Onde para a Imaginação

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m i a a a r g a i n p a e çã d

o!


Texto Mónica Oliveira

Ilustração Maria Filipa Ladeiras Márcia Oliveira

Design Ariano Ângelo Catarina Graça

Coordenação Mónica Oliveira

Data dezembro, 2018

Editora ISBN -


E

ra uma vez uma menina chamada InĂŞs. Ela andava na escola e gostava muito de aprender coisas novas: fazer contas, escrever textos, mas o que ela gostava mais de fazer era desenhar, pintar e modelar pequenas esculturas.


Certo dia a professora pediu-lhes para fazerem uma pintura que fosse original, diferente de tudo o que tinham feito até então e ela ficou toda contente. Pegou no seu caderno, abriu-o, mas desta vez algo aconteceu: as ideias não surgiam. A Inês não sabia o que pintar, ela sabia que queria fazer algo diferente, mas o quê?

Tentou de tudo: virou a folha para cima, depois para baixo, colocou-a na parede, no chão, mas… nada. O tempo passava e a pintura teimava em não aparecer.


Foi para casa e voltou a pegar no caderno, mas, mais uma vez‌nada. Debruçando-se e olhando fixamente a folha de papel vazia, começou a ver um monstro a nascer.



À medida que o tempo passava e a Inês nada fazia o monstro ia crescendo e ficando cada vez mais nítido. Era o monstro do Vazio. Este monstro só aparece quando as pessoas não têm ideias. Ele foi-se apoderando da folha branca não dando espaço à Inês para começar o seu trabalho e tornou-se mesmo assustador!

A Inês apressou-se a fechar o caderno para ele de lá não sair. Mas como resolver este problema? Pensou, pensou e nada.


Perguntou Ă mĂŁe o que deveria fazer na sua pintura, mas as ideias eram sempre as mesmas: - Faz uma casinha. - disse a mĂŁe.


Perguntou ao Pai e ele respondeu: - Desenha a famĂ­lia.


Quem a poderia ajudar? De repente lembrou-se do JĂşlio, um artista muito conhecido que vivia no fundo da sua rua e foi ter com ele.


Depois de algum tempo a caminhar por entre árvores, flores, carros, pessoas e casas. Chegou à oficina do Júlio: o artista. A Inês explicou-lhe que tinha de fazer uma pintura mas não tinha ideias novas e que o monstro da folha branca – o Vazio - estava-se a apoderar do seu caderno.


O Júlio tentou descansar a Inês, dizendo-lhe que ele também conhecia esse monstro. Por vezes, ele também espreitava as suas telas ou as suas folhas, mas para que isso não acontecesse ela precisava ter sempre consigo muita imaginação e muita criatividade.

- Como faço isso? - perguntou a Inês. - Isso compra-se no supermercado?


O Júlio riu-se e respondeu-lhe: - Inês, a imaginação e a criatividade estão dentro de todos nós e são elas que nos fazem inventar coisas novas, sermos originais, fazer coisas que os outros ainda não fizeram.

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- Mas como posso encontrar imaginação e a criatividade? - voltou a perguntar a Inês.

- É fácil, assim como um atleta treina todos os dias os seus músculos para estar em forma, também tu tens de ginasticar a tua imaginação e a tua criatividade. - Tenho de ir ao ginásio? - perguntou a Inês.


- Não, - respondeu o Júlio - basta abrires bem os olhos e veres o que te rodeia, olhares para os objetos, os espaços, as pessoas, a natureza com muita atenção e vais descobrir uma nova forma de ver o mundo. - Isso é o que tu fazes todos os dias no teu trabalho? - perguntou a Inês. - Sim, mas também é importante visitar exposições, ir ao cinema, ao teatro, ouvir música, falar com outras pessoas… estar atenta ao que se passa à nossa volta e assim terás muitas ideias novas. - E que materiais devo usar?


- Todos os que quiseres. Há amigos meus que pintam com tintas, lápis de cor, outros com chocolate, geleia, açúcar… outros fazem esculturas com barro, com chiclete, com legos, com tecidos…

- Mas a minha professora não deixa usar esses materiais... disse a Inês. - Tu perguntaste-lhe? - Não. - sussurrou Inês. - Então tens de falar com ela. - respondeu o Júlio. explicas-lhe a tua ideia e ela vai certamente ajudar--te. Até te pode mostrar obras de vários artistas.


- E onde faço o meu trabalho? Na folha de papel? - questionou a Inês. - Pode ser mas, podes utilizar outros materiais. Há artistas que usam telas, barro, madeira, as paredes da rua… - Uhau!, não sabia que a arte tinha tantas possibilidades! Obrigada pela ajuda, Júlio.


A Inês saiu da oficina a pensar como fazer o seu trabalho e no caminho ia reparando com muita atenção por onde passava. Viu que as flores têm cores diversas, os objetos têm tamanhos diferentes, as casas têm várias formas, as pessoas têm expressões ora engraçadas, ora mais sérias…


Cheia de ideias, chegou a casa e Ă medida que abria o seu caderno, o Vazio - o monstro - ia desaparecendo e dando lugar ao trabalho da InĂŞs.


No dia seguinte, mostrou e explicou a sua obra aos colegas. Eles estavam boquiabertos! Viram colagens de objetos pintados, colocadas num pedaço de esferovite com algumas palavras escritas, pessoas altas, magras, gordas, grandes e pequenas, o desenho de vĂĄrias casas que tinham formas muito divertidas‌


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SĂł se ouvia na sala: - Uhau! Hei! Espetacular! FantĂĄstico! Todos acharam o trabalho lindo, diferente e as perguntas logo surgiram. - Como fizeste isso? Como tiveste essa ideia? TambĂŠm podemos trabalhar com esses materiais?


- E a InĂŞs disse-lhes: - Eu respondo a todas as perguntas, mas antes quero apresentar-lhes as minhas grandes ajudas para este trabalho:


A Imaginação ea Criatividade.



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