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DAVI X GOLIAS O VEREADOR JOSÉ ALVES DA CRUZ, mais conhecido como BITINHO, é presidente da Comissão Parlamentar de Trânsito e Transportes, presidente do PR de lauro de freitas e figura política de grande expressão na cidade. em entrevista exclusiva, ele nos fala de sua visão da cidade e da movimentação política que já toma conta de lauro de freitas DIFERENTE MAGAZINE – Antes de entrar na vida pública, você já era considerado um dos grandes empresários artísticos da Bahia, e alavancou a carreira de um dos grandes nomes da música regional que é Silvanno Salles. Com tantos compromissos, viagens e shows, por que o senhor decidiu entrar na política e concorrer a um cargo público? BITINHO – Nem sempre fui empresário de Silvanno Salles. Minha vida sempre foi marcada por muitas dificuldades e muito trabalho. Fui motorista de caçamba e táxi, e, em 2001, comecei um trabalho visionário - que poucos acreditavam, mas que hoje nos permite comemorar 11 anos de sucesso da banda Silvanno Salles. Decidi entrar na política porque conheço como ninguém a dor e as dificuldades de quem mais precisa do poder público: o povo. Em Itinga, onde resido na mesma casa há mais de 30 anos, a vida ainda é difícil: esgotos correm à céu aberto, a educação e a saúde mal funcionam; o jovem não tem nenhuma assistência, não tem emprego e qualificação. A parte de esportes, então, nem se fala! Entrei na política para tentar contribuir com a mudança deste quadro não só para quem mora em Itinga, mas para todo o município, que é rico, mas tem um povo necessitado de tudo, especialmente de atenção e respeito.
na câmara, representando eles. Não tive a sorte de estar aliado a nenhum governo, porque não acredito neste modelo que aí está, por isso fui, sou e serei oposição até o último dia do meu mandato, Por quê? Peço apenas que todos que vivem diariamente em Lauro de Freitas olhem ao redor: quem vê alegria nos olhos do povo? Será que uma cidade só se constrói com prédios e apartamentos? Qual o preço disso? Já estamos pagando com o caos no trânsito, aumento da população e da violência. Não consegui como vereador mudar a realidade dos mais sofridos, mas quem votou em mim pode se orgulhar de ter votado em alguém com bons princípios. Resisti às tentativas do poder em me calar com cargos. Se eu tivesse aceitado, será que a vida dos que moram nesta cidade esta-
DM – Com dois mandatos de vereador, você conseguiu mudar essa realidade? Estar vereador garantiu vitórias para o povo que você representa? B – Estou há sete anos ocupando uma cadeira que não é minha e de nenhum vereador: o povo me colocou lá com a esperança de que uma voz independente e crítica estivesse DIFERENTE MAGAZINE | ABRIL/2012 | 3
ria melhor? Claro que não! Não fui eleito para receber cargos, mas para fiscalizar o governo, defender os interesses da cidade - especialmente de quem mais precisa, e propor melhorias, através de leis e projetos. Estas obrigações eu tenho cumprido, e para quem desejar confirmar o que digo é só ir à Câmara, assistir a uma sessão ou ainda solicitar o histórico das minhas atividades de vereador.
queremos mudanças. DM – Então o senhor está decepcionado com a vida pública? Não vai mais concorrer ao cargo de vereador? B – Decepcionado sim, mas desmotivado e acovardado nunca! A minha convivência, durante toda a vida, com o dia a dia da periferia, conhecendo a realidade da vida dos que nada tem ou tem muito pouco, aliada à experiência positiva que tive na câmara nesses dois mandatos, me dá a visão para encontrar as soluções para os problemas da cidade. Aprendi a ouvir mais, e todas as sugestões serão válidas para construir um novo tempo para Lauro de Freitas, mas, agora, em uma nova missão: por isso, sou pré-candidato a prefeito. Se eleito, tenho certeza de que posso contribuir mais, me doar mais, e especialmente poder realizar não só os meus sonhos, mas os sonhos de quem desejar uma cidade mais humana. Quero sonhar e realizar ao lado de quem for do bem.
