projeto artístico QUANDO OLHO PARA TRÁS VEJO O FUTUR

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juny kp! "quando olho para trรกs vejo o futuro"


série QUANDO OLHO PARA TRÁS VEJO O FUTURO / por juny kp! A arte faz o homem lembrar-se de si e reinventar-se. A arte tem naturalmente um conteúdo político, uma vez que este, obrigatoriamente, como disse o crítico Mário Pedrosa, é condizente com a consciência social de cada época. Ela passa pela cidade, pelo urbano, pelas influências que o ambiente urbano causa na arte e vice-versa. Uma vez perdida a crença ingênua na natureza, a arte vai se amparar quase que exclusivamente no urbano. Esta série de pinturas propõe olharmos para a cidade. Refletir sobre os temas da memória, da gentrificação, do registro, da utopia, da (re)construção. Por meio de linguagens artísticas diversas, propõe incorporar o transcorrer do tempo e a efemeridade em seu próprio fazer e dialogar com o tema da memória e da história no campo das artes, por meio de um formato híbrido de intervenção e registro do aqui agora, a partir de um olhar para o passado, mirando o futuro. Como ícone norteador foi escolhido o tijolo pó de mico. Elemento mínimo formador de uma casa. Para o projeto o tijolo possui uma força concentrada e um poder de ícone, de representação de toda construção urbana dentro de um modo de construção anterior, no qual o tijolo pó de mico era o único. Há uma solidez retumbante nele. Diferente da fragilidade do bloco de hoje em dia (seja o de seis furos ou o de concreto). A motivação inicial das pinturas se origina de uma coleção de tijolos pó de mico retirados de demolições iniciada em 2008. Cada tijolo encontrado carrega as estórias de famílias, vidas, dores

Gentrificação é o processo de encarecimento da vida, que torna regiões inteiras acessíveis para poucos. Em São José do Rio Preto, os bairros localizados nas cercanias das avenidas Bady Bassitt e Alberto Andaló, centro expandido da cidade, têm sofrido intenso processo de especulação imobiliária e estão cada vez mais caros. A proposta presente aqui deseja chamar a atenção para tal fato, propor discussão a respeito e incluir a população que está alheia e alienada. Se historicamente a cidade foi inventada, antes de dizer sobre os problemas da cidade seria importante dizer: o que pode ser a cidade? Lugar dos desejos. Se desejos são tão subjetivos, por que não se pensa a cidade como o espaço do coletivo e não do indivíduo? Leituras em micro e macro narrativas, o perto e o longe, o visível e o invisível, a tela é dividida em quatro quadrantes predominantes: os justiceiros urbanos, o indivíduo, os dnas e a pilha de tijolos. A fragmentação do mundo pós-moderno em pequenos excertos de texto sobre o amarelo e seus tons. Ao mesmo tempo que fala de memória, utopia e passado. Uma pilha edificante de tijolos pó de mico em meio ao caos do fundo.... "a memória que utopicamente tenta sobreviver à cidade que a destrói". A beleza está no embate presente na superfície da pintura. A beleza está no caos. Cinco camadas de reações entre água e solvente representam o não pertencimento do brasileiro em seu próprio território sua terra, impregnando a terra, o solo, o reflexo na pele dos cangaceiros. Ele são a terra, a nação. Eles são nós. Fora do espaço-tempo.

e sucessos. Simbolicamente cada tijolo está impregnado de vida(s). Aí reside sua importância inerente. Revelar tais tijolos e escancarar as mudanças do desenvolvimento urbano presente em nossa cidade, um desenvolvimento a todo custo. Um vazio de almas, um deserto de árvores, uma ganância explícita. A grande cidade é o lugar por excelência da forma mais acabada do individualismo - a independência individual e a diferença pessoal - moldando-se através de critérios simplesmente quantitativos.

palavras-chave: gentrificação, pintura, memória, resiliência, tijolo, pó de mico, cidade.


