ANO LECTIVO 2014/2015 - SEMIOLOGIA PROFESSORA: CÉLIA BELIM
11 SETEMBRO – O DIA QUE MUDOU O MUNDO
ANÁLISE FÍLMICA "EXTREMELY LOUD AND INCREDIBLY CLOSE" "WORLD TRADE CENTER"
CÁTIA ROSA - 218095 CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO
UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS
Índice
1.
Introdução ............................................................................................................................ 3
2.
Análise Fílmica (Análise de Conteúdo e Análise de Imagem e Som) .................................. 3
2.1
Análise do Filme "Extremely Loud and Incredibly Close" ................................................ 4
2.2
Análise do Filme "World Trade Center" ........................................................................... 6
3.
Simbologias (Estruturalista-Semiótico) ............................................................................... 8
3.1
Simbologia do Filme "Extremely Loud and Incredibly Close" ......................................... 8
3.2
Simbologia do Filme "World Trade Center" .................................................................... 9
4.
Mensagem transmitida pelos filmes (Estereótipos e Clichés) .......................................... 10
4.1
“Extremely Loud and Incredibly Close” ......................................................................... 10
4.2
“World Trade Center”..................................................................................................... 11
Anexos ........................................................................................................................................ 13 Apêndices.................................................................................................................................... 16 Bibliografia .................................................................................................................................. 19 Webgrafia ................................................................................................................................... 19
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1. Introdução 11 de Setembro ou simplesmente 9/11, uma data que ninguém irá esquecer. Apesar de diariamente surgirem novos atentados, este dia irá ficar marcado para sempre na História da Humanidade. Incluído no âmbito da unidade curricular de Semiologia, este trabalho tem como objecto de estudo o dia que mudou o mundo. Apesar de ser um assunto bastante debatido, ainda são várias questões por resolver. Esse é um dos factores que mais me intrigou e que, recentemente, me levou a querer ir além do óbvio. Um outro motivo que levou a esta escolha do tema, foi a mediatização do atentado. O facto de haver imagens e registos telefónicos das torres fez com que o acontecimento fosse divulgado por todo o mundo. O impacto que teve deveu-se muito à forma de como milhares de pessoas viram e acompanharam cada minuto, um dos piores atentados de que há memória. Em relação aos suportes, optei pela análise de dois filmes: "World Trade Center", de 2006, dirigido por Oliver Stone e "Extremely Loud and Incredibly Close", de 2011, dirigido por Stephen Daldry. Ambos os filmes estão relacionados com a temática escolhida, no entanto, apresentam abordagens diferentes possibilitando assim várias perspectivas sobre o acidente que vitimou quase três mil pessoas. Os meus objectivos principais são: análise dos dois filmes em relação ao conteúdo (cenário, personagens, planos de imagem, sobreposição de sons, ruídos de fundo); exploração de algumas simbologias e analisar a mensagem transmitida pelos filmes. Para tal, organizei a estrutura do trabalho da seguinte forma: a análise fílmica com as metodologias, análise do conteúdo e análise da imagem e som; em seguida explorar algumas simbologias presentes através da metodologia estruturalista-semiótico e por fim, avaliar a mensagem que cada filme pretende transmitir (estereótipos e clichés). Os Estados Unidos da América sempre apresentaram um lado conservador, misterioso, oculto e repleto de assuntos por resolver. No entanto, a sociedade norte-americana é conhecida pelos seus excessos, pelo poder económico e tecnológico, mas também pelos valores que defendem: a Pátria e a união. Estes foram reforçados após o 11 de Setembro de 2001, mesmo com as suspeitas do envolvimento do Estado no atentado.
2. Análise Fílmica (Análise de Conteúdo e Análise de Imagem e Som) Para analisar um filme, não há uma metodologia universalmente aceite, no entanto, é comum a decomposição e descrição dessas mesmas partes do filme (Penafria, 2009). Para ambos os filmes, recorri a análise de conteúdo que consiste em identificar tema do filme, realizar um resumo da história e a decomposição do filme. No entanto, é quase impossível analisar uma narrativa fílmica sem ter conta os elementos visuais e sonoros (Aumont & Marie, 2009). Para tal, usei a metodologia da análise da imagem e Página | 3
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som que entende o filme como um meio de expressão, sendo necessário conceitos cinematográficos como o uso do grande plano e o sentido sonoro.
