringa já demonstrou várias vezes ter amor por ela, apesar de sempre ter um episódio onde ele abusa dela, verbal ou fisicamente. Embora a Arlequina tenha sim seu lado sádico e insano assim como o Coringa, ela também tem um lado maternal e racional. Na HQ intitulada “Injustice: Gods Among Us - Ano Dois: Capítulo 13”, durante uma luta com Canário Negro, momentos antes de acertar um martelo em sua cabeça, Harley descobre que Canário está grávida(do Arqueiro Verde, é claro), e se recusa a continuar lutando, pois, em suas palavras, se lembra de “como é se sentir assim”. É então revelado que, quatro anos antes, tivera uma filha (cujo o pai é o Coringa) chamada Lucy, mas que mora com a irmã de Harleen longe o suficiente para que o pai não saiba de sua existência, já que, com anos convivência com o palhaço, Harley sabe que ele mataria a filha. Isso mostra que embora

Quinn seja uma psicopata, no fundo ela tem um lado maternal, responsável e piedoso, se recusando a matar a heroína grávida. Ela também faz parte do Esquadrão Suícida, força tarefa organizada pela Argus (uma agência secreta do governo) onde vários vilões que estão presos são contratados para realizar tarefas perigosas - quase suicidas - em troca da redução de pena. Como dito no início, a relação do Coringa e da Arlequina é muito complexa. Ela tem altos e baixos, fases de amor e loucura. Não sei até que ponto é certo ou bom gostar deles como casal considerando que existe entre eles uma relação abusiva e inconstante. Há momento nas HQs que Arlequina se liberta, horas que ela é complemante apaixonada pelo Coringa e tem vezes que ela tenta matá-lo. No fim, eu só sei que eles são um dos casais mais adorados dsa histórias em quadrinhos.

Antes de se tornar a palhaça do crime, ela era uma psiquiatra que trabalhava no hospício de Gotham, Arkham Asylum, chamada Harleen Frances Quinzel. Lá, ela conheceu o Coringa, seu paciente por quem se apaixonou. As autoridades suspeitaram que ela tenha sido a responsável por ajudar o Coringa a escapar por diversas vezes do asilo e, por isso, a aprisionaram. Durante um terremoto em Gotham City, Quinzel escapa da prisão e transforma-se Harley Quinn. O seu nome de super-vilã foi criado pelo Coringa como um trocadinho com seu nome original. Ajudante, parceira de crime, namorada e eventual empregada doméstica do Príncipe Palhaço do Crime. A Arlequina está sempre pronta para atender as vontades do seu amado Coringa, e sua devoção ao criminoso chega a tal ponto que ela só chama o sorridente vilão de “Senhor Coringa”, “Senhor C.” ou “Pudim” ou “Pudinzinho”. O relacionamento entre Coringa e Harley Quinn é um dos mais complexos do

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TOP 5 CURIOSIDADES

Texto por Legião dos Heróis

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Ele não é louco. Na verdade, é muito racional. O Coringa já assassinou centenas de pessoas e foi indiretamente responsável pela morte de incontáveis vítimas, mas ele sempre consegue escapar da pena de morte graças ao álibi da insanidade. O que lhe dá a liberdade para fazer coisas cada vez mais sem noção (como arrancar o próprio rosto) para provar-se como louco. Em Asilo Arkham: Uma Séria Casa em um Sério Mundo, Grant Morrison nos contou uma história diferente. Ao contrário de um criminoso insano, o Coringa é um gênio que se adapta às circunstâncias em que se encontra para alcançar seus objetivos. Para isso, ele não mede esforços e não tem pudor algum. Até faz sentido, considerando que seu maior inimigo é um cara vestido em uma fantasia de morcego.

Ele já morreu diversas vezes. No início de sua “carreira”, o Palhaço do Crime sofria do mesmo mal que Kenny, na série animada South Park. A cada aventura o personagem aparecia, fazia suas maldades e morria, no final. Mas o Coringa começou a ganhar tanta popularidade que Bill Finger e Bob Kane tinham de encontrar uma maneira de trazê-lo de volta para agradar o público.