DM - O mandato do senhor gerou conquistas para a cidade? Como avalia o seu mandato? B – Na câmara tivemos vitórias importantes, apesar do governo não simpatizar com boas ideias vindas da oposição. Conseguimos aprovar e tornar realidade por exemplo, a obrigatoriedade de empacotadores nos supermercados, a proibição do fumo em lugares públicos e a normatização da acessibilidade dos portadores de necessidades especiais, que precisam ter garantidos o cumprimento da lei, através da fiscalização da prefeitura. Além disso, apresentamos dezenas de emendas ao orçamento, DM – Então há um projeto para Biindicações e requerimentos nas áre- tinho prefeito? Quem está ao lado do as de saúde, educação, emprego e senhor hoje nesta empreitada? renda, cultura e esportes, inclusive B – O projeto de Bitinho prefeito a solicitação de diversas melhorias está sendo construído todos os dias na infraestrutura urbana da cidade, nas ruas. Como tenho acesso diásendo que a maior parte delas não rio e direto com o povo, estou senforam atendidas, em razão das limi- do convocado por quem votou em tações que o cargo de vereador ofe- mim para vereador, pelos que não rece. Se o vereador for de oposição, votaram e por lideranças políticas. esta perseguição é ainda maior. Pro- Especialmente tenho sido motivapusemos a construdo pelo ex-senador ção da concha acúsCésar borges, PrePOSSO GOVERNAR tica e vejam por sidente estadual do LAURO DE FREITAS, quantos anos a obra meu partido, o PR, NÃO COM A se arrasta! Fomos por lideranças do MINHA FAMÍLIA NA reduzidos a meros PMDB, através do fiscalizadores e pe- PREFEITURA, MAS COM presidente estaduO APOIO DELA. dintes! O cargo de al, o deputado fevereador é a base da deral Lúcio Vieira pirâmide política, e Lima, por amigos é uma honra ter ocupado esta fun- e familiares. Mas esses planos estão ção. Mas a menos que se faça com colocados nas mãos de Deus, a quem recursos próprios, é inviável esperar devo tudo. a boa vontade do poder público. Por tudo isso, acho que o meu mandato DM – O senhor não tem não tem fapoderia ter sido melhor, pois não mília tradicional na cidade, não nastive a sorte de estar aliado a um bom ceu em Lauro de Freitas e não possui governo, e um bom mandato de ve- um grande arco de alianças política reador passa pelo sucesso na parce- para viabilizar esse sonho. Como ria entre legislativo e executivo. Não pretende derrotar os gigantes favosubserviência, mas parceria! Esse ritos? é o governo escolhido pela maioria B – Da mesma forma que davi derda população: respeitamos isso, mas rotou golias! Com humildade, estra4 | DIFERENTE MAGAZINE | ABRIL/2012
tégia e muita fé! Quando é que foi estabelecida essa regra de que para se ter competência administrativa você deve administrar a coisa pública com a família ou ter que nascer na cidade? Não sou da terra, de nascimento, mas sou um exemplo de que com muito trabalho honesto e suor próprio se consegue vencer. Sou o que alguns chamam de exemplo de superação. Se eu mudei a minha vida, se tenho um negócio próspero e se conheço a cidade, tanto os problemas quanto as soluções, posso governar Lauro de Freitas. Não com a minha família na prefeitura, mas com o apoio dela. A cidade será administrada por uma equipe, não por um grupo político. Os partidos políticos virão com o tempo e serão também indispensáveis nesta nova página da história que iremos escrever juntos. Não sou eu quem vai derrotar os poderosos: o povo vai fazer isso através do voto. DM – Os opositores de seu projeto político alegam que a sua vida de empresário não permite que você dê atenção à política. Dizem que você vive para Silvanno Salles e que nem mora mais em Lauro de Freitas. Até que ponto isso é verdade? Como o senhor deseja governar Lauro de Freitas se não tiver tempo na sua agenda? B – Como disse no início desta entrevista, sou empresário de Silvanno Salles desde 2001, e deste trabalho sobrevivo, perdendo noites e me expondo nas estradas. Assumi o primeiro mandato de vereador em 2005 com a maior votação, até hoje, da história da cidade, também com o objetivo de estimular os meus colegas vereadores a buscar a sua sobrevivência fora da política. Sou a favor de que a legislação mude e obrigue que o candidato a qualquer cargo público comprove o exercício de alguma profissão e dele tire o seu sustento. Como a política pode mudar aos olhos do eleitor se a maior parte sobrevive do salário e dos benefícios que o poder público oferece? Sou contrário ao fato de que um vereador, deputado ou prefeito dependa financeiramente do poder público, desde que não haja incompatibilidade de interesses. Meu tempo é organizado e sei dividir o espaço da minha vida profissional, de onde pago as minhas contas, e a vida política, onde exerço
