Infodata nº2

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2 FICHA TÉCNICA Título: InfoData Nº 2, “Lisboa na Europa das Regiões” Edição: Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo/ Observatório Regional de Lisboa e Vale do Tejo. Coordenação: Teresa Almeida Coordenação Operacional: João Afonso Equipa Interna: Filipe Holstein, Lurdes Gonçalves, Marta Luís Equipa Externa: Isabel André, Mário Vale, Luís Duarte Páginas: 59 Data: Dezembro 2011 Website: http://www.ccdr-lvt.pt Contacto: Rua Artilharia Um, 33 1269-145 Lisboa Tel: (351) 21 383 71 00

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo


Índice Siglas e acrónimos ......................................................................................................................................... 7 Introdução....................................................................................................................................................... 9 Notas metodológicas ....................................................................................................................................11

Lisboa no contexto nacional......................................................................................................19 Lisboa no contexto da Europa 27 ..........................................................................................22 1.

Domínio Território ................................................................................................................................22

2.

Domínio Pessoas .................................................................................................................................29

3.

Domínio Organizações ........................................................................................................................47

Considerações finais .......................................................................................................................57



Índice de figuras Figura 1– População residente por país e região capital .................................................................................................. 22 Figura 2 - População Residente por País e regiões benchmarking (não-capitais) ............................................................ 23 Figura 3 - Densidade populacional nas regiões capitais, em 2008 (hab/Km2).................................................................. 24 Figura 4 - Densidade Populacional nas regiões benchmarking, em 2008 (hab/Km2) ....................................................... 25 Figura 5 - Passageiros Aerotransportados, em 2009 (Nº) Aeroportos das regiões capitais.............................................. 26 Figura 7- Índice de dependência de idosos, em 2009 nas regiões capitais ...................................................................... 29 Figura 8- Índice de dependência de idosos, em 2009 nas regiões benchmarking ............................................................ 30 Figura 9- Taxa de crescimento migratório, em 2007 (%) nas regiões capitais .................................................................. 31 Figura 10- Taxa de crescimento migratório, em 2007 (%) nas regiões benchmarking ..................................................... 32 Figura 11 – Relação entre o PIB per capita em 2008 e a taxa de crescimento migratório em 2007 ................................. 33 Figura 12 - % de População activa com ensino superior, em 2010 nas regiões capitais .................................................. 34 Figura 13 - % de População activa com ensino superior, em 2010 nas regiões benchmarking........................................ 35 Figura 14- % de População activa com ensino secundário, em 2010 nas regiões capitais .............................................. 36 Figura 15 - % de População activa com ensino secundário, em 2010 nas regiões benchmarking ................................... 37 Figura 16 – Taxa de Emprego, em 2010 (%) nas regiões capitais.................................................................................... 38 Figura 17 – Taxa de Emprego, em 2010 (%) nas regiões benchmarking ......................................................................... 39 Figura 18 – Taxa de Desemprego Total, em 2010 (%) nas regiões capitais ..................................................................... 40 Figura 19– Taxa de Desemprego Total, em 2010 (%) nas regiões benchmarking ........................................................... 41 Figura 20– Taxa de Desemprego por Sexo, em 2010 (%), nas regiões capitais .............................................................. 42 Figura 21 – Taxa de Desemprego por Sexo, em 2010 (%), nas regiões benchmarking ................................................... 43 Figura 22- Taxa Desemprego Longa Duração, em 2010 (%) nas regiões capitais ........................................................... 44 Figura 23 - Taxa Desemprego Longa Duração, em 2010 (%) nas regiões benchmarking ................................................ 45 Figura 24 – Evolução do PIB por habitante em PPC, nas regiões que transitaram de objectivos da Politica de Coesão. 47 Figura 25 - PIB por habitante em PPC, 2008 (€) nas regiões capitais .............................................................................. 48 Figura 26- PIB por habitante em PPC, 2008 (€) nas regiões benchmarking ..................................................................... 49 Figura 27- Produtividade do trabalho, em 2008 (milhares €) nas regiões capitais ............................................................ 50 Figura 28 - Produtividade do trabalho, em 2008 (milhares €) nas regiões benchmarking ................................................ 51 Figura 29 – Relação entre o PIB per capita em 2008 e a produtividade em 2008 ............................................................ 52 Figura 30- Despesas em I&D em % do PIB, em 2008 (%), nas regiões capitais .............................................................. 54 Figura 31- Despesas em I&D em % do PIB, em 2008 (%) nas regiões benchmarking ..................................................... 55 Figura 32– Relação entre o PIB per capita em 2008 e as despesas em I&D em % do PIB em 2008 ............................... 56



Siglas e acrónimos ALE ....................... Alemanha AML....................... Área Metropolitana de Lisboa AUS....................... Áustria BEL ....................... Bélgica BUL ....................... Bulgária CCDR-LVT ............ Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo CHI ........................ Chipre DIN ........................ Dinamarca ESLQ .................... Eslováquia ESLV ..................... Eslovénia ESP ....................... Espanha EST ....................... Estónia FIN ........................ Finlândia FRA ....................... França GRE ...................... Grécia HOL....................... Holanda HUN ...................... Hungria I&D ........................ Investigação e Desenvolvimento INE ........................ Instituto Nacional de Estatística IRL ........................ Irlanda ITA ........................ Itália LET ....................... Letónia LIT ......................... Lituânia LUX ....................... Luxemburgo LVT ....................... Lisboa e Vale do Tejo MAL....................... Malta NUTS .................... Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos ORLVT .................. Observatório Regional de Lisboa e Vale do Tejo PIB ........................ Produto Interno Bruto POL ....................... Polónia POR ...................... Portugal PPC....................... paridade ao poder de compra PT ......................... Portugal QCA ...................... Quadro Comunitário de apoio QREN.................... Quadro de Referência Estratégico Nacional REP....................... República Checa RL ......................... Região de Lisboa ROM...................... Roménia RUN ...................... Reino Unido SUE....................... Suécia UE ......................... União Europeia



Nº 02

Introdução O Observatório Regional de Lisboa e Vale do Tejo editou, em 2011, vários relatórios de caracterização das dinâmicas regionais registadas na Região de Lisboa e da sua evolução ao longo da última década. Tendo em conta o posicionamento privilegiado desta Região a nível nacional, relevando-se como a “Região Motor” do país, cabe agora analisar esse posicionamento a nível europeu, procurando-se caracterizar a Região de Lisboa no contexto da Europa das Regiões. A presente InfoData tem como objectivo proceder a uma análise comparativa entre a Região de Lisboa (NUTSII 2002) e as regiões da União Europeia. A comparação das dinâmicas de desenvolvimento da Região de Lisboa com outras regiões europeias é indispensável no actual quadro de integração portuguesa no espaço europeu e de internacionalização da sua economia. Paralelamente, a obtenção do estatuto de região “competitividade” no quadro da política regional europeia impõe um nível de maior exigência na gestão dos Fundos Estruturais devido simultaneamente à forte redução do financiamento na Região no actual Quadro de Referência Estratégica Nacional e à sua orientação para a competitividade (com metas de earmarking). Estes factos recomendam a comparação da dinâmica de Lisboa com outras regiões europeias, com o objectivo de acompanhar a trajectória de desenvolvimento de regiões que competem com a região portuguesa e apoiar a decisão no âmbito das políticas públicas que visem melhorar a competitividade, a qualidade de vida e a coesão social na Região de Lisboa. Neste relatório procede-se a uma análise focada nas regiões capitais, incluindo Lisboa, seguida de uma análise onde se compara um conjunto de regiões não-capitais, mas relevantes a nível nacional e cujos índices em estudo mantêm uma base semelhante à da Região de Lisboa. Tendo em conta que o EUROSTAT, principal fonte de dados neste estudo, não disponibiliza informação estatística para a RLVT (NUTS II 2001), apenas é possível retratar a Região de Lisboa (NUTSII 2002).

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Nº 02

Notas metodológicas Para efeitos de comparação à escala europeia, o ORLVT considerou ser relevante criar dois tipos distintos de análise entre regiões, método semelhante ao usado no relatório “Gestão Estratégica da RLVT – Lisboa e Vale do Tejo na Europa das Regiões”, de Junho de 2003, onde foi estabelecida uma divisão entre Regiões Capitais e Regiões Periféricas1. A primeira análise consistiu na identificação de todas as regiões capitais dos 27 países pertencentes à União Europeia, resultando numa actualização face aos dados disponibilizados no relatório de 2003, onde determinados países, sobretudo os novos estados membros, não tinham as suas regiões definidas. A selecção de um conjunto de regiões europeias pertinentes para a comparação com a Região de Lisboa é uma preocupação que data explicitamente ao início da década passada, quando a CCDR-LVT iniciou um processo que conduziu à elaboração da “Estratégia Regional Lisboa 2020”, e posteriormente, ao “Estudo de Viabilidade de um Observatório Internacional da Estratégia de Lisboa”, em que se apresenta igualmente uma proposta de regiões para benchmarking para uma análise da execução da “Estratégia de Lisboa”2. Estudo: Lisboa e Vale do Tejo na Europa das Regiões Este documento, elaborado em 2003, criou uma tipologia que englobava as 266 regiões dos 27 países da União Europeia, a partir de um conjunto de indicadores, distribuídos por seis domínios de análise: demografia, instrução, mercado de trabalho, emprego, riqueza e inovação. Toda a informação de carácter estatístico foi recolhida a partir do EUROSTAT, para um nível de análise regional correspondente a NUTS II. Foram estabelecidas 9 classes de regiões, nas quais a RLVT está enquadrada juntamente com regiões que possuam um perfil semelhante. As classes consideradas são as seguintes: • CLASSE A: Regiões-Motor • CLASSE B: Regiões Prósperas 1

O termo “Regiões Periféricas” foi alterado na presente proposta para “Regiões não-capitais, respeitando a terminologia utilizada no relatório “ESPON 1.1.1” 2 A “Estratégia de Lisboa” foi aprovada em 2000.