Ilustração de Anthony Genuardi

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Ele ficou desaparecido por quase uma década Após os anos 40, as aparições do Coringa nas histórias do Batman foram rareando nos anos 50 até que o Editor Julius Schwartz colocasse o personagem na geladeira definitivamente em 1964. É até comum os vilões principais de heróis serem utilizados com uma maior cautela, pelo que representam, mas ninguém estava disposto a trabalhar com o Coringa por quase dez anos, até pela imagem exageradamente cômica que o personagem havia ganhado na série de TV dos anos 60. Coube a dupla Dennis O’Neil e Neal Adams trazer o Palhaço do Crime de volta, em uma versão muito mais louca e bem doentia e sanguinária na história “The Joker’s Five Way Revenge”. Encontrado em comicbookseverything.tumblr.com

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Originalmente o Coringa não seria tão doentio O personagem foi criado para ser, literalmente, um Palhaço. O Coringa, por causa das amarras da época, foi amaciado de sua proposta inicial de ser um psicopata assassino e maluco para ser um vilão divertido, que prega peças bobas e faz suas loucuras só para se divertir, mas sem todo o banho de sangue que estamos acostumados. Tempos depois isso foi revertido, o personagem se encaixava melhor na proposta “mais pesada” e é o que conhecemos até hoje. Encontrado em lyrafay.tumblr.com

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Sua ausência em O Cavaleiro das Trevas Ressurge foi explicada Os planos de Nolan para o terceiro filme de sua trilogia envolviam utilizar o Coringa, o que não ocorreu por razões óbvias. Substituir Ledger estava fora de questão, mas a ausência do Coringa foi explicada na versão em quadrinhos do filme, onde é explicado que o personagem estava no Asilo Arkham e não na Prisão Blackgate quando Bane tomou a cidade, então ele nunca foi libertado.

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ADAPTAÇÕES

Ilustração por Rick Celis

Texto por Carlos Oliveira Cômico e esquizofrenicamente maluco, o Coringa de 1989 é tão caricato quanto os demais personagens do filme. Foi certeira a ideia de trazê-lo de determinadas histórias e transpô-lo sem muitas adaptações. Nicholson, empolgado e totalmente na vibe do vilão, faz aquilo que bem sabemos que ele domina: ficar louco. Burton o treinou para O Iluminado. As situações aqui presentes são mais icônicas que as de Nolan, quem vê o vilão passeando num carro enfeitado enquanto joga dinheiro para os cidadãos não se esquece. Ainda mais quando jogaria aquele gás em todo mundo. Em um determinado momento, Vicki Vale, a jornalista vivida pela jovem e

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bonita Kim Basinger, pergunta ao personagem o que ela poderia fazer para ele. Joker, então, responde: “Oh, uma pequena cação, uma pequena dança, a cabeça de Batman numa lança”. Noutro, o Capuz Vermelho diz sofrer de uma doença, esta seria o próprio homem-morcego. O sorriso permanente de Jack Napier é resultado da submersão química que sofreu e da cirurgia com ferramentas enferrujadas que sofreu em um quarto mal iluminado. Foi o papel mais rentável da carreira de Nicholson.


No seriado o Coringa aparece como o “palhaço do crime”. Ele possuía cabelo verde, uma cara toda pintada de branco e uma boca vermelha enorme. Mais seu ponto forte era a gargalhada insana.. Sem falar que foi o maior espinho no caminho do Batman e Robin. O pouco que se sabe do Coringa do seriado é que ele foi um hipnotizador quando jovem e um “expert” no campo da eletrônica. E suas habilidades como um mestre ilusionista lhe permitem facilmente escapar da prisão. O Coringa era o que mais se parecia com o vilão Coringa dos quadrinhos... O Coringa participou de 19 episódios e, também, participou do longa metragem Batman produzido em 1966. O nosso vilão fez parceria em 03 episódios

com o Pinguim e 02 com a Mulher-Gato.

