2015
Orquestra do Festival de Budapeste IvĂĄn Fischer regĂŞncia Miah Persson soprano Alexander Toradze piano
Qual o som do compromisso com a música?
O Credit Suisse também ouve atentamente, quando se trata de música clássica. É por isso que somos, com muito orgulho, patrocinadores da Sociedade de Cultura Artística.
credit-suisse.com/sponsoring
o ministério da cultura e a cultura artística apresentam
Orquestra do Festival de Budapeste Iván Fischer regência
Miah Persson soprano
Alexander Toradze piano
patrocínio
realização
Ministério da
Cultura
gioconda bordon
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programa
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notas sobre o programa Mário Videira
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biografias
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SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICA DIRETORIA presidente
Pedro Herz diretores
Antonio Hermann D. Menezes de Azevedo Carlos Mendes Pinheiro Júnior Gioconda Bordon Fernando Carramaschi Fernando Lohmann Luiz Fernando Faria Ricardo Becker Rodolfo Villela Marino superintendente
Frederico Lohmann CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO presidente
Cláudio Sonder vice-presidente
Roberto Crissiuma Mesquita conselheiros
Carlos José Rauscher Francisco Mesquita Neto Gérard Loeb Henri Philippe Reichstul Henrique Meirelles Jayme Sverner Marcelo Kayath Milú Villela Pedro Herz Pedro Parente Plínio José Marafon CONSELHO CONSULTIVO Alberto Jacobsberg Alfredo Rizkallah George Zausner João Lara Mesquita José Zaragoza Mário Arthur Adler Patrícia Moraes Roberto Baumgart Salim Taufic Schahin Stefano Bridelli Sylvia Pinho de Almeida Thomas Michael Lanz PROGRAMA DE SALA — EXPEDIENTE coordenação editorial
Gioconda Bordon supervisão geral
Silvia Pedrosa edição
Marta Garcia projeto gráfico
Paulo Humberto Ludovico de Almeida editoração eletrônica
Ludovico Desenho Gráfico assessoria de imprensa
Floter & Schauff
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO — OSESP regente titular
Marin Alsop
(2012-2016)
regente associado
Celso Antunes
(2012-2016)
diretor artístico
Arthur Nestrovski FUNDAÇÃO ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE CULTURA presidente de honra
Fernando Henrique Cardoso presidente do conselho de administração
Fábio Colletti Barbosa
vice-presidente do conselho de administração
Antonio Carlos Quintella diretor executivo
Marcelo Lopes
superintendente
Fausto Augusto Marcucci Arruda marketing
Carlos Harasawa diretor Mauren Stieven Bruna Costa de Oliveira Gabrielle Coelho departamento de operações
Mônica Cássia Ferreira gerente Cristiano Gesualdo Fabiane de Oliveira Araújo Guilherme Vieira Larissa Baleeiro da Silva Regiane Sampaio Bezerra Vinicius Goy de Aro apoio a eventos
Felipe Lapa
departamento técnico
Karina Del Papa gerente Angela da Silva Sardinha Bianca Pereira dos Santos Carlos Eduardo Soares da Silva Ednilson de Campos Pinto Eliezio Ferreira de Araújo Erik Klaus Lima Gomides iluminação
Douglas Alves de Almeida Edivaldo José da Silva sonorização
Andre Vitor de Andrade Fernando Vieira da Silva Renato Faria Firmino montagem
Reinaldo Roberto Santos controlador de acesso
Sandro Marcello Sampaio de Miranda encarregado indicadora
Mariana Neves encarregada realização Ministério da
Cultura
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Gioconda Bordon
gioconda@culturaartistica.com.br
OS TONS VIBRANTES DE BUDAPESTE Nos dois concertos de abertura da Temporada 2007, a Orquestra do Festival de Budapeste, regida por Iván Fischer, encantou o público interpretando duas peças primordiais do repertório sinfônico: a Sinfonia n. 7 em mi menor, de Bruckner, na primeira noite, e a Sinfonia n. 5 em dó menor, de Beethoven, no segundo concerto. Completaram os programas a Sinfonia concertante para oboé, clarineta, trompa, fagote e orquestra em mi bemol maior, K. 297, de Mozart, e a Peça de concerto para quatro trompas e orquestra em fá maior, op. 86, de Schumann. A vitalidade da interpretação das sinfonias de Bruckner e de Beethoven, porém, tornou as apresentações simplesmente inesquecíveis. Iván Fischer aborda de maneira direta uma das principais questões do repertório sinfônico tradicional: podemos ouvir sempre as mesmas obras sem a sensação de “mais uma vez a mesma coisa”? A resposta é: sim, podemos. Fischer não se vale apenas de mecanismos como pulsação firme e entradas ousadas nos fortíssimos e pianíssimos. Ele torna a música surpreendente, enunciando cada pequena frase com inigualáveis leveza e transparência. Ao mesmo tempo, a eloquência do conjunto desperta a sensação de estarmos descobrindo as nuances da obra pela primeira vez, ou mais uma vez. O frescor e o inesperado são fundamentais para manter viva a expressão artística de qualquer natureza: música, pintura ou poesia. A Orquestra do Festival de Budapeste nos transmite essa vibração. São conhecidos, na capital húngara, seus concertos-surpresas, titok-koncerts, nos quais o programa é anunciado apenas no momento em que a orquestra já está no palco. Nestas duas noites, os programas, já anunciados, serão arrebatadores. Nenhuma surpresa, mas muita emoção. Bom concerto a todos!