2.1 Análise do Filme "Extremely Loud and Incredibly Close" O cinema faz convergir três dimensões diferentes: a arquitetura da sala, a tecnologia de captação/projeção e a forma narrativa (Penafria & Martins, 2007). A forma narrativa baseia-se no argumento, muitas vezes retratados em livros, como é o caso do filme "Extremely Loud and Incredibly Close”. O filme é o retrato da revolta de um rapaz0 que perdeu o seu pai1, no atentado de 11 de Setembro. Oskar é uma criança que apresenta diversas dificuldades em enfrentar o mundo, tendo problemas ao comunicar com os outros, devido a movimentação e barulho da cidade de Nova Iorque. O filme inicia-se com um grande plano (ver figura 3 e 4, anexos) de Oskar a levantar questões relacionadas com a dicotomia morte e vida. Num cemitério, vemos o rapaz a sair do carro rapidamente, através do efeito dolly back (ver figura 5, anexos), somos como que convidados acompanhar a sua revolta. Recuando ao passado (através de flashbacks2), Thomas, pai do rapaz, encontra-se a lançar um desafio ao filho. O objectivo principal do pai era ajudar o seu filho a ultrapassar os seus medos. Em seguida, remete-se para uma cena no exterior em que Oskar sai da escola e ouve-se o som das sirenes como ruído de fundo (este foi considerado “o pior dia” pela personagem principal). Um ano depois da morte de Thomas, Oskar descobre uma chave3 no quarto do seu pai e associa esta a um novo desafio. Ao longo da busca da fechadura da dita chave, Oskar recorre a memórias de brincadeiras e aventuras (sucessivos flashbacks que demonstram a cumplicidade entre pai e filho). Ao sair de casa, levava sempre com ele uma pandeireta de forma a focar-se nesse som e deste modo não entrar em pânico. Para evidenciar as suas dificuldades, segue-se, em quick motion, uma crise dramática4 em que o rapaz caminha rapidamente, ouvindo-se as buzinas de carros, pessoas a falar, a imagem de papéis a cair, de fumo, de pessoas a correr transmitindo uma ideia de confusão. Oskar vai visitar todas as pessoas com o nome “Black” de modo a compreender a utilidade da chave. Estes extras evidenciam o esforço e dedicação em desvendar o mistério, tentando entrevistar o maior número de pessoas. Durante este percurso encontrou diversos tipos de indivíduos completamente diferentes mas com uma coisa em comum - a compaixão pela perda de Oskar. Rapaz0 - ver simbologia e figura 13, anexos; Pai1- ver simbologia e figura 14, anexos; Flashblacks2 -Cena que revela algo do passado, para lembrá-lo, situar ou revelar enigmas. (Machado, s.d.) Chave3 - ver simbologia e figura 11, anexos; Crise dramática4 - Ponto de grande intensidade e mudanças da acção dramática; (Machado, s.d.)
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Em seguida, num recuo ao passado, Linda recebe um telefonema do marido a explicar-lhe que estava numa das torres. Durante o telefonema ouve-se sirenes, gritos e pedidos para usar o telefone o que denota o pânico e o desespero das vítimas ao tentar contactar as famílias. Ao entrar em casa da sua avó, Oskar depara-se com o inquilino 5. A sua avó já o tinha alertado para não falar com este e a manter-se afastado. No entanto, Oskar conta a sua história, compulsivamente referindo detalhes obsessivos e passando imagens rápidas daquilo que estaria a narrar. A câmara movimenta-se rapidamente evidenciando o estado nervoso de Oskar. Então, o inquilino ajuda-o na busca da fechadura e a encarar os seus medos. Um dos exemplos é o medo de andar de metro que é ultrapassado com um jogo que fazia com o seu pai, distraindo-se assim das pessoas e sons que o assustava. A escolha musical dos momentos a dois remete para uma calma, serenidade que até esse momento nunca se tinha revelado. A personagem principal revela assim ao espectador através da voz off 6, que sempre soube que ele era o seu avô pelas semelhanças que tinha com o seu pai. Então, mostra a imagem que tinha imprimido, de uma pessoa a atirar-se de uma das torres (uso do halo desfocado7). Nela vê semelhanças com o seu pai, indicando que não deveria ser o único (“Talvez da mesma maneira que outros miúdos também devem ver os seus pais”). Este momento demonstra o desespero das famílias, que tentam saber o que terá acontecido aos seus familiares. O seu avô abandona a cidade, contra a vontade de Oskar. Já sozinho entra em contacto com uma mulher com quem já se tinha cruzado na busca em encontrar o tal “Black”. Esta remete-o para o seu ex-marido levando-o a um edifício complemente moderno, tecnológico. Este contrasta com o ambiente predominante, visto que tanto a sua casa com o a da avó, era mais tradicional e aconchegador. Aqui descobre a verdadeira história da chave e verifica que não está relacionada com o seu pai. Desolado, confidencia que nunca mostrou à sua mãe as mensagens que o pai lhe deixara, pois não queria que ninguém “os tivesse de ouvir”, referindo o pânico das vítimas. Ao chega a casar revoltado, destrói tudo o que estava relacionado com a sua investigação. É neste momento que a mãe, figura que aparentava distante e indiferente ao que o seu filho andava a fazer, lhe confessa que andou sempre um passo a frente da investigação do filho (mudanças de expectativas8). Através dos planos do seu filho, Linda, alertava as pessoas com que Oskar iria ter de modo a evitar que ele corresse algum perigo. Oskar fica surpreso, chegando a afirmar “Pensei que só o pai pensava como eu”. Linda descobre um diário que Oskar fez dedicado ao pai, em que mostra a sua investigação e de onde se destaca um desenho de uma pessoa que se atirou da torre, contudo, fazendo a trajetória inversa (movimentando-se do chão para a torre, ver figura 6 dos anexos). Por fim termina com um bilhete do pai, Inquilino5 – ver simbologia e figura 15 dos anexos. Voz off 6 - Vozes presentes, sem se mostrar a fonte emissora (Machado, s.d.) Halo desfocado7 - Câmara desfoca as coisas em torno do objecto, mantendo-o em foco. (Machado, s.d.) Mudanças de Expectativas 8 - Quando o curso da história muda de repente. (Machado, s.d.)
