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LUA NOVA

LUA NOVA

Recolho a lua para o meu ventre Numa espera mútua e quente E gero uma placenta crua Branca e sanguinolenta! Ouso provar do meu próprio fel Sinto-me monstruosamente Fria e indiferente. Nesse momento, meu coração Tem a textura e o peso do papel. A lua é só minha Está presa em mim Sem espaço, sem universo A noite virou treva. Nenhum Adão tem mais a sua Eva Elas, abusadas ninfas Deixaram os casulos A procura de pirilampos. É madrugada, e em mim Tudo amadureceu! Romperam-se os diques e as comportas Inundou-se o meu cais. E escandalosamente iluminada Renasce a lua nova Sem querer saber Dos meus protestos e dos meus ais!

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