Cultura Artística - Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen

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2015

Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen

Die Deutsche Kammerphilharmonie Bremen

Pekka Kuusisto

violino e direção musical


o ministério da cultura e a cultura artística apresentam

Qual o som do compromisso com a música? Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen

Die Deutsche Kammerphilharmonie Bremen

Pekka Kuusisto

violino e direção musical

patrocínio

realização

O Credit Suisse também ouve atentamente, quando se trata de música clássica. É por isso que somos, com muito orgulho, patrocinadores da Sociedade de Cultura Artística.

credit-suisse.com/sponsoring

Ministério da

Cultura

gioconda bordon

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programa

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notas sobre o programa Roberto Rodrigues

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biografias

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SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICA DIRETORIA presidente

Pedro Herz diretores

Antonio Hermann D. Menezes de Azevedo Carlos Mendes Pinheiro Júnior Gioconda Bordon Fernando Carramaschi Fernando Lohmann Luiz Fernando Faria Ricardo Becker Rodolfo Villela Marino superintendente

Frederico Lohmann CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO presidente

Cláudio Sonder vice-presidente

Roberto Crissiuma Mesquita conselheiros

Carlos José Rauscher Francisco Mesquita Neto Gérard Loeb Henri Philippe Reichstul Henrique Meirelles Jayme Sverner Marcelo Kayath Milú Villela Pedro Herz Plínio José Marafon CONSELHO CONSULTIVO Alberto Jacobsberg Alfredo Rizkallah João Lara Mesquita José Zaragoza Mário Arthur Adler Patrícia Moraes Roberto Baumgart Salim Taufic Schahin Sylvia Pinho de Almeida Thomas Michael Lanz

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO — OSESP regente titular

Marin Alsop

coordenação editorial

Gioconda Bordon supervisão geral

Silvia Pedrosa edição

Marta Garcia

regente associado

Celso Antunes

(2012-2016)

O PRIMEIRO ESTATUTO

diretor artístico

Arthur Nestrovski FUNDAÇÃO ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE CULTURA presidente de honra

Fernando Henrique Cardoso presidente do conselho de administração

Fábio Colletti Barbosa

vice-presidente do conselho de administração

Heitor Martins

diretor executivo

Marcelo Lopes

superintendente marketing

Carlos Harasawa diretor Mauren Stieven departamento de operações

Mônica Cássia Ferreira gerente Cristiano Gesualdo Fabiane de Oliveira Araújo Guilherme Vieira Larissa Baleeiro da Silva Regiane Sampaio Bezerra Vinicius Goy de Aro apoio a eventos

Com um estatuto legal e uma diretoria oficialmente empossada, a jovem associação começou a ser reconhecida fora da modesta cena cultural paulistana. Em 9 de setembro de 1915, em entrevista publicada no jornal carioca A Noite, Nestor Pestana, primeiro presidente da entidade, declarou: “Todo o brilhante resultado da Cultura Artística tem sido obtido pelo esforço e boa vontade de seus sócios efetivos, que sempre prestigiam a diretoria com seu apoio, de modo que com os poucos elementos de que dispõe tem conseguido realizar saraus verdadeiramente notáveis pelo programa e pela assistência sempre distinta e numerosa”.

Felipe Lapa

departamento técnico

Karina Del Papa gerente Angela da Silva Sardinha Bianca Pereira dos Santos Carlos Eduardo Soares da Silva Ednilson de Campos Pinto Eliezio Ferreira de Araújo Erik Klaus Lima Gomides Douglas Alves de Almeida Edivaldo José da Silva sonorização

Andre Vitor de Andrade Fernando Vieira da Silva Mauro Santiago Gois Renato Faria Firmino montagem

Paulo Humberto Ludovico de Almeida

Reinaldo Roberto Santos

editoração eletrônica

controlador de acesso

assessoria de imprensa

indicadora

Floter & Schauff

O evento inaugural da Sociedade de Cultura Artística como instituição cultural privada aconteceu no dia 26 de setembro de 1912, no Auditório do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Ministrada por Amadeu Amaral, a conferência de abertura versava sobre Raimundo Correia e foi seguida de um recital de canto e piano, organizado pelo maestro João Gomes de Araújo. Entretanto, o centenário da Cultura Artística pode ser comemorado neste ano de 2015, já que a realização do registro legal e a definição de seu estatuto se deram apenas em 1915. Na ocasião, a sociedade era composta de 493 sócios. Mas, graças a uma agenda que desde 1912 contava com excelentes espetáculos — os famosos saraus lítero-musicais —, um público mais amplo, ainda em formação, desejava integrar o quadro de associados. Aos poucos, novos sócios foram sendo incorporados.

