Mapeada em arte

Page 1

Divulgação - DP

MÚSICA

PÁGINA 13

Wannabe Jalva pode ser a revelação do Prêmio Açorianos

CINEMA

PÁGINA 14

A mulher de preto e O despertar: arrepios com velha fórmula

DIÁRIO POPULAR DOMINGO, 15 DE ABRIL DE 2012 Jô Folha - DP

Até 11 de maio, a arte contemporânea reverbera em Pelotas através do projeto Paralelo 31º

Mapeada Fotos Moizés Vasconcellos - DP

em arte


Projeto

C

DIÁRIO POPULAR DOMINGO, 15 DE ABRIL DE 2012

M

Y

K

9

5

A arte demarcada

no mapa

Saiba mais www.paralelo31.com.br Agendamento de visitas guiadas: agendamento@paralelo31.com.br Coletivo CDM: de segunda a sexta-feira, uma intervenção urbana sonora percorrerá as principais ruas do centro de Pelotas, entre as 18h e as 19h

Luísa Roig Martins

1 Av. R. G

ui

m

R. Pa

onça

dre A

lves

Chav

es

Pre

side

nte

Jusc

elin

oK ubit s

che

kd e

nchie

ta

Oliv

eira

rua Alberto Rosa, 62 (visitação de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h) Quando no fim da década de 1970 surgiram as primeiras filmadoras portáteis, começou a se desenhar também a história da tecnologia do vídeo. E como a arte se imprime com facilidade em várias outras áreas do conhecimento, não demorou muito para que ela chegasse a esse tipo de plataforma. Na galeria A Sala, do Centro de Artes da UFPel, estão concentrados seis trabalhos em videoarte, divididos em duas projeções e quatro aparelhos de TV. “Esse formato surgiu quando os artistas começaram a filmar e registrar performances. Então perceberam que fazê-las em frente a uma câmera tinha outro significado”, explica o professor Chico Machado. Normalmente, os vídeos denunciam a presença do artista ou da ação desse artista, podendo ser narrativos ou não. “E é aí que está a principal diferença da videoarte para o cinema. No primeiro caso, o que se explora é puramente a imagem em movimento, sem a preocupação de contar uma história com início, meio e fim.” Além da produção audiovisual do próprio Chico, podem ser conferidos n’A Sala os trabalhos de Geovani Correa, James Zórtea, Patrick Tedesco, Rogério Franck e Tigo Weiler.

el Isab rinc

esa

Casa Paralela R. Co

es

3

çalv to G on Ben

R. Alm

R. Fé

lix da

R. Pa

dre A

R. M arec hal D eodo ro

rone

irant

Cunh

l Alb

e Ba

erto

Rosa

5

rroso

a

4

nchie

ta

sta a Co

R. U rugu ai

edro om P R. D

R. B enja min Cons tant

II

bo d R. Lo

R. M arec hal F loria no

R. G

ener

al Ne

to

Av.

Praça Coronel Pedro Osório

2

Ágape Espaço de Arte rua Anchieta, 4.480 (visitação de segunda a sextafeira, das 9h às 12h e aos sábados das 10h às 12h) Por ser o mais afastado no mapa, Adriane apostou na estratégia de reunir no Ágape Espaço de Arte artistas que já têm um público cativo. Alice Monsell, Ângela Farina, Ângela Pohlmann, Carla Rosane, Dani Moraes, Eduarda Gonçalves e Roger Coutinho expõem pinturas, desenhos, gravuras e instalações. A professora explica que o Paralelo 31º não limitou a produção de qualquer artista. “Deixamos o pessoal livre para criar”, diz. Na hora de montar, segundo ela, normalmente vem uma surpresa harmônica - seja em cores ou em formato, independentemente do suporte utilizado. “As obras se estruturam de uma forma legal. Mesmo sem querer, se percebe uma relação entre elas.” Para a coordenadora, o Ágape, por ser fora do centro, favorece a ideia de deslocamento. “O nosso principal objetivo é revigorar as artes visuais, unindo artistas sem qualquer sugestão de competição”, afirma.

2

rua Uruguai, 1.577 (visitação de terça-feira a sábado das 14h às 19h) Eis a sede do Paralelo 31º. Uma casa que funciona como galeria, ateliê e espaço de convivência. Pelo menos até 11 de maio, os artistas oficiais da Casa Paralela se deslocam para a Secult e dão espaço para os trabalhos de Chico Machado, Daniel Acosta, Tigo Weiler, Ricardo Cristofaro e Túlio Pinto. Integrante do Ateliê Subterrânea, de Porto Alegre, Túlio destaca o potencial do projeto de contribuir à revitalização cultural de Pelotas. “Podem dizer que é uma cidade do interior, pequena, limitada em termos de circuito. Mas não perde para a capital, por exemplo, em termos de proficuidade e talento”, afirma. Daniel Acosta levou à Casa Paralela desenhos que sobrepõem imagens de diversos bichinhos da série Gulliver. São obras que, segundo ele, atraem crianças e desmistificam o fato de que a arte contemporânea é difícil de entender. “Para mim, o público complementa o trabalho. A arte está mais em quem vê do que na própria obra”, diz.