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o cargo de vereador. A vida pública necessidades básicas deste segmentem tomado mais tempo do meu dia to, independente da área em que do que os meus negócios. Prova dis- atue. No ramo empresarial, utilizaso é que, na minha casa, começo a mos muito a expressão “parcerias”, receber pessoas logo cedo, tentando e esta palavra será a chave de muiresolver os mais diversos problemas. tas das soluções que vamos buscar. Resido em Itinga há mais de 30 anos, E, quando falo em parceria, não me todos sabem, e essa conversa dos que refiro à promiscuidade administranão aceitam o sucesso alheio é triste tiva: me refiro à coisa séria. Se um demais. Se Deus e a cidade acharem empreendedor deseja instalar o seu que posso assumir a prefeitura de negócio na cidade, vamos avaliar se Lauro de Freitas, terei que fazer uma este negócio não vai contribuir com opção, e optarei por dedicar muito a destruição da cidade, das pessoas e mais tempo à reconstrução da cida- do meio ambiente, e, em caso de ser de sem prejuízo dos benéfico, vamos avameus negócios. liar em quais condiA CIDADE SERÁ ções, se realmente ADMINISTRADA POR DM - A classe mais quem mora na cidarica e os grandes UMA EQUIPE, NÃO POR de será beneficiado. empresários talvez UM GRUPO POLÍTICO. Enfim: terá espaço não vejam com bons para todos, do peolhos a possível gesdreiro ao engenheitão pública de um homem tão próxi- ro, da manicure ao dono do salão mo do povo, com ideais tão popula- de beleza, mas mediar os direitos e res. O senhor acha que um prefeito deveres de cada um deverá ser uma pode governar sem o apoio dos mais regra básica. Dividir com mais jusricos? tiça a geração de renda deve ser um B – Claro que não, até porque sou compromisso de qualquer governo, empresário e também conheço as sem milagres, mas com competência
e atitude. DM – quais os problemas que o senhor julga ser de maior prejuízo para Lauro de Freitas? B – Do ponto de vista administrativo, a falta de um planejamento para a cidade se reflete nos grandes problemas que vivemos hoje, a exemplo do crescimento desordenado, o caos no trânsito e o colapso dos transportes; o excesso de prédios e postos de combustíveis; a ausência de segurança pública e políticas para o jovem; a educação e a saúde, que funcionam de forma improvisada: tudo isso somado gera a catástrofe que vivemos. Isso sem falar em problemas históricos que ainda não tiveram competência para resolver, a exemplo da falta de água constante em bairros como Areia Branca, Capelão, Jambeiro e Itinga, bem como as enchentes que causam ainda mais caos na cidade, especialmente nas épocas de chuvas. Quem esqueceu de 2010? A maior enchente da história de lauro de freitas quase chegou a cobrir a ponte próxima ao Clériston Andrade!
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lauro de freitas - eleições 2012
Vocação política Ladislau Leal, blogueiro famoso pela polêmica, abre o jogo sobre as eleições de outubro. A entrevista foi marcada na Assembleia Legislativa da Bahia, numa sessão solene realizada pela Câmara dos Deputados em comemoração aos 90 anos do Partido Comunista do Brasil (PC do B). Após a calorosa homenagem, o blogueiro comunista, Ladislau Leal, conhecido por todos como Lau, falou um pouco sobre a sua vida e a política em Lauro de Freitas Por: Márcio Wesley – foto e texto Revista Diferente Magazine - Quando você começou a militar politicamente em Lauro de Freitas? Lau - Veja bem, cheguei ao município em 1972, precisamente em Itinga. A cidade era pequena e com ar de interior. Em 1982 comecei de fato a me envolver politicamente e quem me ajudou a tirar meu título de eleitor foi o professor Franquinho, pai de Chico Franco, nosso grande camarada. Marchei em alguns partidos como PSB, PRP, enfim, mas hoje estou no PC do B, um partido que me identifiquei, tenho um profundo carinho e conheço a sua história. Só para se ter ideia, fui aluno da professora Loreta Valadares, na UFBA, na década de 80, ela foi ex-presa política e lutou bravamente contra a ditadura e a tortura na época do regime militar. DF - Você é realmente pré-candida-
to a vereador em Lauro de Freitas? Lau - Claro que sou e, inclusive, tenho o aval do meu partido. DF – Como você avalia a ida de Chico Franco para o PC do B? Lau - Não tenho dúvida que foi um casamento perfeito. Chico é um grande nome em nossa cidade e um grande quadro político, ele deu musculatura e notoriedade ao PC do B municipal. Chico fortaleceu o partido e, com isso, fará com que possamos eleger alguns representantes para a Câmara de Vereadores em 2012.