Fausto Augusto Marcucci Arruda

projeto gráfico

Ludovico Desenho Gráfico

gioconda@culturaartistica.com.br

(2012-2016)

iluminação

PROGRAMA DE SALA — EXPEDIENTE

Gioconda Bordon

Sandro Marcello Sampaio de Miranda encarregado Mariana Neves encarregada realização Ministério da

Cultura

A relevância da declaração feita por Pestana, cem anos atrás, nos interessa hoje não tanto como um testemunho da vitalidade desta sociedade, mas principalmente como reafirmação do compromisso com nossos mantenedores, colaboradores, amigos e assinantes. Em suma, as palavras do primeiro presidente da instituição continuam definindo a essência de nossa missão como associação cultural. Merecem ser lembradas. Bom concerto a todos!


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SÉRIE BRANCA Sala São Paulo, 28 de abril, terça-feira, 21h

SÉRIE AZUL Sala São Paulo, 29 de abril, quarta-feira, 21h

Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen

Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen

Pekka Kuusisto violino e direção musical

Pekka Kuusisto violino e direção musical

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)

WOLFGANG AMADEUS MOZART (1756-91)

Die Deutsche Kammerphilharmonie Bremen

Abertura As criaturas de Prometeu, op. 43

c. 5’ c. 27’

c. 5’

Concerto para violino

c. 27’

WOLFGANG AMADEUS MOZART (1756-91)

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827) 1. 2. 3. 4.

intervalo

intervalo

Sinfonia n. 1 em dó maior, op. 21

Abertura Così fan tutte MAGNUS LINDBERG (1958-)

MAGNUS LINDBERG (1958-)

Concerto para violino

Die Deutsche Kammerphilharmonie Bremen

c. 25’

Adagio molto — Allegro con brio Andante cantabile con moto Menuetto — Allegro molto e vivace Adagio — Allegro molto e vivace

Os concertos serão precedidos de palestra de Irineu Franco Perpetuo, às 20h, no auditório do primeiro andar da Sala São Paulo. O conteúdo editorial dos programas da Temporada 2015 encontra-se disponível em nosso site uma semana antes dos respectivos concertos.

Sinfonia n. 40 em sol menor K.550 1. Molto allegro 2. Andante 3. Menuetto: Allegretto — Trio 4. Finale: Allegro assai

Programação sujeita a alterações. Siga a Cultura Artística no Facebook facebook.com/culturartistica

c. 26’


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NOTAS SOBRE O PROGRAMA Roberto Rodrigues

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)

Abertura As criaturas de Prometeu op. 43

O coreógrafo italiano Salvatore Viganò é conhecido por ter criado um novo estilo de balé, o coreodrama, que reúne dança, pantomima e outras ações teatrais. No coreodrama, o corpo de baile predomina em cena — e não os solistas ou o pas de deux, como era usual na virada dos séculos XVIII para o XIX. Viganò também é conhecido por sua colaboração com Beethoven em As criaturas de Prometeu, um Ballo eroico allegorico in due atti com 18 movimentos. O mito de Prometeu contém muitas variantes. Uma delas relata que o ardiloso titã, ao perceber que seus pares seriam derrotados na batalha contra os deuses, alia-se a Zeus e é aceito no Olimpo, enquanto os demais titãs são aprisionados no Tártaro. Encarregado por Zeus de criar um ser distinto dos animais, Prometeu cumpre a tarefa, mas desafia os deuses no momento em que molda, no barro, os homens: atribui-lhes feições divinas, dota-os de espírito e concede-lhes dons especiais. Dá-lhes também o fogo. Prometeu tem, assim, a oportunidade de vingar-se de Zeus, responsável pelo banimento de sua raça. No primeiro banquete entre deuses e homens, Prometeu divide o boi sacrificado em duas porções, uma contendo a carne boa — escondida entre as vísceras — e outra contendo apenas ossos — escondidos na gordura. Por ter melhor aparência, a porção contendo os ossos é a escolhida por Zeus. Ao perceber o engodo, Zeus retira o fogo dos mortais. O sempre ardiloso Prometeu, entretanto, devolve-o aos homens e como punição é acorrentado no Monte Cáucaso. Ali, é condenado a ter o fígado eternamente devorado por uma águia. Zeus tampouco se esquece de punir os homens, e a eles envia Pandora, a primeira mulher, com uma caixa contendo todos os males do mundo. Vários aspectos desse mito podem ser encontrados em outros relatos da criação: o barro, as feições divinas, a desobediência, os males do mundo, o castigo eterno. É um arquétipo sempre revivido: basta lembrarmos o título original do famoso livro de Mary Shelley, Frankenstein — or, The Modern Prometheus.