3

Jô Folha - DP

-31.74727º, -51.33002º

4

-31.77644º, -52.34370º

R. P

Parque Dom Antônio Zattera

O projeto, assinado pela professora do Centro de Artes da UFPel, Adriane Hernandez, mas elaborado junto aos outros artistas da galeria de arte Casa Paralela, foi aprovado pelo Procultura deste ano. Mas até quando há a garantia de financiamento, é preciso adotar a filosofia do “faça você mesmo” para ver a arte acontecer. O valor de R$ 19.556,00 referente ao subsídio municipal ainda não foi depositado (o secretário interino de Cultura, Mogar Xavier, não foi localizado pela reportagem para dar uma previsão). Por isso, a equipe da Casa Paralela aplicou recursos próprios para não perder a oportunidade de utilizar o único período em que as cinco galerias (Malg, Ágape, Secult, Casa Paralela e A Sala) tinham, ao mesmo tempo, agendas livres. “Porque a ideia principal é, de fato, fazer as coisas acontecerem ao mesmo tempo. Queremos ver as pessoas circulando pela cidade, entrando no ritmo de ver arte”, justifica Adriane. A denominação das exposições é composta por dígitos: as coordenadas geográficas - latitude e longitude - de cada um dos prédios. Da Zona Norte ao Porto, o conceito engloba justamente a ideia de percurso, trajeto, perambulação. “A ideia de arte espalhada tem sentido por si só. O projeto em si já é uma espécie de obra maior”, define Chico Machado, um dos artistas que integram o Paralelo e também professor do Cearte.

1

A Sala

.D o

Obras de mais de 30 artistas contemporâneos se espalham por cinco galerias de Pelotas em uma grande vitrine chamada Paralelo 31º

-31.78139º, -52.34054º

m

Jo

aq

P

elotas está sitiada de arte contemporânea. O mapa que se vê ao lado é para você não se perder em meio a tantos espaços expositivosintegradosemcircuitoatéodia11demaio.Simultaneamente, cinco galerias recebem obras de mais de 30 artistas - a maioria, locais; outros, vindos de fora. Essa grande vitrine tem nome: é o Paralelo31º,referênciaàlocalizaçãogeográficadacidade.

Fotos Moizés Vasconcellos - DP

Av

8

-31.76649º, -52.34295º

Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo rua General Osório, 725 (visitação de terçafeira a domingo, das 10h às 19h) No Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (Malg), a principal característica é o equilíbrio de forças. Artistas iniciantes dividem o mesmo espaço com quem já traz um montante de experiências no currículo - o que enriquece o trânsito de informações e de conhecimento. A recém-formada Carolina Moraes Marchese, integrante da primeira turma de mestrado em Artes da UFPel, põe seus trabalhos à mostra no Malg pela primeira vez. E a estreia já vem carregada de importância. “Fico muito feliz em compartilhar uma exposição com a Lílian Maus, que é uma super-referência”, diz ela. Da mesma forma, a instalação interativa da principiante Erika Romaniuk dialoga com o jogo de pinturas da já conhecida Francis Silva. Além das quatro, estão à mostra trabalhos do Grupo Superfície, Mariana Silva da Silva, Túlio Pinto, Martha Gofre e Kelly Wendt.

-31.77075º, -52.34032º

Salas de Exposições da Secult Antônio Caringi e Inah D’Ávila Costa

praça Coronel Pedro Osório, 2 (visitação de segunda a sextafeira, das 12h30min às 18h30min) “Os espaços às vezes ficam viciados aos mesmos artistas, aos mesmos tipos de obras”, aponta Adriane ao falar das salas da Secretaria de Cultura, Antônio Caringi e Inah D’Ávila Costa. “É preciso oxigenar esses lugares”, diz ela. É nesta segunda que ela própria, junto aos outros três artistas da Casa Paralela (Bianca Dornelles, Rogério Franck e Thiago Reis), expõe sua obra: uma brincadeira com o cotidiano que envolve fotografia e cola colorida. Bianca vem com um trabalho relacional envolvendo um objeto interativo - um pufe (em outra ocasião exposto n’A Sala, a galeria do Centro de Artes da UFPel). O artista belga René Magritt é a inspiração para as fotografias de Franck, enquanto Thiago contrapõe limpeza e contaminação nos desenhos em carvão sobre papel vegetal. Na Antônio Caringi, uma exposição formada só de mulheres. Sem querer, um ponto comum entre as obras: o corpo. Seja na roupa criada em litografia e látex por Helena Kanaan, nas mãos retratadas por Carolina Rochefort, no mapa instrutivo em que Luana Alt brinca com o pertencimento ou na série de sutis desenhos de Vivian Herzog, ligados ao universo da moda e da costura. “O Paralelo 31º é bom não só para os artistas, mas também para os espaços. Pelotas está bem atuante nas artes visuais: tem muita gente produzindo. A ideia de ser um projeto simultâneo e espalhado acaba chamando a atenção para a própria cidade”, opina Helena.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.