DF – Se você for eleito qual será a sua plataforma política? Lau – Eu digo sempre o seguinte, o parlamento é amplo e a minha função será nada mais e nada menos de fiscalizar o executivo. Além de discutir pautas relevantes do interesse da população. Ou seja, trazer a sociedade para debater os problemas. Essa historinha de prometer isso ou aquilo, isso não existe. A minha plataforma será ampla, vamos lutar por dias melhores em todas as camadas da sociedade e nos mais variados contextos.
Deputada federal Alice Portugal, Ladislau Leal e Chico Franco 8 | DIFERENTE MAGAZINE | ABRIL/2012
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*Consorcio Nacional Honda - Plano de 72 meses
artigo
DR. MÁRCIO: GOSTAR
N
esses dois mandatos, como vereador da cidade de Lauro de Freitas, o grande aprendizado que recebi foi, exatamente, ter consciência de que gostar de gente é vocação. Isso não se aprende na escola, mas tão somente na convivência diária com as pessoas, ouvindo e partilhando das suas tristezas e alegrias. A cidade representa o coletivo onde as pessoas vivem e se relacionam; o lugar onde a vida efetivamente acontece. A relação que desenvolvi com Lauro de Freitas nesses 15 anos em que aqui vivo e trabalho passa necessariamente pelo contato com as pessoas, e foi justamente a partir daí que ouvi e abracei a convocação para poder fazer mais pelas pessoas e pela
cidade. Na vereança pude mergulhar nos problemas crônicos da cidade. Mesmo estando na oposição, nunca me furtei em aprovar projetos que fossem para o bem do município, pois entendo que minha função é fiscalizar o Executivo e cobrar a efetiva implementação de políticas públicas e ações concretas que contribuam para a transformação e o desenvolvimento da cidade. Confesso que foi e tem sido uma grande frustração para mim, como vereador, ver a cidade abandonada. Qualquer pessoa de bom senso vê que é possível melhorar o quadro que aí está. A gestão não pode perder de vista que por trás de toda intervenção que se faz na cidade,
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existem pessoas e é por elas e para elas que se trabalha. Não trabalhar é uma demonstração clara de quem não prioriza as pessoas, não prioriza o cidadão que paga impostos e que, por conseguinte, quer receber como retorno obras e serviços para a melhoria da sua qualidade de vida. Os serviços básicos passam por repetidas crises que vão desde a falta de pessoal até a infraestrutura adequada para a realização desses serviços. Outro dia, a gestora desta cidade – que é conhecida como a “toda poderosa” - passou por um constrangimento público, quando depois de fazer um relatório da sua gestão e afirmar que tudo estava maravilhoso e que a nossa cidade era destaque nacional, foi interpelada por um edil
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DE GENTEÉVOCAÇÃO que lhe perguntou onde estava esta cidade do “conto de fadas”, que só a gestora enxergava? Temos consciência de que uma cidade não pode ser considerada destaque nacional uma vez que vive mergulhada em problemas: saúde não funciona, escolas fechadas para reforma em pleno ano letivo, ruas com esgoto a céu aberto, obras recém-inauguradas servindo de abrigo para moradores de rua - a exemplo da Concha Acústica - bairros periféricos abandonados, irregularidades em licitações (recentemente a gestora foi multada pelo Tribunal de Contas do Município), caos na mobilidade urbana, especulação imobiliária... Ainda esta semana fui interpelado por um antigo morador da cidade que me relatou a tristeza de ter que vender sua casa, onde morava há mais de 26 anos, uma vez que foi vítima da especulação imobiliária por