sem título: preto mista sobre algodão | 126 x 224cm | 2016 coleção pinacoteca municipal de sj do rio preto prêmio aquisição, primeiro lugar SALÃO DE ARTE DE SJ RIO PRETO (2016)


sem título: preto mista sobre algodão | 126 x 224cm | 2016 coleção pinacoteca municipal de sj do rio preto prêmio aquisição, primeiro lugar SALÃO DE ARTE DE SJ RIO PRETO (2016)


sem título: branco mista sobre algodão | 132 x 215cm | 2016/2017 45° salão de arte luiz sacilotto / santo andré SP 2017


sem título: branco mista sobre algodão | 132 x 215cm | 2016/2017 45° salão de arte luiz sacilotto / santo andré SP 2017


sem tĂ­tulo: vermelho mista sobre algodĂŁo | 126 x 224cm | 2016/2017


sem tĂ­tulo: vermelho mista sobre algodĂŁo | 126 x 224cm | 2016/2017


sem título: amarelo mista sobre algodão | 100 x 190cm | 2016/2017 coleção Santos Peixoto


sem título: amarelo mista sobre algodão | 100 x 190cm | 2016/2017 coleção Santos Peixoto


sem tĂ­tulo: verde mista sobre algodĂŁo | 124 x 247cm | 2016/2017


sem tĂ­tulo: verde mista sobre algodĂŁo | 124 x 247cm | 2016/2017


sem tĂ­tulo: marrom mista sobre algodĂŁo | 122 x 247cm | 2016/2017


sem tĂ­tulo: marrom mista sobre algodĂŁo | 122 x 247cm | 2016/2017


sem tĂ­tulo: rosa mista sobre algodĂŁo | 124 x 203cm | 2016/2017


sem tĂ­tulo: rosa mista sobre algodĂŁo | 124 x 203cm | 2016/2017


sem título: lilás mista sobre algodão | 119 x 277cm | 2016/2017


sem título: lilás mista sobre algodão | 119 x 277cm | 2016/2017


sem tĂ­tulo: azul mista sobre algodĂŁo | 126 x 248cm | 2016/2017


sem tĂ­tulo: azul mista sobre algodĂŁo | 126 x 248cm | 2016/2017


sem tĂ­tulo: laranja mista sobre algodĂŁo | 92 x 246cm | 2016/2017


sem tĂ­tulo: laranja mista sobre algodĂŁo | 92 x 246cm | 2016/2017


sem título: atlas mista sobre algodão | 122 x 209cm | 2017 coleção do artista


sem título: atlas mista sobre algodão | 122 x 209cm | 2017 coleção do artista


sem tĂ­tulo: octopussy mista sobre algodĂŁo | 107 x 236cm | 2017


sem tĂ­tulo: octopussy mista sobre algodĂŁo | 107 x 236cm | 2017


quando olho para trás vejo o futuro / muro tijolos pó de mico recolhidos de demolições empilhados medidas variáveis, 2007/2015. exposição coletiva CIDADE INQUIETA, sesc rio preto, 2015


quando olho para trás vejo o futuro / totem tijolos pó de mico recolhidos de demolições empilhados medidas variáveis, 2018.


passado, 5min

presente, 3min44seg

futuro, 4min05seg

quando olho para trás vejo o futuro/ vídeos, passado+presente+futuro três vídeos em três telas simultâneas em loop contínuo, 2017.


quando olho para trás, vejo o futuro/ arranjo, passado+presente", arranjo 56 tijolos pó de mico recolhidos e 88 tijolos ecológicos fabricados artesanalmente pelo artista. 2007/2018. 180x440cm exposição coletiva MOLA, sesc rio preto, 2018