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SÉRIE BRANCA Sala São Paulo, 29 de junho, segunda-feira, 21h
Orquestra do Festival de Budapeste Iván Fischer regência Miah Persson soprano BÉLA BARTÓK (1881-1945)
Esboços húngaros, sz. 97
c. 11’
I. Este a székelyeknél/Uma noite com os Székely II. Medvetánc/Dança do Urso III. Melódia/Melodia IV. Kicsit ázottan/Ligeiramente embriagado V. Ürögi kanásztánc /Dança dos guardadores de porcos de Ürög
RICHARD STRAUSS (1864-1949)*
Quatro últimas canções c. 19’ I. Frühling/Primavera (Hesse) II. September/Setembro (Hesse) III. Beim Schlafengehen/Indo dormir (Hesse) IV. Im Abendrot/No crepúsculo (Eichendorff ) * Letras nas páginas 19 e 20 intervalo
GUSTAV MAHLER (1860-1911)
Sinfonia n. 4 em sol maior I. Bedächtig. Nicht eilen/Circunspecto. Sem correr II. In gemächlicher Bewegung. Ohne Hast / Num movimento cômodo. Sem pressa III. Ruhevoll/Calmo IV. Sehr behaglich/Muito confortavelmente* * Letra na página 21 Os concertos serão precedidos de palestra de Irineu Franco Perpetuo, às 20h, no auditório do primeiro andar da Sala São Paulo. O conteúdo editorial dos programas da Temporada 2015 encontra-se disponível em nosso site uma semana antes dos respectivos concertos.
c. 55’
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SÉRIE AZUL Sala São Paulo, 30 de junho, terça-feira, 21h
Orquestra do Festival de Budapeste Iván Fischer regência Alexander Toradze piano SERGEI PROKOFIEV (1891-1953)
Abertura sobre temas hebraicos, op. 34
c. 10’
MAURICE RAVEL (1875-1937)
Pavane pour une enfante défunte/ Pavana para uma infanta defunta PROKOFIEV
Concerto para piano n. 1 em ré bemol maior, op. 10
c. 6’ c. 15’
Allegro brioso – Meno mosso – Andante assai – Allegro scherzando
RAVEL
Concerto para piano em sol maior
c. 22’
I. Allegramente II. Adagio assai III. Presto intervalo
JOHANNES BRAHMS (1833-97)
Sinfonia n. 4 em mi menor, op. 98 I. Allegro non troppo II. Andante moderato III. Allegro giocoso IV. Allegro energico e passionato Programação sujeita a alterações. Siga a Cultura Artística no Facebook facebook.com/culturartistica
c. 40’
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NOTAS SOBRE O PROGRAMA Mário Videira
BÉLA BARTÓK (1881-1945)
Esboços húngaros, sz. 97 (1931) Juntamente com Zoltán Kodály, Béla Bartók foi um dos pioneiros no registro e gravação da música folclórica da Hungria, Romênia e Eslovênia. Seu trabalho etnomusicológico exerceu forte influência em sua atividade como compositor. Como observou o compositor Pierre Boulez, essa busca por documentos folclóricos autênticos traria modificações profundas em sua estética, “forçando-o a resolver o problema da música húngara de um modo que ultrapassa o simples exotismo da província”. Os Esboços húngaros (Magyar képek) são, na verdade, orquestrações de peças compostas originalmente para piano, entre os anos de 1908 e 1911. O próprio compositor admitiu ter escrito essas orquestrações devido a dificuldades financeiras. Assim, foram pensadas tendo em vista agradar o público e despertar o interesse das orquestras. As duas primeiras peças faziam parte das Dez peças fáceis para piano (1908). A primeira peça do ciclo, Uma noite com os Székely, foi descrita pelo autor como uma composição original, isto é, com temas de sua própria invenção, “mas ao estilo das melodias folclóricas da Hungria e da Transilvânia. Há dois temas: o primeiro explora um ritmo parlando-rubato e o segundo é mais ou menos uma imitação do modo de tocar flauta dos camponeses”. Já a Dança do urso é uma espécie de rondó, no qual o tema se alterna com dois episódios, reproduzindo uma dança rústica, marcada pela presença dos ostinati nas cordas. Bartók relata que a peça descrevia um urso que dança e ruge ao som de um tambor. A Melodia, que está no centro do ciclo, revela a forte influência de Debussy e foi escrita originalmente como a segunda das 4 Nênias, op. 9a (1909/1910); Ligeiramente embriagado é a segunda das Três burlescas, op. 8c (1911) e, com suas constantes flutuações de tempo, procura retratar um bêbado que soluça e cambaleia. A última peça é a Dança dos guardadores de porcos de Ürög, proveniente do ciclo For children, vol. 2 (1908-09), que reproduz a música da gaita de foles e encerra o ciclo de maneira brilhante.
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RICHARD STRAUSS (1864-1949)
Quatro últimas canções (1948)
Richard Strauss foi um dos maiores compositores de ópera do século XX. Além disso, escreveu mais de 200 canções para voz e piano, e cerca de 40 para voz e orquestra. As Quatro últimas canções foram completadas entre maio e setembro de 1948. A primeira canção (Primavera) explora longos melismas na voz da soprano, que descrevem o canto dos pássaros na primavera. A segunda canção (Setembro) descreve a tristeza do jardim com o final do verão. Com um magnífico solo de trompa, que conclui a peça, Strauss evoca o desejo de repouso desse verão que, lentamente, vai cerrando seus olhos fatigados. A terceira canção (Indo dormir) se destaca por um longo solo de violino na parte central, cuja melodia — que descreve o voo da alma que paira no círculo mágico da noite — é depois retomada pela soprano. A quarta peça (No crepúsculo) descreve um casal que, após caminhar longamente de mãos dadas, afirma: “Ó silenciosa paz, tão profunda no crepúsculo. Como estamos cansados de caminhar! Será que isso é a morte?”. Logo após essas últimas palavras, o compositor cita seu poema sinfônico Tod und Verklärung (Morte e transfiguração), escrito mais de meio século antes, em 1889. Como bem observou o musicólogo Norman Del Mar a respeito desse ciclo, “o cansaço da idade avançada diante da morte iminente e bem-vinda não é propriamente triste, e sim algo mais profundo. É prerrogativa da grande arte suscitar emoções sem nome, mas capazes de nos dilacerar”. GUSTAV MAHLER (1860-1911)
Sinfonia n. 4 em sol maior (1900)
O último movimento desta obra remonta originalmente a 1892: trata-se de um arranjo orquestral da canção Das Himmlische Leben (A vida celestial), do ciclo Das Knaben Wunderhorn (A trompa mágica do menino), e que Mahler havia pensado inicialmente como final de sua Terceira sinfonia. A Quarta sinfonia foi composta em torno dos motivos dessa canção. Esses motivos musicais permeiam toda a estrutura e podem ser ouvidos nos demais movimentos da obra. Concluída em agosto
