Fábrica de Louça Regional de Viana | Brochura Académica

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Fรกbrica de Louรงa Regional de Viana, Lda


Museu da Fábrica No mesmo recinto da Fábrica podemos visitar o Museu da Fábrica, inaugurado em Julho de 2005, local que conta a histórias através de cada peça ali exposta deixada pelos artista que ali trabalharam como Araújo Soares, Fernanda Soares, António Pedro, entre muitos outros. A parte central do Museu explica o processo de fabrico das peças cerâmicas e tem sempre um artista a pintar mostrando aos visitantes a arte popular de decoração desta louça, única na sua técnica e estética. Visitas guiadas por marcação 258 828908 Local Rua da Fábrica (Meadela) Horário Segunda a Sábado, das 10h00 às 19h00 Encerra ao Domingo E-mail comercial@lrv.pt


“Os azuis começam no tom mais intenso e diluem-se em águas sucessivas com as cambiantes do céu e das águas que o reflectem no rio e no mar nesta região do “Alto Minho”

Das várias regiões de Portugal onde se concentra grande qualidade na industria cerâmica, o Norte sempre se distinguiu pela qualidade e valor artístico dos seus produtos. A cerâmica de Viana teve sempre um lugar de relevo em Portugal. Daqui saíram, no passado, louças, utensílios ricamente pintados para farmácias, igrejas e mosteiros. A louça de Viana pintada à mão é altamente apreciada pelos coleccionadores, pela variedade e originalidade das formas e da decoração, policroma ou monocromática, com predomínio do azul e da cor-de-vinho. Actualmente a Fábrica de Louça Regional de Viana, tem se empenhado em manter a tradição da faiança Vianense, dedicando-se à pesquisa das melhores condições de fabrico e ao aperfeiçoamento constante do trabalho artístico das peças, pintadas à mão por delicados artesãos da região. Cada peça é pintada à mão, com um certo saber próprio, é aqui criada uma porcelana sem par, cada peça é, e deverá ser, única. Um prato pintado de manhã nunca será igual àquele que o artista conclui à tarde, pois está sempre dependente da sua personalidade, que garante à sua obra a sua individualidade.

Fábrica de Louça Regional de Viana, Lda


Ficha Técnica imagem

Juliana Soares Cátia Bandeira Cristiana Torres texto

Juliana Soares Cátia Bandeira Cristiana Torres Eather García Sandra Muñoz responsável técnica

Ana Matos Madalena Araújo

Instituto Politécnico do Cávado e do Ave Unidade Curricular de Gestão de Imagem Docente Jorge Pereira Brandão

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Fábrica de Louça Regional de Viana


Contexto página 04

a Identidade página 06

Comunicação página 10


Contexto do Passado ao Presente

Uma fábrica criada há mais de dois séculos, traz consigo uma infindável história

Louça Regional de Viana está sediada na e o caulino possuía um elevado grau de Capital do Alto Minho, Viana do Castelo pureza, mais do que é necessário para é especializada em produzir artesanal- este tipo de louça). mente peças de cerâmica da mais alta qualidade. Localizada mais precisamente na freguesia de Meadela, tem como motivação principal manter a tradição do povo minhoto. Tudo começou com a redação por Marquês de Pombal em 1770 de um alvará com o objetivo de intensificar a produção de cerâmica artística em Portugal, desde então foram criadas de Norte a Sul do país cerca de 56 fábricas de produção. Nascendo assim no Lugar do Cais Novo, em Darque, em 1774 a primeira Fábrica de Viana, o local foi escolhido pela possibilidade do embarque mais fácil e da existência de matéria-prima nas proximidades (havia barros de excelente qualidade

PERÍODOS

HISTÓRICAS desde 1774-2013

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Fábrica de Louça Regional de Viana

PAREDE DO MUSEU DA FÁBRICA Retratos antigos da Fábrica

Depois de muitos altos e baixos para sobreviver as várias épocas actualmente a Fábrica de Louça Regional encontra-se em grandes dificuldades financeiras, tendo em stock milhares e milhares de peças

1774-1793

1793-1829

A primeira fábrica foi fundada em Darque, Viana do Castelo, por João de Araújo Lima, Carlos de Araújo Lemos e outros associados. Ainda não havia um estilo muito próprio, imitava-se o estilo de outras fábricas e os desenhos eram importados.

