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CADA QUAL COM O SEU CADA QUAL

CADA QUAL COM O SEU CADA QUAL

Cada macaco no seu galho, cada um com seu cada um, cada um na sua, cada um no seu quadrado, cada qual com seu cada qual... Não importa o jeito que se diga, são expressões populares que significam que cada pessoa deve preocupar-se apenas com aquilo que lhe diz respeito.

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As pessoas são diferentes umas das outras no modo de ser, de pensar, de existir e, portanto, cada um age de uma maneira. Não precisamos ser todos iguais; não precisamos concordar com o que o outro faz, mas principalmente, não deve nos interessar o que o outro faz, pelo menos não deve ser importante a ponto de nos tirar o sono e nos deixar irritados: cada qual com seu cada qual!

Observando-as, consegui identificar dois grupos, que aqui vou chamálos de grupo 1 e grupo 2.

No grupo 1 podemos encontrar pessoa: – que se sente superior ao outros; – que ordena, pois não sabem pedir; – que elogia com falsidade e/ou ironia; – que presenteia com intenção de comprar sentimento; – que doa o pão, mas não aperta a mão suja do pobre; – que não demonstra afeto através de um abraço (não se sente bem com contato físico); – com palavras ásperas que ferem como o fio da espada; – infeliz, triste, incompleta e sugadora; – pessimista, solitária, amarga e amargurada; – irritada, mal humorada, depressiva e baixo astral.

Se fosse personagem de estória em quadrinhos, seria aquela pessoa que sempre tem uma nuvem negra sobre sua cabeça, semblante fechado, carrancudo, sem sorriso. Está sempre de mal com a vida e com todos. Pessoa desse grupo 1, muitas vezes nem percebe que assim é, mas trata os outros com superioridade, desprezo e arrogância. Sofre sem perceber!

Mas, como diz o título desta crônica: cada qual com seu cada qual!

No grupo 2, encontrei característica de pessoa: – que sabe pedir com educação e humildade; – que elogia com sinceridade e com intenção de agradar;

– que presenteia por prazer; – que doa com alegria (se não doar, entristece); – que se utiliza de palavras amáveis e enaltecedoras; – otimista, feliz, completa e desprendida; – bem humorada, alto astral e em paz; – sorridente e rodeada de amigos sorridentes; – amorosa, afetuosa e com abraço apertado.

A pessoa do grupo 1 não aceita a pessoa do grupo 2; tem inveja, ciúme, desprezo, repulsa. Não consegue entendê-la! Não acredita que possa existir alguém assim. Acha que é tudo fingimento. Então critica, critica e critica a pessoa do grupo 2.

Cada qual com o seu cada qual!

A pessoa deve reconhecer o seu lugar, sem se intrometer em assuntos alheios, dos quais não lhe compete, ou seja, “cuide de sua vida que eu cuido da minha”. Cada um com seus problemas. Sempre respeitando a todas as diferenças: não importa se usa sandálias no inverno e botas no verão; se mistura prata com ouro ao se enfeitar; se gosta de sair para se divertir com um grupo de amigos ou prefere se divertir sozinha; se usa roupa artesanal ou de grife famosa; se bebe vinho importado ou vinho de mesa; se usa salto ou chinelo; com maquiagem ou sem maquiagem; se prefere fruta gelada ou natural; se tem bom gosto ou não; se é gordo ou magro; baixo ou alto; pobre ou rico, e por aí vai.

Cada qual com o seu cada qual!

Observando mais introspectivamente sinto-me feliz ao fazer parte do grupo 2 e digo à pessoa que se identificou como sendo do grupo 1: – Abra um sorrisão, desarme-se e venha para o grupo 2! Aqui são todos bem-vindos! Mas não quero lhe incomodar. Não critico! Se preferir, continue como está. Afinal... Cada qual com o seu cada qual!

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