No libreto escrito por Viganò, Prometeu aparece com duas estátuas de barro, e, graças à harmonia da música, as imagens adquirem emoções e são levadas ao Parnaso. Apolo ordena a Orfeu que lhes ensine a música; Terpsicore, a dança; Melpômene, a tragédia; Tália, a comédia. O balé estreou no Burgtheater de Viena em 1801. O libreto foi perdido, mas a música sobreviveu. Beethoven publicou a redução para piano no ano seguinte, como Gli uomini di Prometeo, dedicada à princesa Lichnowsky. A abertura foi publicada isoladamente em 1804, e é considerada a primeira abertura de Beethoven. Este é o único balé escrito por Beethoven, certamente porque a experiência revelou-se bastante infeliz: os críticos foram unânimes em afirmar que a música estava dissociada de possibilidades cênicas e não se adequava ao balé. Em 1813, Viganò reescreveu seu libreto, apresentando-o com grande sucesso em Milão. Mas a música era outra: um pastiche com obras de Mozart, Haydn e Beethoven. Conforme originalmente indicado na partitura, junto ao curto acorde final da abertura as trompas mantêm suas notas, fazendo a emenda com o movimento seguinte; porém, quando a abertura é apresentada de maneira isolada, como é o caso aqui, a emenda não ocorre. O tema principal da abertura foi reutilizado na Sinfonia n. 1, e o tema do último movimento encontra-se na Sinfonia n. 3 (Eroica) e nas Variações e fuga, op. 35.

Sinfonia n.1 em dó maior op. 21 Beethoven tinha 30 anos quando compôs sua primeira sinfonia. Com essa idade, Schubert já havia composto 9 sinfonias, Haydn, 11, e Mozart, 38. Crê-se, portanto, que Beethoven, apesar de consagrado como pianista e improvisador, e já tendo composto para piano (incluindo dois concertos), aguardou a segurança da maturidade musical para lançar-se como compositor de sinfonias e quartetos, formas tidas como superiores e mais difíceis. Como em 1800 Mozart já havia morrido e Haydn compunha cada vez menos, Beethoven era o candidato ideal ao posto que logo ficaria vago: o de melhor compositor de Viena, a capital musical da Europa de então. Beethoven pretendia dedicar sua primeira sinfonia ao Arquiduque Maximilian Franz, mas com a morte do patrono a dedicatória foi redirecionada ao Barão Gottfried van Swieten. Gottfried era um grande


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mecenas, além de maçom, diplomata e bibliotecário imperial. Também era músico amador, sem relevância, mas de seu catálogo curiosamente constam 3 óperas e 10 sinfonias. Auxiliou Haydn, Mozart e Beethoven, mas o principal feito do barão foi ter apresentado as obras de Bach e Haendel a Mozart e Beethoven, através de partituras de sua coleção. Há esboços desta primeira sinfonia feitos em 1794/95, mas ela foi realmente composta e finalizada entre 1799 e 1800. A estreia deu-se em abril de 1800, no Burgtheater, em um concerto beneficente onde também foram apresentados uma sinfonia de Mozart, uma ária e um dueto de A criação, de Haydn, assim como o Septeto (op.20) e o Concerto para piano n. 2, de Beethoven. O sucesso foi imediato e estrondoso. Apesar de seguir a estrutura clássica das sinfonias, Beethoven ousou com várias experimentações. A abertura não se inicia na tonalidade principal, mas em um acorde tenso seguido de muitas modulações; atualmente nossos ouvidos não se surpreendem, mas naquela época esse procedimento era uma grata perturbação. Beethoven usaria esse mesmo recurso em sua obra seguinte, justamente As criaturas de Prometeu, que abrem este programa. Além disso, o terceiro movimento, com a indicação Minueto, era muito rápido (conforme anotações metronômicas encontradas em cópias da época). Foi a partir dessa inovação que o scherzo substituiu o minueto nas sinfonias, gerando assim mais contraste e dinamismo. Apesar dessas inovações, será apenas a partir das sinfonias seguintes que Beethoven revolucionará sua linguagem, alçando a sinfonia a principal gênero musical do século XIX. A Sinfonia n. 1 guarda similaridades com a Sinfonia n. 41 (Júpiter), de Mozart, como segue também o padrão formal de Haydn. Beethoven tornou-se, dessa forma, herdeiro de uma tradição, formando com esses dois antecessores a chamada Primeira Escola de Viena. Cumpriu-se, assim, a profecia do conde Waldstein, que escreveu em seu diário: “Beethoven vai a Viena para receber o espírito de Mozart pelas mãos de Haydn”. MAGNUS LINDBERG (1958-)

Concerto para violino

O finlandês Magnus Lindberg é considerado um dos maiores compositores da atualidade. Estudou na Academia Sibelius, em Helsinki,