Foi considerado o apogeu da fábrica de Louça de Viana. O artista já não copiava as peças de outras fábricas, tinha a preocupação de investigar as tendências no país e na Europa e recriá-las segundo a interpretação própria do povo do Alto Minho.


Processo de produção das peças

nas parteleiras. Mesmo não contendo concorrência directa, existe outros produtores de louça que se assemelham, mas usam material diferente no qual possibilita a venda a baixo custo. Mas o grande factor é a crise faz com que muita gente deixasse este tipo de artigo para segundo plano e a concorrência, nomeadamente com a proliferação de louça decalcada, muito mais barata mas também de uma qualidade muito inferior tem prejudicado o negócio, isto apesar da Fábrica de Louça Regional ter o registo dos desenhos utilizados. A fábrica encontra-se parada e os seus trabalhadores à espera de serem novamente chamados, encontra-se somente em funcionamento as infraestururas do Museu e loja comercial.

1ªETAPA

Moldadas as peças, estas vão para uma 1ª cosedura, denominada chacota 2ªETAPA

Quando as peças saem do forno verificam as que contém danos e colocam no lixo ou então se não tiverem qualquer dano seguem para a fase de pintar 3ªETAPA

Aqui as peças são pintadas com a cor lilás e é aplicado um tratamento vidrado 4ªETAPA

Depois vão para a 2ª cosedura e então a cor da peça é alterada e fica azul brilhante.

1829-1855

1947-1999

2000-2013

No ínicio da decadência a fábrica imitou a louça inglesa decorada, mas a matéria-prima utilizada era fraca e os valores foram perdidos. Com isto, a fábrica viu-se obrigada a encerrar.

José Rosa de Araújo com outros associados reabriu a fábrica mas desta vez na Meadela, com a designiação de “Cerâmica de Viana”. Foi um período dedicado apenas à produção de louça artística, de peças de decoração e não tanto de louça utilitária.

A nova gerência e atual de José Mota mudaram o nome da fábrica, e passou a chamar-se de Louça Regional de Viana, Lda (Lr Vianna). A fábrica encontra-se parada e os seus trabalhadores à espera de serem novamente chamados.

Fábrica de Louça Regional de Viana

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a Identidade a Marca

Cada peça é pintada à mão, com um certo saber próprio

a IDENTIDADE A Louça Regional de Viana é já uma referência no seu sector de actividade pelos seus serviços de longa data, personalizados e pela sua oferta. A direcção de José Mota visa manter a tradição de uma louça produzida artesanalmente a mais alta qualidade e com o estilo próprio da Região do alto Minho, com isto pode-se observar a escolha da identidade visual para esta nova fase na Fábrica de Louça Regional a busca ao seu antepassado com o arquivo da marca da fábrica de Darque trazido para o actual com o acréscimo do elemento orgânico furto dos desenhos de peças de Augusto Alves. Essa identidade centraliza-se numa marca visual composta somente por uma única cor, o azul, pelo desenho do ramalhete que forma um ás de paus de cinco lágrimas dispostas em forma de folha imparipinulada e juntamente, com a assinatura de marca “Vianna”. Esta é uma marca registada sendo proibido a sua cópia ou usos ilícitos

LOUÇA UTILITÁRIA A identidade sempre presente nos desenhos da peça

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PEÇA INSPIRADORA Desenho de Augusto Alves


As personagens principais TIPOS DE LOUÇA

DESENVOLVIMENTO DAS PEÇAS

Louça utilitária Esta louça permite o uso directo do frigorífico e do forno. O seu comportamento é inalterável às diferenças de temperatura. Estas peças formam serviços e conjuntos.