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• CLASSE C: Regiões Laboriosas • CLASSE D: Regiões Intermédias Consolidadas • CLASSE E: Regiões Intermédias em Consolidação • CLASSE F: Regiões Intermédias em Reestruturação • CLASSE G: Regiões Periféricas de Baixa Densidade • CLASSE H: Regiões em Crise • CLASSE I: Regiões Pobres De acordo com o estudo, a RLVT insere-se na Classe E. Contudo, é igualmente referido que a “diversidade interna na mesma classe significa que, de um ponto de vista de posicionamento estratégico internacional e de benchmarking, as referências mais significativas para a RLVT não serão muitas das regiões também incluídas na Classe E, mas sim regiões litorais e/ou aglomerações metropolitanas de localização periférica incluídas nas classes contínuas, tanto superiores (D e C) como imediatamente inferior (F)”. Assim, as regiões identificadas são as seguintes: Classe C

Tipo Regiões laboriosas

País

Região

Dinamarca

NOTA: Em 2003 constituía apenas uma região Noord Holland

Holanda Reino Unido Espanha França

D

Regiões Intermédias Consolidadas

Itália Reino Unido

E

F

Regiões Intermédias em Consolidação

Regiões Intermédias em Reestruturação

Hungria Alemanha Suécia Reino Unido Eslováquia Hungria Roménia Polónia Eslovénia

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Gloucestershire Madrid Catalunha Provence-Alpes-Côte d'Azur Aquitaine Umbria Marche Greater Manchester West Midlands West Wales Közép-Magyarország Hannover Västsverige South Western Scotland Bratislava Nyugat-Dunantul Bucareste Mazowieckie NOTA: Em 2003 constituía apenas uma região


Estudo de Viabilidade de um Observatório Internacional da Estratégia de Lisboa Editado em 2008, este estudo considerou para análise as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, assim como um conjunto de cidades do Norte da Europa, da Europa Central, Europa do Leste e Sul da Europa. Seguindo as indicações propostas no relatório “ESPON 1.1.1: Potentials for polycentric development in Europe”, foram estabelecidos quatro tipos diferentes de classificações: Metrópoles Motores; Metrópoles Fortes; Metrópoles Potenciais; e Metrópoles Fracas.

Metrópoles Motores

Metrópoles Fortes

Metrópoles Metrópoles Potenciais Fracas

Brussels Capital

Helsínquia

Lisboa - RLVT

Riga

Amesterdão - Roterdão

Estocolmo

Valência

Ljubljana

Frankfurt

Oslo

Bolonha

Sofia

Barcelona

Viena

Birmingham

Poznan

Berlim

Glasgow

Madrid

Varsóvia

Roma

Praga

Copenhaga

Budapeste

ESPON 1.1.1: Potentials for polycentric development in Europe Este relatório integra os resultados finais obtidos a partir de um estudo efectuado no âmbito do programa ESPON 2000-2006. As regiões europeias são classificadas segundo uma escala designada por MEGAs (Metropolitan European Growth Areas), as quais foram desagregadas em cinco grupos, de acordo com os resultados pela aplicação de uma matriz de indicadores. A Região Lisboa foi incluída na 3ª categoria da classificação MEGAs. De acordo com o relatório, as áreas metropolitanas incluídas nesta categoria são caracterizadas pela baixa competitividade e

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níveis de acessibilidade, tendo, por norma, uma qualidade que se destaca em relação às restantes.

As áreas consideradas foram as seguintes:

Capital da Região Lisboa Prague Warsaw Budapest Bratislava Bern Luxembourg Antwerp Roterdam Aarhus Malmö Bremen Lyon Marseille Nice Toulouse Lille Edinburgh Glasgow Birmingham Palma de Mallorca Valencia Bilbao Bologna Naples

Região Lisboa Praha Mazowieckie Közép-Magyarország Bratislavský kraj Espace Mittelland Luxembourg Prov. Antwerpen Zuid-Holland Midtjylland Sydsverige Bremen Rhône-Alpes Provence-Alpes-Côte d'Azur Provence-Alpes-Côte d'Azur Midi-Pyrénées Nord - Pas-de-Calais Eastern Scotland South Western Scotland West Midlands Illes Balears Comunidad Valenciana País Vasco Emilia-Romagna Campania

País Portugal Czech Republic Poland Hungary Slovakia Switzerland Luxembourg Belgium Netherlands Denmark Sweden Germany France France France France France United Kingdom United Kingdom United Kingdom Spain Spain Spain Italy Italy

A identificação de regiões europeias para este relatório (benchmarking) A identificação final das regiões com características semelhantes às de Lisboa, que designamos por “regiões benchmarking”, foi efectuada com base nos diferentes estudos referidos. A partir desse conjunto de regiões foi estabelecida uma matriz de indicadores, com o intuito de filtrar os

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resultados, de acordo com os parâmetros estabelecidos pelos valores da Região de Lisboa, reduzindo o número inicial de regiões que foi considerado demasiado elevado para a análise que se pretende efectuar e contemplou os seguintes indicadores: Densidade populacional; PIB per capita (Euros); PIB per capita (PPC); Taxa de desemprego; População entre 25 e 64 anos com educação universitária; Transporte aéreo de passageiros; e Emprego em sectores de alta tecnologia. Assim, no presente relatório, a Região de Lisboa foi incluída num grupo de 21 regiões não-capitais europeias, algumas dentro do terceiro nível da categoria MEGAs (ESPON 1.1.1), outras dentro do Grupo das regiões do estudo “Lisboa na Europa das Regiões”, e ainda numa escolha própria do ORLVT que pretendeu incluir uma região não-capital da Grécia e da Polónia. Grupo de regiões benchmarking: West Midlands(RUN); South Western Scotland(RUN); Great Manchester(RUN); País Vasco(ESP); Comunidad Valenciana(ESP); Catalunha(ESP); ProvenceAlpes-Côte

d'Azur(FRA);

Campania(ITA);

Emilia

Rhône

Alpes(FRA);

Romagna(ITA);

Midi

Lombardia(ITA);

Pyrénées(FRA); Prov.

Aquitane(FRA);

Antwerpen(BEL);

Kentriki

Makedonia(GRE); Vastsverige(SUE); Sydsverige(SUE); Wielkopolskie(POL); Hannover(ALE); Bremen(ALE). Para além dos estudos anteriores, considerou-se necessário introduzir um novo critério relativo à trajectória de desenvolvimento regional para identificação de algumas regiões europeias para a análise de benchmarking. Com efeito, a evolução económica e social das regiões europeias é desigual, conforme demonstram os vários Relatórios de Coesão Económica, Social e Territorial na Europa, sendo razoável incorporar na lista de regiões aquelas que têm registado – tal como Lisboa – uma trajectória positiva, medida através da mudança de estatuto “Objectivo 1” no período 1989-93 para “Competitividade e Emprego”, “Phasing-in” ou “Phasing-out” no período 2007-2013. Como se pode verificar, são 20 as regiões que transitam do “Objectivo 1” – designado actualmente como “Convergência”, embora sejam realmente muito distintas do ponto de vista demográfico e económico. De forma a obviar este problema, decidiu-se levar em linha de conta apenas as regiões com uma aglomeração de cerca de 1 milhão de habitantes atendendo ao forte grau de urbanização da região de Lisboa, identificadas no quadro seguinte.

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País Portugal

Irlanda Reino Unido

Itália

França

Espanha

Grécia

Região Lisboa Madeira Algarve

Área metropolitana > 1 000 000 hab. Lisboa Funchal

População (2004) 2,435,837 : 111,782

Border, Midland and Western Southern and Eastern Northern Ireland Abruzzo Molise Sardegna

Faro Galway Dublin Belfast L’Aquila Campobasso Cagliari

Basilicata Corse Principado de Asturias Región de Murcia Castilla y León Comunidad Valenciana Canarias

Potenza Ajaccio Oviedo Murcia Valladolid Valencia Las Palmas

Kentriki Makedonia Dytiki Makedonia

Thessaloniki (Salónica) Kozani

Attiki

Athina (Athens)

100,592 116,507 468,806 145,337 83,026 321,660 479,313 430,576 1,564,145 625,892 995,766 : 4,013,368

Sterea Ellada

:

:

: 1,535,446 641,638

Das áreas metropolitanas pertencentes às regiões identificadas como estando actualmente no Objectivo Competitividade e Emprego, Phasing-in ou Phasing-out, apenas Lisboa, Dublin, Valência e Atenas ultrapassam a margem de 1 milhão de habitantes. Contudo, tendo em conta que os dados disponibilizados pelo Urban Audit são relativos ao ano de 2004, a área metropolitana de Salónica pode já ter alcançado 1 milhão de habitantes.

Além do grupo das regiões benchmarking, e atendendo ao estatuto de região cidade-capital, o ORLVT propôs a inclusão na base de dados de todas as regiões cidades-capitais da Europa (27) para comparação e análise com a Região de Lisboa.

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Indicadores de benchmarking No presente relatório, e dado tratar-se de um estudo de benchmarking, foi seleccionado um conjunto restrito de indicadores a serem analisados nas duas diferentes agregações de regiões. Os indicadores de benchmarking seleccionados observam as seguintes características principais: • Disponibilidade na base de dados regionais da EUROSTAT; • Selecção de um número reduzido de indicadores; • Desagregação pelo menos para NUTS II; • Maximização da utilização de indicadores já existentes no sistema de informação do ORLVT; • Inclusão de indicadores Europa 2020; • Inclusão de indicadores de desenvolvimento sustentável/indicadores estruturais; Os indicadores organizam-se pelos principais temas estruturantes do ORLVT: pessoas, território, organizações.

