AGROFOREST, LDA
SISTEMA DE MINIPRODUÇÃO FOTOVOLTAICA DA AGROFOREST, LDA. PROJETO DE EXECUÇÃO
ESTUDO DE INCIDÊNCIAS AMBIENTAIS
JULHO 2012
Agroforest, Lda.
ÍNDICE TEXTO 1
2
3
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 1 1.1
Identificação do Projeto, da Fase respetiva, do Proponente e da Entidade Licenciadora ...... 1
1.2
Identificação dos responsáveis pela elaboração do EIncA e do período de elaboração ........ 1
1.3
Metodologia e Descrição Geral da Estrutura do EIncA............................................................ 2
1.4
Enquadramento Legal .............................................................................................................. 4
OBJETIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJETO ......................................................................................... 5 2.1
Descrição dos Objetivos e da Necessidade do Projeto ........................................................... 5
2.2
Antecedentes do Projeto e do EIncA ....................................................................................... 6
DESCRIÇÃO DO PROJETO .................................................................................................................. 7 3.1
Localização do projeto.............................................................................................................. 7
3.1.1 .... Enquadramento Territorial e Administrativo ...................................................................... 7 3.1.2 .... Áreas Sensíveis ................................................................................................................. 7 3.1.3 .... Planos de Ordenamento do Território em vigor na área do projeto e Classes de Espaço envolvidas ......................................................................................................................... 8 3.1.4 .... Condicionantes, Servidões Administrativas e Restrições de Utilidade Pública .............. 10 3.2
Descrição Geral das Características do Projeto .................................................................... 10
3.2.1 .... Composição Geral do Projeto .......................................................................................... 10 3.2.2 .... Terraplenagens ................................................................................................................ 14 3.2.3 .... Localização do estaleiro, áreas de empréstimo e depósito e acessos de obra .............. 14 3.2.4 .... Estimativa de Custos da Obra ......................................................................................... 14 3.2.5 .... Projetos Associados ou Complementares ....................................................................... 15 3.2.6 .... Programação temporal da obra ....................................................................................... 15 4
CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE POTENCIALMENTE AFETADO PELO PROJETO ................................. 16 4.1
Considerações Iniciais............................................................................................................ 16
4.2
Geologia e Geomorfologia ..................................................................................................... 16
4.2.1 .... Metodologia ..................................................................................................................... 16 4.2.2 .... Geologia ........................................................................................................................... 17 4.2.3 .... Geomorfologia ................................................................................................................. 18 4.2.4 .... Tectónica e sismicidade .................................................................................................. 19 EIncA do Sistema de Miniprodução Fotovoltaica da Agroforest, Lda.
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4.2.5 .... Património geológico e recursos minerais ....................................................................... 20 4.3
Solos e Padrões de Ocupação do Solo ................................................................................. 20
4.3.1 .... Metodologia ..................................................................................................................... 20 4.3.2 .... Solos ................................................................................................................................ 21 4.3.3 .... Padrões de Ocupação do Solo ........................................................................................ 26 4.4
Recursos Hídricos .................................................................................................................. 29
4.4.1 .... Metodologia ..................................................................................................................... 29 4.4.2 .... Aspetos quantitativos ....................................................................................................... 29 4.4.3 .... Aspetos qualitativos ......................................................................................................... 31 4.5
Ordenamento do Território e Condicionantes ao Uso do Solo .............................................. 32
4.5.1 .... Metodologia ..................................................................................................................... 32 4.5.2 .... Modelos de Desenvolvimento e Ordenamento do Território ........................................... 33 4.5.3 .... Condicionantes ao Uso do Solo ...................................................................................... 47 4.6
Património Cultural ................................................................................................................. 52
4.6.1 .... Metodologia ..................................................................................................................... 52 4.6.2 .... Breve enquadramento histórico ....................................................................................... 62 4.6.3 .... Caraterização da paisagem e do terreno ........................................................................ 63 4.6.4 .... Ocorrências patrimoniais ................................................................................................. 64 5
IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS.................................................................. 65 5.1
Considerações Iniciais............................................................................................................ 65
5.2
Geologia e Geomorfologia ..................................................................................................... 67
5.2.1 .... Metodologia ..................................................................................................................... 67 5.2.2 .... Fase de Construção......................................................................................................... 67 5.2.3 .... Fase de Exploração ......................................................................................................... 68 5.2.4 .... Fase de Desativação ....................................................................................................... 68 5.3
Solos e Padrões de Ocupação do Solo ................................................................................. 68
5.3.1 .... Solos ................................................................................................................................ 68 5.3.2 .... Padrões de Ocupação do Solo ........................................................................................ 70 5.4
Recursos Hídricos .................................................................................................................. 71
5.4.1 .... Metodologia ..................................................................................................................... 71 5.4.2 .... Fase de Construção......................................................................................................... 71 5.4.3 .... Fase de Exploração ......................................................................................................... 72 5.4.4 .... Fase de Desativação ....................................................................................................... 72 5.5
Ordenamento do Território e Condicionantes ao Uso do Solo .............................................. 72
5.5.1 .... Metodologia ..................................................................................................................... 72
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5.5.2 .... Impactes sobre os Modelos de Desenvolvimento e Ordenamento do Território ............ 73 5.5.3 .... Impactes sobre as Condicionantes ao Uso do Solo ........................................................ 76 5.6
Património Cultural ................................................................................................................. 77
5.6.1 .... Fase de construção ......................................................................................................... 77 5.6.2 .... Fase de exploração ......................................................................................................... 78 5.6.3 .... Fase de desativação ........................................................................................................ 78 6
MEDIDAS DE MITIGAÇÃO ................................................................................................................. 79 6.1
Considerações Iniciais............................................................................................................ 79
6.2
Geologia e Geomorfologia ..................................................................................................... 79
6.3
Solos e Padrões de Ocupação do Solo ................................................................................. 79
6.3.1 .... Fase de construção ......................................................................................................... 80 6.3.2 .... Fase de exploração ......................................................................................................... 80 6.3.3 .... Fase de desativação ........................................................................................................ 80 6.4
Recursos Hídricos .................................................................................................................. 80
6.5
Ordenamento do Território e Condicionantes ao Uso do Solo .............................................. 81
6.5.1 .... Fase de construção ......................................................................................................... 81 6.6
Património Cultural ................................................................................................................. 82
6.6.1 .... Fase de construção ......................................................................................................... 82 7
CONCLUSÕES ................................................................................................................................. 84
8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................... 86 8.1
Geologia e Geomorfologia ..................................................................................................... 86
8.2
Solos e Padrões de Ocupação dos Solos .............................................................................. 86
8.3
Recursos Hídricos .................................................................................................................. 86
8.4
Ordenamento do Território e Condicionantes ao Uso do Solo .............................................. 87
8.5
Património Cultural ................................................................................................................. 88
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ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1 - Equipa Técnica envolvida da elaboração do EIncA ............................................................. 2 Quadro 2 - Estrutura e conteúdo do Relatório Técnico .......................................................................... 3 Quadro 3 - Lista das peças desenhadas ................................................................................................ 4 Quadro 4 - Instrumentos de Gestão Territorial (IGT) com incidência na área de intervenção ............... 8 Quadro 5 - Classes de capacidade de uso do solo e suas características .......................................... 24 Quadro 6 - Classes de ocupação do solo ............................................................................................. 26 Quadro 7 - PU e PP aprovados............................................................................................................. 47 Quadro 8 - Graus de visibilidade do terreno ......................................................................................... 54 Quadro 9 - Graus de diferenciação do descritor 4 ................................................................................ 55 Quadro 10 - Grupo de descritores relacionado com a identificação do Sítio ....................................... 55 Quadro 11 - Grupo de descritores relacionado com a localização do Sítio .......................................... 56 Quadro 12 - Grupo de descritores relacionado com a descrição da paisagem envolvente ................. 56 Quadro 13 - Grupo de descritores relacionado com a caracterização do material arqueológico ......... 57 Quadro 14 - Grupo de descritores relacionado com a caracterização das estruturas ......................... 57 Quadro 15 - Fatores usados na Avaliação Patrimonial e respetiva ponderação.................................. 58 Quadro 16 - Descritores do Valor de Inserção Paisagística e respetivo valor numérico...................... 58 Quadro 17 - Descritores do Valor da Conservação e respetivo valor numérico................................... 59 Quadro 18 - Descritores do Valor da Monumentalidade e respetivo valor numérico ........................... 59 Quadro 19 - Descritores do Valor da Raridade e respetivo valor numérico ......................................... 60 Quadro 20 - Descritores do Valor Científico e respetivo valor numérico .............................................. 60 Quadro 21 - Descritores do Valor Histórico e respetivo valor numérico ............................................... 61 Quadro 22 - Descritores do Valor Simbólico e respetivo valor numérico ............................................. 61 Quadro 23 - Relação entre as classes de Valor Patrimonial e Valor Patrimonial................................. 62
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ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 – Extrato da Carta Geológica da área de estudo ................................................................... 18 Figura 2 - Carta de isossistas de intensidade máxima ......................................................................... 20 Figura 3 - Extrato da Carta de Solos ..................................................................................................... 22 Figura 4 - Capacidade de Uso do Solo ................................................................................................. 25 Figura 5 - Síntese da ocupação do solo na área de estudo ................................................................. 27 Figura 6 - Delimitação do leito de cheia do rio Tejo .............................................................................. 31 Figura 7 - Potencial de Recursos Energéticos Endógenos .................................................................. 41 Figura 8 - Extrato do Mapa Síntese do Plano Regional de Ordenamento Florestal (PROF) do Ribatejo, com implantação da área de estudo ......................................................................... 45
LISTA DE PEÇAS DESENHADAS Desenho 1 - Enquadramento Administrativo e Territorial e Esboço Corográfico Desenho 2 - Implantação do Projeto (sobre a Fotografia Aérea) Desenho 3 - Padrões de Ocupação do Solo Desenho 4 - Extrato da Planta de Ordenamento do PDM de Salvaterra de Magos (em vigor) Desenho 5 - Extratos das Plantas de Condicionantes do PDM de Salvaterra de Magos (em vigor) Desenho 6 - Extratos das Cartas de REN de Salvaterra de Magos (CCDR-LVT e PDM) Desenho 7 - Património
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1 INTRODUÇÃO
1.1
Identificação do Projeto, da Fase respetiva, do Proponente e da Entidade Licenciadora
O presente documento corresponde ao Estudo de Incidências Ambientais (EIncA) do Projeto do Sistema de Miniprodução Fotovoltaica da Agroforest, Lda., em fase de Projeto de Execução. Este Projeto refere-se à instalação de um sistema de produção de energia a partir de fontes renováveis - sistema fotovoltaico. Consiste na colocação de 80 painéis numa área total de cerca de 140 m2, com uma potência total de ligação à rede de 20 kW. A estrutura será constituída, para além dos paneis fotovoltaicos, pelas estruturas de fixação dos módulos, pelos inversores trifásicos e por um contador. O proponente do projeto é a Agroforest, Lda. A Entidade Licenciadora do projeto é a Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).
1.2
Identificação dos responsáveis pela elaboração do EIncA e do período de elaboração
No Quadro 1 apresenta-se a equipa técnica que colaborou na elaboração do EIncA. A sua realização decorreu entre junho e julho de 2012.
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Quadro 1 - Equipa Técnica envolvida da elaboração do EIncA Técnico
Formação académica
Especialidade
Sofia Antunes
Engenheira do Ambiente
Direção Técnica Coordenação Técnica
Paulo Pereira
Engenheiro do Ambiente
Geologia e Geomorfologia Recursos Hídricos
Elisabete Rodrigues
Geógrafa
Inês Paulino
Engenheira do Ambiente
João Albergaria (TERRALEVIS) Paula Oliveira
1.3
Ordenamento do Território e Condicionantes ao Uso do Solo Solos e Padrões de Ocupação dos Solos
Arqueólogo
Património Cultural
Técnica de desenho
Desenho
Metodologia e Descrição Geral da Estrutura do EIncA
A metodologia adotada na elaboração do presente estudo incluiu os seguintes passos fundamentais: −
Reuniões com a equipa projetista no sentido de enquadrar os trabalhos a desenvolver;
−
Análise dos elementos que integram o projeto de execução e o seu cruzamento com as propostas de ordenamento e condicionantes legais definidas para a área de estudo;
−
Reconhecimento geral da área do projeto, de modo a averiguar a necessidade de proceder a eventuais ajustes e identificar os pontos mais sensíveis. Realização de levantamentos de campo específicos orientados para os fatores ambientais em análise;
−
Análise e integração de toda a informação recolhida com vista à caracterização da situação atual do ambiente na área de estudo e à avaliação dos impactes previsivelmente gerados durante as fases de construção e exploração do projeto;
−
Definição das medidas de minimização dos impactes previstos;
−
Identificação e descrição dos programas de monitorização nas diferentes fases do projeto, se forem considerados necessários;
−
Elaboração do Relatório Técnico.
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No presente estudo foram consideradas diferentes escalas de análise em função da especificidade e significado das questões-chave analisadas, destacando-se a escala 1:25.000 para questões de enquadramento e a escala 1:1.000 para as análises de maior pormenor. As metodologias específicas adotadas na análise desenvolvida para cada fator ambiental são descritas nos respetivos subcapítulos. O EIncA é constituído pelo presente volume que constitui o Relatório Técnico, sendo composto pelos capítulos apresentados no Quadro 2. Quadro 2 - Estrutura e conteúdo do Relatório Técnico Capítulos
Conteúdo Identificação do projeto, da fase respetiva, do proponente, da entidade licenciadora, da equipa técnica responsável pela elaboração do EIncA e do
1. Introdução
período de elaboração; descrição da metodologia e estrutura do EIncA e enquadramento legal.
2. Objetivos e Justificação do Projeto
Objetivos e necessidades do projeto; antecedentes do projeto e do EIncA. Localização do projeto; descrição geral das características do projeto, projetos complementares e associados; localização do estaleiro e acessos
3. Descrição do Projeto
de obra, programação temporal; estimativa orçamental; principais tipos de materiais e de energia utilizados e produzidos; principais tipos de efluentes, resíduos e emissões previsíveis e respetivas fontes. A caracterização do ambiente potencialmente afetado apresenta-se organizada nos seguintes fatores ambientais:
4. Caracterização do Ambiente potencialmente Afetado
5. Identificação e Avaliação de Impactes Ambientais 6. Medidas
de
Mitigação
−
Geologia e Geomorfologia;
−
Solos e Padrões de Ocupação do Solo;
−
Recursos Hídricos;
−
Ordenamento do Território e Condicionantes ao Uso do Solo;
−
Património Cultural.
Identificação e análise dos impactes ambientais em cada um dos fatores ambientais anteriormente descritos, inerentes à fase de construção, exploração e desativação do projeto.
e
Enumeração
das
medidas
de
mitigação
dos
impactes
Compensação
identificados e potenciação dos impactes positivos.
7. Conclusões
Apresentação das conclusões da análise e avaliação efetuadas.
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negativos
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Capítulos
Conteúdo Listagem das principais fontes bibliográficas consultadas, bem como as
8. Bibliografia
referências bibliográficas constantes no Relatório.
Refira-se que não se considerou necessário propor nenhum plano de monitorização para os fatores ambientais analisados. As peças desenhadas (ver Quadro 3) pretendem servir de suporte à avaliação desenvolvida nos vários fatores ambientais, demonstrando os efeitos considerados mais significativos e promovendo uma panorâmica geral da situação atual do projeto. Quadro 3 - Lista das peças desenhadas N.º do Desenho 1
Descrição Enquadramento Administrativo e Territorial e Esboço Corográfico
Várias
2
Implantação do Projeto (sobre a Fotografia Aérea)
Várias
3
Padrões de Ocupação do Solo
1:1.000
4
5
6
Extrato da Planta de Ordenamento do PDM de Salvaterra de Magos (em vigor) Extratos das Plantas de Condicionantes do PDM de Salvaterra de Magos (em vigor) Extratos das Cartas de REN de Salvaterra de Magos
7
1.4
Escala Numérica
(CCDR-LVT e PDM) Património
1:25.000
1:25.000
1:25.000 1:1.000
Enquadramento Legal
De acordo com o disposto no regime jurídico de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) em vigor, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de maio, com redação que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de novembro, o licenciamento de projetos de centros electroprodutores que utilizem fontes de energia renováveis não estão sujeitos a procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA). No entanto, nos termos do n.º 1 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31 de maio (com Declaração de Retificação n.º 71/2007, de 24 de julho), “O licenciamento de projectos de centros
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electroprodutores que utilizem fontes de energia renováveis, que não se encontram abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro, e cuja localização esteja prevista em áreas da Reserva Ecológica Nacional, Sítios da Rede Natura 2000 ou de Rede Nacional de Áreas Protegidas, é sempre precedido de um procedimento de avaliação de incidências ambientais, a realizar pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) territorialmente competente, com base num Estudo de Incidências Ambientais apresentado pelo promotor tendo em consideração políticas energéticas e ambientais vigentes”. Considerando que o projeto em análise se insere em áreas de Reserva Ecológica Nacional (REN) do concelho de Salvaterra de Magos, cuja delimitação foi publicada pela Resolução de Conselho de Ministros (RCM) n.º 184/97, de 28 de outubro, e alterada pela RCM n.º 169/2008, de 21 de novembro, a viabilidade e licenciamento da instalação desta unidade face ao regime jurídico da REN dependerá sempre da pronúncia favorável da CCDR, neste caso da CCDR de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT), no âmbito do procedimento de avaliação de incidências ambientais, a instruir pelo promotor, com base em EIncA. Neste contexto, procede-se à elaboração do presente documento, no sentido de dar cumprimento ao exigido na legislação em vigor, nomeadamente no Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31 de maio, para efeitos da instrução do procedimento de avaliação de incidências ambientais do Sistema de Miniprodução Fotovoltaica da Agroforest, Lda..
2 OBJETIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJETO
2.1
Descrição dos Objetivos e da Necessidade do Projeto
Apesar do significativo crescimento da produção de energia a partir de fontes renováveis ao longo da última década, Portugal continua a evidenciar uma elevada dependência dos recursos energéticos não renováveis e, consequentemente, uma grande dependência externa na satisfação das suas necessidades energéticas. Assim, o sistema de miniprodução fotovoltaica tem como objetivo a produção de energia elétrica a partir de uma fonte renovável e não poluente – a energia solar, contribuindo para a diversificação das fontes energéticas do país e contribuindo para o cumprimento do Protocolo de Quioto.
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Para além disso, os consumos energéticos têm bastante peso na estrutura de custo da atividade agrícola desenvolvida na Agroforest. Neste âmbito, este sistema, para além de diminuir fortemente os custos de energia da própria exploração/propriedade, constituir-se-á complementarmente como uma fonte de receita, tendo em conta que a Agroforest já foi pré-reconhecida como Miniprodutor, podendo deste modo, vender à rede.