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de 1900, esta é a mais curta e, na opinião de diversos críticos, também a mais acessível das sinfonias de Mahler. Seu primeiro movimento possui um caráter pastoral, dado pelos sons de flautas e sinos. Dotada de extrema transparência, o elemento trágico e sombrio também se faz presente em vários momentos, como por exemplo nas dissonantes intervenções do trompete, que já prenunciam o tema principal de sua Quinta sinfonia. O segundo movimento pode ser descrito como um scherzo com trio. Segundo relatos de Alma Mahler, esse movimento teria sido inspirado por uma pintura de Arnold Rocklin intitulada Auto-retrato com a morte tocando violino. O terceiro movimento é uma melancólica elegia, que tem a estrutura de um tema com variações. No quarto movimento o compositor nos apresenta uma imagem do Paraíso visto pelos olhos de uma criança. De acordo com Henry-Louis de La Grange, “por detrás da simplicidade deliberada e da orquestração relativamente modesta se escondem uma riqueza de invenção, uma densidade polifônica, uma concentração de ideias musicais e, ao mesmo tempo, uma técnica soberana, complexidade e sofisticação”. SERGEI PROKOFIEV (1891-1953)
Abertura sobre temas hebraicos, op. 34 (1919) Concerto para piano n. 1 em ré bemol maior, op. 10 (1912) A Abertura sobre temas hebraicos resulta de uma encomenda feita a Prokofiev durante seu exílio nos Estados Unidos. No outono de 1919 ele reencontra um grupo de antigos colegas do Conservatório de São Petersburgo, que havia fundado um sexteto, consistindo de clarinete, quarteto de cordas e piano. Esses amigos convenceram Prokofiev a escrever uma peça a partir de temas folclóricos hebraicos. Apesar do ceticismo inicial de Prokofiev, ele escolheu algumas melodias sobre as quais começou a improvisar ao piano. Para seu espanto, seções inteiras começaram a tomar forma e a obra toda foi composta em apenas dois dias. A estreia, em janeiro de 1920, foi um enorme sucesso, levando o compositor a preparar também uma transcrição para orquestra em 1934. O Primeiro concerto para piano de Prokofiev remonta aos seus anos de juventude. Originalmente pensado como um concertino para piano
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e orquestra, foi aos poucos se transformando em um concerto dotado de uma estrutura formal concisa e um estilo altamente virtuosístico, explorando as diversas possibilidades oferecidas pelo instrumento. Sua estreia ocorreu em agosto de 1912, com o próprio compositor ao piano. Alguns dos principais críticos da época julgaram tratar-se de uma obra “grosseira, primitiva e desafinada” e que “dificilmente mereceria ser chamada de música”. Sem se deixar abalar pelas críticas negativas, o próprio compositor considerava o concerto como sua primeira obra mais ou menos madura, tanto em termos de concepção como de realização. Dois anos mais tarde, Prokofiev decidiu tocar esse mesmo concerto na prova final de conclusão de seus estudos no Conservatório de São Petersburgo. O júri ficou dividido: os professores mais tradicionais protestavam contra essas “perigosas tendências modernas”. No entanto, Prokofiev obteve a maioria dos votos, recebendo o prêmio Anton Rubinstein. Rememorando aqueles anos de Conservatório, Prokofiev afirmou: “Tudo o que eu aprendia nas aulas de harmonia procurava não aplicar nas minhas composições; esforçava-me, ao contrário, por me afastar, escolhendo a liberdade”. MAURICE RAVEL (1875-1937)
Pavana para uma infanta defunta (1899; orquestrada em 1910) Concerto para piano em sol maior (1929-31) Encomendada pela princesa de Polignac, a Pavana é, sem dúvida, uma das peças mais conhecidas de Ravel. Escrita originalmente para piano em 1899 e publicada já no ano seguinte, a peça só foi estreada em abril de 1902, pelo pianista Ricardo Viñes. Para surpresa do compositor — que a considerava uma peça despretensiosa, formalmente pobre e revelando ainda uma “influência excessiva de Chabrier” — a obra fez imenso sucesso. Assim, poucos anos após a estreia, ele decide realizar uma orquestração da peça, publicada em 1910. O lirismo repleto de referências arcaizantes dialoga com outras peças do autor, como é o caso do Menuet antique, composto em 1895. O Concerto para piano em sol maior estreou em janeiro de 1932, com a pianista Marguerite Long ao piano, sob regência do próprio compositor. Curiosamente, a Pavana foi apresentada naquele mesmo
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concerto. A atuação de Ravel como regente foi duramente atacada pela crítica: “Ravel tem se apresentado continuamente como pianista e como regente, embora ele provavelmente não possa brilhar em nenhuma dessas especialidades […]. Sua Pavana estava insuportavelmente lenta […] e faltou clareza e elasticidade ao acompanhamento do Concerto”. No entanto, se a crítica tinha reservas a Ravel enquanto intérprete, não poupava elogios à qualidade das obras ali apresentadas: “Mas há apenas elogios para o compositor dessas obras delicadas e sutis, cuja orquestração está repleta de profunda invenção, de inimitável originalidade de escrita e pensamento. O novo concerto é digno das outras obras-primas que devemos a Ravel. A obra é de fácil compreensão e dá a impressão de extrema jovialidade. É maravilhoso ver como esse mestre possui maior frescor de inspiração do que os jovens de hoje”. De acordo com a descrição do próprio compositor, trata-se de um concerto de caráter leve e brilhante, escrito no espírito de Mozart e Saint-Saëns. No entanto, a obra possui inequívocos traços de modernidade, como o uso de bitonalidade, polirritmia e reminiscências do jazz norte-americano. O segundo movimento, de caráter bastante camerístico, inicia-se com uma melodia lírica e expressiva, acompanhada por um baixo ostinato, que gradualmente vai se intensificando em arabescos que remetem à Berceuse de Chopin. O terceiro movimento possui um caráter festivo, evocando uma brilhante toccata, com uma seção de desenvolvimento em perpetuum mobile. Também aqui podemos perceber uma marcada influência jazzística, oferecendo dificuldades técnicas consideráveis não apenas para o solista, mas também para as cordas e os sopros. JOHANNES BRAHMS (1833-97)
Sinfonia n. 4 em mi menor, op. 98 (1885)
A partir de meados do século XIX uma grande polarização estética tomou conta do ambiente musical germânico: trata-se do embate entre música programática e música absoluta. De um lado, os partidários da Neudeutsche Schule (Nova Escola Alemã), que se viam como “progressistas” e “inovadores”, e acreditavam que o futuro da música estaria no caminho aberto pelos dramas musicais de Wagner e pelos poemas sinfônicos de Liszt. Essa vertente era vista com ceticismo pelos
