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22 Editorial 28 Homenagem 32 Perfil 42 Tendência 48 Decor 58 Especial 70 Turismo 78 Artesanato 88 Mapa dos ambientes 90 Ambientes Casa Cor Pará 164 História 176 Casa Cor Pará 208 Gastronomia 224 Índice de colaboradores 12
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Editorial A estrela que mais brilha no Norte! O Pará vive o momento pelo qual todo cidadão, nascido ou criado aqui, esperou por tanto tempo: o reconhecimento de sua cultura. Aos que vem beber diretamente dessa fonte, é amor à primeira vista. Mário de Andrade, por exemplo, em sua histórica viagem pelo Norte do país, em 1927, relatou em carta ao amigo Manuel Bandeira que queria “Belém como se queria um amor. Era inconcebível o amor que Belém despertara nele”. Um ano depois, o apaixonado Manuel Bandeira mostrava para todos o amor à cidade com o superlativo lírico poético da “Generalíssimo Deodoro” e chamava Belém de “nortista
gostosa”, em referência à sombra frondosa das mangueiras. Esta é a cidade que abriga a Casa Cor Pará, que carrega, este ano, o estandarte “moda, estilo e tecnologia”. Em seu segundo ano em terras paraoras, o sucesso da Casa Cor Pará nos fez buscar um lugar maior para sua realização: uma área com 1.000m2 a mais (em comparação com o local do ano passado) o que possibilitará espaços ainda mais belos e criativos. Delicioso será (re)viver o mesmo sentimento de Bandeira, em uma área arborizada com mangueiras frondosas e carregadas. A Casa Cor Pará é, sobretudo, uma conquista para os paraenses. A cada ano,
DIRETORIA CASA COR PARÈ Isan Anijar - isan@casacorpara.com.br Cesar Meira - cesarmeira@casacorpara.com.br Sandra Meira - sandra@casacorpara.com.br PRESIDENTE Angelo Derenze angelo.derenze@casacor.com.br DIRETORA COMERCIAL Maria Cristina Moraes cristina.moraes@casacor.com.br DIRETORA DE MARKETING E LICENCIAMENTOS Christiane Ruegg christiane.ruegg@casacor.com.br DIRETORA DE FRANQUIAS Silvana Lorenzi de Carvalho silvanalorenzi@casacor.com.br COORDENADOR DE FRANQUIAS Alessandro Silva alessandro@casacor.com.br ASSISTENTE DE FRANQUIAS Natalia Santos natalia@casacor.com.br ESTAGIÈRIO DE FRANQUIAS Victor Camargo victor.camargo@casacor.com.br GERENTE COMERCIAL Sueli Cozza suelicozza@casacor.com.br
um recomeço revigorante, porque, embora seja a mesma mostra, ela sempre é diferente, surpreendente. Nós, que ajudamos a fazê-la, temos um incontido sentimento de orgulho em renovar o convite
CONSULTORES DE NEGÏCIOS CASA COR S‹O PAULO Ana Paula Porto - apaulaporto@terra.com.br Daniela Dalle Molle - daniela.dalle@uol.com.br Luciana Furquim de Carvalho - lufurquim@uol.com.br Luciana Lorenzi de Araújo - luferma@uol.com.br Cadu Torres - caducasacor@gmail.com EQUIPE CASA COR PARÈ GERENTE GERAL Lilian Almeida lilian@casacorpara.com.br GERENTE EXECUTIVA Daniela Kress daniela@casacorpara.com.br GERENTE FINANCEIRO Ricardo Costa ricardo@casacorpara.com.br PROJETO CASA COR PARÈ 2012 Arq. Alcyr Meira ENGENHEIRO RESPONSÈVEL Antônio Claudio Amaral Guimarães EQUIPE DE APOIO Carlos Eduardo Pinheiro Diego Messias Nalycian Almeida Regiane Britto Ricardo Tomaz Suyane Macedo PROJETO GRÈFICO André Loreto
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DIRETORES DA CASA COR PARÁ, CESAR E SANDRA MEIRA E ISAN ANIJAR
para que você venha nos visitar... se apaixonar... e entender o porquê de o nosso estado ser a estrela mais brilhante no céu brasileiro. A gente espera você!
REPORTAGEM E TEXTOS Anderson Araújo, Arthur Nogueira, Camila Barbalho, Irna Cavalcante, Tássia Almeida, Fábio Nóvoa, Michel Ribera, Dudu Maroja (fotos) COORDENAÇ‹O EDITORIAL E JORNALISTAS RESPONSÈVEIS Lorena Filgueiras DRT/PA 1505 REVIS‹O Marília Moraes FOTOS Dilermando Cabral Jr. (ambientes) GQ Foto-Estúdio (profissionais) CAPA Loft do Jovem Casal | Rosângela Martins e Zelinda Gouvêa IMPRESS‹O E ACABAMENTO RM GRAPH EDITORA UMA PUBLICAÇ‹O
SIM EVENTOS LTDA. ME Rua dos Pariquis, 2890 – CEP: 66.045-290 Cremação - Belém - Pa ESCRITÏRIO Av. Visconde de Souza Franco, 776 - G3/Cinemas 66.053-000 • Umarizal • Belém • PA tel: 91 3222.1748 www.casacorpara.com.br contato@casacorpara.com.br Registro ISSN 2237-1281 Proibida reprodução parcial ou total sem prévia autorização da Editora.
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Índice Homenagem
FENÔMENO GISELE Q
SEMPRE SORRIDENTE E SENSUAL, A MODELO POSA PARA OS FOTÓGRAFOS. NA PÁGINA AO LADO, ELA PLANTA A PRIMEIRA ÁRVORE NA FLORESTA GISELE BÜNDCHEN, AÇÃO DO PROJETO FLORESTAS DO FUTURO, EM CAMPINAS (SP)
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uando, aos 14 anos, em 1995, a garota Gisele saiu da pequena Horizontina, no Rio Grande do Sul, para tentar a vida de modelo, ela sonhava com o sucesso, mas nem de longe imaginava o quanto sua carreira iria deslanchar. Considerada hoje o maior ícone entre as modelos internacionais de todos os tempos, ela reina absoluta no primeiro lugar da seleta lista Top Icons, do site Models.com. Ao decidir o tema Moda. Estilo. Tecnologia, CASA COR 2012 já tinha automaticamente um nome a homenagear. Claro, Gisele Bündchen. Feliz com o convite, a Übermodel só fez uma solicitação: queria que a mostra também abordasse a questão da sustentabilidade e a preservação da natureza. Sim, desde o ano 2000 ela divide seus compromissos de passarela e sessões de fotos para editoriais com campanhas e programas humanitários, que visam a construção de um mundo melhor, mais saudável e com menos desigualdades sociais. Eleita em 2009 Embaixadora da Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Gisele já esteve à frente de iniciativas que vão do apoio ao autoexame contra o câncer de mama até o Fome Zero,
Linda, bem-sucedida, famosa no mundo todo. Gisele Bündchen não para por aí. É também uma ativista contundente em prol da vida e do meio ambiente
a Arte Solidária e o Tamar. Em 2006, a modelo posou ao lado de um guerreiro da tribo massai para uma campanha de cartão de crédito que doou parte dos lucros da empresa para as vítimas de Aids na África. No mesmo ano, ela se junta à Grendene e passa a destinar desde então uma parcela das vendas de sua linha de sandálias Gisele Bündchen ao projeto I Ikatu Xingu. Sob a bandeira de preservação da água e com intuito de recuperar as nascentes e cabeceiras do rio Xingu, a top, que já havia estado na região conversando com os índios para se inteirar da importância do rio para a comunidade ribeirinha, volta para gravar a campanha publicitária que chamou atenção para a causa. A ação fez sucesso e novos projetos se engajaram nessa parceria de Gisele com a Grendene, como o De Olho nos Mananciais, o Florestas do Futuro e o Nascentes do Brasil. Por iniciativa própria, em 2007 ela cria a Fundação Luz. Fornecendo capacitação a pequenas organizações que trabalham especificamente em projetos humanitários, educacionais e ambientais, o empreendimento tem ajudado muitos cidadãos a se tornarem mais conscientes de si próprios e do mundo que os cerca.
NARETTO JR.
POR MARIA HELENA PUGLIESI
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Homenagem
“ESTE É O MOMENTO PARA DISCUTIRMOS COM CONSCIÊNCIA O FUTURO DO NOSSO PAÍS” Sobre o Código Florestal Brasileiro
Convicta de que é preciso fazer barulho para alertar sobre as carências do planeta e do ser humano, Gisele lança em 2008 o seu Blog da Gisele (www.giselebundchen. com.br/blog). Com navegação dinâmica e em uma linguagem amigável, que tem tudo a ver com o perfil da top model, o blog compartilha assuntos e ideias relacionados ao meio ambiente, alertando para os problemas que assolam o planeta e incentivando a prática de
WESLEY SANTOS SANTOS WESLEY
A TOP VESTE A CAMISA DO PROJETO QUE LANÇOU NA REGIÃO ONDE NASCEU, ENTRE HORIZONTINA E TUCUNDUVA, NO RIO GRANDE DO SUL
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atitudes sustentáveis. Ali, é possível assistir inúmeros vídeos em que Gisele expõe seus pontos de vista e tornar-se seu parceiro em várias ações. Muito mais do que uma porta-voz do ecologicamente correto, Gisele Bündchen pratica o que prega. Sua nova casa nos Estados Unidos, onde mora com o marido, Tom Brady, e o filho, Benjamin, segue rigorosamente a cartilha das construções sustentáveis. Além de utilizar energia solar, o imóvel conta com sistemas de iluminação que reduzem o consumo de energia, de recuperação de água da chuva e de isolamento térmico para evitar o uso de ar-condicionado. Durante a obra, 80% dos detritos gerados foram reaproveitados ou reciclados e, em relação aos acabamentos, a Übermodel escolheu apenas pedras e madeiras recuperadas. Eletrodomésticos e móveis com selo verde fazem parte da decoração. O arquiteto Eduardo Mera, em CASA COR São Paulo, captou o lado verde de Gisele Bündchen e criou uma praça de 700 m2 em sua homenagem, onde tudo foi pensado em função da sustentabilidade. “Das plantas utilizadas – só espécies adaptadas ao clima para que necessitem de menos água – à bela escultura feita com raízes reaproveitadas pela artista plástica Bia Doria, todo o espaço reflete o respeito com o meio ambiente”, diz Eduardo. Com certeza, um tributo digno de nossa maior modelo e dedicada Embaixadora da Boa Vontade.
Perfil
ALCYR MEIRA, PIONEIRO, INQUIETO E INCANSÁVEL O arquiteto homenageado da Casa Cor Pará-2012 é um homem de trajetória brilhante. Aos 78 anos, Alcyr Meira é um nome essencial para se entender a história da Arquitetura no estado.
N Luiz Braga / arquivo Paratur
o auge da juventude, o arquiteto Alcyr Meira pensava chegar aos cinquenta anos com uma carga de trabalho bem menor. A ideia era ter uma vida, digamos, mais tranquila para os padrões de quem se dedica à função 24 horas por dia e labuta, pelo menos, doze horas diárias debruçado sobre projetos. Mas, aos 78 anos, no escritório cheio de souvenirs de viagens, livros profissionais, documentos e papeis avulsos, cercado pelos quadros pintados por ele mesmo, a história é diferente. À vontade, mas sem perder a elegância com sapatos pretos, calça cinza, camisa branca com abotoaduras e gravata vermelha, ele atende o telefone e exclama, por trás dos óculos: “cometi um equívoco. Achei que a reunião era às onze”. O turbilhão de tarefas, muito de vez em quando, gera um pequeno contratempo, nada que prejudique a excelência de resultados para quem deixou marcas indeléveis em tantas paisagens. “Estou trabalhando mais do que nunca”, diz
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Alcyr com um sorriso de satisfação de ter feito tudo o que conseguiu fazer, porém sem esconder a inquietude e o brilho no olho de quem ainda quer inventar e reinventar ainda mais. Tanto que confessa nunca ter parado de criar, nem de pesquisar sobre Arquitetura desde que abraçou o sonho alimentado por sua alma de artista ainda menino, com as calças curtas do Colégio Moderno. “Aprendi a escrever e desenhar ao mesmo tempo. Sempre tive essa predisposição para arte, sempre estive imerso nesse universo de criação”, conta Alcyr. E foi com este espírito que ele entrou na Escola de Engenharia do Estado do Pará, situada à Rua Campos Sales com Manoel Barata, no bairro da Campina, de onde saiu, em 1956, com o diploma de engenheiro civil. Até 1951, na capital paraense, a figura de um profissional projetando exclusivamente o traço arquitetônico de uma obra era raríssima. Alcyr lembra que os engenheiros faziam “tudo”. Da fundação à parte elétrica, passando pela Ź
AOS 78 ANOS DE IDADE, O ARQUITETO ALCYR MEIRA CONSERVA UMA DISPOSIÇÃO JUVENIL E PASSA METADE DO DIA DEBRUÇADO SOBRE PROJETOS DE TRABALHO
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O ARQUITETO ALCYR MEIRA EM SEU ESCRITÓRIO, REPLETO DE LEMBRANÇAS DE VIAGENS, LIVROS E DOS QUADROS, PINTADOS POR ELE MESMO.
hidráulica à harmonização estética: “não havia engenheiros especialistas, muito menos a figura do arquiteto”. O então recém-formado engenheiro Alcyr pôs a imaginação e o senso criativo para fluir e trabalhou como profissional de Arquitetura muito antes de sê-lo (de direito, com a graduação no curso, quase dez anos depois de ter agarrado o canudo da Escola de Engenharia). Olhando a extensa e vitoriosa carreira, Alcyr recorda que sempre quis ser arquiteto, mas, para estudar, teria que sair de Belém. As opções eram distantes: São Paulo e Rio de Janeiro; ou, no caso mais próximo, Recife. O pai, o ex-governador do Pará, Otávio Meira, muito apegado à Belém, aconselhava: “meu filho, se você for, você não volta”. Hoje, o arquiteto reconhece que a previsão paterna estava certa. “Se eu fosse, não voltaria mesmo”. E foi
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com paciência que Alcyr aguardou a criação do curso de Arquitetura e Urbanismo em Belém para se graduar na primeira turma formada na Universidade Federal do Pará (UFPA). Antes de se formar como arquiteto, Alcyr ajudou a fundar a UFPA, tendo sido o primeiro diretor de Planejamento e Obras da Instituição. É dele o projeto do incontestavelmente belo campus, construído às margens do rio Guamá e inaugurado em 1968. “Fui vice-reitor da Universidade aos 38 anos. Estava com o reitor, o ( José da) Silveira Neto, quando o ministro da educação, Ney Braga, ao desembarcar do jatinhom ainda na pista de pouso do aeroporto de Val de Cãe, cumprimentou a todos. Quando chegou a mim e soube que eu era o vice-reitor disse ‘Tão novo. Deve ser muito competente’. Nunca esqueci disso”, diz Alcyr, com incontido orgulho.
Com bagagem profissional de engenheiro experiente, Alcyr Meira se formou arquiteto, em 1966, em uma turma pequena, porém com grandes nomes, como Milton Monte (homenageado da primeira edição da Casa Cor Pará, em 2011. Falecido recentemente), Rui Vieira, Camilo Porto de Oliveira, Lúcia Dalto Viveiros, Roberto La Roque Soares, Manoel Maia da Costa, Rui Pantoja, dentre outros. “Eram poucos os engenheiros que tinham alma de arquiteto. Fomos pioneiros e foi difícil mudar a mentalidade de um lugar em que o costume era que o engenheiro fizesse tudo. Fomos nós que abrimos essa picada com dificuldade para trazer a consciência de que o trabalho do arquiteto tinha que também ser remunerado. Mas conseguimos”. Do traçado no papel para a realidade de grandes feitos
O (já) arquiteto Alcyr começou a colecionar grandes feitos no currículo, como o próprio campus da UFPa, além de outras obras de relevância ímpar, como o projeto e execução do Estádio Olímpico Edgard Proença (o Mangueirão), seu feito mais conhecido. Mas, também surgiram de seu traçado a atual Câmara Municipal de Belém; o complexo do Palácio dos Despachos; as sedes da Secretaria de Estado de Educação (Seduc); da atual Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia; do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e da Procuradoria da República - a primeira etapa, feita há mais de 30 anos, e a segunda, atualmente em fase de execução. O belo projeto de revitalização e adequação do antigo quartel da Polícia Militar, prédio que abrigou a primeira edição da Casa Cor no Pará, também teve a assinatura de Alcyr Meira.
“FUI VICE-REITOR DA UFPA AOS 38 ANOS. QUANDO O MINISTRO DA EDUCAÇÃO CHEGOU PARA A INAUGURAÇÃO (DO CAMPUS DO GUAMÁ) (...), DISSE: ‘TÃO NOVO. DEVE SER MUITO COMPETENTE’. NUNCA ESQUECI DISSO.”
JOÃO HAVELANGE, ENTÃO PRESIDENTE DA CBF, NO LOCAL ONDE SERIA CONSTRUÍDO O MANGUEIRÃO. ALCYR MEIRA , NAQUELA OCASIÃO, APRESENTOU O ESTUDO PRELIMINAR DO PROJETO.
Alcyr está à frente ainda do projeto da nova Assembleia Legislativa do Estado do Pará, do Parque do Esporte e Lazer e de um ginásio público com capacidade para 15 mil pessoas. É dele também o projeto de oito universidades de estados como Amapá, Rondônia, Rio Grande do Norte, Paraíba e Tocantins, além da Universidade de Assunção, no Paraguai. Intuição, criatividade e conhecimento são as bases para Alcyr Meira manter vivo o espírito de arquiteto. A tríade ganhou contornos definitivos um ano depois de ele ter se formado: selecionado por seus mestres para dar aula, ele se dedicou a estudar para lecionar as disciplinas Arquitetura Brasileira e Teoria da Arquitetura. “Quando me tornei arquiteto, tive uma melhor compreensão e aprofundamento do que era essa Ciência. É
essa base que traz para o indivíduo a possibilidade de desenvolver seus projetos da melhor forma. O fundamento da Arquitetura, aliado à capacidade de criação, leva a um trabalho com excelência”, explica Alcyr. Estudioso e inventivo, ele nunca se ateve à uma única Escola de Arquitetura. Consciente da necessidade de não se limitar, ele ensina aos mais novos: “o mais importante não é se filiar a uma escola, e sim conhecer os fundamentos e criar valores próprios. A influência nem sempre é benéfica porque você fica induzido a uma ou outra tendência e daí você não evolui”.
O MINISTRO DA EDUCAÇÃO, NEY BRAGA, VISITA A RECÉM-CRIADA, UFPA. ABAIXO, OUTRO PROJETO DE ALCYR MEIRA , O SALÃO DE LEITURA DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ.
