Qual câmera fotográfica comprar?

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Qual câmera fotográfica comprar? Por Paulo Rossi João Pessoa, PB, 10/03/2013 Uma pergunta bastante frequente entre as pessoas que querem aprender a técnica fotográfica e que desejam adquirir uma câmera é a distinção entre um equipamento profissional de um semiprofissional. Em razão disso, decidi escrever este pequeno artigo. Vou procurar não me deter em detalhes muito técnicos, tentarei apresentar certos tipos de equipamentos que o ajudarão a identifica-los e diferencia-los por meio de suas características mais comuns. A primeira dica, que explicarei no final do artigo é: não caia no conto da semiprofissional, isso não existe! Câmera Compacta As câmeras fotográficas compactas são aquelas de uso comum, chamadas de “aponte e dispare”, popularmente chamadas de “câmeras amadoras”. São compactas porque não permitem trocar suas lentes e, na maioria dos casos, nem colocar acessórios como um flash externo. O sensor digital (onde a imagem é gravada) é bem pequeno se comparado às das câmeras fotográficas DSLR. São câmeras simples e de fácil manuseio, geralmente funcionam de modo automático, poucos modelos oferecem algum tipo de operação manual. São muitas as marcas e inúmeros modelos, com preços muito variados que cabem no bolso da maioria das pessoas que estão fora da linha da pobreza.

Câmera Superzoom As câmeras superzoom são câmeras compactas, porém com mais possibilidades de recursos de operação. O mercado chama este tipo de equipamento de semiprofissional, uma grande e equivocada jogada de


marketing que gera muita confusão levando bastante gente a comprar gato por lebre.

São mais complexas que as compactas, mas menos complexas que as câmeras DSLR. Possuem lentes zoom de grande alcance, e além do funcionamento automático, muitas oferecem a possibilidade de operação manual, mas com limites significativos de aberturas de diafragma (orifício localizado no interior da lente responsável pelo controle do fluxo de luz que chegará ao sensor digital). Maiores e mais volumosas, são mais caras, e não há muita variação de modelos. Câmera Mirrorless Eis mais um tipo de equipamento equivocadamente comercializado como semiprofissional. A câmera mirrorless, também conhecida como micro-4/3, tem alguns fatores que a caracterizam: corpo pequeno; não possui espelho como na DSLR; o sensor digital é bem maior que o da compacta e da superzoom; suas lentes são intercambiáveis.


Trata-se de um equipamento com a complexidade que se aproxima das câmeras profissionais, é possível opera-la de modo completamente manual, e aceitam certos acessórios como o filtros e flash externo. O que impede, a priori, seu uso no mercado profissional é o tamanho reduzido de seu sensor, sua pequena memória interna (buffer) que a torna lenta, e o limite da variação da profundidade de campo devido ao seu corpo de tamanho reduzido, o que dificulta a realização de imagens com o fundo bem desfocado, algo possível nas câmeras mais complexas. Para os interessados nas câmeras mirrorless, os preços altos são seu maior problema. Câmera DSLR – Digital Single Lens Reflex A câmera DSLR (Digital Single Lens Reflex) têm características que se assemelham à mirrorless, porém são maiores, mais pesadas, contam com um complexo sistema de visualização da imagem por meio de um espelho e um penta-prisma (daí o nome reflex), possuem sensores maiores, capacidade e rapidez de processamento de imagem também maior, além de contar com uma infinidade de modelos de objetivas, flashs e acessórios disponíveis no mercado. Geram arquivos no formato RAW (em estado bruto, sem processamento e sem compressão), o que a maioria dos formatos anteriores não fazem.

Dentre as DSLR existem as câmeras full-frame, cujo sensor digital tem as mesmas dimensões de um fotograma do negativo 35mm (24 x 36mm), e as câmeras APS-C cujo sensor tem aproximadamente a metade das dimensões de um sensor full-frame.


A maioria dos equipamentos com sensor APS-C se enquadra naquilo que se denomina como “câmera de entrada”, e todas as full-frames, assim como alguns modelos APS-C, se enquadram nas ditas câmeras profissionais. Por profissional entende-se equipamentos empregados nas atividades comerciais da fotografia, há modelos que são desenvolvidos para o exercício do fotojornalismo, há outros mais adequados para trabalhos como a publicidade, a moda, o casamento etc. As câmeras de entrada são os modelos mais básicos das DSLR, geralmente voltados para o uso amador sofisticado, mas que também podem ser empregados em trabalhos de menor envergadura – como o retrato, pequenas reportagens, eventos como batizado e festas de aniversário etc. – e que não exijam muita rapidez como no fotojornalismo. Em suma, toda DSLR pode ser considerada como profissional. Há mais formatos de câmeras no mercado voltados para o mercado profissional, mas que explicarei num outro momento. Até mais!

Paulo Rossi Fotógrafo, professor de Fotografia e coordenador dos cursos de fotografia da Casa das Artes Visuais. pjrossi@gmail.com


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