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presencial?
O que aprendemos entre fevereiro e março de 2021, tendo em vista um renovado ensino presencial?
Sónia Soares Lopes
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A 30 de junho do ano anterior, escrevi um texto intitulado O MELHOR DOS DOIS MUNDOS, pensando no ano letivo que iria iniciar em setembro. O último parágrafo dizia assim:
“Pensando, agora, na preparação do novo ano letivo, sabemos que será um tempo de incertezas, no entanto, temos de nos fazer valer da experiência, do conhecimento que adquirimos neste tempo diferente e procurar conjugar o melhor dos dois mundos: o melhor do regime presencial e o melhor do E@D. Refletir e analisar sobre aspetos mais organizacionais tais como os horários dos alunos, os horários dos transportes escolares, o peso das mochilas, a forma de agregar os alunos, a forma de agregar os Professores. Refletir sobre dar sentido às aprendizagens, sobre como apoiar os alunos na sua aprendizagem, sobre como utilizar os recursos digitais no processo de aprendizagem, sobre como várias disciplinas podem contribuir de forma diferente para uma aprendizagem, sobre a aprendizagem colaborativa dos alunos, sobre a aprendizagem colaborativa dos Professores, sobre a aprendizagem de todos!” Nesta altura, as expetativas eram muitas, mas com o início do ano letivo pouco ou nada mudou. No entanto, os professores mudaram. Os professores não eram mais os mesmos, pois a experiência do E@D foi avassaladora. Durante este novo confinamento, os professores estiveram muito mais capazes de responder aos desafios deste regime não presencial. De uma forma geral, os professores procuraram diversificar as estratégias de ensino-aprendizagem, envolvendo, de forma ativa, os alunos neste processo. Procuraram, também, diversificar os instrumentos de avaliação, deixando de se centrar nas fichas de avaliação. Mil e uma estratégias para procurar acompanhar o aluno, saber se este estava a aprender.
Agora, que se aproxima o regresso ao regime presencial, não iremos iguais, tal como no final do ano letivo anterior. Todos. Os alunos e os professores. Queremos levar as diferentes estratégias de ensino-aprendizagem, envolvendo ativamente os alunos. Queremos levar os diferentes instrumentos de avaliação. Queremos levar a aprendizagem invertida, os quizzes, os vídeos com perguntas, os exercícios interativos, a gamificação, os e-portefólios. Queremos levar as salas de estudo online para que os alunos possam regressar às suas casas no final do seu turno e possam ter oportunidade de esclarecer dúvidas sem estarem dependentes dos horários dos transportes. Queremos que os alunos possam participar online em clubes e projetos nas suas casas respeitando as dinâmicas familiares de acompanhamento e transporte. Queremos levar as reuniões online com os Encarregados de Educação ao fim da tarde, conjugando o horário de trabalho dos mesmos com a vida familiar dos professores. Queremos levar as reuniões online entre as diferentes equipas de docentes, possibilitando que quando o docente termine o seu horário de trabalho não tenha necessidade de aguardar muito tempo na escola por uma reunião. Queremos aproveitar as potencialidades da plataforma LMS (Sistemas de Gestão de Aprendizagem Online) escolhida pela escola. Queremos menos papéis. E queremos estar juntos presencialmente. Queremos olhar nos olhos, sem intermédio de uma câmara. Queremos ouvir-nos sem interrupções. Queremos conviver. Queremos os intervalos. Queremos a sala de aula. Queremos melhorar a forma de apoiar os alunos com mais dificuldades, queremos melhorar a forma de apoiar os alunos que querem aprender sempre mais. E queremos que, atempadamente, porque ainda faltam seis meses para o início do novo ano letivo, se reflita seriamente como conseguir O MELHOR DOS DOIS MUNDOS. Sejamos todos autores, criadores. Ousemos em mudar. Juntos! Já passou uma oportunidade, não deixemos passar esta!