Olhar o mundo de perto As influências de Alcyr estão no mundo, por todos os lugares pelos quais ele passou nos últimos 56 anos. Em 1956, logo depois de se formar, ele entrou em Ź
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A BIBLIOTECA CENTRAL DO CAMPUS GUAMÁ (UFPA) AINDA EM CONSTRUÇÃO
pintura, coisa que faz desde os seis anos de idade e escrevendo (é presidente da Acaum navio rumo a Lisboa. demia Paraense de Letras Chegando à capital de Por- e autor de cinco romances. tugal, com a típica energia Atualmente, está no sexto, de um jovem aos 22 anos de escrevendo aos poucos por idade, arrumou um carro e causa do volume de trabalho foi conhecer a Europa que incessante no escritório). ele via nos livros na época À frente de seis grande Colégio Moderno. Viu as des projetos atualmente, obras de Charles Edouard o incansável Meira não Jeanneret-Gris, o mestre pensa em parar de trabalhar. Le Corbusier; a arte pré“Quem faz com amor, não -histórica nas cavernas da tem hora para trabalhar”, Espanha; o traçado sinuoso afirma, sorrindo. Sobre seu do catalão Antoni Gaudí e trabalho com traços modertantas outras experiências nos e atemporais, ele conclui estéticas que mudaram sua que é feito pensando no percepção. futuro, mas sem perder o elo Desde a primeira viacom o passado. “Quem não gem, o arquiteto deu muitas olha para trás, não vai ver voltas ao redor da Terra para nem compreender o futuro”, aprimorar sua sensibilidade solta Alcyr, pouco antes de e visão. No escritório, às se despedir de uma conversuas costas, recordações sa intensa de 26 minutos das Américas, do Oriente, sobre uma vida pontuada de da África, da Oceania e do sonhos nascidos no papel Velho Mundo estão em e tornados realidade em estantes, dispostos como cimento, aço e suor. “Tenho pequenos troféus e provas aquela reunião agora, a das materiais de suas aventuras. onze”, desculpa-se, apertanCasado com Francy do a mão do jornalista com Brasil Meira há 54 anos, pai um sorriso no rosto, para de dois filhos e avô de um voltar à rotina dos projetos, casal de netos, hoje Alcyr como já faz há quase seis se entretém dedicando-se à décadas. 36
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Tendência
MODA & DECORAÇÃO As estampas e a modelagem das roupas que se sobressaem nas passarelas, hoje, também são destaques em móveis, tapetes, luminárias e acessórios decorativos. O universo fashion invade a casa e imprime um novo estilo de morar POR MARIA HELENA PUGLIESI
A PREMIADA CORALLO CHAIR INSPIROU OS DESIGNERS FERNANDO E HUMBERTO CAMPANA A CRIAR PARA A GRENDENE ESSA SAPATILHA DE PLÁSTICO RECICLADO
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estruturada, inspirada no desenho de uma cadeira, como nos brindaram os irmãos Fernando e Humberto Campana com a linha Corallo, desenvolvida para a Melissa. Antenada aos movimentos que nascem com DNA de sucesso garantido, CASA COR 2012 traz como tema Moda. Estilo. Tecnologia.
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isso ninguém duvida mais: moda e decoração caminham juntas. Afinal, as tendências de cores, texturas e até de formatos podem ser aplicadas nas duas – uma luminária que lembra uma saia drapeada, a exemplo do que fez a designer Baba Vacaro na coleção Dress to Impress, ou uma sapatilha lindamente
A ESTILISTA ADRIANA BARRA REPETE AS ESTAMPAS COLORIDAS E ALEGRES DE SUAS ROUPAS EM TECIDOS PARA DECORAÇÃO
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Tendência
O ABAJUR JULIETTE, CRIAÇÃO DE BABA VACARO INSPIRADO NAS SAIAS GODET. OS BOWLS DA HERMÈS MAISON TRA ZEM A ELEGÂNCIA DA MARCA FRANCESA
A CENA FASHION ESBANJA CHARME E PERSONALIDADE NOS ARTIGOS PARA CASA
O TRAÇO INCONFUNDÍVEL DE OSCAR NIEMEYER É REPRODUZIDO EM JOIAS LANÇADAS PELA H.STERN
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“Na Europa, o fenômeno já acontece há algum tempo. Nos últimos anos, o Salão Internacional do Móvel de Milão, bem como as vitrines da cidade italiana, vem mostrando um número crescente de marcas da moda que expandem seus negócios para a área da casa”, diz Angelo Derenze, presidente do evento. “Nesta edição, que traz como homenageada a nossa grande modelo Gisele Bündchen, estamos reforçando a tendência. Afinal, inúmeras grifes fashions internacionais estão desembarcando no Brasil com seus novos produtos de decoração em showrooms próprios ou em parceria com lojas nacionais”, continua Angelo. Apesar de nunca ter sido tão explícita, a CASA COR há muito já sinalizava a sinergia entre o vestir e o morar. Em 1999, o arquiteto Roberto Migotto surpreendeu com um quarto que trazia em móveis e tecidos a mesma composição cromática do vestuário daquele final de década. “Lá fora, um dos primeiros a apostar nesse casamento foi Giorgio Armani, que aproveitou a efervescência da Design Week de Milão em 2010 para inaugurar a Armani Casa”, lembra Roberto Dimbério, consultor especializado no mercado casa, que, ao lado de Andrea Bisker, consultora no Brasil do portal inglês de tendências e estilos WGSN, presta curadoria ao Casa Talento Fashion, mostra paralela à CASA COR 2012. Outros criadores emblemáticos de roupas
internacionais também não deixaram por menos. A Diesel, famosa por seus jeans, investiu forte em mobiliário; a Zara levou para móveis, tecidos e acessórios para casa seu inconfundível entrosamento entre qualidade e bom preço que tanto consagram suas roupas; e a francesa Hermès, sinônimo de vestuário da mais alta sofisticação, juntou-se a designers do calibre de Antonio Citterio para criar a Hermès Maison. Isto só para citar alguns exemplos estrangeiros. No Brasil, algo semelhante está acontecendo: estilistas badalados sentem a necessidade de não só fazer peças para vestir o corpo, mas também imprimir sua marca em produtos diferentes. Entre os muitos, podemos destacar Adriana Barra, com seus tecidos para estofados, pastilhas cerâmicas e estampas de móveis, e Thais Gusmão, que emprestou para a Riachuelo seu estilo irreverente em jogos O TRAde ÇOcama, banho e INCONFUNDÍVEL almofadas. Vale lembrar DO ARQUITETO ainda Alexandre OSCAR NIEMEYER Herchcovitch, parceiro da É REPRODUZIDO Tok&Stok desde 2008 no EM JOIAS LANÇADAS desenvolvimento de peças PELA H.STERN. de decoração, e Jum Nakao, que acaba de lançar uma linha de móveis inspirada em seu famoso desfile A Costura do Invisível, em que foram levados à passarela elaboradíssimos vestidos feitos de papel cortado a laser. Portanto, moda e decoração é uma união que já rendeu bons frutos, provando que seus laços daqui para frente são indissolúveis.
“O VESTIR TEM TUDO A VER COM O MORAR.
A SINERGIA ENTRE MODA E DECORAÇÃO É FATO CONSUMADO” Andrea Bisker, consultora do portal WGSN
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PEQUENAS POESIAS Desde que foram “adotados” pelos portugueses, os azulejos ganharam status de pequenas obras-primas e se espalharam pelo mundo
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om uma certa dose de poesia, é possível dizer que os azulejos contam a história em pequenos fragmentos. Nas asas da criatividade, são peças que resistem ao tempo pelas mãos dos artistas visuais ou nos trabalhos de restauro e decoração dos profissionais de arquitetura. No formato como ficou conhecido (uma placa de barro com uma face vidrada lisa ou decorada), o azulejo remonta ao século XVI. Mas a história é ainda mais antiga. A peça tem origem árabe, de nome al-zuléig, que significa “pedra lisa e polida”. A azulejaria se tornou um símbolo da cultura de Portugal quando uma grande quantidade de exemplares foi importada do Oriente Médio e aplicada em prédios históricos, como o Palácio Nacional de Sintra. Até hoje, no que diz respeito à peça, os portugueses vão além da função utilitária e atribuem aos azulejos um status artístico, possibilitando um vasto repertório de gravuras em colorido livre. A maior parte dos exemplares que se encontra 48
no Brasil, em virtude do período colonial, tem origem portuguesa. Mas também é possível achar, especialmente no Pará, modelos franceses, alemães, ingleses e holandeses. “Temos em Belém a história da indústria cerâmica muito bem representada, com um elenco maravilhoso de azulejos de Portugal e dos principais centros europeus”, garante a Professora de Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Thaís Sanjad. No norte do país, os azulejos foram utilizados em larga escala devido à significativa resistência às ações do tempo. Segundo a pesquisadora, doutora em arquitetura, “são peças impermeáveis que refletem o calor”. Essa particularidade os torna capazes de proteger as construções do desgaste provocado pelas chuvas intensas, características da região, e de possibilitar o arrefecimento do ambiente. Como recurso decorativo, a azulejaria jamais deixou de ser tendência por sua capacidade de adequação Ź
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DE PROPRIEDADE MUTANTE O AZULEJO INCORPORA TENDÊNCIAS DE TODAS AS ÉPOCAS, E É CONSIDERADO “DOCUMENTO HISTÓRICO E CULTURAL”
aos mais variados ambientes. Em edições anteriores da Casa Cor, por exemplo, os arquitetos fizeram uso dos azulejos imitando patchwork, ou seja, uma mistura de cores e estampas. A alternativa torna possível alcançar infinitas opções de decoração e criação de ambientes personalizados. De propriedade mutante, o azulejo incorpora desde pinturas inspiradas em tempos distintos da história do mundo até trabalhos contemporâneos de fotógrafos e artistas visuais. A recorrência da peça nas edificações de outrora, ainda nas palavras de Thaís Sanjad, é o que legitima o seu uso hoje, elevando os azulejos à posição de “documentos históricos e culturais”. Desde os primórdios, a sua produção jamais foi interrompida. “Surgiram materiais considerados mais ‘nobres’, como o porcelanato, mas a azulejaria resiste”, garante. É preciso destacar, no entanto, que a supervalorização do uso desses novos materiais trouxe graves consequências. “Em Belém, houve prédios históricos 50
que foram restaurados e, no lugar de azulejos raros, puseram outros tipos de revestimento”, lamenta. O desafio hoje, segundo Sanjad, é não apenas atribuir novas possibilidades para a azulejaria, mas preservar o seu legado. Nesse sentido, o Instituto de Tecnologia da UFPA passou a oferecer cursos para os artesãos do distrito de Icoaraci, em Belém, o maior centro produtor e divulgador da cerâmica indígena amazônica. “São ensinadas técnicas de produção e, principalmente, de reparo de azulejos”, conta. O objetivo da ação, de acordo com a pesquisadora, é utilizar a tecnologia a favor da arte. “Queremos formar mão de obra qualificada, que possa dar suporte para reverter esse grande número de azulejos perdidos”, explica. Fragmentos de arte Imagine se, ao invés do dragão, a imagem de São Jorge trouxesse um carro de luxo italiano. Ou se, deixando de lado as famosas roupas e armas, o Santo Guerreiro vestisse um terno Ź
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Giorgio Armani. Aliando bom-humor e criatividade, esses cruzamentos são possíveis no trabalho do artista paraense Jorge Eiró. Por meio de relações improváveis entre motivos religiosos e a Pop Art, o arquiteto parodia, adapta e satiriza a imagem de São Jorge, do qual é devoto, em azulejos de tamanho 20x20 cm. O resultado são as “derivações, aglutinações e especulações” da figura do Santo Guerreiro a partir de imagens da indústria cultural. “Imagino e trabalho graficamente as relações de São Jorge com esses símbolos, coletados na internet, para depois imprimir nos azulejos aplicando verniz fixador”, explica Eiró, que conta com a parceria de Wisfredo Gama na produção. “Não tem como negar que São Jorge é um santo-star!”, diverte-se, em alusão à representatividade de um dos maiores ícones 52
da cultura popular. A produção das peças da “Azulejaria da Companhia de Jorge” começou em 2010, quando Eiró visitou o Castelo de São Jorge e o Museu do Azulejo, em Lisboa. A experiência o fez recordar a infância, quando se hospedava na casa de sua madrinha, toda decorada com azulejos repletos de imagens de santos. “Ela era umbandista e devota de São Jorge. Os azulejos simbolizavam proteção”, explica. Dentre as peças da coleção de Jorge Eiró, estão: “Scuderia Di Giorgio”, que reproduz a marca da Ferrari; “St. George’s Lonely Hearts Club Band”, em referência aos Beatles; e “San Giorgio Armani”, uma homenagem ao estilista italiano. Um conjunto de referências nada óbvias que tem relação direta com o cotidiano do artista, cujo trabalho contabiliza mais de três décadas dedicadas às artes visuais. Ź
Saiba mais A PRODUÇÃO DE AZULEJOS COM A TEMÁTICA “SÃO JORGE” COMEÇOU DEPOIS QUE JORGE EIRÓ VISITOU O CASTELO DE SÃO JORGE E O MUSEU DO AZULEJO, EM LISBOA.
Instituto de Tecnologia (UFPA) - itec.ufpa.br Jorge Eiró - culturapara.art.br/artesplasticas/jorgeeiro Berna Reale - berna-reale.blogspot.com
A ARTISTA PLÁSTICA BERNA REALE TAMBÉM SE DEBRUÇA SOBRE AZULEJOS MOLDADOS EM ARGILA
Berna Reale e a produção artesanal de ladrilhos Iniciativas como a de Jorge Eiró comprovam a pregnância e a multiplicidade no uso dos azulejos. Assim como ele, muitos artistas fazem ou já fizeram experimentações com a peça, tornando-a suporte artístico. É o caso de outra paraense, a performer Berna Reale. A artista plástica, recentemente selecionada no “Rumos” (Programa do Itaú Cultural que mapeia os novos talentos da arte brasileira), também se debruça sobre a azulejaria por meio da produção de modelos exclusivos, moldados em argila. O chamado “ladrilho cerâmico” adquire cores diversas durante o processo de cozedura, conduzido por 54
Berna em um forno especial projetado pelo engenheiro José Carlos Porpino de Oliveira. Cada tom depende dos minerais com os quais a argila é articulada, e do tratamento térmico aplicado. Pelo preparo artesanal, as peças, além do caráter exclusivo, têm alta durabilidade. Reconhecida em importantes salões de arte - por exemplo, o Arte Pará, no qual ganhou o primeiro prêmio em 2009 -, Berna tem os seus ladrilhos expostos em oito painéis no Hangar_ Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, com um total de 18 mil peças em cerâmica feitas à mão; e na Universidade Federal do Pará (UFPA), em painel de menor tamanho, exposto no plenário da Secretaria Geral dos Conselhos Superiores Deliberativos (SEGE).
GRIFFO
Ambientes que são verdadeiras obras-primas. O Pará tem. O Pará tem um mundo para oferecer aos visitantes. E também o mais importante: um povo acolhedor, hospitaleiro e caloroso, que sente prazer em receber. Mangal das Garças Cerâmica Icoaraci - Pará
Theatro da Paz Alter-do-Chão - Santarém
FOTOS: Hely Pamplona, Luiz Braga, Antonio Silva
Complexo Estação das Docas, à beira da baía de Guajará.
Mangal das Garças
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Especial
MADE IN PARÁ Na música, na moda e na Gastronomia, o estado vive seu merecido reconhecimento e ganha destaque na mídia brasileira
N
os anos 20, o modernista Oswald de Andrade pregava a ‘devoração cultural’ das técnicas importadas para reelaborá-las com autonomia, convertendo-as em produto de exportação. Quase cem anos depois, o Pará se reinventa para ganhar o mundo com ritmos criados [ou reinventados] aqui, como o brega, as guitarradas, o calypso e o tecnobrega [cheio de luzes, lasers e batidas eletrônicas], o tradicional carimbó, que ganhou uma pitada latina com as guitarradas. Além disso, uma nova safra de chefs de cozinha além de nomes consagrados - tem trazido para a gastronomia contemporânea pratos sofisticados feitos à base de ingredientes que, desde o século XVI, vêm seduzindo turistas do mundo inteiro. A capacidade de se reinventar, sem perder sua essência, tem transformado o Pará no “último grito da moda” do cenário brasileiro. Engana-se quem acha que se trata de um processo recente. Há algumas
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décadas, quando o “isolamento” geográfico era mais evidente e o caminho a ser percorrido era bem maior, uma paraense de voz afinada e marcante despontava no cenário artístico local. Maria de Fátima Palha de Figueiredo incorporou o nome de sua cidade e adotou o apelido de infância. Nascia Fafá de Belém, em uma época de águas turbulentas para a cultura brasileira. Em 1975, teve o primeiro momento de sucesso nacional: gravou “Filho da Bahia”, que estourou nas rádios de todo o país. Trilha sonora da primeira versão de Gabriela, a música ganhou um videoclipe no Fantástico. Nessa mesma época, a cantora lançou seu primeiro compacto e, um ano depois, o primeiro LP, “TambaTajá” [também música título do disco de autoria do maestro paraense Waldemar Henrique, respeitado internacionalmente por seus pares]. E foi assim, a favor dos bons ventos, que o primeiro album obteve excelente aceitação de crítica e público. O exigente crítico Ź
FAFÁ DE BELÉM, MADRINHA DA CASA COR PARÁ, FOI PIONEIRA NA DIVULGAÇÃO DA CULTURA PARAENSE. NESTA PÁGINA, MODELO ASSINADO POR ANDRÉ LIMA.
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musical José Ramos, colunista do “Jornal do Brasil”, apontou-a como “uma das melhores cantoras daquela geração”. Quase quatro décadas se passaram desde então. Fafá emprestou vigor [e sua própria voz] ao movimento “Diretas Já”, que almejava o fim da ditadura e censura no Brasil, ao lado de outro paraense, o jogador [e médico] Sócrates, falecido recentemente. Não seria exagero dizer que Fafá protagonizou o momento mais emblemático da campanha pelo fim do governo militar, quando, visivelmente emocionada, interpretou o hino nacional brasileiro para milhares de brasileiros, no centro de São Paulo. “Até hoje, há quem peça que eu cante o hino em meus shows”, comentou em uma entrevista recente. Fafá também deu o tom da trilha de outra personagem, coincidentemente outra baiana de sangue quente [também personagem de Jorge Amado]. Tieta – “coração do Agreste” também foi uma das músicas mais pedidas nas rádios brasileiras. Quase quatro décadas depois daquele primeiro sucesso, “Filho da Bahia” volta à cena em um remake de Gabriela. Até bem pouco tempo, quem ligava a TV para ver a novela global das seis, se deparava com as belezas naturais do Marajó. E não somente o cenário paradisíaco encantava: a bela e doce voz da cantora Lia Sophia 60
encantou telespectadores e os convidou a dançar carimbó. “Ai Menina” embalou a maioria das cenas do núcleo “paraense” do folhetim. Na novela do horário das sete, outra paraense assina a trilha... de abertura da novela. A suavidade de Lia Sophia deu lugar à batida eletrônica e o tecnobrega entra em cena pela voz de Gaby Amarantos. “Ex-my Love” arrebatou as primeiras colocações nas emissoras de rádio em todo o Brasil. Das novelas para a vida real Outros artistas paraenses também têm obtido espaço na mídia. A distância geográfica do Rio de Janeiro e São Paulo é minimizada pelos bytes, redes sociais e espaços virtuais de compartilhamentos de músicas. O cenário, democraticamente
SEGUNDO PRODUTOR MUSICAL CARLOS EDUARDO MIRANDA , O PARÁ TEM MUITOS TALENTOS E AGORA COMEÇA A COLHER O SEU RECONHECIMENTO. JOELMA E CHIMBINHA SÃO HOMENAGEADOS NA CASA COR PARÁ 2012.