2.2
Antecedentes do Projeto e do EIncA
Como foi referido no capítulo 1.4 (Enquadramento Legal), o projeto em análise insere-se em áreas de REN do concelho de Salvaterra de Magos. Em resposta ao pedido de autorização para instalação efetuado em abril de 2012, nos termos dos artigos 23º e 24º do Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto, a CCDR-LVT emitiu um parecer em maio de 2012, no qual refere no seu ponto 3 que, nos termos do n.º 1 do artigo 5º do Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31 maio, o licenciamento de projetos de centros electroprodutores que utilizem fontes de energia renováveis que não se encontrem abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de maio, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de novembro, é sempre precedido de um procedimento de avaliação de incidências ambientais, a instruir pelo promotor, junto da CCDRLVT. Assim, a viabilidade da pretensão face ao regime jurídico da REN dependerá da pronúncia favorável da CCDR-LVT no âmbito do procedimento de avaliação de incidências ambientais, com base num EIncA. O presente documento visa dar cumprimento ao exigido no parecer da CCDR-LVT e à legislação em vigor, nomeadamente no Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31 de maio.
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3 DESCRIÇÃO DO PROJETO
3.1
3.1.1
Localização do projeto
Enquadramento Territorial e Administrativo
Em termos de divisão administrativa (distritos e concelhos), o projeto do Sistema de Miniprodução Fotovoltaica da Agroforest desenvolve-se no distrito de Santarém, no concelho e freguesia de Salvaterra de Magos. Relativamente à divisão territorial (NUTS), o projeto integra-se na NUTS II – Alentejo e na NUTS III – Lezíria do Tejo. Nos Desenhos n.º 1 e 2 apresentam-se, respetivamente, o Enquadramento Administrativo e Territorial e Esboço Corográfico, e a Implantação do Projeto (sobre a Fotografia Aérea). O parque fotovoltaico situa-se numa herdade que explora anualmente cerca de 75 ha de terreno, propriedade dos sócios da empresa. Como principais produções dominam as culturas arvenses de regadio, em particular o milho, a pecuária, sendo que ocasionalmente são também efetuadas culturas hortícolas, em particular o tomate de indústria. Cerca de 80 % da área total da exploração está convertida para regadio, pelo que num ano de plena produção são significativos os custos energéticos, possuindo neste momento a exploração uma potência contratada de 40 kW. A exploração localiza-se em solos de aluvião junto ao rio Tejo e possui várias infraestruturas e equipamentos de apoio à atividade localizando-se também na sua área a casa de habitação do gestor da exploração e proprietário. Entre as várias infraestruturas destacam-se vários armazéns para produtos e equipamentos agrícolas, instalações para os animais e cinco furos hertzianos.
3.1.2
Áreas Sensíveis
Na aceção da alínea b) do Artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, com a redação que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro, entende-se por Áreas Sensíveis:
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−
Áreas protegidas, classificadas ao abrigo do Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 de janeiro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 227/98, de 17 de julho;
−
Sítios da Rede Natura 2000, zonas especiais de conservação e zonas de proteção especial, classificadas nos termos do Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de abril, no âmbito das Diretivas n.º 79/409/CEE e 92/43/CEE;
−
Áreas de proteção dos monumentos nacionais e dos imóveis de interesse público definidas nos termos da Lei n.º 13/85, de 6 de julho.
A área de intervenção do projeto não abrange qualquer área sensível do ponto de vista da conservação da natureza ou de monumentos nacionais e dos imóveis de interesse público.
3.1.3
Planos de Ordenamento do Território em vigor na área do projeto e Classes de Espaço envolvidas
Os Planos de Ordenamento do Território vigentes, em fase de elaboração ou previstos, de âmbito nacional, regional e municipal, com incidência na área em estudo encontram-se identificados no Quadro 4. Quadro 4 - Instrumentos de Gestão Territorial (IGT) com incidência na área de intervenção IGT
Aprovação
Situação Atual
Lei n. º 58/2007, de 04 de Programa Nacional da
setembro, retificado pelas
Política de Ordenamento
declarações n.º 80-A, de 07 de
do Território (PNPOT)
setembro de 2007, e n.º 103-
Instrumentos de Desenvolvimento Territorial
Em vigor
A/2007, de 02 de novembro Plano Regional de
Resolução do Conselho de
Ordenamento do
Ministros n.º 64-A/2009, de 6 de
Território do Oeste e
agosto, retificado pela
Vale do Tejo (PROT-
Declaração de Retificação n.º 71-
OVT)
A/2009, de 2 de outubro
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Em vigor
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IGT
Aprovação
Situação Atual
Decreto Regulamentar n.º Plano de Bacia Hidrográfica1 do Tejo
18/2001, de 7 de dezembro, retificado pela Declaração de
Em vigor
Retificação n.º 21-E/2001, de 31
Instrumentos de
de dezembro
Política Sectorial Plano Regional de Ordenamento Florestal (PROF) do Ribatejo
Decreto Regulamentar n.º 16/2006, de 19 de outubro,
Em vigor/suspensão
suspenso através da Portaria n.º
parcial
62/2011, de 2 de fevereiro Resolução do Conselho de Ministros n.º 145/2000, de 27 de outubro, com as alterações
Instrumentos de
Plano Diretor Municipal
introduzidas pela Deliberação n.º
Planeamento
(PDM) de Salvaterra de
548/2010, de 19 de Março,
Territorial
Magos
Declaração de Retificação n.º
Em vigor/Fase de Revisão
648/2010, de 31 de março e Aviso n.º 21122/2010, de 21 de outubro
A descrição e análise dos modelos de ordenamento do território definidos pelos planos enumerados, incluindo a análise da conformidade do projeto, são apresentadas no subcapítulo 4.5. No que respeita às classes de espaço abrangidas e de acordo com a Planta de Ordenamento do PDM de Salvaterra de Magos, verifica-se que na zona de desenvolvimento do Parque Fotovoltaico predominam as áreas inclusas em solo rural, nomeadamente Espaços Agrícolas de RAN.
1
É de referir que se encontram em fase de revisão do processo de Consulta Pública (à data de elaboração deste Relatório) os
Planos de Gestão de Região Hidrográfica (PGRH), de acordo com o preconizado pela Directiva 2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro, ou Directiva Quadro da Água (DQA), transportada para a ordem jurídica nacional pela Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro (Lei da Água) e pelo Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de março. Os PGRH são instrumentos de planeamento das águas que têm por objetivo constituírem-se como a base de suporte à gestão, à proteção e à valorização ambiental, social e económica das águas. A elaboração destes planos é da competência das Administrações das Regiões Hidrográficas (ARH), neste caso específico, da ARH do Tejo, I.P. O PGRH correspondente à área de estudo integrará a Região Hidrográfica do Tejo (RH5).
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3.1.4
Condicionantes, Servidões Administrativas e Restrições de Utilidade Pública
No município de Salvaterra de Magos aplicam-se todas as servidões administrativas e restrições de utilidade pública constantes da legislação em vigor e no estipulado nos Elementos Fundamentais do PDM consultado. Assim, e de acordo com a respetiva legislação aplicável, foram identificadas na área de estudo as seguintes Condicionantes, Servidões Administrativas e Restrições de Utilidade Pública: −
Reserva Agrícola Nacional (RAN);
−
Reserva Ecológica Nacional (REN);
−
Rede Elétrica.
Remete-se a sua caracterização e análise, acompanhadas pela respetiva cartografia temática, para o fator ambiental “Ordenamento do Território e Condicionantes ao Uso do Solo” (Subcapítulo 4.5).
3.2
Descrição Geral das Características do Projeto
3.2.1
Composição Geral do Projeto
O Projeto do sistema da miniprodução fotovoltaica será composto, no seu essencial, pela implantação de módulos fotovoltaicos para aproveitamento da energia solar. Contempla a construção/montagem das seguintes infraestruturas e as respetivas características: −
Módulos fotovoltaicos;
−
Inversores;
−
Quadro elétrico AC;
−
Cabos AC e DC;
−
Ligação à rede e ligação à terra.
3.2.1.1
Módulos Fotovoltaicos
Está prevista a instalação de 80 módulos fotovoltaicos de marca Hanwha SolarOne. Cada módulo terá as dimensões de 1966mm x 1000mm x 50mm e uma potência de 295 Wp, perfazendo uma potência total de 23.600 Wp para o parque.
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A área total ocupada pelo campo fotovoltaico é de 140 m2, considerando que os módulos terão uma inclinação de 30º, com orientação a sul.
3.2.1.2
Inversores
Está prevista a instalação de 2 inversores da marca Danfoss com uma potência AC nominal total de 20 kW.
3.2.1.3
Produção Energética
Tendo em conta a degradação dos materiais e a localização geográfica, a inclinação e a orientação dos painéis, a produção energética média deste sistema, nos primeiros 25 anos de funcionamento, será de 33.440 kWh/ano.
3.2.1.4
Localização dos inversores e Quadro AC
Os inversores e quadro elétrico AC fotovoltaico serão instalados nas costas da estrutura de suporte dos painéis fotovoltaicos, apoiados nos pés verticais. Estes serão instalados de modo a que sejam cumpridas todas as condições de segurança e requisitos de instalação dos inversores.
3.2.1.5
Estrutura de suporte e Fundações
A estrutura será em aço galvanizado a quente, para duas filas de módulos, da marca “Mecapisa”, modelo trapezoidal, com as necessárias adaptações para o projeto concreto. A estrutura trapezoidal terá dois pés por triângulo, e os módulos serão instalados com uma altura mínima do ponto mais baixo ao solo de 50 cm. Cada mesa de módulos terá 20 painéis de largura por dois de altura, totalizando 40 módulos por mesa. Serão instaladas 2 mesas de 40 painéis. As fundações para fixação da estrutura poderão serão realizadas através de postes com espiral. O sistema de postes com espiral consiste na perfuração do terreno com postes que funcionam basicamente como parafusos, e que são enterrados a uma profundidade média de 1,2 m. Este valor terá de ser ligeiramente corrigido para este projeto tendo em conta a constituição do terreno, a disposição dos painéis e as normas e regulamentos de resistência ao vento para instalação de estruturas no exterior.
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Estes postes, dispostos ao longo do terreno (total de 28 postes), fornecem assim os pontos de suporte necessários para a fixação da estrutura dos módulos sem necessidade de qualquer método de fixação adicional. A resistência da estrutura é garantida pela parte do poste que fica enterrada no solo. Em alternativa, poderão ser construídos maciços de betão, cuja fixação da estrutura de suporte aos maciços será realizada através de perfuração do maciço e utilização de bucha química, fornecida pelo mesmo fornecedor das estruturas.
3.2.1.6
Passagem de cabos
Para o transporte de energia entre os painéis e os inversores e entre os inversores e o ponto de ligação AC, serão realizadas valas para passagem de cabos. As valas para os cabos AC e DC serão ser realizadas cumprindo todos os cuidados para evitar danos nos cabos devido a movimentos naturais do terreno ou posteriores movimentações de terras realizadas pelo cliente. Para tal, serão colocados cabos próprios para uma instalação enterrada e será colocada areia no fundo e por cima dos cabos (cerca de 10 cm). A largura da vala deverá ser de 50 cm e, a existirem, deverão ser colocadas caixas de visita (LxCxP: 50x50x80 cm) em todos os pontos de mudança de direção, no máximo de 50 em 50 m. Deverá ainda ser colocada uma tampa nas caixas de visita, de betão ou ferro. Adicionalmente será colocada rede e fita de sinalização.
3.2.1.7
Cabos AC e DC
O cabo DC utilizado terá uma secção de 6 mm2 entre os painéis e os inversores e será de cor preta para o polo negativo e de cor vermelha para o polo positivo. As perdas DC nos cabos foram estimadas em menos de 0,4 %. Os cálculos foram efetuados para a média da distância entre uma string de painéis e os inversores, para a potência pico dos painéis. Entre os inversores e o Quadro AC (QAC) de produção deverá ser utilizado o cabo AC XV 5G10 mm2. O cabo AC de ligação entre o QAC e o ponto de ligação à RESP terá um comprimento aproximado de 40 m e será do modelo XV 3x16 + 2G10 ou equivalente, com uma perda estimada de 0,4 % à potência nominal do sistema (20 kW).
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As perdas totais dos vários cabos DC e AC não deverão situar-se nunca acima dos 2 %, seja qual for o nível de radiação. A passagem de cabos DC até aos inversores junto aos módulos deverá ser realizada recorrendo à fixação, com abraçadeiras próprias, na estrutura de suporte dos módulos. Deverá ser prestada especial atenção à instalação e passagem dos cabos DC. O polo positivo e o negativo deverão ser sempre instalados no máximo a 5 cm um do outro, de modo a evitar a criação de campos magnéticos que possam atrair descargas atmosféricas.
3.2.1.8
Quadro AC
Será instalado um quadro geral para todos os inversores, com um disjuntor e diferencial para cada inversor e com o seccionador geral AC, garantindo a proteção adequada contra sobreintensidades, curto circuitos e defeitos à terra. Este será instalado junto aos inversores, nas costas da estrutura dos módulos. Neste quadro serão ligadas as terras de todos os inversores e outros equipamentos. O quadro disporá ainda de: −
Proteção contra sobretensões do lado AC;
−
1 saída para equipamentos auxiliares;
−
1 saída para 3 tomadas;
−
1 saída para 1 tomada a colocar na caixa de monitorização.
3.2.1.9
Ligação à rede e contagem
O contador de produção será da marca Siemens Landis+Gyr, modelo ZMG310 de ligação direta. O contador de produção deverá ser instalado junto ao contador de consumo. Será instalado num armário semelhante ao do contador de consumo e deverá cumprir o especificado no regulamento “Guia de Medição, leitura e disponibilização de dados para Portugal Continental”.
3.2.1.10 Sistema de ligação à terra Todos os quadros elétricos, inversores, o QAC de produção e a estrutura de suporte dos módulos deverão ser ligados à terra, respeitando as regras de ligação à terra destes mesmos equipamentos.
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Junto ao campo fotovoltaico deverá ser realizada uma nova terra para ligar todos os equipamentos, terra essa que será interligada, junto ao Posto de Transformação (PT), à terra de proteção existente.
3.2.1.11 Sistema de monitorização Cada inversor tem integrado um Servidor Web da marca Danfoss que permite o armazenamento dos dados e posterior comunicação para o Web-portal. Para efetuar a comunicação será instalado um modem/router 3G de um operador móvel.
3.2.2
Terraplenagens
O terreno será limpo para eliminar pequenos arbustos e plantas durante a fase da instalação, de forma a facilitar os trabalhos e também para regularizar o terreno. No entanto, não serão necessárias movimentações significativas de terras nem trabalhos topográficos, uma vez que a estrutura de suporte dos módulos poderá ser ajustada para compensar pequenos desníveis do terreno e também acompanhar a sua orografia natural.
3.2.3
Localização do estaleiro, áreas de empréstimo e depósito e acessos de obra
Considerando a tipologia de projeto em causa, bem como as ações necessárias à sua concretização, não se perspetiva a necessidade de implantação de quaisquer áreas de estaleiro, áreas de empréstimo ou depósito. No entanto, prevê-se a necessidade da existência de uma área para parqueamento de máquinas leves (para a colocação das estruturas de suporte) e materiais, a qual, limitada no tempo e no espaço, será selecionada de forma a evitar as condicionantes ambientais identificadas na área de estudo. O acesso à frente de obra será efetuado através da rede de estradas e caminhos agrícolas existentes, não estando prevista a necessidade de abertura de acessos temporários.
3.2.4
Estimativa de Custos da Obra
O custo total estimado para as intervenções projetadas é de 36.000 €.
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3.2.5
Projetos Associados ou Complementares
Entende-se por projetos associados, os projetos autónomos necessários ao pleno funcionamento do projeto. Os projetos complementares são projetos autónomos que complementam o projeto, embora a sua não execução não comprometa o funcionamento deste. Considerando as definições apresentadas, no caso da montagem do sistema de miniprodução fotovoltaica, não se identificam quaisquer projetos associados ou complementares.
3.2.6
Programação temporal da obra
De acordo com a programação apresentada para a execução da obra, esta terá uma duração total de 20 dias úteis.
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4 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE POTENCIALMENTE AFETADO PELO PROJETO
4.1
Considerações Iniciais
Tendo por base a descrição do projeto anteriormente apresentada, procede-se neste capítulo à caracterização da situação atual do ambiente na área de implantação do projeto. Na definição dos fatores ambientais a analisar foram considerados os que potencialmente poderão ser mais suscetíveis à ocorrência de incidências ambientais, tendo em conta as características do projeto e as da própria área de intervenção, a saber: −
Geologia e Geomorfologia;
−
Solos e Padrões de Ocupação do Solo;
−
Recursos Hídricos;
−
Ordenamento do Território e Condicionantes ao Uso do Solo;
−
Património Cultural.
Na análise de cada um destes fatores ambientais foram adotadas metodologias específicas, as quais serão descritas nos subcapítulos respeitantes a cada um deles. Para efeitos da caracterização do ambiente potencialmente afetado pelo projeto considerou-se como área de estudo, para a generalidade dos fatores ambientais, um corredor com 100 m de largura centrado nos limites do campo fotovoltaico. Esta regra não foi observada no caso do Património Cultural, cuja área de estudo se restringe a um círculo com 500 m de diâmetro, centrado na zona sujeita a intervenção.
4.2
4.2.1
Geologia e Geomorfologia
Metodologia
A caracterização da Geologia e da Geomorfologia teve por base a Carta Geológica de Portugal, à escala 1:50.000, Folha 31-C, Coruche, e respetiva notícia explicativa, elaboradas pela Direcção Geral
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de Minas e Serviços Geológicos de Portugal, tendo compreendido os seguintes aspetos do meio geológico: −
Geologia
−
Geomorfologia;
−
Tectónica e sismicidade;
−
Património geológico e recursos minerais.
4.2.2
Geologia
Na região onde se insere o projeto afloram formações cuja idade varia do Miocénico até ao Moderno. Na Figura 1 apresenta-se um extrato da carta geológica para a zona de implantação do projeto. Como se pode verificar na Figura 1, apenas serão interessadas formações recentes, nomeadamente as aluviões modernas. a – Aluviões modernas Estão localizadas nos vales principais da região. A maior extensão observa-se no vale do Tejo. Na margem esquerda do Tejo, estas formações afloram de norte para sul e nos vales dos seus afluentes. Estes depósitos aluvionares são formados por areias e argilas interestratificadas, com depósito basal formado por areias, seixos e calhaus que pode atingir os 40 m de espessura. A espessura dos depósitos aluvionares do Tejo aumenta de montante para jusante, atingindo um máximo de 70 m. A montante, a espessura dos lodos diminui, aparecendo de forma descontínua.
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Fonte: Carta Geológica de Portugal, Folha 31-C
Figura 1 – Extrato da Carta Geológica da área de estudo
4.2.3
Geomorfologia
A área do projeto está inserida na unidade morfoestrutural da Bacia do Tejo e Sado, que se carateriza por ser uma área deprimida e apresenta uma importante e contínua sedimentação.
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Na área mais jusante do rio Tejo encontra-se o seu estuário, que se caracteriza na zona entre o Tejo e o rio Sorraia por ser uma zona deltaica, resultante da sedimentação de aluviões modernas, existindo diversos mouchões (como o mouchão do Bico de Goiva, situado na área do projeto) e esteiros. Deste modo, as formações presentes na região têm reflexos na sua geomorfologia, que se apresenta muito aplanada, com cotas a variar entre os 5 e os 10 m, apresentando as condições ideais para a atividade agrícola. A rede hidrográfica é dominada pelo rio Tejo, cuja margem esquerda se encontra a cerca de 600 m a poente do projeto, e ainda pela Vala Real, que se encontra a cerca de 1.300 m a sudeste do projeto.
