Diferente Magazine 01 - Parte 02

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camaçari - eleições 2012

A SUCESSÃO EM CAMAÇARI M

ais uma prefeitura do Partido dos Trabalhadores que passa pelo grande dilema de não ter atualmente um nome preparado para ser lançado à sucessão do prefeito nas eleições de 2012. A disputa pelo apoio de Caetano será mais árdua do que a própria eleição. Atualmente pesquisas de “gaveta” (aquelas que não são divulgadas) trazem, sem exceção, a liderança de um ex-prefeito, mas esse é um resultado muito instável, haja visto que o prefeito realiza uma gestão em elevado grau de satisfação e Caetano conta com elevado índice de confiança popular. Sendo assim, no momento em que o prefeito indicar seu nome à sucessão, os índices dos candidatos de oposição serão inegavelmente esvaziados. Uma pesquisa administrativa realizada pela PERFIL ESTATÍSTICA no mês de Setembro/2011, mostra um índice de aprovação da gestão de 46,7% (ótimo e bom), Esse índice, em fevereiro, atingia 60,4%. Já a confiança no prefeito é atualmente de 44,4% (em fevereiro era de 51,5%). Os melhores indicadores de gestão foram encontrados nas localidades de Arembepe e Abrantes. Já os menos favoráveis estavam na Sede e na Região de Monte Gordo. De uma verdade ninguém poderá fugir: o candidato de Caetano será do PT. Nos moldes atuais é até inadmissível que alguém que esteja no meio político seja levado a acreditar que Caetano, tendo o Governo do Estado, a presidente Dilma e a sua prefeitura do PT, venha a lançar algum nome que não seja do seu partido. É aqui que se inicia o “jogo do poder”. É transparente que Caetano tem a preferência pelo nome de Ademar Delgado. Mas e o deputado Bira Coroa, como fica

nesse jogo? Com um mandato de deputado e grande popularidade, aceitará ser apenas um cabo eleitoral? Que armas Caetano têm para convencê-lo em aceitar sua imposição por Ademar? Essas perguntas já ecoam forte na cidade do presidente da UPB. Uma mexida estratégica e muito inteligente foi a ida de Zé de Elísio para o Partido Progressista. Caetano certamente não contava com essa ação do presidente da câmara de vereadores. Zé, com sua simpatia, é sem dúvida um nome que agrega popularidade. Quem conhece a política local, sabe da importância dele no cenário de Camaçari. Agora no PP, do líder João Leão, se Caetano quiser alguma aliança com o presidente da Câmara, ou mesmo se julgar capaz de convencer Zé de Elísio a retirar sua pré-candidatura, o prefeito petista terá que ser muito convincente, no intuito de fazer com que Zé de Elísio, agora protegido de João Leão, desista da candidatura e venha a apoiar o preferido do prefeito, Ademar Delgado. Outros nomes importantes compõem os bastidores e cada um têm sua devida importância: Marco Antônio, Dra. Tereza, Elinaldo, Maurício Barcelar e Helder. Todos aguardam ansiosos e seguem só observando os passos do prefeito. Em resumo: se a eleição fosse hoje, a primeira etapa da disputa em Camaçari seria muito mais acirrada pela busca do nome a representar Caetano: Os “irmãos inimigos” já travam uma batalha árdua nos bastidores. Na atual conjuntura política, com a força da máquina local, o poder da marca PT e os mimos das bolsas famílias, quem for o candidato do governo já entrará em campo vencendo a partida por, no mínimo, dois a zero!

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“agora minha précandidatura está consolidada” O presidente da Câmara Municipal de Camaçari, vereador Zé de Elísio, recebeu a equipe da revista Diferente Magazine, para um bate-papo sobre alguns assuntos que vem tomando conta do município, como a Copa e a eleição 2012.

PRé-CANDIDATO A PREFEITO 2012 DIFERENTE MAGAZINE - A sua pré-candidatura a prefeito tem gerado diversas especulações e manifestações, tanto contra quanto à favor. O senhor esperava tamanha repercussão? ZÉ DE ELÍSIO - O meu nome surgiu da iniciativa popular, que começou a me citar nas pesquisas. Ao perceber que a vontade do povo estava ao lado, tive algumas conversas e consultei, inclusive, o prefeito Caetano. Agora minha précandidatura está consolidada e se fortalecendo a cada dia mais. Assim sendo, é natural do processo político que haja especulações e que haja, também, aqueles que têm opiniões diferentes. Eu não direi que estou surpreso, mas feliz com o que tenho recebido de bom, o apoio da população camaçariense, que é maior do que as críticas. MuDANçA DE PARTIDO DM - A mudança de partido interferiu de alguma forma nesse apoio? ZE - Sim, mas para melhor. Você pode avaliar isso pelo evento do partido que nós fizemos aqui na Câmara, quatro dias depois da minha filiação e que lotou tanto o plenário quanto a área externa. Também recebi muitas manifestações de apoio através das redes sociais, mas o lugar onde eu pude sentir com mais força que essa mudança agradou ao povo foi nas ruas. O PP é um partido aliado e alinhado ao projeto do governador Jaques Wagner e da presidenta Dilma, um projeto que o povo tem aprovado. Ninguém quer voltar atrás; todos nós queremos avançar nesse projeto e a população de Camaçari tem se mostrado satisfeita por ter mais uma opção. PEDáGIO DM - O pedágio é algo que também faz parte do governo Jaques Wagner. Ainda assim o senhor afirma que o povo aprova esse projeto?


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UMA ANÁLISE DA CORRIDA ELEITORAL NO MUNICÍPIO DE CAMAÇARI, POR JOÃO PAULO JUNQUEIRA, DIRETOR DA PERFIL ESTATÍSTICA

ZE - A nossa população está cada vez mais consciente, politicamente falando. O pedágio foi um presente de grego que o nosso governador nos deu e nem eu, nem a população de Camaçari ficamos felizes. Ninguém nesta cidade ficou feliz com essas praças de pedágio. Entretanto, não podemos julgar sete anos de governo por um projeto ruim; temos que reconhecer os acertos da mesma forma que criticamos os erros. O governador Wagner também implantou, por exemplo, o projeto Água Para Todos, o Luz Para todos e essas duas ações estão beneficiando muitas famílias da zona rural de Camaçari. Quanto ao pedágio, quero ressaltar que sempre fui contra essa cobrança e, inclusive, participei de várias manifestações realizadas pelas comunidades, numa tentativa de impedir sua instalação.

shopping. Até 2014, teremos toda infraestrutura necessária.

CAMAçARI E A COPA DM - Na sua opinião, qual será o papel de Camaçari na Copa? ZE - Camaçari já é uma das cidades mais importantes do nosso estado e a capital, sozinha, não vai suportar nem satisfazer todas as demandas geradas pela Copa. Nós estamos há aproximadamente 60 km de Salvador e temos 42 km de uma orla maravilhosa, que já está sendo requalificada. Temos condições de oferecer tanto bons hotéis para hospedar os atletas da forma merecida, quanto espaços para as competições. Camaçari já está sendo preparada para receber a Copa: a Vila Olímpica já está projetada, novos empreendimentos estão em vias de iniciar as obras, como o novo

BOOM IMOBILIáRIO DM - Um dos mercados que mais tem crescido ultimamente é o imobiliário. Na sua opinião, como esse crescimento vai atingir Camaçari? ZE - Eu não diria que vai; diria que já está. Temos vários empreendimentos recentes na cidade, alguns já com moradores, outros ainda na planta. São diversos projetos sendo implantados na sede e na orla, e todos com sucesso de vendas, além de empreendimentos que ainda estão preparando o lançamento. Como eu disse antes, Camaçari está muito perto da capital, mas o ritmo de vida daqui não é tão intenso quanto o de lá. Estamos longe o suficiente para não sofremos os mesmos problemas de

trânsito e segurança, para poder usufruir dos benefícios que Salvador tem para oferecer. Isso, com toda certeza, é um atrativo. A minha preocupação, é que esse desenvolvimento aconteça de forma sustentável, tanto no sentido econômico quanto ambiental. É importante que esses empreendimentos possam gerar emprego e renda para nossos munícipes e, principalmente, não gerar nenhum impacto ambiental que possa comprometer o município; impacto sempre existe, mas ele precisa ser o menor possível.

