POTENCIALIDADES E OPORTUNIDADES DA “FILEIRA-CAVALO” NO VALE DO TEJO - Síntese e Orientações de Actuação -
ÍNDICE
Apresentação
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0. ENQUADRAMENTO E VISÃO DE SÍNTESE
3/29
1. DIAGNÓSTICO DO POTENCIAL DE MERCADO DE UTILIZADORES DO CAVALO 4/29
- COMPETIÇÃO DESPORTIVA, LAZER, FORMAÇÃO E SECTOR PRODUTIVO
1.1. Perfil de actividades associadas ao Cavalo
4/29
1.2. Dinâmica das actividades da Fileira Cavalo no Vale do Tejo
7/29
1.3. Relevância regional das actividades relacionadas com o Cavalo
15/29
1.4. Análise SWOT da Fileira-Cavalo no Vale do Tejo
18/29
2. PERSPECTIVAS E ORIENTAÇÕES DE ACTUAÇÃO
21/29
2.1. Perspectivas de desenvolvimento da Fileira-Cavalo 2.2.
Orientações
de
investimento
no
seio
identificação de projectos-âncora
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ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO
da
Fileira
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POTENCIALIDADES E OPORTUNIDADES DA “FILEIRA-CAVALO” NO VALE DO TEJO - Síntese e Orientações de Actuação -
Apresentação O Documento agora apresentado corresponde ao Bloco/Componente de Síntese e
Orientações de Actuação do Relatório do Estudo Potencialidades e Oportunidades da “Fileira-Cavalo” no Vale do Tejo. Este Estudo, promovido pela Comissão de
Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo, teve como suporte metodológico um conjunto de actividades previstas na Proposta Técnica da Empresa ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO,
a qual contemplava os pontos seguintes:
⇒ Análise de informação documental (monografias, artigos, estudos, vídeos...) sobre as infra-estruturas, os eventos e outras actividades associadas ao cavalo.
⇒ Entrevistas abrangendo entidades que assumem papéis distintos e exercem actividades diferenciadas na Fileira-Cavalo, nomeadamente, autarquias locais, entidades
organizadoras
de
eventos,
coudelarias,
estabelecimentos
equestres, escolas e outras unidades de formação, associações de desenvolvimento local, associações de criadores, entre outras.
⇒ Inquéritos aplicados a uma amostra de utilizadores de infra-estruturas (Centro Equestre da Lezíria Grande-Vila Franca de Xira, CNEMA-Santarém e Escola de Equitação Mestre Nicolau Pernes-Golegã) e visitantes da Feira Nacional do Cavalo (Golegã). Esta componente metodológica assentou na aplicação de um conjunto de guiões diferenciados consoante o tipo de uso das actividades/infra-estruturas e/ou eventos - utilizadores regulares e visitantes – contribuiu para caracterizar o perfil de procura individual de actividades ligadas ao cavalo. O Relatório Final do Estudo organiza três grandes blocos cujos conteúdos sucintamente se apresentam a seguir: SÍNTESE E ORIENTAÇÕES DE ACTUAÇÃO. Compreende o diagnóstico de
potencial de mercado de utilizadores do Cavalo nos segmentos da competição desportiva, do lazer, da formação e das actividades produtivas e complementares, com ênfase na dinâmica e relevância regional das actividades relacionadas com o Cavalo. No tocante à formulação de recomendações, são sistematizadas as perspectivas de desenvolvimento da Fileira e apontadas orientações de investimento, com identificação de projectos-âncora a localizar no Vale do Tejo.
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DIAGNÓSTICO DA FILEIRA-CAVALO. Compreende a apresentação sistemática
dos principais elementos do Estudo, designadamente a visão global e regional da estruturação das actividades da Fileira; a estrutura produtiva e as actividades complementares
associadas
ao
Cavalo;
a
rede
de
infra-estruturas/
/estabelecimentos equestre, equipamentos e serviços da Fileira existentes no Vale do Tejo; a oferta de iniciativas e eventos associados ao Cavalo, incluindo as modalidades desportivas equestres; e o diagnóstico do potencial de mercado de utilizadores do Cavalo, a partir da análise da participação em eventos e do perfil de utilização de infra-estruturas. POTENCIALIDADES
E
ACTUAÇÕES
RECOMENDÁVEIS.
Compreende
uma
sistematização das perspectivas de investimento de actores-chave da Fileira na Região, a análise das tendências da procura que delimitam o potencial de mercado das actividades da Fileira-Cavalo e a análise de impactes dos principais segmentos de investimento da Fileira sobre a transformação das economias rurais. A reflexão em torno destas vertentes permite fundamentar um conjunto de orientações de investimento estruturadas num leque selectivo de projectos-âncora para os quais são apontadas valências e entidades a envolver. O Relatório integra, ainda, um conjunto de Anexos, designadamente um documento intitulado “A Economia do Cavalo na União Europeia”, uma Lista de Entidades entrevistadas e Referências bibliográficas.
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0. ENQUADRAMENTO E VISÃO DE SÍNTESE O Estudo Potencialidades e Oportunidades da ‘Fileira-Cavalo’ no Vale do Tejo é, no essencial, um estudo económico (de dinâmica de actividades, de viabilidade, de impacto,...). Mas é, também, um Estudo que, no investimento analítico - de diagnóstico e de propostas -, se confrontou com dimensões que estão para além de um estrito cálculo económico de oportunidade. Em vários segmentos do complexo de actividades da Fileira Cavalo, somos confrontados com factores estruturantes de actividade que relevam de conceitos mais próximos de motivações [como sejam a tradição, a identidade e os símbolos, a afectividade, a disponibilidade para o lazer e o desfrutar da natureza e da sua (bio)diversidade], do que de critérios de racionalidade económica que assegurem a rentabilidade e/ou sustentabilidade das iniciativas, das coudelarias aos diversos tipos de estabelecimentos equestres. A vitalidade do complexo de actividades da Fileira Cavalo no Vale do Tejo constitui, assim, um desafio interessante mesmo para a teoria económica, pela aliança dinâmica que se estabelece entre aquele perfil de motivação e uma lógica de valorização pelo mercado, que deve estar associada a iniciativas, projectos e acções que pretendem alcançar objectivos com sustentabilidade própria. Mesmo que esta sustentabilidade decorra de um impulso inicial das políticas públicas dirigidas ao co-financiamento de projectos, os quais, posteriormente e pelo perfil de procura múltipla identificada, encontrem e construam as suas próprias condições de eficácia e de eficiência, na relação com os diferentes segmentos de mercado. Em termos territoriais, as raças selectas, com especial destaque para o Cavalo Lusitano, encontram o seu solar de eleição no Ribatejo/Vale do Tejo, pelas condições naturais e tradição de criação (coudelarias nas principais casas agrícolas da Região). O Vale do Tejo é igualmente o berço do Cavalo Sorraia do qual existe um efectivo animal reduzido, representado num número limitado de coudelarias. Os concelhos da Região concentram, também, um conjunto assinalável de infra-estruturas e equipamentos que prolongam a concentração produtiva e constituem um importante factor de atractividade para os utilizadores (praticantes e aprendizes de equitação, sobretudo) e para os frequentadores/visitantes dos inúmeros
