Catarina Jesus Fotografia de Habitação

Page 1

ISCTE-IUL | Fotografia Arquitectónica | 3º ano | 2º Semestre | 2014/2015 Curso: Mestrado Integrado em Arquitectura Docente: Miguel Curado Discente: Catarina Jesus nº62016

Fotografia de Habitação


Índice

-

Fotografia de Habitação

1

-

Fotografia Informativa

2

-

Fotografia Arquitectónica

3

-

Fotografia Imobiliária

4

-

Fotografia de Interiores

5

-

Fotografar Habitações

6

-

Anexo 1

13


Fotografia de Habitação No âmbito da disciplina fotografia arquitectónica desenvolvi este trabalho teórico com o objectivo de estudar fotografia de habitação. Fotografia de habitação é uma especialização de fotografia arquitectónica onde se fotografam habitações para os seguintes fins: registo arquitectónico, registo imobiliário, registo informativo ou para registo decorativo (fotografia de

interiores). Ao contrário de outros edifícios, quando se fotografam habitações existem mais fotografias de interiores do que exteriores pois por vezes o exterior pode ser quase inexistente ou simplesmente desinteressante. As fotografias exteriores costumam mostrar piscinas, lagos, espelhos de água, pátios, envolvente ou fachadas que tenham uma composição interessante.

Casa na Aldeia do Meco, Sesimbra, Portugal – Arq. João Covacich | Fotografia da piscina exterior.

1


Fotografia Informativa A fotografia informativa tem como objectivo mostrar um lugar, objecto ou ser vivo como ele é, ou seja, é uma fotografia que documenta algo, que revela uma verdade. Em termos de fotografia arquitectónica este registo é comum para mostrar sistemas construtivos, estruturas e/ou materiais. Neste registo não há lugar para criatividade pois não se tem como objectivo a arte mas sim em mostrar o que é

real.

Conjunto 3 habitações, Aldeia do Meco, Sesimbra, Portugal – Arq. Nuno Simões com DNSJ arq | Fotografia da sala de estar, 3ª casa.

2


Fotografia Arquitectónica A fotografia de arquitectura tem como objectivo mostrar espaços, ambientes, sendo que na maioria das vezes as fotografias são feitas em espaços vazios. Em termos de fotografia de habitações é o registo que mais se aproxima com fotografia informativa pois este também revela estruturas e materiais. Ainda assim o elemento mais importante neste registo é a luz que deve ser quase sempre natural. É muito comum a fotografia em preto e branco onde se mostram os contrastes entre a sombra e a luz, a cor dos materiais e as texturas destes. Este registo é muito comum quando uma habitação é concluída e ainda não está mobilada. Desta forma obtêm-se espaços vazios e amplos onde a estrutura e os materiais utilizados são o grande foco. Ainda assim muitas vezes as fotografias são realizadas quando a casa já tem alguma mobília e esta é normalmente decorada pelo autor do projecto ou pelo proprietário da habitação. É após a conclusão da

construção que se obtêm as melhores fotografias exteriores pois os materiais ainda não estão degradados.

Casa em Sesimbra, Portugal – Arq. Aires Mateus | Fotografia da sala de estar.

3


Fotografia Imobiliária Este registo fotográfico tem como destino a comercialização da propriedade e como tal tem como objectivo tornar esta casa atractiva para os clientes. A fotografia mais importante é a fotografia da sala de estar pois é onde normalmente os proprietários passam a maior parte do seu tempo. Como tal esta tem que parecer ampla, iluminada e confortável. Este registo tem como um dos seus objectivos provocar sensações, nomeadamente a sensação de conforto através da iluminação de modo a tornar um espaço mais atractivo. As fotografias costumam ser feitas a uma altura baixa

para que a fotografia apanhe vários elementos, torne o espaço mais amplo e convide as pessoas a entrar nele.

Casa em Sesimbra, Portugal – Arq. Aires Mateus | Fotografia da sala de estar.

