Monitorização das águas balneares interiores na RLVT - 2006

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REDE DE MONITORIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

MINISTÉRIO DO AMBIENTE, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL

COMISSÃO DE COORDENAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DE LISBOA E VALE DO TEJO DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL

DIVISÃO DE MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL

Monitorização das águas balneares interiores na região de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006 Elaboração Cristina Soares

Lisboa, Novembro de 2006


FICHA TÉCNICA

Título

Elaboração Edição

Fotografia da capa Local e data de edição Impressão

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Monitorização das águas balneares interiores na região de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006 Cristina Isabel Portela Soares1 Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) Morada: Rua Braamcamp, 7 – 1250-048 Lisboa Telefone: 210101300 Fax: 210101301/2 Internet: www.ccdr-lvt.pt Zona balnear de Alverangel, Tomar, tirada em Maio de 2006 por Cristina Soares Lisboa, Novembro de 2006 Centro de Documentação e Informação - CCDR-LVT

Licenciada em Engenharia do Ambiente


Monitorização das águas balneares interiores na região de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006

ÍNDICE 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.

Introdução........................................................................................................................................... 1 Localização e caracterização das zonas balneares ....................................................... 1 Percursos e calendário de amostragem das zonas balneares interiores .......... 2 Colheitas e análises........................................................................................................................ 3 Parâmetros de amostragem..................................................................................................... 3 Frequência de amostragem....................................................................................................... 4 Critérios de classificação............................................................................................................. 4 Avaliação de conformidade......................................................................................................... 5 Designações de águas balneares para a Comissão Europeia ............................... 10 Vigilância e segurança nas zonas balneares interiores ....................................... 10 Divulgação dos resultados .................................................................................................. 11 Considerações finais.............................................................................................................. 11

Anexo I - Folheto informativo divulgado pelas zonas balneares

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Monitorização das águas balneares interiores na região de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006

1. Introdução De acordo com o disposto do capítulo IV do Decreto-Lei n.º 236/98 de 1 de Agosto, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) tem competências, entre outras, no âmbito da monitorização das águas balneares interiores, cabendo-lhe a verificação de conformidade das águas analisadas com as normas de qualidade. Ao Ministério da Saúde fica a responsabilidade de efectuar a vigilância sanitária das águas. Na época balnear de 2006 foram monitorizadas quinze zonas balneares interiores, das quais sete estão designadas para a Comissão Europeia, encontrando-se as restantes em fase de estudo quanto à sua qualidade.

2. Localização e caracterização das zonas balneares A figura 1 mostra o mapa com a localização das estações de amostragem das águas balneares monitorizadas no decorrer da época balnear de 2006. Agroal

Vila Nova - Serra

Olhos d’Água

Montes Castanheira ou Lago Azul

Alverangel Valada

Lapa Doce Marambana

Alvega

Casa Branca Aldeia do Mato Rio Zezere Patacão

LEGENDA

Monte da Barca 0

Agolada

10

20

30

40

50 km

Águas balneares interiores não designadas para a Comissão Europeia Águas balneares interiores designadas para a Comissão Europeia ---- Linhas de água ---- Limites da CCDR/LVT

Figura 1 – Localização das estações de amostragem das águas balneares Os elementos informativos considerados mais relevantes para identificação das zonas balneares monitorizadas, tais como, código da estação, concelho administrativo, coordenadas militares e número da carta militar 1:25000, são apresentados na tabela 1. 1


Monitorização das águas balneares interiores na região de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006

Tabela 1 – Lista das estações de amostragem e respectivos elementos informativos Coorden. Coorden. Carta Nome Código Concelho M P 1:25M Casa Branca

14.03.01

Azambuja

139279

229738

391

Alvega

14.01.01

Abrantes

207620

277880

332

Aldeia do Mato

14.01.02

Abrantes

187590 286375

321

Marambana

14.01.03

Abrantes

210420

278106

332

Olhos de Água*

14.02.01

Alcanena

150270

275330

328

Valada (Praia)