Texto por Marcos Dhotta

O ator Cesar Romero se recusou categoricamente - a raspar seu bigode para o papel do Coringa. Se observarmos direitinho o bigode é visível mesmo debaixo da maquilagem branca dele. Os enredos envolvendo o Coringa estavam entre o mais estranho de todos: Aterrorizar Gotham City em um disco voador; Roubar as habilidades de um campeão de surf; Formar uma escola de arte para milionários, a fim de raptá-los; Criar um cinto de utilidades igual ao de Batman e criar robôs como caixas de banco! Ele tinha um poder de convencimento junto à mulherada que não tava no gibi... Ele as persuadia em ajudá-lo nos seus crimes usando seu charme e inteligência.

Texto por Batanga O Coringa de Jared Leto nem foi pras telonas ainda e já está dando o que falar. Apenas pelo trailer lançado e pelas fotos divulgadas já é possível ver muitas diferenças. O visual de bandido pós-adolescente, cheio de tatuagens, dentes prateados, piercings e cabelo moderno se difere bastante dos de antes, com roupas coloridas, lábios vermelhos e penteados selvagens ou despenteado. O auge visual do personagem foi com Jack Nicholson, no filme dirigido por Tim Burton, em 1989, que exploram o lado gótico e caricato de Batman. Alguns anos depois Ledger deu um guarda-roupa menos chamativo ao personagem, mas utiliza sua maquiagem para refletir seus tormentos internos e a loucura da personagem. Inspirada no Coringa da cabeça de Frank Miller, especialmente em “Cavaleiro das Trevas retorna” e “All Star Batman e

Robin”, a versão de Leto tem um gosto muito mais profundo pelo bizarro. Talvez seja cedo para afirmar, mas é bem provável que a versão de Leto para o vilão seja a mais assustadora e mais retorcida que vimos até agora na tela grande. O Coringa de Jack Nicholson tem maldade, mas é uma vilania teatral e caricata, como se espera de qualquer filme de Tim Burton. Heath Ledger, no entanto, foca seu personagem em um terrorista sociopata com vontade de destruir a sociedade. No caso de Leto, a atitude do personagem e o tom mais obscuro do universo cinematográfico que a DC adotou dão esperança de que este Coringa tudo o que se espera de um personagem inspirado em um vilão que Frank Miller ajudou a criar.

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Texto por Carol Gómez e Legião dos Heróis

Há divergências quanto qual a melhor interpretação do Coringa nas telonas, ainda mais agora com o Coringa de Jared Leto em Esquadrão Suicida. Se Heath Ledger foi o melhor na hora de interpretar o palhaço mais insano do mundo, eu não sei. Mas que a atuação teve vários destaque e referênciais é fato. Heath Ledger andava com um diário do Coringa nos sets, um tipo de álbum de recortes em que Ledger compilava notícias horríveis, desenhos e outros eventos assustadores, para “entrar na personagem” e deu seus toques pessoais a essa figura icônica das HQs. Há quem diga que a sua dedicacão e fissura em fazer o melhor Coringa já visto, o mataram. De forma geral, algumas coisas sobre o Coringa são tão impactantes que você nem mesmo consegue compreender o porquê de serem tão perturbadoras. Seus momentos de calmaria aliados a breve explosões de loucura são executados de maneira tão sutil que você realmente acredita no personagem. Reparem nas mortes durante o filme, o Coringa nunca olha para suas vítimas quando está prestes a tirar-lhes a vida, até mesmo quando a morte ocorre “indiretamente,” como na cena da explosão do hospital. Mas isso é uma característica do Coringa das HQ’s? Por que nunca vimos essa particularidade ser explorada antes? Precisamos cavar um pouco mais fundo na essência do personagem. No arco “Batman: O Homem que Ri,” (Título retirado do filme que inspirou a criação do personagem) é revelado que o Coringa é tão cruel que não se importa em olhar para suas vítimas enquanto as mata. Um elemento chave do personagem escondido em suas origens. Ao analisar os perfis de Heath Ledger e seu personagem podemos perceber que os dois não tinham nada em comum. O ator mudava seu sotaque, comportamento e, obviamente, a aparência para encarnar