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partidários do ideal de música absoluta, defendido por críticos como Eduard Hanslick, para o qual o belo na música deveria ser algo de especificamente musical e independente de quaisquer conteúdos externos, ou seja, uma beleza que estaria nos próprios sons e em sua combinação artística. Para Hanslick, o compositor que melhor incorporava esses ideais era, sem dúvida, Johannes Brahms: “Qual sinfonia dos últimos trinta ou quarenta anos é comparável, mesmo que remotamente, àquelas de Brahms?”, perguntava-se. Composta entre os anos de 1884 e 1885, e tendo estreado em outubro desse mesmo ano, a Quarta sinfonia de Brahms obteve enorme sucesso. É ainda o crítico vienense Eduard Hanslick quem comenta: “Desde sua primeira apresentação em Meiningen, esta sinfonia obteve uma série de triunfos. […] Brahms é único em suas fontes de genuína invenção sinfônica; em sua suprema maestria de todos os segredos do contraponto, harmonia e instrumentação; na lógica do desenvolvimento combinada com a mais bela liberdade de fantasia. Todas essas virtudes estão presentes em abundância na Quarta sinfonia”. Seguindo o modelo deixado pelas sinfonias de Beethoven, a construção e desenvolvimento dos temas obedece aqui ao imperativo de se garantir a unidade e coerência motívicas de toda a obra. Trata-se daquilo que, mais tarde, o compositor Arnold Schoenberg denominaria de “variação em desenvolvimento”, ou seja, a construção de uma obra “por meio da contínua modificação de uma ou mais características (intervalos, ritmos) de uma ideia básica, de acordo com procedimentos como inversão, fragmentação, extensão e deslocamento”. Além disso, essa sinfonia se coloca como um contínuo diálogo com a tradição musical austro-germânica — nesse sentido, destaca-se o uso da passacaglia no quarto movimento da peça, que faz alusão direta à cantata Nach dir, Herr, verlanget mich, de J. S. Bach (BWV 150).
Mário Videira é professor de piano, estética musical e história da ópera no Departamento de Música da USP. Publicou o livro O romantismo e o belo musical.
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SAIBA MAIS Em 2014 a Orquestra do Festival de Budapeste dedicou duas semanas de sua agenda projetos comunitários. A orquestra tocou em unidades do S.O.S. Children’s Villages International e fez concertos gratuitos em igrejas, sinagogas e hospitais.
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Orquestra do Festival de Budapeste A Orquestra do Festival de Budapeste, considerada uma das dez mais importantes do mundo, é uma formação singular no universo sinfônico tradicional. Criada em 1982 por Zoltán Kócsis — pianista, maestro e compositor — e por Iván Fischer, maestro, compositor e há 32 anos diretor e regente principal, começou a se reunir anualmente para um número específico de concertos. Grupos dessa natureza são conhecidos por seu desempenho excepcional: instrumentistas de ponta reúnem-se pelo prazer de tocar juntos em determinadas ocasiões, sem os vínculos e as obrigações de um grupo institucionalizado. Em 1992, a orquestra oficializou-se e passou a contar com recursos da prefeitura de Budapeste. Administrada por uma fundação, é hoje a principal orquestra da Hungria e uma das mais prestigiadas da Europa. Sempre liderada por Iván Fischer, mantém intactos o som brilhante e o entusiasmo da época de seu surgimento. Convidada habitual das maiores salas internacionais de concerto, como o Musikverein, de Viena, o Royal Concertgebouw, de Amsterdã, o Royal Albert Hall, de Londres, e o Carnegie Hall, de Nova York, a BFO (sigla para Budapest Festival Orchestra) apresenta-se ao lado de solistas consagrados como András Schiff, Radu Lupu e Gidon Kremer na Europa, nos Estados Unidos e na América do Sul. A formação de novos públicos é um dos objetivos da orquestra. Para tanto, tem criado ações incomuns e muito bem-sucedidas, como a Midnight Music, com concertos à meia-noite para uma plateia jovem e informal, e a série Cocoa Concerts, idealizada para crianças de 5 a 12 anos, na qual o maestro conversa com o público antes e depois do programa. Dentre suas mais recentes premiações estão o Diapason d’Or pela melhor gravação da Quinta sinfonia de Mahler, em 2014, e a inclusão na lista da New York Magazine como melhor espetáculo musical pela produção de As bodas de Fígaro, de Mozart, em 2013.
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Iván Fischer regência e direção musical Iván Fischer, fundador e diretor da Orquestra do Festival de Budapeste, nasceu em 1951, em Budapeste, e estudou piano, violino e violoncelo no Conservatório Béla Bartók. Em 1971, mudou-se para Viena, onde se formou em regência com Hans Swarovsky. Em 1975, trabalhou com Nikolaus Harnoncourt, em Salzburgo, e, no ano seguinte, recebeu o prêmio da Rupert Conducting Competition, em Londres. A partir daí, sua carreira ganhou um novo impulso. Passou então a atuar como colaborador em orquestras da BBC, foi regente da Royal Philarmonic Orchestra, da Zürich Opera e da Northern Sinfonia, posto onde permaneceu até 1982, quando retornou à Hungria para criar, com Zóltan Kócsis, a Orquestra do Festival de Budapeste. Nos Estados Unidos, Fischer foi regente convidado principal da Orquestra de Cincinnati e da Sinfônica Nacional de Washington, onde foi também diretor musical, substituindo Leonard Slatkin ao final de seu mandato, em 2008. É maestro convidado das orquestras mais conceituadas do mundo, como as Filarmônicas de Berlim, de Munique e de Israel, da Orquestra de Paris e do Royal Concertgebouw, de Amsterdã. Sua carreira como regente é diversificada e não se restringe ao repertório sinfônico. Montagens de óperas em Nova York, Londres, Paris e Lyon estão entre as atividades reconhecidas e premiadas de seu currículo. Mas é como diretor da Orquestra do Festival de Budapeste que Fischer consegue expressar seu desejo de inovar e de atrair a atenção tanto dos tradicionais frequentadores das temporadas musicais quanto do novo público. Em alguns concertos, os músicos estão dispostos no palco de maneira totalmente diferente da habitual; em outro momento, membros do coro podem estar na plateia, ou um artifício cenográfico pode ser colocado no centro do palco, como uma árvore durante uma apresentação da Pastoral, de Beethoven, em Londres, em 2011. Como compositor, mostra preocupações políticas e sociais. Sua ópera The red heifer, estreada no ano passado, baseia-se em uma história verídica, ocorrida na Hungria, em 1882: em uma pequena cidade, a comunidade judaica foi acusada de assassinar uma garota em um ritual religioso. Iván Fisher esteve nem São Paulo, em 2007, a convite da Cultura Artística.