14.06.01

Cartaxo

145820

234950

377

Rio Zezêre

14.08.01

Constância

182150

278520

330

Agolada de Baixo

14.09.01

Coruche

162950

221860

392

Castanheira ou Lago Azul*

300900

300

231820

377

Lapa

14.11.01 Ferreira do Zêzere 191610 Salvaterra de 14.15.01 142340 Magos 14.17.01 Sardoal 201280

285350

322

Alverangel

14.18.01

Tomar

185510

286730

321

Montes*

14.18.02

Tomar

189740

295780

311

Vila Nova – Serra*

14.18.03

Tomar

188570

289650

321

Agroal*

14.21.01

Tomar/ Ourém

174010

301200

299

Doce

QQ* - Águas balneares interiores classificadas para a prática balnear, designadas para a Comissão Europeia.

Foram introduzidos dois novos pontos de amostragem, Casa Branca na Azambuja e Marambana em Abrantes, tendo por base a informação dos Serviços de Saúde de Santarém de que estas zonas têm um número significativo de banhistas. A praia de Patacão em Alpiarça foi retirada da monitorização dado os Serviços de Saúde de Santarém terem informado de que actualmente a zona é utilizada para lazer e só esporadicamente para banhos. Relativamente a Monte da Barca em Coruche, desde 2005 que não é monitorizada (apenas foi possível colher uma amostra no início da época de 2005) por impedimento dos proprietários do terreno. Por esta razão deixou de fazer parte do plano de monitorização em 2006.

3. Percursos e calendário de amostragem das zonas balneares interiores De modo a perder o mínimo tempo na colheita de amostras, foram considerados três percursos, A, B, e C, para os pontos de amostragem indicados, como se pode ver na tabela 2. Tabela 2 – Percursos para os pontos de amostragem das zonas balneares interiores 2


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Percurso A

Percurso B

2

Castanheira (Lago Azul) 1 Vila Nova- Serra 1 Montes 1 Alverangel 1 Agroal 1

Aldeia do Mato 1 Alvega Marambana 2 Lapa Rio Zêzere

Casa Branca 2 Agolada de Baixo Doce Valada Olhos d’Água 1 1

Percurso C

- Águas balneares interiores designadas para a Comissão Europeia. - Novas zonas balneares com início em 2006.

Na tabela 3 pode observar-se o calendário de colheitas para a época balnear de 2006, tendo sido cumprido na totalidade. Tabela 3 – Datas de amostragem nos percursos considerados Dias de colheita Percursos A B C

Maio 15, 22 , 29 16, 30 17, 31 3

Junho

Julho

5, 12 , 19 , 26 6, 27 7, 28

3 , 10, 17 , 24, 31 11, 25 12, 26

3

3

3

3

Agosto 3

Setembro

7, 14 , 21, 28 8, 22 9, 23 3

3

4, 113, 18, 253 5, 19 6, 20

3 - Dias de colheita só para a zona balnear dos Olhos d’Água, que terá frequência semanal devido a problemas de má qualidade na época balnear de 2005.

4. Colheitas e análises As amostras de água foram colhidas por pessoal afecto à Divisão Sub-Regional de Santarém e as análises de qualidade, excepto as bacteriológicas, adjudicadas ao Instituto do Ambiente, foram efectuadas pelo laboratório desta CCDR, da Divisão de Laboratórios.

5. Parâmetros de amostragem Os parâmetros de amostragem monitorizados encontram-se na tabela 4, baseados no anexo XV do decreto-lei n.º 236/98, de 1 de Agosto. Tabela 4 - Parâmetros utilizados na monitorização das águas balneares e respectivos métodos analíticos PARÂMETRO

UNIDADES

MÉTODO ANALÍTICO

Coliformes totais

UFC/100ml

Filtração por membrana

Coliformes fecais Estreptococos fecais (ou enterococos intestinais)

UFC /100ml

Filtração por membrana

UFC /100ml

Filtração por membrana

-

Observação visual

Óleos minerais

3


Monitorização das águas balneares interiores na região de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006