eventos
organizados
por
Câmaras
Municipais,
associações
de
desenvolvimento, associações sectoriais e profissionais, comissões de festas, etc. ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO
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Para esta atractividade do Vale do Tejo contribuem a concentração e a diversidade de infra-estruturas/equipamento/eventos, mas também a relativa centralidade da Região relativamente aos principais fluxos da procura (Área Metropolitana de Lisboa e, também, o Eixo Aveiro/Porto), onde têm origem os praticantes profissionais e amadores das modalidades desportivas, mas também os aprendizes e praticantes de equitação de lazer. Esta atractividade está reflectida na ponderação positiva dos diversos inquiridos no âmbito do Estudo, a qual é claramente favorável aos eventos e infra-estruturas sedeados no Vale do Tejo, de Vila Franca de Xira à Golegã. Do ponto de vista da integração do complexo de actividades associadas ao Cavalo (em suma, a Fileira - Cavalo), a análise revela a presença no Vale do Tejo de uma oferta
de
actividades
complementares
com
níveis
de
organização
predominantemente informais, mas clara inserção de mercado, a par de um leque enriquecido de serviços de excelência, nomeadamente nos domínios da assistência técnica (apuramento de raças, serviços de veterinária,...) e da formação média e superior (escolas profissionais e Escola Superior Agrária). Os elementos assinalados permitem identificar um complexo de actividades em consolidação e crescimento que beneficiam da existência de fluxos de procura intensa (da competição à equitação de lazer) e com capacidade aquisitiva elevada (presença assinalável de segmentos elitistas). Estes fluxos viabilizam, no plano económico, o perfil de infra-estruturas e equipamentos existentes tanto na esfera privada (coudelarias, centros hípicos,...), como na esfera pública e assocativa (p.e., eventos - feiras, festas, romarias e percursos equestres) e, face aos índices de sobre-ocupação revelados, evidenciam a existência de oportunidades económicas para a fixação de novas iniciativas/estabelecimentos equestres oferecendo condições de alojamento/tratamento de animais e para a prática da equitação. Os pontos seguintes deste Documento de Síntese sistematizam os principais elementos de reflexão construídos/fundamentados e têm por base um apreciável volume de informação empírica recolhida e processada durante o Estudo. Os referidos elementos estão organizados em torno de um conjunto de entradas que parte de um Diagnóstico selectivo de potencialidades e oportunidades para formular um conjunto de actuações recomendáveis, um percurso medeado pelo perfil de objectivos do Estudo para os quais se procura construir as respostas pretendidas.
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1. DIAGNÓSTICO DO POTENCIAL DE MERCADO DE UTILIZADORES DO CAVALO - COMPETIÇÃO DESPORTIVA, LAZER, FORMAÇÃO E SECTOR PRODUTIVO
1.1. Perfil de actividades associadas ao Cavalo O complexo de actividades ligadas ao Cavalo (Fileira-Cavalo) apresenta relativa importância económica e social em alguns países e regiões europeias, contribuindo significativamente para a produção de riqueza e para o desenvolvimento local e regional, nas zonas de implantação. No espaço territorial do Vale do Tejo, o Estudo realizado identifica um conjunto denso de actividades com valor económico que surgem vinculadas ao Cavalo. Esse complexo de actividades assenta em três vectores matriciais que estabelecem um cruzamento bastante rico, com recursos naturais, construídos e de iniciativa que, entre si, contribuem para o preenchimento de requisitos estruturais próprios do quadro conceptual das fileiras económicas. Assistência Técnica e Formação Componente institucional • Assistência técnica (Coudelarias
Economia da Produção/ /Criação Cavalar
nacionais; Serviços Coudélicos das Casas Agrícolas; Associações de criadores;...)
Meio natural
• Estratégias empresariais
• Componente institucional
das Coudelarias
(intervenção pública - Serviço Coudélico, regulamentos de actividade e directivas,...)
• Actividades
•
Enquadramento natural e recursos da terra
•
Pastagens e organização das explorações
•
Parqueamentos
complementares
• Relações económicas com
• I&D e Experimentação
a procura (mercado interno e externo)
(reprodução, apuramento de raças,..) • Formação média e superior
(gestores, pessoal de adestramento, veterinários, guias de percursos e actividades Desporto e Lazer
Eventos culturais e etnográficos
Equitação e Saúde
•
Centros hípicos – prática desportiva
•
Centros equestres (Ensino/Formação)
•
Etnografia e formas de expressão artística
•
Actividades Indoor e
•
Serviços de apoio
Outdoor
•
Festivais e romarias
•
Alta Escola/Galas
Raides a Cavalo
•
•
•
Hipoterapia
•
Percursos equestres
Vertente museológica, temática, histórica e etnográfica
•
Actividades tauromáquicas
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O núcleo central da Fileira é composto pela economia da produção que beneficia, a montante, das condições proporcionadas pelos recursos do habitat natural e dos serviços de excelência (assistência técnica e formação) e alimenta, a jusante, um conjunto de vertentes/actividades utilizadoras do Cavalo, umas mais consolidadas e com tradição regional (actividades tauromáquicas, ensino e equitação de lazer), outras emergentes (percursos equestres, hipoterapia, ...). O complexo de actividades sistematizado tem berço e presença marcada em vários concelhos do Vale do Tejo, com o padrão de localização predominante seguinte: Economia da produção/criação cavalar (Lezíria do Tejo – Almeirim, Alpiarça,
Azambuja, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior, Salvaterra e Santarém); Assistência técnica e IDE (Santarém - Escola Superior Agrária e Estação
Zootécnica/Coudelaria Nacional); Equitação (Golegã e Vila Franca de Xira); Competição desportiva (Golegã, Santarém, ...); e Eventos etnográficos culturais (Almeirim, Golegã, Salvaterra, Santarém, Vila
Franca de Xira,...). Esta acentuada presença dos diversos segmentos de actividade na Região não deve, todavia, constituir uma delimitação fechada para efeito dos objectivos do Estudo na medida em que os fluxos da procura mais dinâmica têm origem na Área Metropolitana de Lisboa e o conhecimento da oferta concorrente revela a presença importante de coudelarias e estabelecimentos equestres e eventos na Grande Lisboa, ao Sul e ao Norte, com destaque para os concelhos de Alcochete, Moita, Sesimbra, Oeiras e Cascais.
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1.2. Dinâmica das actividades da Fileira Cavalo no Vale do Tejo Os elementos processados no âmbito do Estudo permitem construir uma visão de conjunto dos segmentos da Fileira, dos níveis de articulação interna existentes, bem como dos fluxos económicos intra-regionais e das dinâmicas que se estabelecem com o exterior (aos níveis supra-regional, nacional e, também, internacional).
