Cultura Artística - Hespèrion XXI | Jordi Savall

2015

Hespèrion XXI Jordi Savall

regência e viola da gamba

Qual o som do compromisso com a música?

O Credit Suisse também ouve atentamente, quando se trata de música clássica. É por isso que somos, com muito orgulho, patrocinadores da Sociedade de Cultura Artística.

credit-suisse.com/sponsoring

o ministério da cultura e a cultura artística apresentam

Hespèrion XXI Jordi Savall

regência e viola da gamba

patrocínio

realização

Ministério da

Cultura

gioconda bordon

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programa

4

notas sobre o programa Adma Muhana

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biografias

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SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICA DIRETORIA presidente

Pedro Herz diretores

Antonio Hermann D. Menezes de Azevedo Carlos Mendes Pinheiro Júnior Fernando Carramaschi Fernando Lohmann Gioconda Bordon Luiz Fernando Faria Ricardo Becker Rodolfo Villela Marino superintendente

Frederico Lohmann CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO presidente

Claudio Sonder vice-presidente

Roberto Crissiuma Mesquita conselheiros

Carlos José Rauscher Francisco Mesquita Neto Gérard Loeb Henri Philippe Reichstul Henrique Meirelles Jayme Sverner Marcelo Kayath Milú Villela Pedro Herz Pedro Parente Plínio José Marafon CONSELHO CONSULTIVO Alberto Jacobsberg Alfredo Rizkallah George Zausner João Lara Mesquita José Zaragoza Mário Arthur Adler Patrícia Moraes Roberto Baumgart Salim Taufic Schahin Stefano Bridelli Sylvia Pinho de Almeida Thomas Michael Lanz PROGRAMA DE SALA — EXPEDIENTE coordenação editorial

Gioconda Bordon supervisão geral

Silvia Pedrosa edição

Marta Garcia

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO — OSESP regente titular

Marin Alsop

(2012-2016)

regente associado

Celso Antunes

(2012-2016)

diretor artístico

Arthur Nestrovski FUNDAÇÃO ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE CULTURA presidente de honra

Fernando Henrique Cardoso presidente do conselho de administração

Fábio Colletti Barbosa

vice-presidente do conselho de administração

Antonio Carlos Quintella diretor executivo

Marcelo Lopes

superintendente

Fausto Augusto Marcucci Arruda marketing

Carlos Harasawa diretor Mauren Stieven Gabrielle Coelho Bruna Costa de Oliveira departamento de operações

Mônica Cássia Ferreira gerente Cristiano Gesualdo Fabiane de Oliveira Araújo Guilherme Vieira Larissa Baleeiro da Silva Regiane Sampaio Bezerra Vinicius Goy de Aro apoio a eventos

Felipe Lapa

departamento técnico

Karina Del Papa gerente Angela da Silva Sardinha Carlos Eduardo Soares da Silva Eliezio Ferreira de Araújo Erik Klaus Lima Gomides iluminação

Edivaldo José da Silva Gabriel Barone sonorização

Andre Vitor de Andrade Fernando Vieira da Silva Renato Faria Firmino montagem

Rodrigo Batista Ferreira

projeto gráfico

controlador de acesso

Paulo Humberto Ludovico de Almeida

Adailson de Andrade encarregado

editoração eletrônica

indicadora

Ludovico Desenho Gráfico assessoria de imprensa

Floter & Schauff

Mariana de Almeida Neves encarregada Bianca Pereira dos Santos realização Ministério da

Cultura

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Gioconda Bordon

gioconda@culturaartistica.com.br

A RECRIAÇÃO DA MÚSICA ANTIGA No ensaio The future of music, publicado em Freedom and the arts (Harvard University Press, 2012), o pianista e erudito Charles Rosen (1927-2012) afirma: “Um aspecto essencial da música ocidental é sua capacidade de adaptação a diferentes condições sociais, ou — para dizer de outro modo — de permanecer independente das condições existentes no momento de sua criação”.

Essa capacidade de adaptação se deve ao sistema de notação.

Porém, tão importante quanto o que está escrito numa partitura é o que não está registrado. A partir do século XVIII, a crescente complexidade musical levou os autores a introduzir nas partituras orientações sobre timbre e outros aspectos interpretativos, além de ritmo e altura.

Edições cada vez mais cuidadosas passaram a garantir a integridade das peças através do tempo.

Com notações precárias, a música medieval e a renascentista dão margem a ambiguidades. Algumas peças, como por exemplo a Déploration sur la mort de Johannes Ockeghem, de Josquin des Prez (14401521), trazem as vozes dos cantores grafadas em páginas separadas, impossibilitando, assim, uma visão de conjunto e a apreensão de sua sonoridade original. Muitos músicos e estudiosos têm se dedicado a um intenso exercício de pesquisa para resgatar o som e o sentido da música antiga a fim de recriá-la, cinco séculos depois.

Jordi Savall, um dos principais pesquisadores em atividade nessa área, vem empreendendo, ao longo de sua carreira, uma impressionante viagem musical. Em 2008, a convite da Cultura Artística, ele se apresentou em São Paulo, com sua mulher Montserrat Figueras (falecida em 2011), e com os conjuntos Hespèrion XXI e La Capella Reial de Catalunya. Hoje, mais uma vez, é um enorme privilégio tê-lo em nossa temporada.