4.2.4
Tectónica e sismicidade
Nesta região, nomeadamente na margem esquerda do Tejo não se conhece qualquer acidente tectónico, onde parece existir no entanto um ligeiro empolgamento das formações profundas, localizado na região de Salvaterra de Magos. Em termos de sismologia, existe uma forte sismicidade situada no baixo vale do Sorraia, entre Benavente e Salvaterra de Magos. Tendo em consideração os registos existentes e compilados pelo Instituto de Meteorologia, IP, as intensidades máximas da área de estudo registam um valor de IX, segundo a Escala de Mercalli Modificada, correspondendo a sismos desastrosos. Nos terrenos de aluvião dão-se ejeções de areia e lama; formam-se nascentes e crateras arenosas. Na Figura 2 apresenta-se a Carta de Isossistas de Intensidades Máximas para o território continental.
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Área do projeto
Fonte: IM, 2000
Figura 2 - Carta de isossistas de intensidade máxima
4.2.5
Património geológico e recursos minerais
Nas áreas de intervenção do projeto não existem quaisquer elementos patrimoniais classificados ou em vias de classificação nem recursos geológicos com valor económico, não se prevendo a ocorrência de impactes no que concerne a este fator.
4.3
4.3.1
Solos e Padrões de Ocupação do Solo
Metodologia
Com a análise dos “Solos”, pretende-se identificar as unidades pedológicas existentes na área de estudo, assim como a caracterização da aptidão dos solos. Desta forma, metodologicamente foi utilizada a Carta de Solos e a Carta de Capacidade de Uso do Solo do Atlas do Ambiente (elaborada com base no SROA), representando Unidades Pedológicas segundo o esquema da FAO (Food and
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Agriculture Organization of the United Nations), compostas por manchas de unidades pedológicas dominantes, à escala 1/1.000.000. A caracterização da ocupação atual do solo foi efetuada com base na fotografia aérea e no trabalho de campo desenvolvido em junho de 2012. A área de estudo considerada para o presente fator ambiental consiste na área de estudo geral do EIncA, definida por uma faixa de 100 m em redor da área delimitada para instalação do sistema de Miniprodução Fotovoltaica da Agroforest, Lda.
4.3.2
4.3.2.1
Solos
Tipologia de Solos
O solo é um corpo natural, independente e organizado da superfície que não resulta apenas da simples meteorização das rochas, mas sim da ação do clima e dos organismos vivos (vegetais e animais sobre a rocha-mãe), ação essa que é condicionada pelo relevo e se faz sentir ao longo do tempo. Na área em estudo verifica-se somente a existência de uma classe que corresponde a Solos Fluvissolos (Figura 3).
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Fonte: Atlas do Ambiente; Adaptado
Figura 3 - Extrato da Carta de Solos De seguida apresenta-se uma descrição das principais características do tipo de solos identificado anteriormente: Fluvissolos - são solos incipientes em que a acumulação da matéria orgânica à superfície nunca é muito grande devido ao bom arejamento da camada promover rapidamente a mineralização. Em regra, são solos com uma toalha freática mais ou menos profunda sujeita a oscilações acentuadas no decurso do ano, mas não mostram no perfil qualquer efeito acentuado da água estagnada; encontram-se, porém, geralmente humedecidos e influenciados fortemente na sua economia de água, vegetação e biologia pela presença dessa toalha freática. Os fenómenos de redução não se
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manifestam com intensidade porque a toalha oscila bastante e renova-se constantemente, mesmo na altura das inundações, o que permite um permanentemente elevado teor de oxigénio dissolvido na água.
4.3.2.2
Capacidade de Uso do Solo
A classificação dos solos em classes de acordo com a sua capacidade de uso foi elaborada com base em critérios técnicos, de acordo com o exposto no n.º 2 do artigo 2.º, do Decreto-Lei n.º 196/89, de 14 de junho, retificado pelo Decreto-Lei n.º 274/92, de 12 de dezembro e pelo Decreto-Lei n.º 278/95, de 25 de outubro, (sem alteração do referido artigo) que aprova o regime jurídico da Reserva Agrícola Nacional (RAN). Assim, definiram-se cinco classes de capacidade de uso do solo, Classe A, B, C, D e E (por ordem decrescente, solos com elevada capacidade agrícola até solos com capacidade muito baixa). Refira-se que o regime jurídico da RAN em vigor (Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março, alterado pela Portaria n.º 162/2011, de 18 de abril, com Declaração de Retificação n.º 15/2011, de 23 de maio) indica que a RAN “consubstancia-se, espacialmente, nos diversos instrumentos cartográficos existentes em Portugal, tanto na cartografia tradicional da Carta de Solos e da Carta de Capacidade de Uso dos Solos do ex -CNROA, como nos estudos e cartografias desenvolvidos mais recentemente em três regiões do País, Trás-os-Montes e Alto Douro, Entre Douro e Minho e Interior Centro, com classificação de terras internacional (FAO/WRB) assente em parâmetros técnicos completos, mais actuais e dinâmicos” mantendo a classificação das cinco classes anteriormente referidas. Contudo, na carta de capacidade de uso do solo do Altas do Ambiente surge uma nova classe – classe F. Com base em informação disponibilizada pela Direcção Geral de Desenvolvimento Agrário e Rural (DGDAR) foi possível verificar que a classe F apresenta características semelhantes às classes D e E, ou seja, são solos com limitações severas, com risco de erosão elevado a muito elevado e não são suscetíveis de utilização agrícola. Relativamente à sua limitação para pastagens, estes solos variam de moderada a severa, podendo servir para exploração de matos e floresta, ou servindo apenas para vegetação natural, para floresta de produção ou de recuperação ou, por fim, não serem suscetíveis de qualquer utilização. As três primeiras classes (A, B e C) são suscetíveis de utilização agrícola (culturas pouco intensivas a intensivas), enquanto os solos correspondentes às classes restantes (D e E) não são. No Quadro 5 descrevem-se as cinco classes de capacidade de uso do solo.
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Quadro 5 - Classes de capacidade de uso do solo e suas características Classes
Características Poucas ou nenhumas limitações;
A
Sem riscos de erosão ou com riscos ligeiros; Suscetível de utilização agrícola intensiva. Limitações moderadas;
B
Riscos de erosão no máximo moderados; Suscetível de utilização agrícola moderadamente intensiva. Limitações acentuadas;
C
Riscos de erosão no máximo elevados; Suscetível de utilização agrícola pouco intensiva. Limitações severas; Riscos de erosão no máximo elevados a muito elevados;
D
Não suscetível de utilização agrícola, salvo casos muito especiais; Pouco ou moderadas limitações para pastagens, exploração de matos e exploração florestal. Limitações muito severas; Riscos de erosão muito elevados; Não suscetível de utilização agrícola;
E
Severas a muito severas limitações para pastagens, matos e exploração florestal; Ou servindo apenas para vegetação natural ou floresta de proteção ou recuperação; Ou não suscetível de qualquer utilização.
Na área de estudo encontram-se presentes três classes de Capacidade de Uso do Solo, que correspondem às classes B, C e C+D ou E, tal como se pode verificar na Figura 4.
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Figura 4 - Capacidade de Uso do Solo Assim, do lado poente e sudoeste da área de implantação dos painéis fotovoltaicos os solos são adequados a atividade agrícola moderadamente intensiva (solos pertencentes à classe B) e estão atualmente ocupados por pastagem/forragem. Relativamente aos solos presentes a norte da área de implantação dos painéis, são solos pertencentes à classe C+D ou E, com baixa capacidade para o uso agrícola, também ocupados atualmente por pastagem/forragem.
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É de referir que os solos pertencentes à Classe C estão presentes a este e a sudeste da área de implantação dos painéis, estando atualmente cultivados com pastagem/forragem e tomate, respetivamente. Este tipo de solos são suscetíveis de atividade agrícola mas pouco intensiva. Salienta-se que a totalidade da área de estudo se localiza em área classificada como Reserva Agrícola Nacional (RAN).
4.3.3
Padrões de Ocupação do Solo
As classes de ocupação que se consideram na presente caracterização resultam de uma análise integrada da área em estudo, agregadas em função da pertinência dos usos do solo para a análise deste tipo de projeto e da irrelevância, para essa análise, de distinções de pormenor entre determinadas categorias de ocupação dentro de uma mesma classe. No Quadro 6 são apresentadas as classes de ocupação presentes na área de estudo e cartografadas no Desenho n.º 3 - Padrões de Ocupação do Solo. Quadro 6 - Classes de ocupação do solo Área Classes
Subclasses
Áreas
Áreas edificadas
Edificadas
dispersas
Caracterização ha
%
0,08
1,47
0,28
5,54
3,32
65,01
1,13
22,13
Corresponde à Casa de Apoio Agropecuário existente na exploração pertencente à Agroforest. Inclui as vias rodoviárias não pavimentadas
Infraestruturas e
(caminhos agrícolas), depósito/furo de água ---
Equipamentos
e o Posto de Transformação (PT), onde se irá proceder à ligação dos cabos do parque fotovoltaico.
Culturas temporárias –
Inclui as áreas de terreno ocupadas por
Forragens/Pastagens
pastagens/forragens
Áreas Agrícolas
Corresponde a áreas dedicadas ao cultivo Culturas Hortícolas -
do tomate. Esta classe encontra-se muito
Tomate
localizada na área de estudo, na sua vertente sul/sudeste.
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A Agrofore est, Lda.
Área C Classes
Subcla asses
Caracteriza ação ha
%
0,30 0
5,85
5,10 0
100
Incluem esp paços sem ocu upação do solo ou com vegettação arbustivva rasteira/mattos,
Áreas
Áreas de vegetação v
Silvestres
rasteira/mato os e incultos
com elemen ntos arbóreos pontuais – fre eixos (a norte da área á de implan ntação dos pa ainéis fotovoltaico os).
To otal:
Na Figura 5 é aprresentada um ma síntese do d tipo de oc cupação de solo s presente e na área de e estudo, em m os percentua ais. termo
5,85%
1,47%
5,8 85%
Áreas edificcadas dispersa as
22,13%
Infraestrutu uras e equipam mentos Forragens/P Pastagens % 65,01%
Culturas ho ortícolas - Tom mate Áreas de ve egetação raste eira/matos e incultos
d ocupação do solo na área á de estud do Figura 5 - Síntese da Assim m, de acordo o com a obse ervação do Desenho D n.º 3 – Padrões de Ocupaçã ão do Solo e do quadro e figura a anteriores, constata-se e que a área a de estudo o se enquadra numa reg gião com ca aracterísticass marcadamente ru urais, com prresença resid dual de áreas edificadas, correspond dendo apenas a cerca de e ndem a “mon ntes”, herdad des ou quinta as, as quais existem nass 1,5 % da área de estudo. Estas correspon redon ndezas da árrea de estudo.
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A ocupação do solo da área de estudo é predominantemente agrícola (cerca de 87 % da ocupação atual do solo na área de estudo), correspondendo maioritariamente a terrenos ocupados com pastagens/forragens (3,32 ha, aproximadamente 65 % da área de estudo) e com tomate (cerca de 22 % da área de estudo). A restante área de estudo (correspondendo a cerca de 11,5 % do total da área de estudo) está ocupada por vias rodoviárias e pelo depósito/furo (correspondendo a cerca de 5,5 %) e por terrenos com vegetação rasteira e matos (aproximadamente 5,9 %). Seguidamente são apresentadas algumas imagens, que pretendem ilustrar, de forma geral, as classes da ocupação do solo na área de estudo.
Fotografia 1 - Exemplo da classe de uso do solo –
Fotografia 2 - Exemplo da classe de uso do solo –
Área Edificada (Casa de Apoio Agropecuário)
Área Agrícola – Área de pastagem/forragem (local de implantação do parque fotovoltaico)
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Fotografia 3 - Exemplo da classe de uso do solo –
Fotografia 4 - Exemplo da classe de uso do solo –
Área Agrícola – Cultura hortícola de tomate
Infraestruturas e Equipamentos – Depósito/Furo de água
4.4
4.4.1
Recursos Hídricos
Metodologia
A caracterização ambiental dos recursos hídricos teve por base uma análise dos aspetos quantitativos e qualitativos das águas superficiais e subterrâneas. No que se refere aos aspetos quantitativos, será efetuada uma breve caraterização hidrográfica e hidrológica, onde se inclui a análise de ocorrências de cheias, e uma análise da hidrogeologia. Quanto aos aspetos qualitativos, face às características da área de estudo e do projeto (onde não está prevista nenhuma atividade na fase de exploração geradora de impactes na qualidade dos recursos hídricos), será efetuada uma breve caraterização da qualidade da água superficial e subterrânea.
4.4.2
Aspetos quantitativos
O sistema de miniprodução fotovoltaica da Agroforest situa-se na bacia hidrográfica do rio Tejo, numa área em que não existem linhas de água. A linha de água mais próxima é o próprio rio Tejo, estando a sua margem esquerda cerca de 600 m a poente do projeto.
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Desta forma, a drenagem das águas superficiais faz-se através da rede de drenagem com campos agrícolas existentes, não sendo possível realizar uma descrição precisa sobre as características hidrográficas e hidrológicas da rede de drenagem. Pela observação que foi possível efetuar no terreno, percebe-se que o escoamento superficial tem a direção do rio Tejo, que se encontra a poucas centenas de metros. Também não se considera relevante apresentar as caraterísticas hidrográficas e hidrológicas do rio Tejo, na medida em que o projeto não afetará de forma alguma esta linha de água. O aspeto mais crítico para os recursos hídricos prende-se com o facto do projeto se encontrar em zonas ameaçadas por cheias, tal como foi identificado no parecer da CCDR-LVT, que deu justificação para a realização do procedimento de avaliação de incidências ambientais. No Desenho n.º 6 das Peças Desenhadas apresenta-se o Extrato das Cartas de REN, onde vêm identificadas as zonas ameaçadas pelas cheias. Na Figura 6 apresenta-se a localização mais pormenorizada do leito de cheia do rio Tejo (ou zona ameaçada pelas cheias, de acordo com o PDM do concelho de Salvaterra de Magos) face ao projeto da Agroforest. Como se pode verificar, o projeto encontra-se dentro do leito de cheia do rio Tejo, que abrange toda a área de estudo.
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Figura 6 - Delimitação do leito de cheia do rio Tejo Em termos hidrogeológicos, o projeto encontra-se na área do sistema aquífero Aluviões do Tejo (T7). As principais formações presentes são as aluviões (Holocénico) e os terraços fluviais (Plistocénico) e apresenta como principais características ser um sistema aquífero poroso, livre a confinado ou semiconfinado. A precipitação constitui a principal fonte de recarga e o escoamento dá-se em direção ao rio Tejo. Em termos de produtividades, trata-se de um aquífero produtivo, com valores máximos de 80 l/s e médios de 19,9 l/s.
4.4.3
Aspetos qualitativos
Como foi referido anteriormente, a qualidade dos recursos hídricos não é um fator que será afetado pelo projeto, com exceção da fase inicial dos trabalhos de construção. Deste modo, não se considera relevante identificar e caracterizar de forma exaustiva os principais usos e fontes poluentes, assim como a qualidade da água superficial e subterrânea. Importa assim referir que não existem, na área de estudo, importantes usos de água (tendo-se apenas identificado furos com uso agrícola tal como o existente junto à área de implantação do projeto e que pode ser identificado na Fotografia 4 e no Desenho n.º 3) e a principal fonte poluidora,
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tanto dos recursos hídricos superficiais como subterrâneos, são as águas de drenagem dos campos agrícolas, em resultado da aplicação de fertilizantes e produtos fitofarmacêuticos. No que se refere às águas superficiais, não existem linhas de água potencialmente afetadas pelo projeto, pelo que não se realiza a caracterização da sua qualidade. Quanto às águas subterrâneas, o sistema aquífero Aluviões do Tejo apresenta, na sua generalidade, uma boa qualidade para a produção de água para consumo humano, tendo-se verificado uma concentração de nitratos acima do desejável. Esta contaminação está relacionada com a atividade agrícola que está presente ao longo das margens do rio Tejo.
4.5
Ordenamento do Território e Condicionantes ao Uso do Solo
4.5.1
Metodologia
No quadro legislativo, o ordenamento do território assenta num sistema de gestão territorial, concretizado através de Instrumentos de Gestão Territorial, cujo regime jurídico é regulamentado pelo Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro - com as alterações introduzidas pelos Decretos-Lei n.º 53/2000, de 07 de abril e 310/2003, de 10 de dezembro e pelas Leis n.º 58/2005, de 29 de dezembro e 56/2007, de 31 de agosto, e Decreto-Lei n.º 316/2007, de 19 de setembro (republicação integral) (Declaração de Rectificação n.º 104/2007, de 6 de novembro; alterado pelo Decreto-Lei n.º 181/2009, de 7 de agosto), Portaria n.º 1474/2007, de 16 de novembro (com Declaração de Rectificação n.º 1C/2008 de 15 de janeiro), Portaria n.º 137/2005, de 2 de fevereiro e Portaria n.º 138/2005, de 2 de fevereiro, e Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de fevereiro (republicação integral), Decreto Regulamentar n.º 9/2009 de 29 de maio (com Declaração de Rectificação n.º 53/2009, de 28 de julho), Decreto Regulamentar n.º 10/2009, de 29 de maio (com Declaração de Rectificação n.º 54/2009, de 28 de julho), Decreto Regulamentar n.º 11/2009, de 29 de maio e Decreto-Lei n.º 2/2011, de 06 de janeiro. Estes instrumentos, em função do seu âmbito e da sua vinculação jurídica, possuem como finalidade planear, ordenar e gerir de forma sustentável os espaços que constituem o território nacional. A caracterização da situação atual no domínio do ordenamento do território efetuou-se tendo por base uma abordagem metodológica, em duas vertentes distintas: −
Modelos de Desenvolvimento e de Ordenamento Territorial;
−
Condicionantes ao Uso do Solo.
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Na primeira vertente são descritos e analisados os modelos de ordenamento do território vigentes no território em estudo, onde se incluem diversos tipos de planos, de nível nacional, regional, sectorial e local. Tem por base uma análise documental, incluindo também, no que se refere ao PDM de Salvaterra de Magos, o levantamento e tratamento de informação relativa às classes de solo urbano e de solo rural constantes na Planta de Ordenamento do PDM (a partir da quantificação das diversas classes constantes nesta carta). Na segunda, são descritas e analisadas as áreas regulamentares, caracterizando-se as servidões e restrições de utilidade pública identificadas na zona de desenvolvimento do projeto. A caracterização de cada uma destas servidões e restrições de utilidade pública é efetuada de acordo com as suas especificidades e com o respetivo enquadramento legislativo em vigor. Em cada caso, antes da correspondente caracterização, é sintetizado o texto que institui cada uma das servidões/restrições anteriormente apresentadas, bem como as questões metodológicas mais relevantes para a sua análise. O desenvolvimento deste Fator Ambiental é feito a partir da informação obtida através de análises bibliográficas, documentais e de trabalho de campo. A área de estudo considerada para a caracterização do ambiente afetado corresponde a uma área de 100 m em redor da delimitação do sistema de miniprodução fotovoltaica (Desenhos n.º1 e 2).
