Catarina Dinis Pinto
No fundo do mar, o dia começou muito agitado. De um lado para o outro, batendo com as barbatanas na areia, levantando –a e deixando um rasto de poeira, uma verdadeira algazarra o pequeno tubarão Miguel. -Ui, ui, ui! Mal posso mexer a boca, doí-me todos os dentes- gritava para quem se colocasse a sua frente saísse para que não magoasse no meio de tanta dor de dentes. - Então o que tens tubarão Miguel? É preciso seres tão descuidado? - pergunta a menina Alforreca Camila que ia a caminho da escola e no meio da confusão já não sabia onde estava os seus livros. - Desculpa menina Alforreca Camila, mas estou muito mal! - grita o tubarão Miguel. Entretanto aparece um peixe – galo, o José e um atum, o Ramiro. -Então tubarão Miguel! O que te aconteceu para estares assim? - diz o peixe –galo. - Acho é que dormiste com uma barbatana de fora? ! – diz o atum Ramiro. -Antes fosse! Antes fosse! Mas não! Tenho uma dor tão grande de dentes. – responde com uma expressão dolorosa o tubarão Miguel. A menina Alforreca Camila aparece e aproxima-se e diz: - Eu penso que já sei o que se passa com o nosso amigo. É uma dor de dentes!
-A sério! – diz muito espantado o tubarão Miguel. - Ontem comeste muitos doces na festa de aniversário lá na escola! Não é verdade? -Pois foi! Exclamou o tubarão Miguel ao lembrar-se que no dia anterior tinha comido muitos doces e pior… raramente lavava os dentes. - Pois agora o melhor é ires a dentista moreia Daniela! Exclamaram em conjunto os amigos do tubarão Miguel. - Não! Não! Não! –grita muito alto o tubarão Miguel- Eu detesto ir ao dentista! Ela ralha logo comigo! Foi sempre assim de cada vez que lá fui e pior nem recebi o diploma de “peixe dentes brilhantes” e toda a turma tinha. - Pois, mas não há alternativa. Diz a menina alforreca Camila. – Queres deixar de ter dores de dentes, não é? - Claro que sim? Responde o tubarão Miguel na ânsia de se ver livre da dor de dentes – Só não quero é que a dentista me coloque um lenço branco a volta da cara. Foram todos com o tubarão Miguel até ao coral onde a dentista moreia Daniela tinha o seu consultório. O tubarão Miguel começou a ficar com medo de que a menina alforreca Camila deu-lhe um empurrão e ele trapalhão como era tocou de
imediato na campainha da casa com a sua barbatana. De imediato apareceu a dentista moreia Daniela. Vestia uma bata branca e usava uma máscara na frente do seu rosto! E alguns instrumentos no bolsa da bata, como uma broca e uma pinça. -Quem é que precisa da minha ajuda? pergunta a dentista moreia Daniela olhando em direção ao tubarão Miguel por causa de um olhar aflito e de um enorme papo na sua boca. -É verdade, sou eu mesmo que preciso da sua ajuda! A doutora nem imagina o quanto me dói cada dente da boca! - responde o tubarão Miguel. - E quantas vezes costumas vir-me visitar? – pergunta a dentista moreia Daniela. -Raramente, pois eu nunca lavo os dentes e além disso adoro comer e lambuzar-me com os doces. – responde o tubarão Miguel. - Pois é… é bom e doce, mas faz muito mal e provoca muitas dores de dentes. Se não tens cuidado com o tempo acabarás por perder os dentes todos! Tens que lavar os dentes várias vezes ao dia, durante uns minutos, antes usas o fio dental para tires cada pedaço escondido em cada dente e no fim usas um elixir para ficarem cheirosas e matar as bactérias que tal como tu adoram alimentar-se dos doces que são os teus dentes. Prometes-me que a partir de agora vais
ser mais cuidadoso tubarão Miguel. - Sim, respondeu a tubarão Miguel- depois de tanto sofrimento compreendi que não estava a ser cuidadoso como os meus próprios dentes e quem sofre sou eu! Aprendi desta vez! O tubarão Miguel sentou-se na cadeira e sem medo deixou que a dentista moreia Daniela tratase de cada um dos seus dentes que tinham carie por causa das guloseimas e da má higiene. - Portaste-te muito bem tubarão Miguel. Embora ainda não te possa dar o diploma de “peixe dentes brilhantes” mereces o diploma de “peixe mais cuidadoso com os dentes” No fim, o tubarão Miguel foi feliz sem dores até casa. A partir de agora a escova e a pasta para dentes, o fio dental e o elixir eram os seus aliados para uma boca mais bem cuidada e cheirosa.
Catarina Dinis Pinto, natural de Fânzeres, Gondomar e residente em Amarante. Tenho o 12º ano de comunicação e difusão, e um curso profissional de Animadora Sociocultura. Trabalhei como auxiliar educativa, secretária, repositora de loja entre outras atividades. Desde os 13 anos que escrevo poesia (diariamente), nessa altura era uma forma de falar nos dias de hoje uma maneira de brincar e moldar as palavras. Escrevo igualmente pequenas histórias e contos infantis assim como de amor e crónicas. O primeiro livro de edição foi publicado em 2015, Idílio. Tenho participado em diversas antologias poéticas.
Texto: Catarina Dinis Pinto Imagens, formatação: Rosa Maria Santos Publicada em ISSUU Catarina Dinis Pinto