C&M Consultoria

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C&M CENÁRIOS Nº 3 CENÁRIOS PARA A ECONOMIA INTERNACIONAL E BRASILEIRA

HENRIQUE MARINHO DEZEMBRO DE 2012


Economia Internacional Atividade Econômica Boa notícia da economia norte-americana: A economia norte-americana cresceu mais do que foi inicialmente estimado no terceiro trimestre, com a alta dos estoques e ganhos das exportações levando o governo a revisar o indicador para cima. O PIB dos EUA cresceu à taxa anualizada de 2,7% entre julho e setembro, maior taxa de expansão trimestral desde os últimos três meses de 2009, de acordo com a segunda estimativa do Departamento do Comércio. Originalmente, a expansão do PIB norteamericano havia sido estimada em 2%.

Crise se agrava na União Europeia e se confirma que a zona do euro está oficialmente em recessão com o resultado do PIB do terceiro trimestre A zona do euro está oficialmente em recessão. Dados divulgados no dia 06 de dezembro pela Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia, confirmam que o grupo de 17 países que adotam a moeda única registrou queda no PIB pelo segundo trimestre seguido. A queda no terceiro trimestre de 2012 foi de 0,1%. No segundo trimestre, a zona do euro já havia registrado contração de 0,2% em sua economia. Na comparação com o mesmo período de 2011, o PIB europeu caiu 0,6% no terceiro trimestre. No segundo trimestre, o indicador havia caído 0,5% pelo mesmo critério. Na União Europeia como um todo, composta pelos 27 países, o PIB do terceiro trimestre teve leva alta de 0,1%. No segundo trimestre, havia caído 0,2%. Na comparação com 2011, a queda no terceiro trimestre foi de 0,4%. No segundo trimestre, o PIB do bloco havia caído 0,3%.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu suas previsões para o crescimento global para 2012 e 2013. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cortou suas previsões para o crescimento global em seu relatório semestral, divulgado no final de novembro, alertando que a crise da dívida na zona do euro é a maior ameaça à economia mundial. Em seu relatório semestral Perspectivas Econômicas, o órgão previu que a economia global crescerá 2,9% este ano, antes de expandir 3,4% em 2013. A estimativa marcou uma forte queda desde a última projeção da OCDE em maio, de 3,4% para este ano e de 4,2% em 2013. O quadro a seguir mostra as previsões para o crescimento do PIB para este ano e para 2013 e 2014, dos principais países da OCDE


Previsão de Variação Anual do PIB real (%) Discriminação 2012 Mundo 2,9 OCDE 1,4 Canadá 2,0 Estados Unidos 2,2 Japão 1,6 Reino Unido -0,1 Zona do Euro -0,4 Alemanha 0,9 Espanha -1,3 França 0,2 Grécia -6,3 Fonte: OCDE. Novembro de 2012

2013 3,4 1,4 1,8 2,0 0,7 0,9 -0,1 0,6 -1,4 0,3 -4,5

2014 4,2 2,3 2,4 2,8 0,8 1,6 1,3 1,9 0,5 1,3 -1,3

A zona do euro está enfrentando dois anos de contração econômica, enquanto os Estados Unidos correm o risco de entrar em recessão se os parlamentares do país não chegarem a um acordo para evitar uma combinação de aumentos de impostos e cortes orçamentários que entrarão, caso contrário, em vigor no ano que vem. Desde que o impasse em Washington seja superado, a maior economia do mundo irá crescer 2% por cento no ano que vem, estimou a OCDE, cortando sua projeção de 2,6% em maio. Para este ano a previsão é de 2,2% (contra os 2,4% previstos em maio). A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) disse que, assumindo que seus piores temores não aconteçam, espera agora que o PIB combinado de seus 34 países membros cresça 1,4% no próximo ano, inalterado em relação a 2012, e aumente para 2,3% em 2014. No seu relatório semestral sobre as previsões econômicas mundiais, a organização afirmou também que, sob essas circunstâncias, o desemprego poderá continuar a subir até o meio do próximo ano e cairá somente lentamente depois disso. A OCDE revisou para baixo suas previsões de crescimento para todos os seus 34 membros, com exceção de três. A organização manteve as previsões para a Dinamarca e Islândia inalteradas, e elevou a projeção para Estônia para 3,7%, de 3,6%. A organização espera que a economia da zona do euro tenha contração de 0,1% em 2013, ante previsão anterior de crescimento de 0,9%. O Relatório prevê agora que seis de seus membros continuarão a ter contração no próximo ano, com a Hungria sendo o único país desses que não pertence a zona do euro. No bloco, a organização espera que as economias da Grécia, Itália, Portugal, Eslovênia e Espanha registrem queda novamente em 2013. Segundo a organização, as economias da Bélgica, da República Tcheca, da Holanda e do Reino Unido deverão registrar queda neste ano, mas crescerão modestamente em 2013. Espera também que a Grécia registre a maior contração econômica em 2013, um declínio de 4,5% em comparação com a queda de 6,3% neste ano. A Grécia deverá ser o único país membro da OCDE que deverá ter queda da economia em 2014, de 1,3%.

