TURISMO CULTURAL
CIRCUITO FLANDRES – BÉLGICA 27 de Março a 2 de Abril 2010
À procura dos vestígios portugueses... ... um namoro de séculos entre Portugal e a Flandres!
Viagem cultural à Flandres Foi o Imperador Júlio César que chamou ao povo destas terras “os Belgas”, que em latim significa as tribos do Norte. O Norte da Bélgica e o Sul da Holanda formavam o condado da Flandres. O nome Flandres provém da palavra Vländergau, nome da família a quem o Rei de França doou esse condado no século IX. Desde o século XII existe uma relação muito forte entre a Flandres e Portugal, principalmente pelas trocas comerciais através dos portos de Bruges e de Lisboa. O século XVI, chamado o século de ouro, foi muito próspero para a Flandres e para Portugal. Nesta viagem vamos à procura dos sinais que os Portugueses deixaram na Flandres. Também vamos conhecer:
os centros históricos com as “béguinages”* os monumentos as igrejas com as pinturas dos mestres flamengos os móveis trabalhados e os vitrais as feiras típicas um mosteiro de Cister arte moderna novos projectos sobre o ambiente a cerveja e as cervejarias um atelier de tapeçaria a vida cultural actual uma escola de música um atelier de cerâmica a Universidade antiga e a actual um castelo a rede de caminho de ferro os diamantes e a joalharia a gastronomia flamenga
* “Béguinage” Bairro constituído por pequenas casas onde viviam 3 ou 4 béguines (mulheres) em cada casa. Foi uma solução inteligente das mulheres (béguines) que não tinham família, para que pudessem viver aqui juntas e com uma certa independência. Trabalhavam em conjunto, faziam companhia umas às outras, mas quando lhes apetecia estar sós, tinham onde ficar. Algumas cultivavam os campos em redor, punham flores nos altares, as que sabiam ler ensinavam as crianças e também trabalhavam nos hospitais. Se quisessem casar não havia problema. Mas nas “béguinages” não podiam entrar homens.
Há séculos que existe uma relação efectiva entre Portugal e a Flandres Esta viagem tem como objectivo conhecer uma região da Bélgica, a Flandres, com a qual Portugal estabeleceu uma próxima e profunda relação política, diplomática e cultural desde o início da constituição e fixação do território portucalense. Alguns dados históricos sobre a relação de Portugal e a Flandres 1147 - Cruzados flamengos ajudaram D. Afonso Henriques na libertação de Lisboa. 1184 - Filipe da Alsácia, conde de Flandres, casa-se com Matilde, filha de D. Afonso Henriques. 1212 - O príncipe Fernando, filho de D. Sancho I, casa-se com Jeanne, condessa de Flandres. 1430 - Filipe “O Bom”, duque de Borgonha e da Flandres, casa-se com Isabel, filha de D. João I e irmã de D. Henrique “O Navegador”. Antes do pedido de casamento, o duque pediu ao pintor Jan Van Eyck para ir a Sintra fazer o retrato da princesa. O quadro foi de barco para a Flandres. Jan Van Eyck ficou em Lisboa durante 2 anos. Algumas das suas obras estão no Museu de Arte Antiga em Lisboa. Isabel viveu 41 anos em Bruges. Com a descoberta por Vasco da Gama, do caminho marítimo para a Índia, Lisboa passou a ser o centro do comércio da Europa, de onde foram transportadas muitas mercadorias para o porto da Flandres Bruges. Com este caminho comercial florescente portugueses estabeleceram-se em Bruges.
muitos
comerciantes
No século XV, graças a D. Isabel de Portugal, esposa do Filipe “O Bom” habitavam cerca de 2500 flamengos nos Açores. 1526 - O Imperador Carlos V, “O Grande”, casa-se (3º casamento) com Isabel, filha de D. Manuel. Carlos nasceu em Gand, viveu a infância e juventude em Mechelen e herdou a Borgonha, a Flandres e a Espanha e ainda conquistou grande parte do mundo. O casal viveu principalmente em Espanha.
D. Manuel casa-se com uma irmã de Carlos V, o seu filho casa-se com a irmã mais nova de Carlos V e o seu neto casa-se com uma filha de Carlos V, resultando deste casamento um filho - D. Sebastião. As caravelas portuguesas levavam mercadorias vindas do Oriente para Bruges, mas com a perda de comunicação com o mar, por causa da obstrução do canal Zwin pelo lodo e o consequente declínio do porto de Bruges, estas trocas comerciais passam a ter como destino o porto de Antuérpia. A comunidade dos comerciantes portugueses mudou-se para Antuérpia. Nestas trocas comerciais caravelas também levavam açúcar da Madeira, passas, vinho, cortiça, entre outros produtos e traziam da Flandres cereais, armas, tecidos, rendas, tapetes, pinturas, sinos, instrumentos musicais, móveis, objectos religiosos de madeira e de bronze. Em Lisboa também se instalou, reciprocamente, uma comunidade de flamengos, que tinham o próprio bairro e cemitério.
Dados comuns entre Caldas da Rainha e a cidade de Mechelen - Flandres Duas rainhas D. Leonor (1458-1525) neta de D. João I e D. Filipa de Lencastre. D. Leonor casou-se em 1473. Sobe ao trono aos 23 anos. Perdeu um filho à nascença e o herdeiro ao trono, D. Afonso, morreu precocemente. Ficou viúva aos 37 anos e morreu aos 67. D. Leonor não tinha sucessor ao trono e educou o irmão, D. Manuel, para a suceder. D. Leonor foi grande impulsionadora das Artes, financiou artistas, editou livros e foi grande obreira de projectos assistenciais, como o caso do Hospital Termal Rainha D. Leonor. Era a “mais perfeita rainha que nasceu no reino de Portugal”, segundo o seu biógrafo, Frei Jorge de São Paulo.