FuTuRO DA CIDADE DM - Falando em desenvolvimento, o que o pré-candidato Zé de Elísio pensa o futuro de Camaçari? ZE - Eu tenho dito que Camaçari tem quatro vetores que

precisam ser bem trabalhados pelo próximo gestor de forma mais equilibrada: a zona rural, que precisa ser fortalecida, para que as pessoas possam viver com qualidade em suas comunidades; a orla, onde nós precisamos desenvolver o turismo sustentável, aumentando o aporte financeiro de todo município; o Pólo Industrial, que precisa ser fortalecido, para que as empresas que aí estão permaneçam e a sede, onde nós precisamos fortalecer o comércio, a educação e a saúde. Trabalhando bem esses quatro vetores, vamos conseguir melhorar ainda mais a qualidade de vida do nosso povo. Outro fator importante é a qualificação da mão-de-obra local, para que a nossa população possa ser cada vez mais beneficiada com o crescimento industrial.

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camaçari

É

de intrigar o eleitor desavisado a situação que se desenha em Camaçari para as próximas eleições municipais. Apesar da boa avaliação do governo por populares, com apoio da maioria na Câmara de Vereadores e desfrute de uma ampla base de apoio, o prefeito Luiz Caetano (PT) vê seus aliados ambicionarem seu lugar, em detrimento ao exitoso projeto político que acontece na cidade. O cenário ameaça o protagonismo do PT, que pode perder a ‘cabeça de chapa’. Para piorar, o partido – sob a égide de Caetano – deixou se enrolar por uma disputa interna entre dois postulantes com perfis diametralmente opostos: o ex-secretário municipal de Administração, Ademar Delgado, e o deputado estadual Bira Corôa. Ao invés de prévias, o PT optou por definir o candidato num ‘encontro democrático’, mecanismo onde, após debates políticos, 165 delegados eleitos pela militância decidem o nome do postulante. Seja qual for o escolhido, o resultado trará questionamentos aos filiados, ao prefeito e ao governador Jaques Wagner, que vota em Camaçari. Ademar tem vivência administrativa, sendo braço direito de Caetano. Competente, assumiu a árdua tarefa de negociar durante anos com o funcionalismo público que, por isso mesmo, não morre de amores por ele. Por conta do ofício, não tem muito traquejo fora dos gabinetes. Isso é facilmente demons-trado em pesquisas de opinião pública que circulam nos bastidores do poder. Bira Corôa pontua um pouco melhor, mas não vai tão bem

na avaliação desses mesmos institutos obscuros. Porém a razão é outra: sem desfrutar da máquina e ainda tolhido das agendas institucionais do município, fica difícil para o deputado galgar o respaldo de representatividade reconhecido pela comunidade. Por conta de sua trajetória e engajamento no partido, tem a seu favor a aprovação e o apreço da chamada militância petista. Esse reconhecimento, às vezes esquecido por parte da mídia local, levou figuras importantes do PT a declarar apoio a Bira Corôa. “O povo de Camaçari conhece e confia no deputado Bira Corôa, e seu trabalho é reconhecido e está consolidado, tendo no seu currículo dois mandatos de vereador e dois mandatos de deputado estadual. Seu nome tem legitimidade e competência para gerir o município”, disse o deputado federal Amauri Teixeira. Na lista de manifestações de apoio a Corôa incluem grupamentos do PT integrados por ministros – Afonso Florence, do Desenvolvimento Agrário, e Luiza Bairros, da Promoção da Igualdade; senador Walter Pinheiro; secretários estaduais Robinson Almeida, da Comunicação, e Elias Sampaio, da Promoção da Igualdade; deputados Luiz Alberto, Rosemberg Pinto, Zé Neto e Neusa Cadore; além dos vereadores da capital Gilmar Santiago e Moisés Rocha. O deputado Rosemberg, da mesma seara política do presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli, anunciou numa rádio de Salvador: “Tenho certeza que Bira Corôa vai ser prefeito de Camaçari”. A declaração do parlamentar não pode ser interpretada como futurologia,

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Sucessão municipal em Camaçari contraria lógica do povo

mas um recado claro de que a população de Camaçari sabe e entende quem deve ser o candidato natural do PT. Afinal, de quem seria a vez agora?

ARTICuLADOR Demonstrando passos de bom articulador, Bira foi o único petista presente ao encontro do diretório do PP que ratificou a filiação do presidente do Legislativo municipal, vereador Zé de Elísio, agora pré-candidato por esta legenda. O deputado retribuiu a atitude do edil, que prestigiou sua plenária um mês antes. “O ato simbólico de sua filiação é afirmação da democracia, ele continua na base, aliado no governo Caetano e nos governos Wagner e Dilma”, afirmou Corôa na ocasião. Ao fazer o papel do prefeito e do presidente do PT local, o deputado

sagrou-se como mediador legítimo também para a construção da unidade da base de apoio do projeto político conduzido por Caetano nesses quase sete anos. Cuidadoso, o parlamentar tem reiterado o respeito pela liderança do prefeito e pelo oponente no PT. Evita responder sobre a suposta rejeição ao nome de Ademar Delgado também nos movimentos sociais. Gaba-se apenas de ter provocado o debate no partido e na sociedade sobre o futuro da cidade. Está mais do que claro que Bira Corôa não disputa apenas a preferência da legenda com o secretário de Caetano. Luta pela sobrevivência do bom senso, da prevalência da democracia interna do seu partido e pela escolha de uma candidatura que não contrarie a lógica do povo de Camaçari.


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lauro de freitas - eleições 2012

A rainha e as peças do tabuleiro de xadrez O CENáRIO POLíTICO DE LAuRO DE FREITAS ESTá PEGANDO FOGO NOS BASTIDORES. A PREFEITA MOEMA GRAMAChO, COM A BATuTA DE JACARANDá NAS MãOS, SEGuE A PASSOS LENTOS ADMINISTRANDO AS VAIDADES DE TODA A BASE ALIADA, quE NãO é PEquENA. quEM ESTá DE FORA E àS MARGENS DA DISPuTA PELO PODER AChA quE O AVIãO DA SuCESSãO VOA EM CéuS DE BRIGADEIRO. já os que RESPIRAm POLíTICA Já PERCEBEram quE A PREFEITA ESTá VIVENDO uM GRANDE CONFLITO DE INTERESSES, POIS SãO MAIS DE VINTE PARTIDOS ALMEJANDO A “CABEçA” DA PRóXIMA ChAPA quE IRá REPRESENTá-LA NAS ELEIçõES DE 2012, POR JOÃO PAULO JUNQUEIRA, dirETOR DA PERFIL ESTATÍSTICA