“ESSE MOMENTO É APENAS O COMEÇO
DE OUTRO ESTÁGIO, UM ESTADO DE COISAS - AINDA MAIS BONITO, COM MAIS GENTE APLAUDINDO” favorável, abriga uma nova leva de novos cantores e de artistas maduros em busca de reconhecimento. Há espaço para todos os gêneros e estilos distintos. Felipe Cordeiro, Mariana Belém, Gang do Eletro, os Mestres da Guitarrada e Dona Onete vêm fazendo toda diferença nesse novo horizonte da música brasileira. Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro já sediam festivais específicos sobre a cultura paraense. Mas se engana quem acha que é mais um modismo passageiro. Na avaliação de especialistas de diversas áreas, essa invasão nada silenciosa que não vem de agora (fruto da profissionalização e da articulação dos artistas em suas mais diversas vertentes para divulgar a cultura paraense) ainda vai alcançar seu ápice. “Esse momento é
apenas o começo de um outro estágio, um estado de coisas - ainda mais bonito com mais gente aplaudindo. Os artistas paraenses estão aprendendo a lidar com um público maior, diferente do qual já estava acostumado, e a arte vai sofrendo um processo de transformação”, afirmou o produtor cultural Carlos Eduardo Miranda. O produtor que, na década de 90, lançou nomes como Raimundos e o grupo Skank e foi um dos precursores do mangue beat (movimento musical de projeção nacional, na cidade do Recife) se tornou um apaixonado pela diversidade cultural do Estado. “O Pará atualmente é meu xodó”, sentencia. Recentemente, ele assinou a direção artística da última edição do Terruá Pará, festival organizado pelo
Governo do Estado para divulgar a cultura do Estado. E é categórico ao se manifestar sobre esse momento do Pará na mídia nacional. “O Pará não está na moda. Ao contrário de uma onda que vai e passa, a cultura paraense possui uma diversidade muito rica, tem muitos talentos e agora começa a colher o seu reconhecimento devido”, afirmou. Artistas paraenses do quilate do maestro Waldemar Henrique, do violonista Sebastião Tapajós, dos cantores Jane Duboc, Billy Blanco e Fafá de Belém já trilharam esse caminho com maestria. Não só são consagrados e reverenciados no Brasil e no exterior, como lhes coube abrir o caminho para um novo movimento, com uma linguagem diferente, produtos diferentes,
a partir de uma essência genuinamente paraense. “Era um momento diferente. A Fafá começou sozinha e levou o nome do Pará para todo Brasil, era uma artista pronta. Hoje, percebo que os artistas dessa “nova safra” não agem sozinhos, é um puxando o outro, mostrando o trabalho do outro. É um trabalho coletivo. Está ocorrendo um desenvolvimento de linguagem mesmo”, avalia o produtor. O desafio, na avaliação dele, é ultrapassar estereótipos para se consolidar no mercado como uma proposta diferente. Caminho que já foi cumprido _com maestria _ ,por exemplo, pela banda Calypso, que, aliás, também brilhou em “trilhas globais” já que a versão da banda para “Entre tapas e beijos” (da dupla Leandro e Leonardo) abre o programa global humorístico – de mesmo nome da música. “Acredito que o preconceito já está vencido, o grande desafio mesmo é o tempo. O que vem é para somar. Os artistas paraenses não são mais vistos apenas como exóticos, existe uma real aceitação do público. Agora, é preciso se profissionalizar para não ficar eternizado apenas como folclore. Acho que, se houver investimento nisso, o Brasil, pelo menos em termos de música, tem tudo para dar certo”, afirmou. O historiador, doutor Ź
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GABY AMARANTOS É PARTE DA NOVA SAFRA DE MÚSICOS PARAENSES E DESPONTOU PARA O RESTO DO PAÍS
em história pela Unicamp e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Aldrin Figueiredo, também defende a quebra de barreiras. “O Pará entra neste novo momento na mídia nacional ainda pelo ângulo do exotismo. A música paraense ou o tecnobrega estão entre “um som de periferia” e um repertório “regional”, que, no momento, ganha uma veiculação nacional. Algo que, em certa medida, também aconteceu com o funk carioca. É verdade que temos muito a mostrar. A diversidade cultural do estado é grande, mas, no momento, é essa diversidade que interessa à grande mídia. Penso que o acontece é um fenômeno contemporâneo”, afirmou. 62
Das batidas eletrônicas para o bater dos talheres Mas não são apenas a visão e a audição que vêm sendo apuradas nos últimos anos. O tempero paraense – que sempre foi referência de qualidade - está cada vez mais em evidência em roupagens que vão além do tacacá, maniçoba, açaí e o suco de cupuaçu. Um trabalho coletivo que começou com o mestre Paulo Martins e que, atualmente, encontra amparo em nomes talentosos como Daniela Martins, os irmãos Felipe e Thiago Castanho/ Angela e Fabio Sicilia, Solange Saboia, Ilca Carmo, entre tantos outros novos expoentes da Gastronomia local. “O Pará é, digamos, ‘genético’ para o país. A
gastronomia, por exemplo, é um campo sem volta. Aqui , há tradição, riqueza de produtos e, principalmente, o que os franceses chamam de savoir-faire, ou seja, o ‘saber fazer’ dos paraenses”, analisa Aldrin Figueiredo. O brasileiro Alex Atala, um dos chefs mais respeitados do mundo, ressalta que sua incursão ao “universo paraora” foi resultado de um “ato generoso”, “característica muito evidente no paraense”, declarou. A amizade com Paulo Martins, o saudoso chef que deu o start ao movimento de devoção à cozinha típica e aos ingredientes locais, começou com um telefonema. “Liguei pra ele e disse: ‘Sou o Alex, trabalho num restaurante e
ALEX ATALA MERGULHOU NO UNIVERSO GASTRONÔMICO PARAENSE APÓS CONHECER O CHEF PAULO MARTINS. JÁ CARLOS BERTOLAZZI VEIO RECENTEMENTE AO PARÁ PELA PRIMEIRA VEZ E SE ENCANTOU COM A DIVERSIDADE DE INGREDIENTES LOCAIS.
“TRADIÇÃO E MODERNIDADE NÃO EXISTEM UMA SEM A OUTRA, POR ISSO É TÃO FUNDAMENTAL PRESERVAR” queria ingredientes do Pará’. Desliguei o telefone e falei: pôxa, que cara legal, mas nunca imaginei que ele realmente fosse mandar alguma coisa. Uma semana depois, chegou um ‘isopor’ com muito mais coisas do que eu tinha pedido e isso mudou a minha vida”, lembra Atala. Desde então, o chef passou a incorporar os ingredientes paraenses no cardápio dos dois restaurantes que ele mantém em São Paulo. Após a morte de Paulo Martins, em 2009, Tânia Martins, viúva do chef, assumiu a função de mandar as iguarias para Atala. “Fiquei viciado”, brinca ele. Carlos Bertolazzi, chef-proprietário dos restaurantes Zena Caffè e Spago, em São Paulo, e apresentador do
programa Homens Gourmet (Canal Bem Simples, da FOX), assina embaixo sobre a excelência da culinária paraense. “O Pará não depende de produto vindo de longe, de fora. Fiz jantares aqui usando apenas o que comprei na Feira da 25 e no Ver-o-Peso. Gosto muito do cumaru, acho que substitui a baunilha na Panna Cotta [sobremesa italiana base de creme ou natas], por exemplo. Além disso, gosto muito do tucupi. Junta isso com chefs talentosos, como Felipe e Thiago Castanho, Dani Martins e Angela e Fabio Sicilia, e você tem a fórmula perfeita pra um destino gastronômico”, afirmou. Para ele, o toque contemporâneo que vem sendo incorporado de forma recorrente à gastronomia paraense só veio a somar. “Sou a favor da comida boa, bem feita. Tradição e modernidade não existem uma sem a outra. Até porque a tradição já foi moderna um dia. O que precisamos buscar sempre é utilizar os ingredientes da melhor maneira possível”, afirmou. Além da criatividade e talento, outro fator também influenciou_ e muito_ nessa invasão paraense no circuito gastronômico: os investimentos em divulgação. Com destaque para o Ver-o-Peso da Cozinha Paraense, evento gastronômico realizado em Belém e idealizado pelo respeitado chef paraense Paulo Martins [que foi homenageado na primeira edição da Casa Cor Pará, em 2011, Ź 63
“CARREGO NO MEU OLHAR UM POUCO DA CULTURA PARAENSE. SOMOS UM LUGAR QUE LEVA À EXPRESSÃO.
TEM UMA COISA CONTEMPLATIVA DE CHEIRO, SABOR FORTE, UMA COISA ÚNICA, EXUBERANTE” com um espaço temático]. Durante o festival, que este ano completou a sua 10ª edição, os mais renomados chefs nacionais e internacionais foram novamente convidados a beber da fonte de uma das mais peculiares cozinhas do mundo. “Gastronomia tem que estar sempre ligada ao turismo. É importante utilizar os ingredientes fora do estado com parcimônia, para não canibalizar a produção. Defendo a vinda das pessoas para conhecer a culinária paraense no Pará. Obviamente que levar alguns “isopores” na bagagem ajuda a difundir, porém tem de ser de maneira criteriosa e pontual. Melhor mesmo é vir ‘beber da fonte’”, defende Bertolazzi. Moda universalmente paraense Nascido em Belém e alçado ao estrelato no São Paulo Fashion Week, em 2001, depois de percorrer um longo caminho de qualificações profissionais no Brasil e no exterior, o estilista André Lima também é um exemplo dessa antropofagia contemporânea. Suas peças são ao mesmo tempo brasileiras por excelência, mas absolutamente universais. Mesmo morando fora do Estado há muitos anos, não só nas estampas e nas roupas encontramos tramas
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criativas que privilegiam o corpo feminino, sem perder o bom gosto – característica que tanto diferencia seu trabalho – como também é possível encontrar um pouco da origem amazônida de André. “Carrego no meu olhar um pouco da cultura paraense. Somos um lugar que leva à expressão. Tem uma coisa contemplativa de cheiro, sabor forte, uma coisa única, exuberante. Estsa relação meio louca com o que não é físico é muito daí”, afirmou. Sem “bairrismos”, seu foco continua sendo (desde sempre) o mundo globalizado. “Causa-me um pouco de aflição este negócio de bairrismo, isso é muito chato. A riqueza da cultura do Pará vai além disso, pois temos grandes artistas. A Fafá é um grande exemplo disso. Pela época em que foi lançada, ela era totalmente fora dos padrões, toda voluptuosa, com aquela voz maravilhosa, ela foi contra tudo e até hoje é a grande precursora do Pará no cenário nacional”, afirma. E com a palavra de quem já viajou o mundo, o estilista fala o que pensa sobre esta nova safra de artistas – seja do palco ou da cozinha – que tem levado o talento paraense a patamares cada vez elevados. “Não conheço ninguém que tenha vindo ao Pará e não tenha se
apaixonado. É um lugar de uma cultura muito rica, um sabor sem igual, que sempre leva à expressão. Hoje, esses movimentos que estão surgindo são muito bem aceitos; a cultura do Pará é respeitada como qualquer outra”, afirmou. Para ele, o fundamental é se desprender de pré-conceitos. “Acredito que não tem que ter esta preocupação, a expressão tem que ser constante. Em todo lugar, vai ter gente que vai gostar ou não. Não quero que o Pará seja um modismo, que venham mais e novas frentes”, afirmou.
O ESTILISTA PARAENSE ANDRÉ LIMA CONSEGUIU ROMPER AS BARREIRA S E QUEBRAR PARADIGMAS. HOJE, É CELEBRADO PELO PAÍS.
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O PARÁ CONVIDA: PASSE 8 DIAS E 7 NOITES NA OBRA PRIMA DA AMAZÔNIA Na música, na moda, na gastronomia, o estado é referência na cultura brasileira
A
Amazônia é, sem dúvida, um dos destinos turísticos mais desejados do mundo. Em seu território brasileiro, na Região Norte do País, encontramos o Pará, seu portão de entrada e o estado detentor de cerca de 50% de toda a sua riqueza natural. Considerado a obra-prima da Amazônia, encanta pelas ricas manifestações culturais, gastronomia exótica e belezas naturais. Tudo isso pode ser vivenciado nas seis regiões turísticas que formam o estado: Belém, Marajó, Tapajós, Amazônia Atlântica, Araguaia Tocantins e Xingu. O Pará oferece hoje cinco principais segmentos turísticos: natureza, cultura, sol e praia, eventos e negócios. A cultura, por exemplo é refletida em inúmeros eventos nos 144 municípios do estado. Carimbó, siriá, lundu, retumbão, calypso, tecnobrega e tantos outros rimos fazem do povo um dos mais festivos do Brasil. A gastronomia é original, criativa, autêntica e marcada por grande diversidade. É mais
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que uma prática alimentar, é um ritual que mistura as heranças indígenas, africanas e européias que marcam a origem histórica e étnica dos habitantes locais. Tacacá, maniçoba, pato no tucupi e uma variedade de frutos, entre os quais açaí, bacuri e cupuaçu merecem referência, considerando que essa gastronomia é exótica, rica em cores, aromas e sabores únicos, só encontrados na obra-prima da Amazônia. Soma-se a esse aspecto a criatividade do paraense, seja para a literatura, artes plásticas, artesanato, música e outras formas de expressão, que tem grandes expoentes. A religiosidade é muito forte, em especial a cristã, que tem no Círio de Nazaré sua principal manifestação, traduzida todo mês de outubro em procissões e romarias, a do segundo domingo, por exemplo, envolvendo mais de dois milhões de romeiros tem quase 220 anos. A natureza foi generosa com o Pará, com a combinação de fatores marcantes de vários ecossistemas, onde
o predominante é o amazônico. Rios, praias, mangues, florestas, campos alagados, vastíssimos elementos de fauna e flora fazem da região amazônica única no mundo, onde o Pará foi premiado com a presença destes elementos. Cada região turística do estado apresenta diferentes características, que combinadas formam um mosaico de formas de se relacionar e vivenciar estes elementos, fatores que influenciam também na cultura, culinária, história e economia de cada canto do estado. O homem da Amazônia, no Pará, tem uma relação curiosa com as águas, seja em busca da sua sobrevivência na pesca, seja no ir e vir diário, que faz dos rios a sua rua e das embarcações seu principal meio de transporte. Essa vida em função dos elementos da natureza é um dos
fatos que mais atrai visitantes que desejam conviver com a cultura essencialmente amazônica presente no Pará. Seja na pesca esportiva, turismo ecológico e de aventura ou na vivência de experiências, os fatores naturais atraem a atenção dos visitantes que desejam desfrutar do turismo no estado. Sol e praia são também dois segmentos muito convidativos a quem quer conhecer o Pará. A abundante presença das águas no território paraense é responsável pela formação de belíssimos recantos naturais, seja em praias formadas pelos rios ou mesmo no litoral atlântico e ainda em igarapés de águas calmas e geladas. As possibilidades são diversas: praias litorâneas como Atalaia e Corvina, em Salinópolis, Marudá em Maracanã e praia da Princesa e Algodoal, na ilha
de Mayandeua também em Maracanã, Ajuruteua, em Bragança, praia do Pesqueiro, no Marajó. Também são encantadoras as praias de rios, a exemplo do Murubira, Chapéu Virado, Paraíso e outras na ilha de Mosqueiro, praia do Amor, na vila de Alter-do-Chão, em Santarém, praia do Tucunaré, em Marabá, praia das gaivotas em Conceição do Araguaia, Caripy em Barcarena, e tantas outras que fazem parte do vastíssimo leque de possibilidades para quem deseja curtir o sol e calor que predominam durante o ano inteiro na região. Vale ressaltar que nos últimos anos o Pará vem ganhando maior importância na realização de grandes eventos com a implantação de equipamentos capazes de abrigar congressos, encontros, feiras, simpósios
e outros. Neste sentido, merece destaque o Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, um espaço multiuso com uma estrutura ampla e moderna, comparável com a de grandes centros de eventos no restante do país. A estrutura hoteleira e de transporte e acesso também tiveram grande salto de qualidade, capazes de garantir e subsidiar as realizações, colocando o Pará como destaque na rota dos grandes eventos no país. Eventos esportivos também possuem destaque no estado, com o estádio Olímpico do Pará e o Parque Aquático da Universidade do Estado do Pará (UEPA), que já receberam importantes disputas como campeonatos nacionais e internacionais. O Pará, que tem uma política de investimentos voltada ao desenvolvimento susten- Ź
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TACACÁ, SOPA INDÍGENA, QUE TRANSCENDEU OS LIMITES GEOGRÁFICOS DAS ALDEIAS E CAIU NO GOSTO E PREFERÊNCIAS POPULARES. À BASE DE TUCUPI, VIROU VEDETE ENTRE OS CHEFS DE COZINHA DE TODO O PAÍS.