Economia da produção: estrutura de criação e actividades complementares
A criação de cavalos tem registado nos últimos anos um grande crescimento traduzido no aumento significativo dos efectivos equinos: entre 1988 e 1998 os efectivos registados mais que duplicaram, atingindo um volume superior a 56.500 cabeças, cerca de 26% a Norte (a Região que, a par do Algarve, mais viu crescer o seu efectivo) e idêntica percentagem em Lisboa e Vale do Tejo. A evolução quantitativa foi acompanhada por um esforço de qualificação, nomeadamente ao nível do melhoramento genético e apuramento de raças, através do aperfeiçoamento dos métodos de criação e de rigorosos critérios de selecção. Esta qualificação da criação de cavalos, nomeadamente de cavalos Puro Sangue Lusitano, permite antever um grande potencial de crescimento nos próximos anos, num contexto de forte valorização de mercado dos exemplares desta Raça. Neste segmento da Fileira-Cavalo é possível identificar três estratégias-tipo de actividade das coudelarias privadas: Criação de cavalos como uma actividade complementar da actividade agrícola – mais frequente nas antigas casas agrícolas, com grande tradição coudeleira e ferro renomado, que lhes proporciona um importante poder de dominação de mercado (estratégia predominante no Vale do Tejo). Criação
de
cavalos
complementada
com
outras
actividades
ligadas,
nomeadamente o turismo rural e equestre, o ensino da equitação em centro hípico e a disponibilização de infra-estruturas diversas para a prática equestre de lazer (estratégia em crescimento). Criação de cavalos encarada como uma simples actividade de lazer, com menor expressão económica mas significando o alargamento do segmento produtivo a novos actores (estratégia em crescimento).
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Distribuição das Coudelarias existentes no Vale do Tejo, por concelho
Fonte: www.cavalo.net
O investimento e a renovação constituem uma linha de tendência relevante na economia do Cavalo destacando-se: (i) a criação de novas coudelarias com novos criadores possuidores de uma visão de mercado mais activa (p.e., resposta directa a procuras latentes de cavalos, para ensino e para desporto); (ii) a realização de investimentos na criação e melhoria de infra-estruturas para animais - a maior parte das coudelarias dispõe de instalações e equipamentos com qualidade integrando picadeiros cobertos e descobertos, cavalariças, boxes, pastagens ordenadas e regadas, etc.; (iii) a especialização das criações com processos de selecção próprios, aperfeiçoamento e desbaste dos cavalos, segundo as necessidades das actividades utilizadoras (desporto, ensino, toureio,...). No tocante às actividades complementares, a crescente importância das actividades associadas ao Cavalo está na origem da existência de um volume cada vez mais
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significativo de empresas dedicadas à produção e comercialização de produtos equestres, bem como à prestação de serviços especializados. A dinâmica das coudelarias e também dos centros equestres gerou, e tem alimentado uma oferta, com níveis de resposta muito satisfatórios, face à procura de abastecimento de consumíveis (alimentação e produtos veterinários), pequenos equipamentos (material de equitação, roulotes, ...), artefactos e objectos diversos (selas, estribos, ...), serviços especializados para o transporte de cavalos, construção de
infra-estruturas,
etc..
Nas
estratégias
comerciais
predomina
a
relação
personalizada com visita frequente ao cliente, sendo detectáveis dois vectores fundamentais:
(i)
pequenas e muito pequenas empresas (sedeadas no Vale do Tejo e, sobretudo, na Área Metropolitana de Lisboa), empresários individuais e artesãos (correeiros, ferradores, alfaiates, ...); e
(ii) empresas espanholas, que adoptam uma estratégia agressiva de mercado caracterizada pela qualidade, grande capacidade de reposição de stocks, venda on-line; estas empresas dispõem de uma quota de mercado elevada. As empresas artesanais de raiz familiar e com tradição no fabrico/preparação de artigos e adornos (correeiros, ferradores, alfaiates, ...), têm forte presença nas zonas rurais dos concelhos do Vale do Tejo, um aspecto que constituirá mesmo um dos elementos de impacto mais relevantes da Fileira Cavalo no desenvolvimento regional. As potencialidades de desenvolvimento e crescimento das actividades associadas ao Cavalo na Região, desde a criação à equitação desportiva e de lazer, abrem um imenso conjunto de oportunidades de negócio neste tipo de actividades complementares e de apoio. Estas oportunidades poderão e deverão ser aproveitadas pela iniciativa empresarial regional, na base da experiência existente, e contribuir para adensar os níveis de preenchimento da Fileira-Cavalo. Assistência Técnica e Formação
A vertente de serviços e assistência técnica é essencial à renovação e qualificação da criação de cavalos e integra actividades muito distintas desde a nutrição (pastagens, forragens e concentrados), à fertilidade e reprodução, envolvendo, ainda, a sanidade e profilaxia, a clínica e a higiene e bem estar.
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Os níveis de resposta às necessidades nestes domínios são assegurados, segundo diversas soluções: •
Coudelarias Nacionais, com quadro técnico próprio e organicamente integradas nas estruturas do MADRP; uma delas, a Coudelaria Nacional está sedeada na Quinta da Fonte Boa em Santarém com actividades nos domínios do melhoramento genético, do apuramento da raça do Cavalo Lusitano, dos testes de ADN, etc..
•
Serviços coudélicos das Coudelarias privadas que dispõem de quadro técnico próprio ou recorrem aos quadros da estrutura técnica do Serviço Nacional Coudélico.
•
Serviços de veterinária em alguns estabelecimentos equestres de criação recente (instalação de clinica veterinária no próprio centro equestre).
•
Associações de Criadores com alguns recursos próprios e contratando serviços ao Serviço Nacional Coudélico, nomeadamente em apoio à gestão dos livros genealógicos (selecção de animais para reprodutores, inscrição de animais jovens nos livros de registo de nascimentos,...).
•
Veterinários por conta própria, com papel importante na relação directa com as Coudelarias.
•
Escola Superior de Medicina Veterinária na Ajuda (Lisboa) que dispõe de blocos operatórios para animais de grande porte e presta consultas veterinárias ao exterior.
No tocante ao ensino e formação, dirigidos ou apropriáveis pelo complexo de actividades do Cavalo, destaca-se a tipologia de cursos seguinte:
Cursos Superiores Universitários (Nível V) de Engenharia Zootécnica (Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Évora e UTAD), com saídas profissionais nos domínios da gestão técnica de empresas agro-pecuárias e da indústria e comercialização de produtos de origem animal. Na aproximação
à
Fileira-Cavalo,
regista-se
a
existência
de
parcerias
estabelecidas com a Estação Zootécnica, a Coudelaria Nacional, Escolas de Equitação e Associações Hípicas.
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Cursos Superiores Politécnicos (Nível IV), nas áreas da Produção e Utilização de Cavalos e Equinicultura (Escolas Superiores Agrárias, nomeadamente Santarém, Elvas e Castelo Branco), com saídas profissionais para as actividades de gestão, manutenção e execução em centros hípicos, coudelarias e ensino de equitação. Estas Escolas estabeleceram protocolos, nomeadamente, com o Serviço Nacional Coudélico, Associações de Criadores e Universidade de Córdoba – caso da ESA de Elvas.
