Revista CCC Fevereiro Março Abril 2010

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FEVEREIRO MARÇO ABRIL ‘2010 Rua Dr. Leonel Sotto Mayor 2500 Caldas da Rainha tel. 262 889 650 / fax. 262 889 660 geral@ccc.eu.com

EDITORIAL Contradições de uma programação e da ideia que temos dela... O CCC, ao prosseguir de forma sistemática o seu programa que visa dar a conhecer aos públicos a diversidade das artes dos espectáculos, cumpre um papel estratégico de convívio e de aquisição de saberes fundamentais nas sociedades contemporâneas. Pretende-se assim dar corpo ao essencial, deixando de fora o acessório e as vozes da desgraça. A visibilidade desta urbe está nos canais nacionais também por esta causa, a dignificação das populações que é uma das linhas de força que o projecto CCC persegue. Incontrolável e incorporado nos quotidianos das gentes desta região, muito caminho teremos que percorrer, muita energia temos que agrupar, muitos parceiros temos que encontrar se quisermos superar o isolamento provinciano. Os mecanismos estão criados, os procedimentos encontrados, os públicos convivem, procuram, inquirem, constroem-se numa dimensão centrada na escala do espaço, trazendo à “cena” desde os sentidos da Agora grega, aos da utilização do ciberespaço num universo de relações, consensuais e conflituais, tendentes à apropriação e expressões de poder com interesse no controlo do espaço público. Tudo à nossa volta se encontra apenas temporariamente no estado em que o encontramos. Nada é estático, tudo é dinâmico. A cultura é um trabalho em progresso. Se até agora ela se constrói lentamente é arcaica e pobre, porque cada passo, inovador, parte de um processo em contínuo desenvolvimento. Se existirem pessoas que aprendam a lidar com esta realidade, no sentido positivo ou negativo da palavra, o processo desencadeia uma evolução mais rápida e segura. Existe assim a possibilidade de darmos saltos de décadas, contribuindo para retirar uma sociedade da sua inércia atávica provinciana. Porque acreditamos, propomos de corpo renovado um programa que conta com novos colaboradores e nova imagem também! Não cruzamos os braços à espera de outros interlocutores, o corpo está criado, a batalha é diária, é público o nosso objectivo: Contribuir para a aquisição de saberes e proporcionar plataformas de cooperação capazes de regenerarem os modelos que teimam em sobreviver, apesar de desfasados no tempo e nos conteúdos. “Todavia, como a seu respeito já anteriormente se disse, não havia teoria alguma da vida que lhe parecesse ter alguma importância em comparação com a própria vida. Sentia-se plenamente cônscio da esterilidade de toda a especulação intelectual, quando desacompanhada da acção e da experiência. Sabia que os sentidos, não menos que a alma, têm os seus mistérios espirituais a revelar-nos.”(*) Carlos A. Ribeiro Mota (*) Óscar Wilde – O Retrato de Dorian Gray

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