4.5.2
4.5.2.1
Modelos de Desenvolvimento e Ordenamento do Território
Instrumentos de Estratégia Nacional
Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (ENDS) A ENDS, aprovada pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 109/2007, de 20 de agosto (publicada em Diário da República n.º 159, I Série), pretende ser um instrumento que assegure o equilíbrio das dimensões económica, social e ambiental, para além de ser mobilizador para os desafios do desenvolvimento sustentável. Deverá constituir também um referencial para iniciativas cofinanciadas por fundos comunitários no horizonte de 2007-2013, tendo, para este efeito, sido garantida na sua elaboração uma total articulação com o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), que orienta a elaboração dos programas operacionais temáticos e regionais para aquele período.
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O grande desígnio da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) é o de “Fazer de Portugal, no horizonte de 2015, um dos países mais competitivos da União Europeia, num quadro de qualidade ambiental e de coesão responsabilidade social”. Para o tornar tangível foram delineados um conjunto de objetivos. É neste contexto que no âmbito do projeto em causa, parece pertinente evidenciar o objetivo 2.º – Crescimento Sustentado, Competitividade à Escala Global e Eficiência Energética, no sentido de utilizar de forma sustentável os recursos naturais, aproveitando o potencial endógeno nacional e promovendo a eficiência energética e diversificação das fontes, nomeadamente pela aposta nas energias renováveis (biomassa, eólica, geotérmica, hídrica, hidrogénio, oceanos e solar) e a captura e fixação de CO2. Estratégia Nacional para a Energia (ENE 2020) A Resolução de Conselho de Ministros n.º 29/2010, de 15 de abril aprovou a estratégia para a energia para os próximos dez anos (revogando a Resolução do Conselho de Ministros n.º 169/2005, de 24 de outubro) e definiu como objetivos até 2020 reduzir a dependência energética para 74 %, obter 31 % do consumo final bruto de energia a partir de fontes renováveis, 60 % da eletricidade produzida a partir de fontes renováveis (55 % de acordo com os critérios da nova Diretiva) e aumento de 20 % da eficiência energética. A ENE 2020 assenta sobre cinco eixos principais que nela se desenvolvem e detalham, traduzindo uma visão, um conjunto focado de prioridades e um enunciado de medidas que as permitem concretizar, objetivando a ambição de produzir eletricidade a partir de fontes de energia renováveis e de apostar na eficiência energética. Eixo 1 - Agenda para a competitividade, o crescimento e a independência energética e financeira “A estratégia nacional para a energia para 2020 constitui uma agenda de competitividade para os mercados energéticos e para a economia portuguesa, induzindo crescimento económico e reduzindo a dependência energética e financeira do País para que seja possível sair da crise global melhor preparado, reforçando o seu estatuto de referência no sector das energias renováveis e também da eficiência energética. Esta estratégia afirma a consolidação da aposta nas renováveis, com clara definição de áreas de desenvolvimento, com base em tecnologias já maduras e novas áreas de demonstração, e fomenta a inovação na eficiência energética, nomeadamente através do investimento em redes inteligentes, na iluminação e nos veículos eléctricos, permitindo reforçar o cluster industrial associado às eólicas e criar clusters associados às novas tecnologias.”
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Eixo 2 - Aposta nas energias renováveis “Os investimentos em energias renováveis nos últimos anos fizeram de Portugal uma referência mundial neste domínio, nomeadamente no que diz respeito à energia eólica. Portugal assumiu para 2020, no quadro dos seus compromissos europeus, uma meta de consumo de energia final de 31 % a partir de fontes renováveis. (…) Energia solar Após as fortes apostas na energia hídrica e eólica, a energia solar posiciona -se como a tecnologia com maior potencial de desenvolvimento em Portugal durante a próxima década. A sua complementaridade com as restantes tecnologias renováveis, pelo facto de ser gerada nas horas de maior consumo, leva à fixação de um objectivo de 1500 MW de potência instalada em 2020, através da concretização de diversos programas, devendo o desenvolvimento desta capacidade acompanhar os avanços tecnológicos, os ganhos de eficiência e a redução dos custos associados a estas tecnologias, nomeadamente o solar termoeléctrico e o fotovoltaico de concentração. O sucesso associado à introdução da micro -geração e o enorme impacto que teve na sociedade e na indústria justifica que se estabeleçam metas mais ambiciosas para este segmento e que se agilize também a introdução de um programa de mini -geração destinado a projectos com potências até 150 kW ou 250 kW em função da tecnologia. Será definido um novo modelo de promoção para prosseguir a aposta no solar térmico, aproveitando o potencial solar do País e o baixo custo associado às tecnologias disponíveis (…)”. Eixo 3 - Promoção da eficiência energética “O choque petrolífero de 2008, que serviu de catalisador da grave crise económica mundial, bem como a percepção crescente do problema das alterações climáticas, bem como outras exigências ambientais, evidenciam a necessidade de o País tornar o seu consumo energético mais racional e eficiente, especialmente no que diz respeito ao consumo directo de derivados de petróleo. Uma das mais prometedoras linhas de resposta a esta necessidade são os veículos eléctricos que substituirão os veículos com motores de combustão interna por veículos com motores eléctricos, que, para além de mais eficientes, não dependem directamente do consumo de petróleo. A transferência de 10 % do consumo de energia final associados aos transportes rodoviários de combustíveis fósseis
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para electricidade permitirá, apenas por via da maior eficiência do motor eléctrico, reduzir o consumo final de energia em cerca de 2 % desse consumo.” Eixo 4 - Garantia da segurança e abastecimento “A energia é um factor essencial para o desenvolvimento económico, pelo que a segurança de abastecimento é um dos pilares básicos de qualquer estratégia de energia. (…) Nos últimos anos, a aposta nas energias renováveis veio permitir não só diversificar ainda mais o mix energético como reduzir a dependência externa. (…) No entanto, será necessário conjugar o investimento nas energias renováveis com outras formas de energia para que o mix energético se mantenha suficientemente diversificado. É também fundamental garantir a existência de capacidade de geração de electricidade suficiente para responder às necessidades das horas de maior consumo, mesmo nos cenários meteorológicos mais adversos.” Eixo 5 - Sustentabilidade da estratégia energética “A aposta nas energias renováveis, para além da produção de energia, gera um conjunto de externalidades positivas ligadas ao ambiente, à criação de riqueza e emprego e ao equilíbrio da balança comercial. Estas externalidades serão progressivamente internalizadas no cálculo das tarifas de forma a manter um custo da energia competitivo. (…) Esta estratégia garante a progressiva descarbonificação da economia portuguesa. A produção de electricidade a partir de energias renováveis implicará, em 2020, uma redução adicional das emissões de 10 milhões de toneladas de CO2. Adicionalmente, as medidas associadas à eficiência energética evitarão a emissão, segundo estimativas preliminares, de cerca de 10 milhões toneladas de CO2. Assim, com esta estratégia, Portugal dará passos muito significativos para o cumprimento dos objectivos de redução de emissões a que está comprometido.”
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Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) O PNAC, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 104/2006, de 23 de agosto contempla um conjunto de políticas e medidas nos diversos sectores da economia portuguesa que conduzirá, no período 2008 a 2012, a um controlo das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) por forma a convergir para o cumprimento das obrigações nacionais do Protocolo de Quioto (PQ). Em 2007, foram revistas algumas das metas associadas às políticas e medidas constantes do PNAC2006 (através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 1/2008 de 4 de janeiro), nomeadamente ao nível do setor de oferta de energia, em particular o aumento da participação das fontes renováveis e do gás natural, e a instrumentos de política para a promoção da eficiência energética no consumo de eletricidade, bem como a uma aceleração da taxa de penetração dos biocombustíveis nos transportes. Assim, na revisão das metas das políticas e medidas do PNAC 2006 e no concernente às Energias Renováveis: 1.
“Energias renováveis - alteração da meta de 39 % do consumo bruto de electricidade em 2010 a partir de fontes de energia renováveis (FER) para 45 %. 1.4 - Energia solar — assegurar articulação com as políticas e metas de micro geração 1.7 - Micro geração — programa para instalação de 50 000 sistemas até 2010, com incentivo à instalação de água quente solar em casas existente.”
Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE) – Portugal Eficiência 2015 O PNAEE, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 80/2008, de 20 de maio, contempla um conjunto de medidas que visam reduzir o consumo final de energia em 10 % até 2015, abrangendo os sectores de transportes, residencial e serviços, indústria e Estado, e estabelecendo como áreas transversais de atuação os comportamentos, a fiscalidade, os incentivos e os financiamentos. Não obstante, a adoção das metas europeias de eficiência energética para 2020 obriga, para além da introdução dos veículos elétricos e das redes inteligentes, a uma revisão do PNAEE, alargando o seu horizonte temporal, introduzindo novas medidas e reforçando os objetivos das medidas existentes.
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4.5.2.2
Instrumentos de Gestão Territorial (IGT)
Instrumentos de Desenvolvimento Territorial Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) O PNPOT (aprovado pela Lei n. º 58/2007, de 04 de setembro, retificado pelas Declarações n.º 80-A, de 07 de setembro de 2007, e n.º 103-A/2007, de 02 de novembro) é um instrumento de desenvolvimento territorial de natureza estratégica que estabelece as grandes opções para a organização do território nacional. O seu programa de ação concretiza a estratégia de ordenamento, desenvolvimento e coesão territorial do País, em coerência com o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) para o período de 2007-2013. A linha de rumo que o PNPOT pretende imprimir ao país sistematiza-se em seis Objetivos Estratégicos, que se complementam e reforçam reciprocamente. Assim, no âmbito do Programa das Políticas, dos seis Objetivos Estratégicos, merece destaque pela importância que detém no âmbito do projeto em estudo, o 1.º – Conservar e valorizar a biodiversidade, os recursos e o património natural, paisagístico e cultural, utilizar de modo sustentável os recursos energéticos e geológicos, e monitorizar, prevenir e minimizar os riscos. Com base no objetivo supra mencionado foram estabelecidos Objetivos Específicos, que congregam Medidas Prioritárias, das quais se destacam: Objetivo Específico 1.9 – Executar a Estratégia Nacional para a Energia e prosseguir a política sustentada para as alterações climáticas. A aposta no uso eficiente dos recursos e na exploração de recursos renováveis, nomeadamente dos energéticos, deve ser uma prioridade da política nacional, no quadro da implementação do Protocolo de Quioto e do Programa Nacional para as Alterações Climáticas. −
Medidas:
Promover a investigação científica e tecnológica que potencie a utilização sustentada dos recursos energéticos renováveis (2007-2013);
Dinamizar uma maior participação das fontes renováveis de energia na produção de eletricidade e promover a utilização de tecnologias de captura e fixação de CO2 de modo a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) (2007-2013);
Simplificar e agilizar os procedimentos de licenciamento das infraestruturas e equipamentos de fonte renovável, nomeadamente no interface entre a economia e o ambiente, com respeito pelos procedimentos ambientais 2007-2008);
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Implementar o Programa Nacional para as Alterações Climáticas, nomeadamente através da elaboração e execução dos planos e medidas de adaptação às alterações climáticas e da integração das suas orientações nos instrumentos de gestão territorial (2007-2013);
Definir um sistema de construção de preços, integrando elementos da economia do carbono (CO2), que incentive a utilização das melhores tecnologias no sentido da eficiência energética e das energias renováveis (2007-2008).
Neste âmbito, a implantação do Parque Fotovoltaico em causa irá contribuir para uma utilização de modo sustentável dos recursos energéticos, aproveitando o grande potencial de desenvolvimento de Portugal no aproveitamento de energias renováveis. Este processo de diversificação e endogeneização da produção da energia assume importância estratégica numa tripla dimensão: aumento da segurança no abastecimento e diminuição da sensibilidade face aos choques exógenos resultantes de alterações dos preços do petróleo; redução da dependência externa; limitação dos impactes negativos sobre o ambiente, em particular por redução das emissões de CO2. Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo (PROT-OVT) As orientações definidas no PNPOT são desenvolvidas nos PROT, os quais, por sua vez, definem a estratégia regional de desenvolvimento territorial, considerando as estratégias municipais de desenvolvimento local, e constituindo o quadro de referência para a elaboração dos Planos Municipais de Ordenamento do Território (PMOT). Neste sentido, constata-se que a área em estudo encontra-se abrangida pelo PROT-OVT, aprovado através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 64-A/2009, de 6 de agosto, retificado pela Declaração de Retificação n.º 71-A/2009, de 2 de outubro. Encontra-se incluído como uma oportunidade da análise SWOT da Visão para a região: “Existência de recursos no domínio das energias renováveis, designadamente eólicas, solar, ondas e biocombustíveis, e políticas nacionais energéticas favoráveis ao aproveitamento das energias endógenas.” Nas Opções Estratégicas de Base Territorial, a questão das energias renováveis insere-se no Eixo Estratégico 2 - Potenciar as Vocações Territoriais num Quadro de Sustentabilidade Ambiental, Objetivo Estratégico 2.3 – “Potenciar o aproveitamento das actividades agrícolas, florestais, nomeadamente as associadas à exploração de produtos verdes (agro-florestais e energias renováveis), conciliando-as com as dinâmicas urbanas e as áreas fundamentais para a conservação da natureza e da paisagem e promover o aproveitamento dos recursos geológicos, numa perspectiva de compatibilização dos valores naturais e patrimoniais com as componentes económica e social.”
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O Esquema do Modelo Territorial do Oeste e Vale do Tejo assenta em três sistemas estruturantes, destacando-se, com interesse para o presente projeto, o Sistema Ambiental, o qual “é traduzido no modelo territorial pela Estrutura Regional de Protecção e Valorização Ambiental, incluindo os recursos hídricos, o litoral, o solo e a paisagem, bem como a temática da energia e as áreas de risco. O sistema ambiental identifica os recursos e valores mais significativos do Oeste e Vale do Tejo, visando a manutenção, valorização e promoção dos bens e serviços fundamentais para a qualificação territorial e para qualidade de vida das populações, a redução das situações de risco e do impacto de eventos, bem como o contributo para a melhoria da qualidade ambiental geral por via da racionalização da produção energética e da promoção de maior eficiência dos consumos. Nesta perspectiva, a aposta do modelo territorial preconiza o apoio à diversidade do aprovisionamento energético (explorando o potencial das energias renováveis) e a transição para uma economia regional de baixo carbono.” Especificamente sobre o setor da Energia é mencionado que “As opções estratégicas de carácter regional para o Oeste e Vale do Tejo assentam na melhoria da eficiência, na adequação dos vectores energéticos e na promoção do aproveitamento dos recursos endógenos. Estes eixos permitirão contribuir para o desenvolvimento da competitividade económica no médio prazo, para a redução dos riscos de abastecimento e para o esforço solidário do território no combate às alterações climáticas. Promovendo a utilização racional da energia e a valorização dos recursos energéticos renováveis regionais, o modelo territorial para o Oeste e Vale do Tejo orienta-se assim de forma objectiva e concreta no caminho da sustentabilidade ambiental. Assentando numa base de uso eficiente, a Região deve explorar, do lado da oferta/produção o assinalável potencial endógeno que este PROT permitiu identificar, combinando os recursos vento, ondas, sol e biomassa, sendo que os dois últimos (sol e biomassa) devem, além da perspectiva da electricidade, ser encarados, sobretudo, na sua vertente de energia térmica/calor.”
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Fonte: PROT-OVT; Adaptado
Figura 7 - Potencial de Recursos Energéticos Endógenos Em termos de normas específicas – orientações para o setor da energia, é especificado que: 1.
“As Políticas Públicas sectoriais e os Instrumentos de Gestão Territorial devem fomentar o planeamento energético no âmbito regional, municipal ou urbano, com vista ao uso racional dos recursos, elegendo como critério primordial o da eficiência energética. No âmbito do planeamento sectorial importa efectuar:
a) O inventário das necessidades energéticas, já aferido por critérios de eficiência e de rigor energético-ambiental; b) A identificação dos vectores energéticos que melhor realizem a adequação entre energia final e energia útil; c) O inventário das fontes de energia primária, quanto possível calendarizado por escalões de viabilidade tecnológica, técnica e ambiental; d) A identificação das estruturas e serviços de carácter horizontal especialmente focalizados no apoio técnico e na monitorização; e) A promoção da energia descentralizada e renovável com redução de perdas nas redes.
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2.
As orientações devem ter tradução efectiva ao nível dos processos de decisão, nomeadamente através:
a) Do reconhecimento da problemática energético-ambiental como elemento crítico às actividades e aos processos de decisão; b) Do condicionamento de todos os processos de decisão de infra-estruturas à avaliação do seu mérito energético-ambiental; c) Da ponderação em sede de ordenamento e urbanismo, da perspectiva da eficiência energética nas opções de povoamento e de mobilidade, favorecendo a redução das necessidades de deslocação e favorecendo o transporte colectivo; d) Do fomento de programas de incentivo à produção descentralizada de electricidade em microgeração e de água quente solar. 3.
No quadro de promoção da eficiência energética, o PROT OVT, apoia a criação de uma Agência Regional de Energia em cada NUTS III, como núcleo qualificado de apoio à decisão política, dinamizador das boas práticas de gestão e dos instrumentos de monitorização, avaliação e benchmarking. Estas entidades deverão assentar a sua actividade em Planos de Acção, elaborados para cada NUTS III, cuja formulação deverá ser acompanhada por instituições de ensino superior e/ou I&D de reconhecido mérito técnico específico.
4.
Além de cooperar na prossecução das estratégias nacionais (como o Plano Nacional de Estratégia para a Energia, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 169/2005, de 24 de Outubro, o Plano Nacional de Alterações Climáticas, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 164/2005, ou o Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 80/2008, de 20 de Maio) a administração local, deve empenhar-se em:
a) Garantir o cumprimento rigoroso dos regulamentos associados ao Sistema de Certificação Energética dos Edifícios (Decretos-Leis n.º 78/2006, de 4 de Abril, n.º 79/2006 de 4 de Abril, e n.º 80/2006, de 4 de Abril); b) Colaborar activamente com as Agências de Energia na abordagem da problemática energética dos municípios ou da região e na elaboração e implementação dos seus planos de acção; c) Garantir a coordenação entre os planos de acção para a energia e as agendas XXI locais.” Instrumentos de Natureza Especial Com incidência no concelho de Salvaterra de Magos existe o Plano de Ordenamento da Albufeira de Águas Públicas de Magos (Resolução do Conselho de Ministros n.º 169/2008, de 21 de novembro);
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não obstante, apesar do concelho estar abrangido por este Plano Especial de Ordenamento do Território (PEOT) em termos estratégicos, o território de incidência propriamente dito do mesmo não coincide com a área de implantação do presente projeto. Instrumentos de Política Sectorial Plano de Bacia Hidrográfica (PBH) do Tejo Os PBH definem as orientações de valorização, proteção e gestão equilibrada da água, de âmbito territorial, para uma bacia hidrográfica ou agregação de pequenas bacias hidrográficas, de acordo com o Despacho Ministerial de 98.12.31 e com o Decreto-Lei n.º 45/94, de 22 de fevereiro. O PBH do Tejo foi aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 18/2001, de 7 de dezembro (publicado no Diário da República n.º 283, 1.ª Série - B), retificado pela Declaração de Retificação n.º 21-E/2001, de 31 de dezembro (Diário da República n.º 301, I Série B, 7.º Suplemento). A bacia hidrográfica do rio Tejo cobre um total de mais de 80500 km2, dos quais 24650 km2 (excluída a área do estuário) são em Portugal. São totalmente abrangidos os distritos de Santarém e Castelo Branco e uma parte significativa dos distritos de Lisboa, Leiria, Portalegre, Guarda, Évora, Setúbal e Coimbra. Ficam assim envolvidos total ou parcialmente 94 concelhos, onde residem cerca de 3,5 milhões de habitantes. O concelho de Salvaterra de Magos, na área de estudo, insere-se no PBH do Tejo através da subbacia do Tejo 3, integrando a Unidade Hidrológica de Planeamento (UHP) correspondente ao 08 – Baixo Tejo. As principais linhas estratégicas definidas pelo PBH e aplicáveis a todo o território abrangido por este instrumento são as seguintes: −
Resolução das carências básicas de infraestruturas;
−
Resolução das disfunções ambientais associadas aos meios hídricos;
−
Prevenção e valorização do Património Natural;
−
Proteção da Segurança e Saúde das Pessoas e Bens.