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que dá por terminado o desafio da busca do 6º Bairro e o regresso do avô a casa. Nas últimas imagens, evidencia-se o cenário base através de cenas panorâmicas, onde tudo se desenrolou - a cidade de Nova Iorque. O filme termina com Oskar a enfrentar um dos seus medos, andar de baloiço. Esta cena de resolução evidencia um feito único visto ter sido a primeira vez que o fez, mesmo quando o seu pai insistiu este demonstrou-se inseguro e fugiu. A imagem final congela (ver figura 7, anexos), evidenciando assim o início de um novo capítulo, com uma personalidade mais forte e segura.
2.2 Análise do Filme "World Trade Center" Atualmente, o cinema pertence ao património da cultura, sendo discutido na televisão, rádio, jornais e até nas Universidades (Aumont & Marie, 2009). O impacto deste património cultural é cada vez significativo, devido ao avanço da tecnologia que permitiu abranger uma maior audiência e o melhoramento dos efeitos visuais e sonoros. Um exemplo disso é “World Trade Center”, que faz a reconstituição do atentado do 11 de Setembro. Este filme, realizado por Oliver Stone, retrata a história verídica de dois polícias da cidade de Nova Iorque. O filme inicia-se com a rotina matinal de vários polícias. A localização do filme é fornecida através de várias cenas panorâmicas0 (ver figura 8, anexos) de Nova Iorque com destaque para as torres gémeas. Já na esquadra, mostra o ambiente de companheirismo e amizade que tinham uns pelos outros, comprovando-se pelas brincadeiras e pelas saudações. Depois das instruções dadas pelo Sargento, cada um toma o seu posto. Will Jimeno está a porta da central de autocarros que aparenta ser barulhenta, confusa, movimentada, sensações transmitidas através do movimento rápido da câmara e da multidão que acompanha esse ritmo (efeito ping-pong1). Depois do atentado, algumas unidades são chamadas para dar assistência no local, esta cena surge através do efeito fade out2, com que iniciando um novo capítulo. Na viagem, ouve-se, como ruído de fundo, várias instruções pelo rádio e várias ambulâncias. Um dos sargentos indica que John Mcloughlin é quem irá comandar no local visto que “foi dos poucos que engendrou um plano depois do ataque de 1993.” Em câmara lenta (slow-motion) e ao som das sirenes deparam-se com algumas vítimas e com o caos perto do local. Ao saírem do autocarro encontram imensas unidades de bombeiros, polícias e, observam através de ângulo baixo, milhares de papéis que caíam dos escritórios destruídos. Destaca-se um zoom-in uma pessoa que, num acto de desespero, decide atirar-se de uma das torres. O sargento questiona quem o Cenas panorâmicas0 - Câmara que se move de um lado para outro, dando uma visão geral do ambiente. (Machado, s.d.) Efeito ping-pong1 Tipo específico de montagem, onde duas imagens semelhantes, em termos de ângulo, alternam regularmente; mantendo a unidade da cena. (Machado, s.d.) Efeito fade out 2 Escurecimento ou aclaramento gradual da imagem, partindo da sua intensidade normal de luz. (Machado, s.d.)