tável, é também destino de excelência para fechamento de bons negócios. Confira então, as dicas da Companhia Paraense de Turismo (Paratur) e da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), para passar oito dias e sete noites em três regiões do Pará: Belém, Marajó e Tapajós. Belém: a síntese da Amazônia brasileira, fundada em 1616, a capital paraense simboliza a integração da Amazônia ao território brasileiro e é a cidade que melhor reflete a identidade amazônica em sua paisagem e em sua cultura. Seu conjunto histórico e arquitetônico guarda os registros de outros tempos e é palco de tradições da cultura viva, mas também um centro de produção do conhecimento e de novas formas de ex-
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pressão cultural e linguagens panorâmica da cidade de Belém, com as ilhas, e as artísticas. diferentes embarcações. A cidade possui muitas janelas 1ª dia para o rio, como a Estação Ao chegar a Belém, o das Docas, Complexo Feliz Pará te convida logo pela Lusitânia e Portal Amazônia. manhã, a visitar o Mangal das Garças - parque ecológico onde são reproduzidos os 2ª dia diferentes ambientes da flora No segundo dia, levante amazônica e que integra bem cedo, e após tomar o Borboletário, o Farol de café no hotel siga rumo ao Belém, o Mirante do Rio Complexo Ver-o-Peso que e o Museu Amazônico de tem sua origem no período embarcações típicas. colonial e é considerado um No almoço, a cidade dos mais antigos mercados oferece excelentes e inúem funcionamento no Brasil, meros restaurantes com e o primeiro da Amazôdestaque para gastronomia nia. Na feira, localizada no paraense que é reconhecida Centro Histórico, é possível pelo exotismo dos sabores e conhecer e comprar os mais a sofisticação dos ingredien- diferentes produtos extrates típicos da Amazônia. ídos da floresta e dos rios Já no final da tarde, amazônicos. Depois você sugerimos um passeio fluvial pode percorrer as ruas onde pela baía do Guajará e rio Belém nasceu e por onde se Guamá, para ter uma vista expandiu, para identificar
os diferentes momentos que ela vivenciou e que são revelados por espaços como Forte do Presépio e o Museu do Encontro, Catedral da Sé, Teatro da Paz, Parque da Residência entre outros. À tarde, visite o Museu Paraense Emílio Goeldi, a mais antiga e mais conceituada instituição dedicada à pesquisa da Amazônia e de seus povos, onde exposições temporárias apresentam as muitas faces do seu acerco (etnografia, botânica, fauna, entre outros). Jante no hotel desfrutando da música paraense, para ouvir e dançar alguns dos muitos ritmos criados e reinventados em Belém. Pela manhã, ás 6h30, a viagem pelo Pará segue para a ilha do Marajó, maior arquipélago fluvial e marítimo do mundo, localizado
na confluência do oceano Atlântico com a foz do rio Amazonas. Possui um complexo hidrográfico formado por inúmeros canais, furos, igarapés e lagos, onde a variação de maré superior a 3 metros é um elemento determinante de sua paisagem singular. O patrimônio cultural do Marajó remonta aos seus habitantes originais, os marajoaras, considerados como um dos grupos humanos mais antigos da Amazônia com registros que datam do século V, e reconhecidos pela extraordinária produção ceramista. O percurso cruza as baías do Guajará e do Marajó e dura aproximadamente 3 horas nas embarcações tradicionais da região. 3ª dia No terceiro dia no Pará,
passeie pelos principais municípios marajoaras, Soure e Salvaterra, conhecendo o centro das cidades, as maravilhas dessa ilha. Em Salvaterra, visite a histórica vila de Joanes, sítio arqueológico do período colonial, e a “Praia Grande”, para observar o dia-a-dia da comunidade, com tempo para banho e almoço nos restaurantes da ilha. À tarde, descubra os encantos de Soure, observando o centro da cidade, os casarios antigos que ainda sobrevivem ao tempo. Depois desse maravilhoso passeio, retorne ao hotel no final da tarde. Observe a singularidade do lugar: búfalos caminham tranquilamente pela cidade, servem de meio de transporte e até como montaria para garantir o policiamento dos municípios. À noite, se delicie nos
banquetes marajoaras nos restaurantes da ilha. Não deixe de experimentar os pratos típicos: frito do vaqueiro, filé marajoara, feitos com carne, queijo e outros derivados de búfalo. Peixes e frutos da região também são muito saborosos. 4ª dia No quarto dia de viagem pelo Pará conheça a comunidade e a praia do Pesqueiro, onde você pode relaxar, tomar banho e almoçar. Reserve a tarde para visitar uma típica fazenda marajoara, todas muito bem localizadas. A São Jerônimo, por exemplo, já foi cenário de reality show, ensaios fotográficos, documentários, reportagens diversas e oferece de tudo um pouco: trilhas na floresta e nos mangues, canoagem pelo rio,
cavalgada, passeio de búfalos, com uma paisagem rica em flora e fauna, igarapés, mangues e exóticas praias desertas. Tome uma água de côco gelada oferecida pelos fazendeiros e deleite-se com as águas mornas da praia, com o privilégio de estar à beira do rio, mas na esquina do oceano. 5ª dia Aproveite seu ultimo dia no Marajó e faça visitas em ateliê de cerâmica e ao Centro de Processamento do Artesanato do Couro de Búfalo. Depois, retorne ao Porto do Camará e embarque de volta para Belém. 6ª dia Em seu sexto dia no Pará, pegue um avião em Belém e siga para a região do Tapajós, onde a dica é Ź
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NO MARA JÓ, O PASSEIO EM BÚFALOS É PROGRAMA TURÍSTICO OBRIGATÓRIO
conhecer o município de Santarém. Sua primeira parada é na bucólica vila de Alter-do-Chão, considerada uma das mais lindas paisagens da Amazônia. No verão amazônico, julho a janeiro, quando chove menos na região, as águas do Tapajós baixam, revelando praias de areias brancas e condições excepcionais para o banho de rio. Na vila é realizada uma das mais antigas e tradicionais festas amazônicas, o Sairé, cuja origem remete ao período colonial e ao sincretismo entre rituais indígenas e o credo católico. Você encontra no local confortáveis hotéis que oferecem estrutura e conforto associados ao clima agradável de quem está à beira do rio, em plena floresta
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amazônica, mas com toda a tecnologia necessária. Deixe sua tarde livre para descanso, banho de rio ou passeio na praça da vila, onde há lojas que comercializam artesanato produzido por várias comunidades ribeirinhas e tribos indígenas da região. Os municípios de Belterra, guardião da história do ciclo da Borracha e Oriximiná, com diversas etnias indígenas, são fonte dessa produção, que também é oriunda de Santarém. Um exemplo são as cuias pintadas de Aritapera, candidatas à patrimônio cultural do Brasil. No jantar, sugerimos peixes da região, especialmente o tucunaré, costelas de tambaqui, bolinhos de piracuí, omelete de aviú, dentre outros sabores. Na
recepção dos hotéis você encontra bons guias com os melhores restaurantes. 7ª dia Na manhã do sétimo dia, atravesse o Lago Verde em catraia (canoa tradicional da região) em direção a Serra da Piroca. Neste lago os antigos habitantes da região, os índios Borari, retiravam a pedra para a produção do muiraquitã, um amuleto verde em forma de sapo, que hoje é um dos símbolos da cultura amazônica. Caminhe por aproximadamente 1 hora até o topo da serra, de onde é possível ter uma espetacular visão do rio Tapajós. De lá, siga até a Floresta Encantada, onde rio e floresta se misturam de forma incrível. A variedade de espécies nati-
vas é espetacular, crescendo e se desenvolvendo mesmo com as raízes submersas. Aprecie o silêncio do lugar, cortado apenas pela sonoridade do encontro do rio com a floresta, o canto das aves e a brisa suave. Se estiver chovendo, proteja-se, mas não deixe de apreciar esse espetáculo à parte, que também é encantador. Recomendamos almoçar na praia do Amor, onde turistas do mundo todo apreciam a água esverdeada e fria, o sol brilhante e ainda um delicioso cardápio regado a diversos tipos de peixes. Ao fim do passeio, retorne à Vila de Alter do Chão e se ainda tiver pique, após o descanso, aprecie a noite, embalada a muitos ritmos e sons paraenses, nos res-
O POR-DO-SOL NOS RIOS AMAZÔNICOS É CONSIDERADO INESQUECÍVEL
taurantes, praças e lanches da orla. Os botos Tucuxi e Cor-de-Rosa, personagens do Sairé, inspiram a musicalidade do lugar. 8ª dia No oitavo e último dia em terras paraenses, o destino agora é Belterra, uma vila operária do começo do século XX construída pela empresa americana Ford, para sediar a experiência do plantio de seringueiras para a produção de látex. O projeto foi desativado logo após a 2ª Guerra, mas a arquitetura e o urbanismo da cidade sobreviveram, hoje reconhecidos pelo (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como patrimônio nacional. Estenda a viagem até a comunidade de seringueiros
do Maguari na Floresta Nacional do Tapajós (Flona) e volte a Santarém para o almoço. Você pode fazer ainda um city tour pela parte histórica da cidade de Santarém, para conhecer o seu casario, praças e lojas de artesanato onde se encontram as cestarias das tribos indígenas da região, as cuias pintadas de Aritapera e outras regiões, além da cerâmica tapajônica e biojóias. A região do Tapajós guarda importantes unidades de conservação, que garantem a preservação da floresta densa de terra firme e sítios arqueológicos com registros de antigas civilizações que habitaram a região antes da chegada dos portugueses, com destaque para a cultura tapajônica, com
sua sofisticada cerâmica. Aprecie também a paisagem da orla da cidade, com centenas de barcos coloridos aguardando os passageiros que passam por Santarém com destino a vários lugares do mundo. Mas, vale alertar: você vai ficar encantado com a região do Tapajós, rica em paisagens. Por falar nisso, é inesquecível ver, em frente à cidade de Santarém, o encontro das águas escuras e barrentas do rio Amazonas com as águas esverdeadas do Tapajós. Espetacular é o fato de que esses rios se encontram, seguem lado a lado por muitos quilômetros mas suas águas nunca se misturam. Esse espetáculo pode ser visto no Mirante do rio Tapajós. À noite, faça seu deslo-
camento para o aeroporto de Santarém, em seguida para Belém, de onde você retorna ao seu destino levando inesquecíveis imagens, lembranças de que o Pará, é a obra-prima da Amazônia. 75
CR - 35
Artesanato
SANTA INSPIRAÇÃO O mês de outubro marca a abertura da Casa Cor Pará e também um momento especial para os paraenses, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Muito mais que a maior romaria católica do mundo, a procissão e seus ícones inspiram artistas em criações surpreendentes.
R
eligião tem a ver com cultura que tem a ver com moda que tem a ver com tudo. No mês em que as ruas da Mangueirosa [como carinhosamente os belenenses se referem à capital paraense] se transformam em passarela para ver o Círio de Nossa Senhora de Nazaré passar, a moda paraense renuncia às tendências mundiais para se inspirar na maior festa religiosa do país. No corredor de fé e emoção, Nossa Senhora de Nazaré desfila absoluta e permeia o imaginário de quem acredita que, assim como a fé, a criatividade excede limites. É nesse cenário de devoção, com uma boa dose de ousadia, que o Círio se torna mote para diversas criações. Dentre elas, a mais audaciosa, a coleção de joias arrojadas e simbólicas – uma mistura de 78
várias preciosidades – que tornam o Espaço São José Liberto uma parada obrigatória durante a quadra nazarena. Todos os anos, os profissionais vinculados ao Polo Joalheiro lançam uma exposição com esse enredo. Em 2012, o tema central são as procissões da festa da fé. Proprietária de uma ourivesaria, Maria Paixão Cardoso desenvolve coleções alusivas à Padroeira há 10 anos. Nesta edição, ela preparou uma coleção iluminada inspirada nas velas da Trasladação, com três conjuntos chamados de “Círio de Luz”, “Luz Bondosa” e “Halo Sagrado”. Entre as peças, um pingente em forma de manto produzido em prata com detalhes em ouro e citrino natural. Brincos e anéis em lapidação navete também conquistaram espaço em acessórios,
>>>
REINVENTAR-SE É PRECISO: AS PEÇAS FEITAS COM METAIS E PEDRA S PRECIOSAS SÃO CONSIDERADAS ARTIGOS LUXUOSOS, SEM PERDER CARACTERÍSTICAS REGIONALISTAS.
que misturam ouro amarelo com gemas naturais como esmeraldas, topázios azuis e ametistas. Minuciosamente pensadas, algumas peças simbolizam a luz da vela, fazendo jus ao conceito da coleção. “O Círio é um verdadeiro espetáculo de devoção à Nossa Senhora de Nazaré, a padroeira dos paraenses. A minha homenagem é feita através das coleções desenvolvidas por meio da pesquisa e criatividade dos designers parceiros”, destaca. Essas coleções são de autoria de Eri Junior e Evandro Paixão. Para compor toda a produção, Maria ainda irá lançar um elemento surpresa ligado à moda, com intuito de levar algo a mais ao cliente. A designer de joias Lídia Abrahim foi buscar inspiração na Romaria da Juven-
tude. “Extraí desse universo juvenil as cores e a alegria, e procurei representar como a incrustação paraense permite inserir cor ao metal. Também me inspirei na Romaria das Crianças; na iconografia dos ‘anjinhos’ e desenvolvi a figura do menino e menina anjinhos, em ouro e com gemas, uma forma de simbolizar a promessa feita pelos pais”, pontua Lídia. Inspirada na corda, ela também criou um colar trançado à mão com fibras naturais de um vegetal amazônico. Como detalhe, a peça ganha um pingente em prata esculpida que representa as mãos de um promesseiro. A coleção tem dez modelos diferentes de peças, que mesclam materiais nobres e alternativos. O diferencial fica por conta do pingente estilizado que
retrata a Santa, desenvolvido para o público masculino. “O Círio está presente na minha vida e eu acredito em Nossa Senhora de Nazaré. Eu vivo o Círio. Essa religiosidade me inspira muito”, afirma Lídia, que já foi premiada no Concurso Anglogold 2010 com o “Anel prece”, também criado dentro dessa temática. As vestes de uma Rainha Fazendo jus a toda a beleza do espetáculo católico, a “anfitriã” também se veste para sua própria festa. O manto que reveste a Imagem Peregrina de Nazaré é um dos elementos simbólicos mais marcantes do Círio. A apresentação da veste oficial do ano é aguardada ansiosamente por uma multidão de devotos, que se maravilha Ź 79
OS MANTOS DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ SÃO VERDADEIRA S JOIAS E AS APRESENTAÇÕES SÃO ESPERADAS COM MUITA EXPECTATIVA PELOS FIEIS
com cada detalhe da peça, é cuidadosamente bordada à mão. “Podemos considerar esse momento de tradição como um acontecimento à parte. Mas essa ocasião só faz sentido porque integra um conjunto de solenidades de apelo devocional e muito ricas, do ponto de vista cultural, e que traduzem, de forma expressamente simbólica, o maior e mais puro sentimento da religiosidade popular”, acredita o artista plástico Carlos Amilcar, responsável pelo manto que será apresentado no dia 11 de outubro. O trabalho manual vem sendo feito por ele desde maio e só é revelado às vésperas do evento. Tamanho sigilo tem como objetivo manter o suspense em torno do ícone e é sempre um elemento surpresa. Por isso, a temática, a estética e o ma-
80
terial ainda são um mistério. “Encaro como uma grande e uma das mais sérias responsabilidades profissionais da minha vida, mas restrinjome a pensar que recebi uma grande graça divina ao poder conceber e produzir, com minhas mãos, um símbolo tão inefável como o manto da Senhora de Nazaré”, comenta o artista. “Não há vaidade. Há respeito, humildade e gratidão por ter sido abençoado com essa missão de produzir um elemento devocional tão rico para o povo paraense. Às minhas mãos humildes se reúnem – no momento da confecção – às milhões de mãos que se irmanam em orações à Virgem de Nazaré, portanto, não estou só”, completa Carlos. Bordado na memória Mais forte que escrever
o nome na história do Círio, só mesmo ter a história da festividade costurada à sua. A possibilidade de vestir a imagem peregrina ultrapassa as subjetividades estéticas e o mérito profissional para atingir a participação na consciência coletiva dos fiéis, já que todos os olhares, ano a ano, repousam-se sobre o esplendor visual de Nossa Senhora. Mais que isso: preparar a roupa da santa é compartilhar sua própria visão da fé com dois milhões de pessoas. Algo inesquecível. Assim é para Enid Almeida, que confeccionou o manto por três anos [o mais recente foi em 2008]. A estilista [há mais tempo do que ela mesma consegue lembrar], nascida no Amazonas e criada no Pará desde os dois anos de idade, conta que nunca fez promessa para
a Virgem. Mesmo assim, aos 80 anos, Enid entende que sua dedicação aos mantos foi outra maneira de participar ativamente das homenagens à padroeira. Tanto que a estilista acredita ter recebido uma benção graças a essa atenção especial: ela teve um grave problema de saúde e se recuperou sem sequelas. “A prova disso é que eu tive uma trombose, um AVC, passei um mês internada num hospital e hoje estou aqui”, revela, com um sorriso tranquilo no rosto. “Adoraria ter bordado outros mantos”, revela a costureira, “mas com o AVC, receei não conseguir terminá-los”. O convite chegou por meio de Mizar Bonna e do casal Ventura [à época, diretores da festa] foi aceito de prontidão. Ao término de uma das missões, Dona Enid foi ver a Santa passar. “Estava no Largo do
Redondo, esperando Nossa Senhora e foi uma emoção indescritível”, relata. “É diferente mesmo”. Por trás de um tom de voz sereno e suave, uma carreira madura e longeva, lá se vão 40 anos de profissão entre agulhas e linhas. Dilu Fiuza de Melo, 69 anos, conserva nítidas as lembranças da infância. As mais especiais datam da época em que estudava no colégio Gentil Bittencourt (de onde a imagem de Nossa Senhora de Nazaré inicia a peregrinação da Trasladação e para onde retorna, no Recírio) quando ela e as amigas tentavam “burlar” a vigilância em torno da veste sagrada e trocavam segredos acerca do manto. À época, sequer imaginava que ela mesma seria a estilista do manto, no Círio de 1999. “É muito emocionante. Todo mundo quer fazer e, sem esperar, a missão veio parar em minhas mãos e se tornou referência, um marco na minha profissão”, conta Dilu, que até hoje possui croquis e rascunhos do manto guardados. Segundo a estilista, o manto – confeccionado em três meses – marcou uma época por ser todo bordado. A criação foi inspirada nos desenhos internos da igreja Basílica Nossa Senhora de Nazaré. “Pensei nas vestes de uma rainha com toda riqueza e suntuosidade que ela Ź 81
PARTE DO FIGURINO ORIGINAL DA ÓPERA LAKMÉ, ASSINADO PELO ESTILISTA PARAENSE DENNER SERÁ EXPOSTO NA CASA COR PARÁ 2012
com peças encomendadas e compradas em São Paulo.
“PREPARAR A ROUPA DA SANTA
É COMPARTILHAR SUA PRÓPRIA VISÃO DE FÉ COM DOIS MILHÕES DE PESSOAS. É ALGO INESQUECÍVEL”
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merece. Já fazia vestimentas suntuosas, como vestidos de noiva e de debutantes, mas nada se compara ao manto. Foi uma experiência única ter o trabalho admirado e reverenciado por milhares de pessoas. É um ícone na história do Pará”, defende a estilista, que não permitiu que nenhuma bordadeira pegasse no manto. O trabalho minucioso foi desenhado e confeccionado por ela, que também escolheu cuidadosamente as cores e o material
Arquitetura, moda e cultura Na Casa Cor Pará 2012, o Espaço São José Liberto terá a exibição de uma coleção de produtos inspirados e produzidos sob a dinâmica de funcionamento da sua economia criativa. Com a temática “Moda, Estilo e Tecnologia”, o maior evento de arquitetura, design e paisagismo das Américas abrirá espaço para que o público aprecie e compreenda mais sobre o universo da alta costura. O paraense Abraão Ferreira – consultor de moda e luxo com formação no Institut Superieur de Marketing de Luxe, sediado em Paris e especializações na Central Saint Martin e London College of Fashion, de Londres, será curador de dois eventos dentro da extensa programação: a exposição de dois figurinos, assinados pelo controverso
estilista paraense Denner Pamplona de Abreu e a palestra “O Luxo da Moda”. Sobre os modelos, de autoria de Denner [que os confeccionou especialmente para a operá lakmé, de 1972], será a primeira que vez que essas peças serão vistas fora do Teatro Municipal de São Paulo, onde estão exibidas. Um ambiente especialmente pensado para tamanha honraria só poderia se chamar “O Estúdio do Estilista”. O curador afirma que “as pessoas usam a moda como meio de mostrar suas personalidades e como se projetam para o mundo”. Nesse cenário, tudo se integra. “O Pará é um verdadeiro criador de tendências, mas quase tudo que vejo acaba ficando muito folclórico. É preciso criar com um olhar local, mas com um pensamento global. Planejar atividades perto do Círio foi uma estratégia porque acho que é a melhor forma de apresentar minha cidade aos convidados e a Casa Cor é um cenário perfeito”, pontua o profissional, que sonha em criar um museu de moda e indumentária em Belém. O estilo “noiva” [e noivo] também será destacado com palestras e workshops sobre tendências de casamento, com Wanda Borges e Constance Zahn.