Cursos
Técnico-profissionais
(Nível
III)
de
Gestão
Equina
(Escolas
Profissionais de Desenvolvimento Rural de Abrantes e Alter do Chão), com saídas profissionais orientadas para a gestão de coudelarias e centros hípicos e monitores de equitação. Estas Escolas têm protocolos com a Federação Equestre Portuguesa no âmbito do enquadramento do exame final para monitor de equitação. A dinâmica de saídas profissionais encontra-se condicionada pela saturação relativa do potencial empregador das unidades da Fileira (capacidades limitadas de enquadramento do trabalho, informalidade de várias actividades, perspectivas de evolução dos estabelecimentos equestres, ...). Centros Hípicos: equitação e prática desportiva
A
rede
de
Centros
Hípicos
do
Vale
do
Tejo
é
relativamente
jovem,
predominantemente criados na última década e tendo como origem um padrão personalizado (capacidade pessoal e profissional a lidar com cavalos, em alguns casos com formação militar; proprietários fundiários, pontualmente, com experiência de gestão empresarial;...). A maior parte dos Centros Hípicos tem origem em investimentos privados e a gestão é complementar de outra actividade profissional onde têm origem os recursos económicos que suportam a actividade hípica. O recurso a fundos públicos é, neste contexto, muito limitado ou inexistente. O Picadeiro Municipal da Golegã constitui uma excepção: é gerido pela Câmara Municipal e a sua actividade é orientada prioritariamente para os alunos do Concelho que têm acesso gratuito aquela infra-estrutura. A última década tem registado um padrão de investimento acentuado que parte da existência de infra-estruturas básicas no início da actividade para uma gradual expansão das mesmas (instalação de equipamentos, aumento da éguada, ...). Este ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO
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padrão é reforçado pela circunstância de a maior parte destes Centros ter previsto projectos de investimento a curto/médio prazo que apontam para alargar as capacidades de resposta à procura existente, nomeadamente equitação, actividades desportivas e passeios equestres. Distribuição dos centros hípicos, por concelho
Fonte: www.cavalo.net
O cluster equitação e competição desportiva, integrante da Fileira-Cavalo, concentra os estabelecimentos equestres com maior poder económico traduzido nas condições oferecidas pelas infra-estruturas, pela qualidade e diversidade dos serviços prestados, pelas actividades complementares e pela envolvente dos centros. Em matéria de modelos de estruturação dos recursos humanos, predominam as situações de informalidade na contratação e no enquadramento de trabalho e de polivalência nas funções técnicas de execução. São escassos os estabelecimentos equestres com um quadro de pessoal que espelhe um modo de organização do trabalho: apenas os que apresentam maior consistência económica e visibilidade de
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mercado possuem funções administrativas e de gestão; também o apoio medico-veterinário assenta, de modo predominante, em contratos de avença. Os Centros mais dinâmicos, de que é exemplo o Centro Equestre da Lezíria Grande em Vila Franca de Xira, desenvolvem um perfil mais diversificado de actividades que vai desde o alojamento ("penso") de cavalos de clientes particulares (prestando serviços de alimentação, tratamento, higiene e assistência veterinária) até actividades de prestígio (espectáculos e galas equestres), passando por actividades relacionadas (alojamento hoteleiro - com importância na atracção de visitantes estrangeiros -, restauração, venda de artesanato rural, artefactos, vestuário e calçado procurado pelos utilizadores do Cavalo). A oferta de condições logísticas para a prática desportiva constitui uma dimensão relevante da actividade de um conjunto importante de Centros Hípicos da Região do Vale do Tejo representando, para muitos desses Centros, um prolongamento das actividades/aulas de equitação, nomeadamente nas modalidades dressage e saltos de obstáculos. A prática desportiva estruturada decorre normalmente no enquadramento do circuito/calendário de provas organizado pela Federação Equestre e tem expressão mais significativa (por constituir uma oferta diferenciadora) nos circuitos Indoor de saltos e obstáculos, promovidos pelo CNEMA e realizados em naves cobertas. Esta entidade promove, igualmente, provas de modalidades federadas por ocasião da Feira Nacional de Agricultura, designadamente, Concurso Internacional de Saltos, Concurso de Dressage, Concurso Completo de Equitação, Concurso de Atrelagens e Concurso Nacional de modelo em andamento. Este segmento de actividade dos Centros Hípicos dispõe de uma oferta concorrente com significativa implantação de mercado em vários pontos da Área Metropolitana de Lisboa, com destaque para o Campo Grande, Estoril e Quinta da Marinha, hipódromos integradas
que no
organizam regularmente provas calendário
nacional
e
nas
internacional.
diversas Na
modalidades
distribuição
dos
estabelecimentos equestres no Continente deve destacar-se as localizações na faixa Litoral Centro Norte (Leiria, Aveiro, Porto e Braga) e no Algarve. Em termos de estabelecimentos equestres a oferta concorrente de proximidade com o Vale do Tejo integra, ainda, centros hípicos em Alcochete, Sintra, Loures, Odivelas, Setúbal e, a norte, Leiria e o Norte Alentejo. De um modo geral, trata-se de centros ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO
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hípicos com menor tradição, menores recursos de conjunto e menor visibilidade de mercado, situando-se numa área de influência/atractividade caracteristicamente local. No entanto, importa acompanhar com atenção o florescimento de projectos de pequena dimensão em concelhos da 2ª e 3ª coroa da Área Metropolitana de Lisboa, especialmente a Sul, com picadeiros e capacidade de alojamento de algumas dezenas de animais e que respondem a uma procura dinâmica de equitação de lazer, sobretudo de crianças e jovens, mas também de adultos. Finalmente, refira-se o surgimento nos últimos anos de projectos e iniciativas relacionados com a equitação com fins terapêuticos que envolvem centros hípicos e associações de apoio a pessoas portadoras de deficiência. Entre as valências da equitação com fins terapêuticos destacam-se a hipoterapia, a equitação terapêutica e a equitação desportiva adaptada. A viabilidade destes projectos e iniciativas encontra-se fortemente associada (dependente) do estabelecimento de parcerias entre aquelas IPSS, autarquias locais, instituições de saúde, bem como da possibilidade de mobilizar recursos de carácter financeiro, de origem pública ou via mecenato social. Eventos associados ao Cavalo
A convergência entre, por um lado, as lógicas de defesa e valorização de tradições de raiz cultural e etnográfica e as iniciativas de promoção dos territórios e, por outro lado, a existência de procuras latentes e emergentes que valorizam o ambiente, o lazer e as práticas lúdicas, tem contribuído para alimentar a realização, mais ou menos regular, de um leque diversificado de eventos na generalidade dos concelhos do Vale do Tejo. Esses eventos, nas modalidades e conteúdos com base nos quais têm sido organizados, mobilizam um leque significativo de entidades envolvidas em parcerias de iniciativa para as quais contribuem com recursos e meios que compreendem elementos logísticos (cedência de instalações, equipamentos,...), de know-how técnico, de divulgação e promocionais, de animação, financeiros e outros. A partir da experiência e iniciativas recentes, é possível traçar uma tipologia simples destes eventos no Vale do Tejo:
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•
Eventos consolidados - têm tradição/regularidade de realização, organizam
um conjunto diversificado de acções, possuem índices de notoriedade, acentuados, - atraem fluxos de visitantes elevados [os inquéritos à procura realizados no âmbito do Estudo situam neste grupo: a Feira Nacional do Cavalo, na Golegã; a Feira do Ribatejo/Feira Nacional da Agricultura, em Santarém; a Expo-Égua, na Golegã; e o Salão do Cavalo, em Vila Franca de Xira]. •
Eventos de carácter técnico mais específico - têm alguma regularidade de
realização, são estruturados em torno de temas/referências da Fileira (raças, Coudelarias, galas, recuperação de tradições,...), possuem índices de notoriedade relativamente desiguais e um perfil de visitantes do tipo "procura especializada" (p.e., Semana da Coudelaria de Alter, Festival Internacional do Puro Sangue Lusitano, Grande Gala Equestre). •
Eventos enquadrados em iniciativas mais vastas, abrangem iniciativas com
tradição (p.e., Colete Encarnado, em Vila Franca de Xira) ou de génese mais recente, casos das Festas que associam o Vinho e o Cavalo (Alenquer, Alpiarça - Alpiagra), revelando estas últimas um índice de notoriedade mais reduzido junto de uma procura que habitualmente frequenta eventos. Exteriormente aos concelhos do Vale do Tejo, nomeadamente na Península de Setúbal, no Alentejo e no Algarve, existe um conjunto de iniciativas dispersas do tipo romarias a Cavalo e feiras equestres que atribuem uma relevância temática assinalável ao Cavalo, num contexto mais vasto de preservação de tradições e de afirmação de identidades territoriais.