Para o desempenho dos BRICS, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que o Brasil apresentará o menor resultado econômico em 2012 e melhorará um pouco em 2013.


A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta que o a taxa de crescimento prevista para o Brasil neste ano é e a menor dos Brics. Brasil vai crescer 4,0% em 2013, acelerando-se em relação à alta de 1,5% esperada para o PIB neste ano. Para 2014, a organização projeta expansão de 4,1% para o PIB brasileiro. Para a China, a OCDE espera um avanço de 7,5% em 2012, seguido por altas de 8,5% do PIB em 2013 e de 8,9% em 2014. A Índia deve acelerar-se de 4,5% neste ano para 5,9% em 2013 e 7,0% em 2014, enquanto a Rússia deve crescer 3,4% em 2012, 3,8% em 2013 e 4,1% em 2014. Já a África do Sul deverá avançar 2,6% em 2012, 3,3% em 2013 e 4,0% em 2014. As estimativas constam do relatório semestral sobre perspectivas econômicas globais, divulgado no final de novembro pela Organização.

BRICS Previsão de Variação Anual do PIB real (%) BRICs 2012 2013 Brasil 1,5 4,0 Rússia 3,4 3,8 Índia 4,4 6,5 China 7,5 8,5 África do Sul 2,8 3,3

2014 4,1 4,1 7,1 8,9 4,0

Fonte: OCDE, Novembro 2012

Já a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), estima que a economia da região deverá apresentar bom resultado em 2012 e 2013, com crescimento previsto de 3,2% e 4,0% respectivamente.

AMÉRICA LATINA Previsão de Variação Anual do PIB real (%) País 2012 Argentina 2,0 Brasil 1,6 Chile 5,0 México 4,0 Venezuela 5,0 América Latina 3,2

2013 3,5 4,0 4,8 4,0 3,0 4,0

Fonte: CEPAL, Outubro 2012

Os dados divulgados pela Cepal são analisados como positivos pela Instituição, tendo em vista que os efeitos da crise internacional nas economias da região estão


permitindo crescimento robusto em alguns países, exceção para Brasil, Argentina, com peso considerável no PIB ponderado da região e Paraguai, que será o único país a apresentar resultado negativo de 2,0% em 2012. Para 3013, a recuperação dessas economias permitirá uma expansão mais sustentável para a maioria dos países da região, em torno de 4,0%.

Desemprego bate novo recorde na Zona do euro em outubro, agravado pelas dificuldades da atividade econômica da região. A agência de estatísticas do bloco, Eurostat divulgou no dia 30 de novembro que estima que 25,913 milhões de pessoas estavam sem emprego na União Europeia em outubro, dos quais 18,703 milhões na zona do euro. Em comparação com setembro, o número de desempregados cresceu em 204 mil na União Europeia e em 173 mil na zona do euro, a maior alta desde junho. A taxa de desemprego da zona do euro subiu de 11,6% em setembro para 11,7% em outubro, em linha com a previsão de analistas. O nível atingido é recorde. Na União Europeia, a taxa avançou de 10,6% em setembro para 10,7% em outubro. Em ambas as regiões, os percentuais são marcadamente mais elevados do que os registrados em outubro do ano passado, quando o desemprego ficou em 10,4% na zona do euro e em 9,9% na União Europeia. A maior taxa foi a da Espanha, de 26,2%. Em Portugal, o desemprego está em 16,3%, enquanto na Irlanda ele é de 14,7%. Na Grécia, a taxa de desemprego ficou em 25,4%, enquanto que as menores taxas de desemprego em outubro foram registradas na Áustria (4,3%), Luxemburgo (5,1%), Alemanha (5,4%) e Holanda (5,5%).