Indicador Índice de dependência de idosos (Nº) Taxa de crescimento migratório (%) População em Idade activa (25-64 anos) com ensino superior (%) População em Idade activa (25-64 anos) com ensino secundário (%) Taxa de emprego (20-64 anos) (%) Taxa de desemprego por sexos (%) Taxa de desemprego de longa duração (%) PIB por habitante em PPC (milhares €) Produtividade do trabalho (PIB/pessoa empregada) (EU=100) Despesas em I&D em % do PIB Densidade populacional (hab/km2) Transporte aéreo de passageiros

Dimensão de análise

Pessoas

Organizações Território

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Nº 02

Lisboa no contexto nacional A análise da Região de Lisboa no contexto nacional é realizada com base nos 13 indicadores seleccionados para a comparação Europeia, com os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística, tendo como referência o último ano disponível. Na Região de Lisboa, tendo presente os resultados provisórios dos Censos 2011, verifica-se que a população cresceu cerca de 6% no período 2001-2011, sendo agora de 2 821 699 indivíduos, o que corresponde a cerca de 27% do total nacional. Constata-se que a Região continua a ser atractiva quer para a população nacional quer para a estrangeira. Por outro lado, Lisboa continua a revelar-se, em 2010, como um território intensamente povoado e urbanizado, com níveis de densidade populacional superiores à média nacional, atingindo 946 habitantes por km2 face aos 115,4 habitantes por km2 a nível nacional. Na dimensão “migrações”, verifica-se que, em 2010, a taxa de crescimento migratório em Lisboa diminuiu em cerca de 0,11 pontos percentuais face a 2009, tendo ocorrido a mesma diminuição no país, aliás, tendencialmente, constata-se que o crescimento migratório anual tem diminuído em todas as regiões do Continente. As dinâmicas demográficas demonstram que o índice de dependência dos idosos, que se traduz na relação entre a população idosa e a população em idade activa, regista em Lisboa um ligeiro crescimento entre 2009 e 2010, bem como no país, o que caracteriza o aumento do envelhecimento da população. Na análise de desempenho económico pode-se referir que a Região se destaca no país, atingindo, em 2008, o produto interno bruto por habitante em paridade ao poder de compra (PPC) (UE27=100) superior ao registado a nível nacional, em cerca de 31 pontos (PT=78; Lisboa=109). Quando se analisa a produtividade do trabalho na Região de Lisboa constata-se, no mesmo momento, que os valores são igualmente superiores aos nacionais (Lisboa=37,7 mil € e PT=28 mil €), atingindo cerca de 10 mil € acima do valor médio do país. A Região representa, assim, o motor de desenvolvimento do país, motivado pela existência de um grande número de serviços na Grande Lisboa e indústria na Península de Setúbal.

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A Região de Lisboa, em 2008, atingiu 2,25% de despesas em I%D no total do PIB, valor bastante superior à média nacional. A Região tem vindo a aumentar significativamente a sua despesa em I&D aproximando-se da meta proposta para a Região em 2013: 3% do PIB. No que respeita à qualificação da população verifica-se que, em 2010, cerca de 38% da população em Idade activa (25-64 anos) com ensino superior concentra-se na Região de Lisboa, já a População em Idade activa com ensino secundário representa 33% do total nacional. Na óptica do mercado de trabalho a taxa de emprego da população na Região de Lisboa regista, no 3º trimestre de 2011, cerca de 51%, ligeiramente abaixo do nível nacional (53,7%). Quanto à taxa de desemprego por sexo, verifica-se, no mesmo momento, que na Região os homens registam uma taxa de desemprego superior às mulheres (15,4% e 13,8%, respectivamente), em média superior às restantes regiões do Continente. Já no que se refere à taxa média de desemprego de longa duração, a Região de Lisboa, em 2010, apresenta valores ligeiramente inferiores aos registados a nível nacional, contudo é na Região Norte que se observa uma taxa com valores superiores ao país. A análise nacional do transporte aéreo de passageiros mostra que, em 2009, o aeroporto de Lisboa registou cerca de 49% passageiros embarcados e desembarcados, acima do valor verificado nas restantes regiões do Continente. Demonstrando que a Região apresenta as melhores condições de atractividade turística. Quando analisado o índice de desenvolvimento regional (Portugal=100), que procura acompanhar as assimetrias regionais do processo de desenvolvimento, em resultado do efeito conjugado do desempenho nas vertentes competitividade, coesão e qualidade ambiental, constata-se que a Região de Lisboa está acima da média nacional (106,67), neste índice global. A nova configuração territorial3, significou para a Região de Lisboa (NUTS 2002) a redução significativa dos fundos estruturais. A Região evoluiu no sentido da modernização e crescimento económico consolidando um caminho de sucesso em termos da convergência com a Europa, o que culminou com o regime de “phasing-out”, que se traduziu na saída progressiva do objectivo Convergência e entrada progressiva no objectivo Competitividade Regional e Emprego, realidade que lhe coloca novos desafios com aproximação às regiões capitais. É com base neste novo enquadramento que os capítulos seguintes deste relatório procuram retratar a Região de Lisboa.

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Decreto-Lei n.o 244/2002, de 5 de Novembro.

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Quadro A Região de Alentejo Algarve Lisboa 10 561 614 3 689 609 2 327 580 2 821 699 757 190 451 005 Portugal

População Residente * (Nº) - 2011 Densidade Populacional (Nº/Km) 2010 PIB per capita em PPC (UE27=100) 2008 Produtividade do trabalho (€/milhares) - 2008 Despesas em I%D em % do PIB 2008 Índice de dependência de idosos

Norte

Centro

115.4

175.8

84.3

946

23.7

87.6

77.586

62.062

63.68

108.825

71.147

85.547

28

23.3

22.3

37.7

29.9

28.3

1.5

1.22

1.23

2.25

0.91

0.37

27.2 23.4 (Nº) - 2010 Taxa de crescimento migratório 0,04 -0,14 (%) - 2010 População em idade activa (25-64 854 259.4 anos) com ensino superior (Nº/milhares) - 2010 População em idade activa (25-64 907.5 276.2 anos) com ensino secundário (Nº/milhares) - 2010 Taxa de emprego (%) - 1º trimestre 53,7 54,1 2011 Taxa de desemprego por sexos 12 11,6 Homens (%) - 1º trimestre 2011 Taxa de desemprego por sexos 12,9 13,9 Mulheres (%) - 1º trimestre 2011 Taxa média de desemprego de 5,90 7,20 longa duração (%) - 2010 Passageiros desembarcados (N.º) 13 408 606 2 229 606 2009 Passageiros embarcados (N.º) - 2009 13 510 882 2 244 039 Índice Sintético de 100,00 98,01 Desenvolvimento Regional (Nº) -

31.9

27.4

36.4

29.7

0,12

0,09

-0,03

0,75

151.5

325.1

56.4

32.5

189.1

302.3

61.4

45.5

56,3

51,4

50,8

54,9

8,6

15,4

11,4

13,8

10,3

13,8

13,5

12,7

4,40

5,80

5,50

6,50

97,98

6 600 460

2 493 490

6 645 430

2 520 129

106,67

97,29

97,35

* Dados provisórios dos Censos 2011 Fonte: INE/ ORLVT

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Lisboa no contexto da Europa 27 1. Domínio Território Figura 1– População residente por país e região capital

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

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Figura 2 - População Residente por País e regiões benchmarking (não-capitais)

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

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Figura 3 - Densidade populacional nas regiões capitais, em 2008 (hab/Km2) Inner London (RUN) Région de Bruxelles (BEL) Wien (AUS) Berlin (ALE) Outer London (RUN) Praha (REP) Malta (MAL) Bucuresti - Ilfov (ROM) Attiki (GRE) Noord-Holland (HOL) Île de France (FRA) Lisboa (POR) Comunidad de Madrid (ESP) Hovedstaden (DIN) Közép-Magyarország (HUN) Lazio (ITA) Stockholm (SUE) Bratislavský kraj (ESLQ) Luxembourg (LUX) Mazowieckie (POL) Zahodna Slovenija (ESLV) União Europeia (UE 27) Yugozapaden (BUL) Southern and Eastern (IRL) Kypros (CHI) Etelä-Suomi (FIN) Lietuva (LIT) Latvija (LET) Eesti (EST) 0

2000 Países EU27

4000

6000

8000

10000

Regiões Capitais UE27

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

A Região de Lisboa encontra-se na 12ª posição das regiões da União Europeia com maior densidade populacional, estando a um nível muito semelhante à de Île de France e Noord-Holand. Do conjunto de regiões capitais, a que mais se destaca é a de Inner London4 com uma densidade populacional superior a 9000 habitantes por km2. Considerando a relação entre os valores dos países e os das regiões capitais, identifica-se uma diferença expectável, onde os valores regionais da densidade populacional são redondamente superiores aos nacionais. Esta tendência poderá ser explicada pelo efeito de atracção populacional exercido por estas regiões, o que, relacionando com as dimensões das mesmas, influencia o aumento destes valores.

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Para fins administrativos e estatísticos, a Região da Grande Londres encontra-se oficialmente dividida, desde 1965, em Inner London e Outer London, estando as duas regiões analisadas neste relatório, bem como a União Europeia.

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Figura 4 - Densidade Populacional nas regiões r benchmarking,, em 2008 (hab/Km2)

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Numa análise às regiões benchmarking, benchmarking Lisboa revela que apenas é ultrapassada por regiões do Reino Unido e da Alemanha. Deverá, contudo, ser considerado que a densidade populacional de Portugal é metade da verificada nos referidos países países e, dos países considerados na análise de benchmarking, é o segundo com menor população total. Estes factores salientam a forte concentração populacional existente na Região de Lisboa, realidade que contribui para uma distribuição populacional desequilibrada, desequilibrada, com as zonas litorais excessivamente povoadas e o interior do país a sofrer efeitos contrários, já que apenas a Região de Lisboa centraliza 26,53% da população total do país.

