Almada negreiros

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Almada Negreiros


Biografia José Sobral de Almada Negreiros, nasceu a 7 de Abril de 1893, em São Tomé e Príncipe. Estudou no colégio jesuíta de Campolide, para onde entrou em 1900, aos sete anos de idade, após a morte prematura da mãe, em 1896 e a partida definitiva do pai para Paris nesse mesmo ano. Aí realizou os jornais manuscritos "República", "Mundo" e "Pátria". Após o encerramento do colégio, frequentou entre 1910 e 1911, o liceu de Coimbra, de onde passou para a Escola Nacional de Belas Artes, em Lisboa. Em 1915, integrou-se no grupo "Orpheu”, condutor de introdução do modernismo em Portugal.


Entre 1919 e 1920 retomou os estudos de pintura em Paris. De regresso a Lisboa, adquiriu uma serenidade bem expressa na sua afirmação de que «entre mim e a vida não há mal entendidos». Porém em 1927, de novo desgostoso com a falta de abertura do país às novas correntes ideológicas e culturais, foi para Madrid onde, como já antes o fizera em Lisboa, a par da sua actividade nas artes plásticas, colaborou com a imprensa. Com o agravamento da crise económica e social espanhola, após a proclamação da República, Almada regressou a Lisboa, em Abril de 1932. À consciência nacional que Paris lhe trouxera acrescentava agora uma «consciência ibérica culturalmente definida por valores líricos de uma certa lusitaneidade». Em 1934, casou com a pintora Sara Afonso. Almada Negreiros faleceu em 1970.


Almada e as artes A pintura de Almada Negreiros é hoje unanimemente reconhecida como o verdadeiro símbolo da arte moderna portuguesa. O génio e a obra de Almada foram fruto de uma evolução influenciada quer pelos movimentos contemporâneos quer pelo contacto com a arte e sabedoria ancestrais. No entanto, na década de 1910, enquanto Almada proclamava já o seu estatuto de pintor, muitos apenas lhe reconheciam mérito como desenhador, caricaturista-humorista tendo chegado a participar na I Exposição dos Humoristas Portugueses (1911), a primeira do modernismo nacional . Almada foi muito influenciado pela crítica. Recebeu-a sempre como estímulo à sua própria evolução. É assim que, na sua primeira exposição individual, recebe a crítica que porventura mais o motivou na procura da perfeição, a do seu amigo Fernando Pessoa que considerou a pintura de Almada: "capaz de apanhar momentos de espuma, mas sem consciência de que essa espuma é orla dum mar antigo, vasto e misterioso" (cit in Fernando Pessoa, 1985). Como artista plástico, são de realçar os seus murais na gare marítima de Lisboa, os trabalhos para a Igreja de Nossa Senhora de Fátima (mosaico e pintura) e o célebre retrato de Fernando Pessoa. Pintor do advento do cubismo, a sua actividade artística estendeu-se ainda à tapeçaria, à decoração e ao bailado.


Caricaturas


Auto-retratos



Retratos de Fernando Pessoa


Técnica mista

“Mulher à varanda”, guache sobre papel.


Vitral (seminรกrio dos Olivais)

Vitral (Santo Condestรกvel)


“Nau Catrineta”


«O número» 1958 Tribunal de contas de Lisboa


Tapeçaria (Fundação Calouste Gulbenkian)



Obras de Sarah Afonso


Almada e as letras Como escritor, publicou peças de teatro: • •

"Antes de Começar", 1919; "Pierrot e Arlequim", 1924 e "Deseja se Mulher", 1928;

Romances: •

"Nome de Guerra" (escrito em 1925, mas publicado apenas em 1938,e a primeira obra em que se manifesta já a arte modernista);

Poemas: • • •

"Meninos de Olhos de Gigante" (1921); "A Cena do Ódio" (escrito em 1915 e publicado apenas em 1923, que consiste numa descrição violenta do Portugal da época, em que se exprime uma dialéctica de amor ódio que seria a tónica dominante das relações do artista com a pátria); "As Quatro Manhãs" (1935) e "Começar" (1969);

E uma série de textos de crítica e polémica, dispersos pelas publicações em que colaborava. De entre estes, destacam se o "Manifesto Anti Dantas" (1915), verdadeiro libelo de reacção ao ambiente cultural estagnado e academizante da época, o "Manifesto" (1916), o "Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas" (1917) e "A Invenção do Dia Claro" (1921).




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