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NASCIMENTO
NASCIMENTO
Surge o poema se a folha se agita na árvore, defronte da nossa janela.
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Surge o poema se a criança que grita, com fome e descalça, na rua gelada, olha p´ra tudo, com olhos de nada, e sente que o nada, o nada é só dela.
Surge o poema se a luz do luar ilumina o par, no banco da praça.
Surge o poema se o sol, a brilhar, doura a seara, ondulando ao vento.
Surge o poema quando o pensamento se queda na ave que voa e que passa.
Surge o poema quando, na alma, há paz e sossego, existe esperança.
Surge o poema se o mar, com calma, se vai desfazer na areia da praia, ou quando a moça, de rodada saia, baila sozinha uma estranha dança.
Surge o poema se o ar matinal é fresco e suave, com cheiro a flores.
Surge o poema se, no roseiral, se ouvem cânticos todos os dias.
Surge o poema se as melodias tecem momentos repletos de amores.
Surge o poema ao calor da chama dos anos da vida, num bolo caseiro, mas todo o poema é mais verdadeiro quando o amor descobre os sabores.
Surge o poema quando se ama.
DANIEL COSTA DOS SANTOS
Daniel é meu Sobrinho, por isso o acompanho em sua caminhada pela trilha do saber desde o ensino fundamental e sua formação superior. É um profissional por excelência nas áreas que ele atua. Vez por outra, em momentos de descanso de sua extensa tarefa quotidiana, solta-se no universo das letras e escreve poesias, também, com mais frequência, prosas. Sou seu constante admirador e isto me levou a convidá-lo a pertencer ao quadro de Membros Correspondentes, da Academia Rio-Grandina de Letras. Feliz com o seu aceite, tomei o devido caminho dos Estatutos da Academia e fiz sua indicação. O processo foi avaliado em uma reunião do sodalício e aprovado por unanimidade. A partir de então, passou a ser o meu Afilhado Cultural na Academia.
Daniel Costa dos Santos, natural de Rio Grande/RS e reside em Curitiba/PR desde 1996. Professor universitário e atua em áreas da Filosofia, Ciência e Tecnologia. Apreciador das Artes.