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quer acompanhar na subida à torre um e depois de alguns segundos de hesitação oferecem-se três policias incluindo Jimeno. Ao correrem para as torres, uma mulher ensanguentada passa a correr por eles gritando que vão todos morrer, como que se tratasse de um presságio. Em seguida, surge uma cena em slow motion quando vão para subir, a torre dois desaba e o sargento ordena que corram para o poço do elevador. Imensos destroços caem sobre eles e depois de um silêncio abrem-se uns olhos de modo superclose3 do sargento John. Depois de averiguar a condição de todos, um dos polícias encontra-se preso e com dificuldades em respirar e, desesperado, usa a sua arma para se matar. Em seguida, mostram imagens de pessoas que por todo o mundo acompanhavam as notícias que vinham de Nova Iorque, incluindo Allyson, esposa de Jimeno e Donna, a esposa de Mclough. Esta cena remete-nos para a quantidade de pessoas, que globalmente, aguardavam notícias e esclarecimentos do que estaria a acontecer. De volta ao acidente, o Sargento aconselha Jimeno a não adormecer, pois assim aumentaria as hipóteses de sobreviver. Um objecto em chamas chega perto deles e o calor faz com que a arma de Dom dispare. Ao mesmo tempo, um ex-fuzileiro sente que é a sua missão ir ajudar e decide partir imediatamente para Nova Iorque. John e Will para se manterem acordados, falam e recorrem a memórias das famílias através de flashbacks. A conversa é interrompida por mais desabamentos e é durante esse período que evocam Deus, agradecendo-lhe e rezando. Apesar de o rádio não funcionar, ambos enviam as mensagens de despedida para as suas famílias. Em seguida, adormecem e enquanto Will evoca uma imagem de Jesus Cristo, John recorda a sua esposa. Estes dois momentos podem estar relacionados com o facto de Will ter descendência sul-americana e daí estar mais ligado a religião católica e John ser um pouco mais racional e ir ao encontro daquilo que lhe é familiar. Karnes, ex-fuzileiro, tenta encontrar sobreviventes, quando ouve um som produzido por Jimeno através de um cano e uma peça de metal. A esperança de Jimeno surge quando vê a luz da lanterna4. O sorriso e a música calma de fundo eliminam os sons do fogo e da própria estrutura a desabar, que até eram predominante, ocorrendo assim uma mudança de expetativas. O regaste é dificultado pela quantidade de escombro que está por cima dos agentes. Os socorristas são obrigados a arranjar um caminho até eles: Jimeno é o primeiro a ser socorrido. Este mostra uma enorme dedicação e companheirismo visto estar disposto a perder a perna pelo Sargento John. Jimeno ao sair pelas mãos de dezenas de pessoas demonstra grande confusão ao ver que as torres ruíram e de não restar nada. John começa a sentir-se sonolento mas não desiste, ouvindo-se apenas a sua respiração. É então que, um Página | 7 Superclose3 Plano muito próximo que mostra, por exemplo, somente a cabeça de um actor, dominando praticamente toda a tela. (Machado, s.d.) Luz da Lanterna4 Ver simbologias e figura 17, anexos
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socorrista chega a John e lhe garante que o irá tirar de lá. Este, ao ser resgatado, vê a corrente humana que ajudou no seu salvamento e agradece a cada pessoa, mostrando assim a sua gratidão. Somo convidados a presenciar o que a personagem está a visualizar através da câmara subjetiva (câmara que funciona como se fosse o olhar do actor, representa o ponto de vista da personagem). No hospital, Donna depara-se com imensos familiares que aguardam os seus entes na sala de espera cheia, barulhenta e movimentada. Esta consola uma mãe que desconhece o paradeiro do filho, sendo esta uma representação das inúmeras famílias que foram afetadas por este atentado. Quando os dois polícias resgatados dão entrada nas urgências (ver figura 9, anexos), encontram as suas esposas e o momento é de grande alegria e alivio, apesar do estado crítico em que estes se encontram. Este é o momento da concretização dos seus desejos, esta cena é denominada como climax. O cenário que se segue evidência a destruição, as equipas de bombeiros exaustos, a limpeza do local, os transportes públicos vazios, a cidade deserta repleta de cartazes com imagens das pessoas desaparecidas. As cenas destacam o local das torres, através de um ângulo alto, para transmitir a ideia da destruição. O filme termina com um avanço de dois anos (elipse) onde John e Will se encontram para festejar juntos com toda a equipa de resgate.
3. Simbologias (Estruturalista-Semiótico) Existem diversas análises fílmicas que se centralizam no estudo de código, estejam estes relacionados com as noções de estilo, configurações estruturais ou nos conteúdos representativos. Lagny-Ropars-Sorlin centra-se nos códigos narrativos e pela enunciação, de modo a descobrir os significados profundos da mensagem. As codificações representativas possibilitam ao púbico identificar-se com a instituição demográfica (Aumont & Marie, 2009). Para averiguar a simbologia de cada elemento, recorri à metodologia estruturalista-semiótico, que tem como objecto de estudo os significados gerados nos filmes e suas derivações significativas.