25


Figura 5 - Passageiros Aerotransportados, em 2009 (Nº) Aeroportos das regiões capitais Wien (AUS) Région de Bruxelles (BEL) Île de France (FRA) Outer London (RUN) Comunidad de Madrid (ESP) Noord-Holland (HOL) Lazio (ITA) Southern and Eastern (IRL) Hovedstaden (DIN) Stockholm (SUE) Attiki (GRE) Berlin (ALE) Lisboa (POR) Etelä-Suomi (FIN) Praha (REP) Mazowieckie (POL) Közép-Magyarország (HUN) Kypros (CHI) Bucuresti - Ilfov (ROM) Latvija (LET) Yugozapaden (BUL) Malta (MAL) Inner London (RUN) Lietuva (LIT) Bratislavský kraj (ESLQ) Luxembourg (LUX) Zahodna Slovenija (ESLV) Eesti (EST) 0

50000 Países UE27

100000

150000

200000

250000

Regiões Capitais UE27

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

No quadro das regiões capitais, Lisboa mantém uma posição a meio da tabela, com valores muito semelhantes aos de Berlim no que respeita aos passageiros aerotransportados, em 2009. Na condição de o aeroporto de Lisboa ser o único da região, e o maior do país, o número de passageiros aerotransportados nesta região ultrapassa os 50% do total nacional. Destaque para a região de Outer London que, devido à presença do aeroporto de Londres Heathrow, ganha maior preponderância face a Inner London. A localização dos principais aeroportos da União Europeia: Paris - Charles de Gaulle (Île de France); Madrid – Barajas (Comunidad de Madrid); Amsterdão Schiphol (Noord-Holland) e Aeroporto Internacional de Roma (Lazio); nas regiões capitais, é um factor importante nas dinâmicas da distribuição do número de passageiros a nível nacional. De referir que os dados para a União Europeia não são aqui apresentados, visto não terem sido disponibilizados pela fonte.

26


Figura 6- Passageiros Aerotransportados, em 2009 (Nº) nas regiões benchmarking Cataluña (ESP) Lombardia (ITA) Greater Manchester (RUN) Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) Comunidad Valenciana (ESP) Lisboa (POR) West Midlands (RUN) South Western Scotland (RUN) Rhône-Alpes (FRA) Midi-Pyrénées (FRA) Emilia-Romagna (ITA) Campania (ITA) Aquitaine (FRA) Hannover (ALE) Västsverige (SUE) Kentriki Makedonia (GRE) País Vasco (ESP) Bremen (ALE) Sydsverige (SUE) Wielkopolskie (POL) Prov. Antwerpen (BEL)

0

50000

100000 Países

150000

200000

250000

Regiões

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Analisando o número de passageiros aerotransportados, dentro do grupo de regiões benchmarking, a Catalunha e Lombardia são as que mais se destacam, com 23,08% e 32,41%, respectivamente, do total nacional. Apesar de, comparativamente às regiões capitais, estas perderem alguma importância, a atractividade proporcionada pela existência de alguns dos principais destinos turísticos e de negócios a nível europeu dentro dos seus limites, cria uma dinâmica positiva no número de passageiros que tenham estas regiões como destino. Neste quadro, Lisboa ganha uma maior relevância, colocando-a no 6º lugar da tabela, ainda assim distante do valor da Catalunha. De referir que os dados para a União Europeia não são aqui apresentados, visto não terem sido disponibilizados pela fonte.

27


Bratislava Bratislavsky Kraj

Dublin Southern and Eastern

Riga Latvija

Vilnius Lietuva

Amesterdão Noord-Holland

Lisboa Região de Lisboa Madrid Comunidad de Madrid

5

Praga Praha Paris Île de France

Bucareste Bucaresti Ilfov Luxemburgo Luxembourg Atenas Attiki

Helsínquia Etelã-Suomi 5

28

As fotografias foram retiradas retir do site www.flickr.com


2. Domínio Pessoas Figura 7- Índice de dependência de idosos, em 2009 nas regiões capitais Lazio (ITA) Berlin (ALE) Lisboa (POR) União Europeia (UE 27) Eesti (EST) Latvija (LET) Wien (AUS) Közép-Magyarország (HUN) Attiki (GRE) Zahodna Slovenija (ESLV) Lietuva (LIT) Yugozapaden (BUL) Etelä-Suomi (FIN) Hovedstaden (DIN) Praha (REP) Stockholm (SUE) Comunidad de Madrid (ESP) Région de Bruxelles (BEL) Noord-Holland (HOL) Mazowieckie (POL) Luxembourg (LUX) Malta (MAL) Bucuresti - Ilfov (ROM) Outer London (RUN) Île de France (FRA) Kypros (CHI) Bratislavský kraj (ESLQ) Southern and Eastern (IRL) Inner London (RUN) 0.00

0.05

0.10

Países UE27

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

Regiões Capitais UE27

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Na relação entre a população idosa e a população em idade activa, constata-se que, em 2009, a Região de Lisboa, quando comparada no quadro das regiões capitais, se encontra ao nível da média da União Europeia (0,26). Lisboa é a 3ª região com maior índice de dependência de idosos, abaixo dos valores registados nas regiões de Berlim e Lazio, o que caracteriza o aumento do envelhecimento da população. Já a região de Inner London é a região que regista os valores mais baixos no índice de dependência de idosos, dado tratar-se da região mais cosmopolita da Europa e de grande atracção de estrangeiros e jovens.

29


Figura 8- Índice de dependência de idosos, em 2009 nas regiões benchmarking Emilia-Romagna (ITA) Hannover (ALE) Bremen (ALE) Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) Lombardia (ITA) Aquitaine (FRA) Midi-Pyrénées (FRA) Kentriki Makedonia (GRE) País Vasco (ESP) Sydsverige (SUE) Västsverige (SUE) Prov. Antwerpen (BEL) Lisboa (POR) União Europeia (UE 27) South Western Scotland (RUN) Cataluña (ESP) Rhône-Alpes (FRA) West Midlands (RUN) Campania (ITA) Comunidad Valenciana (ESP) Greater Manchester (RUN) Wielkopolskie (POL)

0.00

0.05

0.10 Países

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

0.40

Regiões

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Quando à análise no âmbito das regiões de benchmarking constata-se que a Região de Lisboa está entre as 10 regiões que registam um índice de dependência de idosos igual ou inferior à média da União Europeia. Lisboa apresenta 0,26 idosos por cada indivíduo em idade activa, já a Região de Wielkopolskie, na Polónia, regista os valores mais baixos (0,17) neste âmbito de análise face à média da União Europeia, por outro lado, a Região de Emilia-Romana, em Itália, apresenta valores superiores, cerca de 0,35, e o mais alto deste grupo, contudo Itália regista valores inferiores (0,3).

30


Figura 9- Taxa de crescimento migratório, em 2007 (%) nas regiões capitais

-25

-20

-15

-10 Países UE27

-5

0

5

10

15

20

Regiões Capitais UE27

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

No quadro de análise das regiões capitais destacam-se as Regiões de Latvija, Outer London e Inner London, Lietuva, e Île de France por registarem, em 2007, uma taxa de crescimento migratório com valores negativos entre os -0,3% e os -4,3%. Refira-se que a Lituânia é o país que apresenta a maior taxa negativa de crescimento migratório, cerca de -23,7%, já Praga é a região capital que regista a maior taxa de crescimento migratório, em 2007, cerca de 19,2%, o que poderá dever-se à capacidade de atractividade desta região capital. Constata-se que a Região de Lisboa encontra-se na 12ª posição (2,8%) das regiões capitais que apresentam um menor crescimento migratório, contudo acima da União Europeia (1,8%).

31


Figura 10- Taxa de crescimento migratório, em 2007 (%) nas regiões benchmarking Comunidad Valenciana (ESP) Cataluña (ESP) Emilia-Romagna (ITA) Sydsverige (SUE) Lombardia (ITA) Midi-Pyrénées (FRA) Aquitaine (FRA) Prov. Antwerpen (BEL) País Vasco (ESP) Västsverige (SUE) Kentriki Makedonia (GRE) Lisboa (POR) Rhône-Alpes (FRA) União Europeia (UE 27) South Western Scotland (RUN) Campania (ITA) Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) Bremen (ALE) Hannover (ALE) Greater Manchester (RUN) Wielkopolskie (POL) West Midlands (RUN)

-5

0

5

10 Países

15

20

25

30

Regiões

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Na análise das regiões de benchmarking, destaca-se a Região de Comunidade Valenciana, em Espanha, com uma taxa de crescimento migratório de 24,6%, cerca de 19 vezes superior à taxa registada em Espanha. Em sentido inverso, destaca-se a Região de West Midlands, no Reino Unido, por apresentar o mais baixo crescimento migratório (-0,8%) no quadro das regiões de benchmarking, embora o Reino Unido registe uma taxa positiva (2,6%). Lisboa é a 11ª região capital que apresenta um menor crescimento migratório (2,8%), acima da União Europeia e distanciando-se em cerca de 21 pontos percentuais da Comunidade Valenciana. Na análise desta dinâmica demográfica, constata-se que a Região de Lisboa se encontra abaixo da maioria das regiões capitais, mas quando comparada com as regiões de benchmarking situase a meio das 22 regiões identificadas.