O

dilema se inicia já dentro do próprio partido dos trabalhadores, o PT. É notória a vontade da prefeita Moema Gramacho em indicar o João Oliveira como seu candidato: sua filiação foi um ato festivo jamais visto na cidade. Porém, no PT, uma das coisas boas é a sensação da democracia exacerbada, o que não existe em outros partidos, onde esse tipo de conflito já nasce morto. E assim, a prefeita Moema Gramacho deixa transparecer que ainda não escolheu seu candidato, enquanto os genuinamente vermelhos que são, o secretário Ápio Vinagre, a secretária Loudinha Lobo e o vereador Lula Maciel, ficam observando, com um olho no peixe e outro no gato. O fato é que, além destes três pré-candidatos do PT, a prefeita Moema Gramacho ainda tem que ser cordial e fingir que acha normal que Chico Franco, recém filiado ao PC do B, possa também ser o candidato da administração. Nem nas maiores viagens psicofantaio-

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lauro de freitas

OPOSIçãO A MOEMA GRAMAChO Resume-se atualmente ao médico e vereador Dr. Márcio Paiva. Dono de uma grande popularidade e tamanha simpatia, ajudado pela profissão que exerce,

navega sozinho como o único pré-candidato a prefeito, declarado. Há quem diga que sua grande aceitação e liderança nas pesquisas de consumo interno (nenhuma pesquisa ainda foi registrada e divulgada) estão exatamente no fato de que a prefeita Moema ainda não declarou seu candidato a prefeito. Dr. Márcio, quando questionado sobre como ele iria ser candidato sem apoio de partidos, imediatamente se referiu às eleições de 2004, quando a prefeita Moema Gramacho, na época candidata pelo PT, contava com apenas cinco pequenos partidos, Dr. Márcio acrescentou, “se fosse hoje, teria 5 partidos e o povo”.

O PV E O PhS O Partido Verde afirma já ter seu pré-candidato a prefeito. Trata-se de uma figura simpática, polêmica e que se julga um dos últimos “homens sérios da política”. João José Bonfim, militar aposentando, ex-vereador, é declaradamente um desafeto do PT local. Ele não esconde em nenhum momento sua mágoa com a prefeita Moema Gramacho que, segundo ele, nas eleições onde a prefeita foi reeleita, ficou de fora da “divisão” do bolo, ou melhor, não teve suas reivindicações políticas atendidas. Diz José Bonfim: “O PSDB nos deu um a zero na divisão dos cargos e a prefeita Moema Gramacho permitiu que fôssemos injustiçados”. Já o PHS será representado pelo “advogado do povo”: é assim que Dr. Almir Lemos se intitula. Homem dono de uma cultura ímpar, inteligente, vai apostar na força da desigualdade social para vencer as eleições. Ele é um defensor das comunidades intituladas por ele como “do outro lado do asfalto”, referindo-se as comunidades menos favorecidas, como Portão, Itinga, Areia Branca, Caji, Vida Nova e Jambeiro. Essa localização tem como ponto de referência e símbolo de comparação com a comunidade economicamente privilegiada, no caso, Vilas do Atlântico.

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A EXPERIêNCIA DE MARCELO ABREu Aqui temos outra figura importante dentro do processo eleitoral. Marcelo, ex-prefeito, é, na linguagem do meio, “uma raposa”, no sentido da experiência, da paciência em aguardar o momento certo. Mesmo que os políticos locais o considerem às margens do processo, ele tem seus seguidores. Das “peças do xadrez”, é sem dúvida uma das mais importantes, visto que o simples fato dele apoiar ou não, um candidato ou outro criará um novo fato político na cidade. Abreu está filiado ao PR. A RAINhA E a filosofia As eleições que se aproximam, terão sem sombras de dúvidas um grande favorito, que será o candidato indicado por Moema Gramacho. Lauro de Freitas evoluiu do ponto de vista humano. O cuidado com as pessoas explicitamente é outro, o setor de saúde é sem

dúvida um grande outdoor da gestão e o poder econômico da máquina faz a diferença. Enfim, seja lá quem for seu candidato, o jogo já começa um a zero para a prefeita. Porém, a grande preocupação é que “a mão que afaga é a mesma que apedreja”. Com isso, me refiro aos partidos que hoje compõem a base aliada: ficarão eles com a prefeita quando ela indicar sua chapa? Mas isso é outra história. A prefeita tem conseguido o que jamais outro político alcançou: praticamente a unanimidade entre os partidos. Quem a conhece de perto sabe que a prefeita tem uma característica marcante, que é “querer agradar a todos o tempo todo”. Diz uma lenda local que ela andava na praia de Ipitanga, numa manhã de sábado bem cedo, quando o filósofo Sócrates se aproximou e sorrindo lhe disse: “siga seus instintos mas lembre-se sempre: inquieta é a cabeça que sustenta a coroa”. Portanto, Que venha 2012!

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sas de quem entende o jogo do poder uma prefeita daria espaço a alguém que não fosse do seu partido, e, cá pra nós, somente uma “Poliana” acreditaria que uma estrutura de poder UniãoEstado-Município (como é a do PT) permitiria entregar a Prefeitura da cidade milionária para outro partido que não fosse o seu. Outros partidos agiriam da mesma forma. Outros nomes fortes do cenário local estão se armando e procurando chamar atenção da prefeita. O mais recente foi o vereador Carlucho, que, numa manobra inteligente, trouxe a senadora Lídice da Mata num evento do seu partido, o PSB. Sem nenhum constrangimento, ela disse ao microfone “nós também temos nosso candidato a prefeito de Lauro de Freitas, meu amigo CARLUCHO”. Isso foi o suficiente para reacender a luz do vereador Carlucho, que andava discretamente apagada. Tem ainda o jovem presidente da Câmara de Vereadores, Antônio Rosalvo, advogado e único representante do PSDB na cidade, fiel à prefeita Moema. Há quem diga que ele também almeje substituir João Oliveira no cargo de vice da próxima chapa. Nessa árdua disputa das vaidades, existem dois grupos fortes que apenas observam as mexidas do tabuleiro para então clamar por “justiça popular”. Refiro-me ao “exército de Deus”, formado pelos partidos ligados à Assembléia de Deus e também à Igreja Universal. Ambos julgam ser donos de uma massa popular que, segundo cálculos próprios, representam 15% do eleitorado. O suficiente para iniciar uma guerra santa. O fato é que seus seguidores são realmente fiéis quando conclamados a votar. Esses dois grupos, inegavelmente, têm força política.


Foto: Divulgação

eleições 2012

Dr. Almir estará de volta em 2012

DR. ALMIR LEMOS FOI CANDIDATO NAS úLTIMAS ELEIçõES, MAS DECIDIu NA RETA FINAL APOIAR ROBERTO MuNIz, quE, POSTERIORMENTE, PERDEu AS ELEIçõES PARA MOEMA GRAMAChO. O ADVOGADO ALMIR EXPLICa quE SuA DECISãO FOI PRECIPITADA NA OCASIãO E quE ATé hOJE SE ARREPENDE PELO quE FEz. EM 2012 PRETENDE DISPuTAR AS ELEIçõES MuNICIPAIS E GARANTE quE VAI SuRPREENDER SEuS OPOSITORES.