4


Fotografia de Interiores Fotografia de interiores relaciona-se com o mundo da decoração e do design. Este registo consiste em fotografar um espaço decorado por um decorador onde o foco vai para a decoração em geral do espaço ou para uma peça de design em especial. A arquitectura tem, neste registo, um papel de base para a fotografia pois é o plano de fundo desta. Este tipo de fotografia costuma ser quase sempre a cores de modo a valorizar as peças de design.

Tal como em fotografia de arquitectura os detalhes querem-se focados e nítidos a não ser que se esteja a focar num único objecto e para este ganhar importância desfoca-se tudo à sua volta.

Conjunto 3 habitações, Aldeia do Meco, Sesimbra, Portugal – Arq. Nuno Simões com DNSJ arq | Fotografia da sala de estar, 2ª casa.

5


Fotografar Habitações Todos os registos de fotografia de habitação são amplamente publicados em revistas, livros, brochuras, documentos de construção, entre outros. Os mais comuns são as fotografias de arquitectura e as fotografias de interiores. Quando se fotografa habitações tem que se ter em conta vários factores mas os

princípios são os mesmos que para qualquer fotografia: observar, testar, preparar e por fim fotografar.

Observar Um fotografo é, em essência, um observador de tudo. O primeiro passo na fotografia é observar, explorar, conhecer o espaço e o seu envolvente, saber quais são os limites e os obstáculos que se irão encontrar. Quando se fotografa uma habitação é indispensável uma visita por todas as divisões e pelo seu exterior, por vezes é também necessário explorar o local da propriedade para se terem outras perspectivas da habitação a partir de pontos que não pertençam aos limites desta. Desta forma conseguem-se descobrir ângulos e perspectivas diferentes e interessantes.

Testar Depois de se ter explorado toda a área é altura de testar os ângulos e perspectivas que descobrimos. É uma fase de experimentação onde se tiram várias fotografias para descobrir o melhor ângulo e a melhor perspectiva, a melhor luz e as melhores sombras. É também nesta fase que se descobre qual a melhor hora para fotografar determinada propriedade. Muitas vezes a observação e a fase de experimentação

fazem-se num dia anterior ao da verdadeira sessão fotográfica. 6


Casa em Sesimbra, Portugal – Arq. Aires Mateus | Fotografia do exterior da habitação

Preparar Quando testamos vários ângulos e perspectivas também acabamos por testar a composição do espaço, ou seja, há uma percepção do que deve e do que não deve estar na fotografia. Antes de se começarem a fazer as fotografias finais deve-se perder alguns minutos a fazer uma limpeza ao local, arrumar certos objectos e remover outros pois é

preferível ter à partida o cenário desejado do que ter que o fazer através de programas de edição (onde os resultados nunca são 100% satisfatórios).

7


Fotografar Depois de toda a preparação necessária é tempo de se começar a fotografar e

aplicar as técnicas fotográficas. O enquadramento e a composição são determinantes para uma fotografia ser boa ou má. É necessário prestar muita atenção às linhas rectas ou curvas e o efeito que trás para a composição da imagem. As linhas verticais devem ficar alinhadas e direitas, isso pode ser conseguido mantendo a câmara direita e a uma altura média (de acordo com a altura do espaço). No enquadramento devem ser levados em conta os seguintes elementos: linhas rectas, linhas curvas, objectos diferenciados, texturas e cores contrastantes, simetrias, luz e elementos arquitectónicos como janelas, portas, arcos, escadas. Pode-se utilizar a profundidade de campo para criar imagens com várias diferentes

camadas,

causando

sensações.

Os

elementos em repetição e as suas sombras

também

criam

fotografias “ricas”.

Conjunto 3 habitações, Aldeia do Meco, Sesimbra, Portugal – Arq. Nuno Simões com DNSJ arq | Fotografia do exterior, 3ª casa.