É de referir que se encontram em fase de revisão do processo de Consulta Pública (à data de elaboração deste Relatório) os Planos de Gestão de Região Hidrográfica (PGRH), de acordo com o preconizado pela Directiva 2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro, ou
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Directiva Quadro da Água (DQA), transportada para a ordem jurídica nacional pela Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro (Lei da Água) e pelo Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 março. Os PGRH são instrumentos de planeamento das águas que têm por objetivo constituírem-se como a base de suporte à gestão, à proteção e à valorização ambiental, social e económica das águas. A elaboração destes planos é da competência das Administrações das Regiões Hidrográficas (ARH), neste caso específico, da ARH do Tejo, I.P. O PGRH correspondente à área de estudo integrará a Região Hidrográfica do Tejo (RH5). Plano Regional de Ordenamento Florestal (PROF) do Ribatejo Os PROF são instrumentos sectoriais de gestão territorial que estabelecem as normas de intervenção sobre a ocupação e a utilização dos espaços florestais, encontrando-se previstos na Lei de Bases da Política Florestal (Lei n.º 33/96, de 17 de agosto) e regulados pelo Decreto-Lei n.º 204/99, de 9 de junho. O PROF do Ribatejo, cujo espaço de intervenção abrange a área de estudo incluída no concelho de Salvaterra de Magos, foi aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 16/2006, de 19 de outubro, suspenso através da Portaria n.º 62/2011, de 2 de fevereiro. Este plano abrange os municípios de Abrantes, Alcanena, Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Constância, Coruche, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Golegã, Ourém, Rio Maior, Salvaterra de Magos, Santarém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha. A organização dos espaços florestais e respetivo zonamento nestas regiões é feita ao nível de subregiões homogéneas que correspondem a unidades territoriais com elevado grau de homogeneidade relativamente ao perfil das funções dos espaços florestais e às suas características, possibilitando a definição territorial de objetivos de utilização, como resultado da otimização combinada de três funções principais. Neste contexto, o concelho da área em estudo encontra-se interpolado na subregião homogénea da Lezíria.
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Fonte: PROF do Ribatejo; Adaptado; s/escala
Figura 8 - Extrato do Mapa Síntese do Plano Regional de Ordenamento Florestal (PROF) do Ribatejo, com implantação da área de estudo Verifica-se que na zona de desenvolvimento do projeto se encontra delimitado um Corredor Ecológico associado ao rio Tejo e respetivos afluentes. De acordo com o PROF, os corredores ecológicos são considerados zonas sensíveis para a conservação e entendem-se como as “faixas que promovam a conexão entre áreas florestais
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dispersas, favorecendo o intercâmbio genético, essencial para a manutenção da Biodiversidade”. (Artigo 4.º). As normas a aplicar, no âmbito do planeamento florestal, são as consideradas para as funções de proteção e de conservação, nomeadamente a subfunção de proteção da rede hidrográfica, com objetivos de gestão e intervenções florestais ao nível da condução e restauração de povoamentos nas galerias ripícolas, bem como a subfunção de conservação de recursos genéticos, com objetivos de gestão da manutenção da diversidade genética dos povoamentos florestais e manutenção e fomento dos próprios corredores ecológicos (Artigo 10.º). Instrumentos de Planeamento Territorial - Planos Municipais de Ordenamento do Território (PMOT) Neste ponto pretende-se identificar os modelos de desenvolvimento e ordenamento do território consubstanciados nos PMOT com base nos seus elementos fundamentais, conforme definido na legislação em vigor. Planos Diretores Municipais (PDM) Os PDM estabelecem o modelo de estrutura espacial do território municipal, constituindo uma síntese da estratégia de desenvolvimento e ordenamento local, integrando as opções de âmbito nacional e regional, com incidência na respetiva área de intervenção. O modelo da estrutura espacial do território assenta na classificação e desenvolvimento do solo através da qualificação do mesmo. A área de estudo é integralmente abrangida pelo PDM do município de Salvaterra de Magos ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 145/2000, de 27 de outubro; com as alterações introduzidas pela Deliberação n.º 548/2010, de 19 de março, Declaração de Retificação n.º 648/2010, de 31 de março e Aviso n.º 21122/2010, de 21 de outubro. À data de elaboração deste relatório, o PDM encontrava-se em fase de revisão (publicada através do Edital n.º 584/2005, de 28 de outubro), encontrando-se na etapa de finalização da análise dos estudos sectoriais, assim como da estratégia e cenários de desenvolvimento. Classes e Categorias de Espaço Como poderá ser verificado através da análise da Planta de Ordenamento do PDM de Salvaterra de Magos (Desenho n.º 4) a área de estudo do Parque Fotovoltaico encontra-se totalmente inserida em solo rural, nomeadamente Espaços Agrícolas - Área Agrícola da RAN (num total de 5,10 ha).
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Planos de Urbanização e Planos de Pormenor Os PDM definem ainda a necessidade de criação de planos a uma escala maior, ou seja, mais detalhados, para algumas zonas dos concelhos, nomeadamente Planos de Pormenor (PP) e Planos de Urbanização (PU). Estes planos visam uma maior organização do território com consequente melhoria da qualidade de vida das populações. Os PU definem a organização espacial de uma parte do território municipal integrada num perímetro urbano que exija uma intervenção integrada de planeamento. Através dos PP desenvolvem-se e concretizam-se propostas de organização espacial de qualquer área específica do território municipal, definindo-se com detalhe a forma de ocupação e servindo de base aos projetos de execução das infraestruturas, da arquitetura dos edifícios e dos espaços exteriores, de acordo com as prioridades definidas em sede de PDM ou de PU. Apresenta-se, no Quadro 7, a listagem dos PU e PP aprovados no concelho de Salvaterra de Magos. Quadro 7 - PU e PP aprovados Planos de Urbanização PGU - de Salvaterra de Magos - Portaria do Diário da República n.º 272 da II Série, de 25 de novembro de 1978, alterado pela Declaração do Diário da República n.º 183, II Série, de 10 de agosto de 1989 e pela Declaração do Diário da República n.º 195, II Série, de 25 de agosto de 1992 (é revogado em tudo o que colide com as disposições contidas no PDM-SM e Plano de Pormenor da Coitadinha) Planos de Pormenor PP - da Coitadinha - Portaria n.º 374/99, de 21 de maio, alterado pelo Aviso n.º 12597/2008, de 22 de abril PP - da Herdade N.ª Sr.ª da Glória - Aviso n.º 775/2010, de 12 de janeiro
Constata-se a não existência de quaisquer Planos aprovados (que possuam força jurídica), no âmbito territorial definido para o atual projeto.
4.5.3
Condicionantes ao Uso do Solo
Este ponto compreende o levantamento e análise das restrições e servidões de utilidade pública em vigor, nomeadamente reservas e zonas de proteção. As condicionantes e as servidões administrativas têm por finalidade a conservação do património natural e edificado e a proteção das infraestruturas e equipamentos. No município de Salvaterra de Magos aplicam-se todas as servidões administrativas e restrições de utilidade pública constantes da legislação em vigor e no estipulado nos Elementos Fundamentais do EIncA do Sistema de Miniprodução Fotovoltaica da Agroforest, Lda.
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PDM consultado. São ainda apresentados os extratos das Plantas de Condicionantes constantes do PDM de Salvaterra de Magos (Desenho n.º 5), denominadas Planta de Condicionantes – Servidões, Restrições de Utilidade Pública, RAN e REN e, Planta de Condicionantes – Montados de sobro e Áreas percorridas por Incêndios florestais.
4.5.3.1
Recursos Naturais
Recursos Agrícolas e Florestais Reserva Agrícola Nacional (RAN) A RAN foi primeiramente instituída pelo Decreto-Lei n.º 451/82, de 16 de novembro, tendo sido revogada pelo Decreto-Lei n.º196/89, de 14 de junho e mais recentemente pelo Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março (alterado pela Portaria n.º 162/2011, de 18 de abril, com Declaração de Retificação n.º 15/2011, de 23 de maio). A RAN é uma restrição de utilidade pública, constituída por um “conjunto de áreas que em termos agro-climáticos, geomorfológicos e pedológicos apresentam maior aptidão para a actividade agrícola.” Os solos incluídos na RAN (Artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março) pertencem às classes A1 e A2. Na ausência desta classificação integram-se na RAN as áreas com solos de capacidade de uso A, B e Ch, as áreas com unidades de solos classificados como baixas aluvionares e coluviais as áreas em que as classes e unidades supramencionadas estejam maioritariamente representadas quando em complexo com outras classes e unidades de solos. Estes solos devem ser exclusivamente dedicados à agricultura, sendo proibidas todas as acções que “(…) diminuam ou destruam as suas potencialidades para o exercício da actividade agrícola das terras e solos da RAN”. Encontra-se prevista a utilização não agrícola das áreas de RAN desde que não exista alternativa viável fora das terras e solos da RAN, no que respeita às componentes técnica, económica, ambiental e cultural, devendo localizar-se nas terras e solos classificados como de menor aptidão e quando estejam em causa: d) Instalações ou equipamentos para produção de energia a partir de fontes de energia renováveis;” (Artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março). Segundo o Artigo 25.º do diploma supramencionado, “nas áreas de RAN podem ser realizadas as acções de relevante interesse público que sejam reconhecidas como tal por despacho conjunto do membro do Governo competente pela área de desenvolvimento rural e do membro do Governo competente em razão da matéria, desde que não se possam realizar de forma adequada em áreas
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não integradas na RAN.” Refira-se que os efeitos de reconhecimento de interesse público, referidos anteriormente, prevalecem sobre um eventual parecer prévio desfavorável. A RAN no concelho de Salvaterra de Magos encontra-se aprovada através da Portaria n.º 535/94, de 8 de julho. Como já anteriormente referido, a área de estudo insere-se, na sua totalidade, em território classificado ao abrigo da RAN, tendo em conta que na exploração/propriedade da Agroforest dominam os solos maioritariamente de aluvião com elevada produtividade, em muito devido à proximidade do rio Tejo. Dominam, em geral, as culturas arvenses de regadio, em particular de milho. Na área de estudo existe então, cerca de 5,10 ha de RAN, que corresponde à globalidade da mesma. A zona encontra-se parcialmente agricultada com cultura de tomate, sendo que a maior parcela corresponde a espaço de pastagem. Recursos Ecológicos Reserva Ecológica Nacional (REN) A REN, primeiramente criada pelo Decreto-Lei n.º 321/83, de 5 de julho, foi revogada pelo DecretoLei n.º 93/90, de 19 de março, que no artigo 1.º estabelece o seguinte: “A Reserva Ecológica Nacional, adiante designada por REN, constitui uma estrutura biofísica básica e diversificada que, através do condicionamento à utilização de áreas com características ecológicas específicas, garante a protecção de ecossistemas e a permanência e intensificação dos processos biológicos indispensáveis ao enquadramento equilibrado das actividades humanas.” Ulteriormente o Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de março sofreu alterações, nomeadamente pelo Decreto-Lei n.º 316/90, de 13 de outubro, Decreto-Lei n.º 213/92, de 12 de outubro, Decreto-Lei n.º 79/95, de 20 de abril e Decreto-Lei n.º 203/2002, de 1 de outubro. Contudo, da experiência da aplicação do regime da REN, surge a necessidade de uma revisão com base em pressupostos fundamentais, como sejam: o reforço da importância estratégica da REN, a manutenção da natureza jurídica da REN enquanto restrição de utilidade pública, articulação com outros instrumentos de política de ambiente e de ordenamento do território, simplificação, racionalização e transparência de procedimentos de delimitação e gestão e, por fim, a identificação de usos e ações compatíveis com cada categoria de áreas integradas na REN. Assim, com o Decreto-Lei n.º 180/2006, de 6 de setembro (o anexo IV foi rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 76/2006, de 6 de setembro), deu-se início a uma alteração preliminar do regime
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jurídico da REN, verificando-se uma revisão mais profunda e global deste regime jurídico com o Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto (Artigo 4.º, n.º 2, alínea l) e Anexo II, retificados pela Declaração de Rectificação n.º 63-B/2008), atualmente em vigor. A REN abrange áreas de proteção do litoral, áreas relevantes para a sustentabilidade do ciclo hidrológico terrestre e áreas de prevenção de riscos naturais. Nas áreas incluídas em REN “são proibidas as acções de iniciativa pública ou privada que se traduzam em operações de loteamento, obras de urbanização, construção ou ampliação, vias de comunicação, escavações, aterros e destruição do revestimento vegetal, não incluindo as acções necessárias ao normal e regular desenvolvimento das operações culturais de aproveitamento agrícola do solo e das operações correntes de condução e exploração dos espaços florestais” (Artigo 20.º, n.º 1, Capítulo III do Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto). Excetuam-se do disposto anteriormente “os usos e as acções que sejam compatíveis com os objectivos de protecção ecológica e ambiental e de prevenção e redução de riscos naturais de áreas integradas em REN” (n.º 2 do Artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 166/2008). A REN, no concelho de Salvaterra de Magos, encontra-se aprovada através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 184/97, de 28 de outubro, alterada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 169/2008, de 21 de novembro, na zona abrangida pelo Plano de Ordenamento da Albufeira de Magos. Foi disponibilizada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) a Carta da REN do município de Salvaterra de Magos, a qual permite aferir que toda a área de implantação do sistema de miniprodução fotovoltaica se encontra abrangido por este regime. Não obstante, uma vez que a Carta de REN enviada pela CCDR não se encontra diferenciada por ecossistemas optou-se pela utilização, em termos analíticos para diferenciação dos ecossistemas, da Planta da REN – Ecossistemas, constante do PDM de Salvaterra de Magos (Desenho n.º 6). Neste sentido, o ecossistema presente corresponde a “Zona ameaçada pela cheia”, o qual abrange integralmente a área de estudo, à semelhança do já referido para a RAN. As Zonas ameaçadas pelas cheias “compreendem a área contígua à margem de um curso de água que se estende até à linha alcançada pela cheia com período de retorno de 100 anos ou pela maior cheia conhecida, no caso de não existirem dados que permitam identificar a cheia centenária.” (Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto).
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Nestas zonas podem ser realizados os usos e ações que não coloquem em causa, cumulativamente, as seguintes funções: i)
Prevenção e redução do risco, garantindo a segurança de pessoas e bens;
ii)
Garantia das condições naturais de infiltração e retenção hídricas;
iii)
Regulação do ciclo hidrológico pela ocorrência dos movimentos de transbordo e de retorno das águas;
iv)
Estabilidade topográfica e geomorfológica dos terrenos em causa;
v)
Manutenção da fertilidade e capacidade produtiva dos solos inundáveis.
4.5.3.2
Infraestruturas
Rede Elétrica A constituição de servidões administrativas respeitantes a infraestruturas de produção, transporte e distribuição de energia elétrica segue o regime previsto nos Artigos 54.º e 56.º do Regulamento para Instalações Elétricas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 26 852, de 30 de julho de 1936, no Artigo 51.º do Decreto-Lei n.º 43 335, de 19 de novembro de 1960 e no Artigo 38.º do Decreto-Lei n.º 182/95, de 27 de julho. As instalações elétricas devem garantir afastamentos mínimos de modo a eliminar todo o perigo previsível para as pessoas e a evitar danos em bens materiais, não devendo perturbar a livre e regular circulação nas vias públicas ou particulares, nem afetar a segurança do caminho-de-ferro, prejudicar outras linhas de energia ou de telecomunicação, ou causar danos às canalizações de água, gás ou outras (Artigo 5.º do Regulamento de Segurança de Linhas Elétricas de Alta Tensão aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 1/92, de 18 de fevereiro e Artigo 1.º do Regulamento de Segurança de Redes de Distribuição de Energia Elétrica em Baixa Tensão aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 90/84, de 26 de dezembro). Os afastamentos mínimos resultantes destes Regulamentos de Segurança são restrições que devem ser observadas aquando da instalação das redes elétricas ou no ato de licenciamento de edificações a localizar na proximidade das linhas elétricas já existentes. Na área de estudo encontra-se o Posto de Transformação (PT) onde se irá ligar os cabos do parque fotovoltaico.
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4.6
Património Cultural
4.6.1
Metodologia
Os trabalhos arqueológicos que aqui se apresentam foram executados segundo o Regulamento dos Trabalhos Arqueológicos (Decreto-Lei n.º 270/99, de 15 de julho) e os Decretos-Lei n.º 114/2012 e n.º 115/2012, de 25 de maio (Lei orgânica das Direções Regionais de Cultura e da Direção-Geral do Património Cultural, respetivamente), cumprindo os termos de referência para o descritor património arqueológico em estudos de Impacte Ambiental (Circular do Instituto Português de Arqueologia, de 10 de setembro de 2004). O pedido de autorização de trabalhos arqueológicos (P.A.T.A.) foi enviado à Direção Geral de Património Cultural, no dia 26 de junho de 2012, com a direção científica de João Albergaria. Devido a constrangimentos extraordinários, as prospeções arqueológicas foram realizadas excecionalmente numa data anterior ao previsto na legislação vigente.
4.6.1.1
Levantamento de informação
Escala de análise espacial A situação atual do fator Património circunscreve uma pequena área de enquadramento histórico (círculo com 500 m de diâmetro), que tem a finalidade de facilitar a integração dos elementos patrimoniais eventualmente registados nas prospeções arqueológicas. A área de projeto corresponde à zona de implantação dos painéis fotovoltaicos (aproximadamente 394 m²). Considera-se como área de impacte direto a área efetivamente ocupada pelos painéis, enquanto a área de impacte indireto corresponde a um círculo com 100 m de diâmetro, em torno do ponto central do projeto.
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Recolha bibliográfica O levantamento da informação de cariz patrimonial e arqueológico incidiu sobre os seguintes recursos: −
Portal do Arqueólogo: Sítios (Base de Dados Nacional de Sítios Arqueológicos)2 da responsabilidade da Direção Geral do Património Cultural (DGPC).
−
Inventário dos Bens com proteção legal3 da responsabilidade do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR).