Texto e foto: Márcio Wesley

Diferente Magazine – O senhor se arrependeu por ter apoiado o grupo de Leão? Almir Lemos – Hoje sim. Roberto e Leão sempre diziam que para onde eles fossem eu iria junto com eles, mas isto não aconteceu. Posteriormente, Leão e Muniz assumiram suas secretarias e esqueceram os correligionários de Lauro de Freitas. Dessa vez cada um caminha do seu lado, não quero ser enganado novamente. Sou amigo de ambos e fora da política nos damos muito bem.

me detestar. DM - O senhor já é pré - candidato pelo PHS? AL – Sim, já foi decidido em convenção que serei o candidato do partido em Lauro de Freitas. Eu tenho vivido no município nos últimos 15 anos e atendo na medida do possível as pessoas mais humildes. Ouço delas muitas coisas e sei bem o que precisa mudar na cidade. Cada gestor que passou deixou sua contribuição, como também deixarei as minhas, caso eu seja eleito.

DM – O senhor aceitaria compor a base da prefeita Moema? AL – Depois da minha união com Muniz, Moema passou a me olhar de forma estranha e ficou chateada comigo. Ela passou por mim no bairro de Itinga no último dia da eleição e disse em bom tom: “Almir, eu lhe pego seu traidor”. Até hoje não tive contato com ela, sei apenas que Moema passou a

“Depois da minha união com Muniz, Moema passou a me olhar de forma estranha e ficou chateada comigo”. DM – O que o senhor acha do crescimento vertical em Lauro de Freitas? AL – Estou assustado. Lauro de Freitas não está preparada

para esse boom imobiliário que está acontecendo. Acho que o limite do verticalismo deveria ser no máximo cinco andares. Não posso negar que todas essas construções estão trazendo mais progresso para o município, muitas indústrias e empresas. Mas a cidade não tem infraestrutura para suportar esse crescimento desorganizado e se eu for eleito vamos rever essa situação. DM – Quais os pontos positivos do governo Moema? AL – Não posso dizer que ela não fez nada, porque fez. Na segurança avançou um bocado, trazendo mais policiais para a cidade e uma nova delegacia. Um município com 60 km quadrados com três delegacias e companhias da PM, mostra que está muito bem de segurança pública. Pode faltar operosidade dos agentes civis e militares, entretanto, efetivo tem para combater a criminalidade com muito sucesso em Lauro de Freitas.

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“São muitos partidos, muitas vaidades”

Foto: Diego Miranda

muito ampla, não conseguirá atender todas as vaidades.

Robério F. Carvalho, empresário do ramo de medicamentos e construção civil - casado com Suianne Carvalho, pai da pequena Alice, de 5 anos É Popularmente conhecido como Bebel Carvalho, anda sempre de bom humor e tem a política como hobby e paixão. Tendo ocupado nos últimos oito anos cargos de destaque dentro do Partido Republicano Progressista, como secretário e presidente, Bebel convidou a DIFERENTE MAGAZINE para um café da manhã, onde bateu um longo papo sobre as eleições que se aproximam.

DIFERENTE MAGAZINE Bebel, nas últimas eleições você obteve 1004 votos, o que faltou para vencer aquela eleição? BEBEL CARVALHO - Não gosto de ficar remoendo o passado, mas sem dúvida faltou uma coligação. Se naquela ocasião o meu partido tivesse aceitado o acordo com o PPS, por exemplo, teríamos feito dois vereadores. Mas o fator principal que inviabilizou a coligação foi que esse partido estava com Moema e nós com Roberto Muniz. DM - Como você analisa o cenário político local, diante desta indefinição da prefeita em não definir logo seu candidato? BC - Vejo com cautela. Por um lado isso tem nos dificultado em correr atrás de lideranças, de montar um planejamento mais próximo de uma realidade, mas, por outro, entendo a posição da prefeita, pois se ela disser quem é o candidato dela, a administração ficará comprometida. Mesmo que ela acerte na escolha haverá desgaste, pois a base é

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D.M. - Então o que você está dizendo é que poderá haver rompimentos quando ela definir o candidato? BC - Claro que haverá problemas, isso é normal num processo como esse. Uma base com tantos partidos, não tem como agradar a todos o tempo todo. Mas acredito na habilidade da prefeita, ela tem mostrado que administra com os partidos, mas tem alguns que deverão achar que merecem mais do que tem.

“Fazer política e se candidatar com uma Secretaria nas mãos, cheia de empregos, é fácil. Quero ver fazer isso sem os benefícios da máquina” DM - Recentemente você mudou de partido, por quê? Já que era o presidente do PRP? BC - Tenho alguns princípios que me acompanham. Por exemplo: o partido onde eu estava, PRP, entrou na “briga” por cargos, deixando a idéia de grupo em segundo plano. Eu fiquei insatisfeito. Tenho muitos amigos que me acompanham nessa trajetória política e não poderia deixar que meu grupo se esfacelasse. Fui então para o PSL.

DM - O PSL é um partido de pouca expressão local, não tem vereador, apenas uma Secretaria que na realidade está toda estratificada com outros partidos. Por que o escolheu? BC - Tive inúmeros convites de outros partidos, como PR, PRB, PSC e PTB, mas optei pelo PSL porque lá, além de garantir a legenda, tenho amigos, o que considero primordial nessa árdua caminhada que teremos no ano de 2012.

DM - Lauro de Freitas tem vários pré-candidatos, como você analisa essa corrida? BC - Para mim só existe um pré-candidato, que é Dr. Márcio, os demais estão todos na base aliada, portanto, não podem se lançar. Para isso teriam que abandonar a base, aí sim teriam legitimidade para se auto-promoverem. DM - Isso é uma indireta a Chico Franco? BC - Claro que não, é uma direta mesmo! E vou mais além: Carlucho também está sendo desleal. Se alguém quer ser candidato, largue os mimos do poder e vá para guerra. Fazer política e se candidatar com uma Secretaria nas mãos, cheia de empregos, é fácil. Quero ver fazer isso sem os benefícios da máquina. DM - Como você espera vencer a eleição para vereador, que é a eleição mais difícil devido à quantidade de candidatos? BC - Primeiro é preciso ter amigos. Na seqüência vem outras prioridades, como a busca de lideranças, organização nas ações e claro: sem estrutura e sem dinheiro, ninguém vence uma eleição desta. Essa combinação de fatores desta vez me dará a vitória.


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lauro de freitas

Carlucho alerta: “sou da base e quero ser prefeito”

Texto e foto: Márcio Wesley

MANOEL CARLOS, Ou CARLuChO, COMO é MAIS CONhECIDO, TAMBéM é PRé-CANDIDATO A PREFEITO DO MuNICíPIO. O PSB DISPONIBILIzOu O SEu NOME ENTRE OS PARTIDOS DE ALICERCE DA PREFEITA MOEMA. O VEREADOR ADMITE a pré-candidatura.

Diferente Magazine - Você é mesmo pré-candidato? Carlucho – Sim, sou pré-candidato. A decisão foi alinhada dentro no meu partido, numa convenção realizada no início do mês de outubro, com a presença da nossa senadora Lídice da Mata; do secretário de Turismo do Estado, Domingos Leonelli; da prefeita Moema; do vice-prefeito e de demais amigos e lideranças da cidade. Nesse evento foi suscitado meu

nome para ser o pré-candidato do PSB no município.

DM - Será que sua pré-candidatura poderá arranhar a ligação do seu partido com o PT de Moema? C - Eu acredito que não. O nosso nome estará no tabuleiro, não vamos impor nada. Mas se for o desejo da sociedade, estarei pronto para cumprir essa missão. Faço política no município há muitos anos, fui um dos fundadores do PSB em 1985, deste modo, sou um soldado do meu partido e o que for decidido estarei pronto para cumprir. DM – Você participou de todo o processo eleitoral para a escolha de Moema em 2004. Como se deu essa escolha? C – O projeto de esquerda de Lauro de Freitas não começou em 2004 com Moema. Na verdade, foi a consequência de um projeto que começou em 2002, através da realização do Fórum dos

Partidos Progressistas, que contou com a participação do PSB, PCdoB, PDT e PT. Todo o processo foi iniciado nesse período e, inclusive, as discussões do projeto de governo para 2004. Naquele período, alguns nomes se apresentaram e dentre todos escolhemos o de Moema. Mas tudo começou dessa forma, com a participação dos partidos da nossa cidade.