1.3. Relevância regional das actividades relacionadas com o Cavalo Os elementos analisados no âmbito do Estudo apontam para uma visão bastante positiva das actividades relacionadas com o Cavalo na sua relação com o desenvolvimento regional. Alguns exemplos dessa imagem positiva: •
mais de quatro em cada cinco inquiridos no âmbito do Inquérito à Procura realizado no âmbito do Estudo, considera que o desenvolvimento económico e social da Região do Vale do Tejo pode (e deve) assentar nas actividades relacionadas com o Cavalo e que os usos diferenciados deste devem ser valorizados enquanto factor de aproximação entre grupos sociais; ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO
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POTENCIALIDADES E OPORTUNIDADES DA “FILEIRA-CAVALO” NO VALE DO TEJO - Síntese e Orientações de Actuação -
•
cerca de três em cada quatro inquiridos na Feira Nacional do Cavalo, entende que as actividades ligadas ao Cavalo mantêm a sua importância económica e simbólica no Vale Tejo e estão longe de pertencer ao passado. Concorda
Discorda
82
13
62
34
21
74
83
13
a) O desenvolvimento económico e social do Vale do Tejo pode e deve assentar nas actividades relacionadas com o Cavalo.
b) O Cavalo tem tradições na Região, mas não pode ser considerado um factor de importância superior a outras actividades económicas e de lazer.
c) As actividades associadas ao Cavalo têm vindo a perder importância económica e simbólica, porque pertencem ao passado.
d) A aproximação entre grupos sociais, promovida pelos usos diferenciados do Cavalo é um aspecto histórico que deve ser valorizado.
Fonte: Inquérito aos visitantes da FNC - Golegã, Espaço e Desenvolvimento (2002).
O
contributo
para
o
desenvolvimento
regional
surge
naquele
Inquérito
predominantemente associado a dois grandes vectores: ⇒ Produção/Experimentação (IED)/Formação: o apoio à criação equina, os aspectos ligados ao melhoramento genético e ao apuramento de raças e o desenvolvimento da oferta formativa e dos centros de equitação, concentram referências muito positivas (superiores a dois em cada três respondentes). ⇒ Valorização de Mercado/Promoção turística: a realização de festivais e feiras regionais, a promoção turística da Região, com base na tradição das actividades relacionadas com o Cavalo, e a presença do elemento Cavalo em eventos culturais, na promoção de actividades económicas, na organização de espectáculos e demonstrações, são aspectos que registam respostas positivas que oscilam entre 63 e 73%. Estes aspectos promocionais constituem simultaneamente, uma referência importante nas medidas apontadas para melhorar a oferta de serviços e eventos relacionados com o Cavalo na Região: "divulgar a oferta de infra-estruturas" e “divulgar os eventos existentes”, são medidas que registam quotas de resposta em torno dos 70%.
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Grau de importância atribuída às actividades relacionadas com o Cavalo, tendo em conta o seu contributo para o desenvolvimento do Vale Tejo Contributos-tipo
Índice
a) Apoio à produção e criação equina b) Experimentação
e Investigação (melhoramento genético, apuramento das raças etc.,...) c) Competições desportivas d) Demonstrações /Espectáculos
0.74
0.64 0.62
Contributos-tipo
(i) Oferta (j) (k) (l)
0.71
e) Eventos
culturais (romarias, encontros temáticos, ...) f) Comercialização de animais (p.e., leilões)
g) Certames mundiais (divulgação)
0.55 0.63
h) Produção de artigos e artefactos equestres
0.55
(m) (n) (o)
formativa (acções de formação, cursos técnicos e profissionais) Criação de cursos superiores ligados aos domínios da Zootecnia, Produção Equina, Veterinária, etc. Festivais e Feiras regionais Presença do elemento Cavalo em eventos culturais ligado à gastronomia, promoção de actividades económicas, artesanato, animação de rua, práticas desportivas, etc.) Aumento dos centros de aprendizagem (centros equestres) Articulação institucional entre centros equestres e escolas da Região Promoção turística da Região baseada na tradição do Cavalo
Índice 0.69
0.65 0.72
0.63
0.50 0.66 0.73
0.57
Fonte: Inquérito aos visitantes da FNC - Golegã, Espaço e Desenvolvimento (2002).
Paralelamente, observa-se, tanto nas entrevistas como nos inquéritos à procura, uma preocupação de articulação institucional e operativa. Com efeito, é interessante constatar (na perspectiva da fundamentação de recomendações de actuação) que existem referências recorrentes à necessidade de promover uma maior “articulação entre os diferentes eventos" e de garantir níveis de articulação institucional entre centros equestres e escolas/entidades formativas da Região. Esta preocupação estende-se, aliás, à escassa concordância relativamente à diversificação de actividades existentes ou à deslocalização de iniciativas apontando, simultaneamente,
para
a
qualificação/melhoria
de
infra-estruturas,
para
a
organização de eventos, etc. Uma outra dimensão da relevância regional das actividades da Fileira-Cavalo encontra-se relacionada com a sua afirmação internacional: o Cavalo Lusitano tem conhecido um aumento gradual da procura, com um peso crescente do mercado europeu, da América Latina e do Brasil. Os estabelecimentos equestres na Região são objecto de procura crescente de estrangeiros, praticantes profissionais e
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amadores, que aí encontram respostas de ocupação e lazer no período de defeso nos respectivos países. Simultaneamente, para algumas destas actividades e projectos, o mercado internacional constitui a oportunidade para um salto de escala que permita atingir condições de viabilidade económica e de reforço do valor acrescentado para actividades que, em inúmeras situações, se encontram mais próximas da reprodução simples do investimento. Estes elementos apontam para a existência de um conjunto de actividades com capacidade competitiva no mercado internacional e relativamente às quais o Vale do Tejo apresenta condições de sítio, tradição produtiva e de organização de recursos e de eventos.
1.4. Análise SWOT da Fileira-Cavalo no Vale do Tejo Os Diagramas seguintes sistematizam um conjunto de elementos de diagnóstico na óptica dos recursos e das potencialidades/oportunidades económicas associadas à Fileira-Cavalo no Vale do Tejo, constituindo um elemento de passagem, no plano metodológico, para fundamentar actuações recomendáveis, designadamente, numa óptica do médio prazo.
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BALANÇO DE PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS (Pontos fracos)
(Pontos fortes)
Capacidade das infra-estruturas (Escassez de alojamento hoteleiro de qualidade associado às actividades equestres, procurado por estrangeiros; insuficiente oferta de alojamento para cavalos "a penso"; desadequação dos estabelecimentos equestres face à procura existente).