MARCO BORGGREVE
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Miah Persson soprano A sueca Miah Persson estreou em 2003, em Salzburgo, acompanhada pela Orquestra Filarmônica de Viena, sob direção de Pierre Boulez. No ano seguinte iniciou sua participação em óperas, interpretando Sophie, em O cavaleiro da rosa, de Richard Strauss, sob comando de Semyon Bychkov. Dentre seus papéis de destaque estão: Fiordiligi, de Così fan tutte; Susanna, de As bodas de Fígaro; Zerlina, de Don Giovanni, e Pamina, de A flauta mágica. Apresenta-se regularmente no Metropolitan, no Covent Garden, no Festival de Glyndebourne, na Bayerische Staatsoper, na Ópera de Paris e em Aix-en-Provence, entre outros. Dedica-se também ao repertório sinfônico de autores como Mahler, Brahms e Bach e trabalha ao lado de grandes regentes, entre eles Bernard Haitink, Mariss Jansons, Philippe Herreweghe, Marc Mincowski , Sir John Eliot Gardiner e Iván Fischer, que a acompanha nesta temporada.
Alexander Toradze piano Alexander Toradze, um dos mais aclamados intérpretes da grande escola russa de piano, é reconhecido por seu talento, criatividade e, em especial, pela qualidade expressiva na interpretação de obras dos repertórios russo e romântico. Natural de Tbilisi, na Geórgia, graduou-se e lecionou no Conservatório Tchaikovsky, em Moscou. Mudou-se para os Estados Unidos em 1983, onde se apresenta em concertos e recitais. É também professor de piano na Universidade de Indiana. Criou o Toradze Piano Studio, projeto de âmbito internacional que agrupa pianistas para um trabalho de imersão em obras de compositores como Prokofiev, Dvorák e Stravinsky, além de promover diversas apresentações para o público. Em 2013, o projeto realizou, no Teatro alla Scala de Milão, o festival Rediscovering Rachmaninoff, dedicado a interpretações da obra do compositor. Tem em seu currículo gravações premiadas, como os cinco concertos para piano e orquestra de Prokofiev, acompanhados pela Orquestra Kirov, sob regência de Valery Gergiev, e também registros de obras de Mussorgsky, Stravinsky, Scriabin e Ravel.
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SAIBA MAIS Miah Persson lançou, em 2011, pelo selo BIS, o CD Portaits – Songs by Clara e Robert Schumann, acompanhada pelo pianista Joseph Breinl.
SAIBA MAIS A interpretação de Toradze do Concerto para piano n. 3 , de Prokofiev, com a Orquestra Kirov, sob direção de Valery Gergiev, foi reconhecida pela International Piano Quarterly como a melhor dentre setenta outras gravações.
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Orquestra do Festival de Budapeste Iván Fischer regência e direção musical primeiros violinos
Violetta Eckhardt Ágnes Bíró Mária Gál-Tamási Radu Hrib Erika Illési István Kádár Péter Kostyál Eszter Lesták Bedó´ Gyöngyvér Oláh Gábor Sipos Zsuzsanna Berentés Csaba Czenke Tímea Iván Balázs Bujtor segundos violinos
János Pilz Györgyi Czirók Tibor Gátay Krisztina Haják Zsófia Lezsák Levente Szabó Zsolt Szefcsik Antónia Bodó Noémi Molnár Anikó Mózes Zsuzsanna Szlávik Erika Kovács violas
Csaba Gálfi Ágnes Csoma Miklós Bányai Judit Bende Cecília Bodolai Zoltán Fekete Barna Juhász Nikoletta Reinhardt Nao Yamamoto István Polónyi
violoncelos
Péter Szabó Lajos Dvorák Éva Eckhardt György Kertész Orsolya Mód Kousay Mahdi György Markó Rita Sovány contrabaixos
Zsolt Fejérvári Károly Kaszás Géza Lajhó László Lévai Attila Martos Csaba Sipos flautas
Gabriella Pivon Anett Jóföldi Bernadett Nagy Edit Székely * oboés
Philippe Tondre Sasha Calin Jeremy Sassano clarinetes
Ákos Ács Rudolf Szitka Roland Csalló
trompas
diretor executivo
Zoltán Szó´ke András Szabó Dávid Bereczky Zsombor Nagy
Stefan Englert coordenador de turnê
Bence Pócs coordenadora executiva
trompetes
Rita Szabó
Zsolt Czeglédi Tamás Póti Balázs Tóth*
coordenador de palco
Róbert Zentai
trombones
técnico
Balázs Szakszon Róbert Stürzenbaum Justin Clark
Sándor Kathi assistente pessoal do regente
Inga Petersen
tuba
József Bazsinka tímpanos
Roland Dénes percussão
László Herboly István Kurcsák Gáspár Szente Gábor Pusztai *
coordenação de turnês internacionais
harpa
HarrisonParrott
Ágnes Polónyi
presidente executivo, chefe de turnês e projetos
celesta
Laszló Adrián Nagy *
Jasper Parrott chefe de turnês adjunto
Rafi Gokay Wol
fagotes
Andrea Bressan Dániel Tallián Sándor Patkós
(*) instrumentistas presentes apenas no programa do dia 29 de junho.
realização
Ministério da
Cultura
gerente de turnês e projetos
Veronika Ruppenstein
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RICHARD STRAUSS
Quatro Últimas Canções Fruhling
Primavera
Hermann Hesse
In dämmrigen Grüften träumte ich lang von deinen Bäumen und blauen Lüften, von deinem Duft und Vogelsang.