DM - Já se passaram quase oito anos com o PT. Você não acha que já está na hora de dar oportunidade para outro partido da base disputar as eleições de 2012? C - Em 2008 a gente não poderia pensar em ter candidatos, pois era preciso continuar o projeto com Moema, que fez um belíssimo trabalho e mudou a cara da cidade. Mas agora em 2012, Moema não é mais a prefeita e o nosso partido tem o direito de se colocar a disposição. O PSB contribuiu para o sucesso dessa gestão. Não estamos presos ao PT, somos aliados. Mesmo eu sendo vereador da base faço minhas criticas, utilizando, evidentemente, a democracia, para apontar o que está certo ou errado dentro do governo. Por conta disso, eu posso afirmar: o PSB tem autonomia em Lauro de Freitas, apesar de sermos aliados.

“Em 2008 a gente não poderia pensar em ter candidatos, pois era preciso continuar o projeto com Moema, que fez um belíssimo trabalho e mudou a cara da cidade. Mas agora em 2012, Moema não é mais a prefeita e o nosso partido tem o direito de se colocar a disposição” 14 | DIFERENTE MAGAZINE | NOVEMBRO/2011


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lauro de freitas CHICO FRANCO RESPIRA POLÍTICA DESDE CEDO. SEU PAI, PROFESSOR FRANCISCO FRANCO, FOI O DESBRAVADOR POLÍTICO NO SEIO FAMILIAR E ATÉ HOJE É UMA PERSONALIDADE IMPORTANTE NO CENÁRIO POLÍTICO. O VEREADOR FAUSTO FRANCO (PDT), IRMÃO DE CHICO, TAMBÉM ENVEREDOU PELO MESMO CAMINHO. POLÍTICA É, PORTANTO, UM ASSUNTO CONSTANTE NA VIDA FAMILIAR DOS FRANCOS. Texto e foto: Márcio Wesley

“Sou précandidato a prefeito e quero o apoio do PT” Diferente Magazine - Você foi candidato a deputado estadual em 2010. Valeu a experiência? Chico Franco – Toda experiência é valida. Confesso que amadureci bastante nesta última campanha. Não fui eleito, mas tenho noção de que as pessoas acreditam na nossa proposta, tanto que obtive mais de 22 mil votos. Só aqui em Lauro de Freitas foram quase 11 mil. DM – Depois do sucesso nas urnas e de ser considerado o candidato a deputado com maior destaque na cidade, porque você optou em mudar

de partido? CF - O PDT foi um partido importante na minha vida, mas todo partido deve ter um projeto de poder, ou seja, o PDT não tinha um projeto para viabilizar uma candidatura para prefeito. Então, aceitei o convite do PCdoB, para representar o partido numa possível candidatura. DM – Você faz parte da base aliada do PT, mas é notório que você almeja ser prefeito. Sinceramente acredita que Moema apoiará sua candidatura? CF – Existe uma discussão em

torno desse assunto e Moema sabe disso. O nosso partido está preparado e tem um conjunto de propostas importantes para a nossa cidade. O que precisamos saber é o seguinte: quais serão os critérios utilizados para escolher o próximo candidato da base? Sou pré-candidato pelo PCdoB, mas, evidentemente, haverá um consenso entre os partidos para escolher o próximo candidato da base.

“NÃO FAZEMOS POLÍTICA PARA SERMOS VICE, MAS PARA SER PREFEITO. VICE SERÁ UMA CONSEQUÊNCIA”. DM - Se você não for o candidato indicado corre o risco de romper com o grupo? CF – Vai depender de como será escolhido o próximo candidato e os critérios utilizados. Digo sempre o seguinte: imposição eu não aceito nem de meu pai. DM – Você aceitará ser viceprefeito? CF – Não fazemos política para sermos vice, mas para ser prefeito, Ser vice será uma consequência. A política é como nuvem, muda toda hora. Portanto, não posso dizer nem sim nem não. Mas não posso negar que tenho o desejo de ser candidato a prefeito da terra que eu nasci e fui criado.

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lauro de freitas

A juventude ganha espaço no governo de Moema Membro do diretório do PSC em Lauro de Freitas, Helinelson é homem de confiança do grande líder do partido, o suplente de senador Eliel Santana. Sinho e sua família são Cristãos protestantes da Assembleia de Deus, de uma família tradicional da denominação no Estado da Bahia. Há Cinco anos em Lauro de Freitas, o filho do Pastor Elinelson Santana e da Irmã Marize Lombardo Santana hoje é Secretário Geral do seu partido, o PSC – Partido Social Cristão e acaba de assumir a Coordenação Executiva (Sub-Secretaria) da SMTT – Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte, onde vem mostrando diferença na gestão, juntamente com o novo secretário, Abraão Barros Reis.

GESTÃO DA SMTT Sinho elege como prioridade a promoção da mobilidade sustentável, buscando trazer

Foto: Divulgação

hELINELSON LOMBARDO SANTANA (28), NATuRAL DE ALAGOINhAS, ADVOGADO, CASADO COM A FISIOTERAPEuTA GEuzIVANA DE SOuzA BASTOS SANTANA (32) e pai dos pequenos GLEIDSON e MARIA FERNANDA, VEM SE DESTACANDO em LAuRO DE FREITAS, como uM GRANDE EMPREENDEDOR POLíTICO. O jovem, carinhosamente conhecido como Sinho pelos amigos, TEM SE PORTADO COMO uMA DAS FIGuRAS FORTES DA PREFEITA MOEMA GRAMAChO.

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efetivamente uma melhoria na qualidade de vida do cidadão laurofreitense, não restringindo a gestão da pasta estritamente à fluidez do trânsito. Os desafios buscam ainda trazer a atenção do poder público à importância que a pasta exerce para sua estrutura, haja visto que, sob todos os aspectos humanos, físicos e financeiros, “estamos muito aquém do que realmente considero ideal para colocar em prática tudo que almejamos para fazer de Lauro de Freitas uma cidade decididamente mais humana”, afirma. “Isto porque, quando nos referimos a trânsito e transporte, principalmente de uma cidade nas condições peculiares de Lauro, não podemos nos referir apenas a veículos e pedestres, mas sim, a todos os entes que compõem o sistema de Trânsito. Falamos assim da rotina das famílias em seus trajetos cotidianos”, completa.