que passa a cidade e a qual a prefeitura não fiscaliza. Disse ele que prédios foram erguidos no entorno da sua casa sem que os limites e critérios para sua construção fossem respeitados. Ao se queixar à Prefeitura recebeu a resposta de que o fato é reflexo do progresso e de que ele teria que se adaptar/acomodar às mudanças. Perdendo completamente a sua privacidade, além de ter o seu imóvel desvalorizado, só lhe restou vendê-lo com prejuízo e procurar, depois de 26 anos, outro lugar para morar. Vale aqui registrar que todos esses problemas geraram a visita de um Deputado do partido da prefeita, (PT), que veio à cidade com o objetivo de filmar, fotografar e denunciar através dos meios de comunicação o abandono vivido pelos moradores de Lauro de Freitas. O Deputado declarou que a prefeita precisava “visi-
tar” mais a cidade que governa. A conclusão de tudo isso é que de fato essa gestão não gosta de gente, não tem compromisso com a vida e o sentimento das pessoas. Essa gestão se vangloria de promover seminários e assembleias, mas a gestora quando vai às ruas é acompanhada por excesso de seguranças, desnecessariamente, já que nunca recebeu ou sofreu qualquer ameaça. Não se pode gerir uma cidade nas quatro paredes de um gabinete. Tem que ir para a rua, falar com as pessoas, ouvir, refletir sobre os problemas/ soluções e acompanhar a vida da cidade. O microfone só alcança o ouvido, mas a presença atinge o coração. É preciso saber que a cidade já está gestada na cabeça e no coração do povo e governar é traduzir isso em realidade. Quem quer governar tem que gostar de gente, mas é verdade que gostar de gente é VOCAÇÃO!
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Quem planeja tem futuro. Quem não planeja tem destino.
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m aviso aos desavisados: a corrida eleitoral de 2012 já começou. E não basta sair na frente, é preciso chegar em primeiro. As peças já são movidas no tabuleiro, os cenários mudam dia a dia em razão da busca por espaço, dos factóides lançados, dos testes de aceitação, das pesquisas que já saíram a campo. A busca por recursos que viabilizem as candidaturas e banquem as futuras campanhas também segue a passos apressados. O processo eleitoral, definitivamente, não se inicia a partir do horário eleitoral gratuito ou de qualquer data definida pelo TSE. O problema é que na maioria dos casos essa é uma corrida atabalhoada, com risco de tropeços e de falta de fôlego para cruzar a linha final. Há muito tempo que eleição não é um ato plebiscitário, de dizer sim ou não a alguém, ou de “escolher” seu candidato desde que seja aquele que o “coronel” indicou. Uma eleição hoje é muito mais complexa, a disputa pela decisão do eleitor inclui muito mais variáveis do que o respaldo de um cacique político ou de uma legenda partidária forte. A disputa já está aí, mas, para muitos, uma campanha eleitoral ainda custa caro. E isso acontece porque falta planejamento. Com planejamento, quem está no poder e pretende reeleger-se ou fazer um sucessor, governa hoje plantando o que colherá em 2012. Fazendo isso de forma acertada, com investimentos precisos na comunicação de sua gestão, precisará de menos recursos para convencer a população de que sua obra merece continuidade, ou que seu legado precisará de um guardião. Para quem está na oposição, o período pré-eleitoral também é fundamental para marcar lugar e pavimentar caminhos, evitando gastos maiores em 2012, com vistas a
construir uma imagem competitiva. E vamos deixar claro: é possível fazer tudo isso sem ferir a legislação. Um bom planejamento de marketing político e eleitoral se afasta cada vez mais de “achismos”, passando a ser baseado em números, dados e análises racionais. O palpite gratuito dá lugar a pesquisas pagas e feitas com critérios científicos. As campanhas não são mais do candidato; são de um grupo que conta com uma estrutura de marketing completa, responsável por transformar a campanha em um anseio da maioria da sociedade. Quem pretende se candidatar em 2012 achando que marketing políti-
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co é kit político com santinhos, cartazes e pichação de muros certamente fracassará nas urnas. O futuro das próximas eleições pertence a quem planeja bem. Aliás, o futuro, de um modo geral, será mesmo de quem tiver um bom planejamento para ele.