32


Figura 11 – Relação entre o PIB per capita em 2008 e a taxa de crescimento migratório em 2007 30

ES 52

20

ES 51

15

ITD 5

SE 22

10

ITC 4

FR 62 FR 61

5

GR 12 ITF 3

UE 27 FR 82

PL 41

0 0

5000

10000

15000

20000

UKG 3

FR 71

BE 21

UKM 3

Taxa de crescimento migratório (%)

25

SE 23

ES 21

Lisboa (POR)

DE 50

DE 92 UKD 3

25000

30000

35000

40000

45000

EU27 - União Europeia (UE 27) DE50 - Bremen (ALE) DE92 - Hannover (ALE) BE21 - Prov. Antwerpen (BEL) GR12 - Kentriki Makedonia (GRE) ES21 - País Vasco (ESP) ES51 - Cataluña (ESP) ES52 - Comunidad Valenciana (ESP) FR61 - Aquitaine (FRA) FR62 - Midi-Pyrénées (FRA) FR71 - Rhône-Alpes (FRA) FR82 - Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) ITC4 - Lombardia (ITA) ITD5 - Emilia-Romagna (ITA) ITF3 - Campania (ITA) SE22 - Sydsverige (SUE) SE23 - Västsverige (SUE) UKD3 - Greater Manchester (RUN) UKG3 - West Midlands (RUN) UKM3 - South Western Scotland (RUN) PT17 - Lisboa (POR) PL41 - Wielkopolskie (POL)

-5

PIB por habitante em PPC (€)

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

A análise da relação entre o PIB per capita em ppc e a taxa de crescimento migratório, embora reportem a momentos diferentes, demonstra uma relação próxima entre a taxa de crescimento migratório e o PIB per capita. Constata-se que, neste conjunto de regiões benchmarking, a Região de Wielkopolskie (POL) apresenta valores baixos quer no crescimento migratório quer no PIB, por outro lado a Região de Comunidade Valenciana regista uma elevada taxa de crescimento migratório mas com um PIB ligeiramente acima de 20 000 €.

33


Figura 12 - % de População activa com ensino superior, em 2010 nas regiões capitais Inner London (RUN) Hovedstaden (DIN) Stockholm (SUE) Région de Bruxelles (BEL) Etelä-Suomi (FIN) Comunidad de Madrid (ESP) Outer London (RUN) Île de France (FRA) Noord-Holland (HOL) Southern and Eastern (IRL) Berlin (ALE) Kypros (CHI) Luxembourg (LUX) Eesti (EST) Praha (REP) Bratislavský kraj (ESLQ) Yugozapaden (BUL) Lietuva (LIT) Mazowieckie (POL) Közép-Magyarország (HUN) Attiki (GRE) Bucuresti - Ilfov (ROM) Zahodna Slovenija (ESLV) Wien (AUS) Latvija (LET) União Europeia (UE 27) Lisboa (POR) Lazio (ITA) Malta (MAL) 0.0

10.0 Países UE27

20.0

30.0

40.0

50.0

60.0

Regiões Capitais UE27

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Na análise da qualificação da população activa constata-se que Lisboa é a região capital que apresenta a menor percentagem da população activa com o ensino superior (22,6%), em 2010, logo a seguir às regiões de Malta (13,4%) e Lazio (19,1%), contudo acima da média nacional (15,4%) e ligeiramente abaixo da média da União Europeia (25,9%). Já a Região de Inner London regista a percentagem mais elevada neste conjunto de regiões, cerca de 53,1% da população activa tem o ensino superior.

34


Figura 13 - % de População activa com ensino superior, em 2010 nas regiões benchmarking

País Vasco (ESP) Sydsverige (SUE) Prov. Antwerpen (BEL) Midi-Pyrénées (FRA) South Western Scotland (RUN) Västsverige (SUE) Greater Manchester (RUN) Cataluña (ESP) Aquitaine (FRA) Rhône-Alpes (FRA) Comunidad Valenciana (ESP) Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) West Midlands (RUN) Hannover (ALE) União Europeia (UE 27) Kentriki Makedonia (GRE) Bremen (ALE) Lisboa (POR) Wielkopolskie (POL) Emilia-Romagna (ITA) Lombardia (ITA) Campania (ITA)

0

5

10

15

20

Países

25

30

35

40

45

50

Regiões

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Quando comparada com as regiões benchmarking, verifica-se que a Região de Lisboa, na qualificação da sua população activa, mantém um posicionamento aquém da maioria das regiões identificadas, estando ligeiramente acima das regiões de Wielkopolskie, Emilia-Romagna, Lombardia e Campania, que registam cerca de 20,7%, 15,9%, 16% e 12,8% respectivamente. O País Vasco destaca-se pela elevada percentagem de população em idade activa que detém o ensino superior, cerca de 44,1%. Verifica-se que a Região de Lisboa na análise deste indicador apresenta algumas fragilidades e encontra-se aquém do registado na maioria das regiões identificadas.

35


Figura 14- % de População activa com ensino secundário, em 2010 nas regiões capitais Praha (REP) Latvija (LET) Bratislavský kraj (ESLQ) Lietuva (LIT) Bucuresti - Ilfov (ROM) Mazowieckie (POL) Közép-Magyarország (HUN) Zahodna Slovenija (ESLV) Yugozapaden (BUL) Wien (AUS) Eesti (EST) Berlin (ALE) União Europeia (UE 27) Lazio (ITA) Attiki (GRE) Stockholm (SUE) Luxembourg (LUX) Etelä-Suomi (FIN) Outer London (RUN) Kypros (CHI) Hovedstaden (DIN) Noord-Holland (HOL) Southern and Eastern (IRL) Île de France (FRA) Inner London (RUN) Comunidad de Madrid (ESP) Région de Bruxelles (BEL) Lisboa (POR) Malta (MAL) 0

10

20 Países UE27

30

40

50

60

70

80

Regiões Capitais UE27

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

No quadro das regiões capitais, Lisboa apresenta uma baixa percentagem da população activa com o ensino secundário (20,6%), em 2010, logo a seguir à Região de Malta (13,4%), contudo acima da média nacional (16,5%) e muito abaixo da média da União Europeia (46,8%). Já a Região de Praga regista a percentagem mais elevada neste conjunto de regiões, cerca de 62% da população activa tem pelo menos o ensino secundário.

36


Figura 15 - % de População activa com ensino secundário, em 2010 nas regiões benchmarking Wielkopolskie (POL) Hannover (ALE) Bremen (ALE) Västsverige (SUE) União Europeia (UE 27) Aquitaine (FRA) Sydsverige (SUE) Emilia-Romagna (ITA) Rhône-Alpes (FRA) Midi-Pyrénées (FRA) Greater Manchester (RUN) Lombardia (ITA) West Midlands (RUN) Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) South Western Scotland (RUN) Prov. Antwerpen (BEL) Kentriki Makedonia (GRE) Campania (ITA) Comunidad Valenciana (ESP) País Vasco (ESP) Cataluña (ESP) Lisboa (POR)

0

10

20 30 40 Países Regiões

50

60

70

80

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Na análise da qualificação da população activa, quando comparada com as regiões benchmarking, verifica-se que a Região de Lisboa, em 2010, posiciona-se muito aquém das restantes regiões, isto é, na cauda das regiões identificadas, pois cerca de 20,6% da população activa tem pelo menos o ensino secundário. Já a Região de Wielkopolskie destaca-se pela elevada percentagem de população em idade activa que detém o ensino secundário (68,1%), o que representa cerca de 47 pontos percentuais acima do registado para Lisboa. Verifica-se que a Região de Lisboa, na análise do indicador em apreço, apresenta algumas fragilidades e encontra-se aquém do registado na maioria da regiões identificadas, o que demonstra a necessidade de revisão das políticas públicas, para se acompanhar o desempenho das regiões europeias.

37


Figura 16 – Taxa de Emprego, em 2010 (%) nas regiões capitais Stockholm (SUE) Hovedstaden (DIN) Noord-Holland (HOL) Praha (REP) Etelä-Suomi (FIN) Kypros (CHI) Bratislavský kraj (ESLQ) Outer London (RUN) Yugozapaden (BUL) Zahodna Slovenija (ESLV) Île de France (FRA) Wien (AUS) Luxembourg (LUX) Lisboa (POR) Mazowieckie (POL) Comunidad de Madrid (ESP) Berlin (ALE) União Europeia (UE 27) Inner London (RUN) Bucuresti - Ilfov (ROM) Eesti (EST) Southern and Eastern (IRL) Közép-Magyarország (HUN) Latvija (LET) Lietuva (LIT) Attiki (GRE) Lazio (ITA) Malta (MAL) Région de Bruxelles (BEL) 0

10

20 Países UE27

30

40

50

60

70

80

90

Regiões Capitais UE27

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Na análise do desempenho das regiões capitais na dimensão “emprego”, verifica-se que Lisboa, em 2010, se encontra posicionada a meio da tabela (69,8%) e ligeiramente acima da média da União Europeia (68,5%). Destaca-se a Região de Stockholm (SUE), que revela uma taxa de emprego de cerca de 82%, no entanto, é a Região de Bruxelles (BEL) que regista a percentagem mais baixa de emprego, com cerca de 59,2%.