O PSC E A SUCESSÃO Como membro do Diretório Municipal do PSC ocupando a Secretaria Geral do partido, Helinelson tem sido cauteloso quando o assunto é a candidatura que será indicada pela prefeita Moema Gramacho. O partido, dono de uma grande popularidade, tem enorme respeito social e uma legião de seguidores e essa força vem da atuação religiosa, pois a Assembléia de Deus com seus sessenta templos, não poderia deixar de mandar um recado aos governantes, é como se dissesse “nós estamos aqui e queremos nosso espaço”. A cúpula do partido, com liderança local do presidente Osny Bonfim, tenta não utilizar desta prerrogativa, de que o partido e a igreja compartilham objetivos comuns em busca de reconhecimento e destaque, porém é notória que a força do PSC está exatamente na credibilidade que a Igreja endossa. O partido, assim como os outros aliados locais do PT, aguarda o posicionamento da prefeita. Helinelson destaca: “como integrantes da base seguimos fiéis aos nossos propósitos, nos consideramos parte fundamental na sucessão, pois contamos em nosso quadro com membros capazes de compor a majoritária”. Ele acrescenta: “a primeira eleição da prefeita Moema só se tornou viável e real, graças à candidatura do PSC que naquela oportunidade (eleições de 2004) mostrou a força popular do partido”. Helinelson se refere a candidata do partido que obteve cerca de 10 mil votos. Nesta referida eleição, Moema derrotou os “leões” com uma diferença inferior a essa votação do PSC.


eleições 2012

“Minha pré-candidatura tem legitimidade”

Texto e foto: Márcio Wesley

Diferente Magazine – O PT de Lauro de Freitas passou a ter mais notoriedade com sua ida para o partido? Lula Maciel – O PT já existia antes da minha militância dentro dele, mas, sem falsa modéstia, quando verdadeiramente comecei a militar no início dos anos 90, acredito que o PT começou a ser visto com outros olhos. Sempre fui uma pessoa de comunidade e um defensor da igualdade social. Então, foi um momento importante para que o partido começasse a ser percebido de uma forma diferenciada, dentro do contexto social e mais próximo das pessoas.

DM – Qual a sua avaliação com o governo de Moema? LM – Se compararmos com todos os outros governos que passaram pela cidade posso dizer que Moema fez um governo muito bom. Mas poderia ter sido melhor. Para ser do PT, ser bom é pouco. Nós do PT estamos acostumados com a

excelência. DM – Como você avalia um tucano no ninho das estrelas? LM – A vinda de João Oliveira para o partido eu vejo com muita naturalidade. João tem seus valores, suas qualidades e seus motivos para estar no PT. Acredito que sua filiação poderia ter sido um pouco mais discreta. Mas foi na véspera do final do prazo de filiação partidária, pelo menos deu a entender uma intenção eleitoral. Mas vamos aparar todas as arestas com o intuito de marcharmos juntos e unificarmos todas as forças para fortalecer cada dia mais o nosso partido aqui na cidade. DM – Se João for o escolhido da prefeita para representar o PT nas próximas eleições você abandonará sua intenção de précandidato? Lula Maciel – Com o PT é diferente, as coisas não acontecem de cima para baixo. Não é a prefeita que vai indicar o candidato, mas, o partido avaliará todos os outros nomes existentes. João será uma

das opções, assim como eu também sou.

“Não é a prefeita que vai indicar o candidato, mas, o partido avaliará todos os outros nomes existentes”. DM– Qual sua opinião sobre a verticalização? LM – Só para termos uma idéia, teve uma empresa que se instalou na Estrada do Coco e funcionou com o auxílio de um gerador por muito tempo. Isso aconteceu porque não temos um plano diretor de energia elétrica para a nossa região. Assim também acontecerá com o abastecimento de água. Temos apenas um reservatório que foi construído há quase 20 anos lá no Caji. Precisamos criar soluções urgentes para sanar esses problemas de infraestrutura que já estão afetando a nossa cidade.

Foto: Divulgação

MuITA GENTE ASSOCIA A FIGuRA DO VEREADOR LuLA MACIEL COM O DESPONTAR DO PT NO MuNICíPIO, PRINCIPALMENTE ENTRE OS MAIS JOVENS. DESDE A DéCADA DE 90, LuLA é uM MILITANTE FERVOROSO NO PARTIDO DOS TRABALhADORES. VEREADOR PELO SEGuNDO MANDATO, MACIEL DIz ESTAR PREPARADO PARA ENCABEçAR A CANDIDATuRA NAS PRóXIMAS ELEIçõES.

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eleições 2012

Dr. Márcio Paiva: um médico que desafia a prefeita e seus 20 aliados

Diferente Magazine – Quando você começou sua carreira política em Lauro de Freitas e por que escolheu o município? Dr. Márcio Paiva- Na verdade não entendo a política como uma carreira, mas sim como o resultado de quem tem uma vida em comunidade e está atento aos problemas da sociedade. É justamente esta inserção que faz surgir atuação política. A minha carreira de fato é a medicina. Sou filho de uma família simples, com muito esforço me formei em medicina e foi em Lauro de Freitas que pude constatar que a saúde é, de fato, o bem mais precioso e desejado pelas pessoas, pois sem saúde nada mais tem sentido e com saúde tudo pode ser alcançado. Assim posso dizer que foi através da saúde que escolhi, há 15 anos, esta cidade pra viver e trabalhar. Em Lauro de Freitas posso construir, com as pessoas, um projeto político capaz de promover saúde e qualidade de vida pra todos. DM - Você foi um dos vereadores mais votados na cidade, o que garantiu essa expressiva votação e quantos votos obteve? MP - Na política aprendi que, em primeiro lugar, está o respeito à vontade do povo e o político que não respeita o povo, além de ter vida curta na política, não serve para a democracia. Tenho alegria e autoridade para afirmar que cada um dos votos que obtive (2.399) é resultado direto do meu trabalho e conseqüentemente, do reconhecimento do

povo. Entendo e respeito a sabedoria do povo. Observe que ao me eleger como o vereador mais votado entre todos os vereadores, o povo mostrou, de forma inteligente, através das urnas, que eu teria a responsabilidade de fiscalizar o governo que aí está, pois é através do vereador que o povo acompanha e fiscaliza as ações do Executivo. Neste sentido, tenho a consciência do dever cumprido, e esta certeza vem do fato de que nosso partido, o PP, tem candidato próprio ao governo municipal no próximo ano. Esta aliança está sendo bem construída. O povo pede, ouço nas ruas, no contato com as pessoas, nos meios de comunicação este chamado. O PP terá candidato, o povo não acredita mais neste modelo de gestão que aí está. Vamos construir juntos a cidade que queremos.

DM – Como você avalia o atual governo municipal? MP - Na condição de vereador, tenho obrigação de acompanhar que tipo de cidade estamos recebendo do governo que aí está. Não faço política raivosa, mas política consequente. A primeira coisa que todo gestor reclama é da condição para realizar, ter recursos: dinheiro, numa linguagem popular. E neste caso, podemos dizer que dinheiro tem! Em 2005, a arrecadação

girava em torno de 90 milhões / ano, hoje passa dos 290 milhões/ ano, além do fato de que o Governo Federal bancou as obras que vieram para a cidade, como o saneamento básico. Assim fica a pergunta: pra onde foi o dinheiro? Como vereador, posso dizer que boa parte dele está no Diário Oficial, com as constantes nomeações de cargos e mais cargos de confiança, e na manutenção dos 21 partidos da base aliada da prefeita. O povo não quer isso! O governo não se entende, cada um caminha para um lado. A prefeita tem dificuldade de promover a integração dos partidos com o seu partido e sofre críticas pesadas dos seus companheiros. Prova disso é a dificuldade para escolher um nome para a sua sucessão. Está todo mundo apreensivo e quem perde com isso é o povo. Governar oito anos e com tantos partidos deveria, em tese, garantir tranqüilidade

Texto: Edmilson Pereira Foto: Marcelo Aragão

ao governo, mas o que se vê é briga pelo poder, por cargos e interesses pessoais. O modelo da prefeita faliu, a cidade foi prejudicada e o povo é quem perde com isso. Mas vamos mudar esta realidade. DM - Você acredita que se for eleito vai fazer o diferencial no município e de que forma? MP - Quando se está na oposição, tudo é mais difícil, os espaços de atuação são pequenos, ainda mais quando a situação tem poder muito grande, compra tudo com o poder de barganha, além de usar o rolo compressor para calar a oposição. Se, neste contexto tão difícil, consegui fazer a diferença e ser reconhecido como médico do povo, também não pouparei esforços para também ser reconhecido como prefeito do povo, e não ficar refém de alianças, como vemos hoje, em nossa cidade.