PARÂMETRO

UNIDADES

MÉTODO ANALÍTICO

Substâncias tensioactivas

-

Observação visual

Fenóis

-

Observação visual

Escala de Sorensen

Electrometria no campo à temperatura da amostra

Temperatura do ar

ºC

Termómetro de mercúrio

Temperatura da amostra

ºC

Electrometria

-

Observação visual

m

Disco de Secchi

µS/cm

Condutimetria no campo a 20º

% saturação de oxigénio

Método de Winckler

PH

Aspecto Transparência Condutividade (20 ºC) Oxigénio dissolvido

6. Frequência de amostragem O Decreto-Lei nº 44/2004, de 19 de Agosto, alterado pelo Decreto-Lei n.º 100/2005, de 23 de Junho, veio estipular que a época balnear deve ser fixada por portaria sob proposta das autarquias a que pertencem a zonas balneares. Não tendo havido qualquer proposta no início do ano de 2006, a época balnear decorreu entre 1 de Junho e 30 de Setembro, como foi determinado pela legislação acima citada. De acordo com o estabelecido no Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto, a frequência de amostragem deve ser, no mínimo, quinzenal durante a época balnear, começando 15 dias antes do seu início. Se os resultados de amostragem estiverem bastante abaixo dos valores limite, a frequência de amostragem pode ser mensal. No caso dos Olhos d’Água, a frequência de amostragem foi aumentada para semanal, devido a problemas de má qualidade na época balnear de 2005. Tendo em conta que foram colhidas 10 amostras para todas as águas balneares, excepto para os Olhos d’Água em que foram colhidas 20 amostras, a frequência mínima nesta época balnear foi cumprida na totalidade.

7. Critérios de classificação Os parâmetros utilizados na verificação de conformidade foram aqueles que se vêem na tabela 5, conforme estipula a alínea e) do ponto 4 do Despacho n.º 7845/2002 de 16 de Abril. Tabela 5 - Parâmetros utilizados na monitorização das águas balneares e respectivos limites 4


Monitorização das ĂĄguas balneares interiores na regiĂŁo de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006

PARĂ‚METRO

UNIDADES

VALOR MĂ XIMO ADMISSĂ?VEL

VALOR MĂ XIMO RECOMENDADO

(VMA)

(VMR)

Coliformes totais

(.../100ml)

10 000

500

Coliformes fecais

(.../100ml)

2 000

100

Substâncias tensioactivas

-

AusĂŞncia

-

FenĂłis

-

AusĂŞncia

-

Ă“leos minerais

-

AusĂŞncia

-

A avaliação de conformidade das ĂĄguas balneares regeu-se pelo n.Âş 4 do art.Âş 52 do Decreto-Lei n.Âş 236/98 de 1 de Agosto, cujos respectivos valores limites podem ser observados tambĂŠm na tabela 5. Ă€ medida que os resultados analĂ­ticos foram sendo disponibilizados ao longo da ĂŠpoca balnear, foi sendo feita a classificação do estado de qualidade das ĂĄguas balneares em boa, aceitĂĄvel ou mĂĄ, parâmetro a parâmetro, de acordo com o critĂŠrio da tabela 6. Tabela 6 – CritĂŠrios de classificação da qualidade das ĂĄguas balneares, colheita a colheita Boa

Se os valores dos coliformes fecais e coliformes totais foram iguais ou inferiores aos VMR e os óleos minerais, substâncias tensioactivas e fenóis estiveram ausentes.

AceitĂĄvel

Se os valores dos coliformes totais e dos coliformes fecais foram inferiores aos VMA mas superiores aos VMR, e os óleos minerais, substâncias tensioactivas e fenóis estiveram ausentes.

MĂĄ

Se os valores dos coliformes totais e/ou coliformes fecais foram superiores aos VMA, ou algum dos óleos minerais, substâncias tensioactivas ou fenóis estiveram presentes.

Com o conjunto dos resultados obtidos no final da Êpoca balnear procedeu-se à verificação da qualidade das åguas balneares, de acordo com os VMA e VMR do Anexo XV do Decreto-Lei n.º 236/98 de 1 de Agosto, para os parâmetros indicados na tabela 5.

