Folhetins - Exército do Bem (parte I)

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Como os patógenos podem invadir qualquer local do organismo, os leucócitos circulantes não são suficientes. Por isso, o Exército do Bem possui soldados prontos para agir nos tecidos. As células de defesa teciduais são os macrófagos, mastócitos e as células dendríticas. Os macrófagos são especializados em fagocitar e destruir os microrganismos invasores. Além disso, também são células importantes na limpeza e reparo do tecido após uma lesão. Os mastócitos, além de combaterem infecções no tecido, são células essenciais no processo inflamatório. Seus grânulos são ricos em histamina, uma substância que age nos vasos sanguíneos a fim de permitir a saída dos leucócitos para os tecidos. Já as células dendríticas têm um papel chave na resposta imunológica. Elas capturam os microrganismos e os processam em pequenos pedaços para apresentação aos linfócitos T, iniciando, assim, a ativação da imunidade adquirida. Nesse sentido, são consideradas células apresentadoras de antígenos.

Referências: ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia Celular e Molecular. 6ª ed. Editora Elsevier. Rio de Janeiro, 2008. CALICH, V.; VAZ, C. Imunologia. 2ª ed. Editora Revinter. Rio de Janeiro, 2001.

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Casa da Ciência 2015

Autora: Daiane Fernanda dos Santos. Edição e revisão: Profa. Dra. Marisa Ramos Barbieri, Fernando Rossi Trigo e Vinicius Anelli. Imagens: Sandra Navarro, Gisele Oliveira e Fernando Rossi Trigo. Modelos didáticos produzidos por alunos do grupo “Exército do Bem” do programa Pequeno Cientista. Edição e diagramação: Gisele Oliveira. ISSN 2446-7227

Produção:

Células Teciduais

Macrófago Importante fagócito que atua na destruição de patógenos e no reparo tecidual

Mastócito Célula tecidual que age na defesa contra os microorganismos. Importante na inflamação

Célula Dendrítica Após fagocitose e processamento do patógeno, ela apresenta os antígenos para o reconhecimento e ativação dos linfócitos T.

Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto Rua Tenente Catão Roxo, 2501 Campus Universitário - Monte Alegre Ribeirão Preto - SP (16) 2101-9308 http://www.hemocentro.fmrp.usp.br/casadaciencia e-mail: casadaciencia@hemocentro.fmrp.usp.br

Apoio:

Você sabia? Além das barreiras e células, a imunidade inata também é constituída por moléculas, tais como proteínas plasmáticas denominadas sistema complemento - que quando ativadas contribuem para a fagocitose e eliminação dos patógenos - e citocinas, que são proteínas consideradas mensageiras do sistema imunológico.

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Desde que nascemos estamos em constante contato com diversos micro-organismos. E, graças a um exército extremamente especializado e que está sempre de prontidão, somos protegidos contra os agentes infecciosos. Esse exército, que na maioria das vezes atua a nosso favor, é chamado de sistema imunológico.

Mas qual é a função do sistema imunológico? Ele é incumbido de proteger o nosso organismo contra os agentes infecciosos (vírus, bactérias, fungos e parasitas) e substâncias estranhas não infecciosas. É composto por células, órgãos linfoides e moléculas especializadas. A resposta executada pelas células de defesa e suas moléculas secretadas é denominada resposta imunológica ou imunidade. Há dois tipos de imunidade: a inata e a adquirida.

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Alguns exemplos do sistema imunológico inato: Nos olhos há a secreção de lágrimas que contém um substância denominada lisozima, que é bastante efetiva contra vários micro-organismos.

A pele íntegra é uma eficiente barreira física para impedir a entrada de micro-organismos. Além disso, ela secreta subsâncias que funcionam como antibióticos naturais.

No trato gastrointestinal, a proteção já se inicia na boca através da produção da saliva, que contém substâncias com ação antimicrobiana. Além disso, o fluxo constante de saliva carrega as partículas para o estômago. As enzimas secretadas no estômago dificultam a proliferação de microorganismos devido ao seu pH ácido. Já no intestino, as enzimas de pH básico e da flora intestinal também impedem a instalação de patógenos.

O trato respiratório, por ser uma importante porta de entrada de micro-organismo, nos defende muito bem contra ameaças presentes no ar. O muco produzido e os cílios, em constante movimento, capturam as partículas contendo agentes estranhos e “varrem” para a faringe, onde são engolidas e, posteriormente, eliminadas. No entanto, aqueles que escapam dessa barreira e conseguem chegar aos pulmões são fagocitados por macrófagos. O simples ato de tossir e espirrar também contribiu para a nossa defesa.

Outra barreira importante na imunidade inata é o trato urogenital. O fluxo de urina arrasta as partículas para o exterior e o pH ácido dificulta o crescimento de agente infecciosos.

E se mesmo assim os patógenos conseguirem vencer as barreiras? Imunidade Inata nossa linha de frente

A imunidade inata ou natural é a primeira linha de defesa do organismo e visa impedir a entrada e a proliferação de micro-organismos. Consiste em respostas mais iniciais, rápidas, menos especializadas e sem geração de memória imunológica. Diante disso, você já parou para pensar como o nosso organismo consegue se proteger contra os invasores presentes em todo ambiente, ou seja, no ar, água, alimentos e até mesmo contra aqueles que adentram os tecidos a partir de lesões na pele? Pois então, nosso organismo está em constante batalha contra esses micro-organismos, mesmo quando você não está doente. É justamente a imunidade inata a responsável por essa batalha, que é realizada por meio das barreiras físicas e químicas, conforme está ilustrado ao lado.

Caso isso ocorra, o exército do bem conta com mais soldados preparados para agir nos tecidos. Dessa forma, a imunidade inata também é composta por células circulantes (granulócitos e agranulócitos) e teciduais. Os granulócitos compreendem os neutrófilos, eosinófilos e os basófilos. Todos os grânulos presentes nessas células armazenam substâncias que são verdadeiras armas no combate aos patógenos. Os neutrófilos, em grande número no sangue, fagocitam (englobam) os microrganismos. Posteriormente, o conteúdo dos grânulos e outros produtos produzidos pelos neutrófilos são responsáveis pela destruição desses agentes infecciosos. Dessa forma, quando você está com infecção de garganta causada por bactérias, os neutrófilos aumentam em número para poder fagocitar e destruir esses agressores. Os eosinófilos e os basófilos são soldados especializados na eliminação de parasitas. Já os monócitos não possuem grânulos, porém são excelentes fagócitos.

Granulócitos

Neutrófilo Leucócito mais abundante no sangue. Realiza a fagocitose e destruição dos patógenos.

Eosinófilo Basófilo Possuem papel importante na defesa contra os parasitas. Participam de reações alérgicas.

Agranulócito

Monócito Realiza a fagocitose e destruição dos patógenos.


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