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lauro de freitas

“A prefeita sabe que sou pré-candidato e olha com bom gosto o meu nome” Diferente Magazine - Pelo fato do senhor ser uma das pessoas de confiança de Moema, isso foi um dos motivos que levou o senhor sair do PSDB para começar a militar no PT? João Oliveira – Acredito que confiança está ligada diretamente ao princípio da lealdade e a responsabilidade com que trato o meu compromisso com Lauro de Freitas. Eu creio que a prefeita, na sua sabedoria, percebeu que somos parceiros, independente de questão partidária. Costumo dizer que a minha mudança do PSDB para o PT é uma história de coincidências. Todo mundo sabe que não comecei minha vida política dentro do Partido dos Trabalhadores ou em partidos de esquerda. Mas a minha vida sempre foi marcada por lutas, conquistas e muitas dificuldades, assim como a história do Partido dos Trabalhadores. Por esse motivo, a prefeita e outras lideranças me convidaram para

fazer parte do partido. DM - O senhor é de fato précandidato a prefeito de Lauro de Freitas? JO – É lógico que sou. Primeiro pela minha história, segundo pela minha experiência de gestão e terceiro pela relação que temos com o município. Caso o meu nome seja homologado pelo meu partido, eu não tenho dúvida que iremos fazer um trabalho positivo e expandiremos ainda mais o projeto da prefeita Moema aqui em Lauro de Freitas.

A minha mudança do PSDB para o PT é uma história de coincidências. DM– O senhor é o pré-candidato da prefeita Moema Gramacho? JO – Quem vai escolher o candidato é o partido, mas existe uma simpatia e um aceno da prefeita

com o meu nome. Mas diante dessa pergunta, só quem pode respondê-la é a própria Moema. Porém, a prefeita sabe que sou pré-candidato e olha com bom gosto o nosso nome. DM - Como o senhor pretende administrar as pretensões dos outros candidatos da base governista e, inclusive, do seu próprio partido para as próximas eleições? JO – Acho que são pretensões justas, legítimas e normais dentro do mundo da política. Mas caberá para cada um fazer o seu próprio convencimento. Nós somos integrantes de um projeto político, contudo, deverá sobressair quem tiver efetivamente condições de levar o projeto até a vitória. Estou na política de Lauro de Freitas há quase 25 anos e sei bem quais são as dificuldades da nossa gente e como conduzí-las para uma vida mais justa. Foto: Divulgação

João OLIVEIRA confirma que o seu nome está à disposição e que tem muito que contribuir para a cidade caso seja o escolhido pelo PT. Oliveira começou sua vida política como vereador em 1988, quando foi eleito pela primeira vez. E não parou mais, foi presidente da Câmara de Vereadores por três vezes, passou pelo PMDB, PSDB e hoje caminha no PT.

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eleições 2012

MARCELO ABREU INICIOU SUA VIDA PÚBLICA EM 1989, COMO CHEFE DE GABINETE DO EXPREFEITO JOÃO LEÃO. POSTERIORMENTE, FOI CONVIDADO PARA SER O SECRETÁRIO DE GOVERNO NA GESTÃO DE OTÁVIO PIMENTEL E SECRETÁRIO DA FAZENDA NO GOVERNO DE ROBERTO MUNIZ. NO ANO 2000, MARCELO FOI ELEITO PREFEITO DE LAURO DE FREITAS COM 69,7% DOS VOTOS DA CIDADE. ATUALMENTE É SECRETÁRIO DE SERVIÇOS PÚBLICOS DA PREFEITURA DE SALVADOR E CASO SEU PARTIDO CONCORDE, PRETENDE SER CANDIDATO A PREFEITO DE LAURO DE FREITAS. Texto e foto: Márcio Wesley

Foto: Divulgação

Marcelo Abreu deseja disputar as eleições em 2012

DIFERENTE MAGAZINE – Vamos começar fazendo um balanço de quando o senhor foi prefeito da cidade. Marcelo Abreu – No meu período de quatro anos fizemos 107 salas de aula e construímos a maior escola de Itinga, a Escola João Leão, que atualmente se chama Escola Dois de Julho. Implantamos o ensino infantil na cidade, trouxemos o Método Positivo para o mesmo e computadores adaptados para a escola Renasce a Esperança, no bairro de Portão. Na saúde, implantamos o primeiro Centro Cirúrgico Municipal da Bahia, no Hospital Jorge Novis. Mas muitas outras coisas foram realizadas no nosso governo. Eu me orgulho de ter sido prefeito e tenho no meu currículo todas essas realizações.

DM – O senhor já é pré-candidato a prefeito de Lauro de Freitas? MA - Já coloquei o meu nome à disposição, mas essa decisão não será tomada por mim, mas pelo presidente municipal do partido, o vereador Bitinho, por quem tenho enorme respeito. E no âmbito estadual, dependerá do nosso presidente, o senador César Borges.

“O caos viário virá junto com a verticalização e os mais de 15 mil imóveis, milhares de novas famílias e automóveis em Lauro de Freitas”. DM – O que o senhor acha do atual governo municipal? MA – Como ex-prefeito sou suspeito para falar, porém, dentro da situação atual de ar-

recadação e com o fim de todas as isenções que existiam no passado, era para cidade estar bem melhor. Em dezembro de 2004, o município tinha uma arrecadação média em torno de R$ 6,7 milhões por mês. Hoje, a cidade arrecada cerca de R$ 24 milhões mensalmente. Com essa arrecadação era para o município estar bem melhor. Além disso, existem, ainda, os inúmeros investimentos federais, pelo menos é o que vejo a mídia divulgando. Nesses últimos oito anos, não fizeram nada de substancial para prevenir o caos viário que virá junto com a verticalização e os mais de 15 mil imóveis e milhares de novas famílias com seus automóveis. Até agora, não vemos nenhuma solução de projetos viários ou sanitários para suportar a verticalização em Lauro de Freitas.

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segurança pública

“ESTÁ FALTANDO ATUAÇÃO DA FAMÍLIA”, ALERTA O GOVERNADOR “dessa maneira que a droga avança no Brasil, não conseguiremos resolver o problema nem se colocarmos um policial por cidadão!” , AFIRMOU WAGNER. NA FOTO ACIMA, O Governador DISCURSA EM visita Ao Quartel da Polícia de Choque DE Lauro de Freitas

A

invasão das drogas tem causado diferentes transtornos na vida da população mundial. Entorpecentes de baixo custo aliados à facilidades na aquisição, as drogas estão nas esquinas das cidades, nas mãos dos jovens, sejam eles ricos ou pobres, brancos ou negros, homens ou mulheres. O fato é que as drogas, sobretudo o crack, se alastram dia a dia e este já se tornou, de fato, um caso de saúde pública. Estudos mostram que, no Brasil, o percentual de assassinatos na faixa etária de 15 a 24 anos