Mapa
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89
Índice Profissionais e ambientes
1
FACHADA COM LUMINOTÉCNICA
Rafaella Ismael Rezende e Bruna Loureiro Pinheiro
2
HALL DE ENTRADA E BILHETERIA
Patricia Ishak
3
SALA VIP
Milene e Adriana Coutinho, João Paulo do Amaral e Simone Lima
4
LOFT DO CASAL DE MÚSICOS
Vanessa Martins
5
LIVING COM SALA DE JANTAR
Beth Gaby
6
PONTO DE ENCONTRO - BRIGADEIRIA
Roberta Fernandes, Bárbara Daibes e Lia Bastos
7
VARANDA GOURMET
Socorro Ribeiro et Chris Longhi
8
HOME GALERIA
Roberta Maiorana e Pedro Secco
9
ORATÓRIO - N. S. DE NAZARÉ
Baviera Madureira e Leila Giusti
10 ESPAÇO VIAGEM
Carlos Alves
11 STUDIO DO ESTILISTA
Linda Schweidzon, Tainah Schweidzon e Felipe Souza
12 LOFT DA JOVEM EMPRESÁRIA
Patrícia Póvoa, Láyza Meireles e Luciane de Lucena - Arquitetura Oggi
13 QUARTO DOS AVÓS
Lívia Santana
14 SUITE DAS PRINCESAS
Patricia Matos, Ana Cecília Lima e Margarida Benetti
15 MUNDO LEAL MOREIRA
Ana Perlla et José Júnior
16 JARDIM DE INVERNO
Ana Cristina Iudice
17 ESPAÇO E TERRAÇO GOURMET
Laildo Mendes
18 BANHEIRO FEMIINO
Isabel Almeida
19 BANHEIRO MASCULINO
Helder Moreira, Camilo Delduque e Jorge Gaby
20 LOFT GARAGEM
Karina Caetano e Roberto Neves
21 CINEMA EM CASA
Alessandra Vianna e Cristiane Chamié
22 LOFT DO JOVEM CASAL
Rosângela Martins e Zelinda Gouvêa
23 DECK MARKO ENGENHARIA
Caique Lobo
24 CASA DE RIO
Ricardo Siqueira
25 STUDIO DA TOP MODEL
Lena Almeida e Dayse Coelho De Souza
26 COZINHA DO CHEF DA CASA
Larissa Luci
27 HOME OFFICE DO JOVEM EMPRESÁRIO
Helder Coelho
28 SALA DE LEITURA
Heloisa Ferreira e Mariano Cintra
29 JOALHERIA
Rodrigo Lauria, Daniele Cunha, Lenira Ladeia e Nathalia Vinagre
90
Marcos Nascimento e Gabrielle Vieira
ESTAR FASHION
30
Vânia Anijar, Gisele Zouein e Fátima Rego
ESTAR ÍNTIMO
31
Anne Porpino, Vitor Blanco, Emanuel Franco e Terezinha Abrahim
ESPAÇO SÃO JOSÉ LIBERTO
32
Aíla Seguin de Oliveira e Clélia Andrade
ROUPARIA E LAVANDERIA
33
Beth Gaby e Daniel Vinhas
ANTIQUÁRIO
34
Nelma Magalhães, Mônica Piedade e Josely Lima
SALA DE MONITORAMENTO
35
Adriana de Freitas Braga
LOJA CASA COR
36
Emerson Pinon e Márcio Tavares
BRINQUEDOTECA
37
Fernando Navarro
ESPAÇO INSTITUCIONAL UNAMA
38
Heloisa Titan e Tatiana Athayde
FITNESS ROOM
39
Michell Fadul
BANHEIRO MASCULINO
40
Daniel Vinhas
STUDIO DO FOTÓGRAFO
41
Alessandra Vasconcelos Correia e Suzana Beatriz Munari Carvalho
BANHEIRO FEMININO
42
Esther Castañeira
SALA DE ESTUDOS
43
Keyla Braga Vasconcelos
ESPAÇO ROMA INCORPORADORA
44
Carlos Alves
LOUNGE ORM
45
Erika Barros, Zinda Lobato e Ludmila Slizys
SORVETERIA
46
Vanessa Maia, Alana Miranda, Elisa Cardoso e Natalia Jacob
ADEGA BAR
47
Marina Fonseca Franco Ferreira
RESTAURANTE
48
Meg Anijar
DOCERIA
49
Gustavo Martins e Simone Martins
PET SHOP
50
Socorro Ribeiro et Chris Longhi
JARDIM ZEN
51
Marcos Assmar e Tom Arêas
JARDIM ODARA
52
Maura Jardins e Marielza Capeloni
JARDIM DAS MANGUEIRAS
53
Márcia Nunes, José Vieira Neto e Débora Rodrigues
CANTINA
54
Igor Tairo
SUSHI
55
Carlos Alves e Alexandre Almeida
ESPAÇO CORPORATIVO MULTIUSO
56
Marcelo Gomes, Margô Saldanha, Bruno Neiva e Aurélio Azevedo
LOUNGE CAPITAL
57
91
Índice com Luminotécnica Fachada
Rafaella Rezende Arquiteta e Urbanista Av. Senador Lemos,347 • Umarizal 66050-000 • Belém • PA Tel: 91 3242.3451|8131.2192 rezendes@rezendes.com.br
Bruna Pinheiro
Arquiteta e Urbanista Travessa Tupinambás, 1163/1504 • Batista Campos 66033-815 • Belém • PA Tel: 91 3242.3451|8843.2837 brunalpinheiro@terra.com.br
BASF / TINTAS SUVINIL • REZENDE´S
1 92
Hall de Entrada e Bilheteria
Patricia Ishak Arquiteta e Urbanista Rua Bernal do Couto, 140 • Umarizal 66055-080 • Belém • PA Tels: 91 3222.7101 patyishak@yahoo.com.br www.patriciaishak.com.br
DESIGN DA LUZ
2 93
ÍndiceVIP Sala Adriana Coutinho Lourenço da Costa
Designer de Interiores Tel: 91 8280.3858|dricahamara@yahoo.com.br
Milene Coutinho Lourenço da Costa
Arquiteto, Urbanista e Paisagista Tels: 91 3212.3058|8121.4694 projetararquinteriores@gmail.com
João Paulo do Amaral
Arquiteto, Urbanista e Paisagista Tels: 91 8175.5381|jpdoamaral@yahoo.com.br
Simone de Nazaré Dias Pena Lima
Arquiteta e Urbanista Tels: 91 8206.0762|simonyndp@yahoo.com.br
GALERIA MARMOBRAZ • TRAMONTINA • Y. YAMADA • DECA • BASF / TINTAS SUVINIL • UNIGESSO • FAST FRAME
3 94
Loft do Casal de MĂşsicos
Vanessa Martins
Arquitetura Tel: 91 8115.6851 vanessamartinsarquitetura@hotmail.com www.vanessamartinsarquitetura.com.br
BASF / TINTAS SUVINIL
4 95
Living Índice com Sala de Jantar
Beth Gaby Arquitetura e Interiores Trav. Dom Romualdo de Seixas, 1560 / 1207 Ed. Connext Office • Umarizal 66055-210 • Belém • PA Tel: 91 3223.8691|8257.2555 bethgaby@yahoo.com.br www.bethgaby.com.br
WALLPAPER BY ELIZA FERRAZ • BASF / TINTAS SUVINIL • TRAMONTINA • DESIGN DA LUZ • UNIGESSO MARMOBRAZ HOME CENTER
5 96
Ponto de Encontro - Brigadeiria
Lia Soares Bastos
Arquiteta, Designer de Interiores e Light Designer Tel: 91 3276.4390 liabastosarquitetura@gmail.com
Roberta Fernandes
Arquitetura, Interiores e Iluminação Tel: 91 9919.4946 arqrobertafernandes@gmail.com
Bárbara Daibes
Arquitetura, Interiores e Iluminação Tels: 91 8118.3734|8341.7257|9637.5374 arqbarbaradaibes@gmail.com
UNIGESSO • BASF / TINTAS SUVINIL • OPLIMA • Y. YAMADA • REZENDE’S
6 97
Índice Gourmet Varanda
Socorro Ribeiro e Chris Longhi Arquitetas e Designes de Interiores Av. Generalíssimo Deodoro nº 230 • Umarizal 66.055.904 • Belém • PA Tels: 91 8141.7547|8851.0015|81388.022 contato@pena01arquiteturadesign.com.br
DECA • BASF / TINTAS SUVINIL • BELBALCONE • PERFINI • CASA AMAZONAS • TRAMONTINA • Y.YAMADA SOL INFORMÁTICA • DELLANO • UNIGESSO
7 98
Home Galeria
Roberta Maiorana
Arquiteta & Urbanista Av. Gentil Bittencourt, 867/1602• Nazaré Ed. Mediterrane • 66040-000• Belém • PA Tel/Fax: 91 3216.1142|3216.1125|11 3073.1451 betamaiorana@hotmail.com
Pedro Secco
Arquiteto, Engenheiro Civil e Maquetista de Arquitetura Tv. 14 de março, 1198 • Umarizal 66055-490 • Belém • PA Tels: 91 8189.1435 eng.pedrosecco@gmail.com
BASF/TINTAS SUVINIL • SOL INFORMÁTICA
8 99
Índice Oratório - N.S. de Nazaré
Baviera Madureira Carvalho Arquiteta, Designer de Interiores e de Iluminação e Engª de Segurança do Trabalho Av. Roberto Camelier, nº 439/ conj. 201 • Jurunas 66033-640 • Belém • PA Tels: 91 8162.2362|8817.1918 • Fax: 91 3272.1595 bavieramc@yahoo.com.br|inovar_arq@superig.com.br
Leila Giusti Arquiteta e Designer de Interiores Tel: 91 8884.3033|8847.3033|8232.9506 leila.giusti@globo.com|leila.giusti@hotmail.com
MARMOBRAZ HOME CENTER • HT CENTER • IMPERADOR DAS MÁQUINAS • Y.YAMADA • SOL INFORMÁTICA BASF / TINTAS SUVINIL • ART MIL • OPLIMA • CHAMMA DA AMAZONIA
9 100
Espaço Viagem
Carlos Alves Arquiteto, Urbanista e Engenheiro Civil Av. Roberto Camelier, 75/203 • Jurunas 66025-420 • Belém • PA Tels: 91 3224.9449|8199.2001 carlosalves@orm.com.br
VALEVERDE TURISMO • DECA • DESIGN DA LUZ • ELIZA FERRAZ •MARMOBRAZ HOME CENTER • PORTOBELLO BASF / TINTAS SUVINIL TRAMONTINA • WOOD DESIGN • Y. YAMADA
10 101
Índice do Estilista Studio
Schweidzon Arquitetos Felipe Souza Linda Schweidzon Tainah Schweidzon Arquitetura e Interiores Av. Magalhães Barata, 695/403 • Nazaré 66040-170 • Belém • PA Tels: 91 3249.7434 | 8853.0413 | 8132.0543 linda.s.arq@gmail.com
GALERIA MARMOBRAZ • MARMOBRAZ HOME CENTER • DESIGN DA LUZ • HT CENTER • ORM CABO SOL INFORMÁTICA
11 102
Loft da Jovem Empresária
Arquitetura Oggi Arquitetura e Interiores Av. Governador José Malcher, 937/1007 Ed. Real One • Nazaré 66040-281 • Belém • PA Tel: 91 3223.2980 oggi@arquiteturaoggi.com www.arquiteturaoggi.com
WALLPAPER BY ELIZA FERRAZ • FAVORITA MODULADOS • CASA AMAZONAS • DECA • TRAMONTINA MARMOBRAZ HOME CENTER • SOL INFORMÁTICA • HT CENTER • DESIGN DA LUZ • BASF / TINTAS SUVINIL Y.YAMADA • IMPERADOR DAS MÁQUINAS • UNIGESSO
12 103
Índice dos Avós Quarto
Lívia Santana Arquitetura e Interiores Rua Ó de Almeida, 1244 - A • Reduto 66053-190 • Belém • PA Tel: 91 9997.9470 | 8297.0182 liviasantana30@gmail.com
CASA AMAZONAS • ELIZA FERRAZ ATELIER • Y.YAMADA • BASF / TINTAS SUVINIL • IDÉLLI MÓVEIS PLANEJADOS • DESIGN DA LUZ • TRAMONTINA
13 104
Suite das Princesas
Ana Cecília Lima
Arquiteta Tel: 91 8268.2434 arquiteta@anacecilialima.com.br
Patricia Helena Lima de Matos Arquitetura e Interiores Tel: 91 8162.9945 patriciamatosarquiteta@gmail.com
Margarida Benetti Arquitetura e Interiores Tels: 91 3224.4745|8892.0900 margarida.construir@gmail.com
QUIOSQUE FANTASIA • CASA AMAZONAS • DESIGN DA LUZ • MARMOBRAZ HOME CENTER • TRAMONTINA BASF / TINTAS SUVINIL • Y. YAMADA • WALLPAPER BY ELIZA FERRAZ • NANA STORE • DECA • UNIGESSO SPAZIO DEL BAGNO
14 105
Índice Leal Moreira Mundo
Ana Perlla et José Júnior Arquitetura e Interiores Av. Conselheiro Furtado, 2865/506 Ed. Sintese 21• São Braz 66063-060 • Belém • PA Tels: 91 8111.3605 | 8111.3603 | 8111.3602 Tel/Fax: 91 3249.9932 perlla.et.jr@hotmail.com www.perllaetjr.com.br
LEAL MOREIRA • GALERIA MARMOBRAZ • MARMOBRAZ HOME CENTER • SOL INFORMÁTICA HORIZONTE MOBILE • DESIGN DA LUZ • HT CENTER • BASF / TINTAS SUVINIL • DECA
15 106
Jardim de Inverno
Ana Cristina Castelo Branco Iudice Qi - Feng Shui & Arquitetura Arquiteta, Paisagista e Consultora de Feng Shui Rua Fernando Guilhom, 1350/903 • Batista Campos 66033-070 • Belém • PA Tels:91 9912.2314 | 8030.5155 anaiudice@gmail.com qi.fengshui@gmail.com
JARDIM SECRETO
16 107
Índice e Terraço Gourmet Espaço
Laildo Mendes Araujo Arquitetura e interiores Tv. Benjamim Constant, 800-B • Reduto 66053-040 • Belém • PA Tels: 91 3242.3396 | 8179.7457 laildomendes@hotmail.com
TRAMONTINA • MARMOBRAZ HOME CENTER • DECA • GALERIA MARMOBRAZ • SOL INFORMÁTICA • DELLANO • CASA AMAZONAS • BASF / TINTAS SUVINIL
17 108
Banheiro Feminino
Isabel Cristina Almeida Designer de Interiores Trav Humaitá, 1203 • Pedreira 66.085-148 • Belém • PA Tels: 91 8196.4322 | Tel/Fax: 91 3086.1551 ia.almeida@hotmail.com www. d’mazondesign.com.br
DECA • TRAMONTINA • BASF / TINTAS SUVINIL
18 109
Índice Banheiro Masculino
Helder Moreira Camilo Delduque Jorge Gaby Engenheiro civil e arquitetos Av. Conselheiro Furtado, 3535 • Guamá 66.073-160 • Belém • PA Tel/Fax: 91 3249.1825 | 3229.3331 camilodelduque2@gmail.com
MARMOBRAZ HOME CENTER • BASF/TINTA SUVINIL • WOOD DESIGN • DELL ANNO • UNIGESSO DESIGN DA LUZ • DECA • SOL INFORMÁTICA • TRAMONTINA
19 110
Loft Garagem
Karina Caetano
Arquiteta e Light Designer Av. Gov. José Malcher, 168/205 • Nazaré 66040-281 • Belém • PA Tels: 91 8413.1689 | 91 8100.0272|Tel/Fax: 91 3223.2278 karinacaetano@globo.com
Roberto Neves
Arquiteto e Urbanista Rua 15 de Novembro, 266/1504 • Centro 66013-060 • Belém • PA Tels: 91 8118.8500 | 3087.5848 robertoneves@airgreen.eco|www.airgreen.eco.br
GALERIA MARMOBRAZ • SOL INFORMÁTICA • BENTEC • TRAMONTINA • DECA • WOOD DESIGN • IMPORTADORA OPLIMA • JARDIM SECRETO
20 111
Índice em Casa Cinema
Cristiane Chamié
Arquiteta e Urbanista Av. Gov. José Malcher, 168/ 507 • Nazaré 66035-100 • Belém • PA Tels:91 3225.5698|92394020 cristianechamie@globo.com
Alessandra Vianna
Arquitetura de Interiores Av Nazaré, 272/603 • Nazaré 66.035-170 • Belém • PA Tels: 91 3242.4676|9240.2779 arquitetura.vianna@hotmail.com
DESIGN DA LUZ • SOL INFORMÁTICA • BASF / TINTAS SUVINIL •
21 112
Loft do Jovem Casal
Rosângela Martins e Zelinda Gouvêa Arquitetura e Interiores D. Romualdo de Seixas, 1560 / 1505 Ed. Connext Office • Umarizal 66055-200 • Belém • PA Tels: 91 3223.5524|9122.0504 rosangelamartinsarquitetura@gmail.com
CASA AMAZONAS • COSMORAMA • DECA • DESIGN DA LUZ • ELIZA FERRAZ • HORIZONTE MÓBILE JARDIM SECRETO • MARMOBRAZ HOME CENTER • ORM CABO • PORTOBELLO • SACARRO • SCA BASF / TINTAS SUVINIL • SPAZIO DEL BAGNO • TRAMONTINA • Y.YAMADA • WALLPAPER BY ELIZA FERRAZ
22 113
ÍndiceMarko Engenharia Deck
Caique Lobo Arquiteto Av. Gov. José Malcher, 168 / 417 • Nazaré 66035-100 • Belém • PA Tel/Fax: 91 3226.9922 projeto@caiquelobo.com.br www.caiquelobo.com.br
MARKO ENGENHARIA • ATELIER ELIZA FERRAZ • DECA • DESIGN DA LUZ • HORIZONTE MOBILE • Y. YAMADA MARMOBRAZ HOME CENTER • PERFETTO MOSAICOS • TRAMONTINA • BASF / TINTAS SUVINIL • WOOD DESIGN
23 114
Casa de Rio
Ricardo Siqueira Arquiteto Av. Serzedêlo Correa, 850/1401 • Batista Campos 66033-770 • Belém • PA Tels: 91 3249.8080 ricardosiqueira8@gmail.com
DESIGN DA LUZ • PORTOBELLO • TODESCHINI
24 115
Índice Studio da Top Model
Dayse Menezes Coelho de Souza Designer de interiores e iluminação Av. Visconde de Souza Franco, 866/1001 • Reduto 66.053-000 • Belém • PA Tels: 91 3222.4749|8116.3903 | 99810500 Fax: 3230.4778 dayse.nazare@gmail.com
Lena Almeida
Designer de Interiores Av. Visconde de Souza Franco, 1013/1201-b • Umarizal 66053-000 • Belém • PA Tels: 91 3242.6311 | 8139.3404 lenavsa@yahoo.com
EVVIVA • WALLPAPER BY ELIZA FERRAZ • ELIZA FERRAZ ATELIER • TRILHO SUÍÇO • MARMOBRAZ HOME CENTER UNIGESSO
25 116
Cozinha do Chef da Casa
Larissa Luci Pereira Arquitetura e Interiores Av. Magalhães Barata, 1185/A-601 Ed. Costa e Silva • Centro Castanhal • PA Tels: 91 8119.5742 | 91 8882.4202 larissaluci@ig.com.br
BASF / TINTAS SUVINIL • ELIZA FERRAZ - WALLPAPER BY ELIZA FERRAZ • DECA • TRAMONTINA
26 117
Home ÍndiceOffice do Jovem Empresário
Helder Coelho
Arquiteto Av. Alcindo Cacela, 1264/701 • Nazaré 66060-000 • Belém • PA Tels: 91 3228.4532 | 9981.6079 | 8362.8866 helder.coelho@gmail.com