Produção industrial global apresenta o pior desempenho no terceiro trimestre, segundo a ONU. A produção industrial global teve no terceiro trimestre de 2012 o pior desempenho desde 2009, de acordo com um relatório divulgado pela ONU no dia 4 de dezembro. A taxa de expansão foi de 2,2% ante o mesmo período do ano passado. A América Latina, puxada pelo Brasil, teve o pior desempenho entre os mercados emergentes, com alta de apenas 0,3%. O fraco desempenho da indústria global é atribuído principalmente à crise na Europa, de acordo com o documento. Os problemas na zona do euro deprimem não só o crescimento da região, como também afetam países emergentes que exportam para o mercado europeu. Na Europa, a indústria só cresceu em alguns poucos países menores, como Áustria, Malta e Eslováquia. A expectativa da ONU é que a fraca expansão industrial continue. O crescimento da indústria mundial tem sido puxado pelos mercados emergentes, notadamente a China. No terceiro trimestre, a taxa de crescimento dos países em desenvolvimento foi de 6,6%, enquanto nas economias industrializadas houve queda de 0,3%. "Foi a primeira queda desde 2009", destaca o documento, puxada por países como Alemanha (-1,7%), Itália (-6,2%), França (-1,9%) e Japão (-4,6%). Os Estados Unidos foram a exceção, com alta de 4,1%.


A China foi a região do planeta onde a produção manufatureira mais cresceu, com expansão de 9,2%. O documento destaca, porém, que a análise mais recente, comparando o terceiro trimestre com o segundo, mostra queda de 3,6% da produção industrial chinesa. Sobre o Brasil, o relatório menciona que o País teve no terceiro trimestre o terceiro período consecutivo de queda na indústria. O recuo, destaca o documento, ocorre mesmo com as medidas do governo para estimular alguns segmentos industriais. "Máquinas e equipamentos, motores e veículos tiveram declínios claros no terceiro trimestre", aponta o relatório. A exceção na América Latina ficou com países como Peru, México e Chile, que tiveram alta na produção da industrial, alguns acima de 4%. Além do Brasil, Argentina e Colômbia tiveram recuo. O relatório sobre produção manufatureira foi feito pela Unido, uma organização da ONU responsável pelo desenvolvimento industrial.

Inflação e Juros Inflação cai na zona do euro: A taxa anual de inflação da zona do euro caiu para o menor nível em quase dois anos em novembro, segundo dados da Eurostat. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 2,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado, abaixo da alta anual de 2,5% registrada em outubro. Para a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) a taxa anual de inflação nas economias desenvolvidas subiu pelo terceiro mês seguido em outubro, puxada pelo avanço dos preços da energia. Os preços ao consumidor nos 34 países membros da OCDE subiram 2,3% nos 12 meses até outubro, um aumento maior do que o de 2,2% registrado nos 12 meses até setembro. A inflação foi mais alta na Turquia, onde os preços ao consumidor subiram 7,8% no mesmo período, enquanto que no Japão os preços caíram 0,4% e na Suíça recuaram 0,2%. Nos EUA, a inflação se acelerou para 2,2%, de 2,0% nos 12 meses até setembro, e na zona do euro houve desaceleração para 2,5%, de 2,6%. Os preços da energia entre os membros da OCDE aumentaram 5,4% nos 12 meses até outubro, depois de subirem 5,1% nos 12 meses até setembro, enquanto os preços dos alimentos aumentaram 2,2%, em seguida à alta anual de 2,1% em setembro. Fora da OCDE, a inflação também ganhou força na Índia, passando de 9,1% em setembro para 9,6% em outubro, e na Indonésia, onde passou de 4,3% para 4,6%. Na China a inflação caiu de 1,9% para 1,7% e na África do Sul permaneceu estável em 5,6%.