Em criptas crepusculares Sonhei longamente Com tuas árvores e ares azuis, Teus perfumes e o canto de teus pássaros.
Nun liegst du erschlossen in Gleiß und Zier, von Licht übergossen wie ein Wunder vor mir.
E agora, do nada, Abre-te diante de mim, Rútila e ornada, lmersa em luz sem f im.
Du kennst mich wieder, du lockst mich zart, es zittert durch all meine Glieder deine selige Gegenwart!
Tu me reconheces, Me seduzes suavemente, Meu corpo inteiro estremece Em tua presença abençoada.
September
Setembro
Hermann Hesse
Der Garten trauert, kühl sinkt in die Blumen der Regen. Der Sommer schauert still seinem Ende entgegen.
O jardim enlutece. Nas flores derrama-se a chuva gélida. Sereno, aproxima-se o verão Tremente de seu final.
Golden tropft Blatt um Blatt nieder vom hohen Akazienbaum. Sommer lächelt erstaunt und matt in den sterbenden Gartentraum.
Gota a gota esvai-se a garoa Pelas áureas folhas de acácias gigantes. O verão sorri com espanto e palidez No sonho floral agonizante.
Lange noch bei den Rosen bleibt er stehen, sehnt sich nach Ruh. Langsam tut er die großen müdgewordnen Augen zu.
Às rosas invoca ainda Longamente a paz Lento, seu olhar – imenso – Se finda.
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Beim Schlafengehen Hermann Hesse
Recolhimento
Nun der Tag mich müd gemacht, soll mein sehnliches Verlangen freundlich die gestirnte Nacht wie ein müdes Kind empfangen.
O dia me fez exausto. A noite cintilante acolherá Meu desejo incauto Como ao cansaço infante.
Hände laßt von allem Tun Stirn vergiß du alles Denken, Alle meine Sinne nun wollen sich in Schlummer senken.
Cesse em minhas mãos o movimento, Livre-se a mente do pensamento, Mergulhem pois os sentidos todos Na modorra paralisante.
Und die Seele unbewacht will in freien Flügen schweben, um im Zauberkreis der Nacht tief und tausendfach zu leben.
E a alma desguarnecida Vagueie em voos livres ao vento E encontre múltipla a vida Na magia noite adentro.
Im Abendrot
Ao anoitecer
Joseph von Eichendorff
Wir sind durch Not und Freude gegangen Hand in Hand; vom Wandern ruhen wir nun überm stillen Land.
De mãos dadas percorremos Caminhos alegres e tristes. Buscamos – ambos – o descanso Na quietude desta terra.
Rings sich die Täler neigen, es dunkelt schon die Luft. Zwei Lerchen nur noch steigen nachträumend in den Duft.
Ao redor inclinam-se os vales, Em breu tingem-se os ares E duas cotovias em revoada Perfuram a noite perfumada.
Tritt her und laß sie schwirren, bald ist es Schlafenszeit. Daß wir uns nicht verirren in dieser Einsamkeit.
Vem, deixe-as zunir, Logo é hora do recolhimento. Não erremos no momento Em que tudo é solitude.
O weiter, stiller Friede! So tief im Abendrot. Wie sind wir wandermüde – Ist dies etwa der Tod?
Oh paz!, silenciosa e vasta, Tão profunda no rubor crepuscular, Do caminho, tudo nos basta – Será a morte que aqui está?
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GUSTAV MAHLER
Sinfonia n. 4 – Quarto Movimento Das himmlische leben
A vida celestial
Wir genießen die himmlischen Freuden, Drum tun wir das Irdische meiden, Kein weltlich Getümmel Hört man nicht im Himmel! Lebt alles in sanftester Ruh’! Wir führen ein englisches Leben! Sind dennoch ganz lustig daneben! Wir tanzen und springen, Wir hüpfen und singen! Sankt Peter im Himmel sieht zu! Johannes das Lämmlein auslasset, Der Metzger Herodes drauf passet! Wir führen ein geduldig’s, Unschuldig’s, geduldig’s, Ein liebliches Lämmlein zu Tod! Sankt Lucas den Ochsen tät schlachten Ohn’ einig’s Bedenken und Achten, Der Wein kost’ kein Heller Im himmlischen Keller, Die Englein, die backen das Brot. Gut’ Kräuter von allerhand Arten, Die wachsen im himmlischen Garten! Gut’ Spargel, Fisolen Und was wir nur wollen! Ganze Schüsseln voll sind uns bereit! Gut’ Äpfel, gut’ Birn’ und gut’ Trauben! Die Gärtner, die alles erlauben! Willst Rehbock, willst Hasen, Auf offener Straßen Sie laufen herbei! Sollt’ ein Fasttag etwa kommen, Alle Fische gleich mit Freuden angeschwommen! Dort läuft schon Sankt Peter Mit Netz und mit Köder Zum himmlischen Weiher hinein. Sankt Martha die Köchin muß sein. Kein’ Musik ist ja nicht auf Erden, Die uns’rer verglichen kann werden. Elftausend Jungfrauen Zu tanzen sich trauen! Sankt Ursula selbst dazu lacht! Kein Musik ist ja nicht auf Erden, Die uns’rer verglichen kann werden. Cäcilia mit ihren Verwandten Sind treffliche Hofmusikanten! Die englischen Stimmen Ermuntern die Sinnen, Daß alles für Freuden erwacht.