8


A composição do espaço deve ser, também, simétrico, ou seja, a quantidade de objectos e elementos na fotografia deve estar equilibrado em vez de existirem muitos objectos concentrados numa parte da imagem. Os detalhes devem estar focados e nítidos. Nos interiores normalmente fotografa-se com o f-stop em f/16 ou mais alto. Um dos grandes obstáculos em fotografia de habitação é por vezes o pouco espaço para fotografar pelo que nem sem sempre encostar a câmara à parede funciona. Para captar um espaço amplo pode-se usar uma lente grande-angular mas estas não são muito recomendadas devido à distorção que causam na imagem.

Fotografar é capturar luz e esta é um dos elementos principais na fotografia seja que de tipo for pois os resultados são sempre influenciados pela sua presença e

pela sua ausência.

Em fotografia de arquitectura deve-se usar sempre

iluminação natural e a luz que se pretende é uma luz suave. Os melhores dias para se fotografar são quando o tempo está nublado pois a luz é difusa e não haverão sombras muito fortes, para além disso as cores ficarão o mais real possível. Quando se fotografa num dia com o tempo completamente limpo para se obter uma luz suave deve-se fotografar de manhã cedo ou ao fim da tarde. São nestes periodos do dia que as sombras são simples e bonitas e oferecem à imagem uma composição interessante. Nas fotografias exteriores deve-se alcançar um equilibrio entre a luz natural exterior e a luz artificial do interior para que a fotografia seja agradável e transmita uma sensação acolhedora. A melhor hora para se conseguir estas fotografias é ao fim da tarde, antes do por do sol (aproximadamente 20 minutos

antes) onde existe uma janela de oportunidade em que a luz exterior está 9


Conjunto 3 habitações, Aldeia do Meco, Sesimbra, Portugal – Arq. Nuno Simões com DNSJ arq | Fotografia de instalação sanitária, 3ª casa.

com uma excelente exposição e em sintonia com as luzes interiores. É necessário estar preparado para esta fotografia pois esta janela de oportunidade pode durar apenas 10 minutos. Apesar da luz natural ser sempre preferível existem situações onde a luz artificial pode atribuir um efeito que enriquece toda a composição. Nesses casos a luz artificial funciona muito bem em toda a imagem. Ainda assim quando se fala de luz artificial não se fala de flash, este deve ser evitado a todo o custo e em caso de pouca luz deve ser utilizado um tempo de exposição longo para tirar a fotografia. Para isso é indispensável a utilização de um tripé. O flash deve ser usado apenas em situações como anular diferentes tonalidades da luz ao longo do espaço. 10


Conjunto 3 habitações, Aldeia do Meco, Sesimbra, Portugal – Arq. Nuno Simões com DNSJ arq | Sala de estar, 3ª casa.

Conjunto 3 habitações, Aldeia do Meco, Sesimbra, Portugal – Arq. Nuno Simões com DNSJ arq | Cozinha, 3ª Casa.

11


Para além das técnicas de fotografia é preciso ter sempre material adequado para o fim pretendido pelo que é indispensável uma lente normal e uma lente grande ângular, um tripé (pois as fotografias não devem ficar nem tremidas nem

arrastadas), um flash e sempre uma bateria e cartão de memória extra. As fotografias devem ficar em formato RAW de forma a manter todas as suas propriedades originais. É também importante este formato para poder ajustar o balanço de brancos.

12


Anexo 1 Catarina Marques de Jesus, aluna do curso de Arquitectura com o número 62016, criadora intelectual e titular dos direitos patrimoniais de autor da obra intitulada “Fotografia de habitação” e de todas as fotografias nesta obra presentes, vem, nos termos e para os efeitos do regime português aplicável aos direitos de autor, declarar pelo presente documento que:

1. Detém todos os direitos das fotografias utilizadas ao longo do trabalho.

As fotografias utilizadas neste trabalho são da minha autoria e pertecem aos seguintes projectos: Casa na Aldeia do Meco, Sesimbra, Portugal – Arq. João Covacich Conjunto 3 habitações, Aldeia do Meco, Sesimbra, Portugal – Arq. Nuno Simões com DNSJ arq Casa em Sesimbra, Portugal – Arq. Aires Mateus

13


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.