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O HOMEM ALENTEJANO

O HOMEM ALENTEJANO

Pelico nos ombros, alma de artista, Capote de aba larga, açorda à ceia, Pra além do horizonte que ele avista, Safões cobrindo as pernas, pão semeia.

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Trabalho duro, agreste, de conquista, Arado abrindo a terra que o rodeia, Homem criança, força de alquimista, Cumpre o destino, traça uma odisseia.

Se, na tarde bucólica, há sinais Da calma que conduz a sua vida, Em lânguidos cantares a dor projecta.

Se é na imensidão desses trigais Que a lentidão do gesto é mais sentida Então, findo o trabalho, é um poeta.

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