Saboreamos os prazeres celestes, por isso evitamos todas as coisas terrenas. Nenhum rumor mundano No céu não se escuta! Todos vivem em serena paz! Levamos uma vida angelical, mas somos também muito alegres! Levamos uma vida angelical, Nós dançamos e pulamos, Nós saltamos e cantamos! E no céu, São Pedro observa-nos! João solta o pequeno cordeiro, Herodes, o carniceiro, aguarda por ele! Nós conduzimos o manso, inocente e manso Um doce cordeirinho para a morte! São Lucas abate o boi sem nenhum escrúpulo e consideração, o vinho não custa um tostão nas caves celestes, e os anjos cozem o pão. Ervas aromáticas de diversos tipos, crescem no jardim celeste! Bons aspargos, vagens, e tudo o que quisermos! São-nos servidos pratos fartos! Boas maçãs, boas peras, e boas uvas! Os jardineiros nos permitem tudo! Se quereis corças ou lebres, Pelas ruas espaçosas Eles surgem correndo! E se é dia de jejum, todos os peixes nadam alegremente até à tona! E eis São Pedro que chega com a sua rede e iscas ao viveiro celeste. Santa Marta deve ser a cozinheira! Não existe música na Terra, que possa se comparar à nossa. Onze mil virgens Atrevem-se a dançar! Santa Úrsula ri espontaneamente! Não existe música na Terra, que possa se comparar à nossa. Cecília e os seus familiares são magníficos músicos! As vozes dos anjos estimulam os sentidos, e tudo desperta para a alegria.
PATROCINADORES 2015
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MECENAS
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Adolpho Leirner Álvaro Luiz Fleury Malheiros Ana Lucia e Sergio Comolatti Ana Maria Levy Villela Igel Ane Katrine e Rodolfo Villela Marino Anna Helena Americano de Araújo Antonio Hermann D. M. Azevedo Arsenio Negro Jr. Beatriz Baumgart Tadini Cláudio Thomaz Lobo Sonder Cristian Baumgart Stroczynski Cristina Baumgart Edy Gomes Cassemiro Erwin e Marie Kaufamnn Fabio de Campos Lilla Gioconda Bordon Giovanni Guido Cerri Hélio Seibel Henri Philippe Reichstul Henri Slezynger e Dora Rosset Israel Vainboim Jacques Caradec Jean Claude Ramirez José Carlos Evangelista José E. Queiroz Guimarães José Luiz e Sandra Setúbal José Roberto Opice Lea Regina Caffaro Terra Luis Stuhlberger Marcelo Kayath Marcos Baumgart Stroczynski Michael e Alina Perlman Milú Villela Nelson Nery Junior Otto Baumgart Paulo Proushan Pedro Herz Pedro Stern Regis Edouard Alain Dubrule Roberto Baumgart Rosa Maria de Andrade Nery Ursula Baumgart 7 Mecenas Anônimos
Adélia e Cleõmenes Dias Baptista (i. m. ) Airton Bobrow Alexandre e Silvia Fix Alvaro Oscar Campana Ana Maria Igel e Mario Higino Leonel Antonio Ailton Caseiro Antonio Carlos Barbosa de Oliveira Antonio Carlos de Araújo Cintra Antonio Corrêa Meyer Antonio Kanji Augusto Livio Malzoni Carmo e Jovelino Mineiro Cassio Casseb Lima Claudia Helena Plass Cleide e Luiz Rodrigues Corvo Eva e Mário Arthur Adler Fernando Eckhardt Luzio Francisco Humberto de Abreu Maffei Gerard Loeb Hélio Arthur Bacha Jayme Bobrow José e Priscila Goldenberg José Roberto Mendonça de Barros Livio De Vivo Luis Stuhlberger Marcelo Bastos Ferraz Maria Adelaide Amaral Minidi Pedroso MV Pratini de Moraes Neli Aparecida de Faria Nelson Pereira dos Reis Olavo Setúbal Jr Oswaldo Henrique Silveira Paula e Hitoshi Castro Paulo Bruna Paulo Leser Regina e Gerald Reiss Regina e Salim Lamha Ricard Takeshi Akagawa Roberto e Luizila Calvo Ruth Lahoz Mendonça de Barros Ruy e Celia Korbivcher Ruy Souza e Silva e Fátima Zorzato
Sandra Arruda Grostein Silvia e Fernando Carramaschi Stela e Jayme Blay Tamas Makray Thomas Frank Tichauer Vivian Abdalla Hannut Walter Sacca 4 Mantenedores Anônimos
BENFEITORES Abram e Clarice Topczewski Alberto Whitaker Alfredo Rizkallah Aluízio Guimarães Cupertino Antonio Carlos Marcondes Machado Arnaldo Malheiros Bruno Alois Nowak Calçados Casa Eurico Carlos Chagas Rodrigues Carlos P. Raucher Claudia Annunziata G. Musto Claudio Alberto Cury Claudio e Selma Cernea Consuelo de Castro Pena Dario Chebel Labaki Neto Dario e Regina Guarita Edith Ranzini Edson Eidi Kumagai Elias e Elizabeth Rocha Barros Elisa Wolynec Eric Alexander Klug Fernando de Azevedo Corrêa Francisco J. de Oliveira Jr. Francisco Montano Filho Gustavo e Cida Reis Teixeira Heinz Jorg Gruber Henrique e Michelle Tichauer Henrique Lindenberg Neto Isaac Popoutchi Issei e Marcia Abe Izabel Sobral José Thales S. Rebouças Katalin Borger
Leo Kupfer Lourenço Augusto de Meireles Reis Luci Banks Leite Lúcia e Nemer Rahal Luiz Diederichsen Villares Luiz Henrique Martins Castro Luiz Roberto de Andrade Novaes Luiz Schwarcz Malú Pereira de Almeida Marcelo Pereira Lopes de Medeiros Marco Tullio Bottino Marcos de Mattos Pimenta Maria Joaquina Marques Dias Maria Teresa Igel Michael Haradom Nelson Vieira Barreira Oscar Lafer Patricia de Moraes Patriicia Upton e Nelson Ascher Paulo Cezar Aragão Paulo Mordehachvili Paulo Roberto Pereira da Costa Raul Correa da Silva Ricardo Bohn Gonçalves Ronald Bryan Salem Rosa Maria Graziano Rubens Halaban Salim Taufic Schahin Sergio Luiz Macera Suzana Pasternak Thyrso Martins Ulysses de Paula Eduardo Jr. Vavy Pacheco Borges Walter Ceneviva Wilma Kövesi (i. m. ) 10 Benfeitores Anônimos