com Rautavaara e Heininen, depois também com Donatoni (Siena) e Ferneyhough (Darmstadt). Além de trabalhar no IRCAM (Institut de Recherche et Coordination Acoustique/Musique), fundou vários grupos experimentais e teve contato com a música asiática, o punk-rock alemão, o free jazz e o rock progressivo, entre outros. Sua música também é influenciada por Stravinsky, Stockhausen e Boulez. Lindberg assimila múltiplas influências e as redireciona com inventividade própria. Foi compositor residente da Filarmônica de Nova York e agora exerce a mesma função na Orquestra Filarmônica de Londres — temporada 2014/2015, onde apresentará seu Concerto para violino n. 2. Lindberg prefere utilizar grandes formações orquestrais, mas seu concerto para violino foi escrito para uma orquestra de dimensões mozarteanas. O contexto da estreia explica esse fato, uma vez que o concerto foi encomendado para o Mostly Mozart Festival, em Nova York. A história começa em 1995, ano em que a joveníssima violinista Lisa Batiashvili, então com 16 anos, fica em segundo lugar no Concurso Internacional de Violino Jean Sibelius (Pekka Kuusisto foi o primeiro colocado). Lindberg impressiona-se com sua performance, mas é a violinista que aborda o compositor, sugerindo a ele a composição de um concerto, fato que se concretizaria somente 11 anos depois. A estreia aconteceu no Avery Fisher Hall, em 2006, e a solista foi a própria Lisa, a quem a composição foi dedicada. A obra segue o padrão formal de um concerto em três movimentos emendados, com uma cadenza antes do final. O compositor retira dessa pequena formação um som de extrema grandeza e flexibilidade.

WOLFGANG AMADEUS MOZART (1756-91)

Abertura Così fan tutte

Poucos sabem que o título completo desta ópera é Così fan tutte, ossia La scuola degli amanti, que podemos traduzir por Assim fazem todas (as mulheres) ou A escola dos amantes. A sugestão da obra pode ter partido do Imperador Joseph II, e Antonio Salieri chegou a musicar alguns de seus trechos, mas, não se sabe por quê, Mozart foi encarregado da composição. Così fan tutte é um dramma giocoso em dois atos — informalmente, podemos classificá-lo como uma “comédia romântica”. O libreto, em


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italiano, é de Lorenzo Da Ponte, que já havia trabalhado com Mozart nas Bodas de Figaro e em Don Giovanni, a partir de textos conhecidos. Desta vez, Da Ponte resolveu criar um enredo próprio, mas a temática já havia sido abordada por Ovídio, Boccaccio, Ariosto e Shakespeare. O título foi retirado do primeiro ato das Bodas de Figaro, no qual Don Basílio canta: “Così fan tutte le belle, non c’è alcuna novità”, ou seja, o tema da ópera brinca com a inconstância feminina. A história se passa em Nápoles, no século XVIII. Os amigos Ferrando e Guglielmo, instigados por Don Alfonso, são desafiados a pôr à prova a fidelidade de suas noivas Dorabella e Fiordiligi. Disfarçados, cada um deles consegue conquistar a mulher do outro, mas, feitas as revelações, tudo termina bem. Esse enredo não causou estranhamento na época, mas o puritanismo do século seguinte julgou a ópera imoral e libertina. Seu resgate e revalorização ocorreram apenas na segunda metade do século XX. Regida por Mozart, Così fan tutte estreou no Burgtheater de Viena em 26 de janeiro de 1790, véspera do 34º aniversário do compositor. Apenas cinco récitas foram realizadas, pois a morte repentina do Imperador Joseph II ocasionou o fechamento dos teatros, em sinal de luto nacional. Na época de Mozart, as pessoas frequentavam o teatro não apenas para assistir à ópera, mas também para serem vistas. A abertura tinha a função de avisar o público, entretido socialmente, do início do espetáculo — era nesse momento que muitos tomavam seus assentos. Como as luzes da plateia permaneciam acesas durante as apresentações, as aberturas eram sempre brilhantes, para chamar a atenção da audiência. Alguns compositores, como Mozart, também usavam a abertura para introduzir os ouvintes aos humores e ao espírito da obra.

Sinfonia n. 40 em sol menor K.550 No verão de 1788, em pouco mais de seis semanas, Mozart compôs suas três últimas sinfonias: a n. 39, a n. 40 e a n. 41. Não sabemos ao certo o que motivou essa impressionante façanha. Alguns estudiosos sugerem que Mozart queria deixá-las como um legado à posteridade. Mas, sendo o compositor bastante pragmático, a alegação soa ingênua. Há outras teorias: as obras teriam como destino uma turnê pela Inglaterra (que não aconteceu) ou teriam sido encomendadas para uma série de concertos por assinatura (também sem indícios de que tenha ocorrido).