3.1 Simbologia do Filme "Extremely Loud and Incredibly Close" A) Ponte (anexos, figura 10): Existem algumas culturas em que a ponte simboliza a ligação entre o que pode ser percebido e o que está além da perceção, refletindo a transição de um estado para outro, de mudança ou o desejo de mudança. A ponte, presente no filme, reflete a mudança de Oskar que deixou os medos e a insegurança para trás e atravessou a ponte a correr, em direção ao desconhecido. B) Chave (anexos, figura 11): É simbólico de mistério ou enigma, ou de uma tarefa a ser realizada, e os meios de realizá-la. Este é o objeto fulcral do filme em que toda a história gira em torno do mistério. Página | 8
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A criança tenta descobrir qual a fechadura em que esta se insere evidenciando assim o seu espírito aventureiro e o simbolismo da chave. C) Elefante (anexos, figura 12): Na Ásia, o elefante é um símbolo de poder, sabedoria, paz, felicidade, força e de longa vida. A fotografia do elefante é encontrada numa das buscas de Oskar, este entra numa casa onde conhece uma mulher que encontra-se a chorar. No entanto, a foto do elefante transmite-lhe paz e esperança através de factos relacionados com o animal. D) Criança (anexos, figura 13): Um símbolo do futuro, que se opõe ao homem velho (“o inquilino”) que representa o passado, é a junção entre a consenciente e inconsciente. Oskar é o elemento principal do filme, sendo que representa o avanço, a mudança e a determinação. A personagem principal vai se alterando, deixando, no passado, as suas inseguranças. E) Pai (anexos, figura 14): Imagem paterna, símbolo do heroísmo. No filme, o pai tem uma ligação muito próxima ao seu filho, tanto que partilham experiências e o gosto pela ciência e aventura. Para Oskar, Thomas era a figura com quem mais se identificava tanto que sempre surgiu como que um herói corajoso e destemido. F) Estranho (anexos, figura 15): Este representa a possibilidade de mudança invisível, para o futuro se torna presente. Neste caso, o inquilino é um homem idoso. Este simboliza a alteração do comportamento de Oskar, pois é ajudado pelo inquilino que veio a revelar-se o seu avô. O facto de ter uma certa idade, remete-nos para o passado, para o abandono à família de Oskar visto que ninguém sabia o seu paradeiro. No entanto, a esperança futura de que este poderia voltar permanente concretiza-se no final do filme. G) Cor Laranja (anexos, figura 16): Esta cor representa o desejo e otimismo. Esta cor predomina as cenas da investigação do rapaz visto que este anda sempre com um casaco laranja, tendo por isso um grande destaque. O rapaz sentia-se positivo na medida em que ia solucionar o enigma, também demonstra a vontade que tinha em saber qual a mensagem que o pai, supostamente, lhe queria transmitir.
3.2 Simbologia do Filme "World Trade Center" A) Luz (anexos, figura 17): é equiparado com o espírito, é a força espiritual. Esta surge pela lanterna de Kannes que utiliza para encontras as vítimas do atentado. Quando Wiil vê a luz ganha animo e entusiasmo para o resgate, visto que começava a desmoralizar e a conformar-se de que não iriam ser salvo. B) Preto (anexos, figura 18): simboliza a ausência de exterioridade, a introspeção e antecipação, o medo expectante. O preto é a cor predominante no filme, desde o desabamento das torres que se Página | 9
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encontram debaixo dos escombros sem acesso à luz natural. Este cenário remete para a recordação das memórias, a reflexão e a insegurança (visto que poderiam morrer a qualquer momento). C) Fogo (anexos, figura 19): é uma imagem de energia que poder inserida no plano da força espiritual, ou então como agente de destruição e regeneração. Neste caso concreto, o fogo surge-nos como uma ameaça à vida dos polícias que fez com que a arma de um disparasse. No entanto, manteve as personagens despertas e deu-lhes força pra continuar a lutar pela sobrevivência, tanto que depois dos disparos Jimeno ri-se perguntando o que mais irá acontecer. D) Catástrofe (anexos, figura 20): Um símbolo geral para uma mudança operada pela mutação de um único processo, e um sinal comum para o início de transformação psíquica. Esse elemento trágico é predominante desde o início do filme. O atentado demonstra o lado negativo e horrendo do ser humano mas também destaca a entreajuda e a união de toda a população norte-americana (ver apêndice). A catástrofe deu origem a uma mudança tanto a nível das políticas de segurança como a nível mais pessoal visto que ninguém ficou indiferente ao que se sucedeu. E) Bandeira (anexos, figura 21): É um sinal de vitória e autoafirmação. A bandeira dos Estados Unidos da América é um elemento bastante relevante visto que demonstra o patriotismo e o nacionalismo que tanto caracteriza o país. Desde o dia 11 de Setembro de 2001, que os Estados Unidos exaltam a sua união, o amor à Pátria e a determinação que fez com que conseguissem ultrapassar essa grande dificuldade.
4. Mensagem transmitida pelos filmes (Estereótipos e Clichés) Roland Barthes define estereótipo como “aquilo que começa a cansar-me”, atribuindo-lhe um caracter negativo. Já o cliché é uma frase ou expressão usada em demasia, perdendo assim a sua eficácia. Os estereótipos e os clichés estão interligados aos valores do contexto sociocultural em que se inscrevem (Belim, 2011). O “amor de mãe/pai”, o “amor entre marido e mulher”, o herói que salva o dia, o “final feliz” são alguns exemplos ilustrados nos filmes que, através desta metodologia, irei analisar.