APOIADORES Alessandro e Dora Ventura Aliseu Ventiladores Ana Elisa e Eugenio Staub Filho Ana Maria Malik André Guyvarch
Andrea Sandro Calabi Anna Veronica Mautner Arnoldo Wald Beatriz e Numa Valle Beatriz Garcez Lohmann Carmen Guarini Cássio Augusto Macedo da Silva Ciça Callegari e Luiz Mello Cristine Conforti Daniela e Frederico Carramaschi Eduardo Simplicio da Silva Eliana Regina Marques Zlochevsky Elizabete e Mauro Guiotoku Eugênio Suffredini Neto Flavia Velloso e João Mauricio T. da Costa Frédéric de Mariz Galícia Empreend. e Participações Ltda Geraldo Medeiros-Neto Gustavo Henrique Machado de Carvalho Helio e Livia Elkis Horacio Mario Kleinman Irene Abramovich Irente Kantor Israel Sancovski João Baptista Raimo Jr. Jorge Diamant José Carlos Dias José Francisco Kerr Saraiva José Theophilo Ramos Jr. Junia Borges Botelho Karen Macknow Lisboa e Claudio Struck Lilia Salomão Lucila Pires Evangelista Luiz Gonzaga Marinho Brandão M. Luiza Santari M. Porto Marcello D. Bronstein Maria Bonomi Maria da Graça e Mario Luiz Rocco Mario Roberto Rizkallah Marta D. Grostein Martha Rosemberg Mauro André Mendes Finatti Nelia e Eduardo Carvalho Paulo Emilio Pinto Pedro Spyridion Yannoulis
Percival Lafer Plinio J. Marafon Raquel Szterling Nelken Regina Celidonio e Luiz Fernando Caiuby L. da Silva Ricardo A. E. Mendonça Ricardo e Suzanne Gallo Sandra e Charles Cambur Teli Penteado Cardoso Walter Jacob Curi 21 Apoiadores Anônimos
Lista atualizada em 17 de junho de 2015.
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PATROCINADORES
PRINCIPAIS DOADORES (R$ 5.000,00 ou mais) Adolpho Leirner Affonso Celso Pastore Agência Estado Aggrego Consultores Airton Bobrow Alexandre e Silvia Fix Alfredo Egydio Setúbal Alfredo Rizkallah Álvaro Luís Fleury Malheiros Ana Maria Levy Villela Igel Antonio Carlos Barbosa de Oliveira Antonio Carlos de Araújo Cintra Antonio Corrêa Meyer Arnaldo Malheiros Arsenio Negro Jr. Aurora Bebidas e Alimentos Finos Banco Pine Banco Safra Bicbanco Bruno Alois Nowak Calçados Casa Eurico Camargo Correa Camilla Telles Ferreira Santos Carlos Nehring Netto CCE Center Norte Cláudio e Rose Sonder Cleõmenes Mário Dias Baptista (i.m.) Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração Daniela Cerri Seibel e Helio Seibel Dario Chebel Labaki Neto Dora Rosset Editora Pinsky Ltda. Elias Victor Nigri
Elisa Wolynec EMS Erwin e Marie Kaufmann Eurofarma Fabio de Campos Lilla Fanny Ribenboin Fix Fernando Eckhardt Luzio Fernão Carlos Botelho Bracher Festival de Salzburgo Flávio e Sylvia Pinho de Almeida Francisca Nelida Ostrowicz Francisco H. de Abreu Maffei Frédéric de Mariz Frederico Lohmann Fundação Filantrópica Arymax Gerard Loeb Gioconda Bordon Giovanni Guido Cerri Heinz J. Gruber Helga Verena Maffei Henri Philippe Reichstul Henri Slezynger Henrique Meirelles Idort/SP Israel Vainboim Jacques Caradec Jairo Cupertino Jayme Bobrow Jayme Sverner Joaquim de Alcântara Machado de Oliveira Jorge Diamant José Carlos e Lucila Evangelista José E. Queiroz Guimarães José Ephim Mindlin Jose Luiz Egydio Setúbal
José M. Martinez Zaragoza José Roberto Mendonça de Barros José Roberto Opice Jovelino Carvalho Mineiro Filho Katalin Borger Lea Regina Caffaro Terra Leo Madeiras Livio De Vivo Luís Stuhlberger Luiz Diederichsen Villares Luiz Gonzaga Marinho Brandão Luiz Rodrigues Corvo Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados Mahle Metal Leve Maria Adelaide Amaral Maria Alice Setúbal Maria Bonomi Maria Helena de Albuquerque Lins Marina Lafer Mário Arthur Adler Marisa e Jan Eichbaum Martha Diederichsen Stickel Michael e Alina Perlman Milú Villela Minidi Pedroso Moshe Sendacz Natura Neli Aparecida de Faria Nelson Reis Nelson Vieira Barreira Oi Futuro Oswaldo Henrique Silveira Otto Baumgart Indústria e Comércio Paulo Bruna Paulo Setúbal Neto Pedro Herz Pedro Pullen Parente Pinheiro Neto Advogados Polierg Tubos e Conexões Polimold Industrial S.A. Porto Seguro Raphael Pereira Crizantho Ricard Takeshi Akagawa Ricardo Egydio Setúbal Ricardo Feltre Ricardo Ramenzoni Richard Barczinski Roberto Baumgart Roberto Egydio Setúbal
Roberto e Luizila Calvo Ruth Lahoz Mendonça de Barros Ruy e Celia Korbivcher Salim Taufic Schahin Samy Katz Sandor e Mariane Szego Santander São José Construções e Comércio (Construtora São José) Silvia Dias Alcântara Machado Stela e Jayme Blay Suzano Tamas Makray Theodoro Jorge Flank Thomas Kunze Thyrso Martins Unigel Ursula Baumgart Vale Vavy Pacheco Borges Vitor Maiorino Netto Vivian Abdalla Hannud Volkswagen do Brasil Ind. de Veículos Automotores Ltda. Wolfgang Knapp Yara Baumgart 3 Doadores Anônimos
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