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o Coringa. As personalidades eram tão distintas que é até mesmo difícil perceber que são a mesma pessoa. Há apenas uma coisa que realmente está presente nos dois, mas chega a ser tão sutil que talvez você nem tenha percebido antes. Ambos tem a tendência de deixar a língua de fora da boca enquanto estão falando. O hábito que Ledger carregava desde sua infância poderia prejudicar sua atuação, mas contribuiu de modo a dar uma característica mais humana e realista. Outro ponto que torna a atuação de Heathe pelo menos a mais dedicada, é a cena do interrogatório, que realmente marcou o ponto de distinção entre O Cavaleiro das Trevas e outros filmes menos ousados. É uma sequência perturbadora que mostra até onde o Coringa é capaz de ir e, aparentemente, Heath Ledger também. Antes das gravações, Ledger pediu a Christan Bale que o batesse tão forte como o verdadeiro Batman faria. Um pedido surpreendente para retrucar de vez as críticas de fãs que diziam que os golpes do Cavaleiro das Trevas eram falsos e coreografados. Este é um dos mais puros exemplos do quanto Ledger se dedicou à autenticidade do personagem, mostrando devoção e métodos que a maioria dos atores hesitariam alcançar. Heath Ledger morreu no dia 22 de janeiro de 2008, aos 28 anos. Batman,o Cavaleiros das Trevas foi lançado em 18 de julho do mesmo ano e em 2009 a performace como Coringa rendeu a Ledger um Oscar póstumo.

Ilustração de Mint Signs


Texto publicado por Avelar no site Legião dos Heróis

O Coringa é um personagem e tanto. Insano, inteligente, perverso. Não é exemplo para ninguém a não ser que a pessoa seja tão louca quanto ele. Porém, a maneira como o Coringa vê muitas coisas pode sim servir de lição para os leitores e fanáticos por quadrinhos. Consciência é a forma mais preciosa de liberdade O Coringa se intitula um agente do caos em diversas ocasiões, o que é a mais pura e simples verdade. O personagem, diferente de tantos outros vilões, não possui grandes ambições nem desejos... ele simplesmente gosta de ver o circo pegar fogo. Mas não se engano, existe método por trás do caos! O Coringa é um personagem pensante, talvez um dos vilões que mais usam a cabeça da forma certa, é raciocinar para destruir, uma forma elegante de se libertar de todas as amarrar. As pessoas só são boas até onde a sociedade permite É uma premissa básica que segue a ideia que as pessoas só se comportam do jeito que se comportam pelas limitações da sociedade, o que o Coringa busca fazer exatamente o oposto. Conheça seus oponentes dentro e fora do campo Isso serve para qualquer coisa na vida, desde aquela partida de FIFA até o ambiente de trabalha. Saiba com quem você está disputando aquela promoção no emprego e saberá o que pode fazer de melhor. O Coringa por muitas vezes demonstrar conhecer bastante o Batman, e até mesmo, sem saber, o próprio Bruce Wayne. O vilão entende tanto o seu inimigo que fez todos pensarem que ele sabia a identidade de toda a Batfamília no arco “Morte na Família” e causou um pânico geral.

O Coringa já mostrou diversas vezes nos quadrinhos que ama vencer, por minima que seja vitória, provar um ponto é sempre gratificante. Estar preparado nem sempre é ter um plano detalhado para o que vai acontecer, estar preparado é se adaptar a todas as situações, ser versátil e saber improvisar. Use a cabeça, encontre uma saída, seja a pessoa mais esperta na sala. Trabalhar por si mesmo as vezes compensa mais do que trabalhar em equipe É algo que ficou muito claro no filme O Cavaleiro das Trevas. O vilão não é alguém que se preocupa em assumir o que faz e descartar seus “aliados” para obter sucesso em seus planos. Se quer algo bem feito, faça você mesmo, os outros nunca irão atender sua expectativa. Se você é bom em algo, nunca faça de graça. Uma coisa que o Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan possui em grande número são frases memoráveis como essa do Coringa. O personagem fala o básico, mas o que é verdade e que muitos esqueceram. Se você consegue se sobressair em alguma coisa, por que não ganhar por isso? É comum pessoas com empregos como designer gráficos, técnicos de informática, artistas e até advogados serem alvos daquelas pessoas que “só querem pedir um favor”, diminuindo o valor do seu trabalho e do seu esforço.

Estar preparado não significa necessariamente ter um plano Ilustração de Denny Bangke

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