4.1 “Extremely Loud and Incredibly Close” O filme de Stephen Daldry, apesar do final inesperado, apresenta alguns momentos em que o espetador consegue delinear o que irá acontecer. O comportamento de algumas personagens fornecem a ideia de deja vú devido à semelhança com outros filmes. Durante o filme, Oskar referencia várias vezes Thomas. Esta relação, próxima e intimista, é apresentada pelos momentos que passam juntos e pela forma como o filho fala do seu pai. Geralmente, os Página | 10
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filhos de sexo masculino identificam-se mais com os pais, devido às características semelhantes. No caso de Oskar, esse facto não poderia ser mais evidente: ambos são apaixonados pelo desafio, pelo conhecimento científico e pela aventura. A cumplicidade de ambos representa o afecto, atenção e o espirito de união que liga pai e filho. O espetador é convidado a refletir sobre a sua relação paternal. No entanto, existe mais um amor estereotipado – o amor entre marido e mulher. Thomas e Linda protagonizam uma história de amor, caracterizada pela união, lealdade e compreensão. Os momentos retratados entre os dois evidenciam o romantismo e a cumplicidade. A morte de Thomas fez com que a sua esposa entrasse em depressão, tanto que Oskar chegar afirmar que “agora somos 1 e meio”, pois a sua mãe perdera parte dela. Oskar fala com o seu pai sobre o avô paterno, que desconhece o seu paradeiro, remetendo assim para uma figura ausente e desconhecida. Durante esta conversa o espetador já prevê que este irá surgir, o que se vem a concretizar em meados do filme quando o “inquilino” começa a ajudar na investigação de Oskar. Este é um cliché que se verifica várias vezes no mundo cinematográfico: o aparecimento de personagens do passado dá origem ao desvendar dos mistérios e à reunião familiar. No início, encontramos uma criança perturbada, limitada pelos seus medos que, com a ajuda do seu pai, tenta superá-los. No entanto, as dificuldades de Oskar parecem não desaparecer. Com a morte do pai, algumas agravaram-se mas, no fim do filme, atinge a paz e conforma-se com a situação. Esta personagem é modelada, uma vez que sofre grandes alterações devido às peripécias da ação. O espetador consegue antecipar esta alteração, visto que a determinação em orgulhar o seu pai é superior as suas limitações. O superar os medos é algo recorrente, transmitindo assim a ideia de que “tudo é possível”.
4.2 “World Trade Center” Os dois polícias, vítimas do atentado, partilharam memórias e encontraram semelhanças na vida de ambos, como o amor que sentiam pelas suas mulheres. John apoia-se totalmente na sua esposa, considerando que esta é sua razão de viver. Semelhantemente é a situação de Will que, apesar das dores, afirma o seu amor por Allyson escrevendo num papel que encontra (ver figura 22, anexos) O amor de entrega total também se verifica no lado feminino, visto que, ambas as esposas aguardam, ansiosamente, notícias sobre o paradeiro dos dois polícias. Uma figura claramente estereotipada é o herói que consegue “salvar o dia”. Neste caso, foi o exfuzileiro Karnes que encarnou este estatuto. Inicialmente, Karnes tinha sido demitido das suas funções e encontramo-lo como um simples civil. Quando este decide que o seu lugar é em Nova Iorque para ajudar as vítimas, rapa o cabelo e veste o seu antigo uniforme. Ao chegar ao local, desobedece às ordens superiores
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para parar as buscar demonstrando assim a sua determinação de encontrar algum sobrevivente. A sua coragem permitiu encontrar os dois polícias ainda com vida. O filme acaba com um final feliz, em que John e Will são resgatados. No livro de Brander Matthews, The North Amercian Review, encontra-se uma citação de Edith Wharton “o que a América quer é a tragédia – com um final feliz” apesar de esta se referir ao teatro, ainda se verifica esta preferência dos espetadores americanos. O final feliz representa a esperança o “tudo está bem, quando acaba bem” e neste caso particular “quem espera sempre alcança”. Apesar das condições desfavoráveis, o espetador consegue pressupor que os dois polícias iriam ser resgatados. A mensagem predominante do filme recai sobre o poder de uma Nação unida na reestruturação de uma cidade que sofreu um dos maiores atentados da História. Para além disto, o realizador pretende homenagear aqueles que fizeram de tudo em prol do salvamento das vítimas, tendo muitos perdendo a vida.