−
Sistema de Informação para o Património Arquitetónico do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana4.
−
IGeoE-SIG: Instituto Geográfico do Exército5
−
Plano Diretor Municipal de Salvaterra de Magos, ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros nº 145/2000, DR nº 249, Série I-B, de 27/10/2000, 6023-6049
−
Câmara Municipal de Salvaterra de Magos: Conhecer o concelho: Locais de interesse (http://www.cm-salvaterrademagos.pt/concelho/locaisdeinteresse, 02/07/2012)
−
Câmara
Municipal
de
Salvaterra
de
Magos:
Consulta
aos
PMOT
(http://websig.cm-
salvaterrademagos.pt/index.php?module=pdm&Itemid=232, 02/07/2012) Análise toponímica A análise dos topónimos recenseados na CMP 1:25.000 verificou a ausência de topónimos com potencial significado arqueológico na área de projeto do empreendimento em estudo.
4.6.1.2
Prospeção arqueológica
As prospeções arqueológicas realizaram-se no dia 5 de julho de 2012, de forma sistemática, ao longo de toda a área de projeto.
2
http://arqueologia.igespar.pt/index.php?sid=sitios http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/benscomproteccaolegal/ 4 http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPASearch.aspx?id=0c69a68c-2a18-4788-930011ff2619a4d2 5 http://www.igeoe.pt/ 3
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Visibilidade do terreno O descritor de visibilidade do terreno encontra-se organizado em duas categorias subordinadas: a primeira consiste numa análise geral da visibilidade do terreno, que permite distinguir as grandes unidades de observação; a segunda distingue-se pela necessidade de pormenorizar o grau de visibilidade boa do terreno (ver Quadro 9). Quadro 8 - Graus de visibilidade do terreno Visibilidade má do terreno
1
Visibilidade mista do terreno
2
Visibilidade média do terreno
3
Intransponível ao percurso pedestre. Arvoredo denso, mas com o mato medianamente limpo. Facilita o percurso pedestre e a observação geral do terreno. Arvoredo pouco denso e com vegetação acima do joelho. Facilita o percurso pedestre e a observação de construções. Arvoredo pouco denso e com vegetação abaixo do joelho.
Visibilidade boa do terreno
4
Facilita o percurso pedestre, a observação de construções e de materiais arqueológicos. Sem arvoredo, com vegetação abaixo do joelho, grande
Solo urbano
5
quantidade de entulho e de lixo recente. Observação de construções, mas superfície de solo original sem qualidade de observação. Sem arvoredo, sem vegetação e com o terreno
Aterros e escavações
completamente revolvido.
6
Superfície do solo original sem qualidade de observação. Área vedada
7
Intransponível ao percurso pedestre.
Terreno de forte inclinação
8
Percurso pedestre dificultado por questões de segurança. Arvoredo pouco denso e vegetação rasteira.
Áreas de fogo e de desmatação
9
Facilita o percurso pedestre, a observação de construções e de materiais arqueológicos.
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Quadro 9 - Graus de diferenciação do descritor 4 Vegetação rasteira a cobrir a quase totalidade do solo. Visibilidade mínima da superfície do solo
4.1
Observação facilitada de construções, mas com identificação difícil de materiais arqueológicos. Vegetação rasteira a cobrir parcialmente o solo.
Visibilidade intermédia da superfície do solo Visibilidade elevada da superfície do solo
4.2
Observação facilitada de construções e identificação razoável de materiais arqueológicos.
4.3
Solo limpo por trabalhos agrícolas recentes. Observação facilitada de construções e de materiais arqueológicos.
Ficha de sítio O registo dos sítios com valor patrimonial identificados no decorrer dos trabalhos de campo é feito numa ficha criada para este efeito. A Ficha de Sítio encontra-se organizada em cinco grupos de descritores relacionados com os seguintes objetivos: −
Identificação;
−
Localização administrativa e geográfica;
−
Descrição da Paisagem;
−
Caracterização do material arqueológico;
−
Caracterização das estruturas;
−
Avaliação e classificação do valor patrimonial;
−
Avaliação e classificação do valor de impacte patrimonial. Quadro 10 - Grupo de descritores relacionado com a identificação do Sítio Número Designação
CNS
Tipo de sítio
Numeração sequencial dos sítios identificados. Nome do lugar identificado ou do topónimo mais próximo situado na mesma freguesia. Classificação Numérica de Sítios, atribuída na Base de Dados Endovélico (IGESPAR, I.P.). Utilização de listagem existente na Base de Dados Endovélico (IGESPAR,
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I.P.).
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Período
Tipo de trabalhos realizados
Utilização de listagem existente na Base de Dados Endovélico (IGESPAR, I.P.). Utilização de listagem existente na Base de Dados Endovélico (IGESPAR, I.P.).
Classificação oficial
Tipo de Classificação Oficial.
Legislação
Decreto-Lei que define a Classificação Oficial.
ZEP
Zona Especial de Proteção, com o Decreto-Lei que a define.
Quadro 11 - Grupo de descritores relacionado com a localização do Sítio Topónimo
Topónimo na CMP 1:25000 mais próximo situado na mesma freguesia.
Lugar
Nome do lugar situado mais próximo, considerando sempre as fontes orais.
Freguesia
Freguesia onde está localizado.
Concelho
Concelho onde está localizado.
Sistemas de Coordenadas
Coordenadas UTM, com o datum Europeu.
C.M.P.
Número da folha da Carta Militar de Portugal esc. 1:25.000
Quadro 12 - Grupo de descritores relacionado com a descrição da paisagem envolvente Acessibilidade
Tipo de Acessos e respetiva inventariação.
Âmbito geológico
Caracterização geológica sumária do local de implantação do sítio.
Relevo
Descrição sumária do relevo onde o sítio se encontra implantado.
Coberto vegetal
Descrição sumária da vegetação que cobre e circunda o sítio.
Uso do solo
Descrição do uso do solo no local implantação do sítio.
Controlo Visual da Paisagem
Descreve a amplitude da paisagem observável a partir do sítio.
Tipo de vestígios identificados
Caracterização dos vestígios que permitiram a identificação do sítio.
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Quadro 13 - Grupo de descritores relacionado com a caracterização do material arqueológico Área de dispersão Tipo de dispersão Tipo de material presente Características do material identificado Cronologia do material identificado
Caracterização da área de dispersão do material arqueológico. Caracterização da forma como o material arqueológico se distribui pela área do sítio. Recenseamento dos tipos de material arqueológico observados no sítio. Descrição mais pormenorizada do material arqueológico observado.
Caracterização cronológica do material arqueológico observado.
Quadro 14 - Grupo de descritores relacionado com a caracterização das estruturas Estado de conservação
Caracterização do estado de conservação das estruturas.
Descrição da planta e relação
Descrição da forma como as estruturas identificadas se organizam
espacial das estruturas
espacialmente.
Modo de Construção
Descrição do modo de construção de cada estrutura.
Materiais de Construção
Descrição dos materiais usados na construção de cada estrutura.
Descrição das estruturas Interpretação funcional das estruturas Elementos datantes da estrutura
Descrições das características de cada estrutura que não tenham sido assinaladas nos campos anteriores. Proposta da função de cada estrutura.
Registo de eventuais elementos datantes intrínsecos a cada estrutura.
Registo fotográfico O registo fotográfico realizado teve como objetivos a obtenção de imagens da paisagem envolvente, do relevo e da vegetação que cobria o terreno, na área que será afetada por este projeto. Registo cartográfico A área de projeto e o grau de visibilidade do terreno constam na cartografia do projeto de execução (Desenho n.º 7).
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Informação oral No decorrer das prospeções arqueológicas sistemáticas não se obteve informação oral relevante para este estudo.
4.6.1.3
Valor patrimonial
A avaliação do Valor Patrimonial é obtida a partir dos descritores considerados mais importantes para calcular o valor patrimonial de cada sítio. O valor patrimonial é calculado usando as categorias apresentadas no Quadro 16, às quais é atribuída uma valoração quantitativa. Quadro 15 - Fatores usados na Avaliação Patrimonial e respetiva ponderação Valor da Inserção Paisagística
2
Valor da Conservação
3
Valor da Monumentalidade
2
Valor da raridade (regional)
4
Valor científico
7
Valor histórico
5
Valor Simbólico
5
Por Valor da Inserção Paisagística entende-se a forma como o sítio se relaciona com o espaço envolvente, se esta relação acrescenta ou não valor ao sítio, assim como a avaliação da qualidade desse espaço. Se, por exemplo, a paisagem onde o sítio se encontra se apresentar semelhante à paisagem original, entenda-se a paisagem contemporânea da construção e utilização do sítio, a sua inserção paisagística será considerada “com interesse”. Se não for possível determinar este valor, o mesmo não contribuirá para o cálculo do Valor Patrimonial. Quadro 16 - Descritores do Valor de Inserção Paisagística e respetivo valor numérico Com Interesse
5
Com pouco interesse
2
Sem Interesse
1
Indeterminável
Nulo
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O Valor da Conservação avalia o estado de conservação da incidência patrimonial em questão. Do valor deste item pode depender uma decisão de conservação e/ou restauro de um sítio, já que é mais profícuo, se todas as outras variáveis forem iguais, investir na conservação de um sítio em bom estado do que num sítio em mau estado. O nível de conservação de um sítio soterrado é desconhecido, portanto este critério não será tido em conta na determinação do Valor Patrimonial. Quadro 17 - Descritores do Valor da Conservação e respetivo valor numérico Bom
5
Regular
2
Mau
1
Desconhecido
Nulo
O Valor da Monumentalidade considera o impacto visual da incidência patrimonial no meio envolvente, dadas as suas características arquitetónicas e artísticas. Avalia simultaneamente o impacto que resulta de uma intenção evidente dos construtores do sítio em questão e o impacto que é atualmente observável, que decorre da evolução do sítio e da paisagem onde se insere, assim como da evolução das categorias culturais que reconhecem, ou não, a monumentalidade de um sítio. É claro que a atribuição deste valor deve ser avaliada regionalmente. A valorização das suas características arquitetónicas e artísticas será feita tendo em consideração a sua relevância a nível regional. Também neste caso não será possível determinar o Valor da Monumentalidade de um sítio totalmente enterrado e nesse caso este critério não será tido em conta na determinação do Valor Patrimonial. Quadro 18 - Descritores do Valor da Monumentalidade e respetivo valor numérico Elevado
5
Médio
2
Reduzido
1
Indeterminável
Nulo
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O Valor da Raridade é determinado pela quantidade de incidências patrimoniais com as mesmas características daquela que se encontra em avaliação na região em estudo. Haverá situações, por incapacidade de caracterizar convenientemente o objeto em estudo, em que se desconhecerá a raridade do mesmo. Nesse caso este critério não será tido em conta na determinação do Valor Patrimonial. Quadro 19 - Descritores do Valor da Raridade e respetivo valor numérico Único
5
Raro
4
Regular
2
Frequente
1
Desconhecido
Nulo
O Valor Científico é o resultado do potencial que se atribui, ao sítio em avaliação, para o conhecimento das sociedades que o construíram e utilizaram. Este valor é independente da antiguidade atribuída à incidência patrimonial em questão. Mais uma vez, se este valor for indeterminável, não será tido em conta na determinação do Valor Patrimonial. Quadro 20 - Descritores do Valor Científico e respetivo valor numérico Elevado
5
Médio
2
Reduzido
1
Indeterminável
Nulo
No Valor Histórico valoriza-se a importância que a incidência patrimonial tem como objeto representativo de um determinado período histórico na região em questão. Neste caso a antiguidade do objeto já será considerada, visto que, em geral, conservam-se menos vestígios dos períodos históricos mais recuados, o que aumenta a importância de cada vestígio singular. Também é considerado na atribuição deste valor que para o conhecimento das sociedades préhistóricas, assim como para o conhecimento de muitos aspetos das sociedades históricas e mesmo contemporâneas, os vestígios materiais são a única fonte de informação disponível.
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Também neste caso é possível que este valor seja indeterminável e consequentemente não será utilizado no cálculo do valor patrimonial. Quadro 21 - Descritores do Valor Histórico e respetivo valor numérico Elevado
5
Médio
2
Reduzido
1
Indeterminável
Nulo
Com o Valor Simbólico pretende-se avaliar a importância que a incidência patrimonial tem para as comunidades que usufruem dela atualmente. A atribuição deste valor depende da perceção do lugar do objeto na identidade comunitária, da relação afetiva que as populações mantêm com ele, da importância na sua vivência social e religiosa. Se não for possível determinar este valor, o mesmo não será usado para calcular o Valor Patrimonial. Quadro 22 - Descritores do Valor Simbólico e respetivo valor numérico Elevado
5
Médio
2
Reduzido
1
Indeterminável
Nulo
O Valor Patrimonial resulta pois da avaliação dos sete fatores anteriormente descritos. Esta avaliação decorre da observação do sítio e análise da informação existente sobre o mesmo. Classifica-se cada sítio segundo um determinado “valor” (Inserção Paisagística, Conservação, Monumentalidade, etc.), através de uma valoração qualitativa (Elevado, Médio, Reduzido, por exemplo) à qual é atribuído um valor numérico conforme os quadros anteriores. Como se considera que os ditos fatores não devem pesar da mesma forma no Valor Patrimonial, são ponderados de forma diferenciada, conforme os valores apresentados no Quadro 16. Assim, o Valor Patrimonial é um índice que resulta da soma dos produtos dos vários critérios apresentados com o valor de ponderação, dividida pelo número total de categorias consideradas, ou seja:
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(Valor da Inserção Paisagística*2) + (Valor da Conservação*3) + (Valor da Monumentalidade*2) + (Valor da raridade*4) + (Valor cientifico*7) + (Valor histórico*5) + (Valor Simbólico*5) / 7 Se todos os fatores forem considerados, o Valor Patrimonial mais baixo atribuível será igual a 4, enquanto o valor mais alto será igual a 20. Só será obtido um valor patrimonial inferior a 4, o que corresponde à Classe E de Valor Patrimonial, se os únicos fatores considerados no cálculo do Valor Patrimonial forem aqueles cujo grau de ponderação é o mais baixo, a saber, o Valor da Inserção Paisagística, o Valor da Conservação e o Valor da Monumentalidade. Num caso destes, o Valor Patrimonial obtido reflete sobretudo o desconhecimento acerca da incidência patrimonial em questão e portanto deve ser manuseado com muita cautela. Conforme o Valor Patrimonial cada incidência patrimonial é atribuível a uma Classe de Valor Patrimonial, correspondendo a Classe A às incidências patrimoniais de valor mais elevado e a classe E às incidências patrimoniais com menor valor. Quadro 23 - Relação entre as classes de Valor Patrimonial e Valor Patrimonial
4.6.2
Significado
Classe de Valor Patrimonial
Valor Patrimonial
Muito elevado
A
≥16 ≤20
Elevado
B
≥12 <16
Médio
C
≥8 <12
Reduzido
D
≥4 <8
Muito reduzido
E
<4
Breve enquadramento histórico
O estudo da ocupação humana no território onde se desenvolve este projeto tem como objetivo, no âmbito deste trabalho, compreender a evolução da ocupação humana neste espaço específico, de forma a melhor enquadrar e avaliar as incidências patrimoniais identificadas e os futuros impactos sobre a paisagem cultural que resultarão desta obra. Assim, neste capítulo esboça-se a evolução histórica do território ocupado pela área de enquadramento histórico definida, pois a sua intenção não é a história da região onde se implanta este equipamento, mas a evolução da ocupação humana neste espaço específico. O território abrangido neste projeto está naturalmente condicionado pela vizinhança ao rio Tejo (localizado a cerca de 300 m de distância no sentido NO), pela constituição de depósitos de aluvião no local (resultantes do antigo leito de cheia do rio Tejo) e pela relativa proximidade do concheiro da EIncA do Sistema de Miniprodução Fotovoltaica da Agroforest, Lda.
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Cova da Onça (CNS 10545), do povoado neolítico de ORZ 1 (CNS 5104) e do sítio paleolítico dos Ramalhais (CNS 14499). Convém referir que estes sítios arqueológicos estão localizados a mais de 3 km de distância da área de projeto, no sentido este. Após a importante ocupação humana no decorrer da pré-história antiga, o povoamento desta zona destaca-se no período medieval com a afirmação social e económica do lugar de Salvaterra de Magos. Assim, o núcleo medieval (o Foral de Salvaterra de Magos data de 1295, a Igreja Paroquial de S. Paulo é datada de 1296), o lugar vai aumentando de prestígio e estatuto, devido à sua proximidade com Lisboa e aos bons solos agrícolas. Mas o apogeu desta terra viria com o período moderno e com a construção do Paço Real no século XVI, a Igreja da Misericórdia no século XVII e a Fonte do Arneiro em 1711. Com a presença sazonal dos reis e da respetiva corte, o palácio foi crescendo em edifícios e riqueza, mobilizando as gentes da terra, bem como, a economia local. A decadência local começou com a fuga da corte portuguesa para o Brasil, aquando das invasões napoleónicas e terminou com as guerras absolutistas e a derrota de D. Miguel (Salvaterra de Magos estava ao lado do partido derrotado). A partir desse momento, a vila de Salvaterra de Magos foi perdendo estatuto social e económico, embora a sua proximidade ao rio Tejo e a fertilidade das lezírias tenham contribuído para o desenvolvimento local no decorrer do século XIX e XX.
4.6.3
Caraterização da paisagem e do terreno
A área selecionada para a implantação deste equipamento de miniprodução fotovoltaica corresponde a uma zona plana, separada do rio Tejo por um pequeno talude de areias mais consolidadas.
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Fotografia 5 - Vista geral do terreno onde vai ser implantado o projeto
O terreno de aluvião (substrato rochoso formado por areias) apresentava boa visibilidade da superfície do solo, devido ao corte recente da seara. Por este motivo, a observação arqueológica foi sempre excelente, não tendo existido obstáculos físicos à progressão pedestre.
Fotografia 6 - Vista geral do terreno
4.6.4
Ocorrências patrimoniais
Os trabalhos realizados não revelaram a existência de ocorrências patrimoniais na área de projeto, quer de natureza arqueológica, quer arquitetónica ou etnográfica.
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5 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS
5.1
Considerações Iniciais
Tendo por base a descrição do projeto e a caracterização do ambiente na área de implantação, apresentadas nos Capítulos 3 e 4 respetivamente, procede-se neste capítulo à identificação e avaliação dos impactes ambientais potencialmente gerados pela construção e exploração do projeto. A avaliação de impactes baseia-se, de um modo direto, na sua classificação. O sistema de classificação de impactes possui dois grandes objetivos: −
Um consiste em fornecer informação sobre a natureza de um impacte, podendo daí tirar-se ilações úteis para a sua minimização, para o correto desenvolvimento do projeto e para o processo de decisão.
−
Outro é o de contribuir para a avaliação do significado do impacte, de uma forma qualitativa ou através de métodos quantitativos.