Robson Wagner. Diretor executivo da W4 Comunicação. W4 Comunicação: 71 3271-5454
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homenagem
Dometila Garrido, a primeira mulher Repórter da Bahia Por Fabiano Bluz Jornalista e Diretor do Portal Ipitanga Mulher com espírito empreendedor, Dometila Cerqueira Garrido do Val, atualmente com 78 anos, nascida em 29 de agosto de 1933 num pequeno sobrado no bairro de Roma, destacou-se nas décadas de 60 e 70 pelas diversas atividades executadas. Formada em Contabilidade pela Faculdade de Ciências Econômicas, exerceu por pouco tempo a sua profissão. Em 1961, ao declamar o poema Vozes D’áfrica de Castro Alvez, foi convidada pelo presidente do sindicato de jornalismo para escrever na redação do Diários Associados, em uma época onde as redações de jornalismos eram compostas exclusivamente por homens, tornando-a a primeira mulher a ocupar um lugar no diário. Segundo Dometila não sofreu nenhum preconceito, pelo contrário, era protegida – “Jehová de Carvalho me protegia”, referindo-se ao colega jornalista. Mas no início precisou impor respeito. “Eu usava um sapato de salto fino com capa-fixa. Quando batia no assoalho fazia muita zoada e batia para não ouvir palavrões. Depois de um ano o palavrão foi liberado”. Dometila fazia reportagem geral. Sendo que a única editoria que não fez foi a de po-
lícia. No Diário de Notícias fez coberturas de diversos episódios da história da Bahia, como a visita da Majestade Rainha Elizabeth II e do Príncipe Philip, Duque de Edimburgo, no Palácio da Aclamação onde deu uma única nota informando que a Rainha Elizabeth II tinha tomado um suco de pitanga. Também sofreu com a ditadura quando foi detida em 1967, onde estava indo cobrir uma manifestação na Faculdade de Direito da Universidade Católica do Salvador, três policiais a abordaram e a conduziram a Delegacia de Jogos e Costumes por considerarem a sua atitude suspeita. Segundo ela os policiais eram cariocas e estavam a pouco tempo aqui na Bahia e a confundiram com o Diários Associados do Rio de Janeiro que era de esquerda. “O interessante nesta história é que não tinha nenhuma viatura disponível e fui conduzida para a delegacia com o meu próprio carro” conta Dometila, que naquela situação foi liberada após algumas horas sob a condição de que a página dedicada ao dia do Soldado saísse no dia 25 de agosto, caso contrário, nenhuma nota seria dada no jornal. No dia seguinte foi publicada uma nota de esclarecimento no Diário de Notícias informando que tudo não passou por equívoco. Com um sangue espanhol herdado pelo seu pai, o srº Manoel Garrido y Garrido, casado com a baiana de Lençóis, a srª Julieta Cerqueira Garrido do Val, Dometila, exerceu outras atividades paralelo ao jornalismo, foi responsável pelo primeiro tablóide de vendas da Bahia, criado na época que trabalhava no setor de publicidade da extinta loja de departamentos Mesbla – “O
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homenagem tablóide não circulou por causa da revolução”. Foi Comissária de menores. Trabalhou na SUTURSA (Superintendência de Turismo do Salvador) – “Na época todo jornalista tinha que ter um emprego público”, fez o primeiro jornal de turismo do estado, Bahia Tur. Tentou trabalhar na rádio Excelsior, mas Paulo Nacif não gostou da idéia e deu um ultimato à amiga - “Ou lá ou aqui!” - e Dometila optou pelo Diário Associados. “Tudo isso porque o salário de jornalista era baixo, então eu completava a renda com outras atividades.” Disse Dometila. Mas não para por aí, em 1961, Dometila é convidada por Paulo Nacif a participar de um dos maiores eventos, o Miss Bahia. Inicialmente como auxiliar de Kleber Pacheco e Ruth Pacheco. Em 1962 assume o comando do evento, que deixou de acontecer no Grande Hotel da Bahia e foi para o Ginásio Antonio Balbino, Balbininho, aumentando o público e a popularidade do evento. As personalidades da nata baiana, políticos, artistas e empresários, compareciam em massa