Notas Finais Com a conclusão deste trabalho, cumpri as minhas metas esperadas. Através de dois filmes fantásticos, consegui compreender melhor o “dia que mudou o mundo”. Em relação à análise fílmica, aumentei o meu vocabulário cinematográfico e melhorei a minha capacidade de visionamento enquanto espetador. Com esta análise, abri os olhos e passei do “olhar o filme” para “o ver” no verdadeiro sentido da palavra. Quanto às simbologias, aprendi que nada surge ao acaso. O facto de ter de reparar nos pequenos detalhes mostrou que estes pormenores, apesar de poderem passar despercebidos, são cuidadosamente pensados. As cores, os objectos ou até mesmo os sons tem significantes diferentes que tornam a cena real, prendendo a atenção do espetador. A mensagem transmitida é de força, esperança e coragem que, através da metodologia apresentada, conclui-se que também é comum em outros filmes dramáticos. Os dois filmes escolhidos tem uma temática bastante forte que, apesar de terminarem bem, provoca o desconforto de quem visualiza. Como adepta de histórias emocionantes, considero que estes filmes representam adequadamente o que a América sentiu no dia 11 de Setembro. A morte de 3 mil pessoas originou a união de um povo para a reconstrução da sua cidade. Um dos factores que marcou este atentado foi o acompanhamento em directo do sucedido. Os actos de terror dos grupos radicais podem ser considerados formas específicas de comunicação global para as suas causas. O facto de provocarem milhares de mortes de inocentes garantiu uma extensiva cobertura dos media que, de outra forma, não poderiam pagar. Esta “publicidade gratuita” tem um enorme impacto para a audiência e serve, também, para levantar a moral dos participantes.
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Ainda existem muitas questões sem resposta que, dificilmente, serão resolvidas. No entanto, os filmes denotam o que o 9/11 proporcionou de positivo para a sociedade norte-americana. O espirito de entreajuda e o sentido de gratidão uniu desconhecidos e fez surgir imensas homenagens a quem perdeu a vida em prol dos outros, nomeadamente figuras como os bombeiros e policias. De facto, quando escolhi esta temática não tinha a noção das consequências que este dia teve a nível global. As histórias das personagens ilustraram o que milhares de pessoas sentiram, dando a cara pelas famílias que perderem os seus entes. Apesar de inicialmente, só conhecer um filme devo dizer que ficaram guardados no meu repertorio mental pela positiva. Atualmente, a sétima arte é uma das mais influentes visto que retrata a realidade de forma tão perfeita tornando-se quase intrínseca. No entanto, há lugar para um refúgio onde permanece a esperança e o sonho pois tal como Orson Welles referiu "O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho."
Anexos Figura 1 : Cartaz do Filme “Extremely Loud and Incredibly Close” Figura 2 : Cartaz do Filme “World Trade Center”
Fonte: http://www.imdb.com/
Figura 4:Grande Plano inicial (01:49) Figura 3: Dimensão dos Planos
http://www.imdb.com/ Página | 13
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Figura 5: Efeito dolly back (câmara afasta-se do objecto. Travelling ou grua de afastamento (Machado, s.d.)) usado numa das cenas do filme, na imagem destaca-se o realizador Stephen Daldry. Fonte: http://blogs.indiewire.com/theplaylist/
Figura 6: Imagem do movimento inverso (02:01:36)
Figura 8: Cenas panorâmicas (04:45)
Figura 10: Ponte (26:48)
Figura 7: Imagem final em freeze (02:02:12)
Figura 9: Polícias dão entrada no hospital (1:58:02)
Figura 11: Chave (1:39:18)
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Figura 12: Elefante (28:30)
Figura 13: Criança (21:13)
Figura 14: Pai (03:37)
Figura 15: Estranho (1:02:56)
Figura 16: Cor Laranja (23:10)
Figura 17: Luz (1:28:24)
Figura 18: Preto (53:14)
Figura 19: Fogo (43:40)
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Figura 20: Catástrofe (1:41:41)
Figura 22: Bilhete de Amor (1:11:09)
Figura 21: Bandeira (05:30)
Figura 23: Cartazes semelhantes (1:57:22)
Apêndices Ficha Técnica: “ Extremely Loud and Incredibly Close”
Ficha Técnica: “ World Trade Center”
Título em PT: ” Extremamente Alto, Incrivelmente Perto” Ano: 2011 Duração: 129 min Género: Drama Realizador: Stephen Daldry País: Estados Unidos da América Elenco: Tom Hanks Sandra Bullock Thomas Horn Max
Título em PT: ” World Trade Center ”
Música: Alexandre Desplat Prémios: Critics' Choice Award: Melhor Jovem Ator ou Atriz BET Award: Melhor Atriz von Sydow
Ano: 2006 Género: Drama
Duração: 125 min Realizador: Oliver Stone
País: Estados Unidos da América Elenco: Nicolas Cage Stephen Dorff Michael Peña Maggie Gyllenhaal Maria Bello Jay Hernandez Michael Shannon Música: Craig Armstrong
Tabela 1: Ficha técnica dos dois filmes
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Semelhanças
“Extremely Loud and Incredibly Close”
“World Trade Center”
Evidencia-se uma imagem de uma pessoa a atirar-se das torres.
Essa mesma imagem é destacada, apesar de ser mais realista.
A ligação entre pai e filho é caracterizada pela aventura, conhecimento e força.
Existência de uma ligação semelhante entre John e JJ (seu filho), levando o filho arriscar a vida para salvar o pai.