Deste modo, para a identificação e avaliação dos impactes, serão analisadas as características de cada fator ambiental e do projeto, seguindo-se a identificação dos focos de impacte e a avaliação e previsão dos impactes, com base em técnicas adequadas. A avaliação destes impactes, nas fases de construção e exploração do projeto, será efetuada com base numa descrição dos seus efeitos e numa caracterização qualitativa assente, fundamentalmente, nos seguintes parâmetros:
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Natureza/Sentido Valorativo
Positivo
Negativo
Incidência
Direto
Indireto
Duração Probabilidade ou Grau de Certeza
Temporário
Periódico
Certo
Provável
Local
Regional
Dimensão espacial
Reversível
Reversibilidade
Permanente Improvável/pouco provável Nacional Irreversível
Magnitude/Intensidade
Reduzida
Média
Elevada
Significado
Pouco significativo
Significativo
Muito significativo
O sentido valorativo de um impacte depende dos efeitos da ação na qualidade ambiental (positivos – tem efeitos benéficos, negativos – desvaloriza ou prejudica). A incidência de um impacte é direta quando este é gerado pelas ações do próprio projeto e indireta quando é gerado pela influência do projeto. Quanto à duração de um impacte, esta pretende definir se este se manifesta apenas durante um determinado período de tempo (temporário), se se manifesta ocasionalmente ao longo do período de vida útil do projeto (periódico) ou se se manifesta durante todo o período de vida do projeto (permanente). A probabilidade ou grau de certeza de ocorrência dos impactes é determinada a partir do conhecimento das características de cada ação e de cada fator ambiental. A dimensão espacial reporta a extensão do impacte, nomeadamente a área geográfica, a população ou outros recetores afetados. A reversibilidade de um impacte encontra-se relacionada com as suas consequências ao longo do tempo. Ou seja, é determinada consoante os respetivos efeitos permaneçam no tempo ou se anulem quando cesse a respetiva causa. Os impactes ambientais têm um carácter reversível, quando o estado atual do descritor ambiental (ou a sua normal evolução) possa ser recuperado, ou irreversível, quando o estado atual do descritor ambiental (ou a sua normal evolução) não possa ser recuperado. A magnitude de um impacte é determinada consoante o grau de agressividade de cada ação e a sensibilidade dos fatores ambientais afetados. Considera-se, a título de exemplo, como um impacte de magnitude elevada um impacte que provoca num fator ambiental uma perturbação que altera profundamente o seu estado atual.
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O significado de um impacte consiste na importância social ou ecológica que esse impacte representa, sendo uma variável mais subjetiva uma vez que depende da sensibilidade do avaliador. Poderão, em alguns fatores ambientais, serem considerados impactes de significado nulo ou irrelevante, que se definem como sendo impactes cuja análise não merece relevância. A avaliação do significado é influenciada pelos restantes descritores do impacte.
5.2
5.2.1
Geologia e Geomorfologia
Metodologia
Os impactes na geologia e geomorfologia de um projeto de um Parque Fotovoltaico ocorrerão essencialmente durante a sua fase de construção. As afetações resultam das intervenções ligadas às movimentações de terras e terraplenagens e ao grau de estabilidade natural dos materiais (escavação e aterro). A avaliação dos impactes no projeto terá como base a análise dessas intervenções. Os impactes geomorfológicos estão relacionados com eventuais fenómenos de instabilidade e erosão dos terrenos e a alteração da sua morfologia. Os impactes geológicos estão relacionados com o desmonte das formações geológicas (destruição do substrato geológico) e a afetação de áreas com recursos geológicos com interesse económico ou conservacionista.
5.2.2
Fase de Construção
Na fase de construção os impactes negativos serão mais significativos quanto maiores forem as escavações e aterros previstos, resultantes da implantação do parque fotovoltaico. Contudo, tal como se referiu no capítulo 3.2.2 (Terraplenagens), para a construção do projeto apenas está prevista a limpeza do terreno para eliminação de pequenos arbustos e plantas e a regularização do terreno. Deste modo, não serão necessárias movimentações significativas de terras nem trabalhos topográficos, uma vez que a estrutura de suporte dos módulos poderá ser ajustada para compensar pequenos desníveis do terreno e também acompanhar a sua orografia natural.
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A pequena vala prevista para a passagem de cabos terá cerca de 50 cm de largura e fará a ligação ao posto de transformação que se encontra a umas dezenas de metros do parque. A obra não necessitará de um estaleiro, estando apenas prevista uma área para parqueamento de máquinas leves (para a colocação das estruturas de suporte) e materiais, a qual estará limitada no tempo (20 dias úteis) e no espaço (junto ao parque fotovoltaico a construir). O acesso à frente de obra será efetuado através da rede de estradas e caminhos agrícolas existentes, não estando prevista a abertura de acessos temporários. Refira-se que o projeto não interfere com nenhuma falha tectónica ou com recursos geológicos com interesse económico ou conservacionista. Deste modo, considera-se que a adoção de medidas de mitigação gerais para a fase de construção eliminará, quase por completo, os impactes na geologia e geomorfologia, sendo os impactes residuais considerados negligenciáveis.
5.2.3
Fase de Exploração
Na fase de exploração do Sistema de Miniprodução Fotovoltaica da Agroforest, Lda., uma vez que não se preveem ações que impliquem movimentações de terras ou alterações no risco de erosão, não é expectável a ocorrência de impactes na geologia e geomorfologia.
5.2.4
Fase de Desativação
Na fase de desativação os impactes previstos serão resultantes do desmantelamento dos módulos e infraestruturas de suporte do parque fotovoltaico e serão similares aos referidos para a fase de construção.
5.3
5.3.1
Solos e Padrões de Ocupação do Solo
Solos
Em termos gerais, os impactes nos solos dependem, essencialmente, das alterações provocadas pelas movimentações de terras, assim como das alterações do regime hidrológico e dos níveis freáticos, podendo originar, direta ou indiretamente, modificações nas caraterísticas físicas e
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químicas dos solos, como sejam a estrutura, a densidade aparente, a capacidade de armazenamento e retenção de água e ar e a permeabilidade. Tendo em conta que uma alteração das propriedades físicas dos solos pode provocar uma alteração na aptidão agrícola dos mesmos, considera-se que, na avaliação de potenciais impactes decorrentes das fases de construção e exploração do projeto, deverá ser sempre tida em consideração a proteção dos solos com elevada aptidão agrícola. A circulação de maquinaria pesada sobre os solos agrícolas é outro fator a considerar, na medida em que provocará uma maior compactação do solo, promovendo a diminuição dos poros (macro e micro), reduzindo a sua capacidade de absorção e, como tal, tornando-os mais suscetíveis a perdas por escoamento superficial. Também as movimentações de terras e as ações de desmatação levam à destruição do coberto vegetal, provocando instabilidade nos solos não protegidos, bem como a sua exposição a agentes erosivos.
5.3.1.1
Fase de construção
Assim sendo, tendo em conta a tipologia do projeto – instalação de um sistema de miniprodução fotovoltaica (energia renovável) e o facto de não se proceder a movimentações de terra significativas (não se verificando alteração da topografia), não se perspetiva a existência de quaisquer impactes negativos que possam modificar as características físicas e químicas do solo. Acresce que muito embora os solos diretamente afetados com a implantação do projeto estejam classificados como Reserva Agrícola Nacional (RAN), estes estão atualmente ocupados com pastagens/forragens e a área afetada é muito pouco expressiva (0,014 ha) pelo que os impactes previstos serão negativos, mas de magnitude e significância reduzidas.
5.3.1.2
Fase de exploração
Durante a fase de exploração os principais impactes previstos consistem essencialmente na perda de capacidade e de potencial agrícola dos solos diretamente afetados pelo parque fotovoltaico, contudo estes impactes serão reduzidos e pouco significativos, tendo em conta a reduzida área de implantação dos painéis fotovoltaicos. Refere-se ainda que estes impactes serão reversíveis uma vez que após a desativação do parque os solos poderão voltar à sua condição inicial.
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5.3.1.3
Fase de desativação
Na fase de desativação os impactes previstos são similares aos referidos para a fase de construção, devido ao desmantelamento dos painéis e infraestruturas de suporte do parque fotovoltaico.
5.3.2
5.3.2.1
Padrões de Ocupação do Solo
Fase de construção
Durante a fase de construção, as atividades desenvolvidas resultam em impactes diretos sobre a ocupação atual do solo. A área que ficará afeta ao parqueamento temporário de máquinas e materiais pode implicar a substituição da ocupação atual (caso esta se localize numa zona não degradada) e a afetação indireta das zonas marginais através de contaminação. Contudo, é importante realçar o carácter temporário e muito localizado desta afetação, sendo possível a recuperação dos usos afetados terminado o período da obra.
5.3.2.2
Fase de exploração
Durante a fase de exploração os principais impactes previstos consistem essencialmente na perda de capacidade e de potencial agrícola dos solos diretamente afetados pelo parque fotovoltaico; contudo, muito embora os solos afetados estarem classificados como RAN, os impactes expetáveis serão reduzidos e pouco significativos, tendo em conta por um lado a diminuta área afetada e por outro lado o facto do terreno previsto para a implantação dos painéis fotovoltaicos estar atualmente ocupado por pastagens/forragens. Refere-se ainda que estes impactes serão reversíveis, uma vez que após a desativação do parque os solos poderão voltar à sua condição inicial.
5.3.2.3
Fase de desativação
Na fase de desativação os impactes previstos são similares aos referidos para a fase de construção, devido ao desmantelamento dos painéis e infraestruturas de suporte do parque fotovoltaico.
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5.4
Recursos Hídricos
5.4.1
Metodologia
A avaliação dos impactes do projeto nos recursos hídricos respeitou a análise efetuada na caracterização do ambiente afetado, na qual se separou a análise quantitativa e qualitativa deste fator ambiental. Face às caraterísticas da área de estudo, onde não existem linhas de água permanentes mas apenas a rede de drenagem das áreas agrícolas, e às caraterísticas do próprio projeto, onde apenas se preveem impactes na curta fase de construção, a avaliação dos impactes da fase de construção nos recursos hídricos apenas incidirá sobre os seguintes pontos: −
Alteração da drenagem natural do escoamento superficial devido à modificação da modelação dos terrenos e à remoção do coberto vegetal;
−
Alteração nos processos de transporte e acumulação de sedimentos, em resultado de fenómenos de erosão e movimentação de terras;
−
Alteração na infiltração, drenagem e produtividade dos aquíferos;
−
Alteração na qualidade da água em resultado do transporte de sedimentos e poluentes.
5.4.2
Fase de Construção
Durante a fase de construção as únicas atividades causadoras de impactes são a desmatação e limpeza dos terrenos, a movimentação de terras e o funcionamento de máquinas na área de construção. Para a construção do parque fotovoltaico será necessário efetuar a limpeza do terreno de forma a eliminar pequenos arbustos e outras plantas, assim como regularizar o terreno. Estas ações serão responsáveis pelo aumento do escoamento superficial em detrimento do processo de infiltração, potenciando a ação erosiva dos solos e o arrastamento de material particulado para as linhas de água (neste caso para a rede de drenagem dos campos agrícolas). Face à magnitude destas ações, que decorrem numa área de 140 m2, e ao facto de não serem necessárias movimentações de terra e escavações significativas, os impactes na alteração da drenagem natural do escoamento superficial e na alteração nos processos de transporte e
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acumulação de sedimentos serão negativos mas muito pouco significativos, podendo mesmo ser considerados negligenciáveis. Uma vez que não se espera que ocorra o aumento do escoamento superficial, os impactes na alteração dos processos de infiltração e recarga dos aquíferos serão muito próximo do nulo. Quanto à alteração da qualidade da água, a movimentação de terras e o funcionamento de máquinas será muito reduzido, não se prevendo o arrastamento de sólidos e outros poluentes para o meio hídrico superficial e subterrâneo. O impacte resultante será, uma vez mais muito próximo do nulo. Em síntese, na fase de construção não se espera que ocorram alterações no meio hídrico, mantendose uma situação semelhante à atualmente existente, isto é, não se prevê o agravamento ou alteração do leito de cheia do rio Tejo. Não obstante este facto, propõe-se a adoção de medidas de mitigação gerais para a fase de construção
5.4.3
Fase de Exploração
Na fase de exploração do projeto, não se preveem ações que impliquem alteração do meio hídrico superficial e subterrâneo, salientando-se o facto do parque fotovoltaico ser construído sobre uma estrutura de suporte (estacas), que minimiza os impactes que poderiam afetar a drenagem natural dos terrenos. Deste modo, não é expectável a ocorrência de impactes nos recursos hídricos.
5.4.4
Fase de Desativação
Na fase de desativação, os impactes previstos serão resultantes do desmantelamento dos módulos e infraestruturas de suporte do parque fotovoltaico e serão similares aos referidos para a fase de construção.
5.5
5.5.1
Ordenamento do Território e Condicionantes ao Uso do Solo
Metodologia
No presente capítulo serão analisadas as principais (in)compatibilidades e (des)ajustamentos entre o uso do solo, as condicionantes e as propostas de ordenamento e desenvolvimento e o projeto do sistema de miniprodução fotovoltaica da Agroforest.
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Com vista a permitir uma análise ambiental, assim como uma avaliação de impactes mais concertada com a natureza e localização do projeto em causa, foram inicialmente identificados os objetivos ambientais que serviram de base à caracterização do ordenamento do território e à respetiva avaliação de impactes: −
Manutenção do equilíbrio na utilização do território em função dos recursos existentes, da sua sensibilidade e potencial de uso;
−
Cumprimento das diretrizes de ordenamento do território, incluindo condicionantes e propostas de ordenamento posteriores.
Assim, neste capítulo foram identificados todos os aspetos considerados significativos face aos objetivos ambientais adotados, tendo-se procedido à: −
Interpretação das novas funções de uso em relação aos usos tradicionais existentes no local;
−
Verificação da conformidade entre a implantação do projeto e os modelos de ordenamento em vigor para a área.
5.5.2
5.5.2.1
Impactes sobre os Modelos de Desenvolvimento e Ordenamento do Território
Instrumentos de Planeamento Territorial - Análise da conformidade com os PMOT
Relativamente a Planos de Pormenor e de Planos de Urbanização, constata-se que as intervenções previstas não interferem com quaisquer Planos aprovados (que possuam força jurídica), no âmbito territorial definido para o projeto.
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Análise dos impactes sobre as classes e categorias de espaços Fase de construção Na fase de construção, os impactes expectáveis decorrem das ações decorrentes da instalação no terreno das infraestruturas previstas e da ocupação temporária do território inerente à Zona de armazenamento de materiais e equipamentos/ máquinas, com níveis reduzidos de ocupação, no tempo e no espaço. De acordo com a Planta de Ordenamento do PDM de Salvaterra de Magos (Desenho n.º 4) e como já anteriormente referido, a concretização do projeto implicará somente a interferência com a classe de Espaço Agrícola – Área Agrícola da RAN, num total de 0,014 ha. Partindo para uma abordagem em termos do Regulamento do PDM, verifica-se que: 1 - “O espaço agrícola é destinado no seu uso geral dominante à produção agrícola e pecuária. 2 - Abrange os solos de aptidão agrícola, com características apropriadas à exploração cultural, os solos que através de investimentos fundiários obtenham essa aptidão, designadamente os abrangidos por obras de fomento agrícola, hidroagrícola, pela implantação de sistema de rega e de drenagem e ainda os solos que por qualidades intrínsecas ou localização particular tenham interesse para actividades agrícolas e pecuárias específicas” (Artigo 31.º). O Artigo 32.º relativo às categorias de Espaço Agrícola menciona o seguidamente transcrito: 1 - “No espaço agrícola são consideradas as seguintes categorias de espaço: a) Área agrícola da RAN — área destinada à produção agrícola e pecuária, submetida às disposições estabelecidas no regime jurídico da RAN, onde deverá ser garantido o objectivo de protecção do solo como recurso natural insubstituível, de fundamental importância para a sobrevivência, fixação e bem-estar das populações e para uma evolução equilibrada da paisagem. a1) Na área agrícola da RAN incluem-se os terrenos abrangidos pelo aproveitamento hidroagrícola do vale do Sorraia e paul de Magos, incluindo as áreas do vale do Sorraia e paul de Magos, respectivas infra-estruturas e equipamentos, submetidos ao regime específico das obras de fomento hidroagrícola, sob jurisdição do Instituto de Hidráulica, Engenharia Rural e Ambiente;
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b) Área agrícola não incluída na RAN - área preferencialmente destinada à produção agrícola mas não submetida ao regime jurídico da RAN nem ao regime específico das obras de fomento hidroagrícola. 2 - No espaço agrícola abrangido pela REN observam-se as disposições do seu regime jurídico. a) Quando se verifique a sobreposição dos regimes da RAN e da REN, dever-se-ão assegurar as condições que permitam a manutenção das actividades agrícolas como uso preferencial dominante.” Considerando as disposições contidas na alínea a) do n.º 1 do Artigo 32.º do Regulamento do PDM, cuja afetação de áreas agrícolas de RAN deverá ser “(…)submetida às disposições estabelecidas no regime jurídico da RAN (…)”, remete-se a respetiva classificação de impactes para o item concernente às Condicionantes ao Uso do Solo, mais especificamente, no relativo à RAN. Fase de exploração Na fase de exploração, os impactes serão essencialmente positivos. A uma escala micro, a grande vantagem proveniente da operacionalidade do sistema de miniprodução fotovoltaica na exploração da Agroforest, para além dos benefícios ambientais (decorrentes da produção de energia através de fonte renovável), consiste na grande diminuição dos custos de energia da própria herdade, ao mesmo tempo que se constitui como uma fonte de receita, uma vez que a empresa já foi pré-reconhecida como Miniprodutor, podendo vender à rede os seus excedentes. Já numa escala macro e no que concerne à conformidade com as estratégias delineadas nas diferentes escalas de planeamento, verifica-se a sua consonância com os critérios de eficiência energética, e promoção da eletricidade a partir de fontes renováveis de energia e a redução da dependência externa, em termos de importação de combustíveis fósseis, patentes nos Instrumentos de estratégia nacional e de gestão territorial, ao mesmo tempo que se obtém um produto não poluente que contribui para o cumprimento das metas nacionais relativas às políticas energéticas comunitárias. Em resumo, a aposta na energia fotovoltaica acarreta assim uma elevada importância, dado harmonizar interesses económicos com interesses de conservação da natureza e ordenamento do território, entre outros, contemplados nas diferentes políticas nacionais e comunitárias. De facto, a diversificação das fontes e o aproveitamento dos recursos endógenos tende a ser o caminho desejável no rumo à utilização racional da energia e à sustentabilidade do sector.
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Fase de Desativação A fase de desativação do projeto ocorrerá num horizonte temporal relativamente distante, pelo que os impactes no Ordenamento do Território são difíceis de prognosticar, pois dependem da evolução a longo prazo das estratégias e programas definidos e a definir para a região e para a própria exploração/empresa. Aquando da remoção das infraestruturas, preveem-se impactes negativos semelhantes aos perspetivados para a fase de construção.
5.5.3
Impactes sobre as Condicionantes ao Uso do Solo
Os impactes negativos sobre os espaços associados a servidões e restrições de utilidade pública ocorrem, na sua grande maioria, durante a fase de construção, dado ser nesta fase do projeto que são alterados, de uma forma direta, os usos afetos às áreas ocupadas pela implantação do parque fotovoltaico. Durante esta fase tem ainda lugar uma afetação indireta dos usos dos espaços contíguos à área de implantação, decorrentes da movimentação de máquinas e equipamentos que se gera em torno da montagem do parque. Para qualquer das condicionantes apontadas aplicam-se as disposições constantes do Regulamento do PDM e na legislação específica em vigor. Refira-se que serão somente analisadas as Condicionantes, Servidões Administrativas e Restrições de Utilidade Pública (CSARUP) efetivamente interferidas ou potencialmente afetadas pelas ações necessárias à instalação da infraestrutura fotovoltaica.
