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Metodologia para o ensino dos fundamentos do jogo no 3x3 O 3x3 encerra em si uma grande riqueza de situações/problemas, permitindo sob o ponto de vista ofensivo e defensivo todo o tipo de relações básicas da táctica individual. Acresce ainda que se torna mais fácil (1) a selecção de tópicos para o jogo, através da delimitação do universo de possibilidades de acção (espaço, tempo, tipo de acção, situação inicial, etc.); e (2) a supervisão e intervenção individualizada sobre as respostas dos praticantes. Para estes, o 3x3 tem a vantagem de reduzir substancialmente a complexidade das situações, pela diminuição dos elementos a que se têm de reportar a sua acção, ao mesmo tempo que os implicam mais directamente no jogo, porque fica aumentada a possibilidade de se estar envolvido nas acções com bola ou numa relação directa com o jogador com bola. Nas primeiras unidades deve-se concentrar a atenção sobre aquilo a que se designa de princípios estruturantes do jogo. Musch e Mertrns (1991) consideram o jogo estruturado em três momentos, apresentados em ordem inversa ao encadeamento do jogo: Finalização/impedir finalização Criação
de
oportunidades
de
finalização/impedir
a
oportunidades de finalização Organização do ataque/dificultar a organização do ataque
criação
de
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O quadro 1 apresenta uma síntese dos elementos básicos de referência para a organização do jogo nas primeiras abordagens, incluindo os tópicos para a derivação de objectivos e especificidade de conteúdos. As principais preocupações do ensino centram-se na resolução dos problemas do ataque. Por isso mesmo se torna imprescindível a existência de defesa.
Adaptação às regras Proibição dos contactos Lei do drible Lei da marcha Reposição da bola na linha final sempre que se sofre um cesto Transição defesa-ataque faz-se pela saída da bola para o exterior da linha dos 6,25 metros Espaço de jogo delimitado pelas linhas final, laterais e de meio-campo Possibilidade de substituição da penalização das faltas em acto de lançamento com lancelivre pela reposição nas linhas laterais ou redução a um único lance-livre.
Ataque
Elementos tácticos
Elementos técnicos
A. Finalizar 1. Lançar na área restritiva
1. Lançamento em apoio
2. Enquadrar após recepção 3. Identificar
a
oportunidade
de
2. Lançamento na passada
lançamento
B. Criar oportunidades para finalizar 1.
Passe e corte
2. Driblar para se aproximar do cesto
1.
Passar e receber: passe de peito, picado, passe lateral
2. Drible de progressão e protecção
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3. Paragens
4. Abrir linhas de passe, desmarcar-se
4. Rotações
5. Enquadrar com o cesto, ver o cesto e os
5. Jogar sem bola, com mudanças de
3
direcção e velocidade
colegas 6. Ver antes de agir, optar por passe, drible ou lançamento
1.
C. Continuidade do ataque 1.
Manter-se afastado do jogador com
Passar e receber: passe de peito, picado, passe lateral
2. Drible de progressão e protecção
bola 2. Contacto visual
3. Paragens
3. Ocupação equilibrada do espaço de
4. Rotações 5. Jogar sem bola, com mudanças de
ataque
direcção e velocidade
Defesa A’. Impedir finalização 1.
Seguir
o
atacante,
dificultar
o
Livre
lançamento
B’. Impedir a criação de situações de finalização 1.
Defender entre o atacante e o cesto
Livre
2. Impedir/dificultar os passes
C’. Dificultar a construção do ataque 1.
Defender entre o atacante e o cesto
Livre
2. Impedir/dificultar os passes Quadro 1: Estruturação dos conteúdos de ensino do 3x3 - 1ª abordagem (Graça e Oliveira, 1998)
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Tendo como base todos os conhecimentos pedagógicos, metodológicos, psicológicos e os conhecimentos do dia a dia adquiridos com o passar do tempo no mundo do treino das crianças e dos jovens somos da opinião que devemos continuar a insistir num treino técnico-táctico. Este de uma forma lúdica e divertida e sempre que possível em forma de jogo. Contudo nunca nos devemos esquecer ou tentar ultrapassar os fundamentos considerados importantes, (controlo do corpo, manejo de bola, drible, passe, lançamento e corridas), para esta etapa de aprendizagem – iniciação. Também não podemos esquecer que estamos a falar de jovens atletas e que ainda esta a decorrer o seu desenvolvimento (maturação incompleta) e que as crianças e jovens têm uma capacidade de atenção reduzida, bem como uma motricidade ainda grosseira para desenvolver correctamente algumas das habilidades
do
basquetebol.
Neste
sentido
concordamos
com
um
desenvolvimento global dos gestos técnicos e num sentido multilateral. Assim devemos dar um maior número de estímulos possíveis num mesmo contexto, bem como em contextos diferentes, de modo a dar uma maior bagagem de habilidades e destreza para que um dia mais tarde eles possam apresentar uma base específica de integração numa modalidade desportiva, esperemos que no basquetebol. Com a redução do número de jogadores poderemos dar uma maior ênfase à ocupação do terreno de jogo, mas de uma forma simples e sem estabelecer posições específicas. Com este trabalho de racionalização do espaço, vamos tentar logo de inicio combater o grande problema da aglutinação e o problema da criação de linhas de passe (jogadores em linha ou atrás da linha da bola). Também concordamos que o treinador deverá dar primazia ao modelo de ensino da descoberta guiada, ou seja, o treinador dá os conteúdos e as crianças
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deverão utilizá-los durante o jogo. No entanto o treinador deverá intervir durante o jogo para mostrar soluções possíveis para determinadas situações e depois a criança deverá realizar o movimento que achar conveniente. Porém não nos podemos esquecer de reforçar as atitudes das crianças de modo a dar-lhes a liberdade para a criatividade e nunca intimida-las ao ponto de se inibirem. Em
modo
de
conclusão
deveremos
apresentar
sempre
que
possível
jogos/exercícios de três contra três para o ensino dos fundamentos do basquetebol, de uma forma lúdica e divertida, para manter ou aumentar a motivação das crianças para a prática desportiva e pelo gosto do basquetebol.
Material enviado por Nuno Leite, de Portugal. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - UTAD - Vila Real Mestre em Treino de Alto Rendimento Desportivo nleite@utad.pt