aos desfiles para torcer pelas candidatas e ver as beldades de maiô. “Na época a grande sensação era ver as mulheres desfilando de maiô, hoje se mostra tudo, as mulheres desfilam de fio dental, ninguém esconde nada”... “Naquele tempo as garotas não podiam usar perucas ou fazer alterações no corpo. Tinha que ser naturais. Teve uma candidata que resolveu mergulhar na piscina do hotel durante a noite e esqueceu que estava de peruca. As meninas virão e me acordaram para ver. Ela foi desclassificada.” Relembra Dometila. A maioria das candidatas eram de origem humilde e buscavam além da fama e das viagens os prêmios que eram dados. Todas as candidatas eram acompanhadas por suas respectivas madrinhas (que nem sempre eram as mães) que davam mais trabalho que as próprias candidatas. No seu último ano de desfile
Dometila recebeu uma missão que era levar a primeira miss negra do estado, Vera Guerreiro, para conhecer o então presidente Costa e Silva. Odorico Tavares disse a Dometila que se ela não tivesse uma foto do presidente cumprimentando a miss que ela nem precisava voltar para Salvador. Dometila contratou todos os jornalistas disponíveis no evento. “Foi à miss mais fotografada de todas”, relembra. Dometila não marcou a Bahia só nos grandes desfiles, a sua história também se confundi com a TV, aonde por trás das câmeras conduziu o programa Poder Jovem idealizado por Everton Bispo. Era um programa que promovia gincanas estudantis e dava oportunidade a jovens músicos como: Fernando Barros, publicitário e dono da PROPEG (agência de publicidade na Bahia) que tocava no grupo Os Mustangs, além de Morais Moreira, Pepeu Gomes e Gerônimo, os compositores Antonio Carlos e Jocafi. Dometila ainda produziu e criou outros programas como: O Assunto é Miss, A noite é do 5, Ao pé da fogueira (programa junino), Nossa Terra, Nossa Gente (titulo tirado do hino da misses). Ela chegou a produzir oito programas de uma vez. Pioneira em tudo o que faz Dometila juntamente com a sua sócia Zaida Costa, abrem a primeira casa de eventos da cidade em 1979, a Open Door. Que o seu primeiro objetivo era divulgar o trabalho de jovens talentos, mais a idéia não deu certo. Então resolveram trabalhar com recepções de eventos. Foi um sucesso, realizaram grandes recepções e eventos de grandes portes dando destaque aos deliciosos carurus e a festa a beira da piscina na “casa” de Dometila. Abriu também o Bar Ágora, localizado onde foi até pouco tempo o Banco de Boston. Com a decoração feita por Graça Piva o bar tornou-se point preferido para happy-hour de artistas e outros amigos de Dometila. Estes mesmos amigos que cogitaram a idéia de anexar ao famoso bar uma galeria de artes. E em 1982 a Galeria Genaro Carvalho abria as portas para obras de gente como Tati Moreno, Santi Scaldaferri, Justino Marinho,
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Carlos Bastos e Calazans Neto. As exposições temáticas, como a dedicada à venerada mãe de Jesus, contavam sempre com a colaboração entusiasmada dos mais badalados artistas da época, que produziam obras especialmente para aquele momento. O Bar acabou não durando muito tempo. “As pessoas iam lá e me procuravam, queriam sempre a minha presença, ai teve uma hora que eu cansei. Gostava muito de festa mais não era toda hora que estava afim.” O resto acabou sendo engolido pela crise financeira na qual o Open Door mergulhou na época do Plano Collor. Atualmente morando em Lauro de Freitas, curti a sua mais nova netinha... De 04 meses e afirma ter vivido bem a sua vida, pelas realizações profissionais e pessoais, por ter conhecido quase todo o Brasil fazendo aquilo que sempre amou que é transcrever os fatos. A nós jovens jornalistas ou estudantes que estamos começando a vida profissional têm que agradecer primeiro a Deus por ter dado este presente a mídia baiana e depois a Castro Alves por ter escrito este belo poema “Vozes D’África” que foi declamado por esta grande mulher, Dometila Garrido.