é de 170% maior que em qualquer outra faixa etária. A probabilidade de um jovem brasileiro morrer assassinado é 30 vezes maior que a de um jovem europeu e 70 vezes maior que a de um jovem morador da Inglaterra, da Áustria ou do Japão. A questão é: grande parte desses assassinatos está ligada, direta ou indiretamente, ao submundo das drogas. Na Bahia, as cidades com os maiores índices de risco de jovens nessa faixa etária serem assassinados são Itabuna, Simões Filho, Lauro de Freitas e Porto Seguro, devido ao envolvimento

com atividades ligadas ao tráfico. Mesmo com todo o aparato de viaturas, homens de preto - de elite ou não - o fato é que o Estado briga contra um inimigo silencioso. Uma pesquisa realizada pela empresa Perfil Estatística em agosto de 2011, mostra que a maior preocupação da população de Lauro de Freitas esta ligada ao aumento da violência. Para a delegada Patrícia Nuno, plantonista da 23ª Delegacia de Lauro de Freitas, a ausência da família na educação infantojuvenil está diretamente ligada à entrada precoce dos jovens

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Divulgação/ DEA

efetivo, helicópteros, grampos autorizados. Faz-se necessária a integração com as Secretaria de Saúde e principalmente de Educação. Tudo isso aliado, é claro, à dinâmica familiar, que através de uma educação rigorosamente planejada, evita a entrada precoce de menores no ciclo das drogas.

no mundo do crime. “É preciso cobrar da população as responsabilidades em relação aos princípios de família, respeito aos pais, aos mais velhos, dedicação aos estudos, união da família, e claro, a religião deve também estar presente no dia a dia dessas famílias”. Essa é também a opinião do governador da Bahia, Jaques Wagner. “Está faltando atuação da família. Dessa maneira que a droga avança no Brasil, não conseguiremos resolver o problema nem se colocarmos um policial por cidadão”. Foi assim que o governador se referiu à problemática, ao tentar justificar o avanço da violência no Brasil. Essa frase foi dita por ele no encontro de prefeitos promovido pela UPB (União das Prefeituras da Bahia) ocorrido no dia 10 de outubro de 2011. A simplicidade com a qual o chefe maior do Estado se referiu à violência arrancou aplausos dos prefeitos,

vereadores, deputados, jornalistas e convidados ali presentes. A delegada Patrícia Nuno acredita que a violência urbana poderá ser melhor combatida no momento em que o Estado, como gestor da segurança, tratar seus policiais com salários dignos, incentivos de carreira compatíveis com os aplicados nos estados da União que melhor remuneram seus servidores. “Outro tópico importante que não posso deixar de citar é a preocupação que o Estado deve ter com a reintegração do ex-detento na sociedade, depois que eles pagam sua dívida com, passam a merecer um novo emprego, uma nova vida e o Estado, neste caso, poderia atuar de maneira mais contundente”, afirma Patrícia. Estatísticas demonstram que o Estado da Bahia em relação à remuneração de seus policiais militares é o 15º, e em relação à polícia civil é o penúltimo da

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Região Nordeste, ganhando apenas para o Estado de Sergipe (Fonte: www.papodepm.com).

O “CRACK” Ao tratar o sal de cocaína com bicarbonato, aparece um bloco sólido, mais conhecido como “crack”. O nome advém do barulho produzido neste processo de solidificação e na quebra deste bloco em pequenos pedaços. Ele também pode ser preparado a partir da pasta de cocaína. Esta forma é pouco solúvel em água, mas se sublima quando aquecida, sendo fumada em cachimbos. O fato é que nossos jovens, principalmente na periferia, estão cada dia mais cedo sendo recrutados pelo mundo do crime. O Estado precisa combater o problema de maneira “globalizada”. Não adianta apenas ser tratado como um problema de segurança pública, com viaturas, seis mil homens a mais no

LAURO DE FREITAS E O TOQUE DE RECOLHER Roubos, furtos e assassinatos tornaram-se freqüentes, deixando a população em desconforto, medo e insatisfação em Lauro de Freitas. O aumento assustador do consumo de drogas na região trouxe para a população um sentimento de insegurança. Município localizado na Zona Metropolitana de Salvador, com extensão territorial de apenas 59km2, sendo a terceira menor cidade da Bahia em tamanho geográfico, possui localidades que presenciam dramas semelhantes àqueles vivenciados em grandes áreas periféricas, a exemplo das favelas do Rio de Janeiro, constantemente presenteS nos noticiários nacionais. No bairro de Portão, por exemplo, os traficantes determinaram o “toque de recolher”, após a chacina ocorrida no dia 09 de outubro deste ano, que vitimou três pessoas, sendo que uma quarta foi encontrada no dia seguinte. Policiais que trabalham no caso, afirmam que esta quarta vítima pode ter sido ferida no mesmo tiroteio e ao tentar fugir, foi baleada, sendo encontrada morta no matagal próximo a área onde ocorreram as outras mortes. Crimes dessa natureza deixam a população em constante estado de alerta.


Combater o tráfico de drogas, restabelecer a ordem e a segurança pública, são exigências de todos no município. Ainda que a segurança pública seja um problema diretamente ligado à instância estadual, buscar conter essa criminalidade, criar um policiamento eficaz, melhorar a iluminação pública e criar estratégias que tragam de volta a paz, são tarefas difíceis que os governantes têm pela frente. A insatisfação dos moradores de Lauro de Freitas está refletida no cotidiano das ruas. Pais que não deixam seus filhos brincarem livremente, consumo de drogas nas praças e becos, assaltos a coletivos, roubo de carros, uma serie de crimes que preocupam e assustam a população. ``Não devemos apenas prender o praticante de um crime, devemos educá-los, fazer um trabalho social em grande escala, buscar na população os princípios da família, abrir as portas da delegacia, ser solidário e não apenas punir. Criar um cidadão do bem, em

seus princípios, na sua cultura e no seu ambiente”, afirma a delegada Patrícia Nuno, que ressalta ainda a importância de fomentar na população, a eficiência resultante do trabalho em conjunto com os órgãos de segurança, instruindo e difundindo o uso do dique denuncia, ferramenta que vem se mostrando eficaz na captura de foragidos da justiça. Apesar das autoridades policiais não confirmarem o toque de recolher em Portão, determinado pelos traficantes, o fato é de que ele existe e vem deixando apavorados os comerciantes locais. O Sr. Luis (nome fictício por questões de segurança) morador e comerciante do bairro a mais de 30 anos, lamenta: “Se eu pudesse e tivesse pra onde ir, tiraria meus filhos daqui”, diz o senhor de 57 anos, que completa: “São quatro, sendo que os dois adolescentes, de 15 e 17 anos, já são usuários de drogas, ambos com passagem pela polícia. Fracassei como pai com os dois mais velhos e não posso errar de novo com os mais jovens”.

Mateus Pereira/Secom

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A FORÇA EFETIVA DA GUARDA MUNICIPAL Com um efetivo acima de 300 homens e mulheres, a Guarda Municipal de Lauro de Freitas tem como objetivo controlar e fiscalizar o trânsito, apoiar atividades de socorro, garantir o funcionamento de serviços públicos e a proteção aos serviços de transporte coletivo e terminais viários, entre outros. Em conjunto com as policias, está em funcionamento o Programa Nacional De Segurança Publica com Cidadania (PRONASCI). O município dispõe de

câmeras de vigilância e monitoramento distribuídos nos bairros de Itinga, Portão, Centro, Ipitanga, Vilas do Atlântico, Areia Branca, Caji, Buraquinho, Capelão, Vida Nova e Jambeiro. Esse serviço visa contribuir para o monitoramento das áreas críticas, fornecendo dados e identificando as ações criminosas levando a possível captura de criminosos. Esse projeto tem como objetivo em médio e longo prazo a erradicação da violência nas áreas mais criticas, trazendo assim, mais segurança para toda a população.

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