38


Figura 17 – Taxa de Emprego, em 2010 (%) nas regiões benchmarking Västsverige (SUE) Sydsverige (SUE) Hannover (ALE) Midi-Pyrénées (FRA) Emilia-Romagna (ITA) Rhône-Alpes (FRA) Aquitaine (FRA) Prov. Antwerpen (BEL) Greater Manchester (RUN) South Western Scotland (RUN) Lisboa (POR) Bremen (ALE) Lombardia (ITA) País Vasco (ESP) União Europeia (UE 27) West Midlands (RUN) Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) Cataluña (ESP) Wielkopolskie (POL) Kentriki Makedonia (GRE) Comunidad Valenciana (ESP) Campania (ITA)

0

10

20

30 Países

40

50

60

70

80

90

Regiões

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Quando analisado o desempenho das regiões benchmarking, verifica-se que Lisboa, mantém a posição a meio da tabela (69,8%), em 2010. Destacando-se as regiões de Aquitaine, RhôneAlpes, Emilia-Romagna, Midi-Pyrénées, Hannover, Sydsverige, Västsverige com taxas de emprego acima dos 70% e da média da União Europeia que regista cerca de 69%. Na dimensão emprego constata-se que a Região de Lisboa quando comparada quer com as regiões capitais quer com as regiões benchmarking mantém o seu posicionamento, a meio da tabela.

39


Figura 18 – Taxa de Desemprego Total, em 2010 (%) nas regiões capitais Latvija (LET) Lietuva (LIT) Région de Bruxelles (BEL) Eesti (EST) Comunidad de Madrid (ESP) Berlin (ALE) Southern and Eastern (IRL) Attiki (GRE) Lisboa (POR) União Europeia (UE 27) Közép-Magyarország (HUN) Lazio (ITA) Île de France (FRA) Inner London (RUN) Outer London (RUN) Hovedstaden (DIN) Mazowieckie (POL) Wien (AUS) Yugozapaden (BUL) Etelä-Suomi (FIN) Zahodna Slovenija (ESLV) Malta (MAL) Bratislavský kraj (ESLQ) Stockholm (SUE) Kypros (CHI) Luxembourg (LUX) Bucuresti - Ilfov (ROM) Noord-Holland (HOL) Praha (REP) 0

2

4 Países UE27

6

8

10

12

14

16

18

20

Regiões Capitais UE27

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

A dinâmica do mercado de trabalho apresenta dificuldades na integração de todos nesse mercado, resultado do actual contexto económico europeu. No âmbito das regiões capitais, a Região de Lisboa encontra-se na 9ª posição, com uma taxa de desemprego elevada (10,3%), superior à nacional (9,8%). Refira-se que os valores de Lisboa estão próximos de Attiki (11,2%), de Souther and Eastern (11,7%) e Berlim (12,8%), contudo acima da média da União Europeia (8,3%) e distantes de Praga, com cerca de 3,4%, em 2010.

40


Figura 19 – Taxa de Desemprego Total, em 2010 (%) nas regiões benchmarking Comunidad Valenciana (ESP) Cataluña (ESP) Kentriki Makedonia (GRE) Campania (ITA) Lisboa (POR) País Vasco (ESP) Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) West Midlands (RUN) União Europeia (UE 27) South Western Scotland (RUN) Bremen (ALE) Rhône-Alpes (FRA) Aquitaine (FRA) Wielkopolskie (POL) Midi-Pyrénées (FRA) Hannover (ALE) Greater Manchester (RUN) Sydsverige (SUE) Västsverige (SUE) Prov. Antwerpen (BEL) Emilia-Romagna (ITA) Lombardia (ITA)

0

5

10 Países

15

20

25

Regiões

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Quando a Região de Lisboa é comparada no âmbito das regiões benchmarking a posição alterase para a 5ª região com uma taxa de desemprego mais elevada (10,3%), mas abaixo das regiões de Campania (11,4%), Kentriki Makedonia (12,3%), Catalunha (15,6%), Comunidade Valenciana (21,4%). A Região da Lombardia é a que apresenta uma percentagem de desemprego mais baixa, cerca de 4,6%, em 2010. Lisboa no desempenho das regiões capitais e de benchmarking apresenta uma das taxas mais elevadas de desemprego, situação que cria algumas preocupações ao nível da coesão social.

41


Figura 20– Taxa de Desemprego por Sexo, em 2010 (%), nas regiões capitais Latvija (LET) Lietuva (LIT) Eesti (EST) Région de Bruxelles (BEL) Southern and Eastern (IRL) Berlin (ALE) Comunidad de Madrid (ESP) Lisboa (POR) Attiki (GRE) Közép-Magyarország (HUN) União Europeia (UE 27) Île de France (FRA) Outer London (RUN) Inner London (RUN) Wien (AUS) Lazio (ITA) Hovedstaden (DIN) Bratislavský kraj (ESLQ) Mazowieckie (POL) Yugozapaden (BUL) Etelä-Suomi (FIN) Zahodna Slovenija (ESLV) Malta (MAL) Stockholm (SUE) Kypros (CHI) Bucuresti - Ilfov (ROM) Noord-Holland (HOL) Luxembourg (LUX) Praha (REP)

0

5

10 Mulheres

15

20

25

Homens

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Na actual conjuntura e na análise geral das regiões capitais, as mulheres aumentam a sua inserção no mercado de trabalho, estando, no cômputo geral, com níveis de desemprego inferiores aos homens, situação que é frequente em contexto de crise devido aos mais baixos salários femininos. Na análise da taxa de desemprego feminino a Região de Bruxelles regista a mais elevada taxa (16,2%) e Bucuresti–Ilfov, na Roménia, a mais baixa (2,9%), elevando Lisboa à 8ª região capital com uma elevada taxa de desemprego feminino (10,5%). Já a taxa de desemprego masculina, em Lisboa, encontra-se ligeiramente abaixo (10%), em 20106. 6

Os valores representados aqui para a Região de Lisboa diferem dos dados apresentados no Capítulo I deste relatório, onde a taxa de desemprego se refere ao ano de 2011, momento em que se verifica uma alteração da tendência do desemprego por sexo, onde o desemprego masculino ultrapassa o desemprego feminino. Esta tendência não se verifica ainda no gráfico acima uma vez que os dados reportam-se ao ano de 2010.

42


Figura 21 – Taxa de Desemprego por Sexo, em 2010 (%), nas regiões benchmarking Comunidad Valenciana (ESP) Cataluña (ESP) South Western Scotland (RUN) Lisboa (POR) Bremen (ALE) Campania (ITA) West Midlands (RUN) Kentriki Makedonia (GRE) País Vasco (ESP) União Europeia (UE 27) Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) Hannover (ALE) Greater Manchester (RUN) Rhône-Alpes (FRA) Midi-Pyrénées (FRA) Wielkopolskie (POL) Västsverige (SUE) Aquitaine (FRA) Sydsverige (SUE) Prov. Antwerpen (BEL) Lombardia (ITA) Emilia-Romagna (ITA)

0

5

10 Mulheres

15

20

25

Homens

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

No quadro das regiões benchmarking, as mulheres na maioria das regiões apresentam maiores dificuldades na inserção no mercado de trabalho, uma vez que metade das regiões apresentam uma taxa de desemprego feminina superior à masculina. A Região da Comunidade Valenciana regista a mais elevada taxa de desemprego feminina (21%), bem como a taxa de desemprego masculina (21,7%). Já a Região de Prov. Antwerpen regista a taxa de desemprego feminina mais baixa (4,8%), por outro lado, é a Região de Emilia-Romagna que revela a taxa de desemprego masculina mais baixa (3,7%). Lisboa posiciona-se na 5ª região capital com a taxa de desemprego feminino mais elevada (10,5%), e na 4ª posição com a taxa de desemprego masculina mais elevada (10%), ligeiramente abaixo da feminina, em 2010.

43


Figura 22- Taxa Desemprego Longa Duração, em 2010 (%) nas regiões capitais Région de Bruxelles (BEL) Latvija (LET) Eesti (EST) Berlin (ALE) Lietuva (LIT) Southern and Eastern (IRL) Comunidad de Madrid (ESP) Lisboa (POR) Attiki (GRE) Közép-Magyarország (HUN) Lazio (ITA) União Europeia (UE 27) Île de France (FRA) Inner London (RUN) Malta (MAL) Outer London (RUN) Yugozapaden (BUL) Zahodna Slovenija (ESLV) Bratislavský kraj (ESLQ) Wien (AUS) Mazowieckie (POL) Etelä-Suomi (FIN) Hovedstaden (DIN) Luxembourg (LUX) Kypros (CHI) Stockholm (SUE) Noord-Holland (HOL) Praha (REP) Bucuresti - Ilfov (ROM) 0

2

4 Países UE27

6

8

10

12

Regiões Capitais UE27

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

A Região de Lisboa, no contexto das regiões capitais, revela uma taxa de desemprego de longa duração de cerca de 5,6%, acima da média da União Europeia (3,8%) e semelhante à taxa nacional (5,6%), inserindo-se na 8ª posição das regiões que registam a taxa mais elevada. Refirase que as Regiões de Bruxelles e de Berlim registam taxas de desemprego de longa duração superiores às observadas nos respectivos países, por outro lado, a Eslováquia apresenta uma percentagem de desemprego de longa duração (9,2%) superior à taxa registada na sua região de Bratislavský kraj (2,5%). Já Bucuresti – Ilfov é a região que revela a taxa de desemprego mais baixa (0,2%) menos 2,3 pontos percentuais que o respectivo país (2,5%).

44


Figura 23 - Taxa Desemprego Longa Duração, em 2010 (%) nas regiões benchmarking Comunidad Valenciana (ESP) Campania (ITA) Cataluña (ESP) Kentriki Makedonia (GRE) Lisboa (POR) West Midlands (RUN) Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) Bremen (ALE) South Western Scotland (RUN) União Europeia (UE 27) Hannover (ALE) País Vasco (ESP) Aquitaine (FRA) Rhône-Alpes (FRA) Wielkopolskie (POL) Greater Manchester (RUN) Midi-Pyrénées (FRA) Prov. Antwerpen (BEL) Lombardia (ITA) Emilia-Romagna (ITA) Västsverige (SUE) Sydsverige (SUE)

0

1

2

3 Países

4

5

6

7

8

9

10

Regiões

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Quando comparada com as regiões benchmarking, Lisboa é na 5ª região que apresenta a mais elevada taxa de desemprego de longa duração (5,5%), no entanto, com valores superiores estão as regiões Kentriki Makedonia (7%), Catalunha (7,5), Campania (8,2%), Comunidade Valenciana (8,7%). É a Região de Sydsverige (1,3%), na Suécia, que regista a percentagem mais baixa de desemprego de longa duração.