Os principais bancos centrais mantiveram as taxas de juros inalteradas na última rodada de definição de juros do ano de 2012 e mantiveram os estímulos de compras de títulos, injetando liquidez na economia:


O Banco Central Europeu (BCE) manteve sua taxa básica de juros em 0,75% ao ano, na reunião do dia 6 de dezembro, evitando qualquer afrouxamento na política monetária, devido ao cenário econômico e aguarda uma chance de usar seu novo programa de compra de títulos. Com essa decisão o BCE quer transmitir sua taxa de juros baixa para toda zona do euro - onde as taxa de juros do mercado variam bastante - e busca fazer isso forçando para baixo os rendimentos dos títulos soberanos com seu novo programa de compra de títulos. O BCE manteve sua principal taxa de juros pelo quinto mês seguido. Também deixou a taxa de juros sobre depósitos em 0% e a de empréstimos em 1,5%. O Banco Central americano, o Federal Reserve (Fed) anunciou a decisão de manter a taxa básica de juro dos EUA entre zero e 0,25% e que vai estender para 2013 as compras mensais de US$ 45 bilhões em títulos do Tesouro americano. Além de prorrogar o programa de compra de ativos para estimular a economia, a autoridade monetária decidiu atrelar a perspectiva para o futuro da taxa básica de juro dos Estados Unidos ao nível de desemprego e de inflação do país. Com isso, “O comitê permanece preocupado de que, sem afrouxamento monetário suficiente, o crescimento da economia pode não ser forte o bastante para gerar melhora sustentável das condições do mercado de trabalho”, diz o comunicado do comitê de política monetária do Fed, divulgado no dia 12 de dezembro. O BC americano informou ainda que os juros básicos vão permanecer baixos “ao menos enquanto” a taxa de desemprego se situar acima de 6,5%. Já a meta para a inflação projetada “entre um e dois anos à frente” não deve passar de 2,5%.

Economia Brasileira Atividade Econômica Dados divulgados pelo IBGE indicam que o PIB brasileiro cresceu apenas 0,6% no terceiro trimestre do ano, enquanto o IBC-Br de outubro calculado pelo Banco Central já indica retomada do crescimento. De acordo com o resultado das Contas Nacionais divulgado no dia 30 de novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB), teve expansão de apenas 0,6% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o segundo trimestre, na série com ajuste sazonal. No acumulado nos quatro trimestres terminados em setembro de 2012, o crescimento foi de 0,9% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, enquanto que no acumulado dos três primeiros trimestres de 2012, o PIB cresceu 0,7% em relação à igual período de 2011. O PIB em valores correntes alcançou R$ 1.098,3 bilhões.


Esses dados estão aquém das expectativas do mercado que trabalhava com uma expansão entre 0,9% a 1,3%, enquanto o Ministro da Fazenda previa um crescimento de 1% para o período. Analistas do mercado financeiro reduziram de forma expressiva suas projeções para a expansão da economia neste, de 1,5% para 1,03% e no próximo ano de 3,94% para 3,5%, como resultados da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já o IBC-Br --indicador do Banco Central que serve como prévia do PIB-avançou 0,36% em outubro em relação a setembro, na série livre de efeitos sazonais, indicando que a economia brasileira retomou a trajetória de recuperação após a queda registrada no mês anterior. O indicador de atividade apurou que o IBC-Br acumula alta de 1,14% de janeiro a outubro ante o mesmo período do ano passado e 1,21% no acumulado dos últimos 12 meses.