8. Avaliação de conformidade Na tabela 7 pode ser visualizada, por colheita, a qualidade das åguas balneares interiores, para os parâmetros atrås referenciados, tendo em conta o critÊrio da tabela 6. Com os parâmetros indicados tabela 5, foi elaborada a tabela 8, em que se mostra a avaliação de conformidade para a totalidade das amostras analisadas. 5


Monitorização das águas balneares interiores na região de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006

Tabela 7 – Qualidade pontual das águas balneares interiores para a época balnear de 2006

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Monitorização das águas balneares interiores na região de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006

Doce

14.15.01

Lapa Alverangel* Montes* Vila Nova – Serra*

14.17.01 14.18.01 14.18.02 14.18.03

Agroal*

14.21.01

14.11.01

Azambuja Abrantes Abrantes Abrantes Alcanena Cartaxo Constância Coruche Ferreira do Zêzere Salvaterra de Magos Sardoal Tomar Tomar Tomar Tomar/V. N. Ourém

>VMA

14.03.01 14.01.01 14.01.02 14.01.03 14.02.01 14.06.01 14.08.01 14.09.01

>VMR

Casa Branca Alvega Aldeia do Mato* Marambana Olhos de Água* Valada (praia) Rio Zezêre Agolada de Baixo Castanheira ou Lago Azul*

Concelho

CF >VMA

Código

CT >VMR

Nome estação

Nº amostras

Tabela 8 – Avaliação de conformidade das águas balneares interiores para a época balnear de 2006 Avaliação conformidade

10 6 10 9 10 0 10 2 20 20 10 10 10 7 10 1

0 3 0 0 1 0 0 0

7 7 0 3 19 9 7 1

0 3 0 0 4 0 0 0

A M B A M A A B

10

1

0

0

0

B

10

7

0

8

0

A

10 10 10 10

3 1 1 1

0 1 0 1

1 1 0 0

0 0 0 0

A M B M

10

3

0

0

0

A

Legenda: QQ* - Águas balneares interiores classificadas para a prática balnear, designadas para a Comissão Europeia. CT – Coliformes totais; CF – Coliformes fecais. B –boa; A – aceitável; M – má.

A evolução temporal da qualidade da água das zonas balneares interiores monitorizadas pode ser observada na tabela 9. Tabela 9 – Evolução temporal da classificação das águas balneares interiores Concelho

Código

Azambuja Abrantes Abrantes Abrantes Alcanena Cartaxo Constância Coruche Ferreira do Zêzere Salvaterra de Magos Sardoal Tomar Tomar

14.03.01 14.01.01 14.01.02 14.01.03 14.02.01 14.06.01 14.08.01 14.09.01 14.11.01

Anos 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Casa Branca A Alvega A M M M M M M M Aldeia do Mato A B B B Marambana A Olhos de Água A M M A A M M A b) Valada (praia) M M A A M A A A b) b) Rio Zezêre M M M A M A A A Agolada de Baixo M A B M M M B B Castanheira ou A B B A M A B B Lago Azul Nome estação

14.15.01 Doce

A

A

M

M

M

A

M

A

14.17.01 Lapa 14.18.01 Alverangel 14.18.02 Montes

M B B

a) B A

A A A

M B B

M A A

M B B

M B B

A M B

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Monitorização das águas balneares interiores na região de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006

Concelho

Anos 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 B 14.18.03 Vila Nova - Serra A B A B A B M Código

Nome estação

Tomar Tomar/V. N. 14.21.01 Agroal Ourém

B

B

B

B b)

A

B

B

Legenda: B –boa; A – aceitável; M – má. a) A monitorização não foi efectuada neste ano porque a barragem da Lapa, logo a montante do local, se encontrava em construção. b) Foi dada a derrogação no âmbito do n.º 8 do art.º 52 do DL n.º 236/98 de 1 de Agosto. c) Deixou de ser monitorizada devido a impedimento dos proprietários do terreno.

Os parâmetros visuais/ olfactivos, ou sejam, os óleos minerais, detergentes e fenóis, utilizados na verificação de conformidade, estiveram sempre ausentes em todas as águas balneares monitorizadas. Relativamente às águas balneares designadas para a Comissão Europeia, ver figura 2, não foi verificada a conformidade em 42.9%, sendo 14.3% de resultados aceitáveis e 42.9% de boa qualidade, equivalendo a 57.1% de resultados em que foram cumpridos os VMR.