Cavalo (Cavalos com atributos únicos reconhecidos para a equitação,, o toureio e a prática desportiva versatilidade, docilidade, agilidade e coragem; qualidade dos cavalos e valorização de raça, sobretudo a partir da instituição oficial do Stud-Book da Raça Lusitana).
Potencial económico-produtivo (Inexistência de uma estrutura organizada de comercialização de animais; carácter secundário da actividade, resultante de insuficiente visão de mercado por parte de um segmento importante de intervenientes). Divulgação e promoção (Ausência de marketing externo do Cavalo Lusitano; reduzida promoção das diversas actividades da Fileira, p.e., eventos, infraestruturas, serviços, modalidades desportivas e de lazer, persistência da associação do Cavalo a grupos de elite). Recursos humanos (Insuficiente profissionalização de diversos segmentos da fileira, p.e, coudelarias e centros hípicos; dificuldades de recrutamento para perfis profissionais na área produtiva ferradores, tratadores, desbastadores,... -, na área do turismo equestre - guias, intérpretes com conhecimentos das actividades da fileira, gestores de turismo equestre). Organização de eventos (Reduzida integração em redes internacionais; incapacidade de mobilização de públicos para eventos especializados; baixa representatividade de alguns segmentos da Fileira, em eventos consolidados). Cooperação (Reduzido espírito de colaboração e articulação entre os diferentes actores da Fileira – entidades públicas, coudelarias, estabelecimentos equestres, entidades formativas, promotores de eventos, operadores turísticos, etc.).
Dotação de recursos primários (Meio envolvente natural e condições edafo-climáticas favoráveis). Dotação de infra-estruturas, equipamentos, e serviços (Importantes investimentos nas condições materiais de desenvolvimento da actividade, com instalações e equipamentos modernos de qualidade; recursos e actividades de I&D do Serviço Nacional Coudélico, designadamente melhoramento genético, apuramento da raça, desenvolvimento de fito-fármacos, profilaxia, ...). Estrutura produtiva e actividades complementares (Elevado número de coudelarias no Vale do Tejo com dinâmicas de investimento e renovação recentes e em curso; tendência para estratégias de mercado mais activas; crescente especialização das criações processos de selecção, aperfeiçoamento e desbaste de cavalos e ensino para actividades específicas; eficácia da rede formal e informal de fornecimento de equipamentos e artefactos; novos projectos de valorização económica de recursos turísticos que associam o elemento Cavalo,..). Organização de eventos (Existência de um conjunto de eventos com tradição e integrando actividades técnicas e lúdicas que atraem diversos segmentos da procura e têm elevados índices de notoriedade supra-regional).
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BALANÇO DE AMEAÇAS E OPORTUNIDADES (Oportunidades)
(Ameaças) Condições sanitárias
Dinâmicas de mercado
(Animais portadores de piroplasmose, doença endémica dos equinos portugueses que limita o potencial exportador para os EUA mercado com grande interesse pelos cavalos lusitanos). Território e Ambiente (Alterações no equilíbrio ecológico do 'habitat' natural do Cavalo, com consequências sobre o efectivo existente). Especialização económica (Capacidade para integrar as actividades equestres nas dinâmicas de recomposição de factores de competitividade do produto turístico; capacidade efectiva para atrair novos investimentos com dimensão e poder diferenciador, no domínio da competição desportiva e do lazer). Funcionamento do mercado [Concorrência externa (Forte incremento da criação de cavalos no México e Brasil e outros países da América do Sul; incapacidade de internacionalização das actividades associadas à Fileira).
Estratégia comercial (Incapacidade de estruturação formal e organizada da comercialização de animais; insuficiente promoção externa do Cavalo nacional, nomeadamente o Cavalo Lusitano). Reorientação da actividade (Incapacidade de ajustamento das coudelarias para absorver os efeitos decorrentes da liberalização futura das apostas nas corridas de cavalos; estas projectam uma nova procura em termos de criação equina e de centros de treino que exigem capacidade de investimento que está para além das lógicas de reprodução predominantes nas coudelarias e estabelecimentos equestres existentes).
[Do lado da oferta: afirmação de novos coudeleiros com outras perspectivas de mercado; eventual construção de um hipódromo viabilizado pela liberalização das apostas nas corridas de cavalos; utilização de cavalos para produção de carne e leite, aproveitamentos inexistentes em Portugal; integração em redes de valorização do potencial turístico e de lazer propiciadoras do aproveitamento de complementaridades de recursos existentes no Vale do Tejo.
Do lado da procura: organização de provas em períodos atractivos para praticantes do Centro e Norte da Europa, tirando partido das condições climáticas; tendência ao crescimento da procura de criadores, praticantes e amantes do Cavalo pela raça Lusitana, num contexto de forte valorização de mercado; alargamento do mercado de escoamento de cavalos para actividades equestres cavalos não seleccionados para competição desportiva e equitação de trabalho; interesse crescente pelas actividades equestres (aprendizagem prática, com ou sem cavalos próprios) com impacto sobre a criação de novas infra-estruturas (centros hípicos, escolas de equitação, ...)]. Outras actividades [Hipoterapia (Actividades terapêuticas para grupos de risco e pessoas com deficiência).
Turismo
equestre, beneficiando das excelentes condições para a respectiva prática a qual atrai, sobretudo, praticantes/turistas estrangeiros, com capacidade aquisitiva superior à média].