release juny kp! Artista, Pai, Educador, Curador e Diretor Criativo da casa de criar, escritório de arte, é Palestrante nas áreas de Arte, Cultura, Criatividade, Economia Criativa e Cultura Hip Hop. Colunista de cultura na CBN RIO PRETO, 4fs, 11h20. Participou do programa de Mestrado no departamento Cinema, TV e Rádio da ECA/USP, 2010. Especialista em “Fundamentos de Cultura e das Artes” pela IA/ UNESP, 2006 e bacharel em Tradução pelo IBILCE/UNESP. A casa de criar, escritório de arte é um espaço independente para estimular o potencial e o espírito criativo, seja por suas atividades expositivas, seja por suas atividades formativas. Como artista plástico, há 25 anos trabalha com multimeios e intervenções urbanas. Seu terreiro é a rua. O esquecimento da memória, a veracidade da mentira e a certeza da dúvida são suas linhas de pesquisa atuais. Em 2018, participa da exposição coletiva MOLA, guiada por Fernando Velazquez e Lucas Bambozzi, no SESC Rio Preto, além de ter exposto no SESI MINAS UBERABA (jan 2018) e na galeria do Mercado Municipal de Uberlândia (dez, 2017) em todas com a série QUANDO OLHO PARA TRÁS VEJO O FUTURO. Selecionado no 45° Salão de Arte de Santo André [2017], da coletiva CIDADE INQUIETA no Festival BREU / SESC Rio Preto [2015], da Virada Cultural Rio Preto [2013]. Em 2016 e 2017 correu turnê com o espetáculo de dança-teatro QUERO SER PRETO pelo estado de São Paulo com o apoio do PROAC 2017 e 2016. Recebeu o primeiro lugar no VIII Salão de Arte de SJ Rio Preto, (2016) e está debruçado sobre o projeto QUANDO OLHO PARA TRÁS, VEJO O FUTURO, selecionado no edital de fomento Nelson Seixas/Cultura para Todos na cidade de SJ Rio Preto (2016). Premiado no Salão de Arte de São José do Rio Preto [2013], contemplado no edital de fomento Nelson Seixas com a série fotográfica "Oh Céus!" [2009] e selecionado na Bienal de Arte de Santos [2008], concebeu a instalação lúdico-interativa “Sentidos e Imaginários” para SESC RIO PRETO/SJ Rio Preto [2008]. Fez Residência Artística no projeto Ateliê Amarelo [2007] da Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo. Em 2003 inicia o projeto de intervenção urbana

TEM CERTEZA? Possui cinco participações no FIT RIO PRETO (Festival Internacional de Teatro) com intervenções, performances e projeto de identidade gráfica. Gravou dois raps em CD organizado pela UNESCO, sob o tema da água (2003). Em 1996 realiza a intervenção urbana "Ensino Básico" quando coloca uma camisinha gigante na caixa d'água da UNESP/Rio Preto. Professor de Artes e História da Arte (Ensino Fundamental e Médio) e nos cursos de DESIGN GRÁFICO, PUBLICIDADE e MARKETING, atuando em diversas disciplinas tais como design de sinalização, design de embalagens, fotografia, metodologia visual, registro audiovisual e sonoro. Tem pesquisa sobre a Cultura Hip Hop e sobre o videoclipe, é intérprete (especializado na área do entretenimento, cultura e arte) em língua inglesa. Como produtor cultural e curador, foi o primeiro a produzir artistas em eventos internacionais de Breaking [BOTY 2000] e ações de publicidade, tais como Supersonic BBoys, Beat Squad [Rio Preto] e Tsunami All Stars [São Paulo]. Revelou o BBoy Pelezinho e o catapultou para o mundo. Produziu localmente artistas como Strange Fruit (australia), Christopher Dell, (alemanha), Niels Storm (alemanha), Onesto (brasil), fez produção local (fixer) para o documentário RAGING BULL (red bull austria), 2006. Junto ao SESC São Paulo realiza diversas exposições e projetos culturais como artista e produtor nos últimos 20 anos. Tem sob sua curadoria mais de 20 exposições entre elas as coletivas #expolatada (1, 2, 3 e 4), SOBRE PAPEL, MEMENTO LUX e as individuais dos artistas Paulo Fuscaldo, Orlando Fuzinelli, O Profeta das Cores (sua primeira individual em vida), João Agreli e Eliara Bevilacqua, Moisés Patrício e Ropre, juny kp!, Jef Telles, Talita Moreau, Solange Ardila Tesla e Amanda Nakao, Ana Smile, Ana Clara Joly e Ana Reis. Já pisou em quatro dos cinco continentes do planeta. Gosta de bolacha de doce de leite e do seriado Os Simpsons.



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