Charlie Chaplin

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CHARLIE CHAPLIN


Charlie Chaplin (Charles Spencer Chaplin) nasceu a 16 de Abril de 1889. Os seus pais eram Charles Spencer Chaplin Sr. e Hannah Chaplin, cantores e actores do music-hall.

A primeira actuação de Chaplin foi aos cinco anos, no music hall a criança subiu ao palco e cantou “Jack Jones”, uma música popular da época.


Charles Chaplin Sr. morreu quando o filho tinha 12 anos, de cirrose. Depois disso, os irmãos Chaplin foram deixados numa casa de trabalho em Lambeth (sul de Londres), tendo saído após algumas semanas, a fim de frequentar uma escola de pobres em Hanwell. Mais tarde, foram chamados para o music-hall, onde viria a começar a carreira promissora de Charles. A sua mãe acabou por morrer, em 1928. Ao longo da sua vida, casou-se cinco vezes. No seu primeiro casamento, teve um filho e no segundo, dois filhos. O seu último casamento foi com Oona O’Neill, quando ele tinha 54 anos e ela tinha apenas 17. Deste, derivaram oito filhos.


Chaplin fez várias viagens em tournée entre os EUA e a Inglaterra. Numa dessas tournées integrava a companhia de Fred Carno. Uma dessas actuações foi vista por Mack Senett (Keystone Film Company), que o convidou para ser substituto de Ford Sterling em Making a Living. Foi aí que Charlie Chaplin se estreou no mundo do cinema, em 1914. Os produtores não gostaram da sua prestação, e, tal não foi o seu espanto, quando viram que o filme estava a ter uma grande aceitação por parte do público.


Making a Living (1914)


CHARLOT (The Tramp, Carlitos, Der Vagabund)

Apareceu, pela primeira vez, no filme Kid Auto Races at Venice (1914). Trata-se de um vagabundo simples, com a postura de um cavalheiro. Fato de calças largas e casaco apertado, chapéu de coco, sapatos grandes demais, bengala de bambu e um bigode, eram as características físicas do personagem. Andar desajeitado, afastando os pés para fora, e predominavam os gestos exagerados, acentuando o ar cómico da personagem. Junto a tudo isto, tinha as suas expressões faciais irónicas e sarcásticas, de modo a dar mais expressividade à sua representação. O papel de Charlot é mostrar situações sociais caricatas, das quais sairá quase sempre triunfante, sobre o mal.


Em 1914, Charlie ofereceu-se para dirigir e editar os seus próprios filmes, passando a ser actor, realizador, dançarino e compositor. Nesse ano, fez um total de 34 curtas-metragens e uma longametragem: Tillie's Punctured Romance. As suas curtas-metragens passaram a ter o dobro da duração usada pela Keystone.


O seu elenco estรกtico continha Edna Purviance, Leo White e Bud Jamison.


Podem dizer que eu detesto os filmes falados. De facto, eles vêm destruir a arte mais antiga do mundo. (…) Eles vêm aniquilar a grande beleza do silêncio.


Em 1918, co-fundou com Mary Pickford, Douglas e D. W. Griffith um estĂşdio de cinema (United Artists Corporation), onde fez filmes como The Kid, The Gold Rush e City Light e Modern Times.


Em 1940, decide fazer o seu primeiro filme falado: The Great Dictator (O Grande Ditador). Faltava um ano para os EUA entrarem na guerra, e foi um grande acto de rebeldia e coragem, por parte de Chaplin, pois todo o filme gira à volta de uma ridicularização do regime ditatorial, imposto por Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. Foi nomeado para vários Óscares, entre eles o de Melhor Actor (Chaplin), Melhor Roteiro Original (Chaplin) e Melhor Banda Sonora (Meredith Willson).


Os seus filmes rapidamente ficaram conhecidos em todo o mundo. A mudez dos seus filmes, acompanhada somente uma música, facilitava a propagação para qualquer país. Chaplin teve um papel muito importante, após a Primeira Guerra Mundial. Ele trouxe a comédia, os risos e a abstracção que tanto eram necessários, num cenário de devastação mundial. Fazia uma forte crítica social, abordando aspectos como a justiça, a paz e a democracia.


Nos EUA, durante o período Macartista (período americano anticomunista), Charlie Chaplin foi acusado de ser comunista e anti-americano, pelo que lhe foi recusado o visto de entrada. Ficou, assim, alojado em Inglaterra, onde realizou o seu último filme: A Countess from Hong Kong. Em 1964, publicou a sua autobiografia, intitulada My Autobiography. Os últimos anos da sua vida foram passados em Vevey, na Suíça, onde acabou por morrer, no Natal de 1977.


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