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CBHSF E CODEVASF DECIDEM CRIAR SALA DE SITUAÇÃO PARA MONITORAR VELHO CHICO

A medida vai ajudar a encontrar soluções e recursos para acelerar os processos de revitalização do rio. Ideia é unir sociedade e governos federal e estaduais nas ações

Como forma de mitigar os efeitos da degradação hídrica e ambiental do Rio São Francisco, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e a Codevasf vão criar, já no mês que vem, uma sala de situação permanente para monitorar e sugerir alternativas para a revitalização do Velho Chico.

A iniciativa vai contemplar a conservação do solo, a recuperação da cobertura vegetal e a proteção das nascentes e de áreas de cidades e comunidades rurais ao longo do leito do importante rio brasileiro. “Vamos, principalmente, traçar perspectivas de ação com os governos federal e estaduais para definir estratégias e um calendário de ação”, informa Maciel Oliveira, presidente do CBHSF.

Maciel, acompanhado pelos coordenadores da CCR Médio São Francisco, Ednaldo Campos, e da CCR Submédio, Cláudio Ademar, esteve em Brasília, no dia 21 de junho, para encontro com o diretor de Revitalização da Codevasf, José Vivaldo Mendonça - baiano de Ilhéus que tem reconhecida ligação com os movimentos quilombolas e indígenas.

“É preciso reconhecer o esforço do Comitê, que, com tão poucos recursos, consegue agir tão eficazmente na proteção do São Francisco”, comentou Vivaldo Mendonça. “Parecem aposentados gerindo uma pensão mensal fixa”, ressaltou ele, elogiando a boa gestão administrativo-financeira.

A primeira reunião do grupo, que deve envolver, além de governadores e ministros, secretarias estaduais de meio ambiente, de agricultura e de desenvolvimento ou infraestrutura, provavelmente será já na primeira quinzena de julho.

A Frente Parlamentar de Defesa do Rio São Francisco, cujo lançamento está previsto para agosto deste ano, deverá ser acionada. Outros órgãos e entidades serão convidados a participar, como agências reguladoras - principalmente a Agência Nacional de Águas, a ANA.

As universidades, idem - essencialmente com seus projetos de extensão. “Estas têm, especialmente, um papel importante nesse contexto: perenizar ações, tornandoas duradouras ou permanentes, e propor alternativas para problemas mais complexos”, avalia Vivaldo Mendonça.

Daí, ressalta ele, a necessidade de se criar uma agenda sistemática, integrada, efetiva. “Temos que pôr o São Francisco no mesmo patamar de preocupação que temos com a Amazônia”, pregou o diretor da Codevasf.

Hoje, 29% do dinheiro arrecadado com outorgas do CBHSF (ou resultados de convênios) são usados em ações de revitalização do São Francisco - como o reflorestamento com espécies nativas e a recuperação das nascentes, veredas e áreas permanentes de proteção, as chamadas APPs. Também deverá ser ampliada a discussão de como melhorar a fiscalização e o cumprimento da legislação ambiental, com o controle da expansão agrícola e da monocultura, e a produção de mais estudos da ecologia dos habitats que envolvem e protegem as nascentes, em particular das veredas.

“Mas, além das ações ambientais em si, temos que pensar no povo que vive às margens do rio, com a ampliação da implantaçãocomo temos feito - de sistemas de coleta e tratamento de esgotos adequados e de tratamento de resíduos sólidos”, comentou Maciel Oliveira.

“A população, se envolvida prévia e adequadamente nos processos, logo toma conta por si só dos programas”, acrescentou Ednaldo Campos, coordenador da CCR Médio São Francisco.

As ações devem afetar positivamente todas as sub-bacias do São Francisco - da nascente à foz - e serão amplas, sem limitações. Como, por exemplo, a tão esperada reestruturação do acesso rodoviário à nascente histórica na Serra da Canastra, em Minas, hoje degradada, que tem R$ 69 milhões liberados e não usados.

A apresentação dos planos e metas do CBHSF na Codevasf foi feita pelo gerente de projetos da Agência Peixe Vivo, Thiago Campos. Também participou do encontro Athadeu Ferreira, representante da Codevasf no Comitê.

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