A Louça Regional de Viana inicialmente utilizava a faiança para produzir as suas peças, pois era um material mais pobre e descascava-se mais depressa. Na sua composição constava a argila, areia fina, sal e fezes de ovino da descendência nacional, chumbo, estanho, esmalte e antimónio de proveniência internacional. Na atualidade usam a porcelana por ser um material com mais qualidade, mais resistência e mais grossa até que a louça da Vista Alegre. Estas peças são cosidas a temperaturas elevadas e por isso mesmo existe um enorme desperdício, pois racham ou quebram. A peça inicialmente é maior que a final por causa da absorção de água que decorre entre as 2 coseduras, e sendo assim, esta diminuí cerca de 14%. É importante dizer que estas peças não são tóxicas e que cada peça no seu verso é identificada com o número de molde e assinatura da pintora. Há também que referir que as peças nas décadas de 50,60 e 70 tinham um tom mais amarelado, e nas décadas de 80, 90 até a atualidade estas foram-se tornando mais brancas.

Louça decorativa É muito apreciada pela sua consistência, variedade e originalidade das formas. Tem como cores predominantes o azul, amarelo, verde e cor-de-vinho. Peças de Colecção São peças especialmente concebidas para coleccionadores, são peças exclusivas de edição limitada a 500 exemplares.

PROCESSO Balcão explicativo do processo de produção da peça

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a Identidade Elementos Visuais

A narrativa através do desenho, cor, caligrafia retratada na peça

DESENHOS

A perda da qualidade das matérias-primas levou igualmente as peças a perderem o seu valor e essência e também ajudou a fábrica a falir. Em 1947 a fábrica passou a desenvolver o seu trabalho na Meadela, os artistas produziam peças com decorações inspiradas nos temas e processos plásticos do neoclássico oitocentista, bem como peças originais de decoração contemporânea e peças de autor.

No primeiro período eram produzidos dois géneros de peças em faiança decorada a azul, um com ornamentos rococó e outro que criava reproduções decorativas chinesas, inglesas, francesas, espanholas e italianas à maneira portuguesa. Mais tarde, introduziu-se um novo tipo de decoração, resultante da união entre as formas decorativas neoclássicas e as tradições locais com essencial recurso Na atualidade os motivos decorativos aos azuis, amarelos e verdes. usados na louça de Viana são os bordados No início da decadência em meados de minhotos em azul; elementos dos desco1855 imitou-se a louça inglesa decorada brimentos, como as naus e os outros elementos marinhos sendo estas reproatravés do método da estampagem. duções da antiga louça produzida na fábrica de Darque em séries limitadas. Por exemplo, para a comemoração do 500 anos dos Descobrimentos Portugueses a empresa produziu 500 exemplares únicos para festejar a ocasião.

PEÇA EDIÇÃO ILIMITADA Comemoração dos 500 anos Descobrimentos

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Outro género de decoração muito conhecido é o ramo, que é proveniente da Meadela a sede das louças. Este surgiu no final da década de 60 e início da década de 70 pois sentiram a necessidade de criar um produto mais económico e mais recente. Há quem mencione que a inspiração para o ramo foi num pintor chamado Augusto Alves e também nas influências chinesas. Este ramo contém a característica de se poder adaptar às peças consoante o seu modelo.


Cor

CALIGRAFIA

No início, as cores utilizadas eram, o azul-cobalto aplicado a pincel ou esponja, o amarelo de várias tonalidades, o cor-de-laranja, a cor de mel obtida a partir do óxido de ferro, o verde cupio em várias tonalidades e o vinoso manganês. Ao longo do tempo estas também foram sendo adaptadas, por exemplo, o azul de antes agora é mais roxo. O principal objetivo da empresa é tentar produzir peças que façam relembrar as peças da faiança antiga, tentar aproximar a cor do que existia antigamente.

Relativamente às marcas, durante o primeiro período, usou-se o “U” ou o Vianna sublinhados ou não. Existem ainda marcas possessórias em algumas peças com nomes próprios ou monogramas. No segundo e terceiro períodos, o “V” ou o Vianna, também sublinhados ou não e aplicados no fundo dos objetos ou na parede frontal, como é o caso da pia. Em algumas peças do primeiro período viu-se também o F.N. sobre o “V” de Fábrica Nacional de Vianna, entre outros.