Má 42,9%

Boa 42,9%

Aceitável 14,3%

Figura 2 – Percentagem de conformidade das águas balneares interiores designadas para a Comissão Europeia.

Houve duas situações anormais de má qualidade em Alverangel e Vila Nova-Serra, praias designadas da Albufeira do Castelo do Bode, já no final da época balnear, devido ao parâmetro coliformes totais. Sendo geralmente praias com muito boa qualidade da água, não foi possível identificar as causas que pudessem explicar a ocorrência de valores tão elevados de coliformes totais, até porque os valores de coliformes fecais nessas duas colheitas foram insignificantes. Não se verificou precipitação na altura da colheita nem foi 8

A


Monitorização das águas balneares interiores na região de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006

observado nada de anormal na altura da colheita, e a hipótese de ter havido erro analítico também foi posta de parte. Foi feita uma colheita posterior de despistagem nestes dois locais e os resultados microbiológicos foram previsivelmente aceitáveis, tendo em conta que tinha havido chuvadas por altura da colheita, o que resultou no arrastamento de materiais e a consequente diminuição da qualidade da água. A zona balnear designada dos Olhos d’Água, em Alcanena, obteve alguns resultados de má qualidade microbiológica, principalmente no que se refere ao parâmetro coliformes fecais. Foram desencadeadas algumas acções por esta CCDR, pela Autarquia e pelos Serviços de Saúde de Santarém para tentar explicar as ocorrências de má qualidade, tais como: 1 - Sendo a água da ribeira dos Amiais (normalmente muito poluída) desviada por uma conduta que vai ter a jusante do local de banhos, a grelha de entrada dessas águas começou a ser limpa diariamente por se suspeitar de entupimento com folhas e outros detritos orgânicos; 2 – O açude a jusante da zona de banhos, com a finalidade aumentar a profundidade das águas, foi retirado provisoriamente para ser feita a total renovação das águas do rio; 3 – Foi feita uma pesquisa intensiva a toda a área circundante do local para confirmar que todos os equipamentos e estruturas de saneamento estavam a funcionar em condições; 4 – A ribeira dos Amiais e as nascentes do Alviela foram monitorizadas na mesma altura que a zona balnear para comparar a eventual contribuição de contaminação para a zona balnear. No entanto, não foram apuradas as razões que deram origem aos maus resultados de qualidade da água verificados A Câmara Municipal de Alcanena comprometeu-se a fazer um estudo mais aprofundado no local antes da próxima época balnear 2007 para tentar encontrar a causa do problema de qualidade. Como se pode ver na figura 3, para a totalidade das zonas balneares monitorizadas, constata-se que a percentagem de maus resultados é de 26.7%, de resultados aceitáveis é de 46.7% e de bons é de 26.7%, ou seja, há uma conformidade de 73.3%.

9


Monitorização das águas balneares interiores na região de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006

Boa 26,7%

Má 26,7%

Aceitável 46,7%

Figura 3 – Percentagem de conformidade do total das águas balneares interiores monitorizadas.

9. Designações de águas balneares para a Comissão Europeia Para a época balnear de 2007 não está prevista nenhuma nova designação de zonas balneares interiores.

10. Vigilância e segurança nas zonas balneares interiores A Lei n.º 44/2004, de 19 de Agosto, alterada pelo DL n.º 100/2005, de 23 de Junho, define o regime jurídico da assistência nos locais destinados a banhistas, visando a garantia de segurança destes nas zonas balneares. O regime sancionatório de actos ilícitos praticados nas praias de banhos foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 96-A/2006, de 2 de Junho, a vigorar até à consolidação definitiva do normativo aplicável. Pelo facto da referida Lei não ter sido ainda regulamentada, foi criado um grupo de trabalho para o efeito. Verificando-se que a maior parte das zonas balneares não se encontram apetrechadas com os meios de vigilância e segurança exigidos, foram providenciados pelo INAG a esta Divisão uma série de cartazes com a indicação de “Zona balnear sem vigilância”, para colocação nos locais não vigiados. Das zonas balneares designadas, apenas a praia dos Olhos d’Água possuía nadadorsalvador do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN). Aldeia do Mato e Castanheira 10