SALTTECH • SCA • UNIGESSO • REZENDES • Y YAMADA • PORTOBELO
27 118
Sala de Leitura
Mariano Cintra
Arquiteto e Urbanista Trav. Angustura, 206 • Sacramenta 66.120-230 • Belém • PA Tels: 91 8112.5550 | 3344.2124 hm.arquitetos@gmail.com
Heloisa Ferreira
Arquiteta e Urbanista Trav. Tiradentes, 590/1802 • Reduto 66.053-040 • Belém • PA Tel: 91 8448.2000 hm.arquitetos@gmail.com
PERFINI • BASF / TINTAS SUVINIL • UNIGESSO • PORTOBELLO • TUTTO VECCHIO
28 119
Índice Joalheria
Sotto Arquitetura Rodrigo Lauria Fonseca Natália de Lima Vinagre Danielle Cunha dos Santos Ladeia Lenira del Castilho Ladeia Arquitetura e Interiores Rua dos Pariquis, 3001/1302 • Cremação Belém • PA Tel: 91 3229.6785 sottoarquitetura@gmail.com
FAVORITA • UNIGESSO • CASA AMAZONAS • SPAZIO DEL BAGNO
29 120
Estar Fashiom
Marcos Nascimento
Arquitetura e Interiores Av.Romulo Maiorana, 1055 • Marco 66093-005 • Belém • PA Tels: 91 3228.2984 | 8119.7688 marcosacnascimento@yahoo.com.br
Gabrielle Vieira
Arquiteta Av. Senador Lemos 443/1208 • Umarizal 66050-000 • Belém • PA Tels: 91 3223.7467 | 9144.0362 gabriellearquitetura@gmail.com www.wix.com/gabriellevieira/arquitetura
DELLANNO • DESIGN DA LUZ
30 121
Estar ÍndiceÍntimo
Vânia Anijar Rei
Designer de Interiores Tels: 91 3224.0095 | 9116.4710 vanianijarei@hotmail.com
Gisele Joseph Zouein
Arquiteta e Urbanista Tel: 91 8128.2222 | 3212.2920 zouein@superig.com.br
Fatima Rego
Designer de Interiores Tel: 91 8118.0314 fatimarego2007@uol.com.br
WALLPAPER BY ELIZA FERRAZ ATELIER • MARMOBRAZ HOME CENTER • BASF / TINTAS SUVINIL • IDELLI CASA AMAZONAS • Y. YAMADA • IMPERADOR DAS MÁQUINAS • DESIGN DA LUZ • GALERIA MARMOBRAZ TRAMONTINA
31 122
Espaço São José Liberto
Anne Porpino e Vitor Blanco Arquitetura e Interiores Tel: 91 8206.0088 | 8206.0809 porpino.blanco@hotmail.com
Emanuel Franco Arquiteto e Artista Plástico Tels: 91 8179.5444 emanueljff@yahoo.com.br
Terezinha Abrahim Arquiteta Tels: 91 9984.5442 terezinhaabrahim@globo.com
BASF / TINTAS SUVINIL
32 123
Índice Rouparia e Lavanderia
Aíla Seguin Oliveira
Arquiteta Tv. Piedade, 469/404 • Reduto 66.053-210 • Belém • PA Tels: 91 3222.6819|9941.9590 aila.arquiteta@hotmail.com
Clélia Andrade
Arquiteta Rua Timbiras, 1375/601 • Batista Campos 66.033-331 • Belém • PA Tels: 91 3272.2522|8869.0339 cmaandrade@yahoo.com.br
DECA • TRAMONTINA • Y.YAMADA • MARMOBRAZ HOME CENTER • BASF / TINTAS SUVINIL • STILO MODULADOS COSMORAMA • OPLIMA • SOL INFORMÁTICA
33 124
Antiquário
Daniel Vinhas
Arquitetura e Interiores Tels: 91 8267.2327|41 9869.6725 danielvinhas@yahoo.com.br
Beth Gaby
Arquitetura e Interiores Trav. Dom Romualdo de Seixas, 1560 / 1207 Ed. Connext Office • Umarizal 66.055-210 • Belém • PA Tels: 91 3223.8691|8257.2555 bethgaby@yahoo.com.br www.bethgaby.com.br
ANTIQUÁRIO BAALBEK • ANTIQUÁRIO TUTTO VECHIO • BASF / TINTAS SUNIVIL WALLPAPER BY ELIZA FERRAZ ATELIER
34 125
Índicede Monitoramento Sala
Nelma de Araújo M. Maroja
Arquiteta e Urbanista Tels: 91 3222.1204|8819.3602|8161.9914 nelmamagalhaes@oi.com.br
Josely Lima de Lima
Arquiteta e Urbanista Tels: 91 8115.5649 | 8884.5010 joselylima@hotmail.com
Mônica Amaral Piedade Marane
Arquiteta e Urbanista Tels:91 3347.1438|8227.0700 | 8184.6486 monicapiedade@gmail.com
MÁXIMA SEGURANÇA • CASA AMAZONAS • TRAMONTINA • Y.YAMADA • BASF / TINTAS SUVINIL • MARELLI • IDÉLLI
35 126
Loja Casa Cor
Adriana Braga
Arquitetura e Interiores Tel: 91 8137.2727 adrianinha.braga@gmail.com www.adrianaarquitetura.blogspot.com.br
TRAMONTINA • CASA AMAZONAS • SOL INFORMÁTICA • BASF / TINTAS SUVINIL • ELIZA FERRAZ JARDIM SECRETO • CHAMMA DA AMAZÔNIA • SOLARIUM • HT CENTER • CASA VALDUGA
36 127
Índice Brinquedoteca
Márcio Tavares Arquiteto e Urbanista Rua Domingos Marreiros, 1403 • Umarizal 66060-160 • Belém • PA Tels: 91 8900.0033 | 8120.8687 tavares.arquitetando@ig.com.br
Emerson Pinon
Tels: 91 8116.7464|8820.0210 pinonprojetos@hotmail.com
BASF / TINTAS SUVINIL • SOL INFORMÁTICA • GQ FOTO-ESTÚDIO • CASA AMAZONAS
37 128
Espaço Institucional Unama
Fernando Navarro
Arquitetura e Interiores Rua dos Pariquis, 2999/503 e 505 Edifício Village Center • Cremação 66.000-000 • Belém • PA Tel: 91 3259.9557 fernandinhonavarro@gmail.com
IMPERADOR DAS MÁQUINAS
38 129
Índice Room Fitness
Tatiana Athayde Designer de Interiores Rod Augusto Montenegro, 5955/casa 234 • Parque Verde 66635-110 • Belém • PA Tel: 91 3073.5151 | 8227.8708 tati.athayde@oi.com.br
Heloisa Titan Arquiteta e Designer Rod Augusto Montenegro, 5955/1207 • Parque Verde 66635-110 • Belém • PA Tel: 91 8119.5783 htitan@globo.com
FIT4 • TODESCHINI • DESIGN DA LUZ • ELIZA FERRAZ • SPAZIO DEL BAGNO
39 130
Banheiro Masculino
Michell Fadul Teixeira
Arquiteto urbanista e Auditor de Sistemas Av. Generalíssimo Deodoro, 1680 C • Nazaré 66040-140 • Belém • PA Tels: 91 3087.2322 | 8346.4499 michellfadul@hotmail.com www.michellfadul.com
BRASIL GRANITOS • GAMERIA MARMOBRAZ • MARMOBRAZ HOME CENTER• DECA • BASF / TINTAS SUVINIL • UNIGESSO
40 131
Índice Studio Fotográfico
Daniel Vinhas
Arquitetura e Interiores Tels: 91 8267.2327|41 9869.6725 danielvinhas@yahoo.com.br
GALERIA MARMOBRAZ • GQ FOTO-ESTÚDIO • PORTOBELLO • SPAZIO DEL BAGNO • BASF / TINTAS SUNIVIL TRAMONTINA • Y.YAMADA • WALLPAPER BY ELIZA FERRAZ
41 132
Banheiro Feminino
Alessandra Vasconcelos Correia Arquitetura e Interiores Rua Santa Terezinha, 163 • Centro 68.625-080 • Paragominas • PA Tel/fax: 91 3739.0862 | 9626.4567 ale1vasconcelos@hotmail.com
Suzana Beatriz Munari Carvalho Arquitetura e Interiores Rua Municipalidade, 1031/300 • Umarizal 66.050-350 • Belém • PA Tel/fax: 91 3268.0552 | 8121.8878 suzana.carvalho@oi.com.br
Idea Móveis ‹ Sory Colori • Eliza Ferraz • Unigesso • Oplima • Deca • basf / tintas Suvinil
42 133
Índice Sala de Estudos
Esther Castañeira Arquiteta Urbanista Av Nazare, 1355/205 • Nazaré 66.035-190 • Belém • PA Tel/Fax: 91 9114.7959 arquitetura.castaneira@gmail.com
bentec • brasil granitos norte
43 134
Espaço Roma Incorporadora
Keyla Braga Arquitetura e Interiores Tv. Castelo Branco, 1258/1202 • São Brás 66063-000 • Belém • PA Tel: 91 8406.3100 Tel/Fax: 91 3249.9058 bragakeyla@yahoo.com.br
ROMA INCORPORADORA • DESIGN DA LUZ • MARMOBRAZ HOME CENTER • ORM • Y.YAMADA
44 135
Índice Loung ORM
Carlos Alves Arquiteto Urbanista e Engenheiro Civil Av. Roberto Camelier, 75/203 • Jurunas 66025-420 • Belém • PA Tels: 91 3224.9449 | 8199.2001 carlosalves@orm.com.br
ORM • GALERIA MARMOBRAZ • MARMOBRAZ HOME CENTER• PERFINI • BASF / TINTAS SUVINIL • TRAMONTINA UNIGESSO • Y.YAMADA
45 136
Sorveteria
Ludmila Slizys
Arquitetura e Interiores Tel: 11 99638.1649|11 98308.5087 ludhslizys@gmail.com
Zinda Lobato
Designer de Interiores Tel: 91 8388.5555 zindalobato@yahoo.com.br
Erika Barros
Arquitetura e Interiores Tels: 91 9636.7361 | 11 98511.1018 erikasbfig@yahoo.com.br
ICEBODE • UNIGESSO • BASF / TINTAS SUVINIL • TRAMONTINA • ARTMIL • Y.YAMADA • SOL INFORMÁTICA MARMOBRAZ HOME CENTER • GALERIA MARMOBRAZ • SOL INFORMÁTICA
46 137
Índice Adega Bar
Elisa Cardoso e Natália Jacob Arquitetura e Interior Rua dos Mundurucus, 3100/2202 • Cremação 66040-033 • Belém • PA Tels: 91 3228.4917|8816.8538 | 8834.4556 enarquitetura@hotmail.com www.enarquitetura.com.br
Alana Miranda e Vanessa Maia Arquitetura e Design de Interiores Tels: 91 8146.9995 | 8203.2444 avmarqdesign@gmail.com
GRAND CRU • SALTTECH • DESIGN DA LUZ • COSMORAMA • MARMOBRAZ HOME CENTER • Y.YAMADA BASF / TINTAS SUVINIL • GALERIA MARMOBRAZ • IDELLI MODULADOS • DECA • TRAMONTINA
47 138
Restaurante
Marina Fonseca Designer de Interiores Rua Antõnio Barreto, 1070 • Umarizal 66055-050 • Belém • PA Tel/fax: 91 3349.4287 maricotinhacasa@hotmail.com
MARICOTINHA CASA • TRAMONTINA
48 139
Índice Doceria
Meg Anijar Arquitetura e Interiores Tel: 91 8116.7174 meganijar@hotmail.com
DOÇURA’S • MARMOBRAZ HOME CENTER
49 140
Pet Shop
Gustavo Martins e Simone Chaves Martins Arquitetura e Urbanismo Tv. Piedade, 663 • Reduto 66053-210 • Belém• PA Tel/fax: 91 3223.4941|8860.3346|8899.3346 gustavoesimonearquitetura@gmail.com
MUNDO PET • Y. YAMADA • BASF / TINTAS SUVINIL • WOOD DESIGN • DECA
50 141
Índice Zen Jardim
Socorro Ribeiro e Chris Longhi Arquitetas e Designers de Interiores Av. Generalíssimo Deodoro, 230 • Umarizal 66.055-904 • Belém • PA Tels: 91 8141.7547 | 8851.0015 | 8138.8022 contato@pena01arquiteturadesign.com.br www.pena01arquiteturadesign.com.br
DECA • BASF / TINTAS SUVINIL • BELBALCONE • PERFINI • CASA AMAZONAS • TRAMONTINA • Y. YAMADA
51 142
Jardim Odara
Marcos Assmar Arquiteto Paisagista Rua Serzedelo Corrêa, 1269 • Batista Campos 66033-770 • Belém • PA Tels: 91 3223.3204 | 91 8291.5165 marcosassmar@uol.com.br
Tom Arêas Arquiteto Paisagista Rua D. Romualdo de Seixas, 170 • Umarizal 66050-110 • Belém • PA Tel: 11 9598.40121 tom.areas@hotmail.com
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Índice Jardim das Mangueiras
Marielza Capeloni Arquiteta e Urbanista Embrapa, Rua Jari, 11 • Marco 66095-100 • Belém • PA Tel/fax: 91 3183.0041|8863.0448 marielza2@hotmail.com
Maura Jardins Tels: 91 3241.1000|9114.7525 maurajardins@yahoo.com.br
TRAMONTINA • ELIZA FERRAZ
53 144
Cantina
Débora Leite Rodrigues Arquitetura e Design de Interiores Tel: 91 9987.4949|9165.0944 deboraleiterodrigues@uol.com.br
José Vieira Gonçalves Neto Arquiteto Tel: 91 8116.2366 jv.gneto@ig.com.br
Marcia Cristina Nunes
Arquiteta Tel/fax: 91 3249.0950|8199.3680 mnunes@amazonet.com.br|www.marcianunes.com.br
CIA. PAULISTA & FAMIGLIA • BASF / TINTAS SUVINIL • PERFINI • TODESCHINI • ELIZA FERRAZ • COSMORAMA TRAMONTINA
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Índice Sushi
Igor Tairo Arquitetura e Interiores Tel: 91 8890.4800 igortairo@hotmail.com
TOKAI • PERFINI • MARMOBRAZ HOME CENTER • DECA • UNIGESSO • ELIZA FERRAZ • CASA AMAZONAS • ARTMIL TRAMONTINA
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Espaço Corporativo Multiuso
Alexandre Almeida Tels: 91 3242.7066 |8146.8020 alexalmeida.arq@gmail.com
Carlos Alves
Arquiteto Urbanista e Engenheiro Civil Av. Roberto Camelier, 75/203 • Jurunas 66025-420 • Belém • PA Tels: 91 3224.9449 | 8199.2001 carlosalves@orm.com.br
MARELLI • BASF / TINTAS SUVINIL • TRAMONTINA • Y.YAMADA
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Lounge Capital Bruno Neiva
Arquitetura, Urbanismo e Luminotécnica Tels: 91 8128.9893
Aurélio Azevedo
Landscape Design Tels: 91 8888.2412
Marcelo Gomes e Margo Saldanha Arquitetura e Construção Tel: 91 8896.5188|8896.5198 saldanhagomes2@yahoo.com.br
CAPITAL LOUNGE • ELIZA FERRAZ • DESIGN DA LUZ • GALERIA MARMOBRAZ • DECA • BASF / TINTAS SUVINIL TRAMONTINA • UNIGESSO • SALTTECH • PORTOBELLO • MARMOBRAZ HOME CENTER • BRASIL GRANITOS
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IMAGINE A CASA PERFEITA. AGORA, PENSE NO QUE A CAIXA PODE FAZER PARA VOCÊ.
C
asa, espaço, aconchego, decoração, bom gosto, aprovação dos amigos, orgulho em receber. Quando pensa num imóvel novo é com tudo isso que você sonha. E nessas horas, é bom ter ao lado profissionais que entendam mais do que de projetos e fornecedores. Você precisa de quem entenda os seus desejos. Chame seu arquiteto, seu decorador, seu paisagista. Viaje nos seus sonhos. E conte com a CAIXA para transformar tudo em doce realidade. São diversos tipos de financiamento para a compra de imóveis novos, usados, na planta ou mesmo em construção.
SEJA QUAL FOR O TAMANHO OU O VALOR DO IMÓVEL COM QUE VOCÊ SONHA, A CAIXA TEM UMA LINHA DE CRÉDITO PARA VOCÊ. t Financiamento de até 90% do valor do imóvel. t Até 30 anos para pagar. t Prestações decrescentes.* t Taxas de juros entre as melhores do mercado. t A segurança de quem tem a maior carteira de financiamento habitacional do Brasil.
* Prestações mensais com tendência de decréscimo a longo prazo.
Crédito Aporte CAIXA Para você usar do jeito que precisar. Para você que possui um imóvel residencial, comercial ou terreno, a CAIXA tem uma excelente opção de crédito com garantia de imóvel: o Crédito Aporte CAIXA. Com ele o crédito pode chegar até 70% do valor de avaliação, e você usa o dinheiro como quiser. A CAIXA possui uma das melhores taxas do mercado e você tem até 240 meses para pagar. Procure uma Agência da CAIXA e conheça todas as condições de contratação.
SAC CAIXA: 0800 726 0101 (informações, reclamações, sugestões e elogios) Para pessoas com deficiência auditiva ou de fala: 0800 726 2492 Ouvidoria: 0800 725 7474 caixa.gov.br
Construcard CAIXA. O crédito que se encaixa em seu projeto de reforma, ampliação ou construção da sua casa. Para quem precisa de dinheiro para reformar ou construir, a CAIXA oferece o Construcard, linha de crédito* destinada à aquisição de materiais de construção, do básico ao acabamento, aquecedores solares e armários planejados. O cliente que optar por esse financiamento passa a ter à sua disposição um cartão específico para realizar compras em mais de 80 mil lojas conveniadas pela CAIXA. Dessa maneira, os recursos podem ser utilizados de forma prática e sem burocracia. O cliente tem até 6 meses para efetuar as compras e nesse prazo paga somente os juros sobre o valor utilizado. Somente após o período das compras é que o cliente começa a pagar as prestações do financiamento. Prazo máximo total de até 60 meses para pagar. *Crédito sujeito a avaliação cadastral.