A MARCA Todas as peças são marcadas no seu verso

A COR Expositores de pigmentos das cores usadas na fábrica

ESTUDOS DA MARCA VIANNA Arquivo da marca da fábrica de Darque

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Comunicação suportes de divulgação

A louça é um cartaz representativo de umas das riquezas da cidade de Viana

Estratégias de divulgação A empresa adotou estratégias de divulgação da marca como pequenos flyers, desdobráveis, packaging e limitando-se apenas à história da própria marca ao longo do tempo e não apostando na divulgação do tempo, devido às condições financeiras. Por isso mesmo, com o passar do tempo, a empresa não foi renovando, nem acrescentando nada de novo que pudesse dar o mote a que a marca Vianna evoluísse e se tornasse reconhecido por outro público.

EMBALAGENS As embalagens são objetos bastante simples com uma impressão da marca no exterior, sendo que as embalagens mais atuais deixaram de ter qualquer impressão devido à falta financiamento. A embalagem consegue transmitir aquilo que tem dentro, ou seja, as cores e as formas do objeto de arte que se está a comprar. As embalagens variam de tamanho conforme a dimensão da peça e para além da marca impressa em azul também tem os contatos e morada da fábrica.

EMBALAGENS Forma standard para louças de médias dimensões

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A embalagem representa de forma simples e uniforme aquilo que é a arte das louças de Viana do Castelo. A forma artesanal como são embaladas as peças de compra demonstram pelo seu papel a simplicidade e as poucas estratégias de divulgação da marca. No papel com que é embrulhado está impresso a marca Vianna com a ramificação, que já lhe é conhecido nas suas obras, e na tradição da marca de louças artesanal de Viana do Castelo.


BROCHURAS

Catálogo

As brochuras apesar de serem escassas, transmitem com grande clareza e pormenor o que podemos encontrar nesta marca. As brochuras têm um aspeto claro e limpo, transmitindo a história e evolução de todo o percurso, marcado pelas grandes diversidades. A marca Vianna tem brochuras de apresentação dos seus produtos que para além da história que nos transmitem, apresentam-nos também os desenhos das diversas marcas e os desenhos das figuras representadas em cada objeto pintado à mão. As brochuras são oferecidas pela empresa quando se compra um objecto da loja, como forma de agradecimento e parabenizar quem a fez pela peça única que acabou de comprar.

O catálogo da marca é uma única peça exclusiva da fábrica, com o qual esta apresenta os objetos que o cliente tem à disposição. No catálogo temos presente a evolução da marca e a história como já apresentado anteriormente ao longo deste projeto.

BROCHURA HISTORIAL Textos de Alberto A.Abreu, apresenta a hitória da LRV

CATÁLOGO COLEÇÃO RAMALHETE Promoção da louça azul

A marca Vianna presente na tradição das louças de Viana do Castelo e até então esquecida pelo público que a adquiria anteriormente, deixou de conseguir continuar a cativar aqueles que admiravam a arte única e espontânea, exposta em cada peça. A tradição continua exposta na mesma qualidade de sempre nas peças de Viana do Castelo, sendo que esta marca na região minho sempre teve a sua grande influência pela cultura que ganhou ao longo dos tempos. A comunicação que é feita por esta marca regional não consegue chegar às pessoas de uma forma clara, que por aquilo que fomos percebendo, pessoas mais jovens não conhecem o propósito desta fábrica e a importância que esta tem na nossa cultura e tradição minhota.

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“ A tradição, um valor que se está a perder”

A louça de Viana pintada à mão com todo o seu rigor e primor é uma tradição que está a ser esquecida. Cada peça, cada traço, cada pincelada é única e retrata bordados minhotos, cenas de descobrimentos, que fizeram parte da história portuguesa. Esta empresa teve muitos altos e baixos, mas apesar de todos os obstáculos, esta tentou sempre inovar mantendo os valores originais e levando-as um pouco a todo o Portugal para manifestar toda a riqueza que estas possuem. Não é por serem peças de um valor que poderá não estar ao alcance de todos, mas sim porque cada uma transmite originalidade e individualidade. Possuir uma peça destas é como guardar parte da história, e cabe a todos preservar estes valores, ajudar a divulgá-los e partilha-los.

Fábrica de Louça Regional de Viana, Lda


Fábrica Louça Regional Fábrica Louça Regional de Viana, Lda Rua da Fábrica 4900-204 Meadela – Viana do Castelo Telf. 258 828 908 Fax 258 820 093 E-mail: comercial@lrv.pt Horário de Funcionamento 2ª a Sáb. – 09h00-18h30



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