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(ou Lago Azul) tinham apenas monitores de apoio de praia, não certificados pelo ISN. Nestes locais foram colocados cartazes a mencionar “Zona balnear com vigilância”, também providenciados pelo INAG. A colocação dos cartazes em todas a zonas balneares, designadas e em estudo, foi efectuada pelos serviços adstritos à Divisão Sub-Regional de Santarém e devidamente documentada em suporte fotográfico.

11. Divulgação dos resultados Todos os resultados analíticos foram enviados por e-mail às Autarquias e Serviços de Saúde a que pertencem as zonas balneares, e ao Instituto da Água, que divulgou na sua página da Internet os resultados das zonas balneares designadas. Pela primeira vez a informação relativa aos dados de qualidade da água de todas as zonas balneares monitorizadas foi também disponibilizada ao público na página da Internet desta CCDR. Os boletins de análise foram afixados nos locais correspondentes, assim como o folheto informativo que se encontra no Anexo I. A informação existente neste folheto foi retirada e condensada do sítio da Internet. http://www.vivapraia.com. Em todos os locais monitorizados não designados para a Comissão Europeia foram colocados painéis informativos com a indicação “Desaconselhada a prática balnear”. Nos locais designados foram colocados painéis com a indicação “Água com qualidade compatível com a prática balnear”, ver Anexo I. Na zona balnear designada dos Olhos d’Água foram afixados provisoriamente painéis com a indicação “Desaconselhada a prática balnear” devido aos episódios de má qualidade que aconteceram durante a época, tendo os painéis sido retirados quando a água recuperou a qualidade compatível com a prática balnear, e colocados então os painéis correspondentes. Com o último resultado de má qualidade, os Serviços de Saúde resolveram interditar a praia a 18 de Setembro devido a eventual risco para a saúde. Nessa altura foi colocado o painel com a indicação de “Interdita a prática balnear”, que se manteve até ao final da época balnear. Os outros dois incidentes de má qualidade da água em zonas balneares designadas, Alverangel e Vila Nova-Serra, situadas na Albufeira do Castelo do Bode, ocorreram já na última colheita de Setembro, pouco antes de terminar a época balnear. Tendo em conta que ainda foi feita uma colheita posterior para despistagem dos valores anormalmente altos para cada um dos locais, já não foram colocados painéis a desaconselhar o banho porque entretanto a época balnear terminou e entendeu-se, pelo historial destes locais, que tinha sido apenas um episódio isolado de má qualidade, não pondo em risco a saúde pública.

12. Considerações finais

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Monitorização das águas balneares interiores na região de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006

A monitorização das águas balneares dos Olhos d’Água passou a ser feita com uma periodicidade semanal, devido a problemas de má qualidade. Pode afirmar-se que a qualidade da água, no conjunto dos locais monitorizados, praticamente se manteve inalterada, melhorando ligeiramente de 71.4% para 73.3% de conformidade com a legislação, relativamente ao ano anterior. As maiores alterações de qualidade da água aconteceram com as zonas balneares designadas, a descer abruptamente de 85.7% de conformidade em 2005 para 57.1% neste ano. Tal facto deveu-se aos maus resultados microbiológicos na última colheita da época em Alverangel e Vila Nova- Serra, locais situados na Albufeira do Castelo do Bode e geralmente de muito boa qualidade. Não foi possível apurar as causas que pudessem estar na origem dos problemas de qualidade das águas, tanto nas zonas balneares designadas do Castelo do Bode como nos Olhos d’Água, embora tenham sido envidados todos os esforços nesse sentido.

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Monitorização das águas balneares interiores na região de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006

Anexo I Folheto informativo divulgado pelas zonas balneares

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Monitorização das águas balneares interiores na região de Lisboa e Vale do Tejo Época balnear 2006

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