Bom concerto a todos!

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SÉRIE BRANCA Sala São Paulo, 1º de setembro, terça-feira, 21h

Folias antiguas e criollas: do Mundo Antigo ao Novo Mundo

FOLIAS ANTIGUAS DIEGO ORTIZ La Spagna ANÔNIMO (CMP 121) Folias antigas (improvisação) ANÔNIMO Folias antigas “Rodrigo Martinez” (improvisação) GASPAR SANZ / SON FROM TIXTLA

Jácaras / La Petenera DIEGO ORTIZ

Folia IV — Passamezzo antico I — Passamezzo moderno III — Ruggiero Romanesca VII — Passamezzo moderno II PEDRO GUERRERO Moresca ANTONIO DE CABEZÓN Folia: Pavana con su Glosa JUAN GARCÍA DE ZÉSPEDES / Tradição de Tixtla & improvisações

Guaracha

Duração aproximada: 45 minutos

intervalo

Os concertos serão precedidos do “Momento Musical”, palestra de Irineu Franco Perpetuo, às 20h, no auditório do primeiro andar da Sala São Paulo.

O conteúdo editorial dos programas da Temporada 2015 encontra-se disponível em nosso site uma semana antes dos respectivos concertos.

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TRADIÇÕES CELTAS NO NOVO MUNDO Regents Rant — Tradição escocesa Lord Moira — Tradição escocesa Lord Moira’s Hornpipe — Coleção Ryan (Boston) SANTIAGO DE MURCIA / TRADITIONAL JAROCHO

Fandango — El Fandanguillo ANTONIO MARTÍN Y COLL (& improvisações)

Diferenças entre as folias FRANCISCO CORREA DE ARAUXO Glosas sobre

“Todo el mundo en general” ANÔNIMO Improvisações sobre Canarios ANTONIO VALENTE Improvisações — Gallarda Napolitana — Jarabe Loco (Jarocho)

Programação sujeita a alterações.

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Duração aproximada: 45 minutos

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SÉRIE AZUL Sala São Paulo, 2 de setembro, quarta-feira, 21h

Istambul — A música do Império Otomano em diálogo com as tradições armênias, gregas e sefarditas

I Taksim (improvisação) Der Makam « Uzzäl usules Darb-i feth » Dervis Mehmed, Mss. Dimitri Cantemir (209)

La rosa enflorece — Maciço de rosas Tradição sefardita (I. Levy I.59, III.41)

Alagyeaz & Khnki tsar Tradição armênia

Der makam-ı Hüseyni Semâ’î Mss. D. Cantemir (268)

II Hisar Agir Semai Lamento otomano

Ta xyla (grego) / Çeçem kızı (turco) Ene Sarére Lamento armênio

Der makam-ı Uzzäl Sakîl “Turna” Semâ’î Mss. D. Cantemir (324)

Duração aproximada: 45 minutos

intervalo

Os concertos serão precedidos do “Momento Musical”, palestra de Irineu Franco Perpetuo, às 20h, no auditório do primeiro andar da Sala São Paulo.

O conteúdo editorial dos programas da Temporada 2015 encontra-se disponível em nosso site uma semana antes dos respectivos concertos.

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III Paxarico tu te llamas Tradição sefardita (Sarajevo)

Al aylukhs Canto e dança armênios

Der makam-ı Räst “Murass’a” usules Düyek Mss. D. Cantemir (214)

Hermoza muchachica (improvisação) Tradição sefardita

Hov arek

IV

Lamento armênio

Koniali Canção e dança turca e grega

Una pastora Tradição sefardita

Taksim (improvisação) Der makam-ı Hüseyni Sakil-i Aga Rıza Mss. D. Cantemir (89)

Programação sujeita a alterações.

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Duração aproximada: 45 minutos

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NOTAS SOBRE O PROGRAMA Adma Muhana

UM IMPÉRIO MUSICAL Há anos Jordi Savall faz um trabalho de vivificação das mais diversas linhagens musicais, tendo por centro a Península Ibérica. É desse centro que Savall tem visitado as cantigas de Santa Maria de Afonso X, as óperas de Monteverdi, as peças para viola da gamba de Marin Marais, os concertos reais de François Couperin, as fugas e os concertos de Brandemburgo de Johann Sebastian Bach, as suítes de orquestra de Jean-Philippe Rameau, as tragédias líricas de Jean-Baptiste Lully, as palavras de Cristo na cruz por Haydn, as vozes de Istambul, as Folias de Espanha e tantas outras que trazem um mundo antigo, arruinado em grande parte, mas com poder de comover, de deliciar e de ensinar acerca de coisas afastadas, embora presentes para aqueles que se detêm em escutar essas músicas raras.

Como na antiga Grécia, política e música estão unidas na obra deste que é hoje, sem dúvida, o maior diretor, pesquisador e musicista da chamada música antiga. Em 2014, recusou o Prêmio Nacional de Música do Ministério da Educação, Cultura e Esportes da Espanha, em protesto contra a falta de apoios institucionais do governo espanhol às artes, à cultura e à educação, concluindo, em sua carta de renúncia ao prêmio, que “a ignorância e a amnésia são o fim de toda civilização, já que sem educação não há arte, e sem memória não há justiça”. Coerente com seus princípios, e sempre pondo em questão a indústria cultural, Savall tem buscado, em arquivos de longínquas proveniências, tratados de música e prática de instrumentos para com eles reescrever a história da música, introduzindo nela outros centros do Ocidente e do Oriente.

Os dois programas da Cultura Artística referem-se a projetos recentes desenvolvidos por Savall e seu conjunto Hespèrion XXI. O primeiro programa (Série Branca) é dedicado às folias antigas e crioulas, do Mundo

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Antigo ao Novo Mundo. O segundo (Série Azul), intitulado Istambul, é dedicado ao Livro da ciência da música, de Dimitrie Cantemir, sob a perspectiva de um diálogo entre as músicas otomanas e as tradições armênias, gregas e sefarditas. São programas que, juntos, nos transportam aos séculos XVI e XVII, quando grande parte do mundo, importa lembrar, foi ibérico — nas concepções de mundo, na geografia, na filosofia, na teologia, na poesia e... na música.

Folia designa um esquema harmônico-melódico que pode ser identificado desde o final do século XV na Europa, com predominância da Espanha, Portugal e Itália. Não à toa o programa abre com uma “folia antiga” datável de 1492, ano da chegada dos espanhóis ao Novo Mundo.

Na poesia lírica galego-portuguesa, folia é termo utilizado desde o século XIII, aí significando loucura, sem-razão. No âmbito musical, as primeiras menções aparecem no início do século XVI, na pena de Gil Vicente, que em seus Autos se refere a folias, seja enquanto canções, seja enquanto danças. Mais tarde, o gênero ficou conhecido pelas célebres Folias de Espanha do chamado barroco europeu, com as peças de Marin Marais, Alessandro Scarlatti, além de Arcangelo Corelli, Antonio Vivaldi, Handel e Johann Sebastian Bach.

Neste concerto, porém, as folias que Savall nos apresenta são outras: as antigas da Espanha e as crioulas do Novo Mundo, em que elementos hispânicos se juntam a indígenas e africanos, por um caminho que, partindo da Andaluzia, chegou à América Latina. Aí, cantos americanos se mesclaram aos esquemas mediterrâneos, em que subsistiam melodias árabes e judaicas, anteriores à regularização européia dos modos e das afinações.

Como resultado, uma música hispânica espraiada, que apresenta diversas raízes, a mostrar que as demasiadas e unilaterais classificações são loucas.

Diego Ortiz (1510-1570) é conhecido sobretudo pelo seu Tratado de glosas, considerado a principal fonte para a prática da viola da gamba e da diminuição, isto é, uma prática de improviso a partir da “quebra” de notas longas em padrões de notas mais curtas. Dele temos, além de uma folia, La Spagna, dois passamezzi (danças para serem bailadas na corte e cujo nome remete a “passo e meio”) e uma romanesca, variante do passamezzo antico, em que há uma progressão de acordes repetidos num instrumento harmônico (na harpa ou na guitarra, por exemplo), enquanto o solo da viola da gamba elabora ritmos e melodias virtuosas (a chamada diminuição).

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A folia “Rodrigo Martinez”, vilancico anônimo de cerca de 1490, está registrada no Cancionero musical de palacio, manuscrito espanhol que reúne canções com suas respectivas notações musicais, o qual foi copiado no período que coincide com o reinado dos Reis Católicos.

Gaspar Sanz (1640-1710) é famoso por seu livro Instrucción de música sobre la guitarra española, fundamental para a reconstrução da sonoridade da guitarra barroca. Aqui, comparece com uma linda canção do povo huasteco, La petenera, que se revestiu da estrutura rítmica da jácara (um compasso ternário com duas frases simétricas, subdivididas a cada 4 compassos). A vinculação da música com a poesia e a dança se faz evidente: em sua origem as xácaras eram pequenas composições, possivelmente de origem árabe, que se representavam nos entreatos das comédias no Siglo de Oro espanhol. Na lírica, La petenera menciona uma perigosa mulher, assimilada a uma sereia, e o lamento “salgado” de um marujo condenado pela sua sedução.

A moresca Perra mora é uma canção espanhola com forte acento árabe, no surpreendente ritmo de 5/2, cuja música, de Pedro Guerrero, ficou registrada no Cancionero musical de Medinaceli (segunda metade do século XVI). Antonio de Cabezón (1510-1566), organista do imperador Carlos V, foi um dos grandes compositores do seu tempo; Pavana con glosa constitui o primeiro conjunto de variações de folias a ser publicado em tablatura para órgão. A guaracha de Juan García de Zéspedes (ca. 1619-1678) — compositor, cantor e músico mexicano, mestre de capela da Catedral de Puebla, no México — é belíssima: Ay que me abraso canta o rapto do “amor sagrado” pelos pastores à visão do menino Jesus, o repetitivo padrão rítmico mimetizando a intensificação inflamada de seus afetos.

A segunda parte do programa é dedicada às improvisações, fazendo-se um excurso às “Tradições celtas no Novo Mundo”, por se considerar que a improvisação das assim chamadas músicas celta e barroca apresentam ambas elaboradas ornamentações. A fonte principal é a Ryan’s Mammoth collection of 1,050 reels and jigs, que contém músicas irlandesas e escocesas dos séculos XVII e XVIII que chegaram às regiões nortenhas da América.

Santiago de Murcia (1673-1739) é considerado o último grande expoente da guitarra espanhola barroca de 5 cordas, intermediária entre a vihuela renascentista de 4 cordas e o violão clássico, de 6. Em 1714,

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Murcia publicou um tratado intitulado Resumen de acompañar la parte con la guitarra, deixando inéditos outros que só foram encontrados no México no século XX. El fandanguillo exemplifica no gênero fandango o que Savall propõe como o eixo central do flamenco: os sons do Novo Mundo navegando em direção ao Velho, para compor aquilo que se tem por “tipicamente andaluz”!

O programa mostra vários exemplos dessa folia ou desrazão musical que consiste em fazer variações ou diferenças (ou diminuições) sobre um tom; enquanto um tom soa no baixo, ousadas figurações giram acima ou abaixo dele — nas palavras de Savall. Há variações sobre o baixo contínuo ou baixo-ostinato e improvisações de antigos vilancicos, que preservam a folia no que poderia ser sua forma mais primitiva. As Diferencias sobre las folias aparecem numa antologia compilada entre 1690 e 1708 pelo organista Antonio Martin y Coll, intitulada Flores de música.

A música religiosa, fundamental para a catequização no Novo Mundo, ganhou novos repertórios e interpretações. Francisco Correa de Araujo, ou Arauxo (1584-1654), que escreveu o Libro de tientos y discursos de música practica, y theorica de organo intitulado Facultad orgânica, comparece com as glosas sobre Todo el mundo en general, canto mariano em que uma longa melodia contemplativa no órgão é base para uma vívida e variada cantiga. A animada dança canarios (talvez originária das Ilhas Canárias), em sua adaptação ao espanhol e ao francês se transmutou em uma sofisticada dança cortesã; a música que aqui se apresenta é anônima, de cerca de 1550. Finalmente, a gallarda de Antonio Valente (organista na Nápoles espanhola) reproduz o son jarocho (de Vera Cruz, principal porto de entrada dos escravos africanos no México) em El jarabe loco, aparentemente relacionada com o gênero pan de jarabe, tocado em igrejas mexicanas e logo proibido pela Inquisição por conter versos burlescos e incitar movimentos corporais licenciosos.

O segundo concerto (Série Azul) faz renascer as linhagens musicais que circulavam na Istambul do início do século XVIII com base no Livro da ciência da música, do príncipe moldavo Dimitrie Cantemir (16731723). Diplomata da sua corte, foi também um famoso intérprete do tanbur, uma espécie de alaúde de braço longo, e seu livro se tornou um marco no conhecimento da preceptiva, dos estilos e dos gêneros musicais otomanos do período. Aí estão compiladas 355 composições (das quais

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nove de sua própria autoria), escritas num sistema de notação musical por ele inventado, e que representa a mais importante coleção de música instrumental otomana dos séculos XVI e XVII. Para o programa, Savall escolheu 16 peças do Livro da ciência da música, a maior parte das quais consiste em maqâms. Segundo esclarece em libretos de suas gravações, maqâm é termo árabe que significa “posição” em uma dada escala melódica e, por conseguinte, seu modo, correspondendo assim ao sistema de modos melódicos utilizado na música tradicional árabe. Porém o maqâm é mais que um sistema de intervalos: organiza os intervalos entre cada nota tanto quanto os caminhos no interior da escala modal e relativamente a mais de uma oitava, duas geralmente. Cada maqâm é provido de um taqsîm, isto é, um prelúdio improvisado, e possui uma cor ou um caráter particular. Entre as nove famílias de maqâms, diz-se, por exemplo, que o maqâm Rast evoca orgulho, poder, virilidade; Bayati, alegria, feminilidade; Sikah, amor; Saba, tristeza e dor; Hijaz, o deserto distante... Dos seus muito variados ritmos, apenas alguns são conhecidos da música ocidental. As composições baseadas nesse complexo sistema modal constituem a base da música culta, urbana, cortesã do que se chama “Oriente”, mas que, com algumas distinções, se encontra do Magreb à China.

Além dos maqâms turcos, há no programa uma seleção de peças sefarditas e armênias. O repertório sefardita provém sobretudo do acervo de músicas — inapropriadamente chamadas de “ladinas” — conservadas nas comunidades judaicas de Esmirna, Istambul e outras do antigo império otomano. Na atualidade, procura-se especificar com o termo ladino uma língua sefardita, ou o judeoespanhol. Porém, ladino significava o mesmo que latino e, por extensão, “astuto, sagaz”, em oposição aos estrangeiros (escravos, em particular) que desconheciam as línguas latinas locais, isto é, o português e o espanhol. Apenas no século XIX vemos surgir a acepção de “romance ou castelhano antigo”, mantendo-se o verbete inalterado até há pouco tempo (1984!) quando surgiu a designação de “língua religiosa dos sefarditas”, “variante escrita dos textos bíblicos hebreus escrito com letras latinas” e “dialeto do judeoespanhol do Oriente”. As músicas sefarditas de séculos passados que aqui comparecem, então, podem ser entendidas como patrimônio da grande diáspora ibérica, que conservou o antigo castelhano como língua identitária. Uma vasta Hispânia, a Leste e a Oeste... Quanto às músicas armênias — lamentos ou plantos, canções

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e danças —, provêm em sua maior parte da área grega e armênia, nessa koiné que sempre foi o mundo mediterrâneo.

Se, para o primeiro programa, Savall chamou à colaboração do Hespèrion XXI o conjunto mexicano Tembembe Ensamble Continuo, para a execução dessas peças trouxe musicistas da Turquia (tocando kanum ou saltério, apropriado para a interpretação dos maqâms), da Armênia (duduk e ney, tipos de flauta, sendo a última uma flauta longa, conhecida das danças dervixes), da Grécia (santur, tipo de cítara) e do Marrocos (oud, cordofone em forma de gota, semelhante ao alaúde, mas sem trastes).

Assim mesmo, é preciso ter em mente que são interpretações diferentes daquelas da época de Dimitrie Cantemir — como o próprio Savall afirmou em várias ocasiões. Ele julga que, do mesmo modo que na música europeia, na otomana os ritmos ligeiros devem ter sofrido um processo de contenção, ao serem incorporados pela corte. Partindo desse pressuposto, aqui sua performance é mais rápida, buscando se aproximar do caráter que talvez detivessem quando do seu surgimento.

Em ambos os programas, Jordi Savall evidencia com sua música plural que, se os pensamentos que residem nas vozes podem não ser compreendidos por aqueles que falam línguas distantes, o som que delas provém pode ser plenamente sentido, aqui e além.

Adma Muhana é professora livre-docente na USP, onde tem desenvolvido trabalhos sobre as letras dos séculos XVI e XVII. Entre suas principais publicações estão a edição dos escritos do padre Antônio Vieira na Inquisição (Lisboa, 2015) e sua tese de doutorado, Epopeia em prosa seiscentista: uma definição de gênero (São Paulo, 1997).

NOHMA

DAVID IGNASZEWSKI

Folias

Istambul

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Hespèrion XXI Em 1974, Jordi Savall, Montserrat Figueras, Lorenzo Alpert e Hopkinson Smith fundaram o ensemble Hespèrion XX (hoje Hespèrion XXI, denominação adotada desde a virada do milênio). O grupo foi fundado com o propósito de pesquisar, recriar e interpretar o repertório da música antiga europeia, em especial a hispânica, produzida no período compreendido entre os séculos X e XVIII. Seu nome significa “habitante da Hespéria”, palavra com que os gregos antigos designavam as duas penínsulas mais ocidentais da Europa, a itálica e a ibérica. Com o tempo, os horizontes do conjunto se ampliaram para além das fronteiras da Europa medieval, dos madrigais e do cantochão: a atuação do Hespèrion XXI abrange todo o mundo mediterrâneo e estabelece conexões entre os universos musicais do Ocidente e do Oriente.

Há quarenta anos, portanto, o grupo vem oferecendo ao público, em turnês mundiais e em gravações inéditas, interpretações exuberantes e sedutoras que revelam toda a beleza mágica e a atualidade da música antiga — além de trazer à luz um número assombroso de obras e de autores pouco conhecidos ou mesmo ignorados.

O rigor da pesquisa musical é a marca inconfundível do Hespèrion XXI, um dos precursores do uso de instrumentos historicamente informados, que buscam reproduzir a sonoridade dos instrumentos de época.

Tembembe Ensemble Continuo Recentemente, o Hespèrion XXI desenvolveu uma rica parceria com o conjunto mexicano Tembembe Ensamble Continuo, que o acompanha na programação do dia 1 de setembro. O Tembembe dedica-se à pesquisa, à recriação e à divulgação das conexões musicais entre o barroco espanhol e a música tradicional do México e da Hispano-América. Enrique Barona, integrante do conjunto, estudou etnomusicologia e ao longo dos seus 25 anos de pesquisa adquiriu um extenso conhecimento da música tradicional mexicana. Ao seu lado se apresentará o compositor e músico, Leopoldo Novoa que estudou na Universidade Nacional Autônoma do México aonde mais tarde foi professor. Hoje ele escreve óperas de música de câmara para grupos no Japão, México e Colômbia.

SAIBA MAIS Pela cuidadosa produção de seus álbuns, o Hespèrion XXI recebeu os mais significativos prêmios internacionais, tais como o Grand Prix de L’Académie du Disque Français, o Grand Prix du Disque, o Diapason D’Or e o Cannes Classics Awards.

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Jordi Savall regência e viola da gamba Jordi Savall, catalão da cidade de Igualada, é um dos artistas mais completos de sua geração, com mais de 50 anos de carreira como instrumentista, maestro, compositor e pesquisador. Completou seus estudos de música e violoncelo no Conservatório de Barcelona, em 1965, e três anos mais tarde matriculou-se na Schola Cantorum, na Basileia, onde se dedicou especialmente à viola da gamba, principal instrumento de seu intenso e profícuo trabalho. Foi nessa escola que conheceu a soprano Montserrat Figueras, catalã como ele, com quem com quem veio a se casar e criou três grupos que são hoje referência fundamental no campo da pesquisa e da interpretação da música antiga: Hespèrion XX (hoje Hespèrion XXI), La Capella Reial de Catalunya e Les Concerts des Nations. Com Figueras criou também o selo Alia Vox, em 1998.

Em seu currículo constam mais de 230 discos que abrangem os repertórios clássico, barroco, medieval, renascentista, além das gravações resultantes de sua pesquisa sobre as raízes da música grega, turca, armênia, árabe e judaica. Com uma média de 140 concertos por ano, Savall percorre o mundo inteiro e é calorosamente recebido tanto pelo público de música erudita como pelos aficionados da world music.

A lista de prêmios que acumula é tão ampla quanto seus projetos: prêmio César pela trilha sonora do filme Tous les matins du monde, de Alain Corneau, vários MIDEM Awards e International Music Awards, prêmio Léonie Sonning, prêmio Internacional de Música pela Paz (do Ministério da Cultura e de Ciências da Baixa Saxônia), além do Grammy concedido em 2011 pelo álbum Dinastia Bórgia. As distinções que lhe foram outorgadas não são menos numerosas: Doutor Honoris Causa pelas universidades de Évora, de Barcelona, de Louvain e da Basileia e Cavaleiro da Legião de Honra da República Francesa.

Para Jordi Savall “a música é um dos meios de expressão e comunicação mais universais, e a medida de sua importância e significado não se pode determinar segundo critérios de evolução de linguagem, mas sim segundo o grau de intensidade expressiva, riqueza interior e humanidade”.

Em 2014, Savall renunciou ao Prêmio Nacional de Música da Espanha por discordar das políticas culturais de seu país.

Hespèrion XXI Jordi Savall regência e viola da gamba 1º de setembro, terça-feira*

Tembembe Ensamble Continuo (México)

2 de setembro, quarta-feira**

Hespèrion XXI Turquia Hakan Güngör

Ulises Martínez

violino, guitarra de son e voz

kanun

Enrique Barona

guitarra huapanguera, leona, jarana jarocha 3a, mosquito, maracas, pandeiro e voz

Leopoldo Novoa

marimbol, guitarra de son 3a, jarana huasteca, queixada de cavalo e harpa llanera

Yurdal Tokcan oud

Armênia Haïg Sarikouyoumdjian ney e duduk

Grécia Dimitri Psonis

Hespèrion XXI Xavier Díaz-Latorre teorba e guitarra barroca

santur

Andrew Lawrence-King

Marrocos Driss El Maloumi

harpa barroca espanhola

David Mayoral

oud

percussão

Jordi Savall

viola da gamba soprano (anônimo italiano, c.

1500), viola da gamba baixo (pelegrino zanetti, veneza, 1553) e direção

*Com o apoio do Departamento de Cultura da Generalitat de Catalunya, do Instituto Ramon Llull, do Instituto Nacional de las Artes Escénicas y de la Música (INAEM) e do Programa México en Escena del Fondo para la Cultura y las Artes de Conaculta — México

Espanha David Mayoral percussão

Jordi Savall

viela de arco, lira e direção

**com o apoio do Departamento de Cultura da Generalitat de Catalunya e do Instituto Ramon Llull

apoio

realização

Ministério da

Cultura

PATROCINADORES 2015

master

platina

ouro

prata

bronze

apoio

realização

AMIGOS DA CULTURA ARTÍSTICA Agradecemos a todos que contribuem para tornar realidade os espetáculos e projetos educativos promovidos pela Cultura Artística.

MECENAS

MANTENEDORES

Adolpho Leirner Álvaro Luiz Fleury Malheiros Ana Lucia e Sergio Comolatti Ana Maria Levy Villela Igel Ane Katrine e Rodolfo Villela Marino Anna Helena Americano de Araújo Antonio Hermann D. M. Azevedo Arsenio Negro Jr. Beatriz Baumgart Tadini Cláudio Thomaz Lobo Sonder Cristian Baumgart Stroczynski Cristina Baumgart Edy Gomes Cassemiro Erwin e Marie Kaufamnn Fabio de Campos Lilla Gioconda Bordon Giovanni Guido Cerri Hélio Seibel Henri Philippe Reichstul Henri Slezynger e Dora Rosset Israel Vainboim Jacques Caradec Jean Claude Ramirez José Carlos Evangelista José E. Queiroz Guimarães José Luiz e Sandra Setúbal José Roberto Opice Lea Regina Caffaro Terra Luis Stuhlberger Marcelo Kayath Marcos Baumgart Stroczynski Michael e Alina Perlman Milú Villela Nelson Nery Junior Otto Baumgart Paulo Proushan Pedro Herz Pedro Stern Regis Edouard Alain Dubrule Roberto Baumgart Rosa Maria de Andrade Nery Ursula Baumgart 7 Mecenas Anônimos

Adélia e Cleõmenes Dias Baptista (i. m. ) Airton Bobrow Alexandre e Silvia Fix Alvaro Oscar Campana Ana Maria Igel e Mario Higino Leonel Antonio Ailton Caseiro Antonio Carlos Barbosa de Oliveira Antonio Carlos de Araújo Cintra Antonio Corrêa Meyer Antonio Kanji Augusto Livio Malzoni Carmo e Jovelino Mineiro Cassio Casseb Lima Claudia Helena Plass Cleide e Luiz Rodrigues Corvo Eva e Mário Arthur Adler Fernando Eckhardt Luzio Francisco Humberto de Abreu Maffei Gerard Loeb Hélio Arthur Bacha Jayme Bobrow José e Priscila Goldenberg José Roberto Mendonça de Barros Livio De Vivo Luis Stuhlberger Marcelo Bastos Ferraz Maria Adelaide Amaral Minidi Pedroso MV Pratini de Moraes Neli Aparecida de Faria Nelson Pereira dos Reis Olavo Setúbal Jr Oswaldo Henrique Silveira Paula e Hitoshi Castro Paulo Bruna Paulo Leser Regina e Gerald Reiss Regina e Salim Lamha Ricard Takeshi Akagawa Roberto e Luizila Calvo Ruth Lahoz Mendonça de Barros Ruy e Celia Korbivcher Ruy Souza e Silva e Fátima Zorzato

Sandra Arruda Grostein Silvia e Fernando Carramaschi Stela e Jayme Blay Tamas Makray Thomas Frank Tichauer Vivian Abdalla Hannut Walter Sacca 4 Mantenedores Anônimos

BENFEITORES Abram e Clarice Topczewski Alberto Whitaker Alfredo Rizkallah Aluízio Guimarães Cupertino Antonio Carlos Marcondes Machado Arnaldo Malheiros Bruno Alois Nowak Calçados Casa Eurico Carlos Chagas Rodrigues Carlos P. Raucher Claudia Annunziata G. Musto Claudio Alberto Cury Claudio e Selma Cernea Consuelo de Castro Pena Dario Chebel Labaki Neto Dario e Regina Guarita Edith Ranzini Edson Eidi Kumagai Elias e Elizabeth Rocha Barros Elisa Wolynec Eric Alexander Klug Fernando de Azevedo Corrêa Francisco J. de Oliveira Jr. Francisco Montano Filho Gustavo e Cida Reis Teixeira Heinz Jorg Gruber Henrique e Michelle Tichauer Henrique Lindenberg Neto Isaac Popoutchi Issei e Marcia Abe Izabel Sobral José Thales S. Rebouças Katalin Borger

Leo Kupfer Lourenço Augusto de Meireles Reis Luci Banks Leite Lúcia e Nemer Rahal Luiz Diederichsen Villares Luiz Henrique Martins Castro Luiz Roberto de Andrade Novaes Luiz Schwarcz Malú Pereira de Almeida Marcelo Pereira Lopes de Medeiros Marco Tullio Bottino Marcos de Mattos Pimenta Maria Joaquina Marques Dias Maria Teresa Igel Michael Haradom Nelson Vieira Barreira Oscar Lafer Patricia de Moraes Patriicia Upton e Nelson Ascher Paulo Cezar Aragão Paulo Mordehachvili Paulo Roberto Pereira da Costa Raul Correa da Silva Ricardo Bohn Gonçalves Ronald Bryan Salem Rosa Maria Graziano Rubens Halaban Salim Taufic Schahin Sergio Luiz Macera Suzana Pasternak Thyrso Martins Ulysses de Paula Eduardo Jr. Vavy Pacheco Borges Walter Ceneviva Wilma Kövesi (i. m. ) 10 Benfeitores Anônimos

APOIADORES Alessandro e Dora Ventura Aliseu Ventiladores Ana Elisa e Eugenio Staub Filho Ana Maria Malik André Guyvarch

Andrea Sandro Calabi Anna Veronica Mautner Arnoldo Wald Beatriz e Numa Valle Beatriz Garcez Lohmann Carmen Guarini Cássio Augusto Macedo da Silva Ciça Callegari e Luiz Mello Cristine Conforti Daniela e Frederico Carramaschi Eduardo Simplicio da Silva Eliana Regina Marques Zlochevsky Elizabete e Mauro Guiotoku Eugênio Suffredini Neto Flavia Velloso e João Mauricio T. da Costa Frédéric de Mariz Galícia Empreend. e Participações Ltda Geraldo Medeiros-Neto Gustavo Henrique Machado de Carvalho Helio e Livia Elkis Horacio Mario Kleinman Irene Abramovich Irente Kantor Israel Sancovski João Baptista Raimo Jr. Jorge Diamant José Carlos Dias José Francisco Kerr Saraiva José Theophilo Ramos Jr. Junia Borges Botelho Karen Macknow Lisboa e Claudio Struck Lilia Salomão Lucila Pires Evangelista Luiz Gonzaga Marinho Brandão M. Luiza Santari M. Porto Marcello D. Bronstein Maria Bonomi Maria da Graça e Mario Luiz Rocco Mario Roberto Rizkallah Marta D. Grostein Martha Rosemberg Mauro André Mendes Finatti Nelia e Eduardo Carvalho Paulo Emilio Pinto Pedro Spyridion Yannoulis

Percival Lafer Plinio J. Marafon Raquel Szterling Nelken Regina Celidonio e Luiz Fernando Caiuby L. da Silva Ricardo A. E. Mendonça Ricardo e Suzanne Gallo Sandra e Charles Cambur Teli Penteado Cardoso Walter Jacob Curi 21 Apoiadores Anônimos

Lista atualizada em 11 de agosto de 2015.

Para mais informações, ligue para (11) 3256 0223, escreva para amigos@culturaartistica.com.br ou visite www.culturaartistica.com.br/amigos.

Agradecemos a todos que têm contribuído, de diversas maneiras, para o esforço de construção do novo Teatro Cultura Artística.

PATROCINADORES

PRINCIPAIS DOADORES (R$ 5.000,00 ou mais) Adolpho Leirner Affonso Celso Pastore Agência Estado Aggrego Consultores Airton Bobrow Alexandre e Silvia Fix Alfredo Egydio Setúbal Alfredo Rizkallah Álvaro Luís Fleury Malheiros Ana Maria Levy Villela Igel Antonio Carlos Barbosa de Oliveira Antonio Carlos de Araújo Cintra Antonio Corrêa Meyer Arnaldo Malheiros Arsenio Negro Jr. Aurora Bebidas e Alimentos Finos Banco Pine Banco Safra Bicbanco Bruno Alois Nowak Calçados Casa Eurico Camargo Correa Camilla Telles Ferreira Santos Carlos Nehring Netto CCE Center Norte Cláudio e Rose Sonder Cleõmenes Mário Dias Baptista (i.m.)

Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração Daniela Cerri Seibel e Helio Seibel Danielle Leão e Fernando Lohmann Dario Chebel Labaki Neto Dora Rosset Editora Pinsky Ltda.

Elias Victor Nigri Elisa Wolynec EMS Erwin e Marie Kaufmann Eurofarma Fabio de Campos Lilla Fanny Ribenboin Fix Fernando Eckhardt Luzio Fernão Carlos Botelho Bracher Festival de Salzburgo Flávio e Sylvia Pinho de Almeida Francisca Nelida Ostrowicz Francisco H. de Abreu Maffei Frédéric de Mariz Frederico Lohmann Fundação Filantrópica Arymax Gerard Loeb Gioconda Bordon Giovanni Guido Cerri Heinz J. Gruber Helga Verena Maffei Henri Philippe Reichstul Henri Slezynger Henrique Meirelles Idort/SP Israel Vainboim Jacques Caradec Jairo Cupertino Jayme Bobrow Jayme Sverner Joaquim de Alcântara Machado de Oliveira Jorge Diamant José Carlos e Lucila Evangelista José E. Queiroz Guimarães José Ephim Mindlin

Jose Luiz Egydio Setúbal José M. Martinez Zaragoza José Roberto Mendonça de Barros José Roberto Opice Jovelino Carvalho Mineiro Filho Katalin Borger Lea Regina Caffaro Terra Leo Madeiras Livio De Vivo Luís Stuhlberger Luiz Diederichsen Villares Luiz Gonzaga Marinho Brandão Luiz Rodrigues Corvo Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados Mahle Metal Leve Maria Adelaide Amaral Maria Alice Setúbal Maria Bonomi Maria Helena de Albuquerque Lins Marina Lafer Mário Arthur Adler Marisa e Jan Eichbaum Martha Diederichsen Stickel Michael e Alina Perlman Milú Villela Minidi Pedroso Moshe Sendacz Natura Neli Aparecida de Faria Nelson Reis Nelson Vieira Barreira Oi Futuro Oswaldo Henrique Silveira Otto Baumgart Indústria e Comércio Paulo Bruna Paulo Setúbal Neto Pedro Herz Pedro Pullen Parente Pinheiro Neto Advogados Polierg Tubos e Conexões Polimold Industrial S.A. Porto Seguro Raphael Pereira Crizantho Ricard Takeshi Akagawa Ricardo Egydio Setúbal Ricardo Feltre Ricardo Ramenzoni Richard Barczinski Roberto Baumgart

Roberto Egydio Setúbal Roberto e Luizila Calvo Ruth Lahoz Mendonça de Barros Ruy e Celia Korbivcher Salim Taufic Schahin Samy Katz Sandor e Mariane Szego Santander São José Construções e Comércio (Construtora São José) Silvia Dias Alcântara Machado Stela e Jayme Blay Suzano Tamas Makray Theodoro Jorge Flank Thomas Kunze Thyrso Martins Unigel Ursula Baumgart Vale Vavy Pacheco Borges Vitor Maiorino Netto Vivian Abdalla Hannud Volkswagen do Brasil Ind. de Veículos Automotores Ltda.

Wolfgang Knapp Yara Baumgart 3 Doadores Anônimos

Gostaríamos de agradecer também as doações de mais de 200 empresas e indivíduos que contribuíram com até R$ 5.000,00. Lamentamos não poder, por limitação de espaço, citá-los nominalmente.

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