É possível que Mozart tenha idealizado as três sinfonias como um trabalho único, pois era comum a edição de sinfonias em grupos de três. Gerações de estudiosos já apontaram esse conjunto como uma “trilogia”, uma vez que as três sinfonias são bem distintas e complementares entre si. Nikolaus Harnoncourt corrobora essa visão, ressaltando que a Sinfonia n. 40, a do meio, não conta com uma “introdução” e seu final não é tão “grandioso” quanto o da sinfonia seguinte. De todas as sinfonias de Mozart, apenas esta e a n. 25 estão em tonalidade menor, e ambas em sol menor; vale lembrar que ainda se guardava, durante o classicismo, a prática barroca de relacionar tonalidades específicas a emoções determinadas (páthos). Também são desconhecidos a data e o local da estreia desta obra, uma vez que não chegaram a nós anúncios, cartas, críticas ou folhetos a respeito. Entretanto, há uma evidência da execução da sinfonia em Viena: em 1791 Mozart escreveu outra versão, adicionando dois clarinetes e modificando as linhas de oboés e flauta para acomodá-los. Essa adição pode ser explicada pela presença de dois excelentes clarinetistas na orquestra, os irmãos Stadler — Mozart não reescreveria a obra sem ter em mente sua execução. O cartaz do programa da Tonkünstler-Societät (Sociedade de Músicos) no Burgtheater, em abril de 1791, regida por Antonio Salieri, trazia no anúncio: “Uma grande sinfonia do sr. Mozart”. A Sinfonia n. 40 inicia-se com o pulsar nervoso das violas, seguido pelo tema nos violinos. O artifício de começar a obra diretamente pelo acompanhamento já fora utilizado por Haydn em um quarteto, e voltaria a ser usado por Mozart em seu último concerto para piano. No romantismo, tornou-se um procedimento comum. Ao invés de terminar a sinfonia em picardia (sol maior), como era a norma, Mozart insiste na conclusão em sol menor, enfatizando, assim, o caráter dramático da composição. Com o tempo, a Sinfonia n. 40 tornou-se uma das obras mais admiradas e executadas mundialmente. Beethoven copiou 39 de seus compassos em um caderno de rascunhos, junto aos esboços de sua Sinfonia n. 5. Quando Brahms adquiriu o manuscrito da Sinfonia n. 40, disse que finalmente tinha a “coroa de sua coleção de manuscritos”. Roberto Rodrigues trabalha no Departamento de Música da USP atendendo os alunos do PAM (Laboratório de Percepção e Análise Musical) e prestando assessoria à OCAM (Orquestra de Câmara) e ao Conjunto de Música Antiga da universidade. É também diretor do Audi Coelum, grupo dedicado à música sacra e à música antiga.


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Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen

SAIBA MAIS O projeto Schumann at Pier 2, ciclo integral das sinfonias de Robert Schumann, desenvolvido pela Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen (Die Deutsche Kammerphilharmonie Bremen), resultou num documentário produzido e gravado pela Deutsche Welle. O filme recebeu os prêmios Golden Remi Awards at the WorldFest-Houston International Film Festival 2013, e o Czech Television Prize at the Golden Prague International Festival 2012.

JULIA BAIER

Die Deutsche Kammerphilharmonie Bremen

A Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen (Die Deutsche Kammerphilharmonie Bremen) é uma orquestra jovem, criada há apenas 35 anos. Sua competência, porém, faz dela um dos melhores conjuntos de câmara do mundo. Uma das razões de seu sucesso deve-se à liberdade para trabalhar o repertório — escolhido de maneira consensual entre os integrantes e sem fazer concessões ao mercado — e à busca de igual independência na obtenção dos recursos para a manutenção da equipe. Com repertório variado, a orquestra conta com exímios instrumentistas e desenvolve projetos muito bem-sucedidos, como a gravação integral das sinfonias de Beethoven e de Schumann. A visão artística e empresarial de seus integrantes, firmes nos objetivos traçados em 1980, transformaram-na em um modelo refinado e inteligente de fazer música no século XXI. Inicialmente, os músicos optaram por se apresentar com diversos dirigentes e solistas convidados, tais como Christian Tetzlaff, Maria João Pires, Hilary Hahn, Heinrich Schiff, Trevor Pinnock e Viktoria Mullova, dispensando a figura de um maestro com mandato definido. A partir de 1988, o grupo passou a atuar de maneira mais constante com Mario Venzago, Heinrich Schiff e Jiri Belohlávek, ainda na condição de regentes convidados. Em 1995, Thomas Hengelbrock foi nomeado o primeiro diretor artístico do grupo. Em 1999, foi substituído por Daniel Harding, que dirigiu a orquestra até 2004, quando o estoniano Paavo Järvi assumiu o papel de titular, cargo que ocupa até hoje. O trabalho social e educacional do grupo é igualmente relevante. Em 2007, os músicos desenvolveram um projeto na escola pública Gesamtschule Bremen-Ost, localizada em uma região carente da cidade. Criaram-se, assim, oportunidades para alunos e para toda a comunidade local, que agora tem acesso à iniciação musical e desfruta de shows e de espetáculos de ópera. A Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen (Die Deutsche Kammerphilharmonie Bremen) se apresenta nas principais salas de concerto do mundo com seu regente titular e também com instrumentistas do calibre de Pekka Kuusisto, que, a exemplo dos dois concertos que ora se apresentam, atua como solista e diretor musical.


