2 minute read

ANSEIOS DE LIBERDADE

ANSEIOS DE LIBERDADE

A nossa ânsia de liberdade começa desde quando somos destinados a fazermos parte deste mundo, durante os nove meses que vivemos prisioneiros no ventre materno até sermos libertos pelo nascimento

Advertisement

Depois, vamos crescendo, mais parecendo ilhas, cercado de gente por todos os lados, nos seguindo a cada passo, nos dizendo: não mexa nisso, não mexa naquilo, puxando nossas orelhas, nos dando castigos e nos obrigando a engolir cada “goroba danada”, para nos tornarmos fortes e saudáveis, quando nossa vontade, e comermos uma boa porção de batatas fritas, cachorros quentes e sorvetes de todos os sabores.

Quando chega a hora de frequentarmos a escola, temos o começo da “lengalenga” diária: “Fulano, vá fazer suas lições, tens que estudar muito para ser uma pessoa importante, útil à sociedade”! Ficam controlando o nosso tempo, principalmente aos fins de semana, quando voltamos das “baladas”. Querem que prestemos contas do que fizemos, com quem saímos. Parece até que estamos respondendo um interrogatório policial. Se deixarmos são capazes de decidir qual profissão devemos seguir ou a pessoa certa para namorarmos e até casarmos.

Falando de profissão, depois de tanta pressão, “queimando pestanas” sobre os livros, chega a hora de recebermos o nosso diploma, para, enfim trabalharmos na área que fomos qualificados. Então, tem início a um tipo de cativeiro: muita correria, insatisfações causadas por questões salariais, longos períodos confinados entre as quatro paredes do ambiente de trabalho... o que em nome da sobrevivência, somos obrigados a aceitar, enquanto que, o que mais desejamos é passearmos com os amigos, sairmos para namorar, curtirmos uma boa praia.

Quanto ao casamento: esse é outro tipo de armadilha que a cada momento estamos sujeitos a cair. Quando o nosso olhar se encontra com outro olhar cativante, nossa alma se enternece com uma voz melodiosa e calma. Aí então não tem mais jeito! Somos levados felizes para o altar, com o sonho de união “até que a morte nos separe”, o que hoje em dia está muito difícil, pois tudo o que parecia muito bonito, eterno, se desgasta pela rotina, nos levando a apelar para o divórcio, para em seguida, cairmos em nova armadilha.

Em nossas moradias, também vivemos como prisioneiros: rodeados por muros, por pesadas grades, sonhando com um mundo melhor, onde possamos ter nossas portas e janelas destrancadas. Mas a audácia da “bandidagem” é tamanha a ponto de fazer com que vivamos sempre em estado de alerta com medo de sofrermos uma invasão.

Existem muitos casos de pessoas desesperadas por problemas sem solução, e, talvez, por falta de coragem para lutar ou por covardia, desistiram desta vida, pensando encontrar liberdade para suas aflições num mundo além. Mas será que encontraram? Eu tenho minhas dúvidas, ninguém voltou para contar!

Nós, seres humanos, nunca estamos satisfeitos com o que temos, nos sentimos prisioneiros de tantas coisas que nos são impostas pela sociedade. Na romaria da vida somos eternos peregrinos carregando a fé de que um dia encontraremos e sentiremos o perfume da tão sonhada liberdade.

This article is from: