CMYK
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Cosmocopa Arte Contemporânea de segunda a sexta de 10 a 19 horas Sábados de 10 a 15 horas Shopping Cidade Copacabana Rua Siqueira Campos, 143 –SL 32 – galeria e SL 90 - acervo Copacabana – Rio de Janeiro Tel. 0055 21 2236 4670 – email cosmocopa@gmail.com
Diretor Executivo Alvaro Figueiredo Diretores Artísticos Felipe Barbosa e Rosana Ricalde Gerente Geral Roberta Alencastro Vendas Bruno Monnerat Elenco Edgar Orlaineta Felipe Barbosa Geraldo Marcolini Leo Ayres Lin Lima Louise DD Marcos Cardoso Marta Neves Mônica Rubinho Murilo Maia Rafael Alonso Rodrigo Oliveira Rosana Ricalde Sidney Philocreon
Pintura de erros Felipe Scovino
Estar diante das obras de Geraldo Marcolini é perceber as nuances e desvios pelos quais a pintura sempre se apresentou. Sempre acusada de estar morta, a pintura, aos olhos ingênuos, parece estar fadada senão a um fim (aqui confundido com fracasso), pelo menos a um limite operacional ou formal. As pinturas de Marcolini fazem parte de uma investigação sobre o próprio estado de experimentação desse “cadáver”. Seu ponto de partida, ou a imagem com a qual a sua pintura dialoga, confunde-se entre um arquivo de imagens aleatórias (vindas da internet, fotos doadas por amigos ou capturadas ao acaso, entre outras diferentes fontes) e memórias. É o anteparo de uma iconografia que sobrevoa quase que por completo operações, fontes e paisagens anônimas ou sem um significado especial para o artista ou para quem está diante delas. Sendo anônimas e comuns, essas imagens se situam em um território ambíguo: nascem como ideias representativas de uma memória, porém terminam flertando com uma certa impermanência, isto é, a referida memória iconográfica é perceptível mas ao mesmo tempo anulada. Se por um lado, nota-se uma ausência de figuras humanas, por outro lado, em um exercício artesanal e preenchido por invenção, Marcolini adota a luz como personagem de suas obras. É ela quem preenche e circula por aqueles espaços ausentes. É a presença de um dado imaterial que compõe o cenário supostamente esvaziado dessas pinturas. Ademais, estas estão constantemente anunciando uma velocidade surpreendente; são ágeis e dinâmicas, seja por adotarem temas ou cenas urbanas, ou mesmo tendo simplesmente a luz como transeunte. Em sua técnica de usar o plástico bolha como um pincel adicional, há uma aparição da forma sem a adoção de um volume preenchido de matéria. Nessa
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operação low-tech e “chapada”, suas pinturas criam um diálogo fecundo com a gravura. Não é também por acaso que Marcolini adota o título de CMYK, a sigla para um padrão de impressão que envolve as cores ciano, magenta, amarelo e preto. Se o início desse método de investigação – a adoção do plástico bolha como veículo para a formatação da pintura – aparece em Bubble Wrap (2005-), temos em CMYK a inclusão de uma pincelada, que não se coloca como mancha ou erro, mas um desvio cromático que duvida da própria condição e aparição da imagem. Sua adoção por uma escala, de certa forma, grandiosa não é mero acaso. É nessa ampliação da imagem que o caráter cênico e dramático de suas pinturas redimensiona a aparição de duas qualidades que operam de forma sincrônica: a melancolia e o silêncio. É curioso que através de um processo que pode durar semanas, Marcolini gera paisagens (e que pode ser deslocado o fato de como o artista também amplia o conceito de pintura de paisagem), que são provedoras de distintas qualidades e subjetividades, ao mesmo tempo em que opera em uma economia de formas. A melancolia e o silêncio não se
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anunciam apenas pelo fato da ausência de figuras humanas nem de serem paisagens anônimas e vazias, paisagens quaisquer, mas pela potência desse conjunto e por uma certa vagueza que paira em suas telas. São imagens que ganham notoriedade exatamente pela sua falta de importância. São pinturas de erros: incorporam falhas desde o momento em que são escolhidas ao acaso. Em seu método de aparição ao mundo, a impressão do plástico bolha sob a tela acarreta também em reordenar e “corrigir” uma gama de erros. Nessa sobreposição de formas o improviso, o imaginado e o “erro” se tornam cúmplices.
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Interior magenta / 2010 AcrĂlica sobre tela 150 cm x 200 cm
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CMYK nº3 / 2011 Acrílica sobre tela 120 cm x 120 cm
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Sem título / 2007 Acrílica sobre tela 150 cm x 200 cm
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Surveillance / 2011 AcrĂlica sobre tela 120 cm x 120 cm
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CMYK nº 2 / 2011 Acrílica sobre tela 160 cm x 160 cm
CMYK nº 4 / 2011 Acrílica sobre tela 130 cm x 170 cm
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CMYK nº 5 / 2011 Acrílica sobre tela 120 cm x 150 cm
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Sem título / 2009-2010 Acrílica sobre capa de LP 31 cm x 31 cm
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Série “Celebridades” / 2003 Bordados de lã
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Geraldo Marcolini Niterói, RJ FORMAÇÃO 1987-1988 Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ 1993-1996 School of Visual Arts, Nova York EXPOSIÇÕES (seleção) INDIVIDUAIS 2010 Geraldo Marcolini, Amarelonegro Arte Contemporânea, Rio de janeiro 2008 Pinturas, curadoria de Paulo Sergio Duarte. Centro Cultural Candido Mendes, Rio de Janeiro 2004 Celebridades, Edifício Galaxi, Rio de Janeiro COLETIVAS 2010 Cosmocopa Arte Contemporânea, Rio de Janeiro SP ARTE, Pavilhão da Bienal, Parque do Ibirapuera, São Paulo Jogos de Guerra, Galeria Marta Traba, Memorial da América Latina, São Paulo 2009 Investigações Pictóricas, curadoria de Daniela Labra, MAC Niterói SP ARTE, Pavilhão da Bienal, Parque do Ibirapuera, São Paulo Nano Stockholm, Studio 44, Estocolmo 2008 Arquivo Geral, Centro Cultural da Justiça Eleitoral, Rio de Janeiro Geraldo Marcolini e Sidney Philocreon, Amarelonegro Arte Contemporânea, Rio de Janeiro Estranha: A arte e o outro, Durex Arte Contemporânea, Rio de Janeiro 2006 XXVII Bienal de São Paulo, “Expedição Rio-Amazonas”, de Jarbas Lopes, São Paulo 2005 Abre Alas, A Gentil Carioca, Rio de Janeiro NanoExposição, ARTBO Feira Internacional de Arte, Bogotá 2004 Posição 2004, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro Permitido, Alpendre, Fortaleza Chega de chupar essa xepa, Neue Dokumente, Berlim 2003 Midiática Brasil, Festival Holandês Next 5 Minutes 4, SESC Paulista, São Paulo Manifestação, SESC Vila Mariana, São Paulo Alfândega 0.0, Armazém do Rio, Rio de Janeiro 2002 Quarentena de Artes Açúcar Invertido, Funarte, Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro Atrocidades Maravilhosas, Caminhos do Contemporâneo, Paço Imperial, Rio de Janeiro 2001 Panorama da Arte Contemporânea, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro e São Paulo PRÊMIOS 2001 Prêmio Interferências Urbanas, “Via Aristotélica”, selecionado por Glória Ferreira, RJ
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