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Segundo o jornal britânico The Guardian, o finlandês Pekka Kuusisto é “um violinista cujo raro talento, mais do que interpretar, é transformar-se na música que toca”. O instrumentista apresenta-se soberbamente como solista e também como regente, e dedica especial atenção à música contemporânea e à execução de peças inéditas de compositores como Thomas Adès e Nico Muhly, para citar apenas alguns dentre tantos outros. Kuusisto nasceu em 1976, em Espoo, cidade que integra a região metropolitana de Helsinque, capital da Finlândia. Iniciou os estudos de violino aos 3 anos, com Géza Szilvay, e aos 9 já frequentava a Academia Sibelius como aluno de Tuomas Haapanen. Estudou com Miriam Fried e Paul Biss na Escola de Música da Universidade de Indiana. Em 1995, aos 19 anos, venceu o Concurso Internacional de Violino Jean Sibelius e recebeu o prêmio de melhor performance do Concerto para violino, do compositor finlandês. O segundo e terceiro lugares ficaram, respectivamente, com Lisa Batiashvili e Nikolaj Znaider. Uma de suas inúmeras qualidades como intérprete é a constante busca por experiências musicais fora do universo erudito. O violinista já se uniu a formações das mais variadas vertentes. Um bom exemplo é sua interpretação da Partita em ré menor, de Bach, acompanhado de um grupo de música eletrônica. Como performer, Kuusisto também está envolvido com o universo da dança. Do flamenco à dança contemporânea, participa de projetos ousados, como o espetáculo coreográfico para o já citado Concerto para violino, de Sibelius, que deve acontecer ainda em 2015 no Festival de Música de Dresden. No circuito da música clássica, figura como solista e regente de grupos de câmara em importantes temporadas mundo afora. Da mesma maneira atua como artista residente em alguns dos principais festivais da Europa, como o Aldeburgh Festival, na Inglaterra, e o Robeco Zomerconcerten of Amsterdam’s Concertgebouw. Com a Tapiola Sinfonietta, gravou recentemente o Concerto para violino, de Magnus Lindberg, peça que integra o programa das duas apresentações em São Paulo.

TANJA AHOLA

Pekka Kuusisto violino e direção musical

SAIBA MAIS Acompanhado pela Orquestra Sinfônica da Rádio Finlandesa, sob regência de Hannu Lintu, Pekka Kuusisto interpretou o Concerto para violino, de Sebastian Fagerlund, em sua estreia mundial, em 2012. O CD Sebastian Fagerlund — Darkness in ligth, foi lançado pelo selo BIS.


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Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen Die Deutsche Kammerphilharmonie Bremen

Pekka Kuusisto violino e direção musical primeiros violinos

Janne Nisonen (spalla) Matthias Cordes Hozumi Murata Johannes Haase Gunther Schwiddessen Beate Weis segundos violinos

Jörg Assmann Timofei Bekassov Katherine Routley Wojciech Garbowski Hanna Nebelung Stefan Latzko

fagotes

Higinio Arrué Edurne Santos trompas

Elke Schulze Höckelmann Markus Künzig trompetes

Christopher Dicken Bernhard Ostertag tímpanos

Raúl Camarasa

violas

Friederike Latzko Anja Manthey Klaus Heidemann Corina Golomoz Mariko Hara violoncelos

Tristan Cornut Marc Froncoux Ulrike Rüben Stephan Schrader patrocinador desta turnê

DW

contrabaixos

Matthias Beltinger Pedro Gadelha flautas

Bettina Wild Ulrike Höfs

realização

oboés

Rodrigo Blumenstock / Ulrich König clarinetes

Matthew Hunt Maximilian Krome

Ministério da

Cultura


PATROCINADORES 2015

master

prata

platina

bronze

ouro

apoio

realização


AMIGOS DA CULTURA ARTÍSTICA Agradecemos a todos que contribuem para tornar realidade os espetáculos e projetos educativos promovidos pela Cultura Artística. MECENAS

MANTENEDORES

Adolpho Leirner Álvaro Luiz Fleury Malheiros Ana Maria Levy Villela Igel Ane Katrine e Rodolfo Villela Marino Anna Helena Americano de Araújo Antonio Hermann D. M. Azevedo Arsenio Negro Jr. Beatriz Baumgart Tadini Cláudio Thomaz Lobo Sonder Cristian Baumgart Stroczynski Cristina Baumgart Edy Gomes Cassemiro Erwin e Marie Kaufamnn Fabio de Campos Lilla Gioconda Bordon Giovanni Guido Cerri Hélio Seibel Henri Philippe Reichstul Henri Slezynger e Dora Rosset Israel Vainboim Jacques Caradec Jean Claude Ramirez José Carlos Evangelista José E. Queiroz Guimarães José Luiz e Sandra Setúbal José Roberto Opice Lea Regina Caffaro Terra Luis Stuhlberger Marcelo Kayath Marcos Baumgart Stroczynski Marisa e Jan Eichbaum Michael e Alina Perlman Milú Villela Nelson Nery Junior Otto Baumgart Paulo Proushan Pedro Herz Pedro Stern Regis Edouard Alain Dubrule Roberto Baumgart Rosa Maria de Andrade Nery Ruy Souza e Silva e Fátima Zorzato Ursula Baumgart 7 Mecenas Anônimos