45



3. Domínio Organizações Figura 24 – Evolução do PIB por habitante em PPC, nas regiões que transitaram de objectivos da Politica de Coesão 250

200

Kentriki Makedonia Attiki

150

Comunidad Valenciana Lisboa

100

União Europeia 27 (UE=100) Southern and Eastern

50

0 QCA I (1995)

QCA II (2000)

QREN (2007)

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Partindo de uma análise onde se identificaram as regiões benchmarking que, tal como Lisboa, transitaram do Objectivo 1 (Convergência) para o Objectivo 2 (Competitividade e Emprego) foi efectuada uma comparação entre estas regiões, tendo em conta a evolução do seu PIB por habitante em Paridade de Poder de Compra, em percentagem da média UE 27. Constata-se que a Região de Lisboa foi a única onde se verificou uma evolução negativa, com uma variação de três pontos percentuais do QCAII para o QREN. O maior destaque vai para Southern and Eastern que, desde o QCAI, quase duplicou o valor do seu PIB.

47


Figura 25 - PIB por habitante em PPC, 2008 (€) nas regiões capitais Inner London (RUN) Luxembourg (LUX) Région de Bruxelles (BEL) Praha (REP) Île de France (FRA) Stockholm (SUE) Bratislavský kraj (ESLQ) Wien (AUS) Noord-Holland (HOL) Hovedstaden (DIN) Southern and Eastern (IRL) Etelä-Suomi (FIN) Comunidad de Madrid (ESP) Lazio (ITA) Bucuresti - Ilfov (ROM) Attiki (GRE) Zahodna Slovenija (ESLV) Lisboa (POR) Közép-Magyarország (HUN) Outer London (RUN) União Europeia (UE 27) Berlin (ALE) Kypros (CHI) Mazowieckie (POL) Malta (MAL) Yugozapaden (BUL) Eesti (EST) Lietuva (LIT) Latvija (LET) 0

20000

40000

60000

Países UE27

Regiões Capitais UE27

80000

100000

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

A Região de Lisboa, com 27 200 € de Produto Interno Bruto em ppc, encontra-se acima do valor de referência da União Europeia (25 100 €), superando as regiões capitais da Alemanha e da Polónia, contudo, demonstrando uma regressão no crescimento a partir de 2007. Este patamar pode ser considerado para a maioria dos casos de estudo, mostrando temporalmente um dos pontos de viragem em direcção à crise financeira que atingiu as economias da União Europeia. Exceptuando a região de Berlim e a de Outer London, o PIB das regiões capitais é tendencialmente superior ao nacional, o que demonstra uma forte concentração de actividades geradoras de riqueza e um maior desenvolvimento do sector económico destas regiões, quando comparadas com as restantes.

48


Figura 26- PIB por habitante em PPC, 2008 (€) nas regiões benchmarking Bremen (ALE) País Vasco (ESP) Prov. Antwerpen (BEL) Lombardia (ITA) Emilia-Romagna (ITA) Cataluña (ESP) Västsverige (SUE) Hannover (ALE) Lisboa (POR) Rhône-Alpes (FRA) Sydsverige (SUE) South Western Scotland (RUN) Greater Manchester (RUN) Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) West Midlands (RUN) União Europeia (UE 27) Midi-Pyrénées (FRA) Aquitaine (FRA) Comunidad Valenciana (ESP) Kentriki Makedonia (GRE) Campania (ITA) Wielkopolskie (POL)

0

5000

10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 Países

Regiões

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

O facto de uma determinada região albergar a cidade capital de um país, não significa que o seu nível de crescimento económico seja sempre superior ao das restantes. Seguindo o exemplo de Bremen e de Lombardia, o desenvolvimento da produção industrial e de outros sectores fundamentais para o aumento da riqueza, contribuem para um acréscimo da competitividade regional que, no contexto nacional, gera sinergias fundamentais para o progresso da economia de um país. Lisboa, com um PIB de 27 200 €, assume uma posição relevante no âmbito das regiões benchmarking, suplantando as regiões do Reino Unido e França.

49


Figura 27- Produtividade do trabalho, em 2008 (milhares €) nas regiões capitais Inner London (RUN) Luxembourg (LUX) Région de Bruxelles (BEL) Île de France (FRA) Wien (AUS) Southern and Eastern (IRL) Stockholm (SUE) Praha (REP) Bratislavský kraj (ESLQ) Noord-Holland (HOL) Hovedstaden (DIN) Lazio (ITA) Etelä-Suomi (FIN) Comunidad de Madrid (ESP) Attiki (GRE) Közép-Magyarország (HUN) Bucuresti - Ilfov (ROM) União Europeia (UE 27) Berlin (ALE) Lisboa (POR) Zahodna Slovenija (ESLV) Malta (MAL) Outer London (RUN) Kypros (CHI) Mazowieckie (POL) Yugozapaden (BUL) Eesti (EST) Lietuva (LIT) Latvija (LET) 0.00

50.00 Países UE27

100.00

150.00

200.00

Regiões Capitais UE27

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Os níveis de produtividade do trabalho nas regiões capitais europeias são liderados pela Inner London (189.99 milhares €), Luxembourg (180.35 milhares €) e Région de Bruxelles (154.53 milhares €). Esta tendência não se manifesta quando passamos para uma análise à escala nacional, onde a Irlanda ultrapassa o Reino Unido e a Bélgica no conjunto de países com maior capacidade produtiva. É um aspecto demonstrativo da influência de certas regiões no contexto do país e da existência de disparidades intra-regionais A região de Lisboa, a par de Berlin, Malta, Kypros, Outer London e da maioria das regiões capitais pertencentes ao Leste Europeu, encontra-se abaixo do valor de referência (UE 27). A situação de Lisboa é representativa da quebra de investimento e incentivo à produção e exportação que se tem verificado em Portugal.

50


Figura 28 - Produtividade do trabalho, em 2008 (milhares €) nas regiões benchmarking Bremen (ALE) Prov. Antwerpen (BEL) Lombardia (ITA) País Vasco (ESP) Emilia-Romagna (ITA) Rhône-Alpes (FRA) West Midlands (RUN) Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) South Western Scotland (RUN) Cataluña (ESP) Hannover (ALE) Greater Manchester (RUN) Västsverige (SUE) Aquitaine (FRA) União Europeia (UE 27) Sydsverige (SUE) Lisboa (POR) Midi-Pyrénées (FRA) Campania (ITA) Comunidad Valenciana (ESP) Kentriki Makedonia (GRE) Wielkopolskie (POL)

0.00

20.00

40.00

60.00

Países UE27

80.00

100.00 120.00

Regiões

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Na análise efectuada às regiões benchmarking, os valores de produtividade do trabalho para Lisboa, continuam numa posição pouco privilegiada. Consideravelmente abaixo encontram-se apenas as regiões de Comunidade Valenciana, Kentriki Makedonia e Wielkopolskie, todas com valores inferiores a 60 milhares euros. No extremo oposto salienta-se a posição ocupada por Bremen que, graças ao desenvolvimento da sua indústria (na qual se destaca a aeronáutica), obteve uma produtividade acima dos 100 milhares euros, valor muito superior ao da região capital, Berlin (61,78 milhares €).

51


Figura 29 – Relação entre o PIB per capita em 2008 e a produtividade em 2008 120.00 EU27 - União Europeia (UE 27) DE50 - Bremen (ALE) DE92 - Hannover (ALE) BE21 - Prov. Antwerpen (BEL) GR12 - Kentriki Makedonia (GRE) ES21 - País Vasco (ESP) ES51 - Cataluña (ESP) ES52 - Comunidad Valenciana (ESP) FR61 - Aquitaine (FRA) FR62 - Midi-Pyrénées (FRA) FR71 - Rhône-Alpes (FRA) FR82 - Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) ITC4 - Lombardia (ITA) ITD5 - Emilia-Romagna (ITA) ITF3 - Campania (ITA) SE22 - Sydsverige (SUE) SE23 - Västsverige (SUE) UKD3 - Greater Manchester (RUN) UKG3 - West Midlands (RUN) UKM3 - South Western Scotland (RUN) PT17 - Lisboa (POR) PL41 - Wielkopolskie (POL)

100.00 BE 21

UKM 3

80.00

UKG 3 ITF 3

60.00

GR 12

FR 82 UKD 3 FR 61 FR 62 ES 52

EU 27

Produtividade do trabalho (EU =100)

DE 50

ES 21

ITC 4 FR 71 DE 92ES 51

ITD 5

SE 23 Lisboa (POR) SE 22

PL 41

40.00

20.00

0.00 0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

PIB por habitante em PPC (€)

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

Teoricamente, o crescimento da produtividade do trabalho corresponde a um aumento dos padrões de vida de uma economia. Analisando o gráfico de dispersão para as regiões benchmarking, é notório que existe uma tendência que acompanha esta regra. Existe portanto, uma relação positiva entre o PIB e a produtividade, podendo ser considerado a existência de um determinado grau de dependência entre os dois indicadores. Ao identificar as regiões com maior destaque: pela positiva assinala-se Bremen, cuja elevada capacidade de produção contribuiu para o aumento do PIB regional; e pela negativa encontra-se Wielkopolskie, que devido à estagnação do crescimento da produtividade do trabalho, viu condicionado pela negativa o desenvolvimento económico da região. Em relação a Lisboa, a produtividade do trabalho tem vindo a registar um aumento da divergência face à União Europeia, assistindo-se assim a um retrocesso no processo de convergência com os padrões económicos da UE27.