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2. PERSPECTIVAS E ORIENTAÇÕES DE ACTUAÇÃO
2.1. Perspectivas de desenvolvimento da Fileira-Cavalo A estimativa da expressão económica do complexo de actividades da Fileira-Cavalo revela-se uma tarefa de resultado inviável, para o que contribuem os elementos de construção de valor no negócio dos cavalos, o elevado peso de actividades não formais que caracteriza diversos segmentos da Fileira e o nível de sigilo que caracteriza as vertentes negócio das actividades ligadas à criação e venda de animais. No plano qualitativo, são identificáveis vectores matriciais de impacto regional de raiz económica, tanto existentes, como potenciais, dadas as perspectivas de mercado identificadas. De entre esses vectores destacam-se: Importância da criação de cavalos no conjunto dos concelhos do Vale do Tejo. Este vector reflecte as perspectivas de consolidação do tecido
produtivo, entre coudelarias de antigas casas agrícolas que dispõem de poder de dominação de mercado (associado ao ferro e à respectiva árvore genealógica) e novas coudelarias, mais orientadas para o negócio dos cavalos, explorando outros circuitos de comercialização. Na evolução futura desta componente produtiva da Fileira deverão ter peso determinante os seguintes factores: (i) Os resultados da criação e melhoria de infra-estruturas materiais e da selecção e apuramento de raças, sobretudo do Cavalo Lusitano (relativamente ao qual se prevê um crescimento da procura com origem no mercado externo, mas também interno - equitação e lazer, sobretudo). (ii) A procura de cavalos de corrida associável à construção do futuro Hipódromo resultante da concessão do direito de exploração de apostas mútuas hípicas urbanas, com um calendário de provas regulares inseridas no circuito internacional. Esta vertente assenta, todavia, em outras raças que não o Cavalo Lusitano, sendo de admitir um padrão de evolução misto das coudelarias que compreenda: a reconversão de um número limitado de projectos; a instalação de outras iniciativas de criadores ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO
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relacionadas com a localização do futuro Hipódromo; e, mesmo, um menor quociente de localização no Vale do Tejo da criação de cavalos para corridas. As corridas de cavalos, num contexto de abertura às apostas mútuas hípicas urbanas (possibilidade de apostar dentro e fora dos recintos das provas), apresentam um perfil denso de impactos: (i) no plano económico, a criação de cavalos de raças pouco difundidas em Portugal e em quantidade elevada, a produção de alimentos para animais em estabulação permanente e a dinamização da oferta turística; (ii) no plano social, a criação de empregos directos e indirectos, a par de necessidades de formação para funções de execução, manutenção e gestão; (iii) no plano regional, a estruturação de actividades relacionadas e de suporte ao funcionamento do hipódromo e dos campos de treino e ao acompanhamento das corridas, criando a possibilidade de inúmeras actividades, que assumem actualmente carácter informal, evoluírem para o sector estruturado da economia regional. Consolidação e alargamento da rede de estabelecimentos equestres. Esta
dinâmica abrange centros hípicos e escolas de equitação que conhecem actualmente uma procura intensa e crescente. Estes estabelecimentos compreendem as vertentes alojamento dos animais, desbaste dos cavalos, treino e equitação de jovens e praticantes, estágio de mestres e praticantes nacionais e estrangeiros, sobretudo na época de defeso nos respectivos países. A capacidade de absorção dos diferentes fluxos associados a estas procuras
está,
naturalmente,
dependente
do
perfil
de
recursos
(infra-estruturas e meios de formação para equitação) dos diversos estabelecimentos. As perspectivas identificadas vão no sentido de existir uma significativa margem para instalar novos estabelecimentos dotados daquele tipo de valências, designadamente associando capacidade de alojamento de cavalos "a penso" (abrangendo alimentação, manutenção e higiene animal), com o desbaste e o ensino para equitação de lazer e desporto. No caso de Centros Equestres com tradição de qualidade e rigor na equitação e outros serviços oferecidos, a existência de listas de espera para cavalos “a penso” chega a atingir as centenas de animais, a par de uma procura ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO
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individual latente (acentuada por fenómenos de moda e mimetismo). Este quadro, cria oportunidades económicas de grande envergadura para a instalação de novos projectos, sobretudo em concelhos da 1ª e 2ª coroa da Área Metropolitana de Lisboa, com oferta de solo integrado na Reserva Agrícola e potenciais receptores de proximidade das procuras identificadas. Melhoria e reforço da oferta de centros hípicos orientados para a prática desportiva de competição. Este vector assentará fundamentalmente no
aumento do número de unidades dotadas com condições logísticas requeridas para a organização de provas, nomeadamente de saltos de obstáculos, susceptíveis de integração nos calendários nacional e internacional. Estão identificados dois tipos de carências objectivas neste segmento da Fileira: (i) em termos absolutos, são necessárias mais provas pontuáveis para a participação
dos
praticantes
inscritos
na
Federação
Equestre
Portuguesa; em termos relativos, é necessário preencher a componente indoor
(ii)
destas provas, através de recinto(s) coberto(s) com requisitos logísticos e técnicos adequados que respondam à necessidade de manter níveis de prática desportiva no período de Inverno. O desenvolvimento desta componente da oferta permitiria, igualmente, reforçar a atractividade junto da procura externa, nomeadamente de praticantes do Centro e Norte da Europa que se confrontam com longos períodos de defeso. A deslocação, mais ou menos prolongada, destes praticantes para Portugal permitiria, em contrapartida, o reforço da componente estágios em estabelecimentos equestres e o trabalho com mestres
de equitação estrangeiros, naturalmente vantajoso
para os
aprendizes e praticantes nacionais. Oportunidade e relevância de um Projecto de Turismo Equestre no Vale do Tejo. Este vector contempla a possibilidade de concentrar meios (financeiros,
técnicos, de gestão e promoção) dinamicamente ajustados a um pleno aproveitamento do perfil de valências/componentes de produto existentes na Região. A partir do elemento Cavalo e do seu habitat natural, num clima ameno e soalheiro, é possível construir um produto turístico compósito dirigido a um ou mais segmentos da procura de turismo/lazer e que integraria ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO
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recursos construídos e valores naturais identitários do Vale do Tejo, com destaque
para
a
paisagem
natural
humanizada;
o
património
histórico-cultural; a organização regular de eventos gastronómicos e de carácter etnográfico. A criação de percursos equestres integrando estas vertentes, com as componentes diversificadas de alojamento e restauração existentes em diversos
concelhos
no
Vale
do
Tejo,
representam,
um
campo
de
oportunidades de valorização de mercado para os recursos locais, numa óptica de atracção de novos segmentos da procura turística, norteados pelas actividades de lazer e de fruição activa. Uma última área de intervenção deve ser equacionada, a formação escolar e profissional. Da análise efectuada, emergem três constatações: (i) existem
necessidades de fixação de recursos humanos qualificados, em áreas funcionais especializadas e de gestão dos estabelecimentos equestres que convivem, todavia, com debilidades de organização do trabalho; (ii) a oferta de níveis III, IV e V apresenta respostas, por enquanto satisfatórias, parte das quais situadas na Região; (iii) a estruturação de actividades da FileiraCavalo em alguns países da União Europeia, com destaque para a França, motiva a existência de oferta de qualificações, sob diversas modalidades formativas – da aprendizagem e formação inicial à formação contínua, de aperfeiçoamento e reconversão – dirigida a inúmeros perfis profissionais da ‘economia dos cavalos’. A assistência técnica e as competências profissionais constituem variáveis determinantes para o up-grading das actividades da Fileira e justificam uma análise aprofundada em termos de fundamentação técnica de necessidades; de sistematização de perfis de competências; e de soluções institucionais de resposta, autónomas ou em parceria.
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2.2. Orientações de investimento no seio da Fileira - identificação de projectos-âncora A análise efectuada ao longo do Estudo torna clara a existência de um forte predomínio da actividade/iniciativa privada tanto em segmentos nucleares da Fileira (criação cavalar, actividades complementares, centros hípicos - neste segmento também com presença das iniciativas pública e associativa -,...), como em diversas actividades
induzidas
(restauração,
alojamento,
organização
de
percursos
equestres,...). Paralelamente, qualquer consolidação dos segmentos com maior dinâmica da procura (criação de cavalos, equitação de lazer ou competição desportiva) pressupõe uma mudança de atitude/iniciativa empresarial, com vista a dotar os actuais e os novos projectos de racionalidade económica de modo a assegurar a respectiva sustentabilidade. Neste contexto, a possibilidade de mobilizar recursos públicos de financiamento destinados a criar externalidades económicas (em termos sectoriais e regionais), pressupõe que estejam reunidos, simultaneamente, critérios de relevância e eficácia, face a objectivos específicos de desenvolvimento regional, designadamente:
⇒ Investimentos que contribuam para adensar os níveis de integração da FileiraCavalo e melhorar o seu posicionamento competitivo, nomeadamente na óptica da internacionalização de diversos segmentos de actividade.
⇒ Investimentos que reforcem os níveis de atractividade das infra-estruturas e eventos da Região, no sentido de enriquecer os elos da cadeia de valor do complexo de actividades associado ao Cavalo.