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empreendedorismo
Beleza: herança de pai para filho A
Há 35 anos, o pai começou a se dedicar às cirurgias plásticas. o filho seguiu seus passos e, hoje, ambos trabalham em parceria numa das melhores clínicas do estado.
inda antes das próteses e outros procedimentos cirúrgicos estéticos virarem mania, principalmente entre as mulheres, o médico Américo Monteiro viu na busca pelas formas perfeitas a sua realização profissional. São mais de trinta e cinco anos de carreira dedicados à cirurgia plástica. Seguindo os passos do pai, Humberto Oliveira Monteiro também se tornou cirurgião plástico e hoje atuam juntos na Clinday, clínica localizada na Avenida Ademar de Barros, no bairro de Ondina, em Salvador, que está entre as maiores em estrutura da cidade e realiza, em média, 7 operações por dia.
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Admirador confesso do renomado cirurgião Ivo Pitanguy, Dr. Américo afirma ter realizado um sonho próprio através do filho, que logo no início de sua carreira foi convidado a fazer parte da equipe do cirurgião. “É uma experiência ímpar, bastante diferenciada”, define em poucas palavras Dr. Humberto. A clínica do Dr. Pitanguy, localizada no Rio de Janeiro, é considerada um centro de excelência em cirurgia estética. E lá se vão dez anos de sólida carreira. Nascido e criado em Salvador, Humberto Monteiro serviu um ano de exército em Manaus e retornou à capital carioca onde se formou anos antes na Universidade Federal do
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Rio de Janeiro. Lá fez residência em cirurgia geral e ingressou na Santa Casa de Misericórdia, de onde saiu dois meses depois diretamente para trabalhar na equipe do professor Pitanguy. Como forma de dinamizar e qualificar o trabalho que fazem na Clinday, pai e filho só trabalham juntos: “Nós conseguimos fazer os procedimentos maiores condensando tempo, afinal são quatro mãos”, diz Américo Monteiro. Um exemplo é a lipoescultura, cirurgia cheia de detalhes e mais demorada, que trabalhada “a quatro mãos” pode ser menos cansativa tanto para os médicos como, principalmente, para o paciente em questão. Um serviço novo que também se beneficia dessa prática é o Implante capilar, que passou a ser oferecido também pela Clinday. Um outro ponto importante a ser ressaltado é que a clínica está aberta para outros profissionais médicos. Assim, aqueles que precisarem realizar cirurgias tem na Clinday um espaço completo para trabalhar, com infraestrutura de primeira linha.
“Nós conseguimos fazer os procedimentos maiores condensando tempo, afinal são quatro mãos.”
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cultura
“PAIXÃO DE CRISTO” EM LAURO DE FREITAS
O
auto da Paixão de Cristo é uma das principais referências da cultura de Lauro de Freitas. Renovada a cada ano, como uma encenação clássica, o espetáculo foi apresentado uma semana após a Páscoa na Praça da Matriz São catorze edições da montagem, mas sempre diferentes uma das outras. São muitas as emoções e diferenciados graus de encantamento. A platéia responde em aplausos demorados a veracidade das cenas e se emociona com a história de Jesus Cristo, contada através do talento dos artistas da terra. É muito comum ver as pessoas chorando, enquanto acompanham com olhos fixos, passagens bíblicas marcantes, até então só ouvidas e lidas. Na edição de 2012, a Sociedade Cultural Távola, com toda a resistência
possível às dificuldades, como as políticas públicas para a cultura e a falta de compreensão de alguns empresários, mantém nas possibilidades “surrealistas” a sua permanência na cena baiana. E conta com o apoio essencial da Prefeitura de Lauro de Freitas, através do Fundo Municipal de Cultura, um embrião que ensaia um fomento mais justo, quem sabe outrora, mas muito válido. À frente da montagem, o “guerreiro”, o “louco”: o diretor teatral Duzinho Nery, que apesar das dificuldades, não desiste nunca. Continua firme, com a cuia na mão, acreditando que um dia, as consciências se transformem, e a “Paixão de Cristo”, possa não apenas mostrar a vida do homem mais importante que passou pelo planeta, mas que seja o espelho dos anseios e sonhos de uma comunidade, que acredita que a arte transforma.
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Quem estiver interessado em obter mais informações sobre a montagem, pode entrar em contato com a produção, através dos telefones: (71) 91154462 / 8704-3494.
Promoção por tempo limitado. O Sal e Brasa reserva-se o direito de alterar preços sem aviso prévio.
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