Adélia e Cleõmenes Dias Baptista (i. m. ) Airton Bobrow Alexandre e Silvia Fix Alvaro Oscar Campana Ana Maria Igel e Mario Higino Leonel Antonio Ailton Caseiro Antonio Carlos Barbosa de Oliveira Antonio Carlos de Araújo Cintra Antonio Corrêa Meyer Antonio Kanji Carmo e Jovelino Mineiro Cassio Casseb Lima Claudia Helena Plass Cleide e Luiz Rodrigues Corvo Eva e Mário Arthur Adler Fernando Eckhardt Luzio Francisco Humberto de Abreu Maffei Gerard Loeb Hélio Arthur Bacha Jayme Bobrow José e Priscila Goldenberg José Roberto Mendonça de Barros Livio De Vivo Luis Stuhlberger Maria Adelaide Amaral Minidi Pedroso MV Pratini de Moraes Neli Aparecida de Faria Nelson Pereira dos Reis Olavo Setúbal Jr Oswaldo Henrique Silveira Paula e Hitoshi Castro Paulo Bruna Paulo Leser Regina e Gerald Reiss Regina e Salim Lamha Ricard Takeshi Akagawa Roberto e Luizila Calvo Ruth Lahoz Mendonça de Barros Ruy e Celia Korbivcher Sandra Arruda Grostein Silvia e Fernando Carramaschi Stela e Jayme Blay Tamas Makray

Thomas Frank Tichauer Vivian Abdalla Hannut Walter Sacca 4 Mantenedores Anônimos

BENFEITORES Abram e Clarice Topczewski Alberto Whitaker Alfredo Rizkallah Aluízio Guimarães Cupertino Antonio Carlos Marcondes Machado Arnaldo Malheiros Bruno Alois Nowak Calçados Casa Eurico Carlos Chagas Rodrigues Carlos P. Raucher Claudia Annunziata G. Musto Claudio Alberto Cury Claudio e Selma Cernea Consuelo de Castro Pena Dario Chebel Labaki Neto Dario e Regina Guarita Edith Ranzini Edson Eidi Kumagai Elias e Elizabeth Rocha Barros Elisa Wolynec Eric Alexander Klug Fernando de Azevedo Corrêa Francisco J. de Oliveira Jr. Francisco Montano Filho Gustavo e Cida Reis Teixeira Heinz Jorg Gruber Henrique e Michelle Tichauer Henrique Lindenberg Neto Isaac Popoutchi Issei e Marcia Abe Izabel Sobral José Thales S. Rebouças Katalin Borger Leo Kupfer Lourenço Augusto de Meireles Reis Luci Banks Leite Lúcia e Nemer Rahal Luiz Diederichsen Villares

Luiz Henrique Martins Castro Luiz Roberto de Andrade Novaes Luiz Schwarcz Malú Pereira de Almeida Marcelo Pereira Lopes de Medeiros Marco Tullio Bottino Marcos de Mattos Pimenta Maria Joaquina Marques Dias Maria Teresa Igel Michael Haradom Nelson Vieira Barreira Oscar Lafer Patricia de Moraes Patriicia Upton e Nelson Ascher Paulo Cezar Aragão Paulo Mordehachvili Paulo Roberto Pereira da Costa Raul Correa da Silva Ricardo Bohn Gonçalves Ronald Bryan Salem Rosa Maria Graziano Rubens Halaban Salim Taufic Schahin Sergio Luiz Macera Suzana Pasternak Thyrso Martins Ulysses de Paula Eduardo Jr. Vavy Pacheco Borges Walter Ceneviva Wilma Kövesi (i. m. ) 10 Benfeitores Anônimos

APOIADORES Aliseu Ventiladores Alessandro e Dora Ventura Ana Maria Malik André Guyvarch Andrea Sandro Calabi Anna Veronica Mautner Arnoldo Wald Beatriz Garcez Lohmann Carmen Guarini Cássio Augusto Macedo da Silva Cristine Conforti

Nelia e Eduardo Carvalho Eduardo Simplicio da Silva Eliana Regina Marques Zlochevsky Ana Elisa e Eugenio Staub Filho Eugênio Suffredini Neto Frédéric de Mariz Daniela e Frederico Carramaschi Galícia Empreend. e Participações Ltda Gustavo Henrique Machado de Carvalho Helio e Livia Elkis Horacio Mario Kleinman Irene Abramovich Irente Kantor Israel Sancovski João Baptista Raimo Jr. Flavia Velloso e João Mauricio T. da Costa Jorge Diamant José Carlos Dias José Francisco Kerr Saraiva José Theophilo Ramos Jr. Junia Borges Botelho Karen Macknow Lisboa e Claudio Struck Lilia Salomão Lucila Pires Evangelista Ciça Callegari e Luiz Mello Regina Celidonio e Luiz Fernando Caiuby L. da Silva Luiz Gonzaga Marinho Brandão Marcello D. Bronstein Maria Bonomi Teli Penteado Cardoso M. Luiza Santari M. Porto Maria da Graça e Mario Luiz Rocco Mario Roberto Rizkallah Marta D. Grostein Martha Rosemberg Mauro André Mendes Finatti Elizabete e Mauro Guiotoku Beatriz e Numa Valle Paulo Emilio Pinto Pedro Spyridion Yannoulis Percival Lafer Plinio J. Marafon Raquel Szterling Nelken Ricardo A. E. Mendonça Ricardo e Suzanne Gallo

Sandra e Charles Cambur Walter Jacob Curi 21 Apoiadores Anônimos

Lista atualizada em 18 de março de 2015.