52


7

Budapeste Kõsép Magyarország

Berlim Berlin Viena Wien

Chipre Kypros

Londres Inner London Varsóvia Mazowieckie

Liubliana Zahodna Slovenija

Sófia Yugozapaden Roma Lazio

Bruxelas Région de Bruxelles Malta Malta

Talim Eesti Copenhaga Hovedstaden 7

As fotografias foram retiradas do site www.flickr.com

Estocolmo Stockholm 53


Figura 30- Despesas em I&D em % do PIB, em 2008 (%), nas regiões capitais Île de France (FRA) Hovedstaden (DIN) Stockholm (SUE) Etelä-Suomi (FIN) Wien (AUS) Berlin (ALE) Praha (REP) Lisboa (POR) Zahodna Slovenija (ESLV) Comunidad de Madrid (ESP) União Europeia (UE 27) Noord-Holland (HOL) Lazio (ITA) Luxembourg (LUX) Bucuresti - Ilfov (ROM) Région de Bruxelles (BEL) Közép-Magyarország (HUN) Southern and Eastern (IRL) Eesti (EST) Mazowieckie (POL) Inner London (RUN) Bratislavský kraj (ESLQ) Lietuva (LIT) Yugozapaden (BUL) Outer London (RUN) Latvija (LET) Malta (MAL) Kypros (CHI) 0.00

1.00 Países UE27

2.00

3.00

4.00

5.00

6.00

Regiões Capitais UE27

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

O investimento em sectores de I&D tem sido uma forte aposta dos países escandinavos pertencentes à União Europeia, como é o caso da Dinamarca, Suécia e Finlândia. O investimento no mercado das tecnologias de informação e comunicação é um efeito crescente nas regiões capitais europeias, acompanhando a tendência mundial. Contrariamente a outros indicadores, a despesa em I&D revela que em determinados países, como é o caso do Reino Unido, não existe uma canalização absoluta dos recursos financeiros para a região capital, o que corresponde à existência de outras regiões emergentes como pólos de Inovação e Desenvolvimento. De referir que os dados referentes à Grécia não são aqui apresentados, visto não terem sido disponibilizados pela fonte. Seguindo as metas definidas pela estratégia regional, Lisboa demonstra uma evolução muito positiva, sobretudo a partir de 2005, o que conferiu uma posição cimeira a nível europeu na aposta em I&D, ultrapassando igualmente o valor nacional em cerca de 70%.

54


Figura 31- Despesas em I&D em % do PIB, em 2008 (%) nas regiões benchmarking Sydsverige (SUE) Västsverige (SUE) Lisboa (POR) Hannover (ALE) Bremen (ALE) País Vasco (ESP) South Western Scotland (RUN) União Europeia (UE 27) Cataluña (ESP) Emilia-Romagna (ITA) West Midlands (RUN) Campania (ITA) Lombardia (ITA) Greater Manchester (RUN) Comunidad Valenciana (ESP) Wielkopolskie (POL) Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) Rhône-Alpes (FRA) Midi-Pyrénées (FRA) Aquitaine (FRA) Prov. Antwerpen (BEL)

0

1 Países

2

3

4

5

Regiões

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

A Região de Lisboa, no contexto de benchmarking, consolida a posição favorável que já tinha sido alcançada no grupo de regiões capitais. Ainda assim, é evidente a diferença negativa do valor alcançado por Lisboa (2,26%), que representa menos de metade da percentagem de investimento efectuado no sector de Inovação e Desenvolvimento, quando comparado a Sydsverige (4,75%). Não foi possível a obtenção de dados para as regiões da França, Grécia e Bélgica, por estes não terem sido disponibilizados na fonte.

55


Figura 32– Relação entre o PIB per capita em 2008 e as despesas em I&D em % do PIB em 2008 5

SE 22

EU27 - União Europeia (UE 27) DE50 - Bremen (ALE) DE92 - Hannover (ALE) BE21 - Prov. Antwerpen (BEL) GR12 - Kentriki Makedonia (GRE) ES21 - País Vasco (ESP) ES51 - Cataluña (ESP) ES52 - Comunidad Valenciana (ESP) FR61 - Aquitaine (FRA) FR62 - Midi-Pyrénées (FRA) FR71 - Rhône-Alpes (FRA) FR82 - Provence-Alpes-Côte d'Azur (FRA) ITC4 - Lombardia (ITA) ITD5 - Emilia-Romagna (ITA) ITF3 - Campania (ITA) SE22 - Sydsverige (SUE) SE23 - Västsverige (SUE) UKD3 - Greater Manchester (RUN) UKG3 - West Midlands (RUN) UKM3 - South Western Scotland (RUN) PT17 - Lisboa (POR) PL41 - Wielkopolskie (POL)

Despesas em I&D em % do PIB

4.5 4 SE 23

3.5 3 2.5

Lisboa (POR) DE 50 DE 92

2

UE 27

1.5

ES 21

UKM 3

ES 51 ITD 5

UKG 3

ITF 3 ES 52

ITC 4

UKD 3

1 PL 41

0.5

GR 12

0 0

5000

10000

15000

FR 61 / FR 62

20000

FR 82

25000

FR 71

30000

BE 21

35000

40000

45000

PIB por habitante em PPC (€)

Fonte: EUROSTAT/ORLVT

A relação entre as duas variáveis estabelecidas é demonstrada pelo comportamento de determinadas regiões que seguem uma linha de tendência estabelecida a partir da região de Wielkopolskie até à região de Bremen, passando pela Comunidade Valenciana, West Midlands, Catalunha e País Vasco, comprovando a existência de uma relação causa/efeito entre o investimento no sector de inovação e desenvolvimento e o crescimento do PIB regional. Havendo, contudo, algumas que são negativamente correlacionadas, como é o caso de Sydsverige e Västsverige, nas quais o aumento das despesas em I&D não contribui directamente para o crescimento da sua economia. A Região de Lisboa não segue claramente esta tendência apesar de, tal como a União Europeia, South Western Scotland e Hannover, verem a sua economia influenciada positivamente pelo sector de inovação e desenvolvimento.

56


Nº 02

Considerações finais Ao nível do Território, e tendo em conta os poucos dados disponíveis, a Região de Lisboa regista uma posição positiva no contexto europeu, a sua atractividade revela-se na densidade populacional que concentra e no número de passageiros que passam anualmente pelo seu aeroporto. Lisboa continua a atrair população do país e do estrangeiro para trabalhar e residir, bem como turistas de diferentes proveniências para férias, city-breaks e congressos. Quanto ao domínio Pessoas, os indicadores analisados revelam uma posição menos favorável da Região no contexto europeu. Na relação entre a população idosa e a população em idade activa, constata-se que a Região de Lisboa apresenta um índice de dependência de idosos igual ou inferior à média da União Europeia, acompanhando a tendência europeia de envelhecimento da sua população. Onde os dados revelam uma maior fragilidade da Região, tendência que se arrasta há décadas, é ao nível da qualificação da população activa, constata-se que Lisboa é a região capital que apresenta a menor percentagem da população activa com o ensino superior (22,6%), muito aquém do registado na maioria da regiões analisadas. O mesmo se verifica ao nível da população activa com o ensino secundário (apenas 20,6%), muito abaixo da média da União Europeia (46,8%). Quanto ao emprego constata-se que a Região de Lisboa quando comparada quer com as regiões capitais quer com as regiões benchmarking mantém o seu posicionamento, a meio da tabela na taxa de emprego, no entanto, ainda aquém da meta dos 75%, estabelecida pela Estratégia Europa 2020, de população em idade activa empregada. Ao nível do desemprego, a Região de Lisboa no desempenho das regiões capitais e de benchmarking apresenta uma das taxas mais elevadas de desemprego, situação que levanta fortes preocupações ao nível da coesão social e cuja tendência, dada a actual conjuntura, é para aumentar. Apesar da diferença entre o desemprego feminino e masculino não ser muito significativa, Lisboa ocupa a 8ª posição entre as regiões capitais com as taxas de desemprego feminino e masculino mais elevadas (10,5% e 10% respectivamente).

57


No domínio Organizações verifica-se que a região de Lisboa, com 27 200 € de Produto Interno Bruto em ppc, encontra-se acima do valor de referência da União Europeia (25 100 €), superando as regiões capitais da Alemanha e da Polónia, contudo, demonstrando uma regressão no crescimento a partir de 2007. Lisboa assume uma posição relevante no âmbito das regiões benchmarking, suplantando as regiões do Reino Unido e França. Os níveis de produtividade do trabalho encontram-se abaixo do valor de referência da UE27, estando a Região de Lisboa a par de Berlin, Malta, Kypros, Outer London e da maioria das regiões capitais pertencentes ao Leste Europeu. Onde Lisboa demonstra uma evolução muito positiva, sobretudo a partir de 2005, é ao nível das despesas de I&D em % do PIB, seguindo as metas definidas pela estratégia regional, e aproximando-se das metas da estratégia Europa 2020, conferindo a Lisboa uma posição cimeira a nível europeu na aposta em I&D. O actual estatuto da Região de “Competitividade e Emprego”, singular em termos nacionais, contribui para reforçar uma visão particularmente positiva da região portuguesa mais desenvolvida, mas, como foi possível observar neste relatório, a Região de Lisboa surge ainda muito fragilizada quando comparada com as suas regiões congéneres, e até mesmo com as regiões do Leste Europeu que há menos tempo aderiram à União Europeia. Este facto sublinha a necessidade da Região aprofundar o seu modelo de desenvolvimento, que impulsione um maior crescimento da sua produtividade, capaz de reposicionar Lisboa no contexto internacional de forma mais competitiva.

58


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