A Vida Pede Mais Sustentabilidade A CAIXA trabalha para o desenvolvimento do Brasil e sabe que para esse desenvolvimento ser completo é preciso ter respeito e cuidado com o meio ambiente. Foi essa preocupação que fez a CAIXA lançar o Selo Casa Azul, que reconhece projetos arquitetônicos e construções comprometidas com a sustentabilidade. O Selo Casa Azul destaca o mérito de empreendimentos que reduzem o consumo de recursos naturais, utilizam soluções sustentáveis e, ao mesmo tempo, proporcionam as melhores condições de conforto e saúde.
Uma Casa Mais Sustentável A sustentabilidade nas habitações está muito relacionada com a redução do consumo de água e energia elétrica. Quando você reduz esse consumo, além de contribuir com o meio ambiente você estará reduzindo despesas nas contas de luz, água e gás. Veja algumas dicas úteis: t Prefira os eletrodomésticos e lâmpadas econômicas com Selo PROCEL que consomem menos energia elétrica na sua casa. t Faça a opção por um sistema de aquecimento solar da água utilizada em casa. A economia pode ser de até 30%. t Utilize torneiras com arejadores e bacias sanitárias com sistema de descarga de duplo acionamento. t Aproveite as águas das chuvas para irrigar jardins e lavar pisos entre outras tarefas que não requerem água potável.
Desempenho Térmico O desempenho térmico é responsável pelo conforto climático dos moradores. Uma residência projetada para o clima da região terá janelas com o tamanho ideal para garantir maior ventilação e iluminação natural, evitando o consumo de energia por ventiladores ou ar-condicionado. Arborização e paisagismo melhoraram o desempenho térmico das residências. Pintar a casa com cores claras e proteger as coberturas da casa com telhado verde também são formas de manter o ambiente climatizado.
Mais informações O objetivo do Selo Casa Azul é incentivar e reconhecer a adoção de práticas de sustentabilidade nos projetos dos empreendimentos habitacionais financiados. São 53 ideias sustentáveis que podem ser aplicadas em sua residência. Para saber mais sobre essas ideias consulte o Guia Selo Casa Azul CAIXA – Boas Práticas para HABITAÇÕES Mais Sustentáveis, disponível para download em www.caixa.gov.br, em Downloads/Desenvolvimento Urbano/Gestão Ambiental.
Catadores de lixo ganham apoio. Você também deve fazer sua parte. A sustentabilidade não é responsabilidade só do governo. Você também pode fazer a sua parte. Com pequenas ações cotidianas, como a separação do lixo, você facilita o trabalho dos catadores, que são importantes agentes da indústria da reciclagem e manutenção do meio ambiente. Em janeiro de 2011, a CAIXA firmou um acordo no valor de R$ 4,5 milhões com o Banco Mundial, com recursos doados pelo Fundo Japonês de Desenvolvimento Social, para um programa de inclusão socioeconômica de catadores de lixo. Reconhecendo a importância desses trabalhadores, a CAIXA vai investir em treinamento e reestruturar os lixões, prevendo um aumento de 50% na coleta de lixo reciclável e melhorando as condições de trabalho, saúde e segurança desses trabalhadores. O Projeto Piloto acontecerá no lixão de Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, que foi alvo do documentário “Lixo Extraordinário”, de Vik Muniz. A ideia é expandir o programa para mais duas áreas, a fim de erradicar os lixões e transformá-los em aterros sanitários.
Todos os serviços e produtos da CAIXA que você viu aqui podem ser encontrados em mais de 5 mil pontos de atendimento, pelo SAC: 0800 726 0101 (0800 726 2492 para pessoas com deficiência auditiva ou de fala) ou no site www.caixa.gov.br
História
NOVOS HORIZONTES O Pará (historicamente) sempre se configurou como uma terra de oportunidades, o que favoreceu a vinda de estrangeiros, que aqui encontraram seu novo lar.
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inal do século XIX e início do século XX. O Pará era uma terra de oportunidades. Aqui, um pedaço gigantesco da Amazônia jazia à espera do progresso, segundo as lideranças locais. Atraídos pela utopia da ocupação amazônica, mostrada pela propaganda da época, eles vieram de várias partes do mundo e aqui se instalaram. Apesar de a realidade ser diferente e mais dura que os cartazes que incentivavam a imigração, aqui eles fincaram raízes e cresceram. Nos dez primeiros anos do século 20, pelos portos, entraram em Belém aproximadamente 14 mil imigrantes estrangeiros, em sua maioria portugueses, espanhóis, árabes e italianos. A maioria veio atraída pelas políticas de ocupação na região, que dava terras para produtores rurais de fora e
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também pelo desenvolvimento econômico da região por causa da produção da borracha durante a Belle Époque. Aqui, os grupos de imigrantes se dividiram entre os que foram para o comércio e para a agricultura. Nessa época, os países europeus vivenciaram diferentes processos de transição demográfica. “Esse processo foi caracterizado pelo contemporâneo aumento das taxas de natalidade e o decréscimo das taxas de mortalidade, trazendo, como consequência, a aceleração do crescimento demográfico”, explica a socióloga e professora da Universidade Federal do Pará, Marília Ferreira Emmi, autora do livro “Italianos na Amazônia (1870-1950)”. O excesso populacional, a falta de trabalho e o acentuado em- Ź
MARÍLIA EMMI
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pobrecimento ppo obbrreecccim im meenntoo da população motivavam m mo ottiiva vava vav vam a bbusca por melhores melh me lhhoorreess ccondições lhor on nd de vida na A na América. méri mé méri r ca c . Os O pportugueses ortuug ortu or vieram para ppa araa ccáá bem bem antes. be aann A colônia lu usiita tana ana na eestá s á aq st aaqui q desde o pelusitana rríodo rí oddo colonial, colo co loni lo onniiall, quando o Estado tta adoo aainda iinnddaa era era r Província do Grão-Pará, Gr G rão ão-P o-Pa -P Par ará, á, nnoo século XVII. Nessa N Ne Ness ess ssa ép éépoca, pooccaa,, o território era lilligado iga g do ga do à Coroa Coorroa o Portuguesa. do Oss pprimeiros rriim meeiirrooss habitantes h “além-mar” “a aléémm-m maar” r qque u desembarcarram ra am aqui am aqui aq ui eram era ram am exploradores ddee especiarias essppeccia i riias as e matérias primas, ppr rim mass, co como omo mo a madeira. Os portugueses portug port po rttuggue u se sess também participaram tti ici c paarraa ativamente nno comércio dda borracha ccomo co om exportaddores do ore res do produto. Ne N Nesse esss período, ess nnovos no ov imigrantes vieram para o vi vie ie Es E Estado. s Já no sséculo sé é 19, o Estado E do Pará P assinou contrato ccooont nnttra rato to com com om armadorees de res de Portugal Por ortu tuuggaal para trazer iimigrantes im mig igraannttes ppara a a colônias ar aag grí grí ríccoola lass,, ccomo omo Benevides. om agrícolas, A Ap pro prooxi x ma m dam dam da Aproximadamente 13 mil pess pe ess ssooaas as desembarcaram deseem de dese pessoas nas ccolônias co llôônniiass aaté ttéé 11895. 8 A maioria er ra ddee ccolonos olon olon ol onos os de vilas rurais os era de Portugal. de Por ortuuga gal.l.l. Hoojjee, o nú H nnúmero ú Hoje, de por166 16 66 6
tugueses no Pará, segundo o vice-consulado de Portugal em Belém, é de 13 mil pessoas. Muitos deles ainda trabalham no comércio, no setor de transportes, no ramo alimentício, no turismo e no setor imobiliário. Aqui, eles fundaram agremiações lusitanas como o Grémio Literário e Recreativo Português e a Tuna Luso. Italianos Assim como os portugueses, a imigração italiana tem início na migração do capitalismo europeu em direção à América. Aqui, a rota do movimento migratório italiano se concentrou não só nas grandes plantações de café - após a abolição da escravatura - como também nas oportunidades de comércio da época da borracha. Nas colônias agrícolas, os italianos se estabeleceram na estrada de ferro Belém-Bragança e no Outeiro. “Um grupo significativo foi formado por religiosos que vinham atender determinações específicas de suas respectivas congregações. Eles deixaram marcas de sua presença em estabelecimentos de ensino e em hospitais. Outro grupo importante era
composto por arquitetos, pintores,músicos e vários artistas”, afirma Emmi. Entre eles, Antonio Landi e o maestro Ettore Bosio. Tal qual os portugueses, - e nos anos seguintes os japoneses - um grupo veio para Bragança, subsidiado pelo governo do Pará, com o objetivo de fornecer produtos agrícolas para Belém. Outras famílias também vieram para a capital. “Os primeiros que chegavam à capital, quando bem sucedidos economicamente, mandavam buscar seus parentes na Itália através das ‘cartas de chamada’”, explica a pesquisadora. “O crescimento urbano propiciava condições favoráveis e criava um mercado de prestação de serviços que atraiu boa parte dos imigrantes que chegava às cidades”. Na década de 1920, os oriundi (como são chamados os imigrantes italianos e seus descendentes) já eram o terceiro maior grupo de migrantes europeus, atrás apenas de portugueses e espanhóis. “A imigração de italianos diminuiu no pós-guerra, mas Belém até hoje continua recebendo italianos
que rapidamente se integram à sociedade local”, reitera. A autora é neta de italianos. “Sendo um grupo pequeno, se comparado com o que se deslocou da Itália para o Sul e Sudeste, os italianos no Pará não constituíram núcleos fechados nas cidades, portanto rapidamente passaram a fazer parte delas”, garante. “Novos hábitos foram introduzidos, principalmente na culinária com o uso de massas e o consumo de verduras e legumes, produto de suas hortas caseiras. Chama atenção o número expressivo de restaurantes italianos, cantinas e pizzarias existentes em Belém, constituindo um forte traço da imigração italiana no Pará”. Japoneses Do outro lado do mundo, na terra do Sol Nascente, a vinda em massa para a Amazônia passou por um processo de negociação mais demorado. A negociação começou em 1925 com o Governo do Estado do Pará. “Nesse ano, vieram os obser- Ź 167
TATSUO ISHUZU
vadores mandados pela embaixada do Rio de Janeiro”, lembra o pesquisador Tatsuo Ishizu, professor de História da Escola de Aplicação (antigo NPI) da Universidade Federal do Pará (UFPA) e mestre em História Social da Amazônia. Para entender essa história, precisamos voltar um ano antes. Em 1924, os EUA fizeram um movimento contra a imigração japonesa; os japoneses eram hostilizados e uma lei foi aprovada proibindo a migração daquele país. “Havia muita competição de mão de obra em São Francisco, por exemplo, e isso foi uma das causas desse movimento contra a imigração japonesa”, explica Ishizu, autor da dissertação “Imigração e ocupação na fronteira do Tapajós: os japoneses em Monte Alegre (1926-1962)”, defendida no Programa de Pós-Graduação em História Social da Ama168
zônia da UFPA. eMas os americanos não foram m os únicos a hostiliillii-zar os orientais. ““Outros Outr Ou utr tros os os países da América ca La L Lati Latina atiina na m pproblemas rooblem robl blem bl mas as também tiveram de restrições, como mo C Ch Chile hille e Argentina, umaa vvez ez qque uuee existia a Eugeniaa (d ((diziam dizzia iam m que os japonesess nnão ããoo ppoo-diam “se misturar”). ar””). ). ““Eles Eles El e consideravam o gglaucoma, lauc la uccom oma, a por exemplo, como mo um uma ma doença de imigrante”, raantte” e”,, ffa fala allaa o pesquisador. Por outro lado, addoo, internainte in nte t rnnamente, temos o problema pro robl robl blem blem ema ema da crise da borracha a ha ac h iiniciada nicciiad ni iaadda over ov erno noo ddoo em 1912; logo, o ggoverno enc ncon con ontr ttrrarr Estado precisavaa encontrar Acha Ac Ach hava-s hava vvaa-s -see outras soluções. ““Achava-se rriia po ppovoar v ar vo que a solução seria e, ppara e, aarra o a Amazônia, que, p vo po voad voad adaa””, governo, era despovoada”, Paarra mu m iittos o, garante Ishizu. “Para muitos, aasstaa e ffértil. érti ér rti t ll.. a Amazônia era vvasta rraa o ggrande rraand nde E o caminho para co era co era r a boom econômico
on ncceeiçção ão ddoo Bragançaa e C Conceição a. “A A ppartir artiir da ar d vvinda inda in ddaa Araguaia. appon o eesseess, ppr roccur urou roouudesses japoneses, procurouagricultura”. -se desenvolver a agricultura Em 1925, Dionísio e a indústria agrária, de Bentes assumiu o comanmodo que houvesse uma do do governo paraense, estrutura com pequena e procurando incentivar a média agricultura”, descreve colonização e aumentar a o pesquisador. produção agrícola.Uma desO consulado e emsas soluções estaria na tecno- presas privadas do Japão logia agrícola japonesa. Em criaram uma empresa de maio de 1926, o governador migração – a Companhia Dionísio Bentes oficializou Nipônica de Plantações do um acordo com a embaixada Brasil S/A. “A empresa resjaponesa para estimular a pondia por todo o processo imigração do país. O embai- de imigração e o governo xador IchitaTatsuke ficou um cedia 40 hectares de graça mês no Pará em uma missão para cada família. Porém, a japonesa, que contava com companhia vendeu as terras médicos, agrônomos, enge- para os próprios imigrantes nheiros e topógrafos. sem que o Estado do Pará Bentes deu carta branca soubesse, e ainda monopopara eles escolherem o local lizou o comércio da matéria e o tamanho das terras para prima”, diz Ishizu. trazer o povo do outro lado No dia 16 de setembro do oceano para cá. Mais de de 1929, chegava a primeium milhão de hectares foi ra embarcação trazendo cedido gratuitamente em imigrantes japoneses, com Monte Alegre, Acará (onde 43 famílias, totalizando 189 hoje é Tomé-Açu), Marabá, pessoas. Era o navio Manila
M Ma aru r , que qquue aportou aappor apo orto tou em em B ellém elém ém Maru, Belém e marcou marc ma rcou ou o início iní n cciio da da imigraimi migr graa ção japonesa no Pará. 2.400 mil japoneses desembarcaram nesse período até 1937. A empresa também vendeu ações na bolsa de valores. Mas, em 1935, a companhia faliu e abandonou os funcionários aqui, além de deixar muitos caboclos da região desempregados. Os remanescentes e funcionários da empresa montaram uma cooperativa agrícola em Tomé-açú. Um dos mediadores da cooperativa é MitsuioMaeda, conhecido como Kondekoma. Ele era lutador de judô e veio morar em Belém após a Primeira Guerra. “Era o único que tinha relação com os poderosos por ensinar artes marciais para a academia de policia local”, fala Tatsuo, que nasceu no que sobrou da colônia Mulata, em Monte Alegre. As colônias de Castanhal e Monte Alegre foram fechadas e a maioria Ź 169
migrou para Tomé-Açu ou continuou nas cidades em outras atividades. Assim, teve início outro processo migratório que se estendeu até 1962, com interrupção entre 1937 e 1952. Durante quase três décadas, cerca de 1.600 famílias desembarcaram no porto paraense. “A partir disso, começaram a produzir hortaliças, inicialmente para consumo próprio e depois se tornando a base econômica para vender em Belém, na Praça da Sé, e não no Ver-o-Peso, como se pensava”, conclui Ishizu. “Muitas dessas famílias continuam produzindo em cooperativas agrícolas e outras acabaram diversificando para outros ramos”. Hoje, são cerca de 20 mil japoneses e descendentes no Estado, segundo dados do site da Associação Nipo-brasileira do Pará. 170
Libaneses Atraídos pela promessa do “ouro vegetal” [a borracha], os libaneses chegaram ao Pará na metade do século XIX. Além da capital paraense, os imigrantes se espalharam pelo estado.. Segundo dados do DIEESE, o Pará abriga a quinta maior comunidade libanesa do Brasil, ficando atrás do Sudeste [São Paulo, Rio de Janeiro e Minas] e do Sul [Foz do Iguaçu]. A vocação, pela qual esses homens e mulheres, ganharam tanta notoriedade (o comércio) continua sendo exercida magistralmente por esses descendentes. A história que narra vinda e chegada dos imigrantes libaneses pode ser conferida [com riqueza de detalhes] no livro “Raízes Libanesas no Pará”, de autoria do libanês Assaad Yoessef Zaidan. Um detalhe curioso, narrado por Zaidan, é de que Marabá teria recebido os primeiros imigrantes do Libano, que dedicavam-se à extração do látex e comercialização do produto, ajudando, portanto, a erguer a cidade.
NO MEIO DA PAISAGEM URBANA, É POSSÍVEL ENTRAR EM CONTATO COM A NATUREZA EM CAMINHADAS E TRILHAS ECOLÓGICAS
C a s a C o r Pa r á
SONHO CONCRETO Em seu segundo ano de realização, A Casa Cor Pará se consolida como evento de projeção dos profissionais do estado
P
FACHADA CASA COR PARÁ 2012 176
resente em 17 Estados brasileiros e em 4 países sul-americanos, a Casa Cor, maior franquia de arquitetura, design e paisagismo das Américas, e o segundo maior evento do gênero mundialmente (ficando atrás apenas da Feira Internacional de Móveis de Milão, que já atraiu a atenção de quase 20 milhões de pessoas), chegou a Belém em 2011 e agitou a cidade por quase 50 dias, sob o comando dos empresários Isan Anijar, Sandra e César Meira. A chegada da Casa Cor Pará era aguardada com ansiedade e tida como objeto de desejo
ITENS CRIATIVOS MARCARAM A LOJA DA CASA COR PARÁ, EM SUA ESTREIA
de profissionais ligados ao décor por ser uma das maiores vitrines para demonstrarem seu talento e criatividade. O evento foi o assunto dominante em todas as rodas de conversas de profissionais, empresários e pessoas que se interessam por esse universo. “Conseguimos superar todas as expectativas e bater os recordes das demais praças, onde a mostra também acontece, ficando em segundo lugar na classificação das franquias. O resultado foi satisfatório, mas acredito que podemos melhorar e, por isso,
estamos redobrando os esforços para que, neste ano, a Casa Cor Pará seja ainda maior e melhor”, salienta Isan Anijar. A primeira edição da Casa Cor Pará coincidiu com o jubileu de prata da marca Casa Cor e começou grandiosa: reuniu 134 profissionais das áreas da arquitetura, design e paisagismo do Estado, que abusaram da originalidade para mostrar as novas tendências do décor em 70 ambientes - desde sala de estar, passando por dormitórios, cozinha, banheiros, escritórios
e até garagem-, todos instalados em um belo prédio secular que foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, em 1984. A edificação do quartel do 2º Batalhão da Polícia Militar foi totalmente revitalizada pela Leal Moreira, patrocinadora estrutural da primeira edição da mostra. Localizado na Rua Gaspar Viana, esquina da Avenida Assis de Vasconcelos, próxima a um dos pontos turísticos mais visitados da cidade, a Estação das Docas. O prédio histórico foi ce-
dido pelo Governo do Estado para a estreia da mostra e conferiu uma dose extra de charme e pompa ao debut da franquia de decoração em Belém. Ao entrar no prédio, o visitante se deparava com ambientes para todos os gostos – dos mais tradicionais aos ousados. Alguns prestavam homenagens a nomes de destaque no Estado, como o estilista André Lima, o lutador de MMA Lyoto Machida, o chef de cozinha Paulo Martins e a cantora Fafá de Belém. Apesar da diversidade de inspiração, Ź 177
ESPAÇOS DA CASA COR PARÁ 2011 - GAME ROOM, OFFICE DO MÉDICO, SUITE MASTER, VILA LEAL MOREIRA
todos os espaços, no entanto, tinham uma característica em comum: soluções high tech para facilitar a vida doméstica do homem moderno. Televisões 3D, home theater que dão a proximidade com uma sala de cinema, coifas inteligentes e utensílios de cozinha que facilitam a vida de qualquer consumidor, por exemplo, foram alguns dos recursos usados nos projetos, conferindo praticidade e toque futurista às casas do século XXI. Tudo em perfeita sinto178
nia com o tema central do evento, “Dia a dia com a tecnologia”. Além das novidades dos tempos modernos, a Casa Cor Pará também abriu espaço para o artesanato regional como cerâmicas e cestarias; itens das artes plásticas paraenses, como gravuras, esculturas e fotografias de cenas cotidianas da cidade assinadas por renomados fotógrafos locais que conferiram a identidade paraense ao evento. O lado responsável também predominou
em cada detalhe dos ambientes. Como recomendação básica, todos os profissionais envolvidos na mostra fizeram uso da sustentabilidade em seus projetos. Dessa forma, foram incorporados materiais que contribuem com a o meio ambiente em seu processo de fabricação, como lâmpadas, porcelanatos e tintas ecológicas, bem como ficou evidente o reaproveitamento de materiais que antes seriam descartados na natureza.