Confederação nacional da Indústria (CNI) prevê retomada do crescimento da economia em 2013, mas considera 2012 um ano perdido. Apesar do fraco desempenho em 2012, a economia e a indústria brasileira retomarão o crescimento no próximo ano. O Produto Interno Bruto (PIB) do país terá uma expansão de 4% e a indústria crescerá 4,1% em 2013. As previsões estão na edição especial do Informe Conjuntural – Economia Brasileira, divulgado em 3 de dezembro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O cenário positivo para 2013 considera continuidade da crise na Europa e nos Estados Unidos sem grandes rupturas, mas com processo lento de recuperação, e a efetividade das medidas de estímulo à economia brasileira, principalmente às destinadas a aumentar a competitividade da indústria. Na avaliação da CNI, a economia brasileira teve um desempenho frustrante em 2012. As previsões indicam que o PIB crescerá somente 0,9% e o PIB industrial fechará o ano com queda de 0,6%. Os dados divulgados pelo IBGE para a indústria, em outubro de 2012, já descontadas as influências sazonais, apontam crescimento de 0,9% frente ao mês imediatamente anterior, após registrar queda de 0,6% em setembro, quando interrompeu três meses consecutivos de resultados positivos. No confronto com igual mês do ano anterior, o setor industrial apontou expansão na produção (2,3%), interrompendo a sequência de 13 meses de taxas negativas nesse tipo de comparação. Com isso, o índice acumulado para os primeiros dez meses do ano (-2,9%) mostrou redução na intensidade de queda frente as marcas observadas nos meses anteriores. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao recuar 2,7% em outubro de 2012, interrompeu a trajetória descendente iniciada em outubro de 2010 (11,8%) e assinalou resultados negativos menos intensos que os verificados em agosto (-2,9%) e setembro (-3,1%). O índice de média móvel trimestral teve crescimento de 0,6%.


Os índices regionais da produção industrial apontaram crescimento em sete dos 14 locais pesquisados, para o período, com destaque para os avanços mais acentuados registrados por Goiás (15,5%), eliminando o recuo de 3,7% assinalado no mês anterior, e Espírito Santo (12,3%), que interrompeu três meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 6,6%. Pará (3,1%), Rio de Janeiro (3,0%), Minas Gerais (2,8%), Paraná (2,2%) e São Paulo (1,6%) completaram o conjunto de locais que apontaram resultados positivos nesse mês. Por outro lado, Pernambuco, com recuo de 7,9%, Região Nordeste (-5,8%), Rio Grande do Sul (5,4%), Amazonas (-3,5%) e Ceará (-3,1%) registraram as quedas mais intensas, enquanto Bahia (-1,4%) e Santa Catarina (-0,3%) assinalaram perdas mais moderadas. No indicador acumulado para o período janeiro-outubro de 2012, a redução na produção atingiu nove dos 14 locais pesquisados, com destaque para Amazonas (7,5%), Rio de Janeiro (-6,2%), Espírito Santo (-5,8%), São Paulo (-4,4%) e Rio Grande do Sul (-3,6%) que apontaram quedas acima da média nacional (-2,9%). Santa Catarina (-2,9%), Ceará (-2,5%), Paraná (-1,3%) e Pará (-0,6%) completaram o conjunto de locais com taxas negativas no fechamento dos dez meses de 2012. Nesses locais, o menor dinamismo foi particularmente influenciado pelos setores relacionados à redução na fabricação de bens de consumo duráveis (motos, aparelhos de ar-condicionado, fornos de micro-ondas, telefones celulares, relógios e automóveis) e de bens de capital (especialmente para equipamentos de transporte e para construção), além da menor produção vinda dos setores extrativos (minérios de ferro), têxtil, vestuário e metalurgia básica. Por outro lado, Goiás (5,0%), Bahia (2,3%), Pernambuco (1,9%), Região Nordeste (1,1%) e Minas Gerais (1,0%) assinalaram os resultados positivos no índice acumulado no ano. O Gráfico a seguir mostra o desempenho da indústria de janeiro a outubro, para os estados pesquisados pelo IBGE.


Em 2013, IBGE prevê safra de grãos 6,9% maior: Em novembro de 2012 o IBGE realizou o segundo prognóstico de área e produção para a safra de 2013. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas é estimada em 173,8 milhões de toneladas, 6,9% superior à safra colhida em 2012. Este incremento deve-se à recuperação e ao aumento previsto para as regiões Sul (20,8%) e Nordeste (26,2%), que sofreram com problemas climáticos em 2012. A área a ser colhida deve crescer 2,5% na região Sul e 21,1% na Nordeste. A região Centro-Oeste apresenta 4,3% de expansão de área, impulsionado pelos bons preços dos produtos, notadamente de soja e milho.