5.5.3.1
Recursos Naturais
Recursos Agrícolas e Florestais Reserva Agrícola Nacional (RAN) Os impactes expectáveis resultantes da afetação de solos ao abrigo do regime da RAN são negativos, pouco significativos e de reduzida magnitude, considerando a diminuta área afetada (0,014 ha) e o facto da área se encontrar atualmente ocupada com pastagens, sem qualquer atividade agrícola efetiva. Noutra perspetiva, a instalação do parque teria de ser efetuado sempre em solos da RAN, uma vez que toda a exploração se encontra abrangida por este regime, não havendo alternativa viável para a sua colocação. Tomou-se também em consideração as soluções técnicas escolhidas, as quais
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minimizam o impacte em termos de ocupação agrícola futura, uma vez que as estruturas de fixação dos painéis são facilmente retiráveis no fim de vida útil dos elementos, obtendo-se a recuperação integral das características do solo; ainda mais porque os materiais que constituem atualmente os próprios painéis fazem com que os exsudados derivados da precipitação não possuam qualquer carga poluidora. Refira-se também que para a instalação do equipamento não existe necessidade de efetuar aterros ou escavações que alterem com significado a topografia do solo. Recursos Ecológicos Reserva Ecológica Nacional (REN) Os espaços da REN representam os recursos considerados essenciais para a manutenção e preservação de estrutura biofísica, indispensável ao uso sustentável do território. Considera-se que a afetação de 0,014 ha do ecossistema “Zona ameaçada pelas cheias” induz impactes, embora negativos, de reduzida magnitude e pouco significativos, devendo os usos e ações previstos não colocarem em causa a “prevenção e redução do risco, garantindo a segurança de pessoas e bens, garantia das condições naturais de infiltração e retenção hídricas; estabilidade topográfica e geomorfológica dos terrenos em causa; manutenção da fertilidade e capacidade produtiva dos solos inundáveis”. Releve-se ainda que a ação a desenvolver terá forçosamente de ser efetuada em solos pertencentes à REN, uma vez que toda a exploração se encontra igualmente abrangida por esta restrição de utilidade pública, não havendo alternativa para a sua colocação. Em suma, refira-se que nenhuma das condicionantes, servidões administrativas e restrições de utilidade pública supra mencionadas constitui um entrave à implantação do projeto, sem prejuízo do cumprimento dos respetivos trâmites legais.
5.6
5.6.1
Património Cultural
Fase de construção
Os trabalhos de campo demonstraram a inexistência de ocorrências patrimoniais na área de projeto (zona de implantação dos painéis solares e vala de cabos).
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Desta forma, não há condicionantes patrimoniais para a execução deste projeto de miniprodução fotovoltaica.
5.6.2
Fase de exploração
Não se preveem impactes negativos (diretos ou indiretos) no decorrer da exploração deste equipamento.
5.6.3
Fase de desativação
Não existem condicionantes patrimoniais para a desativação deste projeto de miniprodução fotovoltaica.
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6 MEDIDAS DE MITIGAÇÃO
6.1
Considerações Iniciais
Nos capítulos 4 e 5 procedeu-se, respetivamente, à caracterização da situação atual do ambiente afetado e à identificação e avaliação dos impactes expectáveis decorrentes da concretização do projeto. Neste contexto, pretende-se no presente capítulo definir as medidas de mitigação ambiental necessárias, de modo a evitar (ou prevenir), mitigar (ou reduzir) ou compensar os impactes negativos identificados, bem como potenciar os impactes positivos.
6.2
Geologia e Geomorfologia
As medidas de mitigação que se enumeram de seguida são dirigidas à fase de construção do projeto, uma vez que na fase de exploração não se prevê a ocorrência de impactes relevantes. −
Durante as escavações da vala de passagem de cabos e as perfurações para a construção das estruturas de suporte e fundações, no caso de ser intersetado o nível freático e existirem exsurgências, devem ser implementadas soluções de drenagem ou bombagem da água, de forma a evitar o alagamento do terreno;
−
Reutilização dos materiais de escavação no enchimento da vala, de modo a diminuir os impactes negativos relacionados com a condução e deposição de terras sobrantes em áreas de depósito;
−
6.3
Armazenamento da terra vegetal proveniente da decapagem para posterior revestimento da vala.
Solos e Padrões de Ocupação do Solo
As medidas de minimização a adotar dirigem-se, essencialmente, à fase de construção do projeto, uma vez que é nesta fase que se podem minimizar ou evitar afetações desnecessárias dos solos e da sua ocupação. Neste sentido, destaca-se a necessidade de adotar medidas relativas às boas práticas ambientais a respeitar na gestão da obra.
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6.3.1 −
Fase de construção
A localização das estruturas de apoio à obra deverá ser selecionada de forma a não afetar áreas edificadas e com ocupação agrícola;
−
A movimentação de máquinas e viaturas deverá estar restringida à faixa de obra, devendo ser previamente definida a rede de acessos e caminhos a utilizar para a frente de obra, como forma de restringir ao máximo a circulação nas áreas envolventes ao local de obra, evitando-se a compactação do solo nas áreas periféricas à obra;
−
O manuseamento de óleos usados durante a fase de construção e a manutenção de máquinas devem ser realizadas com as devidas precauções de modo a evitar eventuais derrames suscetíveis de provocar a contaminação dos solos. Recomenda-se que estas ações sejam realizadas num espaço especificamente concebido para este efeito, impermeabilizado e limitado, para poder reter qualquer derrame;
−
Delimitação, por meio de piquetagem, das áreas a desmatar para implantação do parque fotovoltaico, as quais deverão restringir-se ao mínimo necessário;
−
Reposição das áreas temporariamente afetadas pelas obras, promovendo-se a descompactação e arejamento dos solos e/ou cobertura com terra vegetal.
6.3.2
Fase de exploração
Durante a fase de exploração não se considera necessária a adoção de medidas de minimização, uma vez que os impactes previstos nesta fase não são passíveis de serem minimizados através da implementação de medidas.
6.3.3
Fase de desativação
Para a fase de desativação deverão ser adotadas as medidas de minimização referenciadas para a fase de construção (com exceção da operação de piquetagem, a qual não se deverá aplicar na fase de desativação), uma vez que o processo de desmontagem das infraestruturas associadas ao parque é idêntico ao processo de montagem.
6.4
Recursos Hídricos
As medidas de mitigação que se enumeram de seguida são dirigidas à fase de construção do projeto, uma vez que na fase de exploração não se prevê a ocorrência de impactes relevantes. EIncA do Sistema de Miniprodução Fotovoltaica da Agroforest, Lda.
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−
A área de apoio à obra e a zona de armazenamento de materiais devem localizar-se no interior da área de intervenção;
−
Assegurar o correto armazenamento dos resíduos produzidos, de acordo com a sua tipologia e em conformidade com a legislação em vigor;
−
As ações pontuais de desmatação, destruição do coberto vegetal, limpeza e decapagem dos solos devem ser limitadas às zonas estritamente indispensáveis para a execução da obra;
−
Os trabalhos de movimentação de terras devem ser iniciados logo que os solos estejam limpos, evitando repetição de ações sobre as mesmas áreas;
−
Sempre que ocorra um derrame de produtos químicos no solo, deve proceder-se à recolha do solo contaminado, se necessário com o auxílio de um produto absorvente adequado, e ao seu armazenamento e envio para destino final ou recolha por operador licenciado;
−
Proceder à desativação da área afeta aos trabalhos para a execução da obra, com a desmontagem da área de apoio à obra e remoção de todos os equipamentos, maquinaria de apoio, entre outros. Proceder à limpeza destes locais, no mínimo com a reposição das condições existentes antes do início dos trabalhos.
6.5
Ordenamento do Território e Condicionantes ao Uso do Solo
As medidas de minimização propostas de seguida são, essencialmente, referentes à fase de construção do projeto pois será nesta fase que se poderá minimizar ou evitar a ocupação de solos condicionados pelas infraestruturas de apoio à construção. Não serão incluídas medidas para a fase de exploração do empreendimento, uma vez que somente é previsível a ocorrência de impactes, maioritariamente, de índole positiva.
6.5.1
Fase de construção
Para minorar os impactes previstos na fase de construção, devem ser tomadas um conjunto de medidas mitigadoras que evitem alterações desnecessárias do uso atual do solo. Assim: −
A seleção da área de parqueamento temporário de máquinas e materiais, e de acesso à obra deverá ser efetuada de forma a evitar locais sensíveis, devendo, sempre que aplicável, procederse à sua correta delimitação e sinalização; nesta seleção dever-se-á preferencialmente, optar por terrenos incultos, não produtivos e insuscetíveis de constituir danos significativos para o ambiente.
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−
De modo a minimizar a superfície perturbada pelos trabalhos de construção deverá restringir-se a movimentação de máquinas e outros equipamentos ao espaço estritamente necessário à montagem do parque fotovoltaico, evitando a circulação nas zonas laterais à área de implantação (essencialmente nas zonas de uso condicionado ao abrigo da legislação em vigor espaços com ocupação agrícola).
−
Após a conclusão da execução do parque fotovoltaico, dever-se-á proceder à recuperação de todas as áreas afetadas pelas obras.
6.6
Património Cultural
6.6.1
Fase de construção
A construção do projeto terá que ter acompanhamento arqueológico permanente e presencial durante as operações que impliquem movimentações de terras, quer estas sejam feitas em fase de construção, quer nas fases preparatórias, como a abertura de caminhos ou a desmatação. Após a desmatação do terreno, será necessário proceder a novas prospeções arqueológicas sistemáticas, no solo livre de vegetação, para confirmar as observações constantes neste texto e identificar eventuais vestígios arqueológicos, numa fase prévia à escavação. Antes de a obra ter início será importante discutir com todos os intervenientes, as medidas necessárias para evitar a destruição de sítios com valor patrimonial que venham a ser identificados, bem como, os procedimentos e normas a cumprir durante o Acompanhamento Arqueológico. As observações realizadas pela equipa de arqueologia deverão ser registadas em Fichas de Acompanhamento, que têm os seguintes objetivos principais: −
Registar o desenvolvimento dos trabalhos de minimização.
−
Registar todas as realidades identificadas durante o acompanhamento arqueológico (de carácter natural e de carácter antrópico) que fundamentam as decisões tomadas: o prosseguimento da obra sem necessidade de medidas de minimização extraordinárias ou a interrupção da mesma para proceder ao registo dos contextos identificados e realizar ações de minimização arqueológica, como por exemplo, sondagens arqueológicas de diagnóstico.
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Sempre que for detetado um novo local com interesse patrimonial, este deverá ser alvo de comunicação ao Dono de Obra, ao Empreiteiro e à Direção Geral de Património Cultural, pelos canais que vierem a ser combinados em sede própria. Após a conclusão do acompanhamento arqueológico de campo terá de ser realizado um relatório final com uma síntese de todas as tarefas efetuadas. Assim, deverá ser feito um texto, no qual serão apresentados os objetivos e as metodologias usadas, bem como uma caracterização sumária do tipo de obra, os tipos de impacte provocados e um retrato da paisagem original. Por fim, deverão ser caracterizadas todas as medidas de minimização realizadas, os locais de incidência patrimonial eventualmente identificados e descritos criteriosamente todos os sítios afetados pelo projeto. As medidas patrimoniais genéricas aplicadas a todos os locais situados na zona abrangida pelo projeto são as seguintes: −
Proteção, sinalização e vedação da área de proteção de cada local referido na carta geral de sítios, desde que não seja afetado diretamente pelo projeto.
A área de proteção deverá ter cerca de 5 m em torno do limite máximo da área afetada pela obra. No entanto, podem ser mantidos os acessos à obra já existentes.
A sinalização e a vedação deverão ser realizadas com estacas e fita sinalizadora, que deverão ser regularmente repostas.
−
Realização de sondagens arqueológicas manuais, no caso de se encontrarem contextos habitacionais ou funerários, durante o acompanhamento arqueológico. As sondagens serão de diagnóstico e têm como principais objetivos: identificação e caracterização de contextos arqueológicos; avaliação do valor patrimonial do local; apresentação de soluções para minimizar o impacto da obra.
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7 CONCLUSÕES O presente EIncA teve como objetivo a identificação e análise das condicionantes ambientais e territoriais existentes na área de intervenção, bem como a avaliação dos impactes ambientais potencialmente resultantes da concretização do Sistema de Miniprodução Fotovoltaica da Agroforest, Lda., em fase de projeto de execução. Ressalve-se que o projeto em análise se insere em áreas de REN do concelho de Salvaterra de Magos, pelo que a viabilidade e licenciamento da instalação desta unidade face ao regime jurídico da REN dependerá sempre da pronúncia favorável da CCDR-LVT, no âmbito do procedimento de avaliação de incidências ambientais, dando cumprimento ao estipulado na legislação em vigor. Após a análise das várias temáticas ambientais, conclui-se não existirem condicionantes consideradas impeditivas ao desenvolvimento do projeto, resultante essencialmente do facto de se tratar de um projeto, cujas características específicas não se revelam impactantes ao nível ambiental, quer na fase de construção, quer na de exploração. Não obstante, há a ressalvar os seguintes aspetos, quer de índole positiva, quer negativa: −
Aspetos negativos:
Afetação temporária do nível de bem-estar dos utilizadores da área envolvente (ruído, poeiras e mobilidade) resultante das atividades de construção na zona de montagem do parque, envolvente imediata e acessos, embora bastante limitado no tempo e no espaço;
Afetação temporária dos solos resultantes da circulação de máquinas e veículos aquando da montagem e desativação do parque;
Afetação, ainda que pouco expressiva em termos de área, de zonas classificadas como REN e como RAN;
Impossibilidade de se exercer a prática agrícola na área de implementação direta do parque fotovoltaico.
−
Aspetos positivos:
Utilização de uma fonte de energia renovável – energia fotovoltaica, permitindo reduzir os custos energéticos da própria exploração e constituindo-se como uma fonte de receita pela possibilidade de venda à rede;
Conformidade do projeto com as estratégias delineadas nas diferentes escalas de planeamento, ao nível dos critérios de eficiência energética, promoção da eletricidade a partir de fontes renováveis, redução da dependência externa em termos de importação de
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combustíveis fósseis, ao mesmo tempo que se obtém um produto não poluente que contribui para o cumprimento das metas nacionais relativas às políticas energéticas comunitárias. Refira-se que, por um lado, os aspetos negativos enumerados ocorrem somente na fase de construção, apresentando um carácter predominantemente temporário e, por outro, as medidas mitigadoras preconizadas permitem minimizar ou compensar adequadamente as situações mais impactantes, visando sobretudo a melhoria da integração do parque fotovoltaico na paisagem natural e humana.
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
8.1
Geologia e Geomorfologia
Carta Geológica de Portugal, à escala 1:50.000, Folha 31-C de Coruche. Nota Explicativa. Instituto de Meteorologia (2000). Carta de Isossistas de Intensidades Máximas. Serviços Geológicos de Portugal (SGP), (1989) Carta Neotectónica de Portugal 1:1.000.000 e Notícia Explicativa. Lisboa. http://snirh.pt.
8.2
Solos e Padrões de Ocupação dos Solos
Câmara Municipal de Salvaterra de Magos – Plano Diretor Municipal em Vigor. Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo – Plano Regional de Ordenamento Territorial do Oeste e Vale do Tejo (PROT-OVT). Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano – Servidões e Restrições de Utilidade Pública, Actualizações, Colecção Informação 9. http://www.afn.min-agricultura.pt/portal/contact-info http://www.iambiente.pt www.dgotdu.pt
8.3
Recursos Hídricos
Instituto da Água – INAG (2006). Relatório Final da Avaliação e Gestão Ambiental de Águas de Escorrência de Estradas. http://snirh.pt.
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8.4
Ordenamento do Território e Condicionantes ao Uso do Solo
Autoridade Florestal Nacional – Plano Regional de Ordenamento Florestal do Ribatejo (Decreto Regulamentar n.º 16/2006, de 19 de outubro, suspenso através da Portaria n.º 62/2011, de 2 de fevereiro) Câmara Municipal de Salvaterra de Magos – Plano Diretor Municipal de Salvaterra de Magos (ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 145/2000, de 27 de outubro; com as alterações introduzidas pela Deliberação n.º 548/2010, de 19 de março, Declaração de Retificação n.º 648/2010, de 31 de março e Aviso n.º 21122/2010, de 21 de outubro). Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) – Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo (Resolução do Conselho de Ministros n.º 64-A/2009, de 6 de agosto, retificado pela Declaração de Retificação n.º 71-A/2009, de 2 de outubro). Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) – Reserva Ecológica Nacional (REN). Direção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU) – Servidões e Restrições de Utilidade Pública, Atualizações, Coleção Informação 9. Estradas de Portugal - Plano Rodoviário Nacional 2000 (Decreto-Lei n.º 222/98, de 17 de Julho, alterado pela Lei n.º 98/99, de 26 de Julho e Decreto-Lei n.º 182/2003, de 16 de Agosto). Instituto da Água – Plano de Bacia Hidrográfica do Tejo (Decreto Regulamentar n.º 18/2001, de 7 de dezembro, retificado pela Declaração de Retificação n.º 21-E/2001, de 31 de dezembro). Instituto da Água – Plano de Ordenamento da Albufeira de Águas Públicas de Magos (Resolução do Conselho de Ministros n.º 169/2008, de 21 de novembro). Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (ENDS) (Resolução de Conselho de Ministros n.º 109/2007, de 20 de agosto). Estratégia Nacional para a Energia (ENE 2020) (Resolução de Conselho de Ministros n.º 29/2010, de 15 de abril)
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Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) (aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 104/2006, de 23 de agosto, alterado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 1/2008 de 4 de janeiro). Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE) – Portugal Eficiência 2015 (Resolução do Conselho de Ministros n.º 80/2008, de 20 de maio). Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) (aprovado pela Lei n.º 58/2007, de 04 de setembro, retificado pelas declarações n.º 80-A, de 07 de setembro de 2007, e n.º 103-A/2007, de 02 de novembro). www.ccdr-lvt.pt www.qren.pt www.icn.pt www.inag.pt www.cm-salvaterrademagos.pt www.estradasdeportugal.pt www.afn.min-agricultura.pt/portal www.distritosdeportugal.com www.anafre.pt http://portugal.veraki.pt www.viajar.clix.pt www.dgotdu.pt
8.5
Património Cultural
Albergaria, J. (2001) - Contributo para um modelo de estudo de impacto patrimonial: o exemplo da A2 (Lanço Almodôvar/VLA). Era Arqueologia. 4: 84-101.
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Ferreira, M. M. N. e Soares, A. M. S. S. (1994) – A Toponímia do Concelho de Almodôvar. Vipasca. Aljustrel. 3: 99-119.
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Lisboa, julho de 2012
Sofia Antunes, Direcção Técnica
Paulo Pereira, Coordenação do EIA
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PEÇAS DESENHADAS