Agito Funcionando 12 horas diárias, a Casa Cor Pará 2011 não parou um só instante. Ao entardecer, o ritmo se intensificava por lá com as programações especialmente pensadas para a mostra. Entre alguns atrativos da Casa, estavam workshops com grandes nomes da gastronomia, como o chef Claude Troisgros, que realizou um jantar que encantou o público com suas criações exclusivas para o público paraense.
Além disso, a música tomou conta do prédio. Artistas de vários gêneros fizeram o público dançar e cantar. A cantora Fafá de Belém, o saxofonista Leo Gandelman, Juliana Sinimbu, Orquestra de Violoncelistas da Amazônia foram alguns dos nomes que agitaram a Casa Cor Pará, entre outros músicos locais. A casa Cor Pará, em sua primeira edição, movimentou e aqueceu o comércio local com expressivos R$ 15 milhões não só
no período que antecedeu sua abertura, mas também após o encerramento das atividades no local. Além disso, o número de empregos no período de julho a setembro de 2011 cresceu. Para executar todas as obras e manter a mostra durante seu período de funcionamento, cerca de mil empregos – diretos e indiretos – foram criados, proporcionando geração de renda para muitas famílias paraenses. “Em todas as praças onde acon-
tece uma Casa Cor, o evento tem esse poder de movimentar a cidade, gerando também turismo. Para se ter ideia, este ano, já temos confirmadas presenças de mais de quinhentas pessoas de outros Estados para os dias de realização da nossa mostra”, complementa César Meira.
pontos turísticos da capital paraense, o Espaço São José Liberto. A opção pelo local foi cuidadosamente pensada pelos franqueados pela facilidade de acesso e estacionamento. Como proposta, em 2012, arquitetos, designers e paisagistas irão mergulhar no mundo “fashionista” do tema “Moda. Estilo. Tecno2012 logia” para criar os 57 Este ano, a segun- ambientes presentes no da edição da Casa prédio anexo à ImporCor Pará tem como tadora. sede um prédio com Em sintonia com 5.500m², próximo a um a temática, algumas dos mais charmosos das personalidades Ź 179
do mundo da moda ganham homenagem, como a top model Caroline Ribeiro, que ganhou as passarelas do mundo e é uma das modelos mais solicitadas para campanhas publicitárias e temporadas de moda. Ainda transitando pelo mundo das passarelas, peças de vestuário do primeiro grande estilista do Pará, Dener Pamplona, saem pela primeira vez do Theatro Municipal de São Paulo e aportam em Belém com exclusividade na Casa Cor Pará. O designer Carlos Alcantarino também é lembrado na mostra. Ele coordenou e assina 180
a curadoria do projeto Banco Fashion, que deu a oportunidade aos alunos dos cursos de Moda, Design, Arquitetura e Artes Visuais da Unama de mostrarem seu talento, customizando bancos de madeira da Tramontina. O resultado ficará em exposição no boulevard da mostra. De acordo com Alcantarino, um dos entusiastas do design sustentável e tem peças em exposição nos quatro cantos do globo, “iniciativas como estas são sempre bem-vindas”. “É uma ótima oportunidade para quem está iniciando pelo universo do décor
JOELMA E CHIMBINHA, DA BANDA CALYPSO, A TOP CAROLINE RIBEIRO E O DESIGNER CARLOS ALCANTARINO SÃO HOMENAGEADOS NA MOSTRA DESTE ANO.
vivenciar um evento de tamanha grandiosidade, como é a Casa Cor Pará”, diz. Democrática A mostra abre espaço também para a música. Joelma e Chimbinha, que colocaram o Estado em evidência por meio do ritmo marcante do calypso, serão lembrados em um ambiente de 100m² que vai contar um pouco da trajetória do casal e revelar o estilo dos artistas. Já a cantora Fafá de
Belém, eleita a madrinha da mostra por ser uma das maiores entusiastas e divulgadoras do evento de decoração e paisagismo paraense, pelo segundo ano, terá um ambiente pensado especialmente nela. “É sempre um prazer ser homenageada. Desde o ano passado, quando fiquei sabendo que a mostra iria acontecer no Pará, aguardava com ansiedade por sua inauguração. O resultado surpreendeu não apenas a mim, mas também a pes- Ź
FAFÁ DE BELÉM, MADRINHA DA CASA COR PARÁ, TAMBÉM JÁ CONFIRMOU PRESENÇA NA MOSTRA DESTE ANO. DURANTE O CÍRIO, FAFÁ LANÇA UMA MÚSICA INÉDITA, DE AUTORIA DO PADRE FÁBIO DE MELO. “EU SOU DE LÁ” É UMA HOMENAGEM EMOCIONADA A BELÉM DO PARÁ. A LETRA , VOCÊ CONFERE AQUI:
EU SOU DE LÁ Eu sou de lá Onde o Brasil verdeja a alma e o rio é mar Eu sou de lá Terra morena que amo tanto, meu Pará Eu sou de lá Onde as Marias são Marias pelo céu E as Nazarés são germinadas pela fé Que irá gravada em cada filho que nascer Eu sou de lá Se me permite já lhe digo quem sou eu Filha de tribos, índia, negra, luz e breu Marajoara, sou cabocla, assim sou eu Eu sou de lá Onde o menino Deus se apressa pra chegar Dois meses antes já nasceu, fica por lá Tomando chuva, se sujando de açaí Eu sou de lá Terra onde outubro se desdobra sem ter fim Onde um só dia vale a vida que vivi Domingo santo que eu não posso descrever Pois há de ser mistério agora e sempre Nenhuma explicação sabe explicar É muito mais que ver um mar de gente Nas ruas de Belém a festejar É fato que a palavra não alcança Não cabe perguntar o que ele é O Círio ao coração do paraense É coisa que não eu não sei dizer Deixa pra lá... Terá que vir Pra ver com a alma o que o olhar não pode ver Terá que ter Simplicidade pra chorar sem entender Quem sabe assim Verá que a corda entrelaça todos nós Sem diferenças, costurados num só nó Amarra feita pelas mãos da mãe de Deus Estranho, eu sei Juntar o santo e o pecador num mesmo céu Puro e profano, dor e riso, livre e réu Seja bem vindo ao Círio de Nazaré. Pois há de ser mistério agora e sempre Nenhuma explicação sabe explicar É muito mais que ver um mar de gente Nas ruas de Belém a festejar É fato que a palavra não alcança Não cabe perguntar o que ele é O Círio ao coração do paraense É coisa que não eu não sei dizer Deixa pra lá... Padre Fábio de Melo
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A CHEF MÔNICA RANGEL E O CHEF MARCOS SODRÉ TAMBÉM ESTEVERAM NA CASA COR PARÁ 2011. ABAIXO, OS FRANQUEADOS DA MOSTRA : CÉSAR E SANDRA MEIRA E ISAN ANIJAR.
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soas especialistas no assunto, como Marcelo Rosenbaum, que visitou a Casa Cor Pará no período do Círio de Nazaré”, comenta. Fafá fala ainda que, sempre que puder, irá atrair a atenção de personalidades para o evento, por acreditar na competência de nossos profissionais. “O Pará está na moda, é o que se ouve em todos os cantos, mas o importante é que este momento construa o próximo : o talento de nossa gente é atemporal e é isso que fica”, finaliza. Assim como em 2011, com ambientes decorados para fazer o público sonhar, neste ano, durante o passeio
pela Casa Cor Pará, o visitante ainda contará com uma vasta programação cultural e gastronômica. Entre algumas opções para curtir com a família estão degustações de delícias em restaurantes, cafeteria, sorveteria, wine bar, além de um antiquário, joalheria, lounge bar e a loja oficial do evento onde, além de objetos de decoração, o visitante pode adquirir produtos da marca, como a Revista Casa Cor Pará. Tudo para quem não quer voltar para casa de mãos abanando. “Com certeza, essa segunda edição da Casa Cor Pará será mais marcante do que a primeira”, garante Sandra Meira.
O Governo do Pará
Foto: Elza Lima
a p r e s e n t a
De 17 de outubro a 1 de dezembro de 2012 - Belém-Pará Mascagni: Cavalleria Rusticana (17, 19 e 20/10) Humperdinck: João e Maria (01, 03 e 05/11) Strauss: Salomé (24, 26 e 28/11) Recitais: 25/10 e 25/11 Amazônia Jazz Band: Quando o Jazz Encontra a Ópera (31/10) Grande Concerto de Encerramento ao Ar Livre (01/12) REALIZAÇÃO APOIO
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Gastronomia
MARRAVILHA DE CENÁRIO Claude Troisgros, o francês mais brasileiro de que se tem notícia, conta à Revista Casa Cor Pará sua paixão pela gastronomia paraense
A
s décadas habitando e experimentando o Brasil não tiraram de Claude Troisgros uma de suas características mais marcantes para quem o ouve: o carregado sotaque francês. Já que o trabalho espelha a vida, Brasil e França dialogam fluentemente nas mãos do chef: a linguagem da cuisine francesa incorpora neologismos tropicais que até pouco tempo não eram nem imaginados pela alta gastronomia – maracujá, mandioca, açaí. Tudo pode para quem sabe como fazer. Lá se vão mais de trinta anos dedicados a descobrir o inusitado por trás da culinária brasileira. Para tal, Troisgros, em momento algum, precisou abrir mão da sua origem europeia: o tratamento, a técnica e o modo de servir permaneceram, além do sotaque, por assim dizer.
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A tradição é realmente um ponto indiscutível na biografia de Claude. Membro da terceira geração de um clã mítico de chefs, ele herdou dos ascendentes a tendência para quebrar convenções e explorar novos conceitos. O avô, Jean Baptiste, foi responsável por proezas como harmonizar peixe com vinho tinto – impensável na cozinha clássica francesa da década de 30. O pai, Pierre, e o tio, Jean, foram os criadores da chamada Nouvelle Cuisine Française. O restaurante da família, na cidade de Roanne, recebe as cobiçadas três estrelas do guia Michelin desde o fim da década de 60. E há sinais de que a “espécie” será preservada: Thomas, seu filho, já é chef – e com a mesma disposição ao experimentalismo. A mistura dos idiomas gastronômicos de Claude ganhou um tempero todo Ź
TENDO, AO FUNDO, A CÉLEBRE IMAGEM DE PAULO MARTINS, CLAUDE TROISGROS MINISTROU AULAS E REALIZOU CONCORRIDOS JANTARES NA CASA COR PARÁ 2011
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QUE MARRAVILHA! O CHEF CLAUDE TROISGROS RECEBE A ATRIZ CAMILA PITANGA EM SEU PROGRAMA
especial ao estreitar o contato com ingredientes típicos da culinária paraense, a exemplo do que ele mesmo realizou na Casa Cor Pará 2011, quando esteve na mostra, onde ministrou aulas e realizou concorridos jantares. Tão tradicionais nos nossos pratos, os sabores regionais ganham novos e inusitados ares na cozinha de Troisgros. Apaixonado pelas características marcantes dos produtos do Pará e pela condição de criatividade que eles provocam, o chef exibiu, em entrevista exclusiva, toda a versatilidade que ele próprio se permite ter na hora de cozinhar. Entre o cozinheiro e na cozinha, tudo se mistura: Pará, Brasil, França, tradições daqui e de lá, 210
juntas em pratos de sotaque único – e ainda assim, global. Mais moderno impossível. Confira nas próximas páginas a conversa deliciosa: Como surgiu o interesse pela culinária paraense? Fui apresentado aos produtos do Pará pelas mãos do grande amigo e chef Paulo Martins. Quando você decidiu colocar os ingredientes da culinária paraense no cardápio dos restaurantes? De cara, achei os produtos incríveis. Logo que provei os primeiros, como o açaí, tive várias ideias. No início, eu encomendava e o Paulo mandava os alimentos para o restaurante. Depois, com o desenvolvimento do mercado, os produtos
começaram a chegar com mais facilidade ao resto do Brasil – inclusive no Rio de Janeiro, onde tenho meus restaurantes. Qual foi o primeiro prato com ingrediente paraense que você fez? Conte a experiência. Fiz um inusitado pato confitado no açaí. Foi uma experiência bem interessante. O Paulo Martins ficou impressionado com o resultado, porque o açaí só havia sido utilizado em receitas de doce até aquele momento. Houve uma resistência do público logo que colocou os ingredientes paraenses no cardápio? Não, pelo contrário! Os
clientes ficaram interessados e bastante entusiasmados em conhecer os novos sabores. Qual o ingrediente mais marcante e qual o mais desafiador da culinária paraense e por quê? Acredito que o ingrediente mais marcante seja o tucupi, pela forte presença dele na gastronomia do Pará. Ele faz parte de quase todos os pratos tradicionais principais. Agora, o mais desafiador é o jambu, pelo seu exotismo, por essa sensação de adormecer a língua. Nós também temos uma grande variedade de frutas. O que te chama mais atenção? O cupuaçu me chama muito a atenção pelo sabor forte, marcante. É até difícil
“O CUPUAÇU ME CHAMA A ATENÇÃO PELO SABOR FORTE, MARCANTE FOI DIFÍCIL COMPREENDER O GOSTO NA PRIMEIRA MORDIDA. DEPOIS, É INCRIVELMENTE EXCEPCIONAL.”
compreender o gosto na primeira mordida. Depois, é incrivelmente excepcional. Aliás, faz um casamento perfeito com chocolate. Você já esteve várias vezes em Belém. O que achou dos hábitos alimentares do paraense? É um público muito diferente daquele com o qual você está habituado? O paraense é muito orgulhoso da sua terra, dos seus produtos e de sua tradição. Sempre fui muito bem recebido no Pará; conheço gente e receitas diferentes toda vez que visito o estado. O paraense é um povo que gosta de receber, de comer, tem um paladar muito afinado graças à sua tradição culinária.
Quando você vem a Belém, costuma parar nas barraquinhas de rua para comer? Caso seja sim, o que acha? Acho uma marravilha! Tomo seis tacacás por dia, com goma e tudo (risos)! Tem alguma história inusitada com a cidade? Inusitada, acho que não... Mas tenho muitas lembranças especiais. Lembro-me de comer muçuã, o famoso prato, proibido por questões ambientais... Inesquecível. Quem vem a Belém não sai daqui sem um “isopor” recheado de coisas típicas... Já levou muitos quando volta ao Rio? Sempre que vou a Belém, acabo comprando muita coisa do Ver-o-Peso, Ź 211
SEGUNDO TROISGROS, O PARAENSE É UM POVO QUE GOSTA DE RECEBER, DE COMER E QUE TEM UM PALADAR MUITO AFINADO, GRAÇAS À SUA TRADIÇÃO CULINÁRIA. AO LADO, O TACACÁ, PRATO DA PREDILEÇÃO DO CHEF. ABAIXO, TROIGROS E O PREMIADO CHEF CATALÃO, FERRAN ADRIÁ.
porque gosto de andar por lá. Na última viagem, trouxe sementes de jambu, que plantei com a Fátima em Petrópolis. Deu muito certo! Agora, temos, no Olympe, um peixe com pirão de tucupi e mini jambu orgânico, plantado por mim (risos). Produtos como açaí e tucupi chegam a mim por fornecedores do Rio mesmo. Qual cuidado você tem na hora de fazer essas experiências, até mesmo porque algumas ervas podem ser tóxicas? Pra começar, só uso produtos que sei de onde vem. Tendo esse cuidado, é só ficar atento às recomendações dos amigos chefs pra saber como tratar os ingredientes. Você estava presente no primeiro Ver-o-Peso da Cozinha Paraense. O que achou dos chefs aqui de Belém? Como foi naquele momento e como você avalia o crescimento da gastronomia paraense no mercado brasileiro de lá pra cá? Tem chefs maravilhosos em Belém do Pará! O que começou tudo foi o Paulo Martins. Foi ele quem deu 212
o start pra valorizar os produtos do Pará. Hoje, já tem tantos outros... O Thiago [Castanho] e a família do Remanso do Peixe fazem um trabalho incrível, por exemplo. Eles divulgam a culinária paraense com muita sabedoria. Qual a coisa mais exótica que você experimentou nas viagens ao Pará? Uma característica muito forte dos sabores tipicamente paraenses é mesmo o exotismo. Mas, se eu tivesse de destacar apenas um, seria o açaí branco. Ele tem um sabor único. Como é elevar ingredientes da culinária paraense à categoria de alta cozinha? Ah, é muito bom, principalmente porque são ingredientes únicos, que você não encontra em nenhum outro lugar do mundo. Esse ineditismo coloca o chef num momento de muita criatividade, muita liberdade. Você acha que o fato de valorizar a culinária regional, e ser reconhecido por isso, abriu a mente de outros chefs para os ingredientes locais, já que há alguns anos a gente não via isso? Claro. Mas isso é uma maneira de pensar que me foi passada pelo meu avô, pelo meu pai... E eu passo isso para meus filhos e seguidores. É primordial que um chef valorize os produtos da sua terra, da sua região, dos pequenos produtores.
foto meramente ilustrativa
O Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Pará realiza um trabalho competente, ágil e preciso na fiscalização do uso dos recursos públicos, contribuindo assim para o desenvolvimento dos municípios paraenses. Para isso, investe constantemente em novas tecnologias e na qualificação profissional de suas equipes. E é isso que faz do TCM-Pa um dos mais modernos e eficientes tribunais de contas do Brasil e não uma simples peça decorativa.
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