Margaretha van Oostenrijk (1480-1530) bisneta de D. João I e D. Filipa de Lencastre. Casou-se aos 15 anos, ainda muito jovem ficou viúva 2 vezes, governou a Flandres a partir dos 27 anos até à sua morte aos 50 anos. Margaretha não tinha filhos, mas educou 4 filhos (órfãos) do irmão Filips de Schone, entre estes - Carlos V, que lhe sucedeu, conquistou e herdou grande parte do mundo conhecido e do qual se tornou Imperador; e Leonor, que se casou em 1519 com D. Manuel I (3º casamento dele). Porque estava sempre muito ausente, ocupado com as batalhas, Carlos V, delegou em Margaretha, o governo da Flandres. A governação dela foi considerada de Paz e promotora de muita prosperidade. Margaretha era sensível às Artes e apoiou muitos artistas.
As Gazetas: Foram flamengos que introduziram a Imprensa em Portugal. Em 1641 foi Laurent/Lourenço de Antuérpia que criou a 1ª Gazeta em Lisboa. A palavra Gazeta tem origem no flamengo “gazet”. Hoje em dia fala-se mais em jornais, mas ainda existem as gazetas. A Gazeta das Caldas, Gazet van Antwerpen e Gazet van Mechelen.
Na Igreja da Nossa Senhora do Pópulo há um sino feito por Nicolas Le Vache de Antuérpia, circa 1730.
Viagem de 27 de Março a 2 de Abril de 2010 6 noites. 7 dias. Estadia em Mechelen, hotel de três estrelas (no centro histórico). O preço inclui voo, transporte de autocarro, alojamento em meia pensão (jantar), almoço de despedida, entradas nos locais a visitar e acompanhamento em Português.
Organização e acompanhamento Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha, em parceria com Lies Vermoesen.
ROTEIRO
Sábado, 27 de Março de 2010 08h00 - Voo Lisboa - Bruxelas Chegada a Bruxelas às 11h50. Chegada cerca das 13h00 ao hotel, no centro histórico da cidade de Mechelen. Caminhada no centro histórico de Mechelen Visita ao atelier onde ainda se fazem e restauram tapetes antigos medievais (Tapetes de Wit). Nota: Há tapetes flamengos no Museu Gulbenkian, Museu de Arte Antiga em Lisboa, Palácio Nacional de Sintra, Convento de Mafra, em Bragança e em Coimbra.
Domingo, 28 de Março de 2010 Visita ao Koksijde, Convento Museu “Ter duinen 1138”, da Ordem de Cister. Visita à Costa: Oostduinkerke. Visita a Gand: passeio de barco no centro histórico e passeio a pé (St. Baafskathedraal). Nota: O Imperador Carlos V, O Grande, nasceu nesta localidade. Olivier van Gent, veio para Portugal, criou o retábulo da Sé Velha de Coimbra (em conjunto com Jan van Leper), as cadeiras do coro no Mosteiro dos Jerónimos e uma figura no Convento de Tomar. Visitas: Mostarda Tierletijn ou Museu de Design & Interior.
Segunda, 29 de Março de 2010 Visita a Bruxelas - Circuito de autocarro e passeio a pé. Locais de interesse: Atomium, Pavilhão Chinês, Torre do Japão, Palácio Real, Museu-Teatro Toone, Mercado de Peixe, Praça, Manneken Pis, St. Michiels Kathedraal, Estação, Palácio de Congressos e Palácio da Justiça.
Visitas ao Museu voor Schone Kunsten ou Bairro das lojas de antiguidades e Shopping Muntstraat.
Terça, 30 de Março de 2010 Visita a Bruges - passeio a pé à procura dos rastos que os Portugueses deixaram nos séculos XV e XVI. Nota: Aqui casaram-se o Duque de Borgonha e Flandres, Filipe “O Bom” e Isabel, irmã de Dom Henrique, “O Navegador”. Visita e jantar na cervejaria Rodenbach em Roeselaere.
Quarta, 31 de Março de 2010 Visita a Mechelen, passeio a pé (Igrejas, Palácios, casas medievais, Escola de carrilhão, etc.) Nota: Aqui viveu o Imperador Carlos V, “O Grande”, que se casou com Isabel, filha de D. Manuel. Visita à Gazeta local, à Academia de Música, ao atelier de cerâmica e atelier de jóias. Jantar numa cervejaria do século XV.
Quinta, 1 de Abril de 2010 Visita a Louvaina, à Universidade, onde o Damião de Góis leccionou e de onde veio Nicolas Clenardus, que foi professor privado de D. Henrique, “O Cardeal”. Visita a Gaasbeek, castelo onde há um retrato do Imperador Carlos V e Isabel de Portugal. Pajottenland-Breughel-Geuze en Kriek.
Sexta, 2 de Abril de 2010 Visita a Antuérpia: estação, museu-atelier de diamantes e bairro dos judeus. Passeio a pé à procura dos rastos que os Portugueses deixaram no século XVI. Visita à Igreja e à Casa-Museu Plantin.
Almoço de despedida (mexilhões).
19h15 - Voo Bruxelas – Lisboa Chegada a Lisboa às 20h55
Na Internet: www.tenduinen.be www.koksijde.be www.toerismewesthoek.be www.visitgent.be www.brusselsdiscovery.com www.vl-brabant.be/toerisme www.brugge.be www.brugseommeland.be www.inenuitmechelen.be www.mechelen.be www.leuven.be www.visitantwerpen.be www.tpa.be www.tov.be/waasland