⇒ Investimentos que, partindo das condições materiais existentes da Fileira no Vale do Tejo (serviços de excelência, infra-estruturas e equipamentos,...), contribuam para acentuar a matriz de efeitos directos/indirectos/induzidos sobre o desenvolvimento regional (atracção de actividades inovadoras, emprego, valor acrescentado,...). Tendo presente a tipologia de investimentos identificada anteriormente e os potenciais de mercado identificados (procura dirigida) a nível da produção, das infra-estruturas/estabelecimentos equestres, dos eventos e da formação, a Equipa do Estudo Potencialidades e Oportunidades da "Fileira-Cavalo" no Vale do Tejo ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO
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apresenta de forma sucinta um conjunto selectivo de Projectos (Cf. Fichas- - síntese seguintes). A concretização destes Projectos deve ser norteada por um conjunto de pressupostos de tipo operacional que se afiguram indispensáveis para assegurar limiares aceitáveis de eficácia e eficiência e de produção de efeitos: •
estudo de viabilidade tecnico-económica e das condições de financiamento dos Projectos;
•
valorização de elementos materiais (acessibilidades, logística, recursos técnicos, ...) e imateriais (tradição, parcerias, ...) pré-existentes, com vista a potenciar as condições de sucesso dos Projectos;
•
preenchimento de normas de qualidade, segundo padrões consentâneos com o objectivo de competir no mercado externo;
•
definição de modelos de organização técnica e funcional das diferentes valências, apoiados por modelos de gestão profissional adequados à natureza das infra-estruturas, ao perfil de serviços prestados e às características dos utentes (profissionais e amadores); e
•
existência de instrumentos de promoção/marketing susceptíveis de atingir/atrair diferentes segmentos da procura, designadamente os que possuem maior capacidade aquisitiva.
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PROJECTO DE CENTRO HÍPICO INTEGRADO 1. Descrição/Valências •
Picadeiro central - para organização de todas as modalidades federadas para integração
•
Picadeiro coberto - para realização de provas do circuito indoor nacional e internacional,
em Concursos nacionais e internacionais, com bancadas fixas
• • • • • •
com bancadas fixas Centro de treino - competição desportiva e de lazer Centro de estágio - para cavaleiros nacionais e internacionais, em regime de instalação ao longo de todo o ano Nave para instalação de boxes - para alojamento e manutenção de cavalos Serviços de apoio - a cavalos e a praticantes, de provas desportivas e de lazer (alojamento e restauração) Clínica veterinária – unidade de apoio medico-sanitário Serviços de transporte para animais e participantes.
2. Entidades interessadas Associações de Criadores (Associação de Criadores de Puro Sangue Lusitano - APSL; Associação Portuguesa de Criadores de Raças Selectas - APCRS e Associação de Criadores de Cavalo Sorraia - ACCS) Federações Equestres Portuguesa e Internacional Instituto Nacional de Desporto CNEMA(*) Outras entidades.
(*)
Numa perspectiva de potenciar infra-estruturas e hábitos de frequência existentes, deve ser equacionada a possibilidade de transformar o Projecto Centro Hípico CNEMA fazendo-o evoluir para uma resposta de integração de valências que se situa para além da estreita resposta às necessidades decorrentes do enquadramento de provas do Circuito Indoor Nacional.
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PROJECTO DE TURISMO EQUESTRE NO VALE DO TEJO 1. Descrição/Valências
Levantamento e diagnóstico do estado de conservação dos recursos turísticos da Região
•
(itinerários integrados)
Classificação e qualificação de percursos equestres Organização de visitas a coudelarias e estabelecimentos equestres com conhecimento de
• •
elementos genéticos, socioeconómicos e culturais Infra-estruturação de pequeno porte - para pontos de apoio aos percursos (centros de interpretação, sinalética, pontos de apoio aos participantes) Estruturação em rede de percursos equestres, numa óptica de promoção/desenvolvimento rural
• •
Promoção e "marketing" da rede de percursos Unidade formativa especializada em perfis profissionais dirigidos às necessidades de
• •
identificação, manutenção, divulgação e acompanhamento dos percursos, designadamente preservação de espaços e infra-estruturas, animação e guias de turismo equestre, línguas estrangeiras,... (oferta de cursos nível III) Integração percursos equestres/rede de alojamento (TER, Agro-turismo, rede de casas dispersas – Casas do Ribatejo -, ...).
•
2. Entidades interessadas ANTE Câmaras Municipais (*) Associações de Desenvolvimento Local Estabelecimentos equestres Coudelarias Regiões de Turismo Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros Reserva Natural do Paúl do Boquilobo Operadores turísticos ICEP.
(*)
Câmara Municipal da Golegã (possibilidade de valorização de investimentos anteriores no Centro Rural e no âmbito da concretização do Projecto Equus Polis; experiência acumulada de promoção e gestão, com características empresariais).
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PROJECTO DE CENTRO INTERNACIONAL DO CAVALO 1. Descrição/Valências •
Coudelaria - modelo, segundo requisitos e normas de qualidade da Federação Equestre Internacional
• • • • • • • • • • •
Centro de estágio - para cavaleiros nacionais e internacionais, e para praticantes em regime de estágio intensivo Centro equestre - competição desportiva, equitação adaptada, hipoterapia Serviços de Saúde - equipamentos medico-veterinários (Laboratórios e equipamentos de avaliação locomotora de equinos) e profilaxia; assistência veterinária permanente
Centro de observação e interacção de equitação/demonstração de funcionalidades Unidade formativa - perfis profissionais de gestão animal, desbaste, ferradores, guias e animadores de turismo equestre (Pólo da Escola Nacional de Equitação) Serviços de apoio - (de carácter económico, financeiro, fiscal,...) Centro de Investigação e Estudos da Fileira-Cavalo (componentes técnica, económica, social e regional) Núcleo museológico (de evolução das raças e funcionalidade do Cavalo – espaço interactivo) Centro de Informação e Documentação, com espaço para exposições Gabinete de “marketing” e relações públicas com unidade de promoção do Cavalo Lusitano Organização de Seminários, Congressos e Simpósios, em domínios tecnico-científicos e económicos.
2. Entidades interessadas Serviço Nacional Coudélico (Coudelaria Nacional, Coudelaria de Alter e Escola Portuguesa d’Arte Equestre) Escola Prática da Cavalaria de Mafra Associações de Criadores (Associação de Criadores de Puro Sangue Lusitano - APSL; Associação Portuguesa de Criadores de Raças Selectas - APCRS e Associação de Criadores de Cavalo Sorraia - ACCS) Federações Equestres Portuguesa e Internacional Escolas Superiores, designadamente Escolas Superiores Agrárias, Escola de Medicina Veterinária e Universidades Estação Zootécnica Nacional Direcção Geral de Veterinária Direcção Regional de Educação Outras entidades (*)
(*) O carácter multi-valências deste Projecto e o recorte de ambição do mesmo (plataforma de internacionalização consistente) sugerem um perfil de localização que alie a oferta abundante de espaço à proximidade às entidades potencialmente a envolver, bem como uma acessibilidade favorável aos núcleos emissores de procura de actividades equestres. As herdades da Companhia das Lezírias (nomeadamente, a do Centro de Braço de Prata), em Benavente, na proximidade à Ponte Vasco da Gama e, a prazo, ao Aeroporto Internacional da Ota, constituem um activo com largo potencial de localização e de integração dinâmica das valências sumariamente identificadas.
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