Juros e Inflação Em sua última reunião do ano, o COPOM, depois de sucessivas reduções, decide, por unanimidade, manter inalterada a taxa SELIC em 7,25%, sem viés. No comunicado divulgado o COPOM afirma que “Considerando o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear”. A decisão reforçou as expectativas do mercado de que o Banco Central deverá manter essa taxa por um longo período e que, possivelmente, vai buscar outros instrumentos alternativos aos juros caso o horizonte inflacionário mude para pior. Em sua Ata da 171ª Reunião do Copom justificando a manutenção da Selic em 7,25%, o Copom também pondera que têm contribuído para a redução das taxas de juros domésticas, inclusive da taxa neutra, o aumento na oferta de poupança externa e a redução no seu custo de captação, as quais, na avaliação do Comitê, em grande parte, são desenvolvimentos de caráter permanente. Essa avaliação tem levado o mercado a projetar pela manutenção da taxa Selic em 7,25% ao ano, por um período mais longo, provavelmente por todo o ano de 2013.

Inflação medida pelo IPCA se acelera e centro da Meta fica mais difícil de ser atingida O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de novembro apresentou variação de 0,60% e ficou muito próximo da taxa de 0,59% registrada em outubro. O acumulado no ano foi para 5,01%, bem abaixo dos 5,97% registrados em igual período do ano anterior. Considerando os últimos doze meses, o índice situou-se em 5,53%, acima dos 5,45% relativos aos doze meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2011 a taxa havia ficado em 0,52%. Sobre os índices regionais, o maior foi o de Belém (1,27%) em virtude dos alimentos que aumentaram 2,16%, além da energia elétrica, cuja variação foi de 4,93% por causa do aumento no PIS/PASEP/COFINS. O menor foi o de Brasília (0,35%)


devido, principalmente, ao resultado dos automóveis usados (-1,29%), aliados à queda nos preços da gasolina (-2,05%):

No entanto, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) apurou deflação no cálculo do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), encerrou novembro com queda de 0,03%, ante alta de 0,02% no mês anterior. A variação negativa no mês reduziu os percentuais acumulados. Segundo a FGV, o índice acumula alta de 7,09% no ano e uma variação de 6,96% nos últimos 12 meses. Em novembro, o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo, que representa 60% do índice geral) voltou a registrar queda. A taxa teve variação negativa de 0,19%, semelhante ao registrado no mês passado (-0,2%). O IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que representa 30% do IGP-M, desacelerou em novembro para 0,33%, ante variação de 0,58% no mês anterior e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) ficou praticamente estável. O índice, que representa 10% do IGP-M, variou 0,23% no mês, ante 0,24% em outubro. O IGP-M calcula as variações de preços no período entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência. Em sentido contrário, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) ficou em 0,25% em novembro, após deflação de 0,31% em outubro, divulgou no dia 6 de dezembro a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas do mercado financeiro, que ia de 0,10% a 0,40%, e acima da mediana, de 0,20%. O IGP-DI acumula altas de 7,39% no ano e de 7,22% em 12 meses.


Em resumo, as principais previsões para os próximos anos para PIB, inflação, taxa de juros e taxa de câmbio para o Brasil, segundo apurado pela C&M Consultoria no Sistema de Expectativas de Mercado- FOCUS, são os seguintes:

Previsão anual para inflação, Juros a Taxa de Câmbio Discriminação PIB IPCA IGP-M IGP-DI TAXA SELIC TAXA DE CÂMBIO

2012 1,03 5,58 7,6 7,8 7,25 2,08

2013 3,5 5,4 5,29 5,25 7,25 2,08

2014 3,82 5,5 5,0 5,0 8,5 2,01

2015 3,7 5,0 4,6 4,61 8,75 2,05

2016 3,7 5,0 4,5 4,5 8,5 2,08

Fonte: FOCUS-expectativa de Marcado, em 11/12/2012

Finalizado em 14 de Dezembro de 2012

FONTE DOS DADOS: FMI, EUROSTAT, OCDE, CEPAL, BACEN, IBGE, CNI, FGV, BM, JORNAIS FOLHA, ESTADÃO E VALOR ECONÔMICO.


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