Para mais informações, ligue para (11) 3256 0223, escreva para amigos@culturaartistica.com.br ou visite www.culturaartistica.com.br/amigos.


Agradecemos a todos que têm contribuído, de diversas maneiras, para o esforço de construção do novo Teatro Cultura Artística.

PATROCINADORES

PRINCIPAIS DOADORES (R$ 5.000,00 ou mais) Adolpho Leirner Affonso Celso Pastore Agência Estado Aggrego Consultores Airton Bobrow Alexandre e Silvia Fix Alfredo Egydio Setúbal Alfredo Rizkallah Álvaro Luís Fleury Malheiros Ana Maria Levy Villela Igel Antonio Carlos Barbosa de Oliveira Antonio Carlos de Araújo Cintra Antonio Corrêa Meyer Arnaldo Malheiros Arsenio Negro Jr. Aurora Bebidas e Alimentos Finos Banco Pine Banco Safra Bicbanco Bruno Alois Nowak Calçados Casa Eurico Camargo Correa Camilla Telles Ferreira Santos Carlos Nehring Netto CCE Center Norte Cláudio e Rose Sonder Cleõmenes Mário Dias Baptista (i.m.) Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração Daniela Cerri Seibel e Helio Seibel Dario Chebel Labaki Neto Dora Rosset Editora Pinsky Ltda. Elias Victor Nigri

Elisa Wolynec EMS Erwin e Marie Kaufmann Eurofarma Fabio de Campos Lilla Fanny Ribenboin Fix Fernando Eckhardt Luzio Fernão Carlos Botelho Bracher Festival de Salzburgo Flávio e Sylvia Pinho de Almeida Francisca Nelida Ostrowicz Francisco H. de Abreu Maffei Frédéric de Mariz Frederico Lohmann Fundação Filantrópica Arymax Gerard Loeb Gioconda Bordon Giovanni Guido Cerri Heinz J. Gruber Helga Verena Maffei Henri Philippe Reichstul Henri Slezynger Henrique Meirelles Idort/SP Israel Vainboim Jacques Caradec Jairo Cupertino Jayme Bobrow Jayme Sverner Joaquim de Alcântara Machado de Oliveira Jorge Diamant José Carlos e Lucila Evangelista José E. Queiroz Guimarães José Ephim Mindlin Jose Luiz Egydio Setúbal

José M. Martinez Zaragoza José Roberto Mendonça de Barros José Roberto Opice Jovelino Carvalho Mineiro Filho Katalin Borger Lea Regina Caffaro Terra Leo Madeiras Livio De Vivo Luís Stuhlberger Luiz Diederichsen Villares Luiz Gonzaga Marinho Brandão Luiz Rodrigues Corvo Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados Mahle Metal Leve Maria Adelaide Amaral Maria Alice Setúbal Maria Bonomi Maria Helena de Albuquerque Lins Marina Lafer Mário Arthur Adler Marisa e Jan Eichbaum Martha Diederichsen Stickel Michael e Alina Perlman Milú Villela Minidi Pedroso Moshe Sendacz Natura Neli Aparecida de Faria Nelson Reis Nelson Vieira Barreira Oi Futuro Oswaldo Henrique Silveira Otto Baumgart Indústria e Comércio Paulo Bruna Paulo Setúbal Neto Pedro Herz Pedro Pullen Parente Pinheiro Neto Advogados Polierg Tubos e Conexões Polimold Industrial S.A. Porto Seguro Raphael Pereira Crizantho Ricard Takeshi Akagawa Ricardo Egydio Setúbal Ricardo Feltre Ricardo Ramenzoni Richard Barczinski Roberto Baumgart Roberto Egydio Setúbal

Roberto e Luizila Calvo Ruth Lahoz Mendonça de Barros Ruy e Celia Korbivcher Salim Taufic Schahin Samy Katz Sandor e Mariane Szego Santander São José Construções e Comércio (Construtora São José) Silvia Dias Alcântara Machado Stela e Jayme Blay Suzano Tamas Makray Theodoro Jorge Flank Thomas Kunze Thyrso Martins Unigel Ursula Baumgart Vale Vavy Pacheco Borges Vitor Maiorino Netto Vivian Abdalla Hannud Volkswagen do Brasil Ind. de Veículos Automotores Ltda. Wolfgang Knapp Yara Baumgart 3 Doadores Anônimos

Gostaríamos de agradecer também as doações de mais de 200 empresas e indivíduos que contribuíram com até R$ 5.000,00. Lamentamos não poder, por limitação de espaço, citá-los nominalmente.

realização


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