O filme destaca o apoio dado à família, a entreajuda entre os norte-americanos que lamentavam a morte dos seus entes.
No Hospital, Donna conhece uma mãe cujo filho desaparecera no atentado, sendo que a sua reação é reconfortá-la e apoiá-la enquanto esperava por John.
Diferenças
No fim dos filmes, evidencia-se os cartazes das pessoas desaparecidas (ver figura 23, anexos). O pai é caracterizado pelo gosto pela ciência, conhecimento e pelos desafios.
Já John é representado pela sua coragem, força e autoridade policial.
A mulher, Linda, é dominada pela racionalidade, pela continuação do trabalho do marido em ajudar o filho, focando-se nele.
As mulheres, Allyson e Donna são maioritariamente emocionais, sentimentais e focam as suas atenções nos seus maridos
Thomas, pai de Oskar, acaba por morrer logo no início do filme.
John e Will são resgatados com vida no fim do filme.
O filme decorre, predominantemente, em cenas do exterior durante o dia.
Já “World Trade Center” fornece sensações de aprisionamento através do cenário escuro, presente pela situação dos dois policias encarcerados.
Tabela 2: Semelhanças e Diferenças entre os dois filmes
Citações “Extremely Loud and Incredibly Close”
“World Trade Center”
“Se as coisas fossem fáceis, não valeria a pena procurá-las.” Thomas “Pensei que não pudesse viver sem ele,
“9/11 Mostrou-nos do que os seres humanos
mas agora sei que posso. Acho que isso o deixaria orgulhoso que é tudo o que
são capazes, de fazer o mal claro. Mas também dez reaparecer o bem que esquecêramos existir. Pessoas a cuidar umas das outras, pela única razão de ser o quem fazer. É importante que falemos desse bem, que o recordemos. Eu
sempre quis”Oskar
vi muito naquele dia.” John
Tabela 3: Citações mais marcantes dos dois filmes
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Análise dos Cartazes “Extremely Loud and Incredibly Close”
“World Trade Center”
(figura 1, anexos)
(figura 2, anexos)
O cartaz é, predominantemente, composto por cores frias: AZUL – que simboliza o espiritual humano, o abstrato, conhecimento (Ramos, s.d). Neste caso, pode representar o gosto comum de Cores pai e filho pela ciência. predominantes: BRANCO – totalidade, a unidade, a paz e a harmonia (Ramos, s.d). Esta foi conseguida apenas no final do filme, quando, finalmente, descobriu o propósito da chave.
Figuras principais:
Planos:
Texto:
Foca-se um grande plano da personagem principal – Oskar. O olhar fixante dirige-se para o espetador, de modo a criar assim uma ligação estreita que prenda a atenção. A colocação das mãos sobre a face remete para o mistério, medo, os sentimentos ocultos. Quanto ao vestuário, a personagem utiliza o mesmo gorro e o cachecol, que usou em grande parte do filme.
O cartaz publicitário abdica de elementos que possam distrair o espectador da imagem principal, isto é, Oskar. O grande plano enfatiza as emoções do rapaz, isto é, medo e ansiedade.
No topo do cartaz, destaca-se os atores mais célebres (Sandra Bullock e Tom Hanks). Por cima do título do filme, que aparece numa caixa de texto centrada, está outras obras do realizador. No fundo do cartaz, encontra-se a data do lançamento.
Pelo contrário, o cartaz de “World Trade Center” é maioritariamente constituído por quentes: AMARELO - É uma cor luminosa e muito forte para atrair a atenção. (Alves, s.d). PRETO - Ausência de exterioridade; Introspeção e antecipação; Medo expectante. (Ramos, s.d). Esta cor, também predominante no filme, demonstra o perigo e ilustra o lugar onde os dois polícias permaneceram depois do desabamento das torres. No cartaz estão presentes quatro personagens, sendo estas a John, Will, Donna e Allyson. Para além de evidenciar o elenco o uso destas figuras no cartaz, poderá indicar para a história dos dois casais. Quanto ao vestuário, John usa capacete protecção que remete para a indumentária que estaria a utilizar no desabamento das torres. Will enverga o uniforme de policia indicando-nos assim a sua profissão. Já, Allyson e Donna utilizam roupas comuns distinguindo-as como civis. No plano mais aproximado, encontramos as silhuetas dos escombros e do momento em que socorristas encontraram Will e John. No entanto, o plano principal encontra-se mais afastado. Este é composto pela sobreposição de outros planos secundários que representam as personagens principais: o primeiro John, o segundo Will, Donna e Allyson. O primeiro elemento textual é o nome de um dos atores principais- Nicholas Cage, destacando, à semelhança do filme anterior, a sua importância. Em baixo, encontra-se o título do filme seguido por uma frase que caracteriza o filme “Uma verdadeira história de coragem e sobrevivência ”.
Tabela 4: Análises dos Cartazes dos dois filmes
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